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LIVIA ALVES DA JUSTA EVOLUÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO: ESTUDO REALIZADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E

CONTABILIDADE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LIVIA ALVES DA JUSTA

EVOLUÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO: ESTUDO REALIZADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011

FORTALEZA

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EVOLUÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO: ESTUDO REALIZADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011

Artigo submetido à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profa. Nirleide Saraiva Coelho.

FORTALEZA

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EVOLUÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO: ESTUDO REALIZADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Este artigo científico foi submetido à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho deste artigo científico é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

DATA DA APROVAÇÃO: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Profª. M.Sc. Nirleide Saraiva Coelho (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Profª. M.Sc. Jeanne Marguerite Molina Moreira

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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EVOLUÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO: ESTUDO REALIZADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011

Livia Alves da Justa

Profa. Nirleide Saraiva Coelho

RESUMO

A Administração Pública ao contratar serviços, obras e compras deve realizar procedimentos licitatórios, que são disciplinados pela Lei nº 8.666/93 com a finalidade de obter a proposta mais vantajosa. Porém, visando adquirir maior celeridade e simplicidade nos processos licitatórios, foi instituído pela Lei nº 10.520/02 o pregão como a nova modalidade de licitação. Dessa forma, este artigo tem como objetivo geral analisar a evolução da Licitação pela modalidade pregão na Universidade Federal do Ceará, bem como as vantagens trazidas pela mesma. Para tanto, constitui-se numa pesquisa descritiva de natureza qualitativa, onde se realizou um estudo bibliográfico e documental. Ademais, para atender aos objetivos realizou-se um estudo de caso na UFC durante o período de 2002 a 2011 com aplicação de questionário. Os resultados mostram que, atualmente, o pregão é a modalidade de licitação mais utilizada pela Universidade, em relação às demais, em especial o pregão eletrônico, devido a maior celeridade; transparência; economia e ampla concorrência.

Palavra-Chave: Administração Pública. Licitação. Pregão.

1 INTRODUÇÃO

A administração pública direta, indireta ou fundacional ao contratar obras, serviços, compras e alienações deve obediência a uma série de princípios administrativos, tais como os princípios da isonomia e da eficiência, previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988.

Dessa forma, a Administração Pública é vinculada a realizar procedimentos licitatórios com a finalidade de selecionar a proposta que maior vantagem oferecer para o contrato de seu interesse. Isso propicia igualdade de condições a todos os interessados e representa um fato de eficiência e moralidade nas atividades administrativas. Esses procedimentos são disciplinados pela Lei Federal das Licitações e Contratos da Administração Pública nº 8.666/93.

De acordo com o valor e objeto a ser contratado existem diferentes modalidades de licitação, onde cada uma dessas possuem peculiaridades próprias. Essas modalidades estão previstas no art. 22 da Lei nº 8.666/93 e são elas: concorrência; tomada de preço; convite; concurso e leilão.

Entretanto, tendo em vista uma maior eficácia e agilidade dos procedimentos licitatórios foi instituído através da Lei nº 10.520 de 17 de julho de 2002, o pregão como modalidade de licitação. Essa modalidade é utilizada para aquisição de bens e serviços comuns sem limitação de valor como ocorre em outras modalidades e apresenta como uma grande vantagem em relação às demais: a possibilidade do pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido o melhor preço.

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a utilização da modalidade de licitação por pregão durante o período de 2002 a 2011 na Universidade Federal do Ceará.

A principal motivação para a realização desse estudo foi devido à criação dessa nova modalidade de licitação ser uma tentativa de deixar o procedimento licitatório mais célere e simplificado e, consequentemente, trazer menos custos para a Administração da UFC. Dessa forma, poder-se-á observar como o pregão refletiu nos certames licitatórios da Universidade Federal do Ceará.

A metodologia utilizada baseou-se no critério descritivo e os procedimentos foram associados às pesquisas bibliográficas, documentais, estudo de caso e aplicação de questionário. Para esse estudo foram analisados Decretos que regulamentam a modalidade pregão na Universidade Federal do Ceará, bem como, editais publicados por esta instituição.

Após essa introdução, a segunda seção e terceira apresentam a contextualização sobre a finalidade da Administração Pública e licitação, bem como, as suas modalidades. A quarta seção descreve a metodologia utilizada na pesquisa. A quinta seção apresenta e analisa os resultados do estudo. Finalmente, a sexta seção conclui com os principais aspectos da pesquisa.

2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para partir do conceito de Administração Pública e compreender sua estrutura e atividade deve-se conceituar Estado. Segundo Meirelles (2009, p. 61):

O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada sobre território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pessoal jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Interno (art. 41, I).

