Grupo de Apoio Interdisciplinar
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Rua Boa Vista, 200, 6º andar, São Paulo/SP, CEP: 01014-000, Tel: (11) 3105-9040 R. 600, 601 e 605 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DOS CAMS DA DPESP NOS CASOS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA E/OU QUE FAZEM USO PROBLEMÁTICO DE DROGAS, GESTANTES,
PUÉRPERAS E/OU LACTANTES, EM QUE SE CONSTATE RISCO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL/RETIRADA DA(O) FILHA(O) OU FILHAS(OS), SOBRETUDO AQUELES
ENCAMINHADOS PELA REDE DE SERVIÇOS OU IDENTIFICADOS PELA EQUIPE CAM
BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
O presente documento, intitulado “Possibilidades de Atuação dos Centros de Atendimento Multidisciplinares (CAMs) da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPESP) nos casos de mulheres em situação de rua e/ou que fazem uso problemático de drogas, gestantes, puérperas e/ou lactantes, em que se constate risco de acolhimento institucional/retirada da(o) filha(o) ou filhas(os), sobretudo aqueles encaminhados pela rede de serviços ou identificados pela equipe CAM”, foi elaborado pelo Grupo de Apoio Interdisciplinar (GAI)1, no âmbito da Comissão de Estudos Interdisciplinares (CEI), e busca contribuir com o Procedimento Administrativo2 instaurado na referida comissão para a discussão da questão em tela, bem como para a construção de fluxo institucional, parâmetros de atuação e orientação a todas(os) profissionais da Instituição.
As possibilidades de atuação abaixo apresentadas terão como disparadoras as situações já elencadas pelas(os) integrantes da CEI, as quais serão utilizadas no Comunicado a ser amplamente divulgado na DPESP.
1 O GAI é um órgão das Assessorias Cível e Criminal da Defensoria Pública-Geral do Estado de São Paulo e é composto, atualmente,
pela Assistente Social Melina Machado Miranda (Mestra em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP e Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - FSP-USP) e pela Psicóloga Paula Rosana Cavalcante (Mestra e Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo - USP e Especialista em Psicologia Jurídica pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP).
2 O PA nº 3/2017 da Comissão de Estudos Interdisciplinares tem como proponente o Psicólogo do CAM da Unidade Campinas e
integrante da CEI, Marcos Antonio Barbieri Gonçalves, e como relatora a Defensora Pública da Unidade Santana, Coordenadora CAM da Regional Norte-Oeste da Capital e integrante da CEI, Renata Oliva Monteiro Matos. “O presente procedimento administrativo tem como assunto um ‘projeto para potencialização do atendimento aos casos de infância cível junto às maternidades’. Em suma, foram narrados pelo proponente dois casos concretos que chegaram ao Centro de Atendimento Multidisciplinar de Campinas acerca de crianças que estavam para ser acolhidas institucionalmente e que, com o trabalho interdisciplinar, através do contato com a rede de serviços, foram solucionados antes de início de processo judicial” (extrato do início do voto da relatora).
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Manutenção de espaço de diálogo entre a equipe da Defensoria - Em todas as situações, é sempre muito importante manter o diálogo sobre o caso, tanto entre a equipe do CAM, quanto entre a equipe do CAM e a(o) Defensora(r), visando: (i) compartilhar especificidades da situação; (ii) realizar intercâmbio sobre as dinâmicas, informações/atualizações, propostas e resultados de articulações com os serviços da rede, estratégias jurídicas/judiciais e sobre as possibilidades de intervenção de cada profissional, dentro da sua área do conhecimento;
Articulação de Rede - Realização de contatos, reuniões e visitas institucionais para discussão de casos e desenvolvimento de projetos locais, de modo permanente, com os serviços do território, visando: (i) prevenção de situações que coloquem as usuárias e suas(seus) filhas(os) em risco de interrupção da convivência familiar; (ii) acesso às políticas públicas; (iii) suporte sócio familiar e (iv) acompanhamento dos casos atendidos. Várias dessas ações já são realizadas na rotina do trabalho CAM, como ficou demonstrado na pesquisa sobre o tema, respondida pelas Coordenações dos Centros de Atendimento Multidisciplinar3;
Educação em Direitos e Formação - Realização de cursos, palestras, oficinas etc., tanto internos, quanto externos - com a rede de serviços e/ou população, de modo permanente, visando: (i) prevenção de situações de risco e (ii) orientação acerca dos direitos, da atuação da Defensoria e dos fluxos interinstitucionais. Cabe destacar que várias dessas ações já são fomentadas e realizadas pelos CAMs, em todo o estado, o que ficou evidenciado na pesquisa sobre o tema, respondida pelas Coordenações dos Centros de Atendimento Multidisciplinar4.
