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Os exemplos de vírgula padronizados nos compêndios gramaticais são suficientes para os usos?

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Academic year: 2021

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Centro Universitário de Brasília

Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD

Os exemplos de vírgula padronizados nos compêndios gramaticais

são suficientes para os usos?

Kellen Neves de Souza

RESUMO

Este trabalho levanta a preocupação em relação à tradição gramatical quanto aos exemplos de vírgula padronizados nos compêndios. Os exemplos utilizados auxiliam no entendimento desse assunto, porém, de forma superficial. Se fosse utilizado, também, textos, para demonstrar as situações diversas da vírgula, acredito que a gramática ajudaria de forma mais eficiente. Os exemplos mais comuns são frases de literatura, que também são textos, no entanto, nos compêndios, essas frases literárias também estão fragmentadas. Para Fechus (2015), a gramática tradicional minimiza a atuação das vírgulas dentro do texto, sendo que elas têm grande importância para a clareza e a harmonia da escrita. O trabalho do revisor se dá todo dentro do texto. Ao revisar, não se pode analisar uma frase e desprezar o restante. As gramáticas, ao passo que auxiliam, podem criar abismos entre os leitores e elas. Sugeri um Protótipo para compor as gramáticas, acreditando que ele seria subsídio suficiente para tentar resolver as dúvidas em relação à vírgula, juntamente com os exemplos já existentes.

Nesta conjuntura, apresentei uma pesquisa que envolve a opinião de quinze revisores.

Eles, de forma quase uníssona, afirmaram que o texto auxiliaria melhor para o entendimento da vírgula. Dessarte, minha pesquisa confirmou que os exemplos de vírgula nas gramáticas não são suficientes para a compreensão dos usos delas

,

sendo necessário que se tenha o texto para melhor elucidação das definições deste estudo.

Palavras-chave: Revisor. Texto. Vírgula.

Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para a obtenção de Certificado de Conclusão de curso de Pós-graduação Lato Sensu em Revisão de Texto, sob orientação da Profa. Dra. Caroline Queiroz Andrade.

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1 INTRODUÇÃO

O texto é ferramenta completa para a comunicação, pelo fato de ter três vertentes: texto verbal, não verbal e o híbrido – união do verbal com o não verbal.

Sendo assim, pode-se perceber que ele está em tudo que transmita mensagem e faça sentido. Para que o texto tenha sentido, é necessário que ele tenha contexto, seja bem elaborado, claro e conciso, essas características corroboram para a progressão textual

1

. Dessa forma, ele se torna harmônico e livre de ambiguidade. Para que o texto seja bem escrito, o uso da vírgula é imprescindível.

Em consonância a essa afirmação, este trabalho levanta a preocupação em relação à tradição gramatical quanto aos exemplos de vírgula padronizados nos compêndios. Os exemplos como são utilizados auxiliam no entendimento do assunto, porém, de forma superficial. Este trabalho sugere que os exemplos utilizados nos capítulos sobre pontuação e análise sintática sejam dados, também, em forma de textos e não, somente, com frases soltas de livros de literatura. Os exemplos têm de se aproximar da nossa realidade de escrita, como ao prestar vestibular ou concurso, por exemplo.

O que fazemos corriqueiramente é decorar regras, sem, de fato, sabermos empregá-las e nem ao menos saber qual a necessidade desse ensino na vida. O estudo da língua portuguesa na escola, algumas vezes, pode ser maçante e complexo. Isso, pois, em algumas situações, acreditamos se tratar de ensinamentos distantes da nossa realidade. Marcos Bagno (2000) reflete essa realidade em seu livro

Preconceito Linguístico, no capítulo “português é difícil”, no qual o autor expõe que só

achamos que português é difícil porque a gramática tradicional se afasta da nossa realidade de fala.

O objetivo geral desta conjuntura é sugerir a praticidade dos exemplos no ensino dos usos da vírgula; em vez de usar apenas frases soltas, usar, também, textos mais próximos da nossa realidade. A ideia seria usar o texto em que nele aparecesse o máximo de regras - ou todas, e para isso seria mais de um texto - sobre o

1 Progressão textual- inserção de novas ideias ou retomadas, de modo que o texto progrida com coesão. (Notas do autor).

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funcionamento da vírgula. Assim, ele viria depois das explicações sobre as regras e dos exemplos já existentes. Quem tivesse a necessidade de consultar as gramáticas, em que tivessem essa ideia, perceberia, na íntegra, análise sintática.

Os objetivos específicos são: a) analisar gramáticas tradicionais (Bechara, Cegalla, Celso Cunha, Houaiss e Rocha Lima) para verificar como estão dispostas as definições sobre alguns usos da vírgula; b) apresentar ideias de outros revisores em relação à gramática e ao texto com a finalidade de entender as necessidades desses profissionais; e c) mostrar um protótipo de texto que apresente os usos da vírgula com o intuito de confirmar que o texto é uma ferramenta completa para o estudo sobre a vírgula, sendo que a tradição gramatical em relação aos exemplos dispostos, em algumas situações, não alcança as dúvidas dos profissionais de revisão. Tendo em vista que esse protótipo (texto) auxiliará no trabalho de revisores de textos ou qualquer outro profissional que trabalhe diretamente com texto.

