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CÂMARA MUNICIPAL DO FUNDÃO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

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Academic year: 2021

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ATA Nº 3

Aos vinte nove dias do mês de outubro do ano dois mil e catorze, pelas 10h, compareceram pessoalmente e depois de previamente convocados pelo Sr. Presidente do Conselho Municipal de Educação, os Srs(as). Conselheiros(as), no edifício da Câmara Municipal do Fundão, sito na Praça do Município, para a realização da reunião sob a sua presidência, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Período antes da Ordem do Dia;

2. Aprovação da ata da segunda reunião ordinária;

3. Tomada de posse do novo membro do Conselho Municipal de Educação – Representante do Centro de Formação da Associação de Escolas da Beira Interior, para integração do Conselho Municipal de Educação 4. Início do Ano Letivo 2014/2015;

4.1. Abertura do Ano Letivo;

4.2. Transportes Escolares;

4.3. Ação Social Escolar;

4.4. Atividades a desenvolver.

5. Reordenamento da rede escolar em 2014/2015;

6. P.E.L.;

6.1. Discussão e aprovação dos critérios para a reorganização da rede escolar no concelho do Fundão;

6.2. Nomeação de uma comissão de acompanhamento do P.E.L..

7. Outros Assuntos.

Estiveram presentes nesta reunião os membros convocados, com exceção do Presidente da Assembleia Municipal, Dr.

Vítor Martins, substituído pela Prof. Maria do Carmo Roxo, da Delegada Regional dos Estabelecimentos Escolares, a Dra. Cristina Oliveira, substituída pelo Dr. Rigoberto Correia, do representante das associações de pais e encarregados de educação, o Sr. Filipe Reis, do representante das associações de estudantes, o aluno Cristiano Luís Gaspar, do representante dos serviços públicos de saúde, o Prof. Doutor Miguel Castelo Branco Craveiro Sousa e da representante dos serviços de emprego e formação profissional, a Dr.ª Vanda Cláudia Raposo Cid Ferreira, da representante dos serviços públicos da área da juventude e desporto, Dr.ª Maria Fernanda Pires, da representante da Academia Sénior do Fundão, a Dr.ª Fernanda Batista, do representante do CQEP, o Prof. Jorge Silva, do representante da Universidade da Beira Interior, o Doutor João Canavilhas, e do representante do Instituto Politécnico de Castelo Branco, o Prof. Carlos Maia, substituído pelo Prof António Fernandes.

A Srª. Vereadora deu início à reunião, agradecendo a presença de todos e informando da presença da equipa da Universidade de Coimbra que tem estado a elaborar a Carta Educativa do Concelho do Fundão no âmbito do Projeto Educativo Local.

Começou por elogiar os Agrupamentos de Escolas do Concelho, salientando as atividades propostas e os prémios atribuídos a projetos promovidos por cada um e informou que se encontram abertas as inscrições para os já conhecidos, Concurso de Árvores de Natal e o Concurso de Presépios.

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Foi solicitada a palavra pelo representante dos estabelecimentos escolares privados do concelho, o Eng. António Alberto Santiago, com o intuito esclarecer o assunto debatido na anterior reunião, na qual não esteve presente por motivos profissionais, relativamente a declarações das professoras Isaura Reis e Cândida Brito. Manifestou que as mesmas não correspondem à verdade, especificamente, no que à obrigatoriedade dos alunos da zona a sul da Gardunha (Atalaias, Vale de Prazeres, Soalheira e Alpedrinha), frequentarem o Externato, diz respeito. Entende que essa dita “obrigatoriedade” se prende com a rede de transportes, criada de acordo com a legislação. Salienta que, havendo alteração da mesma, espera-se que seja igualmente dada hipótese aos alunos do Fundão para frequentarem o Externato, sendo então necessária uma alternativa de transporte a quem o pretenda fazer. Refere ainda que, com a extinção do Agrupamento Eugénio de Andrade e com a consequente agregação dessas escolas ao Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha, foi estipulado que os alunos em referência fariam a continuação dos estudos no Externato, sendo entregue a este estabelecimento escolar, através de protocolo, a coordenação pedagógica do 1º ciclo, protocolo esse que nunca viria a ser assinado. Manifesta ainda que, de acordo com a intervenção do representante das associações de estudantes na anterior reunião, a liberdade de escolha deve ser praticada, em todos os sentidos.