3 Como exemplo, temos: 1) “Foi realizada no dia 07/06/2017 uma primeira reunião entre Defensoria/Cam desta Unidade e ETJ da
VIJ do Fórum de Itaquera. Foram discutidas as dificuldades encontradas nos encaminhamentos feitos pelas maternidades de RNs cujas mães se encontram nas situações acima descritas. Foram tirados os seguintes encaminhamentos: reunião com a presença das maternidades e elaboração de formulário com orientações da DPE para esses casos”; 2) “As reuniões e contato com a rede de acolhimento são frequentes, inclusive a Defensoria de Presidente Prudente tem Convenio com o CREAS mulher, o que acaba por facilitar os esclarecimentos e elaboração de planos de atendimento em cada caso concreto”.
4 Apenas para citar três exemplos que ilustraram a referida pesquisa: 1) “O CAM, em conjunto com a Defensora da Infância,
realizou capacitação de novos conselheiros tutelares, em 2016, nessa perspectiva, com vistas à diminuição dos acolhimentos de crianças no município”; 2) “Será realizada em junho/2017 uma palestra, a pedido do Hospital Municipal e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, sobre o tema adoção e acolhimento institucional. É um evento voltado aos assistentes sociais da rede de serviços locais, cujo objetivo é abordar as dificuldades dos profissionais de olharem para a família em situações que envolvem recém nascidos, problematizar os encaminhamentos de bebês para serviços de acolhimento ao invés de investir no cuidado destes familiares para garantir a convivência familiar da crianças.... Necessita-se apresentar outros pontos de vista a esses profissionais e, por isso, eles convidaram o CAM da Lapa para este evento”; 3) “Sim! Foi o evento Dialogando sobre o direito de ter/ser mãe, organizado pelo CAM da Regional em conjunto com o GT Maternidades da Defensoria. Além disto, há um GT Maternidades na própria cidade, gerenciado pela Secretaria de Assistência, do qual o CAM participa”.
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SITUAÇÃO 1:
Notícia de mulher, em situação de rua e/ou fazendo uso
problemático de drogas, que esteja
grávida, em situação de vulnerabilidade social e sem acesso a serviço público de pré-natal ou outros serviços de saúde e assistência social, por exemplo. ARTICULAÇÃO COM A REDE DE SERVIÇOS
(De qualquer política pública considerada pertinente e necessária ao atendimento qualificado da
mulher e sua família)
ATENDIMENTO (Incluindo o trabalho na perspectiva da Composição Extrajudicial de Conflitos, se necessário) PRODUÇÃO TÉCNICA
Contato (pode ser
telefônico, por meio de encaminhamento e/ou ofício, de reunião e/ou visita institucional, a depender da necessidade e urgência de cada caso) com
serviço(s) de Saúde (UBS, CAPS,
Consultório na Rua, Maternidade etc.) e de
Assistência Social (CRAS,
CREAS, Centro de Acolhida etc.) ou outra política, se for o caso, para
solicitar visita ou busca ativa e o início ou retomada do cuidado em
saúde (procedimentos
preventivos/pré-natal e outros – mental e/ou clínicos, por ex.) e social
Com a mulher (pode ocorrer em acolhimento compartilhado com os serviços da rede, inclusive no momento da busca ativa pelo serviço, e com a(o) Defensora
(r)) e/ou com familiares e/ou amigas(os) da mulher, para a realização de escuta, esclarecimento acerca de seus direitos, dos riscos
da situação e do objetivo do atendimento prestado pela
Elaboração de documentos técnicos das áreas do Serviço Social e da Psicologia (ex.: laudos,
relatórios, estudos, quesitos, pareceres etc.), para juntada em
processo judicial, subsídio de defesa e/ou encaminhamento para
a rede de serviços.