Ademais, pode-se definir que o Estado é constituído de três elementos: o Povo que é o componente humano do Estado, ou seja, a sociedade; o Território que é a base física, onde ele está situado e o Governo Soberano que compreende o elemento condutor do Estado, o que exerce o poder absoluto por meio dos Poderes do Estado que são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si (BRASIL, 1988).

Para a realização de suas atividades, o Estado utiliza-se da Administração Pública, a quem compete todo o seu aparelhamento, garantindo a realização de serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas.

De acordo com Gasparini (2008, p. 45), Administração Pública “é um complexo de

atividades concretas e imediatas desempenhadas pelo Estado sob os termos e condições da lei,

visando o atendimento das necessidades coletivas”. Portanto, administrar na esfera pública

não significa, somente, prestar serviços, executá-los, mas também, dirigir, governar, exercer a vontade coletiva e garantir o bem-estar da sociedade.

A Administração Pública divide-se em Direta e Indireta. Segundo Kohama (2003, p.

34), a primeira “é constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa da

presidência da República e dos Ministérios, no âmbito federal, e do Gabinete do Governador e Secretarias de Estado, no âmbito estadual, e, na administração municipal, deve seguir

estrutura semelhante.”. Portanto, essa administração encontra-se integralmente vinculada ao chefe do Poder Executivo.

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Portanto, essa administração é constituída por entidades que foram criadas para realizar atividades do Governo de forma descentralizada.

3 LICITAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública ao contratar obras, serviços, compras e alienações deverá, obrigatoriamente, realizar um Processo Licitatório, ressalvados os casos previstos em Lei, conforme a Constituição Federal de 1988 – CF/88, artigo 37, inciso XXI no qual foi regulamentado pela Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, onde esta dispõe das normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

3.1 Conceito e Finalidade da Licitação

As entidades públicas ao buscarem a melhor proposta para a realização de seus negócios devem, obrigatoriamente, realizar procedimentos previamente estabelecidos denominados de licitação. De acordo com Moreira e Guimarães (2012, p.29), licitação pode ser conceituada como:

O processo administrativo por meio do qual a Administração Pública seleciona pessoas aptas a bem executar determinados contratos administrativos. É uma relação jurídica processual instalada entre sujeitos de direito (públicos e privados) – o que significa dizer que dá nascimento a conjunto de deveres e direitos públicos subjetivos.

Figura, portanto, enquanto instrumento jurídico-administrativo da Gestão para escolher dentre as propostas habilitadas, aquela que oferece mais vantagens à Administração Pública. Neste mesmo diapasão, leciona o professor Justen Filho (2011, p.448):

A licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos visando à seleção da proposta de contratação mais vantajosa e à promoção do desenvolvimento nacional, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica.

Portanto, com base nos conceitos apresentados, a licitação tem como finalidade selecionar a proposta mais vantajosa para atender aos interesses públicos e garantir a observância do princípio da isonomia, ou seja, assegurar igualdade aos licitantes no processo licitatório, bem como a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

3.2 Princípios Licitatórios

No que tange aos princípios que orientam o processo licitatório, a Lei nº 8.666 (Brasil, 1993), consagra em seu art. 3º:

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

O Princípio da Legalidade está no sentido que, conforme a CF/88, no art. 5º, inciso II:

“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei”.

Portanto, o processo de licitação deve ser regido pelos ditames da Lei e os agentes públicos a que estão envolvidos, só devem fazer o que está expresso em Lei.

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da Impessoalidade estabelece que o “vínculo jurídico entre pessoas privadas e Administração

é eminentemente objetivo, descartando cogitações subjetivas íntimas à pessoa do administrador”. Portanto, o administrador não pode ter nenhum interesse alheio, devendo adotar o que for melhor para a coletividade.

O Princípio da Moralidade, segundo Moreira e Guimarães (2012, p. 74) “define que a

atuação administrativa do Estado deve ser orientada à concretização de valores éticos

fundamentais”. Portanto, estabelece que a licitação deva cumprir aos princípios morais, onde o agente público deve ser honesto no cumprimento de todos os seus deveres que a ele é atribuído.

Conforme o artigo 5º da nossa Carta Magna de 88: “Todos são iguais perante a Lei”. O

Princípio da Igualdade, segundo Moreira e Guimarães (2012 p. 74) assegura “a distribuição isonômica de oportunidades e tratamentos, com o mesmo respeito a todos cidadãos”. Dessa

forma, o referido princípio trata da isonomia entre os concorrentes da licitação, onde esse é indispensável para que ocorra a competição, devendo assegurar aos licitantes iguais oportunidades.

O Princípio da Publicidade de acordo com Justen Filho (2011, p. 454) visa “garantir a qualquer interessado as faculdades de participação e de fiscalização dos atos da licitação”.

Dessa forma, é fundamental para dar procedência ao certame, uma vez que garante a transparência dos atos da Administração Pública.

Segundo Silva (2011, p. 670) a improbidade administrativa “é uma imoralidade qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a outrem”. Dessa

forma, o Princípio da Probidade Administrativa refere-se à ação do administrador público em respeitar as normas legais e éticas, devendo agir com honestidade e integridade no processo licitatório e atender à lei e os princípios legais a que o regem.

O Princípio do Julgamento Objetivo estabelece que o julgamento das propostas subordina-se obrigatoriamente aos critérios objetivos contidos no ato convocatório (JUSTEN FILHO, 2011). Desta forma, eles devem ser transparentes para que se possa conhecer, antecipadamente, quais critérios serão utilizados.

O Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório pode ser entendido como o princípio de limitação material e procedimental que a partir de sua divulgação, a Administração Pública e os particulares estão subordinados a ele e devem estrito cumprimento aos seus termos (MOREIRA e GUIMARÃES, 2012). Portanto, no instrumento convocatório (edital ou convite) configura-se como uma Lei para a licitação devendo a Administração Pública vinculá-lo.

3.3 Modalidades de Licitação

As modalidades de licitação são: Concorrência, Tomada de Preço, Convite, Concurso, Leilão e Pregão. Cada modalidade apresenta características peculiares que se determina a partir do objeto que se quer licitar. É importante ressaltar que segundo o § 8º do art. 22 da Lei 8.666/93 (Brasil, 1993), “é vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a

combinação das referidas neste artigo.”. Portanto, é proibida a criação de novas modalidades

por parte do administrador público.

a) Concorrência

Meirelles (2009, p. 16) define concorrência como:

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condições do edital, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular.

Portanto, nesta modalidade pode participar qualquer interessado, desde que, na fase da habilitação atenda a todos os requisitos estabelecidos no edital para a execução do seu objeto.

Os procedimentos licitatórios compõem-se de momentos distintos que, segundo Di Pietro (2005, p. 343), “compreende as seguintes fases: edital, habilitação, classificação, homologação e adjudicação”.

As etapas do processo licitatório iniciam-se com a publicação do ato convocatório ou

entrega do convite. De acordo com Piscitelli, Timbó e Rosa (2006, p. 226), o edital: “é o

documento elaborado pela Administração Pública, através do qual a autoridade administrativa torna públicos todos os requisitos, critérios e condições essenciais à realização de uma

licitação”.

Conforme o art. 40 da Lei nº 8.666/93 (Brasil, 1993) o edital deve apresentar o número de ordem, o nome da repartição, a finalidade da licitação, dia, hora e local para o recebimento e abertura dos envelopes. Ressalta-se que a Lei estabelece o prazo mínimo de 30 dias para abertura destes a contar da data da primeira publicação do edital.

A abertura dos envelopes será realizada no dia, hora e local previsto no edital, onde serão entregues os envelopes contendo a documentação relativa à habilitação e o outro contendo as propostas. Segundo Justen Filho (2001, p. 468) habilitação “consiste no conjunto

de atos orientados a apurar a idoneidade e a capacitação de um sujeito para contratar com a

Administração Pública”. Os concorrentes que se apresentam inabilitados terão seus envelopes fechados e devolvidos conforme o art. 43 da Lei nº 8.666/93.

Ademais, no referido artigo, estabelece que após a análise da documentação dos concorrentes, será realizado a abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, em que será verificada a conformidade de cada proposta com os requisitos do edital. Ressalta-se que após a fase da habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo e aceito pela Comissão.

De acordo com art. 45 da Lei nº 8.666/93, classificação é a fase por meio da qual a comissão de licitação julgará as propostas de forma objetiva e em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos (BRASIL, 1993).

A fase da homologação é quando acontece a aprovação do certame licitatório, ou seja, é realizado o controle de todo o procedimento licitatório que respeita a legalidade e, conforme o art. 43, inciso VI da Lei 8.666/93 (Brasil, 1993), esse ato não é deliberado pela Comissão e sim pela autoridade competente.

A adjudicação, segundo Di Pietro (2005, p. 353),

Trata-se de ato declaratório que não se confunde com a celebração do contrato, pois, por meio dele, a Administração proclama que o objeto da licitação é entregue ao vencedor. Depois de praticado esse ato é que a Administração vai convocá-lo para assinar o contrato.

Quem realiza a adjudicação é a autoridade competente que determinou a abertura da concorrência; ela é feita em conformidade com o que foi sugerido pela comissão de licitação e será publicado no órgão oficial.

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terceiros estranhos após procedimento licitatório, sob pena de nulidade”. Portanto, a

legislação obriga à Administração que, se pretender contratar, deve fazer com o licitante vencedor.

Por fim, o art. 23 da Lei nº 8.666/93 fixa que a contratação de obras e serviços superiores a R$1.500.000,00 ou compras e outros serviços superiores a R$ 650.000,00 deverão sujeitar-se à concorrência (BRASIL, 1993). Logo, pode-se considerar que a com concorrência é a modalidade de licitação utilizada para a contratação de grandes vultos.

b) Tomada de Preço

O art. 22, § 2º, da Lei nº 8.666/93 define a tomada de preço como a “modalidade de

licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,

observada a necessária qualificação” (BRASIL, 1993).

De acordo com o art. 23 da Lei nº 8.666/93 a contratação de obras e serviços com valor superior a R$ 150.000,00 e inferior R$1.500.000,00 ou compras e outros serviços superior a R$ 80.000,00 e inferior a R$ 650.000,00 deverão sujeitar-se à tomada de preço (BRASIL, 1993). Portanto, a tomada de preço é considerada uma modalidade de licitação utilizada para a contratação de vultos médios.

Não há muita diferença em relação aos procedimentos licitatórios da concorrência e o da tomada de preço. A diferença básica está no prazo de antecedência na publicação do edital, que é de 15 (quinze) dias, enquanto que na concorrência é de 30 (trinta) dias. Ademais, a fase da habilitação, nessa modalidade, é realizada antes do procedimento da licitação, para os inscritos no registro cadastral e durante o procedimento para os interessados apresentarem-se com suas documentações até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas (DI PIETRO, 2005).

c) Convite

De acordo com Piscitelli, Timbó e Rosa (2006, p. 216) o convite:

É a modalidade, entre interessados do ramo pertinente ao se objeto, cadastrado ou não, no Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores – SICAF, escolhidos e convidados em número mínimo de três, pela unidade administrativa a qual afixará cópia do instrumento convocatório em local apropriado e o estenderá aos demais cadastrados na especialidade correspondente que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

Portanto, no convite não há propriamente o edital, como o instrumento convocatório, e sim a carta-convite que é enviada aos cadastrados ou não de interesse da Administração ou a fixação desse instrumento na repartição, devendo aos não cadastrados e interessados se manifestarem em até 24 horas da entrega das propostas.

Ademais, o art. 23 da Lei 8.666/93 estatui que a contratação de obras e serviços de engenharia com valor inferior a R$ 150.000,00 ou compras e outros serviços inferior a R$ 80.000,00 sujeitar-se-ão ao convite (BRASIL, 1993). Portanto, considera-se a modalidade de licitação utilizada para a contratação de pequenos vultos.

d) Concurso

Conforme Piscitelli, Timbó e Rosa (2006, p. 217), concurso

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Em síntese, é a modalidade utilizada para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, onde o vencedor será recompensado com um prêmio ou remuneração, uma vez que, a Administração só poderá contratar, premiar, pagar e receber o projeto se o autor deste ceder os direitos patrimoniais.

e) Leilão

Conforme o art. 22, § 5º da Lei 8.666/93 (Brasil, 1993):

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

O art. 19, da referida Lei, diz respeito aos bens imóveis da Administração, cuja aquisição se derivou de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento. Os lances são feitos verbalmente no dia, hora e local estipulados no edital, onde o maior lance será o vencedor. O bem arrematado, conforme o art. 53, § 2º da mesma legislação, deve ser pago à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%. O restante será pago no prazo fixado no edital. O leilão é realizado por leiloeiro oficial ou servidor público nomeado pela Administração.

f) Pregão

O pregão é uma modalidade de licitação regida pela Lei nº 10.520 de 17 de julho de 2002 que pode ser utilizada por qualquer esfera de governo para aquisição de bens e serviços comuns. De acordo com o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 10.520/02, considera-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Inicialmente, o pregão foi inserido no sistema brasileiro com a edição da Lei nº 9.472 de 16 de julho de 1997, a chamada Lei Geral das Telecomunicações, que autoriza a Administração Pública fazer licitação por pregão para aquisição de bens e serviços. Essa Lei foi editada com o objetivo de promover mudanças na forma de prestação dos serviços de telecomunicações e, dessa forma, criou-se uma autarquia federal sob o nome de Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL.

Após passar quase dois anos e meio o Governo decidiu ampliá-la para toda Administração Pública com a edição da Medida Provisória nº 2.026 de 04 de maio de 2000 onde apresentava a sua aplicabilidade restrita a toda esfera da União Federal. Adiante, no dia 18 de julho de 2000 foi editada a Lei nº 9.986 que estendeu o pregão para todas as agências reguladoras federais. Por sua vez, foram editados dois Decretos Federais que regulamentaram o Decreto nº 2.026/00: em 8 de agosto de 2000 o Decreto nº 3.555 o qual aprovou o regulamento para a modalidade presencial do pregão e em 21 de dezembro de 2000 o Decreto nº 3.697 para regulamentar a utilização de recursos de tecnologia da informação – pregão eletrônico.

No ano seguinte, foram editados dois Decretos Federais: em 9 de janeiro de 2001 o Decreto nº 3.722 que dispõe sobre o Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores –

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O pregão presencial apresenta os trâmites tradicionais da licitação, onde os interessados comparecem a repartição que promove a licitação na data e hora estabelecidas no edital para apresentarem suas propostas e lances verbais, e a presença do pregoeiro com importância relevante no desenvolver da licitação (JUSTEN FILHO, 2011). Dessa forma, pode-se concluir que a modalidade de licitação na forma pregão presencial apresenta os trâmites tradicionais da licitação, porém há a presença do pregoeiro, pessoa designada a conduzir a licitação na modalidade pregão.

O pregão eletrônico não existe o comparecimento físico do interessado à repartição que promove a licitação, tudo se passa virtualmente onde a participação do licitante interessado depende do credenciamento o que exige a obtenção do cadastramento perante o órgão público (JUSTEN FILHO, 2011). Portanto, apresenta a peculiaridade de a sua realização ser por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, onde a sessão pública é transportada para um ambiente virtual, porém para que o licitante possa participar é necessário que ele tenha um cadastramento junto ao órgão público.

Quanto ao julgamento das propostas e a fase de lances na modalidade de licitação pregão, leciona o professor Justen Filho (2011, p. 489):

Uma das características do pregão é a inversão das fase de julgamento das propostas e de julgamento da habilitação. Isso significa que a primeira etapa decisória não se relaciona à avaliação dos requisitos de habilitação. Primeiro, haverá a seleção do vencedor. Mas também essa etapa apresenta peculiaridades diferenciais, pois o pregão se caracteriza pela conjugação de propostas e lance.

Portanto, observa que a nova modalidade de licitação na forma pregão apresenta a principal característica da inversão das fases do julgamento das propostas e do julgamento da habilitação o que garante a celeridade e simplicidade dos trâmites licitatórios. Ademais, a etapa do julgamento das propostas apresentam peculiaridades diferencias em relação às demais, pois se caracteriza pela apresentação de propostas e lances da presença do pregoeiro como negociador para que seja obtido o melhor preço e, consequentemente, maior economicidade para a administração.

Por fim, observa-se que a Administração Pública pode optar pela modalidade pregão

conforme a Lei nº 10.520/02, porém determina em seu art. 9º que “aplicam-se subsidiariamente, para modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666 de 21 de junho de

1993.”. Portanto, a Lei 10.520/02 não revogou a Lei nº 8.666/93, esta continua em vigor e na omissão da legislação quanto ao pregão, aplicam-se os procedimentos apresentados pela Lei mais antiga.

3.4 Tipos de Licitação

A definição do tipo de licitação é fundamental para que o julgamento das propostas seja realizado. Desta forma, a Lei nº 8.666/93 (Brasil, 1993), em um de seus dispositivos, assim define os tipos de licitação:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Complementando o art. 45 da Lei nº 8.666/93 (Brasil, 1993),constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:

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II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

O caput do art. 46 da Lei n° 8.666/93 estabelece que os tipos de licitação "melhor

técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos (BRASIL, 1993).

No instrumento convocatório são apresentados: o valor máximo que a Administração Pública está disposta a pagar, bem como, os critérios de avaliação e classificação das propostas.

4 METODOLOGIA

O presente estudo constitui-se de pesquisa descritiva, que, segundo Gil (2009, p.42),

“têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Portanto, este trabalho

descreverá como se deu a evolução da modalidade pregão na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Quanto a sua natureza ela se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa que segundo Oliveira (1999, p.116) uma abordagem qualitativa “não emprega dados estatísticos como

centro de análise de um problema”. Portanto, não tem a pretensão de numerar ou medir

unidades ou categorias homogêneas.

Neste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, para definir o conceito e a finalidade da Administração Pública e licitação, bem como, as suas modalidades. Segundo

Vergara (1998, p.46), uma pesquisa bibliográfica “é um estudo sistematizado desenvolvido

com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material

acessível ao público em geral”. Portanto, como fonte para o referencial teórico foi utilizado

livros e artigos científicos.

Na busca de resposta à questão problema, realizou-se uma pesquisa documental e estudo de caso. Para Martins e Theóphilo (2009, p.55) definem uma pesquisa documental

como “característica dos estudos que utilizam documentos como fonte de dados, informações

e evidências. Os documentos são dos mais variados tipos, escritos ou não, tais como: diários; documentos arquivados em entidades públicas e entidades privadas; gravações;

correspondências pessoais e formais; fotografias; filmes; mapas etc.”.