Para fundamentação dessas ideias, foi utilizada a seguinte metodologia:

pesquisas descritivas, bibliográficas e de campo. Barros e Lehfeld (2007) citam que a pesquisa bibliográfica busca solucionar problemas em fontes como material gráfico ou informatizado.

Seguindo esta metodologia: na primeira seção, introdução; na segunda seção, expõe-se o conceito de gramática; na terceira seção, o revisor e as vírgulas; na quarta seção: compilam-se as explicações de gramáticos sobre alguns usos da vírgula; na quinta seção: analisa-se os dados da pesquisa com os revisores; na sexta seção, apresenta-se um protótipo de texto para as gramáticas: na sétima seção: apresentam- se as considerações finais sobre o resultado obtido nesta pesquisa.

A aplicação de questionário e coleta de dados foram partes essenciais para esta metodologia. Consoante Barros e Lehfeld (2007), ir a campo está ligado à coleta de informações no local onde ocorreram os fenômenos. As análises dos dados foram feitas de forma qualitativa. Para a realização desse questionário, somente quinze voluntários se habilitaram a respondê-lo, sendo que o apresentei a um grupo de revisores no WhatsApp com 157 integrantes.

É importante salientar que não pretendo questionar a qualidade das gramáticas

analisadas aqui, tampouco fazer comparação sobre os tipos de gramáticas, e, sim,

apontar o texto como essencial no ensino sobre os usos da vírgula. Acredito que esses

textos dariam melhor subsídio para revisores, alunos e qualquer pessoa que venha

fazer pesquisas em gramáticas.

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2 CONCEITO DE GRAMÁTICA

Para este trabalho, dissocio somente duas perspectivas de gramática: a primeira diz respeito ao conhecimento de língua; gramática enquanto expressão de fala, essa é intrínseca ao homem, também conhecida como gramática internalizada do falante – sistema de regras interno. Foi desenvolvida de forma natural, porém com influências do ambiente. No decorrer da vivência em determinado ambiente, o aprendizado de língua é armazenado no campo cognitivo, que funciona como “CPU”

(Central Processing Unit), todas as palavras aprendidas, seja por ter ouvido ou lido, se mantêm nessa “CPU”.

Isso explica o porquê de se conseguir criar estruturas gramaticais. Por exemplo, imagine uma pessoa que não frequentou escola nem saiu do lugar onde nasceu e apenas teve contato com seus familiares que também não têm escolarização. Esse indivíduo poderá usar estruturas como: “nóis vai trabaiá”, mas nunca, falará: vai trabaiá nóis”; ou falará: “as pessoa é trabalhadeira”, mas nunca

“trabalhadeira as é pessoa”, devido à gramática internalizada.

De acordo com a gramática normativa, essas estruturas estão erradas, entretanto, podemos perceber que elas não são agramaticais, ou seja, seguem regras e têm lógica, cumprem sua função que é a de transmitir a informação. Martelotta (2016, p. 43) discorre que essas situações não se dão de forma arbitrária, pelo contrário, seguem restrições inerentes à língua.

[...] devemos levar em conta que os falantes não combinam os elementos de modo como querem, já que sua língua apresenta restrições quanto a esse processo [...] utilizar a desinência –s para designar o plural de um vocábulo em português, sabemos que devemos encaixá-la no final desse vocábulo, e não no início ou no meio (casa/ casas) [...] restrições de combinações desse tipo existem em todos os níveis gramaticais e se aplicam a todos os elementos linguísticos.

Possenti (2000 apud NERY, 2018) infere que é o conjunto de regras que o

falante domina:

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É a língua em situações de uso pelo falante: são conhecimentos/usos linguísticos dos falantes, com regras implícitas (sem que se tenha consciência delas, muitas vezes.)

A outra concepção de gramática se dá pelo uso ideal da língua, mais voltado para o campo da escrita. Gramática normativa como “ditadora” do bem falar e bem escrever.

Marcos Bagno (2000) argumentou, em sua obra

Preconceito Linguístico,

a respeito do uso do português tradicional que deixa marcas preconceituosas sobre o ensino da gramática na escola e derruba o mito de que aprender português é difícil pelo fato de nossas gramáticas serem baseadas no português de Portugal e acrescenta: “No dia em que nosso ensino de português se concentrar no uso real, vivo

e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil é bem provável que ninguém mais

continue a repetir essa bobagem”, se referindo ao mito de que “português é difícil”. Ao nos atentarmos a esse capítulo do livro, percebemos que o estudo do português pode se tornar algo difícil.

