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0 EMPREGO DE PINOS NÃO-METÁLICOS (FUNDAMENTOS E POSSIBILIDADES)

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(1)

(&1

0 EMPREGO DE PINOS NÃO-METÁLICOS

(FUNDAMENTOS E POSSIBILIDADES)

(2)

CECILIA

CORDIOLI

0

EMPREGO DE PINOS

NÃO-METÁLICOS

(FUNDAMENTOS E POSSIBILIDADES)

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Dentistica da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para obtenção do titulo de Especialista em Dentistica.

Orientador: Prof. Dr. Elito Araújo

Florianópolis

(3)

0 EMPREGO DE PINOS NÃO-METÁLICOS

(FUNDAMENTOS

E

POSSIBILIDADES)

Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para obtenção do titulo de Especialista em Dentistica e aprovado em sua forma final pelo Curso de Especialização em Dentistica da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 06 março de 2004.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. tlito Araújo

Orientador

Prof. Dr. Luiz Clóvis Cardoso Vieira

Membro

Prof. Dr. Sylvio Monteiro Júnior

(4)

C-ristiano (in /77e/770r/67 r7" e Olincl,

que com muita aknegaseio

(5)

A

os professores que me proporcionaram novos conkecimentos.

A

o Prof.

D.

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A

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o,pelo orientação no ela6oração cleste akalko

minka familia e amigos que sempre se fizeram presentes.

L

eia e ao pelo clisponibiljacie em nos auxiliar.

A

os meus colegas cle curso, pelo carni-zoole e agracidvel convívio clurante o período que estivemos juntos.

(6)

se, a clesaficar-me com seus pontos cle

interrogação, que se ciesmanchavam

para clay lugar a outros. 1u liquiclava

esses outros e apareciam novos.

(7)

RESUMO

As técnicas e os materiais para a reconstrução de dentes tratados endodonticamente são complexas, por isso é dificil para o clinico escolher qual o melhor plano de tratamento para uma perspectiva de maior longevidade clinica. Esses dentes podem ser restaurados sem o uso de pinos ou utilizando-se pinos diretos e indiretos. A indicação está na quantidade e qualidade de tecido dental remanescente ou na necessidade de retenção. Requisitos estéticos para pinos e núcleos tornaram-se mais evidentes depois da introdução de materiais restaurativos mais translúcidos. Os pinos de fibra propõem um material restaurador que associa características biomecânicas semelhantes à da estrutura dental. Os pinos cerâmicos contribuem para uma melhor transmissão e refração de luz, provendo um material translúcido para as restaurações estéticas. Com base nos dados positivos encontrados na revisão de literatura odontológica, a utilização de pinos de fibra e dos pinos cerâmicos parece ser uma solução viável para a reconstrução dos dentes tratados endodonticamente, substituindo o emprego dos pinos metálicos.

(8)

Dentistica da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

ABSTRACT

The tecniques and the materials for the reconstruction of endodontically treated teeth are complex, what it turns for the clinical a difficult decision to choose which the best treatment for a perspective of larger clinical. Longevity. The reconstruction of those teeth can be without the use of posts or using direct and indirect posts. The indication is in the amount and the quality of the remainder dental or the need of retention. Aesthetic requirements for posts and cores became more evident after the introduction of translucency restorative material. Fiber posts propose a material that associates biomecanics charactheristcs similar to the dental structure. Ceramic posts contribuited for a better transmition and refraction of the light providing translucency for the aesthetic restorations. Basead on the positive data found in the literature, the use of fiber posts and ceramics posts seem to be an available solution for the reconstruction of the endodontically treated teeth substituting the use of metallic posts.

(9)

1 INTRODUÇÃO 11

2 REVISÃO DA LITERATURA 14

2.1 CLASSIFICAÇÃO DO PINOS 31

2.2 SINONIMIA 33

2.3 REQUISITOS BÁSICOS PARA A RESTAURAÇÃO DE DENTES

TRATADOS ENDODONTICAMENTE 34

2.3.1 Aspectos biológicos 34

2.3.2 0 tratamento endodlintico 35

2.3.3 Diâmetro do pino 16

2.3.4 Comprimento do pino 37

2.3.5 Desenho do pino 38

2.3.6 Efeito férula 19

2.3.7 Passividade 40

2.3.8 Superfície do pino 40

2.3.9 Características estéticas 41

2.4 PINOS DE FIBRA E PINOS CERÂMICOS 41

2.4.1 Pinos de fibra 42

2.4.2 Propriedades mecânicas dos pinos de fibra 44

2.4.3 Pinos de fibra de carbono 48

2.4.4 Pinos de fibra de vidro 50

(10)

4.; 3 _ :oass•IIP.410

3 DISCUSSÃO 55

4 CONCLUSÕES 61

(11)
(12)

1 INTRODUÇÃO

A concepção do uso da raiz do dente para a retenção da coroa protética é bastante

antiga na Odontologia. Fouchard, em 1700, inseriu pinos de madeira nos condutos

radiculares, para auxiliar na retenção da coroa protética. A retenção era conseguida pela

expansão da madeira dentro do conduto.

Falhas na "terapia" endodemtica limitavam os esforços para desenvolver coroas com

pinos. Da metade dos anos 60, ao inicio dos anos 90, a endodontia passou por uma

significativa evolução que elevou grandemente o percentual de sucesso dos tratamentos

endodõnticos. Com o sucesso na terapia endodõntica, os desafios aumentaram para a

Dentistica Restauradora. Pinos metálicos fundidos tornaram-se um método rotineiro para a

reconstrução de dentes tratados endodonticamente

Apesar do grande número de publicações cientificas e materiais restauradores

existentes no mercado, a decisão de com qual material e técnica restaurar dentes tratados

endodonticamente continua sendo um tema questionado, discutido e contraditório na classe

odontológica. As técnicas e os materiais são de complexidade variada para o tratamento

restaurador desses dentes. Torna-se dificil para o clinico decidir qual o melhor plano de

(13)

0 fator responsável por essa divergência de opinião entre os profissionais é o que diz

respeito ao que acontece com os dentes que tem seu órgão pulpar removido.

Na literatura odontológica, parece ser consenso, entre os pesquisadores, que o

principal fator para a perda de resistência do dente é a perda de estrutura dental durante o

preparo cavitário e tratamento endodiintico. Outros alegam, porém, que isso se da devido

perda de umidade da dentina, após o tratamento endodtintico.

Clínicos justificam o uso do pino intracanal como "reforço" da estrutura dental

remanescente; pesquisadores, no entanto, relatam ser essa uma razão equivocada. As

pesquisas já estabeleceram que o papel do pino, qualquer que seja o material utilizado, é o de

viabilizar a forma de retenção para o material restaurador, e distribuir os esforços

uniformemente, impostos à porção

coronária,

ao longo da raiz.

Durante muito tempo e até mesmo hoje, os pinos metálicos fundidos ou pré-fabricados

têm sido largamente utilizados como forma de restabelecer as estruturas dentais perdidas.

A Odontologia Restauradora tem registrado recentemente diversas evoluções nos

materiais e nas conseqüentes aplicações clinicas. A introdução dos pinos de fibra e os

materiais cerâmicos, entre eles os pinos cerâmicos, 6, junto ao desenvolvimento dos adesivos

dentais de última geração, provavelmente uma das novidades mais significativas dos últimos

10 anos. Os pinos de fibra, bem como os cerâmicos, foram propostos para melhorar os

resultados estéticos e eliminar os problemas relativos aos fenômenos de corrosão e de

galvanismo. Problemas esses, inerentes aos pinos metálicos. Hoje, pinos de fibra de vidro,

(14)

Como o enfoque de atuação na Odontologia Restauradora está centrada em realizar

procedimentos adesivos minimamente invasivos, com maior praticidade e que ainda

proporcionem uma excelente estética, o uso de pinos estéticos, livres de metal, enquadram-se

nesse perfil. Os pinos estéticos parecem ser uma nova tendência, pois conciliam estética,

resiliência e resistência. Conhece-se, porém, muito pouco ainda sobre a resistência à fratura

de dentes tratados endodonticamente reconstruidos com sistemas de pinos estéticos,

desenvolvidos recentemente; não hi suficientes estudos longitudinais para esses novos

sistemas de pinos/núcleos. Mais pesquisas nessa área são recomendadas para comprovar a

eficácia desses pinos.

