• Nenhum resultado encontrado

Open Situação nutricional de crianças em escola: fatores determinantes

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Open Situação nutricional de crianças em escola: fatores determinantes"

Copied!
114
0
0

Texto

(1)

NÍVEL – MESTRADO

MARIA VERÔNICA FARIAS DE VASCONCELLOS

SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM ESCOLA: FATORES

DETERMINANTES

(2)

MARIA VERÔNICA FARIAS DE VASCONCELLOS

SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM ESCOLA: FATORES DETERMINANTES

Dissertação apresentada ao colegiado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, nível mestrado, inserido na Linha de Epidemiologia e Saúde.

Orientador: Profº Dr. Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna

(3)

V331s Vasconcellos, Maria Verônica Farias de.

Situação nutricional de crianças em escola: fatores determinantes / Maria Verônica Farias de Vasconcellos.- João Pessoa, 2011.

117f. : il.

Orientador: Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCS

1. Enfermagem. 2. Epidemiologia e saúde. 3. Nutrição. 4. Obesidade. 5. Situação nutricional – escolares.

(4)
(5)

AGRADECIMENTO ESPECIAL

(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo que tem feito por mim, pelas bênçãos derramadas em minha vida, pelo amor, cuidado, força e sabedoria que sempre me deu, obrigada meu Deus, sem a tua presença nestes dias tenho certeza que nada teria sido feito nem alcançado.

Aos meus pais, Oswaldo Araújo de Farias e Maria Nazaré de Sousa Farias, pelo amor, carinho, confiança e esforço que sempre tiveram por mim. Pela dedicação que sempre me tiveram. Minha eterna gratidão. Amo vocês.

Ao meu marido, Nathanael de Vasconcellos Neto, companheiro e amigo, por estar sempre presente em minha vida e pelo apoio que sempre tem me dado em todos os momentos – a você com amor.

Aos meus filhos, Oswaldo Farias de Vasconcellos, Luciana Farias de Vasconcellos e Filipe Farias de Vasconcellos, pelo cuidado, incentivo, amor e carinho que sempre me deram. Obrigada por estarem sempre presentes na minha vida, amo cada um de vocês de uma maneira especial.

Ao meu genro, Guilherme Nascimento, pela sua atenção, participação, colaboração e paciência em todas as vezes que precisei de sua ajuda, meu muito obrigado, conte sempre comigo.

A minha neta, Cecília, que veio fazer parte da minha vida trazendo alegria, descontração e amor e ao mais novo príncipe que está para chegar mas que já me enche de muita alegria.

(7)

Ao meu orientador, Professor Doutor Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna, pela dedicação, atenção, paciência, compreensão, amizade e ajuda na realização deste sonho. Obrigada por tudo, sua capacidade foi essencial nessa realização.

A professora Solange Costa, pela grande amizade ao longo dos anos e por me incentivar para investir nesta jornada. O seu encorajamento foi de extrema importância, muito obrigado.

A professora Doutora Edneide Gezine, pelo seu incentivo, colaboração e apoio em todos os momentos em que sua participação foi necessária.

A todos da Escola de Educação Básica da UFPB, pela oportunidade e por terem aberto as portas para a realização deste trabalho, meu muito obrigado.

Aos professores Dra. Solange Fátima Geraldo da Costa, Dra. Maria Amélia Amado Rivera e Dr. Roberto Teixeira Lima, pela contribuição como membros da banca.

Ao meu sobrinho Luiz Lambert, meus sinceros agradecimentos.

A todas as crianças como principais participantes deste trabalho, pela sua alegria, carinho e dedicação, com uma participação calorosa e despretensiosa, sem eles nada teria sido possível realizar.

(8)

RESUMO

O principal objeto de estudo da Nutrição, por muitos anos, foram as doenças carenciais, com ênfase na desnutrição. Contudo, nos últimos anos verifica-se um rápido aumento da prevalência da obesidade em vários países inclusive o Brasil apesar de ainda conviver com índices elevados de problemas carenciais a exemplo do alto índice de prevalência da anemia. Nesse sentido, tratando-se especificamente de crianças é de grande importância se avaliar a situação nutricional, pois esta tem influência direta sobre os riscos de mortalidade e crescimento e desenvolvimento infantil. O déficit no consumo de micronutrientes afeta a condição nutricional e se faz presente, quando alimentos tais como: frutas e verduras são restritas dentro dos hábitos alimentares atuais, como também, quando não se faz presente o consumo de alimentos ricos em vitamina C e Ferro, o que pode contribuir para a alta prevalência de anemia, que está associada aos maus hábitos alimentares e ser independentemente da classe social. A identificação da situação nutricional em crianças, especificamente inseridas no ambiente escolar, bem como o acompanhamento destas, constitui uma iniciativa extremamente importante no processo de avaliação das condições de saúde da população infantil. Dentro desse contexto o presente estudo tem como objetivos traçar o perfil nutricional de crianças do pré-escolar e escolar menor em uma escola pública e identificar fatores determinantes com ênfase nas seguintes variáveis: peso, altura, idade, gênero, atividade física, pressão arterial, medidas da cintura, tipo de alimentação, atividade de lazer, tempo gasto com TV, tempo gasto com computador e jogos eletrônicos. Foi realizado um estudo transversal, descritivo e correlacional, com abordagem quantitativa de dados. A pesquisa foi realizada na Escola de Educação Básica – UFPB – Campus I. A amostra foi composta por 92 crianças. Os dados foram coletados no período de agosto a dezembro de 2010, utilizando-se a técnica de entrevista tomando por base um formulário. Além disso, foram levantados dados referentes ao peso, altura, idade, pressão arterial e medida da cintura. Os resultados apontam que 23,1% das crianças apresentam sobrepeso; 13,2% apresentam obesidade; uma prevalência de 32,2% de hipertensão arterial, os valores da circunferência da cintura apresentam risco em 38,5% da amostra, além disso, foi detectada a prevalência de 74,1% de constipação intestinal. A situação nutricional destas crianças encontra-se dentro do cenário do perfil epidemiológico brasileiro quando associado a estes resultados estão o estilo de vida sedentário e os hábitos alimentares inadequados. Sendo necessária uma intervenção a fim de mudar este quadro.

(9)

ABSTRACT

The main object of study of nutrition for many years was the deficiency diseases with emphasis on nutrition. However, in recent years there has been a rapid increase in obesity prevalence in several countries including Brazil despite still live with high rates of deficiency problems such as the high prevalence rate of anemia. In this sense, the case specifically of children is of great importance to assess the nutritional situation as this has direct influence on the risk of mortality and child growth and development. The deficit in micronutrient in take affects the nutritional status and is present when foods such as fruits and vegetables are restricted within the current eating habits, but also not present when the consumption of foods rich in vitamin C and Iron, Which may contribute to the high prevalence of anemia which is associated with poor eating habits and be independent of social class. The identification of the nutritional status of children, specifically introduced into the school environment and the monitoring there of is an extremely important initiative in the process of assessing the health status of children. Within this context, this study aims to trace the children of the nutritional status of preschool and lower school in a public school and to identify factors with emphasis on the following variables: weight, height, age, gender, physical activity, blood pressure, waist, food type and leisure activity, time spent with TV, spending time with computer and video games. We conducted a descriptive study, and correlational data with quantitative approach. The survey was conducted in the School of Basic Education – UFPB – Campus I. The sample consisted of 92 children. Data were collected between August – December 2010, using the technique of building on an interview form. In addition, data were collected concerning the weight, height, age, blood pressure and waist circumference. The results show that 23.1% of children are overweight, 13.2% are obese, a prevalence of 32.2% for hypertension, the values of waist circumference at risk in 38.5% of the shows, in addition was detected 74.1% prevalence of constipation. The nutritional situation of these children is within the scenario of Brazilian epidemiological profile when combined with these results are the sedentary life style and poor eating habits. Being necessary to intervene in order to change this picture.

