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SIMULADO PREPARATÓRIO ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 2ª FASE XXXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

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Academic year: 2022

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PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Enunciado

João, estudante de Direito, primário, foi condenado pela Justiça Federal à pena de cinco anos de reclusão em regime inicial fechado, pela prática, no dia 5 de março de 2018, do delito descrito no artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, ou seja, tráfico internacional de drogas. Sabe-se que iniciou o cumprimento de sua pena no dia 10 de maio de 2019.

Até a presente data, não praticou nenhuma falta disciplinar, apresentando bom comportamento carcerário durante a execução da pena, conforme pode ser comprovado pelo atestado de conduta carcerária, juntado aos autos. Atual- mente, está recolhido na Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais. Sabe-se que a problemática de ausência de vagas nos regimes semiaberto e aberto na cidade de Ribeirão das Neves, Minas Gerais, é bastante acentuada.

Após esse longo período de reclusão, a defesa técnica de João requereu Progressão para o Regime Semiaberto e Serviço Externo, forte no artigo 66, II, alínea “b”, c/c os artigos 37 e 112, ambos da LEP (Lei n. 7.210/1984), uma vez que um amigo da família se comprometeu a conceder ao apenado um emprego no escritório de advocacia para trabalhar oito horas diárias, e, alternativamente, caso não haja vagas no estabelecimento prisional adequado, seja concedido a prisão domiciliar, tendo o Juiz da Vara de Execuções Penais negado o pedido da defesa, sob o argu- mento de que João, em virtude da hediondez do crime praticado, ainda não havia cumprido o quantum suficiente de pena para a progressão.

Você, como advogado(a) de João, é intimado(a), no dia 12 de novembro de 2021, sexta-feira, sendo o dia 15 de novembro, segunda-feira, feriado em todo o país.

Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de João, redija a peça jurídica privativa de advogado cabível, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição. (5,00)

Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à preten- são. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

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Gabarito comentado PEÇA DE INTERPOSIÇÃO

AO JUÍZO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RIBEIRÃO DAS NEVES, MINAS GERAIS Autos de execução n.:

João, devidamente qualificado nos autos do processo de execução criminal em epígrafe, por seu procurador infra- -assinado, insatisfeito com a decisão prolatada por Vossa Excelência, vem, tempestivamente, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO

com fundamento no art. 197 da Lei n. 7.210/1984, Lei de Execuções Penais.

Dessa forma, requer seja admitido o presente recurso, sendo a decisão proferida, conforme art. 589 do Código de Processo Penal, submetida ao juízo de retratação e, caso esta seja mantida, pede seja o presente recurso, com as devidas razões inclusas, remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para fins de processamento e jul- gamento.

Nestes termos, Pede-se deferimento,

Local, 22 de novembro de 2021.

Advogado OAB RAZÕES RECURSAIS

RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO Processo de Execução n.:

Recorrente: João

Recorrido: Ministério Público

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS, COLENDA CÂMARA,

EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES,

Embora considerado notável, o saber jurídico do Juízo a quo, impõe-se a reforma da decisão proferida contra o recorrente, pelas razões do fato e do direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

João foi condenado pela Justiça Federal à pena de cinco anos de reclusão em regime inicial fechado, pela prática, no dia 5 de março de 2018, do delito descrito no artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, ou seja, tráfico internacional de drogas.

O apenado iniciou o cumprimento de sua pena no dia 10 de maio de 2019, estando recolhido atualmente na Peni- tenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais, até a presente data (12/11/21).

A defesa técnica de João requereu juntamente à Vara de Execuções Penais a progressão para o Regime Semiaberto

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vez que um amigo da família se comprometeu a conceder ao apenado um emprego no escritório de advocacia para trabalhar oito horas diárias, e, alternativamente, caso não haja vagas no estabelecimento prisional adequado, seja concedida a prisão domiciliar.

Dessa forma, o Juiz da Vara de Execuções Penais negou o pedido da defesa, sob o argumento de que João, em vir- tude de ter praticado crime hediondo ou equiparado, ainda não havia cumprido o quantum suficiente de pena para a progressão de regime.

