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PANORAMA DA REUTILIZAÇÃO DOS PNEUS INSERVÍVEIS NA CIDADE DE MANAUS-AM

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1 Este trabalho aproxima-se da temática do Grupo de Trabalho (GT 2)

PANORAMA DA REUTILIZAÇÃO DOS PNEUS INSERVÍVEIS NA CIDADE DE MANAUS-AM

CUNHA, Elizia Raquel1; DE SOUZA, Fabiola Esquerdo2; MACHADO, Uarlisson da Silva ³

RESUMO

A destinação dos pneus inservíveis é um desafio que tem sido enfrentado com preocupação por muitos países desenvolvidos, além de ser um dos principais temas da vertente dos resíduos sólidos pouca debatida na comunidade cientifica e acadêmica. Nesse contexto o objetivo deste trabalho, visa mostrar a coleta de pneus inservíveis na cidade de Manaus, especificando os quantitativos relacionados à coleta, assim como fazer uma breve descrição dos processos de tratamento, até a destinação final. Neste manuscrito foi-se realizado um levantamento bibliográfico dos principais autores, legislações e normas de referências no assunto, uma breve descrição dos processos de destinação dos pneus através de entrevistas, além da reunião e levantamento documental na empresa responsável pela coleta de pneus inservíveis na cidade de Manaus. A partir dos estudos realizados observou-se que a quantidade de pneus com destinação incorreta ainda é crescente e os impactos causados nos principais compartimentos ambientais são perpetuados a longo prazo. Além disso, observa-se que as principais normas e legislações pertinentes aos resíduos sólidos a luz dos pneus inservíveis são passiveis de aberturas, não obtendo uma efetividade de execução e aplicação de multas. O Brasil ainda possui uma coleta pouco expressiva, e quando feito um comparativo entre a região norte e as demais regiões brasileiras, os resultados se mostram insignificantes. O número de pontos de coletas, os processos utilizados para o tratamento e uma efetiva fiscalização por parte dos órgãos ambientais, ainda precisam de revisões e melhorias práticas.

Palavras Chave: resíduos sólido, logística reversa, gerenciamento de resíduos

1Engenheira Ambiental e pós-graduanda em Eng. De Segurança do Trabalho, Manaus- AM,raquelcunhash@gmail.com.

²Engenheira Ambiental e pós-graduanda em Eng. De Segurança do Trabalho, Manaus-AM, fabiolaesquerdodesouza@gmail.com.

³Engenheiro Sanitarista e Pós-graduando MBA em Gerenciamento de Projetos, Manaus-AM E-mail:

uarlisson.smachado@gmail.com.

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2 PANORAMA OF THE REUSABILITY OF INSIBIBLE TIRES IN THE CITY OF

MANAUS-AM

The disposal of waste tires is a challenge that has been faced with concern by many developed countries, as well as being one of the main issues in the solid waste sector, which is little debated in the scientific and academic community. In this context, the objective of this work is to show the collection of waste tires in the city of Manaus, specifying the amounts related to the collection, as well as a brief description of the treatment processes, until the final disposal.

In this manuscript a bibliographical survey of the main authors, legislations and reference standards in the subject was carried out, a brief description of the processes of destination of the tires through interviews, besides the meeting and documentary survey in the company responsible for the collection of waste tires in the city of Manaus. From the studies performed it was observed that the number of tires with incorrect destination is still increasing and the impacts caused in the main environmental compartments are perpetuated in the long term. In addition, it is noted that the main standards and legislation pertaining to solid waste in the light of waste tires are susceptible to openings, failing enforcement effectiveness and fines. Brazil still has a little expressive collection, and when done a comparative between the northern region and the other Brazilian regions, the results are insignificant.

Keywords: solid waste, reverse logistics, waste management

INTRODUÇÃO

O cenário global tem colocado diante de todos uma preocupação crescente com o destino dos resíduos sólidos, o problema tornasse ainda mais agravante nos principais adensamentos urbanos, como as capitais e metrópoles, onde o consumo desenfreado atrelado ao desenvolvimento, crescem de forma linear. Conforme Almeida Júnior (2012), o crescimento acelerado das grandes cidades, o aumento do consumo de produtos industrializados, mais a praticidade dos descartáveis, e somado a escassez de áreas para tratamento e disposição dos resíduos sólidos urbanos, configuram esse tema como uma das principais problemáticas da atualidade, e emitem um alerta a nível internacional.