A partir de outras ferramentas (atendimento e articulação com a rede de serviços), a(o) profissional
do CAM poderá expor em documento técnico as particularidades daquele caso, o
desejo da mulher, as diversas negligências e ausências do Estado
– falta de políticas públicas adequadas, acessíveis etc. – às vezes
vivenciadas intergeracionalmente pela família da usuária, entre outros
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(verificar se existem outros direitos violados e/ou benefício a ser ofertado –
eventuais e/ou BPC, por ex.), respeitando a
vontade da mulher e buscando estratégias de
aproximação e sensibilização, dentre outras providências que
forem avaliadas como pertinentes pela(o) profissional do CAM.
Orientar as equipes sobre
a existência, a necessidade e a importância de se construir um Plano de
Parto que busque
identificar os serviços que já acompanham a mulher, o
contato de pessoas de referência para a usuária (familiares ou não), além
de outras informações que subsidiem o cuidado e
a não violência obstétrica5. Defensoria Pública, objetivando conhecer a vontade da mulher/família e auxiliar na construção de um plano que respeite
esses desejos.
direito a convivência familiar,
contra a criminalização e estigmatização da pobreza.
Possibilidades de uso dos documentos produzidos pelo
Serviço Social e pela Psicologia do CAM: (i) podem ser usados na
íntegra – apensados ao processo; (ii) a atuação pode se dar com a
nomeação da(o) profissional do CAM como assistente técnico –
após discussão de estratégia com a(o) Defensora(r) Pública(o); (iii)
podem ser usados antes da ação judicial, como subsídio para a inicial e (iii) alguns trechos dos
relatórios, estudos, laudos e pareceres, podem integrar as peças processuais, auxiliando a
subsidiar os pedidos –
possibilidade apontada pelo Núcleo Especializado da Infância e Juventude da DPESP, quando discorre sobre o tema e seus fluxos
institucionais.
5 Consultar o CAM do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher - NUDEM para obter outras
informações e também o modelo de um Plano de Parto Social. Saiba mais sobre Violência Obstétrica, acessando a cartilha do NUDEM sobre o tema, no link: https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/34/documentos/cartilhas/Cartilha_VO.pdf
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Notícia de mulher, em situação de rua e/ou fazendo uso
problemático de drogas, que esteja
grávida, em situação de vulnerabilidade social, e já inserida em serviço público de pré-natal, necessitando de atuação da Defensoria Pública para garantir a permanência do bebê em sua companhia ou, temporariamente, em família extensa. ARTICULAÇÃO COM A REDE DE SERVIÇOS
(De qualquer política pública considerada pertinente e necessária ao atendimento qualificado da
mulher e sua família)
ATENDIMENTO (Incluindo o trabalho na perspectiva da Composição Extrajudicial de Conflitos, se necessário) PRODUÇÃO TÉCNICA
Contato e reuniões com a equipe que realiza o
pré-natal e com a maternidade que
possivelmente receberá a mulher para o parto, visando sensibilização com
relação ao tema e ao direito à convivência
familiar.
É possível buscar o apoio
de políticas públicas para que seja oferecido suporte
à mãe e inserção em programas, visando excluir a situação que possivelmente será vista
como problemática e disparadora de acolhimento institucional
da criança, como por
exemplo “não aderência ao tratamento em saúde
Com a mulher e/ou familiares e/ou
amigas(os),
buscando
alternativas para proteção de mãe e filha(o), caso algum
risco esteja evidenciado, além da possibilidade de
trabalho para o
cuidado da criança, após seu
nascimento, pela família natural ou
extensa.
Elaboração de documentos técnicos das áreas do Serviço Social e da Psicologia (ex.: laudos,
relatórios, estudos, quesitos, pareceres etc.), para juntada em
processo judicial, subsídio de defesa e/ou encaminhamento para
a rede de serviços.
A partir de outras ferramentas (atendimento e articulação com a rede de serviços), a(o) profissional
do CAM poderá expor em documento técnico as particularidades daquele caso, o
desejo da mulher, as diversas negligências e ausências do Estado
– falta de políticas públicas adequadas, acessíveis etc. – às vezes
vivenciadas intergeracionalmente pela família da usuária, entre outros
aspectos, visando a defesa do
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mental” (aqui é possível já articular o cuidado com CAPS ou Consultório na Rua) ou “situação de rua” (aqui é possível, caso seja do desejo da mulher, buscar
vaga em Centro de Acolhida ou na casa de
algum familiar ou amiga(o)).