(10)

RESÚMEN

El principal objeto de estudio de lanutrición durante muchosaños, fueronlasenfermedades de deficiencia, conénfasisenlanutrición. Sin embargo, enlos últimos años ha habidoun rápido aumento de laprevalencia de laobesidadenalgunos países como Brasil, mientras que todavíavivencon altos índices de problemas de deficiencia, como la alta prevalencia de anemia. En este sentido, específicamenteenel caso de losniños es de granimportancia para evaluarel estado nutricional, ya que estotiene una influencia directa sobre elriesgo de mortalidad y de crecimiento y desarrollo infantil. El déficit enel consumo de micronutrientes afectael estado nutricional y está presente en alimentos tales como frutas y verduras están restringidos dentro de los hábitos alimenticiosactuales, pero también que no están presentes cuandoel consumo de alimentos ricos en vitamina C y hierro, que pueden contribuir a la alta prevalencia de anemia, que se asociacon malos hábitos alimenticios y ser independiente de laclase social. La identificacióndel estado nutricional enlosniños, incluidosespecíficamenteenel entorno escolar, así como elseguimiento de estos, es una iniciativa muy importante enelproceso de evaluación de lasalud de losniños. Dentro de este contexto, el presente estudiotiene como objetivo encontrar a losniñosdel estado de nutrición de laescuelapre-escolar y menor en una escuela pública e identificar losfactores, conénfasisenlassiguientesvariables: peso, talla, edad, sexo, actividad física, presión arterial, medidas de la cintura, la dieta, laactividad, eltiempo libre viendotelevisión, eltiempo dedicado a losjuegos de computadora y video. Se realizó una base de datos de corte transversal, descriptivo y correlacional, conun enfoque cuantitativo. La encuesta se realizóenlaEscuela de Educación Básica - UFPB - Campus I. La muestra está compuesta por 92 niños. Los datosfueronrecolectados entre agosto y diciembre de 2010, mediante la técnica de laconstrucciónenunformulario de entrevista. Además, se recogierondatos sobre el peso, la estatura, laedad, presión arterial y lacircunferencia de la cintura. Los resultados muestran que el 23,1% de losniñoscon sobrepeso, el 13,2% son obesos, una prevalenciadel 32,2% de lahipertensión, los valores de lacircunferencia de la cintura ensituación de riesgoenel 38,5% de lamuestratambién se detectó 74,1% de prevalenciadelestreñimiento. La situación nutricional de estosniñosesenel perfil epidemiológico de lasituación de Brasil, cuandoestos resultados se asocian a un estilo de vida sedentario y los malos hábitos alimenticios. Como una intervenciónnecesaria para cambiar esta imagen.

(11)

Figura 01 – Distribuição das crianças pela idade em anos... 53

Figura 02 – Distribuição das crianças por altura... 54

Figura 03 – Distribuição das crianças por peso... 55

Figura 04 – Distribuição das crianças em relação ao Índice de Massa Corporal... 55 Figura 05 – Distribuição da classificação do Índice de Massa Corporal (IMC)... 71 Figura 06 – Distribuição da classificação da alimentação em relação ao sexo das crianças... 72 Figura 07 – Distribuição da classificação da alimentação das crianças por série... 73 Figura 08 – Distribuição da classificação da alimentação em relação à pressão arterial... 74 Figura 09 – Distribuição do valor de pressão arterial em relação à

classificação do Índice de Massa Corporal

(12)

LISTA DE TABELAS

(13)

CC – Circunferência da Cintura

CONEP – Conselho Nacional de Ética e Pesquisa

DCV – Doenças Cardiovasculares.

GH – Hormônio do Crescimento.

HA – Hipertensão Arterial.

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica.

HC-UNICAMP – Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.

HDL-c – High density lipoprotein.

IDL-c – Intermediary density protein.

IMC – Índice de Massa Corporal.

LDL-c - Low density lipoprotein.

NH – National Health.

PA – Pressão Arterial.

PAD – Pressão Arterial Diastólica.

PAS – Pressão Arterial Sistólica.

PC – Personal Computer.

POF – Pesquisa sobre Orçamento Familiar.

VLDL – Very low density lipoprotein.

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA... 18

2.1 Transição Nutricional... 19

2.2 Fatores que influenciam a ingestão de alimentos... 22

2.3 Sobrepeso e Obesidade... 25

2.3.1 Fatores Etiológicos... 28

2.3.1.1 Genéticos... 29

2.3.1.2 Ambientais... 29

2.3.1.2.1 Dieta... 29

2.3.1.2.2 Atividade Física, Lazer, Mídia e Família... 30

2.4 Hipertensão Arterial... 34

2.5 Dislipidemia Infantil... 37

2.6 Anemia Ferropriva... 40

2.7 Constipação Intestinal... 42

3 METODOLOGIA... 44

3.1 Tipo de Estudo... 45

3.2 Local da pesquisa... 45

3.3 População e Amostra... 45

3.4 Coleta de Dados... 46

3.4.1 Peso... 46

3.4.2 Altura... 47

3.4.3 Idade... 47

3.4.4 Índice de Massa Corporal (IMC)... 47

3.4.5 Pressão Arterial... 48

3.4.6 Circunferência da Cintura (CC)... 48

3.4.7 Exames Laboratoriais... 49

3.4.7.1 Hemograma... 49

3.4.7.2 Lipídeos... 49

3.5 Considerações Éticas... 49

3.6 Análise dos Dados... 50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 51

(15)

APÊNDICES... 89

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... 90

APÊNDICE B: Instrumento: Como está sua alimentação?... 92

APENDICE C: Formulário de Entrevista com os Pais... 97

ANEXOS... 100

ANEXO A: Certidão de Aprovação... 101

ANEXO B: Classificação da pressão arterial para crianças e adolescentes (modificado do The Fourth Report on the diagnosis, Evaluation and treatment of High Blood Pressure in Children and Adolescents)... 102

ANEXO C: Gráfico de desenvolvimento de meninas para cálculo do percentil de altura... 103

ANEXO D: Gráfico de desenvolvimento de meninos para cálculo do percentil de altura... 104

ANEXO E: Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial para meninos de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura... 105

ANEXO F: Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial para meninas de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura... 106

ANEXO G: IMC (Kg/m²) por idade (meses) para o sexo masculino – menores de 5 anos (WHO 2006)... 107

ANEXO H: IMC (Kg/m²) por idade (meses) para o sexo feminino – menores de 5 anos (WHO 2006)... 108

ANEXO I: IMC (Kg/m²) por idade (em anos) para o sexo feminino (F) e masculino (M) – dos 5 aos 19 anos (WHO 2007)... 109

ANEXO J: Valores normativos para circunferência da cintura (meninas)... 110

(16)
(17)

No Brasil observa-se uma mudança do perfil epidemiológico, em que há uma diminuição das doenças infectocontagiosas. Em contra partida, há um aumento de doenças crônicas, as quais são difíceis de tratar e de alto custo, como é o caso das doenças cardiovasculares. Este fato, então, sinaliza para a importância de prevenir em crianças as doenças consideradas do adulto, a fim de evitar que não se instale no futuro uma epidemia (BRASIL, 2005).

Quanto ao aspecto nutricional de acordo com Leão (2003), o Brasil já é apontado entre os países que apresentam rápida elevação de sobrepeso e de obesidade, quando avaliados a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), principalmente em crianças e adolescentes, mesmo em populações mais carentes. O país encontra-se assim numa transição nutricional, através da qual se observa uma diminuição de desnutridos, acompanhado por uma crescente taxa de sobrepeso e obesidade, caracterizando as duas faces da insegurança nutricional. Este fenômeno tem por base a sobrecarga alimentar, devido ao consumo de alimentos com alta densidade calórica, ricos em hidratos de carbono e lipídios, entre os quais são valorizados: doces, salgados, pizzas, refrigerantes, achocolatados, biscoitos, sucos artificiais, hambúrgueres, dentre outros.