Segundo Garamano e Noronha (2015), a sociedade e os governantes precisam fazer o enfrentamento corajoso a estas questões e ter um olhar mais sensível no que tange as questões socioambientais. Neste contexto, dentre os mais variados tipos de resíduos sólidos nocivos aos principais compartimentos ambientais como água, solo e ar, estão os pneus inservíveis. A falta de uma correta destinação final e programas de incentivo em logística reversa no pais, acarretam em um acumulo significativo deste resíduo em todos os estados.

Destacam Araújo e Silva (2005), que os pneus inservíveis não podem ser considerados necessariamente como um resíduo logo após o seu descarte, mesmo que sejam considerados impróprios após sua utilização usual, haja vista, os pneus conservam algumas de suas características pós uso, tais como o formato, rigidez, impermeabilidade, assim como um elevado poder calórico, quanto a suas características, a única que é efetivamente afetada, é a aderência a superfície, sendo está um dos pré-requisitos mais importantes para que seja utilizado em um veículo.

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3 Sousa e Rodrigues (2014), explicam que o pneu é considerado inservível quando ele não pode mais ser usado e reformado. E serve de alerta que esses pneus quando descartados de forma inadequada constituem não somente um grave problema ambiental, mas também como um coadjuvante para o agravo da saúde populacional, vale ressaltar que a reprodução do Aedes Aegypti em grandes adensamentos urbanos está atrelado intrinsicamente com áreas onde se tem um acumulo de pneus inservíveis.

O IBAMA (2013) afirma que a coleta de destinação dos pneumáticos (pneus) inservíveis, visa atender os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada pela Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010. Nesse sentido a lei possui caráter de obrigatoriedade sobre os fabricantes, importadores, distribuidores, e comerciantes de pneus, no sentido de impô-los a estruturar e implementar sistema de logística reversa, com relação ao retorno desses produtos, após a utilização feita pelo consumidor, isso deve ocorrer de maneira independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

No Brasil, vale destacar que foi a partir da Resolução CONAMA 258/99 que começou-se a ocorrer mudanças em torno da destinação final dos pneus, a resolução trabalha o que se pode chamar de logística reversa de pneus inservíveis, onde se inclui desde a coleta de pneus nos respectivos municípios, até o seu destino final, em unidades que são estabelecidas pelo Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), com base na Resolução 258/99, explica que a destinação dos pneus é um processo complexo e que envolve vários atores que atuam nesse cenário, mas explicam que a resolução definiu que é de responsabilidade exclusiva de fabricantes e importadores dar uma destinação ambiental para os pneus inservíveis (ANIP, 2008).

Desta forma, em busca de soluções para a destinação dos pneus inservíveis, um grupo de fabricantes de pneus denominada Reciclanip foi criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e, em 2010, a Continental juntou-se à entidade (RECICLANIP, 2016).

Segundo a literatura pertinente, observou-se a substituição da Resolução CONAMA 258/99 e no 301/2002 pela a Resolução 416/2009 do CONAMA, publicada em 01 de outubro 2009 no Diário Oficial da União (DOU), o texto diz respeito a disciplina e as obrigações de destinação dos pneus inservíveis a ser feito pelas empresas fabricantes e importadoras de pneus.

Almeida Junior (2010), em seus manuscritos enfatiza que para cada novo pneu que é comercializado, no mercado de reposição, é de responsabilidade dos fabricantes e dos importadores a destinação correta de um pneu inservível. Quanto aos reformadores, ficam excluídos dessa obrigatoriedade, pois acredita-se que já desenvolvem atividades que contribui para a preservação ambiental, haja vista, se entende que eles promovem a extensão de vida útil de pneus usados. O texto explica que somente os fabricantes e importadores são responsáveis pelo aumento de pneus novos no Brasil, enquanto que os reformadores em nada contribuem para isso, que justifica sua exclusão de responsabilidade.

No Brasil é possível observar de acordo com Bartholomeu et al (2010), que o país enfrenta vários obstáculos no que diz respeito ao descarte desse tipo de resíduo, mais pontualmente no tocante as ofertas de unidades homologadas de destinação, assim como o local onde essas

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4 unidades estão localizadas, tendo em vista os processos de logística que será envolvido. Mas é importante destacar, que a alternativa envolvendo o aproveitamento de pneus inservíveis, pode envolver a coordenação de uma série de empresas. Nesse sentido, é observado que o arranjo institucional, com base na legislação federal, juntamente com os órgãos criados para o gerenciamento e coordenação dessa cadeia logística, terminou por transformar esse tipo de resíduo em matéria-prima de alto valor para os mais diversos segmentos da economia.