Orientar as equipes sobre
a existência, a necessidade e a importância de se construir um Plano de
Parto que busque
identificar os serviços que já acompanham a mulher, o
contato de pessoas de referência para a usuária (familiares ou não), além
de outras informações que subsidiem o cuidado e
a não violência obstétrica6.
contra a criminalização e estigmatização da pobreza.
Possibilidades de uso dos documentos produzidos pelo
Serviço Social e pela Psicologia do CAM: (i) podem ser usados na
íntegra – apensados ao processo; (ii) a atuação pode se dar com a
nomeação da(o) profissional do CAM como assistente técnico –
após discussão de estratégia com a(o) Defensora(r) Pública(o); (iii)
podem ser usados antes da ação judicial, como subsídio para a inicial e (iii) alguns trechos dos
relatórios, estudos, laudos e pareceres, podem integrar as peças processuais, auxiliando a
subsidiar os pedidos –
possibilidade apontada pelo Núcleo Especializado da Infância e Juventude da DPESP, quando discorre sobre o tema e seus fluxos
institucionais.
6 Consultar o CAM do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher - NUDEM para obter outras
informações e também o modelo de um Plano de Parto Social. Saiba mais sobre Violência Obstétrica, acessando a cartilha do NUDEM sobre o tema, no link: https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/34/documentos/cartilhas/Cartilha_VO.pdf
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4 do Comunicado):
Notícia de mulher, em situação de rua e/ou fazendo uso
problemático de drogas, grávida e na maternidade, com nascimento próximo da criança. ARTICULAÇÃO COM A REDE DE SERVIÇOS
(De qualquer política pública considerada pertinente e necessária ao atendimento qualificado da
mulher e sua família)
ATENDIMENTO (Incluindo o trabalho na perspectiva da Composição Extrajudicial de Conflitos, se necessário) PRODUÇÃO TÉCNICA
Contatos e reuniões com os serviços que realizaram o pré-natal
e/ou que conheciam a mulher e com a equipe da
maternidade, visando sensibilização com relação
ao tema e ao direito à convivência familiar.
É possível buscar o apoio
de políticas públicas para que seja oferecido suporte
à mãe e inserção em programas, visando excluir a situação que possivelmente será vista
como problemática e disparadora acolhimento
institucional da criança,
como por exemplo “não aderência ao tratamento em
saúde mental” (aqui é possível já articular o
Com a mulher e/ou familiares e/ou
amigas(os),
buscando
alternativas para proteção de mãe e filha(o), caso algum
risco esteja evidenciado, além da possibilidade de
trabalho para o
cuidado da criança, após seu
nascimento, pela família natural ou
extensa.
Elaboração de documentos técnicos das áreas do Serviço Social e da Psicologia (ex.: laudos,
relatórios, estudos, quesitos, pareceres etc.), para juntada em
processo judicial, subsídio de defesa e/ou encaminhamento para
a rede de serviços.
A partir de outras ferramentas (atendimento e articulação com a rede de serviços), a(o) profissional
do CAM poderá expor em documento técnico as particularidades daquele caso, o
desejo da mulher, as diversas negligências e ausências do Estado
– falta de políticas públicas adequadas, acessíveis etc. – às vezes
vivenciadas intergeracionalmente pela família da usuária, entre outros
aspectos, visando a defesa do
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cuidado com CAPS ou Consultório na Rua) ou “situação de rua” (aqui é
possível, caso seja do desejo da mulher, buscar
vaga em Centro de Acolhida ou na casa de
algum familiar ou amiga(o)).
Acionar a rede e grupos de trabalho, como por
exemplo o GT Maternidades da DPESP7,
que atuam de forma crítica com a temática
(técnicas(os) de consultório na rua, por exemplo), para
que sejam produzidos relatórios e outros
documentos que fortaleçam a defesa e sustentem uma rede de cuidado para a mulher e a
criança.
Orientar as equipes sobre
a existência, a necessidade e a importância de se construir um Plano de
contra a criminalização e estigmatização da pobreza.