A identificação da situação nutricional de crianças no ambiente escolar e o acompanhamento de sua situação nutricional destas constitui uma iniciativa de fundamental importância para se avaliar as condições de saúde da população infantil, e monitorar a evolução da qualidade de vida da população em geral, De acordo com Cuervo, (2005) a essencialidade da avaliação nutricional decorre da sua influência decisiva sobre os riscos de morbidade, mortalidade e desenvolvimento infantil.

(18)

15

Vale ressaltar que as necessidades fisiológicas variam muito em função da idade e da situação nutricional e vai depender do balanço entre as necessidades e o consumo. Em relação aos distúrbios nutricionais por falta de nutrientes, os mais jovens e os mais velhos são mais susceptíveis a este desequilíbrio. “Mesmo ocorrendo um consumo elevado de alimentos calóricos, o consumo de micronutrientes, depende muito da qualidade da alimentação, que pode apresentar déficits.” (KACet al., 2009, p. 588).

Uma alimentação equilibrada é um fator primordial para uma boa condição de saúde de uma pessoa. E pode ser avaliada pela situação nutricional, levando-se em conta o consumo dos alimentos e considerando a ingestão regular de macro e micronutrientes provenientes destes. Estes aspectos são evidenciados por Cuervoet al. (2005), quando afirma que a avaliação do estado nutricional de um indivíduo identifica se a ingestão alimentar deste está sendo suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais, no que diz respeito à renovação celular dos tecidos corporais, como para suprir o gasto calórico.

É de grande importância se avaliar a situação nutricional, pois esta tem influência direta sobre os riscos de mortalidade, crescimento e desenvolvimento infantil. O déficit no consumo de micronutrientes afeta a condição nutricional e se faz presente, quando alimentos tais como: frutas e verduras são restritas dentro dos hábitos alimentares atuais, como também, quando não se faz presente o consumo de alimentos ricos em vitamina C e Ferro, o que pode contribuir para a alta prevalência de anemia; que está associada aos maus hábitos alimentares e ser independente da classe social.

Aliado aos hábitos alimentares inadequados destaca-se o sedentarismo, e a falta de atividade física espontânea, quando as crianças vão raramente a pé para a escola, passam grande parte do dia sentadas, estudando ou vendo televisão, com o controle na mão, ou no computador, segundo Mello; Luft e Meyer (2004). “A forma de vida sedentária da sociedade moderna, facilitada pelos avanços tecnológicos (videogames, televisão, automóvel, etc.), contribui para a redução do gasto energético.”

(19)

sedentário associado aos maus hábitos alimentares conduz atualmente a população a uma pandemia global de obesidade com incidência crescente na infância, esse problema torna-se alarmante quando se considera a sua evolução e associações, com as múltiplas morbidades que a acompanham, aumentando o risco de mortalidade cardiovascular o que resulta na diminuição da qualidade de vida em todos os ciclos de vida.

Um importante indicador das condições e qualidade de vida de uma população é a situação nutricional infantil. Para a observação das condições de vida da população infantil e da sociedade utilizam-se como instrumentos essenciais o monitoramento da situação nutricional e o controle do crescimento infantil, nesse contexto, Laurentino e colaboradores (2003), ressaltam que, informações sobre “a natureza, magnitude, distribuição geográfica, classes sociais e problemas alimentares e nutricionais de uma sociedade, constitui o componente inicial básico de qualquer estratégia integral e efetiva para eliminá-los.”

Nesse contexto, como nutricionista, atuando aproximadamente há 20 anos com crianças no ambiente escolar. Tenho acompanhado crianças com problemas nutricionais.

Diante desta realidade, ao ingressar no programa de pós-graduação de Enfermagem da UFPB, senti-me motivada a realizar um estudo buscando respostas para o seguinte questionamento: Qual a situação nutricional das crianças em escola e seus fatores determinantes?

Para responder à questão proposta este estudo teve como objetivo:

• Traçar o perfil nutricional de crianças do pré-escolar e escolar menor em uma escola pública;

(20)

17

estilo de vida, fornecendo informações relevantes no campo da epidemiologia no âmbito nutricional.

(21)
(22)

2.1 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL

A transição em saúde pública, segundo Pontes (2009, p. 123), ocorre a partir de “diferentes movimentos transacionais que percorrem a história da população humana, gerando ‘impressões’ em cada configuração social específica.” Devido ao desenvolvimento industrial do final do século XIX em diante, teve início mudanças significativas no perfil epidemiológico em países considerados principais responsáveis pela economia mundial. Dois fatores tiveram influência direta nestas mudanças: 1º) O processo de transição demográfica, justificada pelas alterações da faixa etária; 2º) A presença das doenças crônico-degenerativas e as relacionadas com causas externas, substituindo gradualmente as doenças infecciosas e parasitárias modificando os padrões de morbidade e de mortalidade (PONTES, 2009).

A Epidemiologia Nutricional, nos últimos anos, apresenta um quantitativo considerável de conhecimentos no que concerne as doenças específicas com nutrientes, os autores Kac; Hasselmann e Sichieri (2009) definem Transição Nutricional, “como a ocorrência de alterações de características nutricionais onde ocorre mudança no consumo alimentar da população, decorrentes de mudanças econômicas sociais e demográficas”, “[...] expressando-se como uma alteração e mesmo uma inversão no perfil de distribuição dos problemas nutricionais das populações, em geral, uma transição da desnutrição para a obesidade [...]” (PONTES, 2009, p.143).

Vale ressaltar que a maioria dos países em desenvolvimento, a transição nutricional tem apontado para um aumento da presença de obesidade, embora, ainda haja baixo peso, explicando assim o aumento da carga dessas doenças na situação atual.“No âmbito da saúde pública, surge um desafio de grande complexidade, exigindo análise de como se constituem os padrões alimentares, e os padrões de atividade física.” (PONTES, 2009, p.146).

(23)

renda, estilo de vida e especificamente, demandas nutricionais. (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003).

Considerado um dos mais importantes transtornos nutricionais em países desenvolvidos, também no Brasil se observa o aumento da sua prevalência, “[...] a obesidade é hoje considerada uma doença epidêmica, dada sua morbidade e sua influência no perfil de morbimortalidade dos diferentes grupos populacionais.” (PONTES, 2009, p.146)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus nos últimos dez anos. “A obesidade ocorre mais frequentemente nos primeiros anos de vida, entre cinco e seis anos, e na adolescência.” (MELLO et al. ,2004, p. 173). No que se refere ao sobrepeso, a prevalência global revela-se elevada, ultrapassando 30% em todas as capitais (PONTES, 2009, p.146).

Por outro lado, a desnutrição vem apresentando um decréscimo, enquanto a obesidade, assim como os problemas a ela relacionados, vem aumentando cada vez mais (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003). Diante dessa perspectiva é oportuno destacar que “o Brasil já está entre os países com rápida elevação do sobrepeso e obesidade – quando avaliada a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) principalmente em crianças e adolescentes, mesmo em populações mais carentes” (LEÃO et al.,2003, p. 155).

Em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o aumento do excesso de peso ocorreu, particularmente nas últimas décadas do século XX, sendo que as informações mais recentes indicam que aproximadamente 40% da população brasileira apresentam algum grau de excesso de peso e que 8,9% dos homens adultos e 13,1% das mulheres apresentam obesidade (IMC≥ 30,0 kg/m), dados esses referentes à Pesquisa sobre Orçamento Familiar (POF) realizado de 2002 a 2003.