Para Gil (2009, p. 54), um estudo de caso consiste no “estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”.

Portanto, será realizada uma análise da Lei nº 8666/93 e da Lei nº 10.520/02 para poder delinear sobre licitação e suas modalidades; bem como, um estudo de caso na UFC para poder analisar como se deu a evolução da licitação pela modalidade pregão nesta instituição e quais as vantagens desta nova modalidade em relação às demais.

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instituição. Esses dados serão coletados na UFC, como também, nos sites: Comprasnet e

Governo Federal.

Para a pesquisa foi realizado um questionário aplicado a um servidor da UFC lotado no Departamento de Licitação para que, dessa forma, fossem confirmados os dados levantados no estudo. Segundo Martins e Theóphilo (2009, p. 93), um questionário “trata-se de um conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de variáveis e situações que se

deseja medir ou descrever”. A perguntas realizadas foram do tipo questões abertas totalmente desestruturadas onde permite que o informante responda livremente com frases e orações (MARTINS e THEÓPHILO, 2009).

5 RESULTADOS DA PESQUISA

A Universidade Federal do Ceará é uma autarquia criada pela Lei nº 2.373 de 16 de dezembro de 1954, sediada na cidade de Fortaleza e vinculada ao Ministério da Educação. No escopo de centrar seus esforços na solução dos problemas locais, sem esquecer o caráter universal de sua produção, tem como missão formar profissionais de alta qualificação, propiciar conhecimentos e resguardar e difundir seus valores éticos, científicos artísticos e culturais. Dessa forma, se constitui numa instituição que contribui de maneira relevante ao desenvolvimento do Ceará, do Nordeste e do Brasil (UFC, 2012).

Inicialmente, era constituída pela Faculdade de Direito, Faculdade de Farmácia e Odontologia, Escola de Agronomia e Faculdade de Medicina. Atualmente, é composta de seis Campi localizados em toda região do Ceará, tais como: Campus do Benfica, Campus do Pici, Campus do Porangabussu, Campus de Sobral, Campus do Cariri e Campus de Quixadá.

Quanto a sua organização administrativa, a UFC é constituída de seis Pró-Reitorias, cada uma delas com a sua respectiva função. No que concerne a administração de seus contratos, a Pró-Reitoria responsável é a Pró-Reitoria de Administração. Essa, por sua vez, é subdividida em vários departamentos administrativos com funções específicas, dentre os quais se destaca o Departamento de Licitação que é o responsável direto pelas licitações que envolve a Universidade.

A Tabela 1 relaciona as modalidades de licitação utilizadas pela Universidade Federal do Ceará.

Tabela 1 - Relação das modalidades de licitação Concorrência Tomada de

Preço Convite Concurso Eletrônico Pregão Presencial Pregão

2002 2 2 48 - - 22

2003 1 - 14 - 05 43

2004 1 - 15 - 31 33

2005 5 1 6 - 75 23

2006 - 2 3 - 72 -

2007 2 9 24 - 118 5

2008 7 10 34 - 102 18

2009 6 32 19 - 179 15

2010 18 30 2 - 262 34

2011 39 17 - - 294 15

Fonte: Comprasnet(2012)

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Analisando a Tabela 1, verifica-se que em 2002 a modalidade mais utilizada ainda era o convite. Porém, ao longo dos anos houve um decréscimo na utilização da mesma. O resultado da pesquisa demonstra que esse decréscimo foi a migração para a modalidade pregão. Apesar de a modalidade convite ser também realizada de forma célere, como o pregão, esta última modalidade apresenta uma maior transparência e ampla concorrência. Ademais, o fato que maior contribuiu para que houvesse a redução da modalidade convite foi a faculdade da utilização da modalidade pregão apenas para bens e serviços comuns.

O pregão iniciou-se na Universidade no ano de 2002 na forma presencial. Observou-se nessa modalidade que, ao longo do exercício, a sua utilização permaneceu balanceada. Porém, pode-se destacar que o ano com maior utilização foi em 2003 e que não houve nenhuma licitação por ele em 2006.

O pregão eletrônico iniciou-se somente em 2003. Entretanto observa-se que ao longo do exercício essa modalidade apresentou um crescimento na sua utilização, principalmente, nos últimos 3 anos.

Por fim, ao longo do período analisado se manteve outras modalidades como concorrência e tomada de preço. Porém, nos últimos 3 anos apresentaram um aumento de processos licitatórios em quase todas as modalidades na Universidade. De acordo com o questionário aplicado, pode-se concluir que esse acréscimo é resultante do aumento de investimentos por parte do Governo Federal com programas como o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e o Programa Universidade para Todos - PROUNI. Entretanto, verificou-se que no mesmo período não apresenta dados que mostram a utilização da modalidade concurso pela Universidade.