As gramáticas, ao passo que auxiliam, podem criar “abismo” entre leitores, especificamente os leigos, e elas. No momento de produção textual, em relação ao escopo deste artigo, é muito comum surgir dúvida como: “aqui tem vírgula?”, o texto sugerido para compor as gramáticas seria subsídio para tentar resolver esse tipo de dúvida. Pois, se aproximaria da realidade de escrita do autor, numa maior tentativa de diminuir ou excluir esse “abismo”.

O profissional de revisão lida com diversos tipos de textos, literários, acadêmicos, científicos, jornalísticos, uns mais fluidos, outros não. Há situações em que, ao pesquisar em gramáticas tradicionais (GT), os exemplos sobre a vírgula bastam e há momentos em que somente os exemplos, como estão dispostos, não são suficientes.

Nas gramáticas, é comum que hajam dois capítulos abordando os usos da vírgula; um aborda os usos gerais, por exemplo, em datas; e o outro acerca do uso dela em análise sintática. O texto sugerido seria acoplado a esses capítulos, como meio de melhor elucidar os exemplos já existentes.

2.1 Gramática para quê?

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E se já existe gramática internalizada, qual seria a funcionalidade do estudo de gramática? Podemos responder de duas maneiras, mas antes, é necessário ressaltar que para este artigo não é interessante conceituar todos os tipos de gramáticas, somente duas: internalizada e tradicional.

a) de fato, cada indivíduo tem sua própria gramática. Todavia, aprender as normas permite elaborar melhor a escrita, falar com mais desenvoltura.

Quando o texto é bem organizado e conciso seu entendimento flui gradativamente. Por meio da gramática tradicional – sistema de regras -, é possível aprender e usar todos os recursos da língua, assim, pode-se evitar ser repetitivo, ambíguo, cacofônico ou prolixo. Em consonância, o uso da pontuação é indispensável.

b) a gramática internalizada nos permite falar e, só a partir de então, escrever.

Contudo, fala e escrita são vertentes diferentes, ambas com a missão de transmitir a comunicação, porém, em contextos diferentes. A fala é aparentemente livre, no entanto, sabemos que existe um sistema de regras interno, como mencionei anteriormente; enquanto a escrita, na maioria das vezes, é subordinada à gramática tradicional, mas devemos nos atentar ao contexto para sabermos em que momento a fala e a escrita serão livres ou subordinadas à GT. Podemos fazer analogia com roupa: antes de sairmos de casa, conscientemente ou inconscientemente, escolhemos nossas vestes conforme o lugar para onde vamos. Falar e escrever seguem esse processo de escolha, assim chegamos ao “adequado e inadequado” e não ao “certo e errado”. Por exemplo, o modo como falamos com nossos pais é diferente de como falamos com nosso chefe ou entre amigos, essa escolha acontece em qualquer situação e não tem a ver com certo ou errado, e, sim, a ver com adequado ou não para o contexto; da mesma forma com a escrita, a forma de escrever depende do leitor ou da intenção do autor, e, conscientemente, pensamos nisso antes de escrever. Dessa forma, podemos perceber a importância do conhecimento do sistema de regras- gramática tradicional.

A linguagem oral é menos rígida que a formal. [...], mas algumas regras devem ser observadas, como a concordância, por exemplo. O erro de concordância em geral é percebido e causa um certo mal-estar. No mais, o

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que importa é a adequação. [...] qual é o público alvo deve ser a primeira preocupação para garantir uma boa comunicação. (PESSOA, 2016, p. 48).

A fala é cheia de recursos para garantir que a informação seja transmitida, como a entonação, o olhar, o gestual, o contexto. E quando um desses recursos deixa a desejar, algum outro se posiciona para continuar a perfeita transmissão. A título de exemplo: após uma discussão, o esposo pergunta para a esposa se está tudo bem, ela pode responder que sim, mas a entonação da voz, expressão facial ou gestual irá conduzir o esposo a perceber que ela não está bem.

Enquanto a escrita necessita de outros recursos para garantir a transmissão da informação. Por exemplo, contextualizar a situação, depois narrar o que foi dito, usar adjetivos, descrever o local. E cada período deve ser pontuado para demarcar bem o que se pretende escrever.

Os sinais gráficos – vírgulas, pontos, travessões, parênteses, - [...] foram criados. [...] sem os recursos da língua falada, que também fala com o tom da voz, os silêncios, a gesticulação, as caras e bocas, a escrita buscou compensações. A vírgula indica pausa curta [...]. (SQUARISI, 2015, p. 63).

E mesmo quando se pretende transcrever a fala, necessita-se de utilizar a pontuação. Para se aproximar, ao máximo, do campo “fala”, como discorre Kury (1999), “na tentativa de reproduzir as pausas, as cadências, o ritmo, a entonação da linguagem falada, utiliza a escrita certos SINAIS DE PONTUAÇÃO.”

