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POPULARIZANDO A PALINOLOGIA: Arte e ciência com papel machê

Beatriz Siqueira de Sousa Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia, Campus VIII (beatrizssiqueira@outlook.com)

Sara Augusta Araújo Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia, Campus VIII (sasaaugusta@gmail.com).

Rita de Cássia Matos dos Santos Araújo, Professora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia, Campus VIII, Mestre em Botânica (rcmaraujo.uneb@gmail.com).

RESUMO

A Palinologia é um ramo da Botânica que trata do estudo das características morfológicas externas de grãos de pólen e esporos (fósseis e atuais) e, também, da sua dispersão e aplicações. Objetiva-se apresentar reflexões sobre o uso da arte do papel machê na sala de aula, desafios e possibilidades para o enfoque no ensino da Palinologia, um enfoque que produza conhecimento, sustentabilidade e encantamento. A disciplina Introdução a Palinologia é ofertada no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade do Estado da Bahia,

Campus VIII e, portanto, com a função de aproximar e

encantar o futuro professor de Ciências Biológicas ao ensino da Botânica, especialmente da morfologia polínica e suas peculiaridades microscópicas.

Didaticamente a disciplina é dividida em quatro momentos: aula teórica; área verde; laboratório de Palinologia e, sala de artes. Após aula teórica, pesquisa, coleta de plantas com flores, tratamento acetolítico dos grãos de pólen, montagem e análise das lâminas, os alunos confeccionam modelos polínicos com massa de papel machê, montam estruturas similares aos grãos de pólen, evidenciando caracteres estruturais peculiares. A Palinologia aproximou-se mais dos discentes e, ao contrário das ausências e desmotivação surgia uma satisfação e vontade de aprender.

Palavras chave: Palinologia. Grãos de pólen. Modelos didáticos. Papel machê.

Formação de professores.

ABSTRACT

Palynology is a Botanical field that studies the external morphological characteristics of pollen seeds and spores (fossils and current) and, also, its dispersion and usages. This paper aims to present reflections about the use of paper Mache in classrooms, the challenges and possibilities for approaching it when teaching Palynology in order to produce knowledge, sustainability and enchantment. The subject Introduction to Palynology is taught during the degree in Biological Sciences of the Bahia State University, campus VIII. The objective is to enchant and bring the future teacher of biological sciences closer to the teaching of botanic, especially in what concerns pollen morphology and its microscopic particularities. Didactically, the subject is divided in four parts:

theoretical classes, green area, laboratory and acetolytic treatment of pollen

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seeds to build and analyze the sample slides. The students confection pollen models using paper Mache dough and build structures similar to the pollen seeds, evidencing peculiar structural features. Palynology closer closer to the students and, instead of absences and demotivation, it caused satisfaction and desire to learn.

Keywords:

Palynology. Pollen seeds. Didactic models. Paper mache. Teacher training.

1 INTRODUÇÃO

A Palinologia é a ciência que estuda grãos de pólen, esporos de pteridófitos e, menos comumente, outros palinomorfos atuais e fósseis tais como esporos de briófitas e cistos de dinoflagelados. É uma ciência multidisciplinar e é um ramo tanto da geologia como da biologia, particularmente da botânica (Esteves, 2005). O ensino da Palinologia apresenta peculiaridades que justificam um olhar mais cuidadoso e específico para suas questões, o que requer certa capacidade de abstração, por se tratar do estudo de estruturas microscópicas que revelam riquezas de detalhes com variedades de tamanhos, formas, aberturas e outros caracteres importantes para o diagnóstico polínico.

Grãos de pólen ou gametófitos masculinos imaturos representam, na antera, a geração gametofítica (Coccuci & Manath, 1995) cuja importância na taxonomia das angiospermas tem sido reconhecida (Dettke & Santos, 2011) devido aos seus inúmeros caracteres morfopolínicos no auxílio da identificação e classificação botânica, bem como nos estudos melissopalinológicos (grãos de pólens presentes nos méis), paleopalinológico (grãos de pólen fósseis presentes nos sedimentos) entre outros.

O desafio é encontrar ferramentas que facilitem a compreensão dos conteúdos específicos da referida disciplina. Diante as dificuldades dos discentes nas análises microscópicas dos grãos de pólen e, visando auxiliar na sua aprendizagem buscou-se aproximar a teoria da prática, trazendo para as aulas além dos recursos didáticos convencionais, outros recursos, como por exemplo, os modelos didáticos oriundos da técnica em papel machê.

Recursos de apoio didáticos e alternativos proporcionam melhorias no processo de ensino-

aprendizagem, de forma a facilitar, principalmente quando estes são utilizados para trabalhar

conteúdos de difícil assimilação (Castoldi e Polinarski, 2006). É a busca da arte como

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estratégia pedagógica na educação cientifica. A arte amplia o repertório conceitual e cultural dos estudantes, e minimiza, de acordo Kinoshita et al. (2006) os métodos tradicionais que priorizam reprodução e memorização de nomes e conceitos em detrimento do questionamento, sendo também muito teórico e desestimulante para o estudante.

Para Rocque et al. (2007) a arte precisa ser melhor compreendida e valorizada na educação, em todos os níveis de ensino, desde o ensino fundamental até o ensino de pós-graduação, para a formação de docentes e cientistas com cunho holístico. Salienta Figueira-Oliveira et al.

(2009) “[...] a proposta é auxiliar a construção de conhecimentos, fomentando a criatividade e trazendo mais êxitos nos processos de ensino”.

O desafio é sensibilizar professores e alunos a mudança de hábitos com relação ao uso e desperdício do papel, tornando-o um excelente recurso de aprendizagem no ambiente escolar.

Segundo Schmitz (2015) é possível começar a ter um olhar mais atento a este material milenar, que artistas daqui e mundo afora utilizam como forma de expressão.

Neste contexto, a arte advinda da técnica do papel machê será a ferramenta na busca da aprendizagem na qual o educando irá manipular, experimentar além de diverte-se e socializa- se. Etimologicamente, Papel Machê vem do francês

papier maché, que significa “papel

mastigado”. (schmitz, 2015).

Na produção do papel machê é possível combinar a reutilização de papel, que seria descartado, indiscriminadamente, com a utilização de alguns outros materiais novos, na produção de uma coleção didática sustentável. Assim, reduzem-se os custos com a matéria prima e sensibiliza a comunidade acadêmica à problemática ambiental, bem como muda comportamentos que serão multiplicados, já que a proposta ocorre em um curso de Formação de Professores.

Contudo, percebe-se que no processo de ensino-aprendizagem os problemas de motivação e aprendizagem das disciplinas ligadas à Botânica têm raízes no seu ensino. Para Silva (2013) essas disciplinas são muito focadas em conteúdos conceituais e desenvolvidas por meio de métodos tradicionais de ensino, embora experiências inovadoras eventualmente aconteçam.

De acordo Balas & Momsen (2014) os vegetais geralmente são negligenciados nos materiais

didáticos, que trazem mais exemplos relacionados à zoologia, por considerar os animais mais

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atrativos para os estudantes. Ursi et al. (2018) argumentam que nesse cenário, é importante promovermos um movimento de resistência e valorização das plantas e de seu ensino.

Assim, este artigo tem como objetivo favorecer tal abordagem, apresentando reflexões sobre o uso da arte do papel machê na sala de aula, desafios e possibilidades para o enfoque do ensino da Palinologia em um curso de Formação de Professores de Ciências Biológicas, que produza conhecimento, sustentabilidade e encantamento, para além do enfoque meramente memorístico.

2 METODOLOGIA

Na busca de ferramentas para o ensino/aprendizagem da Palinologia, em um curso de Formação de Professores, a técnica do papel machê surge como suporte, bastante favorável, ao entendimento e interpretação das estruturas microscópicas dos grãos de pólen, até então, estudados e analisados pelos recursos convencionais à disciplina (artigos, livros, catálogos, laminário de Palinotecas e fotomicrografias).

Com carga horária total de 45horas semestral a disciplina denominada Introdução a Palinologia na Universidade do Estado da Bahia,

Campus de Paulo Afonso é dividida,

didaticamente, em quatro momentos: sala com aula teórica; área verde; laboratório de Palinilogia e, por último, sala de artes.

Inicialmente, os recursos convencionais são utilizados para o entendimento dos conteúdos específicos, estimulando e possibilitando aos alunos o reconhecimento do objeto de estudo.

Após a fase de apresentação e familiarização do conteúdo e da nomenclatura específica é realizada uma visita na área do campus para coleta e observação de plantas com flores e interações. Os alunos escolhem as plantas floridas que mais se identificam, coletam e, posteriormente fazem pesquisas sobre essas espécies. As partes coletadas são colocadas em recipientes de papel, devidamente etiquetados, para secagem e desidratação do material.

No laboratório, de posse do material coletado e desidratado, as anteras são retiradas do botão

floral sendo processadas pelo método de acetólise (Erdtman, 1960). O conteúdo obtido é

colocado entre lâmina e lamínula contendo gelatina glicerinada e , corado quando necessário

com safranina, sendo analisado em microscopia óptica, fotomicrografado e identificado com

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auxílio de catálogos, especialistas ou da literatura da área, após estas etapas serão depositados na Palinoteca.

Na sala de artes, os papeis previamente armazenados para reciclagem, oriundos do dia-a-dia da instituição, são transformados em massa de papel machê, matéria prima na confecção da coleção didática dos respectivos grãos de pólen. Na preparação da massa, adiciona-se, aproximadamente 2k de papel (geralmente ofício), em um balde com 10L de água durante cinco dias antes do processo. Cada tipo de papel terá uma duração, o papel ofício por conter fibras mais resistentes necessita mais dias embebido em água. Deve-se adicionar uma colher de água sanitária para evitar fungo no material (uma colher de sopa para cinco litros de água).

Após cinco dias o papel será triturado com água em liquidificador, coado e espremido até ser transformado em uma massa homogênea. A esta massa adiciona-se cola branca ou uma cola feita com amido de milho (tipo um mingau engrossado ao fogo moderado), o que torna a atividade com custos bastantes reduzido. A massa (papel triturado e cola) deve ser bastante homogeneizada.

Cada aluno confeccionará seus tipos polínicos, inclusive o modelo tipo, das espécies previamente coletadas. Com auxílio de catálogos morfopolínicos iniciarão a montagem dos grãos de pólen, nesse momento, identificarão estruturas, conceitos, nomenclaturas, características polínicas peculiares e etc. Ao final, o material será colocando diretamente ao sol para secagem total, esse processo levará em média cerca de três a cinco dias, quando então, serão pintados (com sobras de tintas) e, quando secos depositados em uma caixa Palino-lógica, confeccionada pela turma e socializada em Seminário, sendo depositada no Laboratório de Palinologia formando uma coleção didática de estruturas microscópicas, para posteriores consultas e divulgação em Escolas Básicas da Região, popularizando a temática e a arte do papel machê.

3 RESULTADOS

Após aula teórica, para apresentação da disciplina e da temática, ocorre a coleta do material

botânico que é realizada na área do Campus durante excursão. Esse momento é reservado para

que os alunos observem e toquem nas plantas, especialmente as flores, percebam os aromas,

observem polinizadores e troquem informações. No laboratório de Palinologia ocorrerá o

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tratamento acetolítico para limpeza do conteúdo polínico, facilitando a visualização microscópica de suas estruturas, o material é colocado entre lâmina e lamínula, identificado, descrito, fotomicromicrografado e, ao final do estudo, depositado na Palinoteca do Laboratório (Fig. 1-7).

Figura de 1 - 7. Popularização da Palinologia. 1 - 2. Lantana camera L. 1. Inflrorescência; 2.

Grão de pólen abertura tipo cólporo (ectoabertura e uma endoabertura), vista equatorial (acetolizado, corado artificialmente); 3 - 4. Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud;

3. Flores, 4. Grão de pólen, com 15 aberturas – zonocolpado, vista polar, ornamentação equinada (micro espinhos) (acetolizado, corado artificialmente); 5. Material polínico entre

lâmina e lamínula. 6. Caixa contendo as lâminas do material polínico. 7. Laminário de referência incluso na Palinoteca.

Fonte: elaboração própria dos autores

Já familiarizados com os grãos de pólen, os alunos seguem para sala de artes onde iniciarão a confecção dos modelos didáticos com a técnica do papel machê, finalizando com a coleção palinológica.

A coleção didática com os modelos propostos é ampliada a cada nova turma matriculada na disciplina, inclui-se os modelos tridimensionais de grãos de pólen com suas estruturas peculiares, potencializando o processo de ensino/aprendizagem do estudo morfopolínico.

Além de trabalhar a autonomia, criatividade e, ao mesmo tempo, inserir conceitos e consciência ambiental. Amostras dos modelos polínicos confeccionados estão ilustradas nas figuras de 8-17.

São confeccionados pelas discentes variedades de modelos didáticos de grãos de pólen com a

massa de papel produzida. Além do reuso do papel ofício, outros tipos de papeis, trazidos

pelos alunos, também são reutilizados. Os resultados revelam massas com diferentes tons de

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cores, oriundos dos pigmentos utilizados industrialmente na coloração dos papéis ou embalagens (Fig. 11-14).

Figura 8 - 17. Popularização da Palinologia - coleção didática: modelos polínicos oriundos da

arte do papel machê. 8. Materiais utilizados na modelagem; 9 – 10. Sala de artes: discentes confeccionando os modelos polínicos; 11 – 14. Modelos polínicos protos para secagem; 15- 16. Modelos polínicos pintados, protos para serem inseridos na caixa Palino-lógica. 17. Caixa

Palino-lógica contendo os modelos didáticos.

Fonte: elaboração própria dos autores

Evidencia-se na modelagem didática dos tipos polínicos: número e tipo aperturais, detalhes da ornamentação da exina, forma, tamanho, unidade de dispersão, polaridade e simetria (Fig, 12- 16). Os alunos usam a criatividade reutilizando materiais variados (sucatas) para representação dos detalhes minuciosos e microscópicos da ornamentação polínica (Fig. 15) e assim, são capazes de nomear e identificar esses caráteres bastante peculiares em diferentes táxons, visualizados na microscopia, com grande dificuldade pelos discentes.

Todo o trabalho é desenvolvido em grupo, o que favorece a troca de experiências e informações, bem como a imaginação, a criatividade e o raciocínio reflexivo. Neste contexto, o papel machê proporciona uma atividade lúdica com meios de aprendizagens e habilidades.

Ao tentar retratar as formas dos grãos de pólen na massa do papel machê, por eles confeccionada, percebe-se o domínio quase que espontâneo da nomenclatura das estruturas polínicas ali estabelecidas, bem como as interações entre a função biológica, ecológica, ambiental e social no estudo dos grãos de pólen. Nesse momento, há interação entre os conceitos apreendidos e a prática.

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4 DISCUSSÃO

A disciplina Palinologia é ofertada em um curso de Licenciatura, portanto com a função de aproximar e encantar o futuro professor de Ciências Biológicas ao ensino da Botânica, especialmente da morfologia polínica e suas peculiaridades microscópicas. Para Shulman (1986) faz-se necessário estimular e desenvolver o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo, representando a união entre conhecimentos referentes aos conteúdos específicos (como a botânica) e os pedagógicos.

Segundo Silva et al. (2006) pouca atenção é dada, pelos docentes, para a formação dos futuros professores de Biologia e Ciências, já que a ênfase recai na formação dos bacharéis. Por outro lado, salienta Ursi et al. (2018), corre-se o risco dos futuros professores aprenderem sobre aspectos didáticos, porém de forma desarticulada com o conteúdo conceitual a ser ministrado.

Assim, a coleção aqui desenvolvida é um recurso de apoio didático e alternativo no processo de ensino-aprendizagem, de forma, segundo Castoldi & PolinarskI (2006), a facilitar, principalmente, quando estes são utilizados para trabalhar conteúdos de difícil assimilação.

Como relatado neste estudo para as análises e interpretações microscópicas dos grãos de pólen.

O envolvimento de futuros Professores na confecção de uma coleção didática e, em especial, com a reutilização de material altamente reciclável como o papel e, sua interação com a arte, abre caminho para uma didática mais alternativa e mais contextualizada, possibilitando a coautoria dos alunos na produção do conhecimento. E, como afirmam Rocque et al. (2007), possibilitam também, melhoria das aulas, gerando interesses e habilidades compartilhados e compreendidos, facilmente observável ao professor que, em curto espaço de tempo consegue perceber as distorções conceituais, promovendo autocorreção e reflexão do tema trabalhado.

Apoiado em material planejado por outros e produzido industrialmente, o professor abre mão

de sua autonomia e liberdade, tornando-se simplesmente um técnico (Krasilchik, 2008). Neste

trabalho buscou-se estimular a autonomia dos futuros professores de Ciências Biológicas

unindo arte e a ciência, utilizando a arte e a criatividade como facilitadores da

interdisciplinaridade, a fim de criar meios para potencializar o processo de ensino

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aprendizagem no estudo da Palinologia. Para Rocque et al. (2007) tanto o saber científico quanto o saber artístico dependem da criatividade e da curiosidade, pois ambos geram interpretações da realidade e auxiliam no desenvolvimento humano. Segundo Figueira- Oliveira et al. (2009), a crise no ensino é acompanhada de uma crise de criatividade.

Na literatura analisada poucos trabalhos de cunho artístico são relatados na Graduação, especialmente nos Cursos de Licenciatura. De acordo Vergnano (2006) A tradição cultural e político-educacional do Brasil aponta para uma tendência a considerar o campo das artes voltado apenas para o lazer e o prazer, enquanto o das ciências tem sido relacionado à produtividade e à academia.

Neste contexto, este estudo busca um diálogo entre Ciência e Arte no ensino das Ciências Biológicas o que permita, segundo Figueira-Oliveira (2009), uma modificação na didática das ciências e traga benefícios à relação entre educadores e educandos.

Ao vivenciarem a técnica e a manipulação do papel machê os discentes, que por ventura assumirem salas de aula, terão condições de multiplicarem essas atividades com seus alunos, ampliando significativamente as coleções didáticas das escolas, muitas vezes inacessível ou inexistente, com um material que certamente seria descartado, promovendo uma ação conjunta de aprendizagem e sustentabilidade em uma dimensão reflexiva. Segundo Argan (1992) Fazer arte é muito mais do que executar uma tarefa, pois requer uma fenomenologia da forma, uma percepção conformadora e formadora, que expande a percepção do mundo e produz uma reflexividade que pressupõe diferentes possibilidades de sentidos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se a aproximação dos discentes à Palinologia e, ao contrário das ausências e desmotivação surgem satisfação e uma vontade de aprender a fazer e, fazer diferente. Os dias que se seguem na sala de artes superam os dias do laboratório, até então, considerado bastante motivador pelos alunos. Contudo, as aulas iniciais dão suporte teórico para as atividades posteriores, especialmente para construção da coleção com os modelos didáticos.

Assim, os discentes idealizam e constroem o modelo didático como forma de expressar o que

compreende sobre o assunto discutido, e assim construir conhecimentos. A coleção didática

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evidenciando a réplica aumentada de estruturas microscópicas como os grãos de pólen permitem o manuseio tridimensional, o contato e a observação de estruturas similares facilitando a compreensão do objeto de estudo e o domínio de competências facilmente perceptível pelo professor.

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