II – DO DIREITO

A) DO DIREITO À PROGRESSÃO DE REGIME (TEMPO + COMPORTAMENTO = ART. 112 DA LEP + FRAÇÕES RESPECTIVAS) João preenche os requisitos para obtenção da progressão para o regime semiaberto, senão vejamos.

No tocante ao requisito objetivo (lapso temporal), João já adimpliu mais de 2/5 de sua pena, conforme exigência do art. 2º, §2º, da Lei 8.072/1990, pois, tratando-se de apenado primário, que iniciou o cumprimento da reprimenda no dia 10 de maio de 2019, já cumpriu, até a presente data, mais de dois anos.

Frise-se que o lapso temporal de 2/5 é o exigido no caso concreto, pois o delito foi praticado em março de 2018, ou seja, já estava em vigência a Lei n. 11.464/2007, que introduziu o lapso temporal específico para os delitos hedion- dos e equiparados.

Em relação ao requisito subjetivo, o apenado apresenta bom comportamento carcerário, pois não há notícia de qualquer falta disciplinar praticada, devendo ser comprovado o bom comportamento pelo Atestado de Conduta Carcerária, emitido pelo Diretor do Estabelecimento, nos termos do artigo 112 da LEP.

Por oportuno, destaca-se que, no presente caso, não há necessidade ao entender desta defesa de eventual submis- são do apenado a Exame Criminológico, considerando que não há qualquer possibilidade de motivação para tanto, conforme preconiza a Súmula n. 439 do STJ.

Nesses termos, requer-se o deferimento diante do preenchimento dos requisitos da progressão para o regime semiaberto.

B) DO SERVIÇO EXTERNO

Caso seja deferida a progressão para o regime semiaberto, por oportuno requer seja deferido o serviço externo ao apenado, com base no artigo 37 da Lei de Execução Penal, considerando que há uma possibilidade de trabalho como auxiliar num escritório de advocacia, conforme documento/informação anexo.

C) DA PRISÃO DOMICILIAR

Considerando que, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais, existe a problemática de ausência de vagas nos regimes semiaberto e aberto, caso não haja vagas no regime adequado, postula-se, desde logo, a prisão domiciliar ao ape- nado, nos termos da Súmula Vinculante n. 56 do STF.

Assim sendo, embora não haja previsão expressa na lei, no caso do artigo 117 da LEP, nos casos de ausência de vaga, o apenado seja recolhido em residência particular, é pacífico na jurisprudência que não poderá o apenado ficar recolhido em regime mais gravoso, sob pena de violação da dignidade da pessoa humana, fundamento este do Estado Democrático de Direito (artigo 1º, III, CF).

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III – DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer seja conhecido o presente agravo em execução e que lhe seja dado provimento, para fins:

1. De conceder ao agravante a progressão de regime a que faz jus, conforme o art. 112 da Lei n. 7.210/1984, Lei da Execução Penais;

2. Seja deferido o serviço externo ao apenado, com base no artigo 37 da Lei de Execução Penal;

3. Que, na ausência de vagas nos regimes semiaberto e aberto, seja concedida a prisão domiciliar ao apenado, nos termos da Súmula Vinculante n. 56 do STF, respeitando a dignidade da pessoa humana, fundamento este do Estado Democrático de Direito (art. 1º, III, CF).

Nestes termos, Pede-se deferimento.

Local, 22 de novembro de 2021.

Advogado OAB DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS

ITEM PONTUAÇÃO

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO

1. Peça: AGRAVO EM EXECUÇÃO 0,00/0,20

2. Fundamento Legal: Art. 197 da Lei de Execução Penal. 0,00/0,10 3. Endereçamento da interposição:

AO JUÍZO DA XXX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RIBEIRÃO DAS NEVES, MINAS GERAIS.

0,00/0,10 4. Pedido ao juízo de retratação, conforme o art. 589 do CPP. 0,00/0,20 RAZÕES DO RECURSO

5. EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS, COLENDA CÂMARA,

EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES.

0,00/0,10 6. Progressão para o Regime Semiaberto (0,10). O apenado preenche o requisito

objetivo (lapso temporal) e já adimpliu mais de 2/5 de sua pena (0,20), conforme exigência do artigo 2º, §2º, da Lei n. 8.072/1990 (0,20).

0,10/0,20/0,20/0,50 7. O apenado preenche o requisito subjetivo, pois apresenta bom comportamento

carcerário (0,20), e não há notícia de qualquer falta disciplinar praticada, de acordo com o Atestado de Conduta carcerária emitido pelo Diretor do Estabelecimento (0,10), nos termos do artigo 112 da LEP (0,10).

0,20/0,10/0,10/0,40

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8. Não há necessidade de Exame Criminológico (0,10), considerando que não há qualquer possibilidade de motivação para tanto, conforme preconiza a Súmula 439 do STJ (0,10).

0,10/0,10/0,20 9. Progressão para o regime semiaberto (0,30) e serviço externo ao apenado

(0,30), com base no artigo 37 da Lei de Execução Penal (0,10). 0,30/0,30/0,10 / 0,70 10. Por falta de vagas no sistema prisional, postula-se, desde logo, a prisão domici-

liar ao apenado (0,30), nos termos da Súmula Vinculante n. 56 do STF. (0,10) 0,30/0,10/0,40 11. Nos casos de ausência de vaga, mesmo sem que haja previsão expressa na lei,

no caso no artigo 117 da LEP, que o apenado seja recolhido em residência parti- cular, é pacífico na jurisprudência que não poderá o apenado ficar recolhido em regime mais gravoso (0,40), sob pena de violação da dignidade da pessoa humana, fundamento este do Estado Democrático de Direito (artigo 1º, III, CF) (0,10).

0,40/0,10/0,50

Pedidos

12. Pedido de conhecimento e provimento do recurso e reconhecimento do direito à progressão de regime OU concessão do livramento condicional (0,40) nos moldes do art. 112 da Lei de Execução Penal (0,10).

0,40/0,10/0,50 13. Concessão da progressão de regime, conforme o art. 112 da Lei n. 7.210/1984,

Lei de Execução Penal. 0,00/0,10

14. Deferimento do serviço externo ao apenado (0,20), com base no artigo 37 da

Lei de Execução Penal (0,10). 0,20/0,10/0,30

15. Em ausência de vagas nos regimes semiaberto e aberto, seja concedida a prisão, nos termos da Súmula Vinculante n. 56 do STF (0,30), respeitando a dig- nidade da pessoa humana, fundamento este do Estado Democrático de Direito (artigo 1º, III, CF) (0,20).

0,30/0,20/0,50

Fechamento

16. Prazo: 22 de novembro de 2021. 0,00/0,10

17. Local, data, advogado e inscrição da OAB. 0,00/0,10

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1 Enunciado

No dia 25 de setembro de 2011, após uma discussão no trabalho quando todos comemoravam os 20 anos de Júlio, este desfere uma facada no braço de Ricardo, que fica revoltado e liga para a polícia, sendo Júlio preso em flagrante pela prática do injusto de homicídio tentado, obtendo liberdade provisória logo em seguida. O laudo de exame de delito constatou a existência de lesão corporal grave. A denúncia foi oferecida em 20 de setembro de 2012 e recebi- da pelo Juiz em 28 de setembro de 2012. Após isso, o Juiz entendeu pela incompetência do delito, ante a ausência de intenção de matar. O processo, então, continuou tramitando em uma Vara Criminal, e, ao término da instrução, o Juiz sentenciou o feito, condenando Júlio a uma pena de 1 ano e 2 meses pelo delito de lesão corporal grave, sendo a decisão publicada no dia 5 de outubro de 2014. O Ministério Público não interpôs recurso. A defesa de Júlio foi intimada da decisão.

Na ocasião, você, como advogado(a) de Júlio, responda aos itens a seguir.

A) Qual a tese defensiva a ser alegada, de modo a impedir que Júlio cumpra a pena que lhe foi aplicada? (0,65) B) Quais as consequências jurídicas do acolhimento dessa tese? Aquela condenação poderá ser considerada para

efeito de reincidência futuramente? (0,60)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) Nesse caso, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa. Considerando a pena aplicada de 1 ano e 2 meses, bem como o trânsito em julgado para a acusação, o prazo de prescrição seria de 4 anos, nos termos do artigo 109, inciso V, do Código Penal. Todavia, como o réu era menor de 21 anos à época do fato, o prazo prescri- cional é reduzido pela metade, nos termos do artigo 115 do Código Penal, ficando, portanto, em 2 anos. Assim, considerando que a denúncia foi recebida em 28/09/2012 e a sentença penal condenatória foi publicada no dia 05/10/2014, concluiu-se que incidiu no caso a prescrição da pretensão punitiva retroativa, já que entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da sentença condenatória passaram-se mais de 2 anos.