(24)

21

Tem ocorrido um aumento significativo no sobrepeso e na obesidade em crianças ao mesmo tempo em que diminui a desnutrição, [“um antagonismo de tendências temporais entre desnutrição e obesidade, definindo uma das características marcantes do processo de transição nutricional do país”] (BATISTA, RISSIN, 2003). Diante disso Pontes et al. (2009, p. 146) afirmam que:

A consequência de novos estilos de vida impostos por um lado, pelo acesso a certos recursos e, de outro, a má distribuição de renda, o desemprego, o confinamento resultante da violência, a expansão do consumo de alimentos de alta densidade calórica, baixo custo e, igualmente, baixo valor nutricional, e a propaganda de alimentos pelos meios de comunicação evidenciam que, apesar dos esforços no setor alimentar e nutricional, há ainda a necessidade de intervenções em diferentes níveis / setores para que se possa erradicar a fome e conter o avanço acelerado da obesidade como problema sócio sanitário.

(25)

Nos primeiros anos de vida preferências e aversões alimentares são desenvolvidas pelas crianças. Dentre os fatores que influenciam a ingestão de alimentos estão em destaques o ambiente familiar, as tendências sociais, as mensagens da mídia e a influência dos colegas (LUCAS; FEUCHT, 2010).

AMBIENTE FAMILIAR

As escolhas alimentares de pais e filhos, segundo Lucas e Feucht (2010, p. 2), muitas vezes são as mesmas devido à influência genética e a hábitos alimentares da família (ADA, 2004). Dentro desta perspectivapara as crianças, os pais e os parentes mais velhos são os que mais influenciam nas preferências e aversões alimentares. Os alimentos consumidos pelas crianças devem ser fornecidos pelos pais e adultos responsáveis sendo levado em conta o seu valor nutritivo, preparados de forma apropriada, segura em refeições regulares e leves. Os autores acrescentam que

uma relação alimentar positiva inclui divisão de responsabilidade entre pais e crianças, além disso, a atmosfera ao redor do alimento e a hora da refeição também influenciam as atitudes com relação ao alimento e à alimentação. Contudo as tendências nacionais indicam que as refeições com a família estão cada vez menos comuns.

Em virtude dos atuais estilos de vida de uma família cujos membros têm trabalho fora de casa principalmente a mulher.

TENDÊNCIAS SOCIAIS

(26)

23

Hoje o pouco tempo disponível para as famílias realizarem as refeições em casa, se encontrarem em horários regulares tem sido muito difícil pelo corre-corre e a agitação do dia a dia, sem falar que a grande maioria das mulheres com emprego passa o dia fora de casa. Daí as refeições incluem fastfoods, ou alimentos de fácil preparação, não sendo levado em conta o seu

valor nutritivo (LUCAS; FEUCHT, 2010).

INFLUÊNCIA DA MÍDIA

As mensagens sobre alimentação, que são passadas para as crianças, enquanto estas assistem à televisão, têm sido um dos fatores que tem influenciado no ganho de peso, contribuindo assim para o sobrepeso e obesidade e alta prevalência nesta faixa etária (DIETZ; GORTMAKER, 2001)

Segundo Lucas e Feucht (2010, p. 231) “O alimento é comercializado para as crianças utilizando uma variedade de técnicas de divulgação, incluindo anúncios na televisão, comercialização nas escolas, na internet e promoção de compras.” Os autores também afirmam o quanto pode ser prejudicial ao crescimento e desenvolvimento as horas passadas em frente à televisão, pois esta atividade induz ao sedentarismo por encorajar a inatividade e o uso passivo das horas de lazer.

Geralmente, enquanto as crianças assistem à televisão costumam consumir alimentos entre os intervalos das refeições, escolhendo principalmente aqueles com valor calórico inadequado, ricos em hidrato de carbono e gorduras saturadas. Esse tipo de alimento contribui em muito para as cáries dentárias devido ao contato dos dentes com os alimentos cariogênicos ricos em açúcar (PALMER, 2005).

INFLUÊNCIA DOS COLEGAS

(27)
(28)

2.3 SOBREPESO E OBESIDADE

O sobrepeso e a obesidade, de acordo com Gee, Mahan e Stump (2009, p. 538), são resultados de “um desequilíbrio entre o consumo de alimentos e a atividade física.” Sendo, portanto, fatores de risco para a saúde de crianças e adolescentes.

O sobrepeso e a obesidade são distúrbios crônicos complexos, relacionados a vários fatores que desequilibram o balanço energético na direção do ganho de peso. Ambos os termos – sobrepeso e obesidade – são comumente usados sem distinção, como se fossem sinônimos. Porém, do ponto de vista técnico, possuem significados diferentes. Sobrepeso é o peso corporal que excede do peso normal ou padrão dos indivíduos da mesma raça e sexo baseado na altura, idade e constituição física (WILMORE, COSTIL, 2001). Enquanto a obesidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a “doença na qual a gordura se acumulou no organismo a tal ponto, que a saúde pode ser afetada.” (LEÃO, 2003, p. 152). A obesidade é uma doença crônica e complexa que constitui um grave problema de saúde pública, em escala global, assumindo contornos epidêmicos.

É particularmente preocupante nos países subdesenvolvidos, onde atinge todos os grupos etários e aumenta a um ritmo alarmante entre as crianças e adolescentes, com início em idades cada vez mais precoces.

Nos países em desenvolvimento surge como um problema de saúde emergente, paralelamente a situações de subnutrição. Vários estudos longitudinais demonstram que a obesidade infantil é fator preditivo de obesidade na vida adulta, mesmo em idades mais precoces. Três fases de crescimento parecem ser particularmente decisivas nessa evolução: o período pré-natal, o período compreendido entre os quatro a oito anos e a adolescência; faixa etária em que a obesidade ocorre com maior frequência (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

(29)

Pode-se classificar a obesidade de acordo com o número e tamanho dos adipócitos em hiperplásica e hipertrófica, para o entendimento do desenvolvimento da obesidade infantil é muito importante ter conhecimento da idade em que o quadro se iniciou. A obesidade do tipo hiperplásica se manifesta na infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo, aumenta a dificuldade da perda de peso e gera uma tendência natural à obesidade futura. Quanto à obesidade hipertrófica, esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta, e é causada pelo aumento do volume das células adiposas (SOARES; PETROSKI, 2003)

A obesidade pode ser classificada, de outras duas formas: 1. Endógena ou primária, que deriva de problemas hormonais, tais como: alterações do metabolismo tireoidiano, gonodal, hipotálamo-hipofisário, tumores como a craniofaringeoma e as síndromes genéticas;

2. Exógena ou nutricional ou secundária que é multicausal, derivada do desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico, devendo ser manejada com orientação alimentar, especialmente mudanças de hábitos e otimização da atividade física (FISBERG, 2005; MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

Tal situação pode ser atribuída, em parte, ao maior acesso aos alimentos industrializados, que acompanha a urbanização, juntamente com a falta de informação adequada, que induz a erros alimentares como o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gordura (ESCRIVÃO et al., 2000).

As causas que explicam esse aumento no número de obesos no mundo estão ligadas às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares. O aumento do consumo de alimentos gordurosos com alta densidade energética, e a diminuição na prática de exercícios físicos são os dois principais fatores ligados ao meio ambiente, que colaboram para o aumento da prevalência de obesidade (BRAY; POPKIN, 1998 apud LIMA; ARRAIS; PEDROSA, 2004).

(30)

27

estudos epidemiológicos com métodos antropométricos mostram claramente o aumento do excesso de peso na população brasileira.

A obesidade infantil é considerada uma forte indicação de sua permanência na fase adulta, com os consequentes riscos de doença cardiovasculares e diabetes. Pode acarretar, também, distúrbios psicológicos, isolamento, depressão e autoestima baixa.

Segundo Leão (2003) a obesidade é considerada como doença na qual o excesso de gordura corporal se acumula a tal ponto que a saúde pode ser afetada.

A obesidade infantil vem sendo, há muitos anos, motivos de pesquisas por estudiosos do mundo inteiro e é considerada a doença nutricional que mais cresce no mundo e a de mais difícil tratamento (FISBERG, 2005).