3 O REVISOR E A VÍRGULA

Revisar é diferente de corrigir. O revisor adequa o texto tanto no campo microtextual quanto no macrotextual. Não podendo ser substituído por aplicativo, pois esse não tem a sensibilidade de perceber as intenções do autor e nem as necessidades do texto, menos ainda, de entender o contexto.

Para Rocha (2012, p. 36), “o revisor deve estar atento aos efeitos discursivo e

de sentido no texto sob sua responsabilidade.” Para revisar, é necessário interagir

com o texto. Da mesma forma como o psicólogo que observa seu paciente e deve

estar atento a ele, para depois ajudá-lo. E, enquanto o texto está no divã, o “psicólogo”,

às vezes, precisa buscar ajuda em livros teóricos, assim é a gramática para o revisor.

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Todo revisor tem pelo menos uma gramática em sua biblioteca particular e faz uso dela sempre que necessário. Sempre que aparece uma situação que lhe cause embaraço, seja para consultar ou para confirmar o que já se sabia. Como afirmou o Revisor Rodrigo Castelo em comunicação pessoal: “gramática boa é acompanhada de outra”

2

.

Os exemplos utilizados nas gramáticas ajudam muito a compreender os usos da vírgula, no entanto, se fosse utilizado, também, textos, mesmo que pequenos, para demonstrar as situações diversas da vírgula, acredito que a gramática ajudaria de forma mais eficiente.

O texto é muito mais amplo que somente frase, o revisor trabalha com o texto como um todo e não com frases segmentadas. Os exemplos mais comuns na GT são frases de literatura, que são fragmentos de textos, no entanto, nos compêndios, essas frases literárias também estão fragmentadas. Consoante Fechus (2015, p. 293), a GT minimiza a atuação das vírgulas dentro do texto, sendo que elas têm grande importância para a clareza e harmonia dele.

Outro aspecto não menos importante em relação aos problemas que encontramos ao estudar o legado da GT é o fato de ela ter a frase como limite de atuação, tornando o texto uma unidade, se não desprezada, pouco compreendida. Assim, as motivações do emprego da vírgula que porventura estejam mais relacionadas ao texto e a sua continuidade temática dificilmente são estudadas por uma gramática cujas limitações, nesse sentido, são praticamente incontornáveis. Importa observar, contudo, que o texto não deve ser compreendido como uma reunião de frases, senão como uma economia cujo sentido se constrói a partir da relação entre os signos, os sintagmas, as frases, os parágrafos etc.

Ainda segundo o autor, o texto não pode ser analisado como unidades, mas como um todo. Ao revisar, não se pode analisar uma frase e desprezar o restante do texto, pois a revisão seria vaga. Por exemplo, numa analogia com lego, se observar as peças separadas, não será possível perceber que se trata de um castelo ou uma casinha, não na análise sintática, na qual um termo ou oração se pauta com o outro para se ter coerência que, segundo Koch (2014), se relaciona com a coesão, e acrescenta: “a relação entre coesão e coerência é um processo de mão dupla.”

2 Citação feita em comunicação pessoal pelo Revisor Rodrigo Castelo, em 2017

.

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O papel do revisor não é só decorar regras, mas também interagir com o texto e com o autor dele. O revisor precisa dominar a variante padrão da língua na revisão.

Seu trabalho se dá inteiramente no texto, vez ou outra ele precisará fazer pontuação ou corrigir a pontuação feita inadequadamente, na intenção de lhe consertar os

“erros”, em conformidade com Rocha (2012, p. 36):

Revisar é apor vista a alguma coisa; é ler o texto a fim de consertar-lhe possíveis “erros”, sejam eles relativos à estrutura (redação, digitação, tipografia etc.) ou ainda relativos ao aspecto linguístico de adequação do modo como o conteúdo é apresentado/exposto.

O revisor tem de lidar com clientes que mandam o texto em cima do prazo, tem de se abster de boa noite de sono, tem de lidar com os empecilhos do texto alheio.

Seu trabalho seria menos exaustivo se na hora de pesquisar nas gramáticas tivesse menos complicações para entender.

3.1 A vírgula e o texto

Durante algum tempo, nas escolas, era ensinado pelos professores de português que para se usar a vírgula bastava pontuar de acordo com a respiração do escritor, mas este ensinamento já foi refutado há muito tempo.

Ao longo dos séculos, o emprego do danadinho suscitou celeumas. Alguns afirmam que usá-lo ou esnobá-lo é questão de gosto. A gente o exibe onde tem vontade. Outros dizem que se trata de respiração. Parou pra inspirar o ar? Pronto. Taca-lhe a vírgula. Aí surge um problema. Como os gagos e os asmáticos se viram? [...] o emprego da vírgula obedece a três regras, ela separa: termos e orações coordenados; termos e orações explicativos e termos e orações deslocados. (SQUARISI, 2015, p. 64).