A Sr.ª Vereadora esclarece, mais uma vez, que os pais têm liberdade de escolha do estabelecimento de ensino, mas que de acordo com o estipulado na legislação, o transporte escolar apenas é assegurado para a escola da área de residência que tenha a oferta formativa, considerando até a salvaguarda do erário público. Reforça que, o Externato, não sendo uma escola pública, tem contrato de associação e é financiado por dinheiros públicos, pelo que seria uma incongruência, o Município ignorar esta oferta formativa, no que concerne a rede de transportes escolares.

Não havendo mais informações a prestar no período antes da ordem do dia, passou-se à aprovação da ata da 2ª reunião ordinária, a qual foi aprovada por unanimidade.

Relativamente à ata a Prof.ª Isaura Reis refere que a mesma deveria ter, após a descrição das intervenções, uma conclusão de cada ponto mais explícita. Entende que, pelo facto de ser um órgão consultivo, é essencial que as conclusões sejam clarificadas.

Passando ao ponto seguinte da ordem de trabalhos, foi dada posse ao Representante do Centro de Formação da Associação de Escolas da Beira Interior, o Prof. Benjamim Luciano, o qual manifesta o seu agradecimento pelo convite efetuado pelo Conselho Municipal de Educação. Uma das medidas que pretende implementar, enquanto diretor do Centro de Formação, é a integração dos estabelecimentos escolares privados neste Centro. Salienta que a atual legislação não salvaguarda o ensino particular e cooperativo, porque, supostamente, esses estabelecimentos têm verbas próprias para financiar essa rubrica, o que no seu entender, cria desigualdade no acesso dos professores à formação. Acrescenta ainda que, com a alteração de programas curriculares de Matemática e de Português, os professores dos estabelecimentos privados não têm acesso à adequada formação para a respetiva implementação.

Passando-se ao ponto 4 da ordem de trabalhos, foi dada a palavra à Dr.ª Susana Correia, Coordenadora dos Serviços de Educação da autarquia, a qual fez uma apresentação, que fará parte integrante da presente ata, relativamente às medidas de apoio às famílias aplicadas no presente ano letivo.

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Sobre os transportes escolares, o Prof. Armando Anacleto e o Dr. Rogério Palmeiro, mostraram preocupação relativamente aos horários praticados pelas transportadoras públicas. O maior problema identificado está relacionado com os tempos de espera dos alunos que permanecem muito tempo no Fundão, tanto no período da manhã como no período da tarde. No seu entender deverá ser promovida uma reunião com as diversas partes envolvidas, desde escolas, município, transportadoras e a ACICF, uma vez que, qualquer alteração ao nível de horários se reflete nos trabalhadores que usufruem dos mesmos.

O Diretor da Escola Profissional do Fundão, Eng. Luís Oliveira, sugere que se a oferta regular de serviço de transportes não satisfaz as necessidades, então, dever-se-ia pensar numa rede de transportes escolares autónoma.

Relativamente a este assunto a Prof.ª Isaura Reis afirma que o transporte é um direito universal e que deverá ser efetivamente realizado um trabalho de articulação, entendendo que não será viável a criação de circuitos apenas de transportes escolares, pelo facto de estarmos inseridos num território de baixa densidade o que iria levar ao estrangulamento da rede de transportes públicos.

Foram ainda, neste ponto da ordem de trabalhos, elencados os projetos desenvolvidos pelo Município no domínio da educação. Será anexa à ata a apresentação exposta pela Sra. Vereadora.

No ponto seguinte da ordem de trabalhos, o Sr. Presidente deste Conselho, introduziu a discussão do Projeto Educativo Local numa lógica de projeto coletivo e do qual faz parte, em concreto, a Carta Educativa salientando a necessidade da alteração dos pressupostos de tomada de decisão.

Quanto à Carta propriamente dita, refere que esta deve apresentar critérios e pressupostos tanto ao nível do quadro das famílias como ao nível de um quadro mais institucional. Entende que os mesmos devem orientar-se muito para além de uma lógica de mandatos, numa projeção a médio e longo prazo e que deve ser um instrumento de orientação para a tomada de decisão, transparente e previsível, acabando com surpresas inesperadas, dando conta dos critérios que nos orientam no território e que respondem ao nosso desafio demográfico.