O propósito desta monografia é abordar, sob forma de revisão de literatura

odontológica, possibilidades e fundamentos no que concerne ao uso dos pinos fibro-resinosos

(15)
(16)

2 REVISÃO

DA

LITERATURA

1

Para Paul

e

Scharer (1997), as indicações para

o

uso de pinos intra-radiculares em

dentes tratados endodonticamente são discutidas, debatidas

e

contraditórias. Perdas extensas

de estrutura dental em dentes que geralmente são acompanhados por um tratamento

endod8ntico prévio requerem um material adicional para a restauração. As necessidades

estéticas presentes

é

que indicarão

o

tipo de pino melhor a ser indicado.

As perspectivas oferecidas pelas novas técnicas adesivas em procedimentos com pinos

e

núcleo de preenchimento alteraram

o

design do pino

e

resultaram em novos materiais.

Estudos de longa data, porém, são necessários para estabelecer se a cimentação adesiva do

pino diminui de fato a

importância

da configuração do pino. Os autores confirmaram que no

Department of Fixed, The Dental School, University of Zurich, Switerzeland, cimentações

adesivas de pinos têm sido um procedimento de rotina desde 1993, com sucesso clinico

aparente. Em 5 anos de avaliação clinica de restaurações cimentadas com cimento adesivo, a

taxa de sucesso foi de 97%. Todavia, de acordo com esses resultados,

o

sucesso, a longo

prazo, de procedimentos de

adesão

à dentina, não podem ser anunciados como provados

cientificamente, devido A. brevidade do

período

de avaliação. Entretanto, os dados são

(17)

promissores

e o

uso clinico de técnicas adesivas para a cimentação de pinos parece ser

clinicamente viável.

Zalkind e Hochman (1998) relataram métodos alternativos usados na confecção de

pinos intra-radiculares para a restauração de dentes tratados endodonticamente.Como uma

alternativa estética, os autores descreveram uma seqüência de métodos direto e indireto de

pinos cerâmicos: Biopost-Incermed AS e TZP-post (Mailefer). Segundo os autores, os fatores

considerados na escolha do tipo de pino devem ser: retenção, distribuição de estresse,

resistência da raiz à fratura e resistência do pino.

Os resultados estéticos com os novos sistemas de pinos cerâmicos são superiores

devido à excelente transmissão de luz através do pino. Para os pinos metálicos, na tentativa de

minimizar o aspecto acinzentado que possam transmitir para uma coroa pura de porcelana ,6

descrito um método indireto de confecção, no qual, sobre a estrutura metálica, é acrescentada

uma fina camada de opaco, na tentativa de conseguir uma aparência estética mais agradável.

Bachicha et al. (1998) mediram, através de fluidos, a microinfiltração do sistema de

pinos de

aço

pré-fabricados

e o

sistema de pinos de fibra de carbono cimentados com fosfato

de zinco e ionômero de vidro como cimentos não aderentes 6, dentina; Pandvia 21 (Kuraray) e

C&B Metabond (Parke11) como cimentos resinosos compatíveis com a dentina.

Foram usados 120 dentes no estudo; todos tiveram as coroas seccionadas na junção

esmalte e cimento, bem como tratados endodonticamente e divididos em 12 grupos: Grl - sem

pinos ou cimentos; Gr2 - pinos de aço pré-fabricados - inseridos no canal sem cimento; Gr3 -

pinos de fibra de carbono - inseridos no canal sem cimento; Gr4 - cianocrilato (Zapit) -

cimentados no canal sem pinos e colocados em ambas extremidades coronárias e apicais; Gr5

(18)

fibra de carbono - cimentados com cimento Fosfato de Zinco; Gr7 - pinos de ago - cimentados

com cimento de ionômero de vidro; Gr8 - pinos de fibra de carbono - cimentados com

cimento de ionômero de vidro; Gr9 - pinos de aço pré-fabricados - cimentados com cimento

resinoso; Gr10 - pinos de fibra de carbono - cimentados com Pandvia-21 (Kuraray); Grl 1 -

pinos de aço pré-fabricados - cimentados com C&B Metabond (Parke11); Gr12 - pinos de fibra

de carbono - cimentados com C&B Metabond.

A análise estatística do estudo mostrou uma diferença significativa na

micro-infiltração entre os diversos cimentos. 0 cimento que apresentou maior micromicro-infiltração foi o

de fosfato de zinco e o que apresentou menor microinfiltração foi o cimento C&B Metabond.

Os dois tipos de pinos não apresentaram diferença de microinfiltração significante entre si.

Ambos apresentaram menor infiltração quando cimentados com cimentos adesivos — C&B

Metabond Cement e Panavia 21 - em relação aos cimentos não-adesivos - lonômero de Vidro

e Fosfato de Zinco.

Martinez-Insua et al. (1998) compararam a resistência à fratura de 44 pré-molares

divididos em 2 grupos: o primeiro restaurado com pinos de fibra de carbono e núcleo de

preenchimento de resina composta, e o segundo com pinos metálicos fundidos em ouro.

Todos os dentes receberam coroas metálicas como restauração final, bem como tiveram suas

coroas seccionadas a 2mm da junção cemento-esmalte. Um chanfro de lmm de profundidade

foi feito ao redor de toda circunferência dos dentes para uma melhor distribuição das cargas

oclusais. Os dentes foram submetidos à máquina de testes universal Instron (modelo 1114,

Instron Corp). Uma força foi aplicada em uma angulagem de 45°, em relação ao longo do eixo

dos dentes, a uma velocidade de 1 cm/min. Os resultados mostraram que os valores de

(19)

Os valores desse estudo mostraram que os dentes restaurados com núcleos metálicos

fundidos apresentaram resultados de resistência à fratura, estatisticamente mais altos do que

os pinos de fibra de carbono. Os dentes restaurados com fibra de carbono e núcleos de

preenchimento de resina composta apresentaram tipicamente falhas na interface pino/núcleo,

antes que a fratura do dente ocorresse, em virtude de altas cargas aceitáveis. Nesse grupo, foi

observada apenas uma fratura de dente. No Gr 2, dos 22 dentes observados, 20 demonstraram

fratura cervical devido As altas cargas que raramente acontecem, in vivo, e duas espécimes

tiveram deslocamento dos núcleos.

Nesta época, em que a responsabilidade profissional está sendo muito visada, indicar a

utilização de pinos intra-radiculares para aumentar a retenção de coroas e outras restaurações

em dentes tratados endodonticamente não são mais aceitáveis, salientaram Stockton; Lavelle;

Suzuldci (1998). Sem estudos longitudinais sobre o impacto que os pinos têm na longevidade

de dentes tratados endodonticamente, a sua utilização indiscriminada é dificil de ser

justificada. Essa prática ignora não somente o potencial para perfurações radiculares durante a

preparação do canal radicular, mas também as propriedades adesivas dos materiais resinosos

modernos que permitem o uso de pinos com

retenção

passiva.

Os autores ressaltaram o alto grau de empirismo no uso desses pinos, bem como

questionaram a contribuição desses para aumentar a retenção da restauração em alguns casos.

A colocação de pinos, além de não assegurar a qualidade do tratamento, pode levar a

insucessos. A necessidade de reavaliar a utilização de pinos não pode ser substimada na

restauração de dentes tratados endodonticamente. Pinos intra-radiculares tanto podem conferir

aumento mínimo de resistência A fratura dos dentes como reduzir a resistência de suas raizes.

(20)

especialmente para a maioria dos dentes anteriores, tratados

endodonticamente,

restaurados

com resina composta ou molares restaurados com

onlays

ou

inlays.

Fraga et al.

(1998)

realizaram um estudo,

in vitro,

no qual avaliaram a resistência A

fratura de

dentes tratados

endodonticamente,

restaurados com duas diferentes técnicas.

Utilizaram 27

dentes, os quais foram divididos em

2

grupos:

Gr 1 - 14

dentes receberam pinos

metálicos

fundidos;

Gr2 - 13

dentes receberam pinos de aço pré-fabricados. A

porção

coronária

foi restaurada com resina composta

híbrida (Prisma APH).

Os pinos foram

cimentados com cimento de fosfato de zinco. Os resultados comprovaram que em todas as

amostras do grupo, que recebeu pinos

metálicos fundidos,

as fraturas ocorreram na

região

cervical da raiz.

nos dentes do grupo, que recebeu pino de aço pré-fabricado

e núcleo

de

resina composta, houve fratura apenas da resina composta.

Análises estatísticas

mostraram um aumento

significante

na resistência A

fratura

para

Os pinos metálicos

fundidos em relação aos pinos

pré-fabricados,

associados com resina

composta. Porém,

quando

sob

o

limite de

esforço suportável

pela estrutura dental

remanescente, levam

i fratura

da mesma, enquanto que

o núcleo

de preenchimento em resina

composta

fratura-se

antes. Segundo os autores, de acordo com

o

resultado

alcançado

no

estudo,

restauração com

pinos pré-fabricados, associados com resina composta,

é

uma técnica

viável

para dentes anteriores, tratados

endodonticamente

fraturados. Ressaltaram, ainda, os

autores: a fratura da resina composta,

quando forças oclusais são

aplicadas, poderia prevenir

uma

possível fratura

de raiz, protegendo dessa forma a estrutura

radicular.

Sob

condições

clinicas

normais,

resina composta poderia resistir A

função incisal.

Fredriksson

et al.

(1998)

conduziram um estudo

clinico retrospectivo

no qual

(21)

período de 2 a 3 anos. 0 estudo incluiu 236 pacientes, tratados num período de 1 ano, por 7

profissionais suecos, com um total de 236 dentes, dos quais 130 na maxila e 106 da

mandíbula; 80% dos dentes receberam coroas metalo- cerâmica; 10% restauração em resina

composta e 10% coroa cerâmica. Não foram especificados os tipos de sistema adesivo, nem

de cimento e resina composta empregada na restauração. Os dados foram registrados num

período médio de 32 meses (de 27 a 41 meses). Os parâmetros para determinar o sucesso

foram a presença da restauração, ausência de lesão clinica e radiográfica, deslocamento ou

descimentação do pino, fratura do pino ou radicular.

Noventa e oito por cento dos dentes avaliados apresentaram sucesso clinico; dois por

cento (5 dentes) foram extraídos por razões não relacionadas ao sistema Composipost.

Nenhum descolamento ou fratura de raiz ou de pino foi observado clinica ou

radiograficamente. Não foram encontradas nenhuma diferença no controle de placa, doença

periodontal e profundidade de bolsas para os dentes restaurados, quando comparados com

outros. Com os resultados favoráveis obtidos com esse estudo, os autores concluíram que o

sistema de pinos de fibra de carbono (Composipost) pode ser uma alternativa positiva para os

dentes tratados endodonticamente, que necessitam de reconstrução. Estudos mais profundos,

contudo, são necessários para a avaliação de resultados em longo prazo.

Dean; Jeansonne; Sarkar (1998) avaliaram, in vitro, a influência de procedimentos

endodeinticos e restauradores na resistência à fratura, e compararam a incidência de fraturas

radiculares em dentes que tiveram as coroas removidas e que foram restaurados com 3 tipos

de pinos, cada um suportando um núcleo de preenchimento de compósito. Setenta caninos

foram divididos em 7 grupos de 10 dentes cada. Gr 1 : os dentes não foram preparados

endodonticamente, somente as coroas. Esse grupo serviu de controle; Gr2: a câmara pulpar foi

(22)

preenchida com resina composta Bis-Core (Bisco); Gr4: foram cimentados pinos de fibra de

carbono (C-Post, Bisco) com cimento resinoso C&B (Bisco), a .parte coronal restaurada como

no grupo 1; Gr5: pinos de fibra de carbono e núcleo de preenchimento de resina; Gr6: pinos

de no pré-fabricados cônicos com núcleo de preenchimento de resina; Gr7: pinos de ago

pré-fabricados, paralelos com núcleo de preenchimento de resina. As amostras foram submetidas

a uma carga em uma direção de 45° até que ocorressem fraturas. Valores médios de

resistência A fratura foram mais baixos no grupo C-Post, com 107,4kg. Valores mais altos

ocorreram no grupo controle com 189,4kg.

MacLean (1998a

e

b) relatou que dentes tratados endodonticamente podem ser

restaurados com diversas técnicas, de complexidade variada, necessitando-se, porém, de

melhores critérios para se basearem as decisões restaurativas. Quando da decisão de restaurar

um dente endodonticamente tratado, o primeiro passo deveria ser estabelecer o nível de

previsibilidade envolvido na restauração. Baseado em estudos e relatos da literatura, o autor

descreveu critérios para ajudar a identificar o prognóstico de restaurações de dentes tratados

endodonticamente. Os critérios para um dente tratado endodonticamente seriam: espaço

biológico de no mínimo igual a 2,5mm entre a margem da restauração e a crista do osso

alveolar; comprimento da férula de 2mm; selamento apical de 3 a 5mm; lmm de espessura

para a dentina, em toda a raiz, depois do preparo; comprimento do pino igual ao comprimento

da coroa. Para dentes que não requerem um pino, os requisitos seriam espaço

biológico+comprimento da férula ou 4,5mm de dente sólido supra-ósseo. Dente sólido

refere-se A dentina que possui no mínimo lmm de espessura após a preparação. Adicionalmente,

considerações que dizem respeito is cargas funcionais em um dente são essenciais.

Albuquerque; Dutra; Vasconcellos (1998) ressaltaram ser essencial o planejamento no

(23)

importantes como a quantidade de tecido dental remanescente, função, necessidade de se

reforçar o remanescente dental e condição financeira do paciente. Relataram um caso clinico

no qual descreveram a técnica de reconstrução de um incisivo central superior com pinos de

fibra de carbono C-Post (Bisco), associado com núcleos de preenchimento com resina

composta reforçada com titânio Ti-Core (Essential Dental System) e, por fim, a confecção de

coroas de porcelana pura. Os autores descreveram as inúmeras vantagens na utilização desses

pinos de fibra de carbono: adesão à estrutura dental e ao material de preenchimento, módulo

de elasticidade próximo ao do dente natural, resistência à corrosão e a facilidade de remoção

quando houver necessidade. Entre as desvantagens desse tipo de pino, os autores citaram a

sua radiolucidez, a cor escura e o alto preço.

Stockton e Willians (1999) realizaram um estudo, in vitro, no qual compararam a

retenção e a força de cisalhamento em dentes restaurados com 2 sistemas de pinos

intra-radiculares. Foram selecionados 72 incisivos e caninos, com dimensões similares, e

examinados para ver se havia fratura radicular. As coroas dos dentes foram removidas a lnun

da junção cemento e esmalte e as raizes tratadas endodonticamente. Os dentes foram

divididos em 6 grupos: os Gr 1, 2 e 3, com 11 dentes cada, foram usados para avaliar a

retenção dos pinos; Grl - 11 dentes receberam pinos metálicos Para-Plus (Whaledent); Gr2 -

11 dentes receberam pinos de fibra de carbono C-Post (Bisco) com diâmetro n° 1; Gr3 - igual

ao grupo 2, porém com pino de diâmetro n° 2; os Gr 4, 5 e 6, com 13 dentes cada, foram

usados para avaliar a resistência às forças de cisalhamento; GT4 - 13 dentes receberam pinos

Para-Plus e resina Bis-core como núcleo de preenchimento. Gr5 e 6 receberam pinos C-Post