A vírgula exerce função sintática dentro do texto, evita ambiguidades. Quando

não é usada corretamente, causa embaraço. Além de todas as regras existentes sobre

ela, há também os casos facultativos, casos esses em que o texto nos dará

direcionamento sobre o uso. Podemos observar como funciona os usos da vírgula

dentro do texto, eles não se dão por mera convenção. Neste artigo, não citarei todos

os usos, apenas alguns mostrados no Protótipo.

(10)

Texto vem do Latim

Texere, que significa tecer, que, por sua vez, significa Textus, ou seja, pode-se comparar o texto com o tecido3

que é uma espécie de trama, cada linha tem uma direção e uma razão para seguir tal direção. Texto é exatamente uma trama de palavras. Quando se escreve, estão sendo acionadas as engrenagens, uma palavra se une à outra e formam frases, essas frases formam períodos e os períodos formam parágrafos e eles formam o texto.

Assim como a trama do tecido, a de palavras também tem lógica, por exemplo, os artigos vêm antes dos substantivos. Essa trama é uma unidade comunicativa.

O conceito de texto se refere a uma unidade linguística de sentido e de forma, falada ou escrita, de extensão variável, dotada de “textualidade”, ou seja, de um conjunto de propriedades que lhe conferem a condição de ser compreendido pela comunidade linguística como um texto. Assim, podemos dizer que o texto é a unidade comunicativa básica, aquilo que as pessoas têm a declarar umas às outras. Essa declaração pode ser um pedido, um relato, uma opinião, uma prece, enfim, as mais diversas formas de comunicação.

(MARTELOTTA, 2016, p. 194).

Para se ter harmonia dentro do texto, a qual recai sobre a progressão textual, a vírgula assume papel importantíssimo dentro dele. É ela quem vai direcionar a intenção do autor, se alguém será condenado ou não, por exemplo. Portanto, mais do que decorar regras, devemos entender a vírgula. Depois desse entendimento, seu uso ocorrerá de forma natural.

Vejamos uma produção textual, a intenção aqui é mostrar os termos separados e depois encaixá-los, assim será mais visível a função da vírgula.

Primeiramente, temos as ideias do começo do texto retirado da internet “Como

o calor ameaça a Antártida”:

“Cientistas da NASA divulgaram o primeiro mapa do

movimento de gelo na Antártida” e “na semana passada”, para que o texto fique

harmônico e coeso, o encadeamento será feito com a pontuação, sobretudo, com a vírgula. No meio da informação, será acrescentada “o continente mais frio e seco da

terra”; em seguida, outras ideias “até o momento” e “eles contavam apenas com dados de regiões específicas”. Observem como ficou essa primeira parte:

3 Síntese de aula ministrada pela professora Pilar Acosta, em 2017.

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a) “Cientistas da NASA divulgaram na semana passada o primeiro mapa do movimento de gelo na Antártica o continente mais frio e seco da Terra até o momento eles contavam apenas com dados de regiões específicas”.

Percebam que o texto exige pausas, sem o uso da vírgula não há coerência nem harmonia sobre o que foi escrito. Há nesse trecho um aposto e dois adjuntos adverbiais. Vejam esse trecho devidamente pontuado.

b) “Cientistas da NASA divulgaram [,] na semana passada [,] o primeiro mapa do movimento de gelo na Antártica [,] o continente mais frio e seco da Terra. Até o momento [,] eles contavam apenas com dados de regiões específicas”. (grifo meu).

Os adjuntos adverbiais podem se deslocar na frase exigindo a pontuação para realçá-los ou isolá-los, como:

c) “Na semana passada [,] cientistas da NASA divulgaram o primeiro mapa do movimento de gelo na Antártica [,] o continente mais frio e seco da Terra. Eles contavam [,] até o momento [,] apenas com dados de regiões específicas.”

(grifo meu).

4 COMPILAÇÃO DE EXPLICAÇÕES DE GRAMÁTICOS SOBRE ALGUNS USOS DA VÍRGULA

Esta compilação demonstrará como algumas explicações sobre a vírgula estão dispostas em algumas gramáticas, tanto no capítulo sobre pontuação quanto no de análise sintática. E em nenhum compêndio existe texto para a assimilação do conteúdo. Somente Rocha Lima utiliza trechos maiores de textos literários.

Para esta compilação selecionei apenas algumas situações de virgula, talvez, as que mais causem dificuldade quanto ao uso.

Quadro 1- compilação de explicações de gramáticos eminentes

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Usos da vírgula em:

Bechara Cegalla Celso Cunha Houaiss Rocha Lima

Termos intercalados

Para separar orações

intercaladas.

Para separar orações

intercaladas e outras de caráter explicativo.

Somente fala sobre conjunção adversativa, se vir após um dos termos da oração, a conjunção adversativa é isolada por

vírgulas.

Não cita. Para isolar orações ou termos intercalados.

