COMO NUTRIR
POR VIA ENTÉRICA
em
Paula Alves
Nutricionista – Serviço de Nutrição e Alimentação do IPOPFG, E.P.E. palves@ipoporto.min‐saude.ptVIA VERDE – Cuidados Nutricionais
ADMISSÃO RASTREIO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DEFINIÇÃO PLANO IMPLEMENTAÇÃO MONITORIZAÇÃO REAVALIAÇÃO REFORMULAÇÃO CONTINUIDADE DE CUIDADOS1
Em doentes que necessitam de TN, a NE
ou a combinação da NE/ NP é a primeira
opção
(A)
R
ECOMENDAÇÕES
Terapia Nutricional
Tubo digestivo funcionante?
Sim
Não
Iniciar NE
Iniciar NP
Decisão da Via
Reavaliar
NE
3
“A
HAPPY
GUT
LEADS TO A
HAPPY BODY!”
IF
THE GUT WORKS –
USE IT
IF
THE GUT WORKS –
USE IT
IF
NOT –
MAKE IT WORK
IF
NOT –
MAKE IT WORK
IF
YOU FAIL –
TRY AGAIN
IF
YOU FAIL –
TRY AGAIN
3 IFs
NE precoce está associada a:
•
melhor balanço azotado
•
diminuição da resposta hipermetabólica à lesão tecidular (DO
2/VO
2)
•
melhor cicatrização
•
melhor resposta imunológica
•
aumento do fluxo sanguíneo visceral
•
preservação da barreira gastrointestinal
WHY DOES THE GUT MAKE US HAPPY?
Benefícios ‐ NE
Reduzir risco de infeção (NP) Manter barreira intestinal Atenuar hipercatabolismo Melhora custo/benefício (NP) Reduzir hiperglicemia (NP) Reduzir permanência hospitalar (NP)Melhora a Tolerância
Precoce à dieta oral …
Guidelines for the Use of Parenteral and Enteral Nutrition in Adult and
Pediatric Patients.
A.S.P.E.N. JPEN 26 (1) Suppl, 2002
“EN is the preferred route of feeding …”
Canadian Clinical Practice Guidelines for Nutrition Support in
Mechanically Ventilated Critically Ill Patients.
Heyland DK, et al. JPEN. 27(5), 2003
“…we strongly recommend the use of enteral nutrition
over parenteral nutrition.”
R
ECOMENDAÇÕES
NUTRIÇÃO ENTÉRICA
Vias de acesso
Técnicas de administração
Formulação entérica
Complicações
Monitorização
NE ‐ VIAS DE ACESSO
Oral
Por sonda
Naso/orogástrica
Naso/oroentérica: duodeno ou jejuno
Ostomias
Gastrostomia / PEG
Gastrostomia c/avanço até ao jejuno
Jejunostomia com cateter ou com sonda
SUPLEMENTAÇÃO
SJ
NE
por sonda– Local de administração
Gástrica ‐
Vantagens
> Volume > Osmolaridade Fácil posicionamento da sonda Gástrica ‐Vantagens
> Volume > Osmolaridade Fácil posicionamento da sonda Jejunal ‐ Vantagens < Risco aspiração < Risco saída da sonda Jejunal ‐ Vantagens < Risco aspiração < Risco saída da sonda Gástrica ‐ Desvantagens > Risco de aspiração > Risco saída da sonda Gástrica ‐ Desvantagens > Risco de aspiração > Risco saída da sonda Jejunal – Desvantagens Dietas isosmolares Posicionamento da sonda Jejunal – Desvantagens Dietas isosmolares Posicionamento da sonda13
NE – Técnicas de administração
contínua:
gravidade ou com bomba de perfusão
por bólus:
seringa, por gavagem
intermitente:
gravidade ou com bomba de perfusão
Nutrientes intactos TGI funcionante < osmolaridade < custo
Polimérica
Oligomérica
Nutrientes hidrolizados < digestão < gordura > osmolaridade > custoComplexidade dos nutrientes
15
Fórmulacão Comerciais
Dietas artesanais
Misturas de nutrientes
prontos a administrar.
Dietas líquidas feitas a partir de
alimentos sólidos e líquidos
homogeneizados.
C
omposição controlada
>
Kcal/mL
S
egurança microbiológica
O
smolaridade baixa
S
ondas calibre fino
C
omposição variável
<
Kcal/mL
R
iscos microbiológicos
O
smolaridade elevada
S
ondas calibre grosso
NUTRIÇÃO ENTÉRICA
Hidratos de carbono 40 a 90%Fibras
5 a 14g/L
Proteínas
12 a 22%
Micronutrientes
Gorduras
10 a 50%
Água livreCOMPOSIÇÃO DA FÓRMULA ENTÉRICA
17
Seleção da fórmula
Isocalórica x Hipercalórica x Hiperproteica Fibra x Sem fibra Polimérica x SEMI elementar Especializada Imune ? Diabetes? Renal ?NE – Complicações
In: Basics in Clinical Nutrition, ESPEN 2011
In: Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 2000 Waitzberg, D.L.