O número de crianças obesas não atinge proporções tão elevadas, mas em função do crescimento do sedentarismo (crianças estão mais tempo em frente à televisão e jogos de computador) e de hábitos alimentares inadequados (maior apelo comercial, o qual inclui um elevado consumo dos chamados lanches rápidos, fastfoods, doces e guloseimas), estes sujeitos à obesidade e, por conseguinte, uma

população adulta sujeita a alta morbimortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) (FISBERG, 2005;KOCHI; MONTÉ, 2006; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; RODRIGUES, 1998; TRICHES; GIUGLIANI, 2005).

A obesidade infantil é um problema tão antigo quanto os primeiros passos do ser humano na terra, e por esse motivo, o seu estudo se faz tão complexo e denso, já que ela acompanha o homem desde os primórdios da sua criação. Lidarmos com uma doença que toca na área do prazer humano que é “comer”, torna-se bastante difícil e árduo (FISBERG, 2005).

(31)

2.3.1. FATORES ETIOLÓGICOS

Sabe-se que a obesidade pode ser causada por fatores biológicos, hereditários, psicológicos e principalmente por fatores ambientais, que incluem alimentação inadequada e falta de atividade física (GARCIA, 2007).

Várias hipóteses tentam explicar a natureza e as causas do sobrepeso e da obesidade; mas é fato que, nenhuma teoria única pode explicar completamente todas as suas manifestações. Tratando-se do sobrepeso e obesidade na infância e adolescência, o fator de risco mais importante no seu desenvolvimento, na idade adulta, é a frequência de obesidade entre os familiares, pela sua soma genética e pelos fatores ambientais; os hábitos alimentares, determinados pelos níveis de ingestão de energia; e, o sedentarismo, caracterizado pelo estilo de vida geral da família (ESCRIVÃO et al., 2001).

Vários fatores externos e internos influenciam o comportamento alimentar. Entre os externos estão: unidade familiar e suas características, valores sociais e culturais, mídias, alimentos rápidos e manias alimentares; entre os internos: necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, autoestima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

A associação de transição epidemiológica, demográfica e comportamental e a alteração do hábito alimentar “são apontadas como fatores causais do aumento progressivo da obesidade infantil” (RINALDI et al. ,2008, p. 271). Além disso, o desenvolvimento tecnológico e a industrialização trazem à sociedade hábitos alimentares de um consumo facilitado por alimentos que já vêm prontos, com alta densidade energética, acompanhados de sedentarismo (SOUZA, 2004). Há o seguinte destaque como fatores para a obesidade infantil:

(32)

29

Portanto, considerando estes fatores, verifica-se a importância destes para o avanço no conhecimento da prevalência do sobrepeso e obesidade.

2.3.1.1. GENÉTICOS

Cerca de 80% das crianças entre 10 e 14 anos com um dos pais com sobrepeso ou obesidade são obesas. A obesidade paterna, considerando-se todo um grupo de crianças com menos de 10 anos, aparece como um fator de risco independente capaz de aumentar em mais que o dobro o risco de obesidade na fase adulta (FERREIRA, 2005).

Gee; Mahan e Stump (2009, p. 556) alertam que, a criança que é obesa após os seis anos, apresenta uma maior “a possibilidade de desenvolver a obesidade na fase adulta muito maior se os pais forem obesos.”

A obesidade na vida adulta ocorre com uma maior probabilidade quando o indivíduo apresenta sobrepeso e obesidade na infância, sendo esta associação um indício maior do que o peso do individuo na vida adulta em relação com o peso de seus pais. Nesse caso sugere-se que, talvez os fatores “ambientais estejam mais implicados na perpetuação da obesidade durante o crescimento e desenvolvimento do que os fatores genéticos” (I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência, 2005, p. 14)

As meninas que têm mães obesas apresentam maior risco de se tornarem adultas obesas do que os meninos. Essa maior tendência das meninas talvez seja devido a maior sensibilidade ao “exemplo do comportamento alimentar da mãe e do estímulo ao maior consumo calórico” (I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência, 2005, p. 15).

2.3.1.2. AMBIENTAIS 2.3.1.2.1. DIETA

(33)

comidas caseiras. Estas transformações provocadas pelo estilo de vida moderna levam ao consumo excessivo de produtos gordurosos, açúcares, doces e bebidas açucaradas (com elevado índice glicêmico) e a diminuição da ingestão de cereais e/ou produtos integrais, frutas e verduras, os quais são fontes de fibras (LIMA; ARRAIS; PEDROSA, 2004).

Nesse contexto, Rinaldi et al. (2008, p. 271) reforçam que é comum no cenário brasileiro práticas alimentares “caracterizadas por elevado teor de lipídeos, sacarose e sódio e por reduzido consumo de cereais integrais, frutas e hortaliças” , enquanto os hábitos de consumo dos alimentos com elevado valor nutritivo como frutas e verduras são colocados em segundo plano ou fazem parte das aversões alimentares das crianças e adolescentes, sendo preferível alimentos tipo fastfoods, refeições de fácil preparação muitas vezes de alta densidade calórica mas que já se tornou um hábito da família.

2.3.1.2.2. ATIVIDADE FÍSICA, LAZER, MÍDIA E FAMÍLIA

De acordo com Lucas e Feucht (2010), ao longo das últimas décadas tem-se observado a diminuição na frequência de atividade física nas crianças sendo isto uma contribuição essencial para a obesidade infantil.

As evidências disponíveis “relacionadas aos padrões de atividade física apontam para um baixo gasto energético e para o crescimento do sedentarismo.” (PONTES et al., 2009, p. 146).

Segundo Yanovski e Yanovski (2002), a maioria da população utiliza em sua dieta alimentos ricos em gordura e com alto valor calórico, associados a excessivo sedentarismo, condicionado pela redução na prática de atividade física e incremento de hábitos que geram baixo gasto calórico, tais como, assistir à TV, uso de vídeo games e computadores, entre outros, além de importantes mudanças no estilo de vida, determinados por fatores culturais e econômicos.

(34)

31

come à frente da televisão e grande parte das propagandas oferece alimentos não nutritivos, ricos em calorias (MELLO, LUFT; MEYER, 2004).

Os autores Almeida; Nascimento e Quaioti, (2002), acrescentam que diante da TV, uma criança pode aprender concepções incorretas sobre o que é um alimento saudável uma vez que a maioria dos alimentos veiculados possuem elevados teores de gorduras, óleos, açucares e sal. Desse modo, a TV exerce grande influência sobre os hábitos alimentares e promove o sedentarismo.

De acordo com Rinaldi et al. (2008), o uso frequente de computadores, jogos eletrônicos e televisores influenciam consideravelmente a inatividade física e ao crescente aumento da prevalência de excesso de peso na infância. É importante destacar que, também o hábito alimentar da família é um fator de muita influência na obesidade da criança. Crianças em idade escolar que ingerem apenas três refeições durante o dia tendem a ser mais pesados do que crianças que se alimentam de cinco a seis vezes ao dia (RODRIGUES, 2004).

Logo, para evitar a obesidade infantil, deve-se incentivar a adoção de um estilo de vida ativo o mais precocemente possível, mantendo-se por toda a adolescência até a vida adulta. Assim sendo, a família desempenha um papel fundamental na formação da criança para a atividade física, pois as primeiras oportunidades e motivações para que alguém se torne fisicamente ativo começam em casa, visto que, indivíduos menos ativos apresentam maior propensão ao hábito de fumar, a obesidade, a níveis elevados de pressão arterial, triglicerídeos, insulina e níveis mais baixos de HDL-colesterol (I Diretriz de Prevenção de Aterosclerose na Infância e na Adolescência, 2005, p. 20). Diante disso, vale ressaltar o que Halpern e Mansini (2002, p. 22) enfatizam, que:

(35)
(36)

2.4. HIPERTENSÃO ARTERIAL INFANTIL

A pressão arterial elevada é responsável pelo surgimento e agravamento das doenças cardiovasculares (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2006). Em virtude disto podem ocorrer complicações tais como: doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular periférica, levando aos altos custos médicos e socioeconômicos.