Adjunto adverbial anteposto ou deslocado

Não cita. Para separar

orações adverbiais.

Para separar as orações adverbiais quando

antepostas à principal.

Adjunto adverbial anteposto e para isolá-lo ou realçá-lo.

Para assinalar a inversão dos adjuntos adverbiais. Sendo o advérbio simples, por

exemplo, pode

dispensar-se a vírgula.

Orações Justapostas sem conjunção

Não cita. Na escrita se marcam pela vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos

A vírgula é usada para separar orações

coordenadas assindéticas.

Acréscimo de oração justaposta.

Para separar os termos da mesma função sintática, assindéticos.

Em expressões Para separar as partículas e expressões de explicação, correção, continuidade, conclusão, concessão.

Para separar orações de certas

expressões explicativas, ou retificativas como: isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.

Para isolar as orações

subordinadas explicativas.

Uso de

palavras e locuções que expressam conexões discursiva em geral (adição, explicação, conclusão e ratificação.

Para isolar certas palavras e expressões explicativas,

corretivas, continuativas, conclusivas.

Conjunção adversativas

Não cita Mostra a vírgula no exemplo, mas não cita a regra.

Separam por

vírgula as

conjunções adversativas.

Podem vir no início da oração ou após um de seus termos.

Não cita. Para isolar

conjunções adversativas.

Apostos Nas aposições,

exceto no

especificativo, principalmente, quando o aposto

Separar aposto e certos

predicativos.

A vírgula é usada para isolar aposto.

Não cita. Para isolar aposto

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está representado

por uma

expressão de certa extensão.

Antes da aditiva

“E” com valor adversativo

Para separar orações

coordenadas aditivas, ainda

que sejam

iniciadas pela conjunção e, proferidas com pausa.

Mas não cita o valor adversativo.

Não cita. Não cita. É empregada quando apresentam sujeitos diferentes e conectivos repetitivos.

Não cita.

Fonte: elaborado pela autora, com informações retiradas das gramáticas dos autores supracitados.

5 ANÁLISE DE DADOS

Essa pesquisa de campo foi importante para tentar comprovar que o texto, juntamente com os exemplos já existentes nas GTS, dá maior subsídio aos revisores, para saber a opinião dos profissionais de revisão, o questionário foi aplicado a uma amostra com quinze revisores iniciantes de diversas regiões do Brasil, eles são integrantes de um grupo de revisores no WhatsApp, o qual contém 157 pessoas, as respostas foram entregues via aplicativo de mensagens e

e-mail. O questionário

continha cinco questões e um texto para ser pontuado devidamente. A quinta questão do questionário solicitava aos participantes que contribuíssem com sugestões para o ensino da vírgula.

Para este levantamento, houve poucos voluntários, apenas quinze se habilitaram a responder.

Questionário:

Pergunta 1- Como foi seu aprendizado sobre pontuação, sobretudo a vírgula?

Sete marcaram BOM;

Sete marcaram RUIM e

(14)

Um marcou a opção número 3.

Pergunta 2 – O uso da gramática com os exemplos de que ela dispõe, resolve todas as dúvidas que surgem em relação às diversas situações sintáticas que envolvem os usos da vírgula?

Quatro marcaram SIM;

Onze marcaram NÃO e

Ninguém marcou opção número 3.

Pergunta 3 – Quando você está diante de um texto, consegue entender o funcionamento das vírgulas?

Doze marcaram SIM;

Três marcaram NÃO e

Ninguém marcou a opção número 3.

Pergunta 4- Se os exemplos se dessem dentro de textos, você compreenderia melhor o conteúdo sobre a vírgula?

Quatorze marcaram SIM;

Um marcou NÃO e

Ninguém marcou a opção número 3.

Na questão número cinco, os revisores contribuíram para que o questionamento deste artigo se concretizasse. Eles não apontaram como ruim o ensino que tiveram sobre a vírgula, mas acreditam que o texto seria a melhor forma de se trabalhar os usos da dela.

Eles sugeriram que fossem utilizados com mais assiduidade: exemplos contextualizados; frases que contenham ambiguidades, por exemplo: “Você saiu com a Maria Helena?” e “Você saiu com a Maria, Helena?”; textos de diversas tipologias;

exemplos mais voltados para o sentido do texto, não só elementos frasais; frases e contextos que se concretizem no nosso cotidiano; e o uso de textos prototípicos para exemplificação acerca do emprego das vírgulas.

E para, hoje em dia, poderem trabalhar com revisão, eles precisaram buscar

outros meios para assimilar melhor esse conteúdo, que, embora não tenha sido um

ensino ruim, deixou lacunas pelo não uso de textos como meio de ajudá-los a entender

esse assunto.