Possibilidades de uso dos documentos produzidos pelo
Serviço Social e pela Psicologia do CAM: (i) podem ser usados na
íntegra – apensados ao processo; (ii) a atuação pode se dar com a
nomeação da(o) profissional do CAM como assistente técnico –
após discussão de estratégia com a(o) Defensora(r) Pública(o); (iii)
podem ser usados antes da ação judicial, como subsídio para a inicial e (iii) alguns trechos dos
relatórios, estudos, laudos e pareceres, podem integrar as peças processuais, auxiliando a
subsidiar os pedidos –
possibilidade apontada pelo Núcleo Especializado da Infância e Juventude da DPESP, quando discorre sobre o tema e seus fluxos
institucionais.
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identificar os serviços que já acompanham a mulher, o
contato de pessoas de referência para a usuária (familiares ou não), além
de outras informações que subsidiem o cuidado e
a não violência obstétrica8.
8 Consultar o CAM do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher - NUDEM para obter outras
informações e também o modelo de um Plano de Parto Social. Saiba mais sobre Violência Obstétrica, acessando a cartilha do NUDEM sobre o tema, no link: https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/34/documentos/cartilhas/Cartilha_VO.pdf
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Notícia de mulher, em situação de rua e/ou fazendo uso
problemático de drogas, que tenha tido parto recente
e que não consegue comparecer ao atendimento da Defensoria. ARTICULAÇÃO COM A REDE DE SERVIÇOS
(De qualquer política pública considerada pertinente e necessária ao atendimento qualificado da
mulher e sua família)
ATENDIMENTO (Incluindo o trabalho na perspectiva da Composição Extrajudicial de Conflitos, se necessário) PRODUÇÃO TÉCNICA
Contato com o serviço para que seja providenciada a colheita de declaração da mulher com relação à vontade e
concordância de defesa pela Defensoria para manter consigo a(o) bebê
ou colocação em família extensa ou ainda, se for do desejo da mulher, possibilitar a entrega
protegida da criança9.
Sugestão: articulação com a equipe do Serviço Social
e da Psicologia da maternidade.
Sensibilização e orientação à equipe da maternidade com relação
É possível realizar atendimento in loco (CAM e Defensora(r)) para escuta da mulher e início de defesa judicial, se necessário. Com familiares e/ou amigas(os), buscando alternativas para proteção de mãe e filha(o), caso algum
risco esteja evidenciado, além da possibilidade de
trabalho para o
cuidado da criança, após seu
Elaboração de documentos técnicos das áreas do Serviço Social e da Psicologia (ex.: laudos,
relatórios, estudos, quesitos, pareceres etc.), para juntada em
processo judicial, subsídio de defesa e/ou encaminhamento para
a rede de serviços.
A partir de outras ferramentas (atendimento e articulação com a rede de serviços), a(o) profissional
do CAM poderá expor em documento técnico as particularidades daquele caso, o
desejo da mulher, as diversas negligências e ausências do Estado
– falta de políticas públicas adequadas, acessíveis etc. – às vezes
vivenciadas intergeracionalmente pela família da usuária, entre outros
9 Para saber mais sobre entrega protegida, acesse o folder desenvolvido pelo Centro de Atendimento Multidisciplinar da
Regional Grande ABCD em parceria com o NUDEM e a EDEPE:
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convivência familiar.
É possível buscar o apoio
de políticas públicas para que seja oferecido suporte
à mãe e inserção em programas, visando excluir a situação que possivelmente será vista
como problemática e disparadora de acolhimento institucional
da criança, como por
exemplo “não aderência ao tratamento em saúde mental” (aqui é possível já
articular o cuidado com CAPS ou Consultório na Rua) ou “situação de rua” (aqui é possível, caso seja do desejo da mulher, buscar
vaga em Centro de Acolhida ou na casa de algum familiar ou amiga(o)). nascimento, pela família natural ou extensa.
aspectos, visando a defesa do
direito a convivência familiar,
contra a criminalização e estigmatização da pobreza.
Possibilidades de uso dos documentos produzidos pelo
Serviço Social e pela Psicologia do CAM: (i) podem ser usados na
íntegra – apensados ao processo; (ii) a atuação pode se dar com a
nomeação da(o) profissional do CAM como assistente técnico –
após discussão de estratégia com a(o) Defensora(r) Pública(o); (iii)
podem ser usados antes da ação judicial, como subsídio para a inicial e (iii) alguns trechos dos
relatórios, estudos, laudos e pareceres, podem integrar as peças processuais, auxiliando a
subsidiar os pedidos –
possibilidade apontada pelo Núcleo Especializado da Infância e Juventude da DPESP, quando discorre sobre o tema e seus fluxos