B) A consequência seria o reconhecimento da extinção da punibilidade de Júlio, com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal. A condenação não poderá ser usada para fins de reincidência, uma vez que, com a incidência da prescrição, não há trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

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Item Pontuação A) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa (0,20).

Considerando a pena aplicada de 1 ano e 2 meses, bem como o trânsito em julgado para a acusação, o prazo de prescrição seria de 4 anos, nos termos do artigo 109, inciso V, do Código Penal (0,20). Todavia, como o réu era menor de 21 anos à época do fato, o prazo prescricional é reduzido pela metade, nos termos do artigo 115 do Código Penal (0,15), ficando, portanto, em 2 anos. Assim, considerando que a denúncia foi recebida em 28/09/2012 e a sentença penal condenatória foi publicada no dia 05/10/2014, concluiu-se que incidiu no caso a prescrição da pretensão punitiva retroativa, já que entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da sentença condenatória passaram-se mais de 2 anos (0,10).

0,00/0,20/0,20/0,15/0,10/0,65

B) O reconhecimento da extinção da punibilidade de Júlio (0,30), com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal (0,10). A condenação não poderá ser usada para fins de reincidência, uma vez que, com a incidência da pres- crição, não há trânsito em julgado da sentença penal condenatória (0,20).

0,00/0,30/0,10/0,20/0,60

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2 Enunciado

Manuela, sócia de um grande escritório de advocacia, especializado na área criminal, recebeu, no dia 2 de outubro de 2017, duas intimações de decisões referentes a dois clientes diferentes. A primeira intimação tratava-se de de- cisão proferida pela 1ª Câmara Criminal de determinado Tribunal de Justiça denegando a ordem de habeas corpus que havia sido apresentada perante o órgão em favor de Gérson (após negativa em primeira instância), que respon- de preso a ação pela suposta prática de crime de roubo. A segunda intimação foi de decisão proferida pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Fortaleza, também denegando ordem de habeas corpus, mas, dessa vez, a medida havia sido apresentada em favor de Rodolfo, que figura como indiciado em inquérito que investiga a suposta prática do crime de tráfico de drogas. Insatisfeita com as decisões proferidas, responda aos itens a seguir.

A) Qual recurso Manuela deverá interpor contra a decisão proferida em face de Gérson? (0,65) B) Qual recurso Manuela deverá interpor contra a decisão proferida em face de Rodolfo? (0,60)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) Em relação a Gerson, contra a decisão do Tribunal de Justiça que denegou o habeas corpus, cabe o recurso ordi- nário constitucional, com base no artigo 105, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal/88.

B) Em relação a Rodolfo, o recurso cabível contra a decisão que denegou o habeas corpus será o Recurso em Sentido estrito, com base no artigo 581, inciso X, do Código de Processo Penal.

Em relação à correção, critério de pontuação:

Item Pontuação

A) Em relação a Gerson, contra a decisão do Tribunal de Justiça que dene- gou o habeas corpus, cabe o recurso ordinário constitucional (0,50), com base no artigo 105, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal/88 (0,10).

0,00/0,50/0,60 B) Em relação a Rodolfo, o recurso cabível contra a decisão que denegou

o habeas corpus será o Recurso em Sentido estrito (0,50), com base no artigo 581, inciso X, do Código de Processo Penal (0,10).

0,00/0,10/0,60

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3 Enunciado

Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta Redonda/RJ, agentes da Polícia Civil, embora desconfiados que Pedro Rocha esteja envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos assaltantes de banco. Diante disso, deliberaram que um dos policiais iria se aproximar do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial se passa por assaltante e convence o investigado a praticar um roubo em determinada agência bancária. Assim, no dia 15 de outubro de 2012, previamente engendrados, o policial dis- farçado e o investigado dirigem-se ao banco, e, no instante que ingressaram na agência bancária e anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de Pedro Rocha, responda os itens a seguir:

A) Qual requerimento deve ser formulado em busca da liberdade de Pedro Rocha? (0,60) B) Qual fundamento pode ser invocado para buscar a soltura de Pedro Rocha? (0,65)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) O requerimento a ser formulado é o relaxamento da prisão em flagrante, com base no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88, e no artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal.