A concluir, refere ainda que, qualquer alteração de medidas nesta área provoca sempre instabilidade e que a avaliação das mesmas nunca poderá ser feita a curto prazo, visto que são medidas geracionais que se refletirão após vários anos.

O Professor Rochette refere que a revisão da Carta Educativa, se encontra numa fase crucial e que, nesse sentido, importa definir um conjunto de critérios no Conselho Municipal de Educação.

Assim, refere que, no atual paradigma do território português, não se pode continuar a reorganizar a rede escolar com base num critério cego e limitante como o número de alunos por sala/estabelecimento de ensino.

Especificamente no Fundão, e porque se trata de um território de (muito) baixa densidade, o número de alunos por sala não pode, por si só, continuar a ditar o encerramento de escolas. Têm que ser considerados outros critérios, que combinados numa matriz vão ao encontro do instrumento de apoio à decisão que o Sr. Presidente referiu. Essa matriz deve refletir o território e as suas características, revendo-se toda a comunidade na sua construção.

Concretamente, propõe que seja considerado um critério temporal em vez de e apenas um critério quilométrico, tendo em consideração, por exemplo a sinuosidade do trajeto, bem como trajetos já existentes até às atuais escolas.

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Por outro lado, outro critério a ter em atenção, está relacionado com as dinâmicas educativas e pedagógicas das escolas de pequena dimensão. Neste sentido há que valorizar a interligação entre o pré-escolar e o 1º ciclo do ensino básico e os projetos educativos de escola numa lógica de qualidade/sucesso e proximidade ao território.

Refere ainda que existem estudos que referem uma relação, sem ser causa-efeito direto, entre as taxas de sucesso e o número de alunos, sendo que um menor número de alunos reflete uma maior taxa de sucesso.

Explicita ainda que, não podemos permitir que os alunos sejam deslocados para escolas/equipamentos com condições físicas e pedagógicas inferiores.

Menciona que terá de se ter em conta, indubitavelmente, a perspetiva dos pais, sendo estes uma peça chave para a escolha do melhor local para o percurso dos seus educandos.

O Professor Rochette alude à presença do representante da DGEstE nesta reunião, o Dr. Rigoberto, passando a mensagem que, este organismo não pode, no seu entender, trabalhar a duas velocidades, ou seja, por um lado a descentralização da educação para os Municípios e por outro a imposição legal do encerramento de escolas, contra todos os entendimentos dos agentes locais.

Devolvida a palavra ao Sr. Presidente, o mesmo começa por considerar-se um crítico da preguiça nacional que impede o tratamento equitativo do território e não a aplicação de medidas nacionais de forma igualitária, quando as assimetrias são evidentes, nomeadamente, entre o litoral e o interior. Especificamente neste caso, o princípio igualitário de encerrar estabelecimentos de ensino com menos de vinte e um alunos, independentemente da localização geográfica dessa escola, provém de uma legislação que nos traz, ano após ano, uma discussão permanente que consome energias e que não foca as questões principais que devem fazer parte da agenda dos decisores políticos.

O encerramento desta ou daquela escola resulta de um processo mais ou menos negocial, que reflete claramente, a falência da própria legislação, pelo que vai sendo tempo de os territórios com baixa e muito baixa densidade, terem a pretensão de também, ao nível da educação, conseguirem medidas de diferenciação.

Quanto aos critérios, e em resumo, foca três mais objetivos e facilmente quantificáveis, como sejam:

a) O número de alunos no bloco jardim-de-infância e escola de primeiro ciclo, o que já por si só é uma novidade, uma vez que, normalmente são analisados como unidades independentes, sendo que na prática, no espaço rural, essa independência física (ao nível dos recursos materiais e humanos) e pedagógica não se verifica. Este bloco terá no mínimo dez alunos e esse será o primeiro critério da matriz;

b) A relação tempo/distância, sendo que em locais mais sinuosos o tempo para determinado percurso é claramente um fator mais prejudicial para os alunos do que noutros locais do concelho;

c) O sucesso escolar.

