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28 Cultivares de café arábica adequadas paracultivo orgânico em sistema sombreado

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Cultivares de café arábica adequadas para cultivo orgânico em sistema sombreado

A maioria das lavouras brasileiras de café é constituída por áreas de monocultivo a pleno sol, característica que torna os sistemas agrícolas biologicamente instáveis, contribuindo para o aumento de pragas e doenças.

Ainda que o café arábica (Coffea arabica L.) tenha a sua origem nos sub-bosques africanos, no Brasil, há uma grande resistência por parte dos produtores ao cultivo do cafeeiro em associação com árvores ou em sistemas agroflorestais. Tal resistência está associada à idéia de que o sombreamento reduz a produção do cafeeiro, aumenta a necessidade de mão-de-obra e dificulta a passagem de máquinas, entre outras razões.

O cafeeiro convive bem em ambientes com níveis de sombreamento que variam de 20 até 40%, dependendo de condições locais tais como altitude e regime de chuvas, entre outros fatores, bem como das espécies de árvores utilizadas. Por outro lado, o cultivo de espécies arbóreas ou arbustivas pode prejudicar a produção do cafeeiro quando feito com um grande número de árvores, por hectare, ao tornar o ambiente muito sombreado.

Muitas são as vantagens para o cafeeiro, comprovadas por pesquisas, em relação ao cultivo em associação com espécies arbóreas. Dentre as mesmas, podem ser citadas:

aumento de longevidade ou idade da cultura; melhora das condições do solo; redução da temperatura da lavoura, em regiões muito quentes, ou proteção do cafeeiro contra geadas em regiões muito frias; diminuição da necessidade de aplicação de fertilizan- tes; redução da necessidade de capinas, pois o sombreamento diminui o crescimento de plantas consideradas daninhas; redução no ataque de algumas pragas, como também de certas doenças.

Além das vantagens mencionadas, o cultivo do cafeeiro associado a espécies arbóreas pode trazer rendimento econômico extra para os produtores, por meio de produção e comercialização de sementes, frutas, produtos fito-farmacêuticos etc.

Atualmente, existem muitas cultivares comerciais de café arábica que podem se comportar diferentemente em função das condições de cultivo. Por essa razão, durante seis anos, a Embrapa Agrobiologia avaliou o comportamento produtivo das cultivares de café arábica Catuaí vermelho, Tupi, Obatã, Icatu, Oeiras e Catucaí (Tab. 1), conduzidas sob sistema orgânico em duas condições: cultivo a pleno sol, ou seja, em monocultivo, e sob a influência do sombreamento de bananeiras (Musa sp.), var. Prata Comum e Erythrina verna (Fig. 1 e 2), que proporcionaram de 30 a 40% de sombra.

O estudo foi conduzido em Juparanã, Distrito de Valença, RJ, na região do Vale do Paraíba, considerada 'berço' da cafeicultura no Brasil, em uma área de topografia plana, altitude de 608 m, precipitação e temperatura média anual, nos últimos dez anos, de 1.280 mm e 25,5ºC, respectivamente.

Seropédica, RJ Novembro, 2009

28

ISSN 1519-7328

Autores

Marta S. F. Ricci

Engª Agrônoma, Pes-

quisadora da Embrapa

Agrobiologia, BR 465, km

7, 23890-000,

Seropédica, RJ

marta@cnpab.embrapa.br

Janaína Ribeiro Costa

Engª Agrônoma, Pes-

quisadora da Embrapa

Agrobiologia, BR 465, km

7, 23890-000,

Seropédica, RJ

janaina@cnpab.embrapa.br

Nelson G. de Oliveira

Pós-graduando de Agro-

nomia, Faculdade de

Ciências Agronômicas,

UNESP, Botucatu, SP

ngoufrrj@yahoo.com.br

Marinete B. Rodrigues

Graduanda de Agronomia,

UFRRJ, BR 465, km 7,

Seropédica, RJ

marinete.rodrigues@yahoo.com.br

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2 Cultivares de café arábica adequadas para cultivo orgânico em sistema sombreado

A produtividade média das cultivares não foi reduzida pelo sombreamento das árvores e bananeiras, tendo os dois sistemas de cultivo proporcionado produtividades semelhantes (Tab. 2).

As cultivares que mais produziram na sombra foram Catucaí, Tupi, Obatã e Catuaí vermelho.

Tabela 1. Ficha técnica das cultivares de café arábica utilizadas em cultivos sombreados.

Cultivar Porte (altura da planta)

Época de maturação

Resistência à ferrugem

Produtivi- dade

Qualidade da bebida

Tupi IAC 1669-33 Baixo Precoce Resistência alta Alta Boa

Oeiras MG 6851 Baixo Média a tardia Resistência moderada Alta Boa Icatu amarelo IAC 3282 Alto Precoce Resistência moderada Alta Boa Catucaí amarelo 2SL Baixo a médio Média Resistência moderada Alta Boa Obatã vermelho IAC 1669-20 Baixo Muito tardia Resistência alta Alta Boa

Catuaí vermelho IAC 144 Baixo Tardia Suscetível Alta Boa

Fig. 1. Cultivo do cafeeiro consorciado com bananeiras. Março de 2003.

Fig. 2. Café cultivado sob a sombra de bananeiras e Erythrina verna (E). Abril de 2006.

Tabela 2. Média de produtividade (sacas de 60 kg ha-1) de cultivares de café cultivado em sistema a pleno sol e sombreado no período de 2003 a 2009.

Cultivares

Produtividade (número de sacas

por hectare)

Variação da produção na

sombra Sol Sombra

Catucaí 18,4 28,2 + 9,8

Oeiras 29,2 26,8 - 2,4

Tupi 30,1 35,2 + 5,1

Icatu 26,5 25,0 - 1,5

Obatã 23,5 33,5 + 10,0

Catuaí vermelho 26,8 31,5 + 4,7 Média das

cultivares

25,8 30,0 + 4,2

Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:

Embrapa Agrobiologia

Endereço: BR 465, km 7, Caixa Postal 74505, 23851-970 - Seropédica, RJ

Fone: (021) 3441-1500 Fax: (021) 2682-1230 E-mail: sac@cnpab.embrapa.br 1

a

edição

1

a

impressão (2009): 50 exemplares

Presidente : Norma Gouvea Rumjanek.

Secretário-Executivo: Carmelita do Espírito Santo.

Membros: Bruno José Rodrigues Alves, Ednaldo da Silva Araújo, Guilherme Montandon Chaer, José Ivo Baldani, Luis Henrique de Barros Soares.

Supervisão editorial: Maria Christine Saraiva Barbosa.

Revisão de texto: Segundo Urquiaga e Ednaldo da Silva Araújo.

Editoração eletrônica: Marta Maria Gonçalves Bahia.

Comitê de publicações

Expediente Circular

Técnica, 28

Foto: Marta dos Santos Freire Ricci Foto: Marta dos Santos Freire Ricci

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