B) O fundamento a ser invocado é no sentido de que o auto de prisão em flagrante é ilegal, porque se trata de fla- grante provocado, já que Pedro Rocha somente deu início à execução do delito em face da provocação do policial, sendo adotadas providências para tornar impossível a consumação do delito, tratando-se, portanto, de hipótese de crime impossível, nos termos da Súmula n. 145 do Supremo Tribunal Federal e do artigo 17 do Código Penal.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuação

A) O requerimento a ser formulado é o relaxamento da prisão em flagrante (0,40), com base no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88 (0,10), e no artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal (0,10).

0,00/0,40/0,10/0,10/0,60

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B) O fundamento a ser invocado é no sentido de que o auto de prisão em flagrante é ilegal, porque se trata de flagrante provocado (0,20), já que Pedro Rocha somente deu início à execução do delito em face da provocação do policial (0,10), sendo adotadas providências para tornar impossível a consumação do delito, tratando-se, portanto, de hipótese de crime impossível (0,20), nos termos da Súmula n. 145 do Supremo Tribunal Federal e do artigo 17 do Código Penal (0,15).

0,00/ 0,20/0,10/0,20/0,15/0,65

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4 Enunciado

Eron Fragoso, residente no município de São Paulo, é convidado por seu pai, senhor de 55 anos de idade, Nico Lamas, morador da cidade de Belo Horizonte, para passar o feriadão de Páscoa em sua residência. Eron aceita o convite e comunica que levará sua namorada, Amarilys, junto. Após jantar de confraternização, Nico Lamas se reco- lhe ao seu quarto, pegando, logo em seguida, no sono. Valendo-se da situação, Eron e Amarilys subtraem uma joia preciosa pertencente a Nico, saindo do local. Após dar falta da joia, Nico se encaminha até a Delegacia de Polícia e registra ocorrência, manifestando sua desconfiança em relação ao próprio filho. Após o encerramento do Inquérito Policial, o Delegado indiciou Eron e Amarilys como incursos nas sanções do crime do Art. 155, §4º, incisos II (abuso de confiança) e IV (concurso de pessoas), do Código Penal, sendo ambos denunciados por tais delitos. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

A) Se ocorrer o recebimento da denúncia pelo Magistrado, qual tese pode ser invocada a favor de Eron em busca da rejeição da peça acusatória? (0,65)

B) A tese adotada em favor de Eron também favorecerá Amarilys? (0,60)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) Trata-se de hipótese de incidência da escusa absolutória em favor de Eron, prevista no artigo 181, inciso II, do Código Penal, segundo o qual se o crime foi praticado contra ascendente, o agente será isento de pena. No caso, Eron era filho da vítima, que contava com 55 anos de idade, ressaltando que o crime foi praticado sem violência ou grave ameaça. Logo, não incide nenhuma das hipóteses do artigo 183 do Código Penal, devendo a denúncia ser rejeitada, com base no artigo 395, II, do Código de Processo Penal.

B) Amarilys responde pelo delito, uma vez que não terá direito à isenção de pena, já que a escusa absolutória não lhe alcança, nos termos do artigo 183, inciso II, do Código Penal.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuação

A) Trata-se de hipótese de incidência da escusa absolutória em favor de Eron (0,20), prevista no artigo 181, inciso II, do Código Penal (0,10), segundo o qual se o crime foi praticado contra ascendente, o agente será isento de pena (0,10). Não incide nenhuma das hipóteses do artigo 183 do Código Penal (0,10), devendo a denúncia ser rejeitada, com base no artigo 395, II,

0,00/0,20/0,10/0,10/0,10/0,15/0,65

(12)

B) Amarilys responde pelo delito, uma vez que não terá direito à isenção de pena, já que a escusa absolutória não lhe alcança (0,50), nos termos do artigo 183, inciso II, do Código Penal (0,10).

0,00/0,50/0,10/0,60

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