(Bisco), com diâmetro 1 e 2, respectivamente, e Bis-Core (Bisco) como núcleo de

preenchimento. Os pinos Para-Plus foram cimentados com ionômero de vidro Ketac Cem

(ESPE) e os pinos de fibra de carbono cimentados com resina Bis-Core (Bisco). As amostras

(24)

pressionado de 1,3mm/min, até que ocorresse fratura. Os resultados mostraram que não houve

diferenças estatísticas entre os pinos Para-Plus e os pinos C-Post n° 1, entretanto o pino

C-Post n° 2 foi significantemente diferente em relação aos outros 2 pinos. Os locais de fratura de

todos os pinos metálicos foram entre o agente cimentante e o dente. Sete amostras de pinos

metálicos, com núcleo de preenchimento, 1 amostra do C-Post n° 1, com núcleo de

preenchimento, e 2 amostras do C-Post n° 2, com núcleo de preenchimento, fracassaram na

interface núcleo de preenchimento/raiz; 6 amostras dos pinos Para-Plus e núcleo de

preenchimento; 12 amostras dos pinos C-Post n° 2 e núcleo de preenchimento tiveram

fracassos de fraturas diagonais nas raizes. Uma amostra do pino C-Post n° 2 e núcleo de

preenchimento obteve fratura horizontal de raiz. Não houve fratura de pinos nos grupos de

Para-Plus e C-Post n° 2, ambos com núcleo de preenchimento. Quatro pinos C-Post n° 1 e

núcleo de preenchimento obtiveram fraturas de pinos.

Os autores concluíram que a falta de rigidez do C-Post afetou desfavoravelmente o

sucesso dessas restaurações. Os resultados desse estudo indicaram não haver vantagem do

sistema C-Post em relação ao sistema Para-Plus. Forças de cisalhamento são impossíveis de

simular, in vitro. Conclusões tiradas desse estudo, portanto, devem ser interpretadas com

cuidado.

Análises estatísticas revelaram que os grupos com coroas intactas (grupo de 1 a 4)

foram significantemente mais resistentes i fratura em relação aos pinos e núcleos de

preenchimento de resina composta (grupo de 5 a 7). Os grupos 6 e 7, restaurados com pinos

de aço pré-fabricado, demonstraram uma incidência de 50% de fratura de raiz. No grupo

restaurado com pino de fibra de carbono e núcleo de preenchimento de resina composta, não

ocorreu fratura do remanescente dentário, ocorrendo, na maioria das vezes, a fratura do

(25)

Hochman e Zalkind (1999) relataram que os pinos metálicos podem produzir uma

descoloração azulada no translúcido da coroa de cerâmica pura e nos tecidos gengivais

circundantes. Observaram que as restaurações estéticas, sem o uso de metal, tendem a

aumentar nos consultórios com o passar do tempo. Sugeriram, então, o uso de pinos

cerâmicos, os quais possuem como característica principal a estética, na qual a translucidez de

uma futura coroa de porcelana poderá ser mantida. Descreveram também uma sequência de

métodos clínicos e laboratoriais para a confecçcão desses pinos cerâmicos de zirceinia

(CosmoPost, Ivoclar), de uma forma indireta , no qual posteriormente a moldagem

intra-radicular com o próprio pino foi conjugada a pastilhas de cerâmica (IPS Empress Post

System), preconizados pelo fabricante, formando, assim, através de uma prensagem feita em

forno especial de alta temperatura, uma peça única de pino e núcleo. Diante da peça pronta, os

autores sugeriram a cimentação através de cimentos resinosos. Os resultados clínicos são

promissores e um prognóstico favorável pode ser esperado.

Fradeani; Aquilano; Barducci (1999) ressaltaram que a utilização de restaurações

cerâmicas, livres de metal, em dentes anteriores, têm sido largamente defendida por

profissionais na criação de uma aparência natural, até mesmo em dentes que tenham sofrido

tratamento endodiintico. A estética é mais dificil de ser alcançada quando um sistema de pino

se faz necessário para a reconstrução do dente, devido A ausência de uma estrutura dental

adequada. E, quando essa inviabializar a restauração do dente, o uso eficaz de um sistema de

pino/núcleo pode render um resultado fmal que satisfaça os critérios estéticos do paciente e os

critérios funcionais do clinico. Em particular, pinos metálicos não transmitem luz, o que vem

sendo considerado um componente vital na criação de uma ótima estética. Pinos metálicos

sofrem o processo de corrosão, causando um manchamento acinzentado na região cervical da

raiz Em pacientes que possuem linha do sorriso alta, tecido gengival fino, requer o uso de

(26)

desenvolvimento de novos sistemas de materiais restauradores,

para uma

melhor aparência

coronal

e

das raizes dos dentes tratados endodonticamente.

Morgano

e

Brackett (1999) realizaram uma revisão de literatura abrangente que agrupou uma variedade de estudos, in vivo e in vitro, juntamente com artigos técnicos

e

relatórios

clínicos

para oferecer diretrizes sólidas para os

clínicos,

quando da necessidade de selecionar materiais

e

métodos para a restauração de dentes estruturalmente comprometidos. Segundo

o

relato

dos autores,

apesar do grande volume de publicações, muitas lacunas existem no conhecimento atual dos

clínicos

no que diz respeito a restaurações desses dentes.

numerosos

estudos, in vitro, com diferentes abordagens para os

princípios

restauradores, principalmente

envolvendo dentes tratados endodonticamente. Dados de

estudos, in vitro, são conflitantes

e

nem sempre aplicáveis clinicamente. Com

o

advento de

novos

materiais

e

técnicas,

estudos adicionais,

in vivo

e

in vitro, são necessários para uma

avaliação mais abrangente da eficácia

dessa recente

evolução dos biomateriais. Os pinos de

fibra de carbono

e

os

cerâmicos,

assim como os cimentos

e

técnicas adesivas, estão entre os novos materiais

e

procedimentos.

Atualmente,

pouco conhecimento cientifico relativo a

prognósticos de longa data de dentes restaurados com essa abordagem.

Purton; Love; Chandler (2000) testaram, in vitro, a rigidez

e

a retenção dos pinos

cerâmicos.

Dez pinos

cerâmicos

(Cerapost)

e

10 pinos de aço inoxidável (Parapost) foram testados por sua rigidez, usando 3 pontos numa máquina de teste Universal Instron (High

Wycombe), numa velocidade de 5mm/min até que ocorresse fratura. Nesses pinos, a carga foi

aplicada até que alcançassem a ruptura em algum ponto. Para

o

teste de retenção nas raizes, os pinos cerâmicos foram cimentados, usando um dos 3 protocolos: (1) cimento de ionômero de

(27)

superficie, agente silano de unido e cimento resinoso. Os pinos metálicos foram cimentados

com cimento resinoso.

No teste de retenção, foram usados 40 dentes de uma só raiz, livres de cáries ou de

restaurações. Os dentes foram seccionados a lmm da junção cemento-esmalte e separados em

4 grupos de 10 dentes cada.Todos os dentes receberam tratamento endockintico e preparos

intracanais iguais. Grl: pinos de aço inoxidável foram cimentados com cimento resinoso

(Flexi-Flow Natural; Essential Dental Systems); Gr2: os pinos cerâmicos foram jateados com

óxido de alumínio por lOs e cimentados com cimento resinoso como no grupo 1, porém foi

usado Primer Silano (3M Scotchbond Ceramic Primer); Gr3: pinos cerâmicos foram

cimentados com cimento resinoso, todavia não foram jateados com óxido de alumínio; Gr4:

os pinos cerâmicos foram cimentados com cimento de ionômero de vidro (Fuji 1, GC Com).

Os espécimes foram mantidos em Agua destilada, em temperatura ambiente por 4 semanas,

para poder determinar a força de tensão para o deslocamento dos pinos. Os resultados obtidos

mostraram que os pinos cerâmicos Cerapost foram significantemente mais rígidos do que os

pinos Parapost no teste de rigidez. Para o teste de retenção, os pinos Parapost cimentados com

resina foram significantemente mais retentivos do que os pinos Cerapost. Os pinos cerâmicos

foram significantemente mais retentivos com agente silano e cimento resinoso, quando

comparados com o cimento de ionômero de vidro. Jatos de óxido de alumínio nos pinos

cerâmicos produziram resultados variados, por isso necessitam de mais investigações antes de

serem recomendados. Pinos cerâmicos, hoje disponíveis comercialmente, oferecem adequada

resistência para função normal e vantagem de uma estética superior em relação aos atuais

sistemas.

Ferrari et al. (2000) salientaram que requisitos estéticos para pinos/núcleos tornaram-

(28)

seriam: a) núcleo de preenchimento semelhante A dentina; b) resistência ao escurecimento do

dente restaurado, da coroa protética e do aspecto gengival; c) resistência ao escurecimento da

raiz. Os autores avaliaram, em um estudo retrospectivo, a sobrevivência clinica, após um

período compreendido entre 6 anos e 11 anos, de 1304 pinos de fibra de carbono. A avaliação

foi realizada por 3 operadores. Foram incluidos no estudo 804 pinos C-Post, 215

Aestheti-Post e 249 AEstheti Plus Post. Os pinos foram cimentados com 4 diferentes combinações de

agente adesivo/cimento resinoso. Um total de 719 pacientes foi tratado com 850 C-Post; 215

pacientes com 249 Aestheti Post e 234 pacientes com 290 Aestheti Plus Post. A idade dos

pacientes variou entre 20 e 84 anos. A avaliação foi baseada em parâmetros clinico e

radiográfico. Foi considerado como sucesso a presença da restauração, ausência de lesão

clinica ou radiográfica inerentes à técnica, ausência de deslocamento ou descimentação do

pino, ausência da sua fratura ou da fratura radicular. A taxa de sucesso para os pinos de fibra

foi de 96,8%. Os insucessos registrados foram 41 dentes; em 25 casos a causa do fracasso foi

descimentação dos pinos durante a remoção das coroas provisórias; 16 dentes apresentaram

lesão periapical no exame radiogrifico. Não ocorreram fraturas. Os autores ressaltaram que os

casos de insucesso por descimentação ocorreram nos dentes com remanescente coronária

inferior a 2mm, e também, como nesses casos, foi possível uma nova intervenção com a

recuperação dos dentes. 0 resultado desse estudo mostrou que pinos de fibra, combinados

com materiais adesivos (agente de união+cimento adesivo), podem ser usados rotineiramente

na clinica. Os autores enfatizaram a necessidade de usar pinos com propriedades

biomecinicas semelhantes à da dentina. Pinos de fibra são os únicos materiais disponíveis

com essas propriedades.

Gomes et al. (2000) relataram que a possibilidade de serem realizadas restaurações

indiretas livres de metal trouxe uma significativa melhora no resultado estético final, isso

(29)

metalo-cerâmicas com aspecto leitoso e sem vida. A associação das cerâmicas puras - que

apresentam o melhor padrão estético dos materiais restauradores atuais, com pinos

não-metálicos - que apresentam módulo de elasticidade semelhante A dentina, podem ser aderidos

A estrutura dental e, além disso, possuem translucidez compatível com essas estruturas,

proporciona um excelente padrão estético. A dificuldade técnica para a confecção de um

perfeito núcleo metálico fundido e fraturas radiculares freqüentes, ocasionada pela falta de

resiliência do metal, levaram A busca de novos materiais na Odontologia Restauradora. Os

pinos não-metálicos possuem vantagens em relação aos pinos metálicos, tais como resistência

A fadiga e A corrosão, biocompatibilidade, estabilidade, resiliência e preservação da dentina

radicular, o que melhora a integridade do remanescente dental (quando comparados aos

metálicos).

Ferrari; Vichi; Garcia-Godoy (2000) realizaram um estudo clinico retrospectivo no

qual avaliaram a performance clinica de dentes tratados endodonticamente restaurados com

pinos metálicos e pinos de fibra de carbono (Composipost, Bisco), depois de 4 anos de

acompanhamento. Duzentos dentes foram incluidos no estudo, divididos em 2 grupos de 100

dentes cada. Todos os dentes receberam tratamento endodóntico e foram obturados com

cimento livre de eugenol; 100 dentes receberam uma reconstrução com pinos de fibra de

carbono (Composipost), cimento resinoso e resina composta. Nos outros 100, a reconstrução

foi obtida mediante núcleos fundidos. Todos os elementos receberam coroas

metalo-cerimicas. Um operador efetuou as avaliações. Os pacientes foram avaliados através de

chamadas periódicas aos 6 meses, 1 ano, 2 anos, e 4 anos. Os parâmetros de sucesso foram

definidos com a presença da restauração, ausência de lesão clinica ou radiográfica, ausência

de deslocamento ou descimentação do pino, ausência de sua fratura ou da raiz. Os resultados

obtidos mostraram que os dentes restaurados com Composipost alcançaram um sucesso

(30)

falha endodiintica. No grupo dos dentes restaurados com pinos metálicos fundidos, o sucesso

clinico ocorreu em 84%: 2% foram excluídos porque não compareceram; 9% mostraram

fratura radicular; em 2% ocorreu deslocamento da coroa e em 3% falha endodôntica. A

análise estatística mostrou diferença significativa entre os 2 grupos. Os resultados desse

estudo mostraram, após 4 anos de avaliação clinica, ser o sistema de pinos de fibra de carbono

(Composipost) mais efetivo em relação aos pinos metálicos fundidos.

Glazer (2000), em um estudo prospectivo, iniciado em 1995, com resultados aos 3,75

anos, avaliou o comportamento clinico de 59 reconstruções com pinos, realizadas em 47

pacientes. Todos os dentes envolvidos no estudo tinham mais de 50% de sua estrutura

perdida, sendo mantida uma férula de 2mm. Os pinos de fibra utilizados foram Composipost e

Endopost. Cinqüenta e nove pinos de fibra de carbono foram cimentados com Metabond e

restaurados com coroas metálicas; o núcleo de preenchimento construido com Corepost.

controle dos pacientes, envolvidos no estudo, deu-se no período entre setembro de 1995 e

novembro de 1998. Os pacientes foram monitorados anualmente pelo mesmo operador. No

final do estudo, restaram 52 pinos. A taxa de sobrevivência foi de 89,9%, com um tempo

médio de sobrevivência de 43,4 meses. Não ocorreram fraturas. A taxa de falhas ocorridas foi

de 7,7%: 2 por patologia periapical; 1 descimentação do pino e 1 por descimentação da coroa.

O único achado estatisticamente significante (p=0,04) foi que, em pré-molares inferiores, o

risco de fraturas foi maior. Pelos resultados, o autor sugeriu que o uso de pinos de fibra de

carbono em pré-molares, principalmente em inferiores, podem estar associados à alta taxa de

falha e pequena longevidade, quando comparados com dentes anteriores. Esses dados podem

estar relacionados a uma maior complexidade do canal radicular dos pré-molares. A

capacidade de generalizá-los, porém, é limitada, devido ao curto período de estudo e o

(31)

Heydecke; Butz; Strub (2001) realizaram um estudo, in vitro, no qual compararam a

resistência à fratura e taxa de sobrevivência de incisivos centrais superiores, tratados

endodonticamente com restaurações proximais Classe III e diferentes núcleos de

preenchimento. Foram selecionados 64 dentes higidos para padronizar tamanho e qualidade,

tratados endodonticamente e restaurados com cavidades proximais Cl III de 3nun de

diâmetro. O Grl foi restaurado com pinos de titânio; o Gr2 com pinos de zircônia e no GT3, o

canal foi parcialmente restaurado com resina composta híbrida. No grupo controle, somente o

acesso endodõntico foi restaurado com resina composta. Todos o dentes foram restaurados

com coroas metálicas e submetidos a 1,2 milhões de ciclos num simulador de mastigação,

controlado por computador, com termociclagem simultânea. Adicionalmente, as amostras

foram levadas a uma máquina de testes e forçadas até a fratura. As amostras com reforço do

canal radicular com resina composta não resistiram i ação das forças do teste. A média de

resistência i fratura em Newtons para os diferentes grupos apresentou-se da seguinte forma:

pinos de titfinio: 1038N; pinos de zircõnia: 1057N; canais preenchidos com resina: 750N;

grupo controle: 1171N. A resistência i fratura do Gr 3 foi significantemente menor (P < 0,05 )

que nos outros grupos. Os autores concluíram que a utilização de pinos cerâmicos e/ou de

titânio não melhora o prognóstico do dente quando submetido is cargas. Assim, o tipo de

fratura sob carga dos dentes reconstruidos apenas com resina composta foi menos catastrófico

que aqueles notados simultaneamente na presença de um pino. A inserção de um pino "rígido"

como o cerâmico ou titinio desloca o estresse mais apicalmente, provocando fraturas de

dificil tratamento. Restaurações de dentes uni-radiculares, com cavidades proximais podem

ser realizadas com sucesso, pelo fechamento do acesso endodõntico e adicional de resina

composta nas cavidades.

