• Nenhum resultado encontrado

Os Retratos da Sala de Leitura:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os Retratos da Sala de Leitura:"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Arquivo Municipal de Vila do Bispo

Os Retratos da

Sala de Leitura:

(2)

Infante D. Henrique (?)

Filho do Rei D. João I e da Rainha D. Filipa de Lencastre, o Infante D. Henrique, viveu entre 1394 e 1460. Homem ligado à Ordem de Cristo, de espírito guerreiro e empreendedor, D. Henrique distinguiu-se nas campanhas levadas a cabo no Norte de África, a partir de 1415, com a tomada de Ceuta. Desenvolveu, igualmente, uma política de expedições marítimas, chefiadas por homens ligados à sua Casa, no Oceano Atlântico e Costa Ocidental de África, que se traduziram nas Descobertas da Madeira, Açores, Cabo Verde, Guiné, tendo-se atingindo, à data da sua morte , a Serra Leoa. Guiné, tendo-se atingindo, à data da sua morte , a Serra Leoa. D. Henrique passou e viveu alguns momentos no território, actualmente ,pertencente a Vila do Bispo. Foi o fundador da “Vila do Infante”, em Sagres, a partir de 1443 (na qual viria a falecer, a 13 de Novembro de 1460), concebida como centro de apoio (material e espiritual) à navegação que demandava a zona do Cabo de São Vicente; restaurou o culto na Capela de St.º António dos Montes (junto a Vila do Bispo) e foi um expressivo devoto do culto de N.ª Sr.ª de Guadalupe, na ermida medieval do mesmo nome (junto à actual E.N. 125) , chegando mesmo a estabelecer um local de residência junto à mesma. D. Henrique foi, também, um grande patrocinador do povoamento deste território, em particular no que respeitou à sua Vila, em Sagres.

(3)

A Polémica em torno de um Retrato…

O Infante D. Henrique é tradicionalmente pensado e representado como o “Homem do Chapéu” preto, retratado nos conhecidos “Painéis de S. Vicente de Fora”, em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Contudo, recentes investigações tendem a apontar para outras direcções. Como seria , então, o Infante D. Henrique? Existem vários retratos que mostram o seu carácter de guerreiro, de cavaleiro cristão forjado em terras marroquinas. Assim, até mesmo os “Painéis de São Vicente de Fora”, da autoria de Nuno Gonçalves, têm sido questionados, das mais variadas formas, no que respeita às personalidades retratadas. Alguns estudos e reflexões têm apontado para que o Infante D. Henrique seja um dos cavaleiros ajoelhados representados em alguns painéis e não o “Homem do Chapéu”. Por outro lado, outras alguns painéis e não o “Homem do Chapéu”. Por outro lado, outras representações de D. Henrique têm-no apresentado como homem de guerra, o que , de facto, foi. Restam as dúvidas, as investigações, as conclusões a que se vai chegando, como, por exemplo a de que o “Homem do Chapéu” será uma representação do Rei D. Duarte. Mas independentemente das discussões académicas sobre o assunto, para a grande maioria dos Portugueses, D. Henrique, será sempre o “Homem do Chapéu”, com uma imagem construída, especialmente, durante os Séculos XIX e XX.

O Infante D. Henrique é, igualmente, conhecido como o “Infante de Sagres” e o “Navegador”, devido à sua associação com a empresa das Descobertas Marítimas Portuguesas, contudo o epíteto de “Navegador” também é polémico, uma vez que D. Henrique navegou apenas em curtas travessias para Marrocos e sempre com objectivos bélicos.

(4)
(5)

O Rei D. Sebastião

Nasceu em 1554 e desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, no ano de 1578. Foi o 16.º Monarca Português. Com uma mentalidade guerreira, alicerçada num grande fervor religioso, este Monarca teve um particular interesse pela zona do Cabo de São Vicente, que visitou, pela 1.ª vez, no ano de 1573. Desde aí, as suas visitas a esta zona tornaram-se frequentes, dado encontrar-se perto de um dos seus principais objectivos: o Norte de África. O seu gosto pela zona de Sagres e Cabo de São Vicente levou-o a mandar edificar um paço, para si, no Cabo. Interessou-se, igualmente, edificar um paço, para si, no Cabo. Interessou-se, igualmente, pela defesa costeira da região, tendo-se mostrado sempre disposto a participar na sua defesa contra atacantes norte-africanos e patrocinado a construção de fortificações na zona de Sagres (talvez os Fortes de Beliche e da Baleeira), tendo, inclusive, pensado em fortificar a, então, Aldeia do Bispo (mais tarde Vila do Bispo).