Segundo dados da American Heart Association 2005, da população pediátrica 5% ou aproximadamente sete milhões de crianças americanas apresentam hipertensão (COUCH; KRUMMEL, 2010).

“A hipertensão arterial detectada em algumas crianças pode ser secundária, por exemplo, as doenças renais; mas pode também, em outros casos, representar o início precoce da hipertensão arterial essencial observada nos adultos.” (BARTOSH; ARONSON, 2002 apud SALGADO; CARVALHÃES, 2003, p. 116)

Estudos desenvolvidos por Negreiros (2004), identificaram que cerca de 80% das crianças que apresentam sobrepeso e obesidade na primeira infância (0 a 2 anos) e, principalmente, na segunda infância (2 a 7anos), tendem a se tornarem adultos obesos, consequentemente, fortes candidatos à hipertensão arterial, problemas vasculares e outras moléstias que coexistem com a obesidade.

A hipertensão arterial é considerada “o primeiro fator de risco para as doenças cardiovasculares, as quais constituem a principal causa de morte no Brasil.” (BARREIRA, 2003, p. 131). Estudos epidemiológicos recentes realizados em cenário brasileiro mostram uma prevalência de 6% a 8% de pressão arterial elevada em crianças (MOURA, 2004).

Salgado (2003, p. 116) ressalta que atualmente a literatura médica preconiza que:

(37)

Desta forma crianças acima de 3 anos devem ter a medida da sua pressão (PA) obtida em toda avaliação de saúde, pelo menos uma vez ao ano. Esta recomendação está respaldada em estudos epidemiológicos realizados no Brasil, que identificaram hipertensão primária na infância, com uma prevalência que variou de 0,8% a 8,2% de (HAS).

De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de Pressão Arterial (PA).

“Estudos clínicos demonstram que a detecção, o tratamento e o controle de HAS são fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares” (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2006, p. 1). Há maior prevalência de HAS associada ao excesso de peso, mesmo em idade mais jovem (BRANDÃO, 2004). O padrão alimentar da população brasileira é rico em sal, açúcar e gorduras, que tem uma direta relação com a HAS. “Ingestão excessiva de sódio tem sido correlacionada com elevação de PA.”(VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2006, p. 2).

Portanto é de suma importância que a verificação da pressão arterial em crianças faça parte do exame físico de rotina na infância, pois isto não só possibilita a detecção prévia da hipertensão arterial secundária assintomática, mas também alguma elevação discreta existente (SALGADO; CARVALHÃES, 2003). Procurando, a partir dos resultados, intervir de maneira a reverter o quadro evitando os agravos que esta patologia pode causar.

A prevenção primária e a detecção precoce “são as formas mais efetivas de evitar as doenças e devem ser metas prioritárias dos profissionais de saúde” (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010, p. 3).

É importante que a PA das crianças após os três anos de idade, seja verificada pelo menos uma vez por ano, como rotina pediátrica. Na população infantil a hipertensão arterial é definida como a pressão igual ou maior que 95 de distribuição da pressão arterial (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010).

(38)

35

A HAS pode ter seu início já na infância e na adolescência, por isso a mesma tem sido muito estudada. Vale salientar que a importância de se obter estas informações evolui com a idade e com os fatores de risco que estão envolvidos com o aparecimento e a permanência destas, tais como o IMC, um dos fatores que tem maior relação com a HAS. A prevalência de pressão arterial elevada apresenta diferença significante quando comparada a grupos de peso normal versus sobrepeso (MOURA, 2004, p. 37).

É importante salientar também que: “O reconhecimento precoce da pressão arterial anormal e a intervenção adequada são necessários para diminuir morbidade/mortalidade cardiovascular e renal futura.” (SALGADO, CARVALHÃES, 2003, p. 115).

A hipertensão arterial “é também uma condição subdiagnosticada em crianças” (CORDINHÃ et al., 2009, p. 148), daí a importância da medição ser implantada em consultas pediátricas e nas avaliações de saúde realizadas em escolas, desde que se use a técnica adequada e se considere os valores normativos adequados à idade e gênero, após determinação do percentil de estatura de cada criança.

Em estudos realizados por Guimarães e colaboradores (2006) apontam que o estilo de vida em relação a hábitos alimentares e atividade física tem grande repercussão na situação nutricional. Pereira et al (2009) realizaram estudo onde a presença da obesidade estava relacionada a um maior índice de hipertensão arterial sistêmica, demonstrando também a evolução ascendente com o aumento dos percentis por IMC.

Outro estudo com escolares no interior de São Paulo identificou a associação de sobrepeso e obesidade com a presença de fatores de risco cardiovascular (PEREIRA et al, 2009). A identificação e a instituição precoce de “medidas preventivas, em idade pré-escolar, representam uma contribuição importante na prevenção das doenças cardiovasculares.” (CORDINHÃ et al., 2009, p. 148).

(39)
(40)

2.5. DISLIPIDEMIA INFANTIL

As dislipidemias são alterações do metabolismo das gorduras, repercutindo sobre os níveis das lipoproteínas ricas em triglicérides, a VLDL (densidade muito baixa) e as ricas em colesterol: a LDL-c (baixa densidade), a IDL-c (densidade intermediária) e a HDL-c (alta densidade) e as concentrações de seus diferentes componentes presentes na circulação sanguínea (FEGUERAZZI et al., 2008).

As dislipidemias são fatores determinantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, estando classificadas entre os mais importantes fatores de risco para a doença cardiovascular aterosclerótica, juntamente com a hipertensão arterial, a obesidade e o diabetes mellitus. No Brasil, essas doenças constituem a principal causa de morbimortalidade (CARVALHO et al.,2007).

As dislipidemias podem ser classificadas em primárias e secundárias:

As primárias ou sem causa aparente muitas vezes têm origem hereditária. As secundárias são causadas por outras doenças, uso de medicamentos ou estilos de vida (IV Diretrizes Brasileiras Hipertensão, 2007).

Segundo a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2007), dentre as causas secundárias encontram-se três grupos de etiologias:

1. Dislipidemias secundárias causadas por doenças: as principais doenças que causam dislipidemia na infância, entre elas destacam-se a obesidade, hipotireoidismo, hipopituitarismo, diabetes mellitus, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, transplantes de órgãos sólidos, síndrome dos ovários policísticos e deficiência de hormônio do crescimento (GH) como sequela de câncer na infância;

2. Dislipidemias secundárias causadas pelo uso de medicamentos: drogas como corticosteroides, isotretinoína utilizada para a acne grave, inibidores de protease, anti-hipertensivo, ácido valpróico que se associam a dislipidemias;

(41)

Esses fatores de risco não são exclusivos de adultos, cada vez mais surgem em crianças e adolescentes, e estima-se que atinjam 38,5% das crianças do mundo. A herança genética, o gênero e a idade têm grande importância para o desenvolvimento das dislipidemias (SHERR et al., 2007).

Pesquisas sobre o perfil lipídico de crianças e adolescentes mostraram que o nível de colesterol na infância é um fator que está diretamente relacionado ao nível dessa substância na idade adulta (CARVALHO et al., 2007).

O colesterol é uma substância necessária ao nosso organismo, mas quando suas taxas no sangue se elevam, pode se tornar um fator de risco para a saúde. Está presente na formação da membrana das células do corpo e em alguns hormônios, além de servir como uma capa protetora para os nervos. O colesterol e outras gorduras não podem dissolver-se no sangue. O colesterol não utilizado pelos tecidos deve ser eliminado pelo fígado com a ajuda do colesterol de alta densidade, o HDL-c (SILVA et al.,2007).

Estudos epidemiológicos têm demonstrado associação direta entre doença cardiovascular, especialmente as ateroscleroses e as hipercolesterolemias, sendo que muitos têm comprovado que o nível de colesterol na infância é um preditor do nível de colesterol na vida adulta. Dados de vários países têm mostrado altos níveis de colesterol plasmático em crianças e adolescentes, levando muitos estudiosos a considerar a necessidade de prevenção pediátrica das doenças cardiovasculares (MOURA et al., 2000).