I leydecke; Butz; Strub (2001) realizaram um estudo comparando a resistência

(32)

pinos após teste de fadiga. Os 64 incisivos foram divididos, após a realização do tratamento

endodõntico, em 4 grupos: Grl: pino de titânio + núcleo de compósito; Gr2: pino de zircônia

+ núcleo de compósito; Gr3: pino de zircônia + núcleo cerâmico prensado com calor; Gr4:

pino metálico fundido de ouro, que serviram de controle.Todos os dentes foram preparados

com uma férula de 1 a 2mm, cimentados com cimento resinoso e restaurados com coroas

totais. Os dentes foram submetidos a um teste de fadiga, simulando a mastigação. Todos os

dentes que não fraturaram durante o teste de fadiga foram testados em uma máquina de teste

universal, até a fratura. Cargas de fratura (N) e o tipo de fratura (reparável ou catastrófica)

foram registradas. A taxa de sobrevivência, após a simulação de mastigação foi: Grl 93,8%;

Gr2 93,8%; Gr3 100%; Gr4 87,5%. A média de resistência à fratura revelou-se da seguinte

forma: Grl 450N; Gr2 503N; Gr3 521N; Gr4 408N. Não houve diferença significativa no

padrão de fratura entre os 2 grupos. Com os resultados do estudo, os autores concluíram que

pinos cerâmicos, com núcleo cerâmico são uma alternativa para os pinos metálicos fundidos

para a região anterior. E mais, se um procedimento é preferido, pinos cerâmicos ou pino

metálico pré-fabricado com núcleo de compósito também podem ser usados como uma

alternativa para pinos metálicos fundidos.

Aldcajan e Gillmez (2002) compararam a resistência à fratura e padrões de fratura após

teste de compressão de 4 diferentes sistemas de pinos utilizados na restauração de dentes

tratados endodonticamente. Foram utilizados 40 caninos, divididos em 4 grupos de 10 dentes

cada: Grl - pinos de titinio; Gr2 - pinos de fibra de carbono; Gr3 - pinos de fibra de vidro, e

Gr4 - pinos de zircônia. Todos os pinos foram cimentados com o sistema adesivo SingleBond

e cimento adesivo Relyx ARC. Todos os dentes foram restaurados com núcleo de

preenchimento resinoso e receberam coroas metálicas. Uma carga (kg) compressiva foi

aplicada num ângulo de 130°, ao longo do eixo dos dentes até a fratura, numa velocidade de

(33)

66,95; 91,20; 75,90 e 78,91 para os grupos de 1 a 4, respectivamente. Dentes restaurados com

pinos de fibra de carbono (Gr 2) exibiram uma resistência significantemente mais alta

(P<0,001) i fratura que nos outros grupos. Dentes restaurados com pinos de fibra de vidro e

pinos de zirctinia (Gr 3 e 4) tiveram estatística similar(P>0,05). Fraturas que poderiam ser

reparáveis foram observadas nos Gr 2 e 3, e fraturas não reparáveis foram observadas nos Gr

1 e 4. Dentro das limitações do estudo, os autores concluíram que cargas de falha

significantemente mais altas foram registradas para dentes restaurados com o pinos de fibra de

carbono. Fraturas que possibilitariam o reparo foram observadas em dentes que receberam

pinos de fibra de carbono e fibra de vidro.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PINOS

Dinato

et

al. (2000) classificaram os pinos

pré-fabricados de acordo corn sua

configuração ou forma de retenção, dividindo-os em 2 grupos:

a) passivos: não apresentam engate

na

dentina. A retenção dá-se através da

cimentação ou colagem:

— cônico;

(34)

— paralelo com extremidade cônica;

b) ativos: são representados pelos sistemas nos quais exista um contato intimo do

pino com a parede da preparação endodôntica. A retenção é feita na dentina,

através do sistema de rosqueamento ou pela resiliência da dentina durante a sua

inserção. Entre eles, incluem-se os núcleos metálicos fundidos, cimentados com

cimento de fosfato de zinco e os pinos pré-fabricados existentes no mercado:

- cônico;

— paralelo;

— paralelo com haste fendida.

Baratieri et al. (2001) dividiram didaticamente os pinos em 2 grupos:

a) pinos/núcleos personalizados (fundidos):

— metálicos;

- não-metálicos;

b) pinos/núcleos pré-fabricados:

- metálicos: ativos, passivos, cônicos, cilíndricos;

(35)

• rígidos: cerâmicos;

• flexíveis: fibras de carbono e fibra de vidro.

Scotti e Ferrari (2003) classificaram os retentores intra-radiculares em 2 grupos:

a) núcleo fundido passivamente;

b) pino pré-fabricado, cimentado passivamente, associado A reconstrução

restauradora da porção coronária.

2.2 SINONIMIA

Pino intra-radicular indireto metálico

Pino metálico fundido

Núcleo metálico fundido

Núcleo fundido

Pino Personalizado

(36)

Os núcleos são compostos de duas partes distintas:

o

pino intra-radicular

e o

componente

coronário,

este também chamado de "munhão".

2.3 REQUISITOS BÁSICOS PARA A RESTAURAÇÃO DE DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE

A introdução de novos sistemas de pinos tem levantado interesse na classe

odontológica, mas a falta de um protocolo pré-determinado poderia aumentar

o

potencial de

falhas, se indicação

e

execução corretas não forem obedecidas. Para que seja alcançado

sucesso de longa data no tratamento restaurativo de dentes tratados endodonticamente,

aspectos fundamentais devem ser considerados quando da indicação

e

uso desses novos

sistemas de pinos.

2.3.1 Aspectos biológicos

MacLean (1998); Quintas; Dinato; Bottino (2000); Dinato et al. (2000); Conceição

e

Conceição (2002); Scotti

e

Ferrari (2003) afirmaram que existem controvérsias na literatura

odontológica, no que diz respeito à estrutura histológica de dentes tratados endodonticamente,

além disso relataram as mudanças que ocorrem nos dentes que têm seu

órgão

pulpar

removido. 0 tratamento endodeintico tem 3 conseqüências relevantes sobre o dente: 1) a perda

(37)

fisico-mecânicas do dente; 3) variação das características estéticas de dentina e esmalte

remanescente. Pesquisas têm evidenciado que ocorre uma redução de 13,2% no conteúdo de

umidade da dentina, após o tratamento endodóntico, e que essa perda seria ainda maior na

dentina radicular. Essa perda de umidade parece irreversível, porém os autores sugeriram que

a maior fragilidade dos dentes desvitalizados não poderia ser atribuida à desidratação da

dentina, após o tratamento endod6ntico. A implicação clinica dessa perda de umidade nas

propriedades biomecânicas dos dentes despolpados, como rigidez e resistência, não é clara. A

resistência de dentes despolpados é primeiramente afetada pela quantidade de estrutura dental

remanescente. 0 tratamento endod6ntico por si só leva à redução da resistência do dente em

torno de 5%, valor não muito alto quando comparado aos 63% de um preparo cavitário tipo

MOD. A perda do tecido vital do dente também ocasionaria uma significante diminuição da

resposta proprioceptiva do dente. Isso poderia representar menos sensibilidade nos contatos

oclusais e, conseqüentemente, aumentaria o potencial de maior estresse nesses dentes.