Para analisar a utilização da modalidade pregão desde o início até 2011 foi realizado um estudo onde se verificou quais as despesas foram licitadas nessa modalidade durante o período de 2002 a 2011. Dessa forma, foram elencados os elementos de despesas mais utilizados pela Universidade em duas tabelas: a Tabela 2 expondo informações sobre o pregão presencial e a Tabela 3 sobre o pregão eletrônico para que seja possível realizar os comparativos.

A Tabela 2 apresenta as informações sobre a modalidade pregão na forma presencial. Verificou-se que o pregão teve início nessa modalidade a partir de 2002.

Tabela 2 - Quantitativo do Processo Licitatório – Modalidade Pregão Presencial

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Material de

Consumo 30 15 27 52 - 4 15 3 15 4

Passagens e despesas com locomoção

- - - 1 - - - - 3 1

Serviço de

Consultoria - - - -

Locação de Mão de

Obra - 1 - - - -

Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

1 6 3 9 - 1 3 8 12 8

Obras e Instalações - - - 2 3 1

Equipamentos e Material

Permanente

14 16 3 - - - - 2 1 2

(15)

De acordo com a pesquisa, observou-se que o pregão presencial foi mais utilizado para aquisição de material de consumo. No início, a aquisição de equipamento e material permanente eram realizadas apenas por essa modalidade. As despesas: Passagens e despesas com locomoção; Serviço de consultoria; Locação de Mão-de-obra e Obra e Instalações verificou-se que foram pouco licitadas por essa modalidade.

A Tabela 3 apresentando o quantitativo do processo licitatório na modalidade pregão eletrônico realizado pela UFC, onde foram relacionadas todas as despesas licitadas.

Tabela 3 - Quantitativo do Processo Licitatório – Modalidade Pregão Eletrônico

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Material de

Consumo - 5 18 45 44 42 35 51 42 40

Passagens e despesas com locomoção

- - - - 2 2 1 - 1 1

Serviço de

Consultoria - - - 1

Locação de Mão de

Obra - - - 1 3 2 27 3 1 6

Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

- - 1 2 4 15 7 22 32 87

Obras e Instalações - - - 1 3 24 59 38

Equipamentos e Material

Permanente

- - 12 31 20 57 55 81 129 121

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 3 apresenta as informações da modalidade pregão na forma eletrônica. O estudo realizado demonstrou que o pregão nessa modalidade foi utilizado pela UFC a partir de 2003 com apenas 5 licitações para material de consumo. Observa-se que ao longo dos anos houve um crescimento das licitações em quase todas as despesas: Material de consumo; Locação de mão-de-obra; Outros serviços de terceiros – pessoa jurídica; Obras e instalações e Equipamento e material permanente. Entretanto, as despesas de Locação de mão-de-obra e serviço de consultoria foram predominantes no pregão eletrônico: para a despesa com Locação de Mão de Obra foram 98% das licitações na forma eletrônica e 2% das licitações na forma presencial; e para as despesa de Serviço de Consultoria apresentou 100% na forma eletrônica.

Portanto, com a apresentação das Tabelas 2 e 3, identificou-se que começou com maior intensidade a modalidade pregão presencial. No entanto, ao longo dos anos houve uma migração para o pregão eletrônico. De acordo com o questionário realizado o pregão iniciou-se em 2002 na forma preiniciou-sencial com aquisição de um veículo, porém, neste período ainda não dispunha de um sistema adequado para realização do pregão na forma eletrônica. Entretanto, com o Decreto nº 5.450/05 o pregão eletrônico passou a ser utilizado, preferencialmente, por todos os órgãos do governo federal. Segundo o Art. 4º do referido decreto: “Nas licitações

para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica”. Logo, o referido artigo justifica a principal razão para a realização dessa migração.

(16)

maior cobrança dos fornecedores. Além disso, verificou-se as principais diferenças entre a nova modalidade de licitação por pregão em relação às demais: a ampliação da concorrência com a participação de interessados instalados em todos os estados da federação; uma maior transparência nas contratações governamentais e um maior acirramento na disputa entre as empresas licitantes.