Segundo Machione (2015) é de interesse de cada município, por meio do poder público, fazer o gerenciamento de todos os tipos de resíduos gerados nele, como os pneus inservíveis, haja vista, esse tipo de resíduo tem particularidades que podem influenciar na geração de transmissores de doenças perigosas: dengue, febre amarela, uma vez que os pneus podem fazer o acúmulo de águas pluviais.

No que diz respeito a legislação na esfera municipal e estadual, tanto o estado como município seguem a legislação federal proposta. Durante a pesquisa foi localizado um Estudo para o Plano Diretor da cidade de Manaus com a participação de vários órgãos, sendo estes:

Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), prefeitura de Manaus, Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM), Unidade de Gerenciamento do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (UGPI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Governo do Estado do Amazonas.

Segundo o IBAM (2010), a gestão de Resíduos Sólidos Especiais (RSE), para que funcione, envolve três sistemas, o de responsabilidades e autoridades e o de informação. Esses sistemas respondem a três dimensões, o comercial, o regulatório e o de gestão e governança. No entanto vale salientar que mesmo que esses sistemas sejam abordados de uma mesma ótica, as questões são diferentes, na responsabilidade dos agentes e a dinâmica na administração e manejo.

Sendo as questões da destinação final dos pneus inservíveis serem de grande interesse da sociedade civil, das autoridades governamentais, acadêmica e cientifica, além do retorno de benefícios promovidos pelas soluções que visem minimizar os impactos causados ao meio ambiente, somados a promoção e divulgação de debates acerca deste tema, tornam essas uma gama de justificativas que amparam o desenvolvimento deste trabalho.

Nesse sentido é importante dizer que a pesquisa também ganha justificativa quando envolve aspectos que abrangem toda sociedade, assim como os aspectos econômicos e financeiros. Fica claro também que é necessário que aconteça uma mudança comportamental nas principais esferas governamentais e civil perante a forma de perceber e encarar a problemática dos pneus inservíveis.

O trabalho alerta para a necessidade de um maior rigor no controle de pneus inservíveis e sua destinação final, dessa forma oferecendo ao governo informações relevantes para uma tomada de decisão. Do ponto de vista acadêmico a pesquisa mostra necessidade em se aprofundar ainda mais acerca deste tema, servindo de incentivo para que ocorram mais estudos quanto a destinação final dos pneus.

Dessa forma este trabalho tem como principal objetivo apresentar o cenário da cidade de Manaus, no que tange a um panorama da destinação dos resíduos (pneus inservíveis) além de especificamente abordar e as principais legislações pertinente ao tema, analisar a destinação final dos pneus inservíveis e quantificar-lós nos períodos de 2012 à 2014.

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5 DESENVOLVIMENTO

Em um primeiro momento, foi-se realizado um levantamento através de pesquisa bibliografica acerca do tema perante a reunião de manuscritos, artigos, dissertações e teses. A revisão de literatura constitui-se na busca de informação referente ao tema abordado para posterior comparativo. As pesquisas em campo e acompanhamento nas empresas destinadoras no pólo industrial de Manaus foram realizadas a fim de saber a quantidade de pneus coletados nos anos de 2012 à 2014. A pesquisa documental foi realizada por meio de acesso a documentos internos das empresas para posterior levantamento de dados. Para efeitos de não exposição, as empresas terão suas identificações mantidas em sigilo como regra imposta para a disponibilização dos dados.

No Distrito Industrial de Manaus à uma constante procura das empresas para destinar os seus resíduos de forma correta, reduzir custos e se diferenciar nos serviços, aliada às crescentes pressões envolvendo questões ambientais, às atividades de destinação, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos. Sendo assim, essas atividades precisam de planejamento específicos do fluxo do material do ponto que inicia a coleta até a sua destinação final. Desta forma, em Manaus são feitos quatro processos: Trituração, Incineração, pirólise e co- processamento. A figura 1 ilustra as etapas logísticas relacionadas aos fluxos do ciclo de vida dos pneus, desde que é fabricado até a destinação final. A partir do Ecoponto, que são as borracharias cadastrada pelo Ibama, a transportadora (Reciclanip) recolhe os resíduos, encaminha para trituração e assim transportada para seu destino final.

Figura 1 – Reciclanip: Ciclo de vida do pneu

O gráfico 1, mostra em toneladas a participação do Amazonas, em relação a destinação final de pneus inservíveis, no período de 2012 até 2014. A destinação feito por pirólise, nesse

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6 período destinou 391 toneladas de pneus inservíveis, resultando na diminuição de impactos ao meio ambiente.

Gráfico 1 –Destinação de pneus inservíveis por processo.