2.3.2 0 tratamento endociiintico

Dinato et al. (2000); Quintas; Dinato; Bottino (2000); Scotti e Ferrari (2003)

salientaram que a reconstrução conservadora ou protética de um dente tratado

endodonticamente, num curto prazo, é uma variável importante para o sucesso clinico de uma

terapia endodóntica corretamente executada. Além do selamento apical, o selamento

coronário, determinado pela restauração pós-tratamento endodóntico, desempenha papel

fudamental para impedir a recontaminação bacteriana e garantir o sucesso a longo prazo no

tratamento. Na ausência de um selamento coronário e apical adequado, terapias endodónticas

(38)

recontaminar o endodonto, avançando entre as

paredes dos canais

e a obturação de

guta-percha, atingindo o forame apical, podendo causar lesões periapicais. Essa recontaminação

bacteriana, conforme constataram estudos, ocorreria entre 5h e 72 dias, com um canal

preparado para receber um pino intra-radicular. Foi demonstrado que muitos insucessos

protéticos, classificados como insucesso endodõntico, são conseqüência direta da passagem

de bactérias através do lúmen do

conduto. A

infiltração, que pode ser verificada durante as

fases protéticas provisórias, ou a exposição à saliva durante as fases de preparação de um pino

indireto, expõem a guta-percha a um impacto bacteriano que pode converter-se em insucesso

endodõntico. A possibilidade de reconstruir um dente tratado endodonticamente com um pino

de fibra, e adaptá-lo a uma restauração na mesma sessão, reduz a chance de infiltração

bacteriana. Deve-se, portanto, observar o tempo decorrido entre as sessões de preparo do

conduto e moldagem (quando pino metálico fundido e pino cerâmico indireto) até a

cimentação do pino intra-radicular, de modo a minimizar os riscos de contaminação. 0 espaço

de tempo

entre

o

preparo do canal

e a cimentação deve ser o menor possível,

preferencialmente na mesma sessão.

2.3.3 Diâmetro do pino

Stockton

(1999); Dinato

et al.

(2000);

Quintas;

Dinato; Bottino (2000); Baratieri et al.

(2001) salientaram que, quanto maior a quantidade de dentina intra-radicular removida, mais

fragilizada torna-se a estrutura remanescente, e menor será a resistência à fratura do dente

quando restaurado. Os autores sugeriram que o preparo do canal deve estar limitado quase tão

somente A remoção de guta-percha e do cimento obturador, provocando somente uma

(39)

igual ao diâmetro do canal, ou levemente maior que esse. 0 diâmetro do pino deve ser o

menor possível, devendo oferecer a resistência necessária (rigidez) à flexão. O diâmetro deve

variar de 0,8 a 1,8mm na porção apical, sendo que o ideal é que sua medida fique ao redor de

1,0mm. Aumentando o diâmetro do pino, não resultará em um aumento significativo na

retenção do mesmo. Pinos com grande diâmetro demonstram ter pouca significância na sua

retenção. Por essa razão, o diâmetro do pino deve ser controlado para preservar dentina

radicular, reduzir o potencial de ocorrer perfurações e permitir à raiz resistência à fratura.

2.3.4 Comprimento do pino

Fradeani; Aquilano; Barducci (1999); Stockton (1999); Baratieri et al. (2000); Dinato

et al. (2000) relataram que o comprimento do pino intra-radicular está diretamente ligado

sua retenção. A maior capacidade de retenção decorre da maior área de contato entre o pino e

as paredes do conduto radicular. Também é maior a sua resistência, pois distribui as tensões

sobre uma área maior, reduzindo a possibilidade de fratura vertical da raiz. Desde que pinos

são colocados no conduto radicular, podem induzir estresse adicional durante a colocação ou

função. Adequado comprimento do pino possibilita melhor distribuição de estresse ao longo

da raiz. Várias diretrizes têm sido recomendadas no que diz respeito ao comprimento dos

pinos. As diretrizes mais utilizadas para a seleção do comprimento são: 1) manter de 3 a 5mm

de material obturador apical; 2) o comprimento do pino deve ser pelo menos igual ao

comprimento da coroa anatômica do dente; 3) o comprimento do pino deve ter metade a dois

terços do comprimento da raiz restante; 4) o comprimento do pino deve ter pelo menos

(40)

perigosos e têm uma alta taxa de falhas. Preparação adicional do conduto radicular aumenta o

potencial para perfurações e pode danificar o selamento apical.

2.3.5 Desenho do pino

Freno Jr. (1998); Fradeani; Aquilano; Barducci (1999); Stockton (1999); Dinato et al.

(2000); Baratieri et al. (2001) comentaram que dos pinos é preciso conhecer a habilidade dos

diferentes formatos, e de proporcionar adequada retenção e distribuição de forças com o

mínimo risco de fratura, perfuração radicular. Algumas características têm sido incorporadas

no desenho dos pinos pré-fabricados para facilitar a sua colocação, melhorar a forma de

retenção, resistência e minimizar o estresse no dente. A morfologia dos pinos está cada vez

mais orientada para a máxima preservação do tecido dental remanescente e que se adapte bem

forma do canal. 0 desenho do pino normalmente é ditado pela forma do canal radicular. Os

pinos tomaram-se cada vez mais fmos e semelhantes, no que concerne à sua conicidade, aos

instrumentos cônicos atualmente em uso para o tratamento endockintico. Os pinos de fibra de

carbono possuem morfologia defmida como "endodeatica", reproduzindo a morfologia dos

instrumentos endodlinticos e do canal preparado.

No intuito de melhorar a retenção dos pinos de fibra de carbono, foram introduzidas

formas indicadas como "retentoras", ranhuras quase sempre circulares, que fornecem uma

superfície aumentada, garantindo retenção quando cimentados passivamente. Melhor retenção

é oferecida por pinos paralelos quando comparados com pinos cônicos. Também tem sido

demonstrado que pinos paralelos necessitam de menos remoção de estrutura dental dui ante o

(41)

Em resumo, pinos paralelos oferecem uma melhor distribuição de estresse do que os

pinos cônicos, causando menos danos irreversíveis por falhas. Estudos demonstraram como a

excelente adaptação dos pinos cônicos As paredes do canal não permitem uma melhor

retenção, mas tende a sobrecarregar a raiz com um efeito cunha. Forças mais concentradas na

região apical podem representar a causa de fraturas radiculares longitudinais. A principal

desvantagem apontada para os pinos paralelos é no preparo do conduto radicular para a

colocação de pinos paralelos, no qual um risco maior de perfuração existe devido A anatomia

da raiz. Todos os pinos pré-fabricados deveriam apresentar em seu desenho uma zona de

escape, que são os sulcos laterais. Durante a cimentação, ocorre estresse, gerado pelo aumento

da pressão hidráulica. A presença desses sulcos diminuiria essas tensões.

2.3.6 Efeito férula

McLean (1998a); Quintas; Dinato; Bottino (2000); Scotti e Ferrari (2003) definiram

férula como a estrutura dental restante que cerca a coroa ou a raiz de um dente. Um mínimo

de 1,5 a 2,0mm de estrutura coronal deveria estar presente para resistir As cargas dinâmicas e

reduzir a concentração de estresse na junção do pino/núcleo de preenchimento. Quanto menos

estrutura dental estiver disponível, mais micro-infiltração poderá ocorrer no espaço do pino.

Considerando que a resina composta possui um baixo módulo de elasticidade, a ausência da

férula é um fator de risco na região anterior, pois está mais sujeita As forças de cizalhamento.