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7

4

12

14

7

11

3

1

1 0 0 0

0 5 10 15

Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta 3 Pergunta 4 Resposta (1) SIM/BOM/EFICIENTE

Resposta 2 NÃO/RUIM/DEIXOU A DESEJAR

Resposta 3 nunca entendi independentemente do método

A seguir, vejam o levantamento no gráfico 1:

Gráfico 1 – Questionário aplicado aos revisores:

Fonte: produzida pela autora, com os dados coletados em pesquisa de campo.

5.1 Revisão dos textos pontuados pelos revisores

A ideia de aplicar o texto aos revisores tinha intenção de verificar o entendimento sobre pontuação e não qualificar a eficiência dos participantes. Todos estão suscetíveis ao erro, mesmo quando se trata de revisores.

A finalidade era demostrar que o texto é a base para o ensino sobre a vírgula.

Na verificação dos textos preenchidos por eles, ninguém pontuou de forma errada, no entanto, em algumas situações, a vírgula não foi utilizada. Dois revisores pontuaram adequadamente; sete tiveram até uma falta de pontuação; sete tiveram até três faltas de pontuação e um revisor cometeu até cinco faltas.

5.2 Se o ensino fosse mais eficiente, a profissão de revisor sumiria?

Absolutamente. O ensino de qualidade, em se tratando da língua portuguesa,

nos permite compreender o funcionamento do nosso idioma e usar as ferramentas

adequadas para a boa escrita. Entretanto, devemos entender que autor e revisor são

atuações diferentes, mesmo que sejam a mesma pessoa. O autor pode ser um exímio

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escritor, ainda assim precisará de revisor, pois a confiança no que escrevemos nos cega ao ponto de deixarmos passar diversas inadequações

4

.

O revisor, sem essa confiança que o autor tem com o próprio texto, consegue perceber as intervenções a serem feitas. Revisão de texto para Athayde (2011, p. 37) é: “o conjunto das interferências não autorais no texto visando sua melhoria.” Sendo assim, revisores de textos e gramáticos, enquanto escritores, também necessitam de revisor. Só um olhar clínico do outro conseguirá fazer as melhorias necessárias ao texto.

6 PROTÓTIPO DE TEXTO PARA AS GRAMÁTICAS

A tradição gramatical é usar fragmentos de textos para elucidar as explicações sobre os usos da vírgula. A ideia neste trabalho é inserir o texto para complementar esses exemplos. Esse texto apresentaria as explicações sobre essa pontuação, cada situação, adjuntos antepostos ou intercalados, apostos, conjunção, estaria sinalizada com quadros explicativos. De modo que, quem lesse o texto veria a acoplagem de oração ou termo ao outro/a.

Este protótipo viria após as explicações sobre a vírgula e também no capítulo sobre análise sintática, pois, embora um assunto esteja intrinsicamente ligado ao outro, nos compêndios eles vêm separados. Dado ao extenso assunto sobre análise sintática, essa separação corrobora para melhor organização dos temas.

A seguir, no quadro 2, temos o protótipo elaborado no texto retirado da internet

“Como calor ameaça a Antártida”.

4Síntese de aula ministrada pelo professor Dr. Harrison da Rocha, em 2018.

(17)

Quadro 2- protótipo

Fonte: elaborado pela autora em texto retirado da internet “como calor ameaça a Antártida”.

Cada vírgula seria destacada; balões explicativos seriam utilizados para cada situação de uso da vírgula. Esse texto, após os exemplos já existentes nos compêndios, tentaria alcançar, de forma mais profícua, as dúvidas quanto ao entendimento.

Aqui, eu apresento somente um protótipo, entretanto, o ideal seria mais alguns textos e de outras tipologias, pois somente um seria incapaz de abordar todos os usos.

Dificilmente todas as dúvidas sobre vírgula seriam sanadas, mas, dessa forma, teríamos esse conteúdo dentro do texto, na tentativa de diminuir o abismo que citei anteriormente.

7 CONCLUSÃO

Temos diversas formas de texto e fazemos uso dele para a comunicação. A

fala, que também é texto, tem recursos para auxiliar na compreensão do que se

(18)

pretende dizer, enquanto no campo da escrita, precisamos da pontuação para suprir os recursos da fala.

Ou seja, texto e pontuação caminham juntos, disso depende a análise sintática e, consequentemente, progressão textual. A pontuação, sobretudo a vírgula, mantém a coesão e coerência do texto, em outras palavras, ela evita a ambiguidade, mantém o texto harmônico coerente e bem elaborado. Dessa forma, este trabalho se preocupou com a função do revisor, o qual trabalha com o texto diariamente e que, em algum momento, fará uso de gramáticas tradicionais para pesquisa.

Este estudo não visa questionar as gramáticas tradicionais, e, sim inferir que os exemplos poderiam, também, ser dados em forma de texto, uma vez que, o uso da vírgula é extremamente necessário dentro do texto e, ao mesmo tempo, é um conteúdo de difícil assimilação.