Conforme Resende (2004) a Pirólise é um processo que se destaca na reciclagem de pneus. Onde pode ocorrer a ruptura destrutiva na estrutura molecular pela ação da alta temperatura e visa reaproveitar componentes do pneu em matéria-prima ou combustível.

No que se refere ambientalmente falado, a Pirólise é considerado um processo

“limpo”, assim podendo solucionar integralmente a problemática do descarte dos pneus inservíveis. O reaproveitamento de materiais que compõem o pneus é de 90% concedido ao processo. E também, voltado para bem social na proporção em recupera para reuso materiais, por outro lado que estariam retirado da natureza, como as fontes não renováveis, inclusivamente na geração de energia. (ADRIETTA, 2002).

Para Silva et al (2014), a participação de empresas destinadoras é vista como uma alternativa para produtos que não possuem mais serventia, como os pneus inservíveis. A destinação final, poderá reduzir possíveis impactos que afetariam o meio ambiente, através da logística reversa, que trabalha no sentido de estimular a produção de novos produtos, a partir da utilização de resíduos que chegaram ao final de sua serventia, como o caso dos pneus inservíveis.

A destinação final, tem sido debatida em várias esferas da sociedade civil organizada, governos e os respectivos órgãos que tem como incumbência manter a observância das leis e normas que visam a proteção do meio ambiente. Os pneus inservíveis são resíduos sólidos de longa duração e que podem causar vários impactos ambientais. Para isso é importante dizer que algumas medidas podem ser ajustadas no sentido de normatizar a destinação final dos resíduos sólidos, no intuito de se antecipar aos possíveis impactos e inclusive responsabilizando as empresas pela destinação final.

0 50 100 150 200 250

2012 2013 2014

Pneus Inserviveis ( T)

Faixa Temporal (Anos)

PIRÓLISE INCINERAÇÃO CO-PROCESSAMENTO MÉDIA

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7 A exemplo disso, Gomes Filho (2007), comenta que no Paraná, o Ministério Público, em 22 de janeiro de 1999, sancionou a Lei 12.493, onde ficaram estabelecidos princípios norteadores, referentes a geração de resíduos sólidos, no acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte e tratamento para destinação final dos resíduos sólidos. O objetivo dessa lei, é o controle da poluição, contaminação, dessa forma minimizando os impactos que pudessem vir acontecer.

Assim ficou estabelecido que as empresas sejam elas, fabricantes ou importadoras ficam sendo responsáveis pela coleta e reciclagem dos produtos considerados inservíveis, destacando que essas normas ficam a critério do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Ficando claro, quanto aos pneus, fica proibido queima a céu aberto, descarte em manguezais, terrenos baldios, redes públicas, poços, cacimbas, ou mesmo jogar em drenagens de águas pluviais etc.

(GOMES FILHO,2007).

Conforme observado no gráfico 2 o ano de 2014, apresenta o maior resultado na destinação dos pneus inservíveis, este fator pode estar associado para a melhoria econômica registrada entre anos de 2012 e 2014, ou seja, uma diferença de mais de 5 tonelada. Esse aumento também se deu pela a campanha que a empresa coletora realizou em parceria com o governo do estado, a mesma realizou também a coleta de pneus nos principais igarapés situados na cidade de Manaus, além de promover a conscientização dos moradores locais sobre a destinação dos pneus.

Gráfico 2 – Quantidade de pneus inservíveis destinados para tratamento entre a Região Norte e o Território Nacional

Para Lagarinhos (2011), é evidente que a problemática para os pneus inservíveis consiste na dificuldade em identificar quem são os responsáveis pela disposição deste resíduo, pois de um lado temos as responsabilidades dos produtores e distribuidores e por outro a responsabilidade dos consumidores, dessa forma não há como definir somente um infringente perante as leis de crime ambientais.

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2012 2013 2014 MÉDIA

Pneus Inserviveís (T)

Faixa Temporal (Anos)

NORTE BRASIL

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8 Através das entrevistas de campo foi-se constatado que os consumidores geralmente fazem o descarte dos pneus na própria agencia que faz a troca dos mesmos. Porém existem uma boa porcentagem que preferem levar os pneus usados para suas casas, acreditando que ainda possa existir algum tipo de valor agregado, ou através da realização da reciclagem através do artesanato, contudo ainda assim em síntese estes pneus terminam por ser descartados de maneira incorreta.