A férula tem a finalidade de reduzir os riscos de insucesso para corrigir um possível "efeito

cunha". As cargas oclusais se distribuiriam mais uniforme ao longo do eixo das superfícies

radiculares externas. A resistência A fratura dos dentes tratados endodonticamente é altamente

(42)

2.3.7 Passividade

Fradeani; Aquilano; Barducci (1999); Scotti e Ferrari (2003) salientaram que retenção

e, conseqüentemente, fricção ao longo das paredes radiculares podem resultar em fraturas

radiculares. Esse tipo de insucesso é devido essencialmente ao "efeito cunha" que os núcleos

ativos exercem sobre a estrutura dental remanescente. Passividade é um pré-requisito para a

prevenção da fratura da raiz. A inserção passiva do pino é exibida pela ausência de uma linha

de cimento entre o pino, o agente de cimentação e a estrutura dental remanescente. É uma

situação clinica ótima — o estresse intra-oral distribuiria-se uniformemente. Inserção

incompleta de cimento no canal indicaria estresse localizado em áreas especi ficas da raiz,

gerando pontos mais frágeis na estrutura radicular.

2.3.8 Superfície do pino

Baratieri et al. (2001); Scotti e Ferrari (2003) relataram ser de grande importância a

topografia superficial ou textura do pino quanto A. retenção do mesmo no interior do canal

radicular. Pinos lisos são menos retentivos que aqueles com retenções superficiais, as quais

podem ser macro ou microscópicas. As retenções microscópicas podem ser obtidas por meio

de jateamento com partículas de jato de óxido de alumínio com 50um ou mesmo por meio de

asperização superficial com brocas diamantadas. 0 tratamento de superficie é executado antes

da cimentação, com silano ou mesmo adesivo; depende da orientação do fabricante. É

importante salientar que na resina que constitui a matriz e que mantém as fibras unidas entre

(43)

cimentos resinosos, determinando uma alta afinidade e compatibilidade adesiva entre os dois

materiais resinosos. As retenções macroscópicas são inerentes aos pinos pré-fabricados ou

serrilhados.

2.3.9 Características estéticas

Scotti e Ferrari (2003) relataram o questionamento, pelos clínicos, da cor escura dos

pinos de fibra de carbono, nos casos de reabilitação anterior, com restaurações livres de metal.

A cor escura desses pinos poderia influenciar negativamente no resultado estético da

restauração, apesar de que foi demonstrado que coroas de cerâmica, com espessura de 1,5 a

2mm, seja qual for a cor do pino, não teriam influência no resultado final. As modificações

estéticas dos pinos de carbono levaram à produção dos pinos de fibra de carbono revestidos de

quartzo. As propriedades mecânicas e o comportamento clinico ficaram inalterados.

2.4 PINOS DE FIBRA E PINOS CERÂMICOS

Baratieri et al. (2001); Scotti e Ferrari (2003) afirmaram que para melhorar os

resultados estéticos devido aos problemas ligados aos fenômenos de corrosão que podem

(44)

parede óssea vestibular adelgaçada e que não consegue ser mascarada pelo tecido gengival, e

nem mesmo pelo uso de opacificadores na porção coronal do sistema pino/núcleo, as alergias

manifestadas a algum componente das ligas, foram propostos os pinos fibroresinosos e os

pinos cerâmicos livres de metal. Esses sistemas de pinos representam, cronologicamente, a

última solução proposta para a reconstrução de dentes tratados endodonticamente.

2.4.1 Pinos de fibra

Segundo Scotti e Ferrari (2003), o desenvolvimento de pinos de fibra deve-se a Duret

et al. que introduziram na França, em 1990 o Composipost (RTD), o primeiro pino de fibra de

carbono, propondo um procedimento restaurador inovador que associava materiais com

características bio-mecânicas semelhantes,. Os pinos reforçados por fibra introduziram um

novo conceito de sistema restaurador: pino, cimento, material de preenchimento, os quais

constituem um complexo estruturalmente homogêneo. Em 1996, esse sistema foi lançado no

mercado americano, com a marca comercial C-Post (Bisco).

Os pinos de fibra de carbono são constituídos de 64% de fibras de carbono

longitudinais, com 8m de diâmetro e 36% de uma resina epóxica. São comercializados no

formato paralelo passivo, com extremidade cônica e com 3 diâmetros diferentes. Devido

desvantagem da coloração acinzentada, que os tornam pouco estéticos, principalmente quando

usados com restaurações estéticas livres de metal, foram lançados os pinos de fibra de

carbono revestidos por quartzo. Suas propriedades, porém, foram conservadas.

Na tentativa de fazer passar a luz no interior do canal radicular, e dessa forma

(45)

vidro. Esses pinos de aspecto translúcido permitiram a introdução dos cimentos duais, em que

a característica de translucidez do pino é utilizada como transmissor de luz.

A Dentatus (Suécia), em 1999, lançou os pinos translúcidos Luscent Anchor, os quais

apresentam formato paralelo/passivo e são comercializados em 3 diferentes tamanhos de

diâmetro. Esses pinos são fototransmissores e extremamentes estéticos devido à sua

composição que proporciona uma refração e transmissão das cores internas através do dente

ou do material restaurador estético, porcelana ou resina composta. 0 Fibre-Kor Post

(Jeneric-Pentron) apresenta uma composição básica de fibras de vidro longitudinais (42%), envoltas

em uma matriz de BIS-GMA (29%) e partículas inorgânicas (29%).

A composição e a morfologia dos pinos são hoje padronizadas. Os pinos são

constituídos por uma matriz resinosa na qual são imersas as fibras de reforço. A matriz

resinosa é constituída, na maior parte dos pinos, por resina epóxica que apresenta a

pecualiridade de ligar-se através de radicais livres comuns à resina B1S-GMA, constituinte

predominante dos sistemas de cimentação adesiva. 0 componete de reforço dos pinos é

constituído pelas fibras que representam o próprio sistema de reforço. Diversas fibras

sintéticas foram empregadas na Odontologia, com a finalidade de melhorar as propriedades

mecânicas das resinas utilizadas para próteses. Entre as fibras testadas para essa finalidade,

destacam-se as de vidro e as de carbono. Os materiais compostos fibra/resina, dentre os quais

os pinos intra-radiculares, demonstram a máxima resistência à tensão quando o estresse é

suportado apenas pelas fibras.

As fibras de carbono apresentam elevada resistência à tração e adequado módulo de

elasticidade. Tais fibras não se deformam antes de fraturar-se. As fibras de vidro são menos

(46)

as fibras correm paralelas ao longo do eixo do próprio pino, para reduzir ao mínimo a

transferência de tensões para a matriz.

A resistência da ligação entre a matriz e as fibras não é elevada, o que permite a fácil

remoção dos pinos cimentados no canal, com brocas montadas em micromotor; isso só é

possível graças ao fato das fibras se destacarem da matriz. Por outro lado, essa ligação

mostra-se suficiente para impedir o desfibramento dos pinos pelo descolamento das fibras da

matriz durante as cargas funcionais e parafuncionais. A ligação entre as fibras geralmente é

feita com agente de união, a fim de favorecer a adesão entre os dois componentes.

2.4.2 Propriedades mecânicas dos pinos de fibra

Scotti e Ferrari (2003) relataram que a característica fisica peculiar dos pinos de fibra é

o seu módulo de elasticidade, determinando-os um comportamento muito similar ao da

estrutura dental, reduzindo assim a transmissão de tensões sobre as paredes radiculares, o que

evita uma possível fratura.

0 comportamento mecânico dos pinos de fibra é definido como anisótropo. Esses

materiais demonstram comportamento variado, dependendo da incidência de forças. E, devido

a essa característica, o módulo de elasticidade medido dos pinos é de valor variável em

relação à direção das cargas. 0 módulo de elasticidade medido ao longo dos eixos das fibras é

de 90GPa, mas com uma incidência de 30°, em relação ao eixo longitudinal das fibras, muda

para 34GPa, e, quando as cargas são perpendiculares As fibras, é de 8GPa. Tais situações de

carga são semelhantes em relação As situações de máxima intercuspidação, à oclusão céntrica,

Referências

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