Respiratórias
Aspiração pulmonar
Prevenção:
Elevação da cabeceira da cama
Verificação do resíduo gástrico
Utilização de fármacos procinéticos
Colocação de sondas pós-pilóricas
NE – Complicações
In: Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 2000 Waitzberg, D.L.
NE – Como Iniciar / Progredir
Protocolo de administração
Início
20 a 25 mL/h
Progressão
10‐20 mL / 4h‐12h, até dose alvo.
21
NE – Monitorização
Posição do doente
Posição da sonda
Resíduo gástrico
Administrado/ Prescrito
Sintomas
Bioquímica
Peso
•
RG não está correlacionado com o esvaziamento gástrico por
isso é um marcador pouco preditivo.
•
RG é avaliado mundialmente de forma pouco uniforme e leva à
suspensão de NE impedindo o seu fornecimento de forma
adequada.
•
Devem ser tidos em conta os fluidos exógenos (NE, medicação,
administração de água) bem como fluidos endógenos (saliva,
secreção gástrica…)
•
Ter “algum” RG é normal.
RESÍDUO GÁSTRICO
ESTASE/RESÍDUO GÁSTRICO EM UCI
A intolerância gástrica à NE é a complicação mais frequente. Parar a NE na presença de RG é procedimento comum doentes recebem menos NE Défice aporte energéticoRESÍDUO GÁSTRICO EM UCI
(100‐500mL)
Intolerância gástrica: RG > 150 mL Mentec, 2001 Resíduo gástrico > 500 mL Montejo et al, ESICM 2007 Resíduo gástrico 500 mL ASPEN, 2016 Resíduo gástrico >200 mL Metheny et al, 2006 Resíduo gástrico > vol. administrado nas últimas 2h Meert, 2004 Resíduo gástrico > 150‐250 mL Marik e Zaloga, 2003 Valores de Cut‐off 200‐400mL McClave et al, 2005 Reid, 200625
RESÍDUO GÁSTRICO
Medidas Preventivas
•
Elevação da cabeceira da cama 30‐45º
(C).
•
Infusão contínua e progressiva da NE nos doentes de risco
(D).
•
Utilização de procinéticos ‐ metoclopramida ou eritromicina
(quando clinicamente possível)
(C).
•
Considerar colocação de sonda pós‐pilórica
(C).
ASPEN - SCCM 2009
RESÍDUO GÁSTRICO
RG – 6‐6hExemplo
Entrada NE 21mL/h (500mL) Secreção salivar ‐ 42mL/h (1000mL) Secreção gástrica – 84mL/h (2000mL) Em 6h – total de 882mL RG > 300mL Prevalência depende da definição... NE 500mL/d27
Na Prática Clínica:
Nutrição Entérica
Iniciar com fórmula polimérica isocalórica
•
Ritmo de 10 – 20mL/h.
•
Progredir de 6/6h / 12h/12h ou diariamente dependendo da
situação clínica do doente.
•
Durante a progressão manipular apenas uma variável. 1º a
variável ritmo de administração e só depois ajustar a fórmula.
•
Após atingir a dose alvo (volume), ajustar as necessidades P/E.
•
Pós operatório Ca Cabeça&Pescoço
•
Pós operatório Ca Esófago
•
Doente Crítico
•
Doente em risco de Síndrome de Realimentação
NET – Situações específicas
Pós operatório Ca Cabeça&Pescoço
PÓS OPERATÓRIO (SNG; PEG)
Iniciar nas 24h a 48h – metade da dose alvo
Exemplo: dose alvo de 1500KcaL /dia. Iniciar com 750KcaL no 1º dia Fórmula: imunomoduladora ou polimérica isocalórica
Administração: bólus ou contínua Bólus :
1º dia: 750cc 125cc (6x/dia) 2º dia : 1500cc 250cc (6x/dia) Contínuo:
Inicia 21mL/h e progride de 6/6h ou 12h/12h, até à dose alvo
Pós operatório Ca Esófago
PÓS OPERATÓRIO (Sonda jejunostomia)
Iniciar nas 1ªs 24h
Exemplo: se dose alvo de 1500KcaL /dia. Iniciar com: 1º dia: 500cc a 21ml/h
2º dia: 1000cc a 42ml/h 3º dia : 1500cc a 63ml/h Fórmula: polimérica isocalórica Administração: continua Progressão: diária
Doente crítico
Doente em risco de
Síndrome de Realimentação
Iniciar com 10KcaL/Kg /dia, após correção de eletrólitos ou já em correção.
Fórmula: polimérica isocalórica Administração: continua
Progressão: diária ou de acordo com o perfil analítico (K, P, Mg)
A dose alvo pode ser atingida em 5 dias. NÃO TER PRESSA DE PROGREDIR!