Com a pesquisa desenvolvida foi possível demonstrar que o texto também é fundamental para se empregar os estudos de vírgula. O uso dela se dá somente no texto verbal escrito, pois a fala, acompanhada com o timbre da voz, expressão facial e gestual, não necessita da pontuação, já a escrita necessita. O texto, sendo usado para demostrar os conteúdos das gramáticas em relação à vírgula, pode auxiliar de forma mais completa do que apenas exemplos com frases retiradas de livros de literatura, que são fragmentos de textos.

Os gramáticos Bechara, Cegalla, Celso Cunha, Houaiss e Rocha Lima foram consultados, por meio de seus compêndios, e todos utilizam apenas fragmentos de textos. Ressalto que a intenção não foi questionar os exemplos, e, sim, a falta do texto como complemento das explicações. Elaborei um protótipo de texto para demonstrar como essa ideia funcionaria e ele seria inserido após as definições das regras sobre os usos da vírgula.

Foi necessário o levantamento de dados para averiguar se os revisores estão em consonância com a ideia desta pesquisa. O teste foi feito com uma amostra com apenas quinze revisores de diversas regiões do Brasil, via

WhatsApp e e-mail. Os

participantes quase foram uníssonos ao afirmar que o texto auxiliaria melhor para o entendimento da vírgula e contribuíram com outras sugestões.

Dessarte, esta pesquisa confirmou que os exemplos de vírgula nas gramáticas

não são suficientes para a compreensão dos usos dela

,

sendo necessário que se

tenha o texto para melhor elucidação das definições deste estudo.

(19)

The examples of comma mentioned in the grammar are sufficient for the understanding uses?

ABSTRACT

This work raises the concern about the traditional grammar as to the examples of comma standard in the compendia. The examples used help in the understanding of this subject, however, in a superficial way. If texts were also used to demonstrate situations other than comma, I believe that grammar would help more efficiently. The most common examples are phrases of the literature, which are also texts, however, in compendia, these phrases literary are also fragmented. For Fechus (2015), the grammar minimizes the action of the commas within the text, and they are of great importance for the clarity and harmony of writing. The job of the reviewer is all within the text. When you revise, you cannot parse a sentence and disregard the rest. The grammars, while help, can create a huge gap between the readers and them. I suggested a prototype to compose the grammars, believing that it would be enough subsidy to solve the doubts about comma, along with the examples already existing.

At this juncture, I presented a research will be presented that involves the opinion of fifteen reviewers. They, almost unanimously, affirmed that the text would help better for the understanding of the comma. Therefore, this research has confirmed that the tradition of grammar, in relation to examples willing, are not sufficient for the understanding of the uses of them, and it is necessarily having the text for better elucidation of this study.

Key words: Comma. Review.Text.

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(21)

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limpo. São Paulo: Contexto, 2012.

(22)

APÊNDICE A- Questionário de pesquisa (frente)

Centro Universitário de Brasília

Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD

Nome:

Questionário

 Assinale (1) PARA: SIM/ BOM / EFICIENTE, (Os exemplos das gramáticas

contribuíram para meu aprendizado);

 Assinale (2) PARA: NÃO/RUIM/ DEIXOU A DESEJAR. (O professor deveria

ter usado outros métodos, como textos, por exemplo); e

 Assinale (3) PARA: (Nunca entendi independentemente do método).

1- Como foi seu aprendizado sobre pontuação, sobretudo a vírgula?

(1) (2) (3)

2- O uso da gramática com os exemplos de que ela dispõe, resolve todas as dúvidas que surgem em relação às diversas situações sintáticas que envolvem os usos da vírgula? (1) (2) (3)

3- Quando você está diante de um texto, consegue entender o funcionamento das vírgulas? (1) (2) (3)

4- Se os exemplos se dessem dentro de textos, você compreenderia melhor o

conteúdo sobre a vírgula? (1) (2) (3)

(23)

APÊNDICE A- Questionário de pesquisa (verso)

5- Que tipos de exemplos seriam interessantes para que o estudo sobre o emprego da vírgula fosse mais eficiente?

Pontue o texto a seguir:

Cientistas da NASA divulgaram na semana passada o primeiro mapa do

movimento de gelo na Antártica o continente mais frio e seco da Terra até o

momento eles contavam apenas com dados de regiões específicas o novo

mapa é importante pois ajuda a entender a dinâmica do gelo como um todo

diz Eric Rignot da Nasa um dos autores do estudo Rignot afirma que o

continente é complexo e as causas de derretimento não podem ser

compreendidas de forma isolada Saber onde o problema ocorre pode nos dar

instrumentos para agir antes que o pior aconteça o problema da Antártica não

é o gelo que existe no próprio oceano em forma de icebergs se todo esse gelo

derreter o nível do mar permanecerá o mesmo mas se parte do gelo que está

sobre o solo da Antártica se derreter o nível do mar pode aumentar em até 3

metros segundo estimativa do painel de cientistas da ONU

Referências

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