A aterosclerose é uma afecção das artérias de grande e médio calibre caracterizada por lesões com aspecto de placas (ateromas). Tem início insidioso a partir da infância, evolução lenta e silenciosa, e suas manifestações clínicas na vida adulta repercutem sob diversas condições mórbidas do aparelho circulatório que culminam com elevadas taxas de mortalidade. As publicações atualizadas em nosso meio indicam avanço das dislipidemias em crianças e jovens. Este fenômeno pode agravar os indicadores de saúde do futuro (SEKI et al., 2003).

(42)

39

sexos, com idades entre 2 e 19 anos, que foram atendidos nos ambulatórios, encontrou valores alterados de colesterol LDL-c e triglicérides, em 44% e 56% das crianças de 2 a 9 anos e em 44% e 50% dos adolescentes de 10 a19 anos, respectivamente. A hipercolesterolemia (taxas elevadas de LDL-c no sangue) combinada com a hipertrigliceridemia (taxas elevadas de VLDL no sangue) estava presente em 34% das crianças e adolescentes (FARIA et al., 2008).

(43)

A anemia é uma condição na qual a deficiência no tamanho ou número de hemácias ou na quantidade de hemoglobina limita a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue e as células dos tecidos (STOPLER, 2010).

Embora a anemia seja um problema de distribuição global que atinge inclusive os países desenvolvidos, as condições socioeconômicas desfavoráveis representam um importante fator de risco. No Brasil, a anemia é considerada, o agravo nutricional de maior prevalência e cuja evolução, tem apresentado tendência positiva em pré-escolares (BATISTA- FILHO, 2004).

A anemia por deficiência de ferro, em termos de magnitude, é considerada atualmente o principal problema carencial em escala de saúde pública no mundo (WHO; UNU; UNICEF, 2001), afetando principalmente populações de países em desenvolvimento (HEIJBLOM; SANTOS, 2007; MATTA et al.,2005; OSÓRIO, 2002).

No Brasil, são incipientes as informações de âmbito nacional sobre a extensão e a distribuição geográfica de prevalência de anemia ferropriva (HEIJBLOM; SANTOS, 2007; MATTA et al., 2005). No entanto, as evidências são suficientemente indicativas de que o problema encontra-se em franca expansão (BATISTA FILHO, 2004; BUENO et al.,2006; LIMA et al., 2004).

Estudos revelam que a prevalência de anemia em crianças menores de dois anos, varia de 50% a 83,5%, sendo considerada a faixa etária mais vulnerável para anemia (OSÓRIO, 2002; SILVA et al., 2005), apesar de permanecer como problema nutricional importante também na idade pré-escolar (ASSIS et al.,2004;BATISTA FILHO,2004;MONTEIRO et al.,2002).

(44)

41

com repercussões no aumento da frequência de morbidades (GILLESPIE, 1998; WHO, 2001).

(45)

A constipação intestinal “pode ser definida por uma frequência fecal menor que três vezes por semana” (BIGELLI et al., 2004, p. 68). Tem sido uma das patologias mais presentes tanto em adulto como em crianças. É um dos males intestinais mais comuns nas sociedades ocidentais e ocorre em 5% a 25% da população dependendo da definição da doença (CANDELLI et al., 2001; HIGGINS; JOHANSON, 2004).

É um dos problemas mais comuns encontrados na prática pediátrica. Há relatos em que uma em cada dez crianças necessita em alguma fase de sua vida de atendimento médico para constipação intestinal (BIGÉLLI et al., 2004). Biggs e Dery (2006) afirma que cerca de um terço das crianças, nas idades entre 6 e 12 anos, queixa-se de constipação em um dado ano de sua vida.

A constipação não é uma doença aguda, mas sim uma patologia que vai se instalando e se agravando gradualmente, em algumas crianças a constipação “se desenvolve gradualmente como resultado de uma progressiva diminuição da frequência das evacuações e um aumento progressivo da dificuldade na passagem de fezes excessivamente endurecidas.” (BIGÉLLI et al., 2004, p. 66). A passagem destas fezes endurecidas causa dor o que inibe e amedronta a criança fazendo com esta situação se agrave.

A constipação intestinal crônica “tem apresentado alta prevalência, sendo esta uma manifestação frequente em pediatria, e tendo associações com outras condições mórbidas, complicações e gastos com medicação.” (INABA et al., 2003, p. 158).

(46)

43

675). “Das complicações que o quadro de constipação intestinal pode apresentar, pode-se citar: dor abdominal recorrente, distensão abdominal, anorexia, vômitos, sangramento, déficit de desenvolvimento, diminuição do rendimento escolar, etc.” (INABA et al., 2003, p. 158).

(47)
(48)

45

3.1 – Tipo de Estudo

A pesquisa tratou de um estudo transversal, descritivo e correlacional, com abordagem quantitativa de dados, através do qual todas as crianças inseridas na pesquisa foram avaliadas em um único momento, sendo estado nutricional verificado simultaneamente junto com os fatores determinantes.

3.2 – Local de Pesquisa

A pesquisa foi realizada na Escola de Educação Básica – UFPB – Campus I, situada no campus universitário e atende aproximadamente 150 crianças, filhos de servidores e estudantes da UFPB e as pertencentes à comunidade (Conjuntos Castelo Branco I,II e III, Anatólia, Bancários, Cidade Universitária e circunvizinhos do Campus I) na faixa etária de 2 a 12 anos. Conta atualmente, além da coordenadora e vice coordenadora, com um quadro de 14 professores, 14 auxiliares de sala, 2 assistentes sociais, 2 pedagogas, 1 enfermeira, 1 médica, 2 nutricionistas, 1 copeira, 2 assistentes de administração, pessoal de apoio. As crianças são matriculadas com opção de turnos pela manhã ou à tarde. A princípio funcionando como creche, foi inaugurada em outubro de 1989, atendendo crianças na fase pré-escolar. Em janeiro de 2010, foi iniciado dentro de um novo projeto, a criação da Escola de Educação Básica, que visa atender da pré-escola até o ensino médio, sendo que, atualmente, esta atende só até o 4º ano.

3.3 – População do estudo:

A população estudada foram as crianças matriculadas da pré-escola I até o 4º ano, correspondendo a um total de 92 crianças, os critérios de seleção para o estudo foram:

(49)

Exclusão – Ter algum problema de saúde que comprometesse as análises do estudo ou problema de cognição que impossibilite a resposta ao questionário.

A amostra foi constituída por 92 crianças.

3.4 – Instrumento e Técnica de coleta dos dados:

Os dados foram coletados no período de agosto a dezembro de 2010. Para viabilizar a coleta de dados foi utilizada a técnica de entrevista a partir de um formulário (apêndice C), contendo questões pertinentes aos objetivos propostos para o estudo. As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora com os pais ou responsáveis das crianças envolvidas na investigação. Estas ocorreram na sala da nutrição do setor de saúde da escola.

Para a entrevista com as crianças inseridas para o estudo a pesquisadora utilizou um instrumento ilustrativo intitulado, “Como está sua alimentação?”, baseando-se no instrumento utilizado pelo Ministério da Saúde para os adultos, tendo sido adaptado para as crianças de forma acessível à compreensão do referido grupo (apêndice B), assim elas puderam responder individualmente e com a ajuda da pesquisadora de modo satisfatório.

Além da técnica de entrevista e do instrumento ilustrativo a pesquisadora coletou também os seguintes dados relacionados às crianças: peso, altura, idade, pressão arterial, medida da cintura.