Por outro lado, há um quarto critério que também gostaria de ver refletido nesta matriz, mais subjetivo e difícil de quantificar que se prende com a apreciação do quadro da comunidade, da apropriação da escola pela comunidade, tanto pelas pessoas individuais como pelas coletivas que se poderá avaliar também na qualidade dos equipamentos e das valências disponíveis e ainda noutras vertentes mais subjetivas que serão, sem dúvida um exercício de criatividade, uma vez que, este é um projeto piloto que avança numa área intacta.

Passando a palavra aos conselheiros, o Sr. Presidente, pede que se pronunciem sobre estas propostas de critérios, para que se possa avançar com a construção da matriz.

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O Professor Armando Anacleto referiu que, claramente, esta matriz vai ao encontro do que se pretende para o nosso território, realçando que no respeitante à imposição de medidas emanadas pelo Ministério, esta posição concertada de todos os interlocutores não poderá ser ignorada. Conclui referindo que este é, sem sombra de dúvida, um bom ponto de partida.

A Professora Isaura Reis acrescenta que a Carta deve ser um documento, antes de mais, que implique o compromisso de todas as partes para que tenha efeitos práticos, diferentes daqueles que foram os efeitos das anteriores cartas educativas, nomeadamente a do Fundão. Congratula-se com o facto de a proposta apresentada considerar a demografia numa perspetiva mais abrangente, pegando nas potencialidades de desenvolvimento e ultrapassando as limitações da baixa densidade. Reforça, academicamente através de evidências científicas – referindo um trabalho que a mesma apresentou na Universidade Católica do Porto, com o Sr. Professor Joaquim Azevedo, que as escolas com um menor número de alunos estão relacionadas com uma maior taxa de sucesso escolar.

Conclui, reiterando que concorda completamente com os princípios gerais que foram apresentados, mas que estas questões requerem maturação e por isso propõe que a operacionalização da matriz seja numa fase em que todos os critérios estão definidos e balizados.

O Eng. António Santiago refere que, para a qualidade das escolas, não deve ser apenas considerado o sucesso dos alunos, mas que se deveria considerar uma avaliação dos alunos e encarregados de educação, ao desempenho da escola e do professor.

O representante dos presidentes de Junta de Freguesia, Dr. Rogério Palmeiro, manifesta concordância com as premissas expostas respeitantes às bases a adotar nestas tomadas de decisão. Entende que devem ser definidas estratégias para manter a escola em espaço rural, sendo este o maior desafio.

O Dr. Rigoberto felicita o Conselho Municipal de Educação do Fundão pela iniciativa e considera que a matriz será um bom pressuposto de trabalho.

O Sr. Presidente, atendendo ao exposto, considerou os critérios aprovados e validados pelo CME, dando instruções para que se passe então ao passo seguinte que será a construção da matriz para futura apresentação a este órgão.

Passando ao ponto seguinte foi nomeada uma comissão de acompanhamento da Carta Educativa, cujo objetivo é a presença do Conselho Municipal de Educação no acompanhamento do projeto. Assim, esta comissão ficou constituída pelos diretores dos Agrupamentos de Escolas, pelo representante do centro de formação, pelo representante dos presidentes de junta, pelo representante da ACICF e pelo representante dos estabelecimentos de educação e de ensino básico e secundário privados.

Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a todos a presença, especificamente à DGEstE pela proximidade, dando por terminado o ato do qual se lavrou a presente ata que vai ser assinada por mim, Susana Correia, que a secretariei e a qual depois de lida em voz alta e aprovado o seu conteúdo vai ser rubricada em todas as folhas e assinada por todos os intervenientes.

Paulo Alexandre Bernardo Fernandes Carmo Roxo

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Maria Alcina Domingues Cerdeira Rigoberto Correia

Rogério Emanuel Leal Salvado Palmeiro Isaura Machado Reis

João Augusto Vilela Teodósio

Isabel Maria Afonso Gonçalves Soares Saraiva António Alberto M. Carvalho Santiago Teresa Bernardo

Vera Paula Alves Mendes Serra Berta Sofia Nunes Oliveira Bruno Miguel Correia Gonçalves José Sousa Veríssimo

Luís Oliveira Carlos Branco Rogério Hilário António Fernandes Benjamim Luciano Susana Correia

Referências

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