Portanto, com o estudo comparativo realizado, conclui-se que a modalidade pregão utilizado pela Universidade Federal do Ceará iniciou-se em 2002 na forma presencial a partir da edição da Lei nº 10.520/02. Anteriormente, a modalidade mais utilizada ainda era o convite que ao longo do tempo sofreu um decréscimo e, por conseguinte, um aumento da modalidade pregão. No pregão presencial predominou-se a aquisição de material de consumo. No entanto, no decorrer dos anos, observou-se uma migração a partir do ano de 2005 para o eletrônico se tornando o mais atuante até 2011. Nesta última modalidade, verificou-se que foi utilizado para quase todas as despesas. Por fim, durante o período estudado, a UFC manteve a utilização de outras modalidades como concorrência e tomada de preço, com a exceção da modalidade concurso, sem registros da sua utilização.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo tem como objetivo principal analisar a evolução da Licitação pela modalidade pregão na Universidade Federal do Ceará, bem como as vantagens trazidas pela mesma. Apresentou-se, inicialmente, um referencial teórico expondo sobre Administração Pública, conceito e finalidade de licitação, princípios norteadores, modalidades com maior aprofundamento na modalidade pregão e, por fim, os tipos de licitação para que se possa esclarecer o desenvolver de um processo licitatório.

Dessa forma, observou-se que as contratações de obras, serviços, compras e alienações pela Administração Pública direita, indireta ou fundacional devem ser realizadas por meio de procedimentos licitatórios orientados por determinados princípios com a finalidade de selecionar a proposta mais vantajosa para ela e garantir a igualdade de condições entre os interessados.

Entretanto, visando adquirir maior celeridade e simplicidade nos processos licitatórios, o legislador promulgou a Lei nº 10.520/02 onde se institui a modalidade de licitação denominada pregão. Dessa forma, a Administração Pública, discricionariamente, poderia optar pela utilização dessa nova modalidade aplicada subsidiariamente às normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Portanto, para responder a questão problema elaborou-se um questionário, aplicado a um servidor do Departamento de Licitação da Universidade. Dessa forma, foi exposto que os benefícios foram os mesmos trazidos para todos os órgãos federais e a sociedade em geral: maior celeridade; transparência; concorrência; economia; ampliação do mercado de fornecedores; um aperfeiçoamento na profissionalização dos agentes responsáveis pela realização do pregão e maior cobrança dos fornecedores.

(17)

O referencial teórico expôs sobre licitação, seus princípios, tipos e modalidades licitatórias. Dessa forma, deu embasamento para que se possam identificar as principais diferenças da nova modalidade pregão em relação às demais. Observou-se que a nova modalidade apresenta a inversão das fases da licitação o que permite maior celeridade e simplicidade no processo licitatório. Além disso, permite que o pregoeiro possa negociar com os licitantes em busca da proposta mais viável para a Administração Pública. Com o questionário aplicado, pode-se sustentar que essa é a principal diferença, como também: a ampliação da concorrência com a participação de interessados instalados em todos os estados da federação; uma maior transparência nas contratações governamentais e um maior acirramento na disputa entre as empresas licitantes.

O segundo objetivo específico foi atendido com a realização do Quadro 2 onde foi relacionado todas as modalidade de licitação utilizadas pela UFC. Constatou-se que em 2002 a modalidade mais utilizada ainda era o convite, porém ao longo dos anos observou-se que houve um decréscimo e, consequentemente, um acréscimo na modalidade pregão. Além disso, as demais modalidades mantiveram-se equilibradas. Entretanto, a modalidade convite não apresentou dados que indicassem a sua utilização.

No terceiro objetivo específico foi atendido através de tabelas, onde se elencou os elementos de despesas mais utilizados pela Universidade na modalidade pregão para que se possa analisar a sua utilização ao longo do período. Constatou-se que a modalidade pregão iniciou-se em 2002, na Universidade com o pregão presencial, essa modalidade foi a mais utilizada para aquisição de material de consumo, porém ao longo dos anos foi migrando para o pregão eletrônico se tornando, atualmente, a modalidade mais atuante. Nessa modalidade verificou-se que foi utilizada para quase todas as naturezas de despesas.

Portanto, com a análise realizada durante o período de 2002 a 2011 dos processos licitatórios da Universidade Federal do Ceará, observou-se que o convite foi substituído pelo pregão, por esse apresentar maior transparência e ampla concorrência, tornando-se o mais atuante. Essas características, incluindo a inversão de fases, foram as principais diferenças da nova modalidade em relação as demais.

Para futuras pesquisas, recomenda-se a aplicação do estudo, durante o mesmo período analisado, em outras universidades federais para que se permita a realização de um comparativo entre elas. Dessa forma, possibilitaria o enriquecimento da análise das vantagens trazidas com a utilização da nova modalidade de licitação.

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Tabela 1 - Relação das modalidades de licitação
Tabela 2 - Quantitativo do Processo Licitatório  –  Modalidade Pregão Presencial
Tabela 3 - Quantitativo do Processo Licitatório  –  Modalidade Pregão Eletrônico

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