A sua 1.ª visita à região (1573) foi, particularmente, memorável, uma vez que o Monarca visitou locais como: o Cabo de São Vicente, Sagres, Aldeia do Bispo, Raposeira, Figueira, Budens e Vale de Boi.

As circunstâncias trágicas da sua morte deram origem ao mito local do seu encantamento numas pedras situadas no Cabo de São Vicente e ao seu eventual regresso…um dia…

(6)

O Cabo de S. Vicente

Ponto estratégico, local de referência

para

navegadores,

cenário

de

importantes batalhas navais da nossa

história,

teve,

igualmente,

desde

a

Antiguidade

Clássica

uma

conotação

sagrada e mítica. Aqui era o “fim do

mundo”; aqui mergulhava no oceano,

num ciclo constante de “nascimento” e

“morte”, o astro solar; aqui se reuniam os

deuses, pela noite; aqui foi sepultado e se

celebrou S. Vicente e aqui, também, D.

Sebastião se tornou um mito. Afinal, foi

registada a sua presença no Convento de

São Vicente do Cabo, pouco depois da

Batalha

de

Alcácer-Quibir…afinal

foi,

também aqui que o povo assinalou o seu

local de encantamento.

(7)

O Rei D. Afonso VI

D. Afonso VI, foi o 22.º Rei de Portugal e viveu entre 1643 e 1683. Foi um homem de carácter turbulento, dado a desacatos e escândalos, mas, igualmente, cioso das suas prerrogativas régias. O seu reinado foi influenciado pela continuação da Guerra da Aclamação, ou da Restauração, iniciada no reinado de seu pai, D. João IV, contra a Espanha e pela Independência de Portugal. Foi durante o seu reinado que se travaram as mais decisivas batalhas desse conflito. Por outro lado, ocorreram, igualmente, importantes convulsões políticas, que marcaram o destino do Rei: desterrado, inicialmente, para os Açores e, depois, para o Paço de Sintra. inicialmente, para os Açores e, depois, para o Paço de Sintra.

E qual a relação deste Rei com Vila do Bispo? Foi durante o seu reinado que o fidalgo Martim Afonso de Melo lhe solicitou a doação da antiga Aldeia do Bispo , como mercê dos seus feitos militares, no território metropolitano e no ultramar. Após um processo conflituoso com a Câmara de Lagos (de cuja jurisdição dependia a referida aldeia), o Rei, por Alvará passado a 26 de Agosto de 1662, concedeu Aldeia do Bispo ao requerente, com a condição de que fosse elevada a Vila, com jurisdição própria, o que aconteceu. Assim nasceu, nesse longínquo Séc. XVII, a Vila do Bispo – designação que ainda mantém na actualidade.

(8)

O Alvará de Elevação da Aldeia do Bispo a Vila

(9)

O Rei D. Pedro V

D. Pedro V, viveu entre 1837 3 1861, e foi o 30.º Rei de Portugal. Activo, crente no progresso, culto e interventivo no domínio político, o Rei procurou, por todos os meios possíveis, enfrentar as mais diversas dificuldades que grassavam no País. Um deles foram as epidemias, que, em 1854, mataram 12 crianças em Vila do Bispo – neste âmbito ficou célebre a sua atitude de permanecer na capital durante um surto epidémico, enquanto muitos outros abandonaram Lisboa. Outro, por exemplo, reportou-se à reforma administrativa do território. Por estes tempos Vila do Bispo, administrativa do território. Por estes tempos Vila do Bispo, terra onde a agricultura se encontrava fortemente implantada, sofria uma importante escassez populacional e de serviços, o que levou , no âmbito de uma análise geral da situação do Reino, no seu todo, D. Pedro V a decretar a extinção do Concelho de Vila do Bispo, a 24 de Outubro de 1855, ficando na jurisdição da Cidade de Lagos. No entanto, provavelmente por não ter revelado os efeitos desejados, a 10 de Setembro de 1861, o Monarca revogou o decreto de extinção e Vila do Bispo voltou a ser Concelho, independente do de Lagos. Esta revogação, e tendo em conta o que atrás se disse, deverá ter tido em consideração a necessidade de desenvolvimento local, o que é plausível, pois, 3 anos depois da sua restauração, o Concelho tinha uma população de 3791 habitantes.

Referências

Documentos relacionados

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

nesse contexto, principalmente em relação às escolas estaduais selecionadas na pesquisa quanto ao uso dos recursos tecnológicos como instrumento de ensino e

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar

Enfermagem frente a qualitativa uma situação hipotética, envolvendo a morte e o morrer Compreender como Cuidando de alunos de graduação pacientes em Em Enfermagem

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial