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setor 1501 Aulas 39 a 41 SINAIS DE PONTUAÇÃO Para isolar o vocativo USO DA VÍRGULA I VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

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Texto

(1)

USO DA VÍRGULA

I — VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO NÃO SE USA A VÍRGULA

• Entre termosimediatos

USA-SE A VÍRGULA

• Para marcarintercalação

• Para marcarinversões

• Para separar termoscoordenados(em enumeração)

• Para marcarelipsedo verbo

• Para isolar o vocativo

II — VÍRGULA ENTRE AS ORAÇÕES DO PERÍODO 1. SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Não se separam da oração principal por meio de vírgula.

Faz exceção a substantiva apositiva, que se separa por dois-pontos ou por vírgula.

Exemplo:

Não se imaginava que a propaganda seria tão agressiva.

oração principal oração subordinada substantiva

2. SUBORDINADAS ADJETIVAS

— A adjetiva restritivanão se separa da principal por meio de vírgula.

Exemplo:

São raros os programas de TV que trazem algum proveito.

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

— A adjetiva explicativavem sempre isolada por vírgulas.

Exemplo:

O juiz, que era íntegro, não se vendeu.

oração subordinada adjetiva explicativa

oração principal

3. SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Sempre é correto o uso da vírgula entre as subordinadas ad- verbiais e a oração principal.

Exemplo:

Embora a situação fosse adversa, conseguimos bom resultado.

oração subordinada adverbial oração principal

OBSERVAÇÃO

Para as subordinadas reduzidas, valem as mesmas normas das demais orações subordinadas.

Exemplo: Não demores tanto, meu filho.

Exemplo: Nós trabalhamos com fatos e vocês, com hi- póteses.

Exemplo: O livro estava sujo, rasgado, imprestável.

1.do adjunto adverbial (no início da oração) Exemplo: Por cautela, deixamos um depósito.

2.do complemento pleonástico antecipado ao verbo Exemplo: Casos mais importantes, já os apresentei.

3.do nome de lugar antecipado às datas

Exemplo: São Carlos, 10 de janeiro de 1961.

1.do adjunto adverbial

Exemplo: Ele, com razão, sustenta opinião contrária.

2.da conjunção

Exemplo: Não há, portanto, nenhum risco no negócio.

3.das expressões explicativas ou corretivas

Exemplo: Todos se omitiram, isto é, colaboraram com os adversários.

4.do aposto

Exemplo: O tempo, nosso inimigo, foge rápido.

1.entre sujeito e predicado

Exemplo: Todos os componentes da mesarecusaram a proposta.

2.entre o verbo e seus complementos

Exemplo: O trabalho custou sacrifício aos realizadores.

3.entre o nome e o complemento nominal e o adjunto adnominal.

Exemplo: A intrigante resposta do mestre ao aluno despertou reações.

Aulas 39 a 41

SINAIS DE PONTUAÇÃO

setor 1501

15010508

(2)

4. ORAÇÕES COORDENADAS

• As assindéticasseparam-se por vírgula entre si.

Exemplo:

Pegou o recado, leu-o, disparou para a rua.

oração coordenada coordenada coordenada assindética assindética assindética

• Quanto às coordenadas sindéticas, exceto as aditivas com e, é sempre correto o emprego de vírgula.

Exemplo:

Penso, logo existo.

oração coordenada oração coordenada sindética assindética conclusiva

OBSERVAÇÃO

As coordenadas sindéticas introduzidas pela conjunção e podem separar-se por vírgula nos seguintes casos:

a) Se os sujeitosforem diferentes.

Exemplo:

Os responsáveiseram eles, e nóstivemos de assumir.

coordenada assindética coordenada sindética aditiva sujeito = os responsáveis sujeito = nós b) Se o evier repetido várias vezes a título de ênfase

(polissíndeto).

Exemplo:

Efalou, epediu, einsistiu.

USO DO PONTO-E-VÍRGULA

O uso do ponto-e-vírgula pode ser resumido em três itens básicos:

1.Não se usa ponto-e-vírgula separando elementos de um período simples.

2.Não se usa ponto-e-vírgula para separar oração subordi- nadada sua principal.

3. Usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordena- das, quando algum motivo especial sugerir uma pausa mais marcante que a da vírgula.

Levando-se em conta esses dados, costuma-se usar o pon- to-e-vírgula:

I — entre coordenadasmarcadas por vírgulas internas.

Exemplo: Vocês, sem exceção, basearam-se em hipóte- ses; eu, porém, apoiei-me em fatos.

II — entre coordenadasde sentidos opostos, quando se quer enfatizar a oposição.

Exemplo: Os ricos dão pelo pão a fazenda; os pobres dão pelo pão o trabalho.

III — entre segmentos coordenadosde longa extensão.

Exemplo: Os dois primeiros anos do seu rumoroso governo foram pautados pela exibição de suas fa- çanhas atléticas e políticas; o terceiro (e último) foi consumido por denúncias e patifarias.

USO DOS DOIS-PONTOS

A função básica dos dois-pontos pode ser assim descrita: tu- do o que vem à direita dos dois-pontos serve para expandir, ex-

plicar ou esclarecer algo que está à esquerda. Dentro desse princípio básico, usam-se os dois-pontos:

I — para introduzir citações.

Exemplo: O coronel respondeu logo: “Não faço questão de homenagens.”

II — para discriminaros componentes de uma idéia global.

Exemplo: Com a crise ele perdeu tudo: terras, pré- dios, investimentos em papéis, ouro, etc.

III — para esclareceruma noção vaga e imprecisa.

Exemplo: Novidade: a inflação regrediu neste mês.

USO DAS ASPAS

Função básica das aspas: indicar que tudo o que está inscrito entre elas é alheio ou estranho ao enunciador do texto. Usam-se para:

I — marcar citações textuais.

Exemplo:

Todos conhecem o provérbio popular: “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”

II — indicar palavras ou expressões estranhas ao padrão de linguagem adotado no conjunto do texto: gírias, arcaís- mos, estrangeirismos, formas populares.

Exemplo:

A meninada no pátio do colégio não “tava nem aí” para a bronca do inspetor de alunos.

III — indicar palavras tomadas em segundo sentido, tais como uma ironia, uma expressão maliciosa.

Exemplo:

O juiz puniu com cartão vermelho a troca de “gentile- zas” entre os dois jogadores.

Exercícios

Questões 1 e 2

Em cada uma das questões que seguem, são dadas três fra- ses. A primeira, por estar na ordem direta, não apresenta vírgula. Nas outras duas, em que a ordem está invertida, ca- be a você usar as vírgulas convenientes.

1. a) As coisas são diferentes aqui do mirante da Presidência.

(Itamar Franco. Veja, 24.01.94)

b) Aqui do mirante da Presidência as coisas são diferentes.

Aqui do mirante da Presidência, as coisas são di- ferentes.

c) As coisas aqui do mirante da Presidência são diferentes.

As coisas, aqui do mirante da Presidência, são di- ferentes.

2. a) Uma parte da minha carreira chega também ao fim com a morte de Senna. (Alain Prost, adaptada. Veja, 24.01.94)

b) Com a morte de Senna uma parte da minha carreira che- ga também ao fim.

Com a morte de Senna, uma parte da minha carreira chega também ao fim.

(3)

c) Uma parte da minha carreira com a morte de Senna chega também ao fim.

Uma parte da minha carreira, com a morte de Senna, chega também ao fim.

Questões 3 e 4

Alterar a pontuação de uma frase não a torna necessariamente errada. Uma mesma frase pode ter, potencialmente, dois ou mais significados, a serem definidos por meio de pontuação adequada. Nas questões que seguem, em (I) é dada uma pontuação, indicadora de um sentido; em (II), caberá a você revelar um outro sentido, usando a pontuação adequada.

Modelo

(I) Pedro, o gerente do banco ligou e deixou um recado.

(II) Pedro, o gerente do banco, ligou e deixou um recado.

3. I. A Terra não é, evidentemente, curva.

II.A Terra não é evidentemente curva.

4. I. Foi você que inventou toda aquela história, mentirosa.

II. Foi você que inventou toda aquela história men- tirosa.

5. (FUVEST) Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população.

a) Reescreva a frase, alterando-lhe o sentido apenas com o emprego de vírgulas.

Os meninos de rua,que procuram trabalho, são re- pelidos pela população.

b) Explique a alteração de sentido ocorrida.

• A ausência de vírgulas no enunciado inicial serve para instaurar o pressuposto de que nem todos os meninos de rua procuram trabalho. A parcela que procura é repelida pela população. A oração que pro- curam trabalho classifica-se como subordinada adjetiva restritiva.

• A presença de vírgulas em a estabelece o pressu- posto de que todos os meninos de ruaprocuram trabalho. Todos eles são, pois, repelidos pela popu- lação. A oração entre vírgulas classifica-se como subordinada adjetiva explicativa.

6. (FUVEST) Em que lugar deve ser colocada a vírgula?

As baleias (a) estão sumindo (b) mas (c) o governo (d) de- cidiu (e) preservá-las.

b

7. Nesta questão ocorrem espaços vazios, de onde foram retira- dos certos sinais de pontuação, que vêm indicados entre pa- rênteses. Procure repô-los no seu devido lugar.

Quando se trata de trabalho científico duas coisas devem ser consideradas uma é a contribuição teórica que ele traz a outra é o valor prático que possa ter. (ponto-e-vírgula, dois-pontos, vírgula).

Quando se trata de trabalho científico,duas coisas devem ser consideradas:uma é a contribuição teórica que ele traz;a outra é o valor prático que possa ter.

8. (FUVEST) Os sinais de pontuação foram bem utilizados em:

a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo, Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e, seco, declarou ao silêncio atônito dos que o contemplavam: “Voltei.”

b) “Mãe onde estão os nossos: os parentes, os amigos e os vizinhos?” Mãe, não respondia.

c) Os estados, que ainda devem ao governo, não poderão obter financiamentos, mas os estados que já resgataram suas dívidas ainda terão créditos.

d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o projeto, retira do leitor o direito a ser informado pelo veículo que ele escolheu.

e) Assim, passa-se a permitir, condenações absurdas, des- proporcionais aos danos causados.

9. Às vezes um defeito de pontuação induz o leitor a uma inter- pretação completamente contrária à intenção de quem redi- giu o texto.

O trecho a seguir foi extraído de um jornal da cidade de Campinas e contém um depoimento do ex-prefeito Jacó Bittar sobre fatos ligados à sua carreira política:

Todos os cargos que ocupei na minha vida foram conse- qüência do meu trabalho nunca objetivo.

(Campinas D’Fato)

A propósito da expressão “nunca objetivo”, considerando-se a posição em que se encontra e a ausência de pontuação, pode-se dizer que ela dá à frase um sentido indesejado.

a) Qual é esse sentido?

O de que o trabalho de Jacó Bittar nunca foi obje- tivo, ou seja, sempre foi dispersivo, sem rumo — o que desfavoreceria a imagem pública do ex- -prefeito.

b) Como se poderia evitá-lo por meio da pontuação?

Usando vírgula (ou ponto-e-vírgula) depois de trabalho: “Todos os cargos que ocupei na minha vida foram conseqüência do meu trabalho, nunca obje- tivo.”

Note-se que outra saída seria deslocar a expressão:

… foram conseqüência, nunca objetivo do meu trabalho.

(4)

10. Logo no início do romance Quincas Borba, o narrador relata a condição ambígua de Rubião, ex-professor que, ao rece- ber uma herança, torna-se capitalista.

Na passagem que segue, o narrador reproduz em discurso direto a satisfação de Rubião pela sorte de ter herdado a fortuna de Quincas Borba:

— Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morre- ram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça…

Logo a seguir, o narrador comenta:

Que abismo que há entre o espírito e o coração! O espírito do ex-professor, vexado daquele pensamento, arrepiou cami- nho, buscou outro assunto, uma canoa que ia passando; o co- ração, porém, deixou-se estar a bater de alegria.

(Machado de Assis, Quincas Borba)

As reticências, no final no discurso direto, indicam ruptura da continuidade do pensamento de Rubião.

a) Levando em conta dados do contexto, essa ruptura foi provocada por um ato de censura.

Quem é o censor? Quem é o censurado?

O censor é o espírito do ex-professor. O censurado é o coração, isto é, o lado emocional de Rubião.

b) Qual seria a continuidade do discurso, caso não houvesse o corte da censura?

… acabou sendo uma grande fortuna ou… de fato se transformou em grande ventura.

c) Se, em vez de usar as reticências, o narrador completasse o discurso de Rubião, produziria o mesmo efeito de sentido?

Evidentemente não. O uso das reticências serve pa- ra indicar o constrangimento de Rubião ao perceber que estava se deliciando com um sentimento torpe.

A contemplação dos sentimentos de Rubião apaga- ria a impressão de censura.

11. (UFGO/2001-2ª- fase) Os Estados Unidos, há muito, desejam controlar a Amazônia. Não foi por outra razão que “ambien- talistas” americanos iniciaram um movimento para declarar a Amazônia área de interesse mundial (essa questão foi a pauta oficial da Eco-92, realizada no Rio, em julho de 1992).

De acordo com as possibilidades de emprego das aspas, expli- que o porquê de o autor tê-las usado em “ambientalistas”.

O uso da palavra ambientalistas entre aspas tem evidente intenção satírica, ou seja, tomar a palavra num segundo sentido para denunciar que, por trás dessa designação, existem intenções que vão além de defender o meio ambiente.

Leia os itens 1 a 12, cap. 10.

Resolva os exercícios 1 a 4, série 10.

Releia os itens 4 a 12, cap. 10.

Resolva os exercícios 6 a 9, série 10.

Leia os itens 13 a 18, cap. 10.

Resolva os exercícios 5, 10, 13, 14 e 15, série 10.

Resolva os exercícios 11, 12, 16, 17, 18 e 21, série 10.

AULA 41

Tarefa Complementar

AULA 41 AULA 40 AULA 39

Tarefa Mínima Livro 1— Gramática

Caderno de Exercícios — Unidade I

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO

(5)

Faz parte da experiência de qualquer falante nativo a noção de que sua língua não é falada de maneira uniforme por todos os membros da comunidade. Não é necessário um senso de observa- ção muito apurado para se perceber que, no Brasil, por exemplo, fala-se um português repleto de diferenças:

— há quem diga os menino folgado(com o sde plural mar- cando apenas o artigo);

— há quem prefira dizer os meninos folgados (com os sde plural marcando o artigo, o substantivo e o adjetivo);

— há regiões em que se pronuncia felizcom o eaberto (é) e o zcom som de ch(é o caso dos baianos); já o carioca pro- nuncia o mesmo e como i e o z como ch; em São Paulo pronuncia-se felizcom o efechado e o zcom som de s;

— a palavra vocêpode ser pronunciada com todas as suas letras ou como ocêe até mesmo cê.

O falante nativo é capaz de citar vários outros exemplos si- milares e identificar, por trás da maneira própria de falar, grupos de pessoas específicos. Em síntese, ele tem noção das diferentes variações que afetam a sua língua.

VARIANTES LINGÜÍSTICAS

Os estudiosos das variações que se dão no interior de um idio- ma costumam dar o nome devariantes lingüísticasa essas di- versas maneiras de falar a mesma língua. Definindo com mais propriedade, o sociolingüista Fernando Tarallo conceitua varian- tes lingüísticas como “diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade.”

Mas fiquemos com uma conceituação mais simples: variantes lingüísticas são formas distintas de falar a mesma língua.

TIPOS DE VARIANTES

1. Variantes históricas: a língua se altera de época para época, constituindo o que se chama de variantes históricas.

2. Variantes geográficas: de lugar para lugar também há dife- renças significativas dentro de uma língua. A fala da zona ru- ral, por exemplo, é muito diferente da fala urbana.

3. Variantes sociais: entre uma classe social e outra há diferentes modos de falar. Um magistrado não fala como um operário.

Entre as variantes sociais, costumam-se distinguir duas gran- des divisões:

a) variante culta(das pessoas de maior prestígio social);

b) variante popular (dos segmentos sociais de menor pres- tígio).

4. Variantes de situação: um mesmo indivíduo varia o próprio modo de falar, de acordo com as circunstâncias em que se si- tua o ato de comunicação.

Entre as variantes de situação (ou variantes de estilo), dis- tinguem-se duas:

a) estilo informal(espontâneo, descomprometido, com baixo grau de preocupação com a linguagem);

b) estilo formal(calculado, vigiado, com alto grau de reflexão).

Exercícios

Em termos de variantes lingüísticas, os vestibulares em geral têm elaborado questões visando às seguintes competências do candidato:

• identificar no texto e descrever marcas de uma dada va- riante;

• identificar o segmento social com que se relaciona certa variante;

• interpretar a funcionalidade do uso de certa variante pa- ra a construção do texto;

• reescrever variantes, traduzindo-as para a língua culta;

• avaliar se a escolha de determinada variante está adequada à circunstância de comunicação em que foi empregada.

É o que se propõe com as questões a seguir.

1. (UNICAMP-2ª- fase) Você habitualmente usa e reconhece vários níveis de linguagem, associados a diferentes falantes, estilos ou contextos. Você sabe também que às vezes o falante utiliza um estilo que não é o seu, para produzir efeitos específicos, que é o que faz o maestro Júlio Medaglia na carta abaixo:

MASSA!

“Pô Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza vi- rou nome num pedaço aqui na Sampa, quem sabe tu te ani- ma e acha aí um point prá botá um nome de Magdalena Ta- gliaferro, Cláudio Santoro, Jacques Klein, Edoardo de Guar- nieri, Guiomar Novaes, João de Souza Lima, Armando Belar- di e Radamés Gnattali. Esses caras não foi cruner de banda a la ‘Trogloditas do Sucesso’, mas se a tua moçada não manjar quem eles foi dá um look aí na Enciclopédia Britânica ou no Groves Internacional e tu vai sacá que o astral do século 20 musical deve muito a eles.”

Júlio Medaglia, di-jei do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (São Paulo, SP)

(“Painel do Leitor”, Folha de S. Paulo, 4. 10. 90)

a) Que grupo social pode ser identificado por este estilo?

Transcreva as marcas lingüísticas características desse grupo, presentes no texto.

b) Em que campo da cultura deram contribuição importante os nomes mencionados na carta e que passagem(ns) do texto permite(m) afirmar isso?

c) O texto contém uma crítica implícita. Qual é, e a quem é dirigida?

a) Esse estilo identifica o grupo social de jovens ur- banos, ouvintes de rádio, usuários de um verda- deiro coquetel lingüistíco, em que se mistu- ram gírias (“pô, “massa”, “maneiro”), solecismos (“Esses caras não foi”, “eles foi”) e estrangeirismos (“point”, “look”).

Aulas 42 e 43

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS

(6)

b) Os nomes mencionados na carta deram contri- buições no campo da música erudita, o que pode ser atestado pelas passagens “Esses caras não foi cruner de banda…” e “…e tu vai sacá que o astral do século 20 musical deve muito a eles.”

c) Trata-se de uma crítica ao caráter demagógico e po- pulista de algumas autoridades que, muitas vezes, ao homenagearem representantes de um segmento da cultura popular, tornam mais patente o des- caso com que nomes ilustres de outros segmentos da cultura são tratados. A crítica é dirigida à então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina.

2. (FUVEST/2003-2ª- fase-adaptada) A tua saudade corta como aço de navaia…

O coração fica aflito Bate uma, a outra faia…

E os óio se enche d’água

Que até a vista se atrapaia, ai, ai…

(Fragmento de “Cuitelinho”, canção folclórica)

Se a forma do verbo atrapalhar estivesse flexionada de acordo com a norma-padrão, haveria prejuízo para o efeito de sonoridade explorado no final do último verso? Por quê?

Se o verbo “atrapalhar” estivesse flexionado de acordo com a norma-padrão, a sonoridade da quadra heptassilábica estaria comprometida, pois estaria desfeita a rima com a palavra “faia”. Além disso, vale dizer que, com a modificação, o efeito de sentido seria prejudicado, porque a troca implicaria uma incoerência lingüística, uma vez que o res- tante do texto apresenta traços da variante fa- lada popular e informal da língua caipira.

Texto para a questão 3

Saudosa Maloca Se o sinhô não tá lembrado, Dá licença de contá

Que aqui onde agora está Esse adifício arto

05Era uma casa véia, Um palacete assobradado.

Foi aqui, “seu” moço,

Que eu, “Mato Grosso” e o Joca Construímos nossa maloca

10Mais, um dia,

— Nóis nem pode se alembrá —, Veio os homens c’as ferramentas O dono mandô derrubá.

Peguemos todas nossas coisas

15E fumos pro meio da rua Preciá a demolição

Que tristeza que nóis sentia Cada tauba que caía Duía no coração

20Mato Grosso quis gritá Mais em cima eu falei:

Os homens tá c’a razão, Nóis arranja otro lugá.

Só se conformemos quando o Joca falô:

25“Deus dá o frio conforme o cobertô”.

E hoje nóis pega paia nas gramas do jardim E p’ra esquecê nóis cantemos assim:

Saudosa maloca, maloca querida, dim, dim, Donde nóis passemos dias feliz de nossa vida.

(BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa — Trem das 11.

CD 903179209-2, Continental. Warner Music Brasil, 1995.)

3. (UNESP/2001) A letra de Saudosa Malocapode ser con- siderada como realização de uma “linguagem artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elemen- tos do uso popular ao uso culto. Uma destas sobreposi- ções é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa

“se” em lugar de “nos”, diferentemente do que prescreve a norma culta (o poeta emprega se conformemos em vez de nos conformamos; se alembrá em vez de nos lembrar).

Considerando este comentário,

a) descreva e exemplifique o que ocorre, na linguagem artística do compositor, com o –r final e com o –lh–

medial das palavras, em relação ao uso oral culto;

b) estabeleça as diferenças que apresentam, em relação ao uso culto, as seguintes formas verbais da primeira pessoa do plural do presente do indicativo empregadas pelo compositor: “pode” (verso 11), “arranja” (verso 23) e

“pega” (verso 26).

a) Confrontada com o uso oral culto, percebe-se na linguagem do compositor:

• quanto ao -rfinal: sua sistemática supressão, independentemente da classe gramatical da pa- lavra e da vogal que precede o r. Exemplos:

“contá” por contar (verso 2)

“derrubá” por derrubar (verso 13)

“sinhô” por senhor (verso 1)

“cobertô” por cobertor (verso 25)

“esquecê” por esquecer (verso 27)

(7)

• quanto ao -lh-medial das palavras: sua sistemá- tica substituição pela semivogal i, que passa a for- mar ditongo com a vogal anterior. No texto temos:

“véia” por velha (verso 5)

“paia” por palha (verso 26)

b) Em relação ao uso culto, as três formas de pri- meira pessoa do plural do presente do indicativo mencionadas se caracterizam pela sistemática supressão da desinência número-pessoal -mos.

Nos três casos, o resultado é que a forma do pre- sente do indicativo acaba coincidindo com a ter- ceira pessoa do singular. Isso explica por que as três vêm precedidas do pronome pessoal (“nóis” = nós), próprio da primeira pessoa do plural. O que temos é, pois:

“nóis nem pode” por “nós nem podemos”;

“nóis arranja” por “nós arranjamos”;

“nóis pega” por “nós pegamos”.

(ENEM) Texto para as questões 4 a 6

Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o pa- drão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí, galera”, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à ex- pectativa do ouvinte.

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação.

Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo

“estereotipação”? E, no entanto, por que não?

— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.

— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais es- portistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.

— Como é?

— Aí, galera.

— Quais são as instruções do técnico?

— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de con- tenção coordenada, com energia otimizada, na zona de prepara- ção, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, con- catenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentâ- nea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.

— Ahn?

— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.

— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?

— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?

— Pode.

— Uma saudação para a minha progenitora.

— Como é?

— Alô, mamãe!

— Estou vendo que você é um, um…

— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não cor- responde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primi- tivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereo- tipação?

— Estereoquê?

— Um chato?

— Isso.

(Luís Fernando Veríssimo. Correio Braziliense, 13 de maio, 1998.)

4. A expressão “pegá eles sem calça”poderia ser substituí- da, sem comprometimento de sentido, em língua culta, for- mal, por:

a) pegá-los na mentira.

b) pegá-los desprevenidos.

c) pegá-los em flagrante.

d) pegá-los rapidamente.

e) pegá-los momentaneamente.

5. O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à ex- pectativa do público. São elas:

a) A saudação do jogador aos fãs do clube, no início da en- trevista, e a saudação final dirigida a sua mãe.

b) A linguagem muito formal do jogador, inadequada à situa- ção da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltu- ra, de modo muito rebuscado.

c) O uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.

d) O desconhecimento, por parte do entrevistador, da pala- vra “estereotipação” e a fala do jogador em “é pra divi- dir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.

e) O fato de os jogadores de futebol serem vítimas de este- reotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

6. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:

a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direi- to.” — um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.

b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” — um jovem que fala para um amigo.

c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” — alguém comenta em uma reunião de trabalho.

d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa.” — alguém que escreve uma carta candida- tando-se a um emprego.

e) “Porquê, se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros.”

— um professor universitário em um congresso interna- cional.

(8)

Leia o item 1, cap. 24.

Faça o exercício 1, série 24.

Leia os itens 3 e 4, cap. 24.

Faça os exercícios 2, 3, 4, 8 e 9, série 24.

Leia o item 2 e os itens 5 a 18, cap. 24.

Resolva os exercícios 5, 6, 10, 17 e 20, série 24.

AULA 43

Tarefa Complementar

AULA 43

AULA 42

Tarefa Mínima Livro 1— Gramática

Caderno de Exercícios — Unidade I

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO

— Regência é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou um nome e os seus complementos.

Regência verbal:

— quando o termo regente é um verbo. Exemplo:

Isto pertence a todos.

termo regente termo regido

= verbo

Regência nominal:

— quando o termo regente é um nome. Exemplo:

Tenho opinião semelhante à sua

termo regente termo regido

= nome

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS 1. ASPIRAR

a) No sentido de sorver (o ar) = T.D.

Exemplo: Aspiramos fumaça e gases.

b) No sentido de almejar= T.I. (com a preposição a).

Exemplo: Não aspiro aeste posto de fiscal.

2. ASSISTIR

a) No sentido de presenciar, ver= T.I. (com a prep. a).

Exemplo: Assistimos ao jogo de lá das arquibancadas.

b) No sentido de caber, competir= T.I. (com a prep. a).

Exemplo: A revogação da lei não assiste aos deputados.

c) No sentido de dar assistência, ajudar= T.D.

Exemplo: O médico assistia os enfermos.

d) No sentido de morar, residir, constrói-se com a preposição em.

Exemplo: Vim do interior e hoje assisto na capital.

3. VISAR

a) No sentido de mirar, apontar arma= T.D.

Exemplo: O arqueiro visou apenas o frutoque estava sobre a cabeça da jovem.

b) No sentido de passar visto= T.D.

Exemplo: O professor visou os trabalhos dos alunos.

c) No sentido de objetivar, ter em vista= T.I. (com a prep. a).

Exemplo: Não visamos aresultados imediatos.

Observação

Os verbos: — aspirarno sentido de almejar,

— assistirno sentido de presenciar,

— visarno sentido de ter em vista,

apesar de transitivos indiretos, não aceitam os pronomes oblíquos átonos lhe, lhescomo complemento. Aceitam apenas as formas tônicas: a ele, a ela, a eles, a elas.

Exemplo: — Aspiras ao cargo?

— Sim, aspiroa ele.

4. AGRADAR/DESAGRADAR

a) O verbo agradar, no sentido de causar agrado ou satis- fação, satisfazer, ser do agrado,no Português contem- porâneo culto, é transitivo indireto com a preposição a.

Exemplos: A leitura do livro agradou muito ao assessor.

Não lheagrada a tua presença.

• A mesma regência vale para o verbo desagradar.

Exemplos: As indecisões do comandante desagradaram aos soldados.

Não lhe desagrada a idéia de candidatar-se ao Senado.

b) No sentido de afagar, acariciar, o verbo agradar é transitivo direto.

Exemplo: O garotinho começou a agradar o seu cão(começou a agradá-lo).

Obs.: Tanto agradarquanto desagradarjá foram transitivos diretos no Português antigo e ainda hoje ambos aparecem co- mo tais.

Para efeito de provas e concursos, porém, é melhor seguir as prescrições rígidas segundo as quais são apenas transitivos in- diretos.

Aulas 44 e 45

SINTAXE DE REGÊNCIA

(9)

5. QUERER

a) No sentido dedesejar= T.D.

Exemplo: Não quero o cargo.

b) No sentido de estimar, gostar= T.I. (com a prep. a).

Exemplo: Não quero bem aos caluniadores.

6. INFORMAR

Como transitivo direto e indireto, admite duas construções:

a) coloca-se o nome da pessoacomo objeto diretoe o da coisacomo objeto indireto(com as prep. deou sobre).

Exemplo: Informaram os alunos doresultado (ou sobre o resultado).

b) coloca-se o nome da coisa como objeto direto e o da pessoa como objeto indireto(com a prep. a).

Exemplo: Informaram o resultado aos alunos.

Obs.: Admitem a mesma construção que informar os seguintes verbos:

— avisar

— certificar

— notificar

— prevenir

7. PAGAR (PERDOAR)

a) Quando o objeto é nome decoisa= T.D.

Exemplo: Não pagamos os salários de dezembro.

b) Quando o objeto é nome de pessoa= T.I. (com a prep. a).

Exemplo: Ninguém pagou ao conferencista.

Obs. 1) O mesmo verbo pode ser transitivo direto e indireto.

Exemplo: Pagaram o salário ao funcionário.

Obs. 2) A mesma regência do verbo pagarcabe a perdoar.

Exemplo: Perdoaram o crime.

Perdoaram ao criminoso.

Perdoaram o crime ao criminoso.

8. ESQUECER

a) Não pronominal= T.D.

Exemplo: Esqueci os documentos.

b) Pronominal= T.I. (com a prep. de).

Exemplo: Esqueci-me dos documentos.

c) Pode-se colocar o nome da coisacomo sujeito, e o verbo ganha o sentido de cair no esquecimento.

Exemplo: Esqueceram-me os documentos.

Obs.: A mesma regência é válida para o verbo lembrar:

a) Lembro os fatos.

b) Lembro-me dos fatos.

c) Lembram-me os fatos.

9. PREFERIR

É transitivo direto e indireto e constrói-se assim:

— coloca-se no objeto diretoa coisa mais apreciadae no objeto indiretoa coisa menos apreciada(com a prep. a).

Exemplo: Todos preferem o amor ao ódio.

10. OBEDECER (DESOBEDECER)

Sempre transitivo indireto(com a prep. a).

Exemplo: Não se obedece aos impulsos primários.

Obs.: A mesma regência cabe a desobedecer.

Exemplo: O presidente do Senado não desobedeceu ao regimento da Casa.

11. CHEGAR

É intransitivo e rege a preposição aantes do adjunto adver- bial que indica o destino da ação.

Exemplo: Cheguei ao local, atrasado.

Na língua culta escrita há diferença entre chegar a e chegar em:

• o complemento precedido da preposição aindica o ponto de chegada, o ponto final da ação: O avião chegou ao seu destino.

• o complemento precedido da preposição em indica o local dentro do qualalguém ou algo chega: A comitiva chegou no aviãoda Varig.

Exemplos:

1. O avião chegou a São Paulo(São Paulo é o ponto final da ação).

2. O papa chegou no avião da Alitalia (avião é o local/ o veículo dentro do qual o papa chegou).

3. O papa chegou a São Paulo no avião da Alitalia.

Obs.: A mesma descrição vale para o verbo ir.

Exemplos:

1. O presidente irá ao Paraguai (Paraguai é o destino da ação).

2. O presidente irá no aviãopresidencial (avião é o local/

veículo dentro do qual o presidente vai).

3. O presidente irá ao Paraguai no avião presidencial.

OBSERVAÇÕES

1) Não se pode dar um único complemento a verbos de regências diferentes.

É erradodizer: Vi e gostei do filme.

É corretodizer: Vi o filme e gostei dele.

Vi o filme do qual gostei.

2) Quando o pronome relativo funciona como complemento de um verbo, deve respeitar a regência desse verbo.

Exemplos:

Gostei do filme ∅∅ que vi.

a que assisti.

de que falaste.

a que te opuseste.

de que te queixaste.

3) Verbo transitivo indireto não admite voz passiva.

É erradodizer: O cargo é aspiradopor nós.

4) Como complementos de verbo, os pronomes o, a, os, assó funcionam como objeto direto; os pronomes lhe, lhessó funcionam como objeto indireto.

(10)

Exemplos:

O médico assistiu o paciente.

O médico assistiu-o.

O mesmo direito assiste a todos os cidadãos.

O mesmo direito lhesassiste.

Deve-se, no entanto, insistir no que já foi observado após o item 3:

assistirno sentido de ver,

aspirarno sentido de almejar,

visarno sentido de ter em vista,

apesar de transitivos indiretos, não admitem o pronome lhe (lhes) como complemento. Não admitem também o(a, os, as), que funciona como objeto direto.

Nos sentidos acima descritos, tais verbos só admitem como complemento as formas oblíquas tônicas do pronome de terceira pessoa:

— a ele

— a ela

— a eles

a elas Exemplos:

• Todos assistiram ao filme.

— Todos assistiram a ele.

• Todos os competidores aspiram ao título.

— Todos os competidores aspiram a ele.

• A medida do governo visa ao controle dos gastos.

— A medida do governo visa a ele.

Exercícios

Questões 1 e 2

Assinale a alternativa em que a regência verbal está em desa- cordo com a norma culta escrita.

1. a) Junto com a poeira da sala, a empregada aspirou um brinco de diamante.

b) Poucos são os que, hoje em dia, aspiram ao magistério.

c) Pela TV, o pai assistiu ao desabamento da casa e o deses- pero da família.

d) Não há advogados dispostos a assistir gratuitamente os detentos com pena já vencida.

e) Pela nova lei, assiste aos detentos o direito de receber suas mulheres no cárcere.

2. a) Felizmente, ainda existem no mundo pessoas que visam ao bem da coletividade.

b) Os atletas deverão comparecer à Embaixada, dia 6, para visar os passaportes.

c) Atiradores de elite, de armas em punho, visavam os dois seqüestradores que ocupavam a cabine do avião.

d) Há programas deprimentes na nossa televisão: ninguém deveria assisti-los.

e) A contragosto, assistiu em São Paulo durante os cinco anos do curso superior.

3. A propósito do uso dos pronomes oblíquos oe lhe, há dife- renças nítidas entre a linguagem popular e a culta escrita. Co- mo se sabe, esta variante lingüística não admite certos usos que são comuns naquela.

Assinale a alternativa em que o uso de um desses pronomes contraria a norma culta escrita.

a) Certos médicos se recusam a assistir doentes que não lhes agradam.

b) O FMI tem exigido um controle austero da nossa econo- mia, mas esse tipo de controle o povo não o quer.

c) O poder é sempre sedutor; não há quem não lhe aspire.

d) O povo não pode ser impedido de protestar; assistem-lhe razões de sobra para isso.

e) Com toda a certeza, os filhos não querem aos pais como os pais lhes querem.

4. Leia o trecho que segue:

Fascinado pelo gorila, um visitante do zoológico tentou agradá-lo, mas a reação histérica do animal não deixou a menor dúvida de que o atrevimento do admirador não lhe agradou.

Sabe-se que, como complemento do verbo, o pronome osó pode ser objeto direto; na mesma função, o lhesó pode ser objeto indireto.

a) Pode-se dizer que o emprego desses pronomes está cor- reto no trecho acima transcrito?

Estão corretos ambos os pronomes.

b) Justifique sua resposta.

Na primeira ocorrência, o verbo agradar significa acariciar, afagar. Nesse sentido, é transitivo direto e admite o ocomo complemento.

Na segunda ocorrência, agradar significa satisfazer, causar agrado.Nesse sentido, é transitivo indireto e admite o lhecomo objeto.

5. No âmbito da regência, certas diferenças que a língua culta escrita preserva, não são levadas em conta na língua popular.

Por isso, certas frases do falar cotidiano dão um sentido mui- to estranho se forem interpretadas dentro do rigor da norma culta escrita. É o que ocorre com o trecho transcrito a seguir.

No tempo em que se escreviam cartas, era comum um des- fecho como este:

Mãe, aqui se despede o filho que muito a quer.

a) Levando em conta nosso conhecimento de mundo, que sentido se atribui a essa despedida do filho?

O sentido de uma despedida seguida de uma decla- ração de afeição do filho.

b) Interpretando ao pé da letra, dentro do rigor da língua culta escrita, qual o sentido do trecho o filho que muito a quer?

Significa: o filho que muito a deseja, que a quer ter co- mo posse.

(11)

c) Levando em conta a intenção de um filho normal, qual seria a redação desse trecho na língua culta escrita?

Mãe, aqui se despede o filho que muito lhe quer.

6. Para resolver esta questão, lembre-se de que os verbos avisare prevenirtêm a mesma regência de informar.

Assinale a alternativa em que a regência de um deles não está de acordo com a norma culta escrita.

a) Um grande painel no estádio informava os torcedores so- bre os resultados dos demais jogos.

b) Nas ditaduras são comuns os alcagüetes, delatores que in- formam tudo ao governo.

c) A queda das folhas informa ao camponês a chegada do outono.

d) Chegam notícias prevenindo os brasileiros do risco de uma epidemia de gripe.

e) Três tiros avisaram-lhe da chegada da polícia ao morro.

Questões 7 a 12

Nas frases que seguem, a regência verbal está de acordo com as normas da língua popular. Transcreva-as, fazendo as alte- rações exigidas pela língua culta escrita.

7. Deixei com a empregada o dinheiro para pagar o jornaleiro.

Deixei com a empregada o dinheiro para pagar aojor- naleiro.

8. Que Deus perdoe esses pobres coitados!

Que Deus perdoe aesses pobres coitados!

9. Prefiro mais o frio que o calor.

Prefiro o frio aocalor.

10. Ninguém esquece do primeiro amor.

Ninguém esquece oprimeiro amor/ Ninguém se esquece doprimeiro amor.

11. Ele não lembra nem do próprio nome

Ele não lembra nem opróprio nome/ Ele não selembra nem do próprio nome.

12. O carro não obedeceu o comando do piloto.

O carro não obedeceu aocomando do piloto.

13. Observe este diálogo:

— Alô! Quem fala?

— Aqui é o irmão do Atílio.

— Aqui é a Fernanda! O Atílio está?

— Não. Ele foi no Zé.

a) Nos padrões da fala coloquial popular, o que o irmão de Atílio quis dizer para Fernanda?

Que o Atílio foi até a casa do Zé.

b) No rigor da língua culta escrita, a última fala do diálogo teria um sentido muito estranho. Qual é esse sentido?

O de que o Atílio foi em cima do Zé, montado no Zé, algo assim.

c) Considerando a intenção do irmão de Atílio, como ficaria a fala final na língua culta escrita?

Não. Ele foi ao José (ou até o José).

14. “Quero antes um asno que me carregue do que um cavalo que me derrube.”

Permute quero por prefiroe reescreva o trecho, fazendo as adaptações exigidas pela norma culta da língua.

Prefiro um asno que me carregue a um cavalo que me derrube.

15 .Observe:

a) Eu gosto e estudo música. (Errado) b) Eu gosto de música e a estudo. (Certo) De acordo com o exemplo acima, corrija:

a) A maioria dos deputados vai e volta de Brasília toda se- mana.

A maioria dos deputados vai a Brasília e volta de lá toda semana.

b) O autor da resenha disse que leu e não gostou do livro.

O autor da resenha disse que leu o livro e não gostou dele.

Melhor ainda:

O autor da resenha disse que não gostou do livro que leu.

16. Vovô bebe mas não gosta de vinho tinto.

Um falante normal do Português, fazendo uso de sua intuição, pode dar duas interpretações distintas para esse fragmento.

a) Quais são as duas interpretações?

Primeira: Vovô bebe vinho tinto mas não gosta dessa bebida. No caso, o termo de vinho tintoseria objeto dos verbos bebee gosta.

Segunda: Vovô ingere bebida alcoólica mas não gosta de vinho tinto. No caso, o termo de vinho tinto seria considerado como objeto apenas do verbo gosta. O ob- jeto de bebeficaria implícito e seria preenchido por nos- so conhecimento de mundo (conhecimento pragmá- tico).

(12)

b) Considerando o modo como está redigida, essa frase só é considerada correta pelos gramáticos numa das duas versões. De qual das duas se trata?

A redação só é considerada correta pelos gramáticos na segunda versão.

17. É muito comum, na fala popular, uma frase desse tipo:

Eu voto no político que confio.

a) Reescreva-a, adaptando-a às normas da língua culta escrita.

Eu voto no político emque confio.

b) Permute confiopor

• gosto

• me identifico

e reescreva a frase com as adaptações necessárias.

Eu voto no político deque gosto.

Eu voto no político comque meidentifico.

18. A regência é um dos mecanismos de estruturação da frase.

Em outros termos, serve para estabelecer correlações entre as palavras do enunciado.

Nos trechos a seguir, a alteração da regência verbal produz al- teração sintática e semântica no enunciado. Descreva a di- ferença de sentido entre eles:

I. A escultura retrata uma serpente que o jovem dá aos ratos como alimento.

II. A escultura retrata uma serpente a que o jovem dá os ratos como alimento.

Em I, a presença da preposição aantes de os ratose sua ausência antes do que serve para dizer que os ratos são beneficiários da ação e a serpente (que) é a vítima, o paciente da ação.

Em II se dá exatamente o inverso.

Leia os itens 1 a 7, cap. 13.

Resolva os exercícios 1 a 4, série 13.

Leia os itens 8 a 22, cap. 13.

Resolva os exercícios 8, 9, 10, 11 e 25, série 13.

Resolva os exercícios 13, 14, 16, 19, 20 e 21, série 13.

AULA 45

Tarefa Complementar

AULA 45 AULA 44

Tarefa Mínima Livro 1— Gramática

Caderno de Exercícios — Unidade I

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO

Referências

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