3.4.1 Peso

(50)

47

3.4.2 Altura

A estatura das crianças com menos de 1,5m foi aferida utilizando fita métrica metálica (extensão de 2m, dividida em centímetros e subdividida em milímetros), fixada com fita adesiva numa parede plana sem rodapé, em um lugar iluminado, que permitiu uma boa leitura, tomou-se a medida da criança quando esta encontrava-se em pé, posicionada de costas para a parede, sem dobrar os joelhos (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007), enquanto a estatura das crianças maiores foi aferida utilizando estadiômetro, de marca Sanny. A estatura foi medida com a criança de pé, descalça e com a cabeça livre de adereços, eretos, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos, encostando os calcanhares, ombros e nádegas no instrumento, unindo os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Abaixou-se a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Realizou-se a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento.

3.4.3 Idade

A idade das crianças foi obtida da cópia da certidão de nascimento presente no arquivo de matrícula.

3.4.4 Índice de Massa Corporal (IMC)

O indicador utilizado para avaliar situação nutricional foi o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir da operação descrita na fórmula a seguir:

IMC = _Peso (Kg)_ Altura (m)

(51)

3.4.5 Pressão Arterial (PA)

A verificação da Pressão Arterial foi realizada pela pesquisadora e pela enfermeira do setor de saúde da escola. O procedimento foi explicado à criança, que foi deixada em repouso por pelo menos 5 minutos e ambiente calmo, foi instruída a não conversar durante a medida, foi verificado que a criança não estava com a bexiga cheia, e a mesma não praticou exercícios físicos até uma hora antes da aferição e antes da hora da merenda escolar.

A criança estava na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxada. O braço mantido na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. Foram aferidos os valores em dois momentos, no mesmo dia, com intervalos de meia hora entre um e outro.

Para a técnica de aferição da PA foram adotadas as recomendações da National Hearth, Lungand Blood Institute. Foi utilizado manguito de tamanho adequado, com largura em torno de 40% da circunferência do braço, medida à meia distância entre o acrômio e o olecrano e com bolsa de comprimento que envolveu completamente a circunferência do braço. Desse modo, na população do estudo, foram utilizados os manguitos de criança (largura: 9cm, comprimento: 18cm) e estetoscópio infantil para aferição pelo método auscultatório, na arterial braquial direita. Foram utilizados esfignomanômetros aneroides, posicionados 2 cm acima da fossa antecubital direita. Insuflou-se a pera do aparelho até 20mmHg após o desaparecimento do pulso braquial, procedendo-se, então, à liberação lenta da mesma, com ausculta dos sons. Para a determinação da PA sistólica foi considerado o primeiro som de Korotkof e, para a determinação da PA diastólica, o quinto som (desaparecimento do ruído), conforme novos critérios do NH, Lungand Blood Institute.

A interpretação dos valores de pressão arterial obtidos considerou a idade, o sexo, o peso e a altura da criança, utilizando a orientação disponível V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (ANEXO B, C, D, E e F).

(52)

49

A circunferência da cintura foi obtida durante a expiração normal com uma fita métrica flexível e inelástica com extensão de 1,5m, de escala milimétrica. A medida foi tomada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca.

Para interpretação dos valores de circunferência da cintura foram considerados idade e sexo, de acordo com as tabelas (ANEXO J e K), utilizadas para classificação desta. (FERNANDÉZ, 2004).

3.4.7 Exames laboratoriais

As crianças foram cadastradas no Hospital Universitário Lauro Wanderley e feito o cartão do HU, para que estas tivessem acesso ao laboratório de análises clínicas, onde as mesmas compareceram com requisição fornecida pela pesquisadora, ficando a critério dos pais o dia de coleta de acordo com sua disponibilidade. Os resultados foram entregues à própria escola, no setor de saúde.

3.4.7.1 Hemograma

O hemograma foi utilizado para verificar a presença de anemia, considerando os valores referenciais nos resultados referentes aos níveis das Hemácias, Hemoglobina e Hematócrito e classificados em duas categorias: bom e ruim.

.

3.4.7.2 Lipídeos

As taxas lipídicas foram utilizadas para verificar a presença de dislipidemia, considerando os valores referenciais nos resultados referentes aos níveis de Colesterol Total, HDL-c, LDL-c e triglicerídeos, e foram classificadas em duas categorias: bom e ruim.

3.5 – Considerações Éticas:

(53)

esclarecidos sobre o motivo e a importância desta pesquisa para suas crianças e para a escola e também sobre a importância da orientação que receberão após conhecerem o perfil nutricional e a saúde dos seus filhos, assim como o acompanhamento para os casos específicos. Para a seguinte pesquisa foram seguidas todas as normas éticas vigentes, para tanto inicialmente os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), consentindo em participar da pesquisa.

As crianças que tiverem alguma alteração detectada durante a pesquisa foram encaminhadas para os serviços de saúde de referência, que neste caso foi o próprio setor de saúde da escola, com acompanhamento da pesquisadora.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley em 24/07/10, sob o protocolo 412-10.

3.6 – Análise dos dados:

Todas as informações foram transcritas para meio digital utilizando uma planilha eletrônica (EXCEL). Foi feita análise exploratória dos dados para encontrar possíveis erros de digitação ou inconsistências. Quando encontrados, a informação foi devidamente corrigida consultando os formulários utilizados ou perguntando novamente para a criança.

Foi feita análise descritiva dos dados utilizando tabelas de frequência e medidas de tendência central, média e de dispersão e desvio padrão.

Algumas variáveis foram categorizadas para melhor visualização dos resultados. Foi feita uma análise descrevendo simultaneamente duas variáveis para identificar o comportamento conjunto destas variáveis.

O teste de associação utilizado foi o teste qui-quadrado de Pearson considerando nível de significância de 5%.

(54)
(55)

A população do estudo envolveu 92 crianças inseridas na pesquisa, que estavam matriculadas na fase pré-escolar e escolar menor da escola.

Para melhor compreensão dos dados obtidos, os mesmos serão apresentados por meio de representação gráfica e tabelas a seguir:

A Tabela 1 apresenta a frequência amostral em relação ao universo de crianças matriculadas na escola - UFPB, inseridas na pesquisa, segundo as séries escolares.

Tabela 01 - Frequência dos alunos matriculados na escola da UFPB por série de estudo. João Pessoa, 2010.

Série N % Pré-escola I 26 28,3 Pré-escola II 28 30,4 1º ano 15 16,3 2º ano 9 9,8 3º ano 8 8,7 4º ano 6 6,5

Total 92 100,0

Imagem

Tabela 01 - Frequência dos alunos matriculados na escola da UFPB por  série de estudo
FIGURA 01 – Distribuição das crianças pela idade em anos.
FIGURA 02 - Distribuição das crianças por altura.
FIGURA 04 – Distribuição das crianças em relação ao Índice de Massa Corporal  (IMC).
+7

Referências

Documentos relacionados

The convex sets separation is very important in convex programming, a very powerful mathematical tool for, see [ ], operations research, management

Numa primeira fase e com o apoio dos informáticos da empresa, foram instaladas as quatro ferramentas nos servidores da empresa e foram feitos testes de modo a experimentar

sustentável (coletânea). PP/EPDM Blends compatibilized by organically modified clays. Submetido à Revista Materials Science Fórum. Influência do teor de elastômero na

Foram utilizadas as variáveis: Dados sociodemográficos, Escala de Avaliação de Espiritualidade em Con- textos de Saúde EAECS, Escala de Bem-Estar Espiritual, Índice de Religiosidade

A partir do declínio do poder de veto de Capanema, a relação entre a iniciativa pública e privada na educação passou a ocupar o protagonismo nas definições centrais da nova lei,

Este estudo contempla a análise da construção ou aproveitamento dos diversos espaços utilizados para artes performativas na cidade, o caso específico do Teatro

A caracterização anatômica da madeira se deu a partir de um disco extraído da posição da base de cada árvore amostrada, e levou em consideração a variação radial das

Entre otras justificaciones, el uso del portafolio llega al campo educativo importado del campo de las artes visuales, como respuesta a una necesidad de