Outro aspecto desse descarte inadequado está relacionado aos impactos que podem ser gerados a partir desse pneu jogado no meio urbano, ou seja, o descarte feito de forma errada também pode representar um grande risco de contaminação ao meio ambiente. Dentre as variantes de poluição advindas dos pneus, a queima é uma das formas mais nocivas de poluição do ar, sendo a prática esta pratica bastante recorrente no Estado do Amazonas.

A destinação final é um problema que atinge muitos países, inclusive o Brasil, (Gráfico 3), a série histórica de 2012 a 2014, mostra que a Região Norte, apresenta uma participação pequena, quando comparada no total Brasil.

Gráfico 3 –Quantidade de pneus inservíveis destinados para tratamento entre Manaus e o Território Nacional

A Região Norte, tem uma participação em torno de 2%, considerada de pouca expressividade em termos quantitativos.

Uma das problemáticas acerca da destinação final está na falta de locais para que esses resíduos sejam descartados de maneira correta. Um problema que atinge muitos países e não apenas o Brasil ou a Região Norte.

Na percepção de Sousa; Rodrigues (2014), o problema relacionado ao descarte dos pneus inservíveis, se ampara na justificativa de não haverem locais específicos para a destinação dos inservíveis, sem agredir ou mesmo causar impactos ao meio ambiente. E quando esses locais existem, são poucos divulgados, fazendo com o que esse tipo de informação chegue a um número reduzido da população. É importante também que os agentes da cadeia de

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2012 2013 2014 MÉDIA

Pneus Inservíveis (T)

Faixa Temporal (Anos)

MANAUS BRASIL

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9 logística reversa, sejam eles, os geradores ou destinadores destes pneus, precisam fazer um trabalho em conjunto, fazendo um planejamento de suas atividades, e dessa forma possam ter benefícios compartilhados entre eles.

Quando contextualizado no cenário Brasil, os pneus inservíveis podem gerar problemas ambientais de grande tamanho, conforme Cimino; Zanta (2005), ao abordar o tema acerca dos inservíveis no Brasil, afirmam que a disposição final, quando realizada de maneira inadequada, pode gerar problemas ambientais de grandes proporções, de maneira especial ao meio ambiente urbano.

Embora seja um desafio a ser vencido, o gerenciamento de resíduos sólidos urbano, é uma necessidade, e precisa que os municípios e capitais do Brasil comecem a pensar a respeito do assunto, haja vista, ele envolve aspectos sanitários, ambientais e econômicos (CIMINO;

ZANTA, 2005).

CONCLUSÕES

A análise do panorama do processo de descarte dos pneus inservíveis permitiu que várias lacunas fossem observadas, dentre elas, as deficiências da destinação final destes resíduos. De maneira mais limitada ao nosso estudo, foi possível perceber durante a pesquisa, certa dificuldade para obtenção dos números relacionados a quantidade pneus coletados, uma vez que a informações de dados estratégicos estão em posse de empresas privadas, e o acesso bastante limitado, além de o poder público não possuir qualquer controle dessas informações A falta de informação afeta o consumidor final e toda sociedade, haja vista, os pontos de coleta de pneus, são pouco divulgados, o que tem levado ao crescimento do número de descarte irregular, podendo incidir em algum grau de impacto. Quanto ao número de pontos de coleta, não é possível afirmar que são insuficientes, uma vez que operam abaixo de sua capacidade de recebimento em função da ausência de uma maior divulgação. O problema está longe de encontrar uma solução, visto que, os números de pneus coletados em nossa região estão muito abaixo da média nacional.

No que diz respeito ao tratamento, que está concentrado em uma única empresa, ficou notória, a necessidade de um gerenciamento adequado para coletar os pneus inservíveis. A destinação final é um assunto sério e com graves consequências se não forem tomadas ações por parte das principais esferas do poder público, pois quanto mais se fecha os olhos para essa problemática maior será a perpetuação dos impactos a pequeno, médio e longo prazo. Hoje, na cidade de Manaus as empresas destinadoras estão com os processos parado ou funcionando de forma parcial, isto está associado ao cenário econômico atual. Um dos motivos para o baixo número de empresas participantes no processo é explicado pelo alto investimento para entrar em operação. Portanto, isso pode ser um indicativo de que mais pesquisas sejam desenvolvidas no intuito de encontrar medidas mitigadoras e menos dispendiosas para que venham auxiliar no descarte correto dos pneus inservíveis. E na recuperação, a ferramenta capaz de garantir a destinação e disposição ambientalmente adequada para pneus inservíveis através da logística reversa. Sendo uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida. Na cidade é necessário que se façam Educação ambiental e investimento em tecnologia, que conte com a participação de todos os envolvidos.

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10 REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

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