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ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: REFLEXÕES E OLHARES

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Academic year: 2021

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ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM AMBIENTES NÃO

ESCOLARES: REFLEXÕES E OLHARES

Aldízia Carneiro de Araújo [1] - UNITINS/TO Mariana da Silva Neta [2] - ITOP/TO Grupo de Trabalho - Didática, Práticas de Ensino e Estágio.

Resumo

Este artigo resultou-se de reflexões sobre as práticas de Estágio Supervisionado em ambientes não escolares e também de estudos sobre possibilidades de campo de trabalho para o pedagogo e o perfil exigido para exercer tais funções. Os relatos de experiências da atuação do pedagogo em ambientes não escolares foram registrados por meio do estágio supervisionado do curso de Pedagogia, realizado por acadêmicos, tanto da modalidade presencial ofertado pelo Instituto Tocantinense de Palmas - ITOP, quanto do Ensino a Distância - EaD pela Universidade do Tocantins - UNITINS, ambos em Palmas – TO, sob a supervisão, orientação e acompanhamento das professoras Mariana da Silva Neta (professora orientadora de Estágio do ITOP) e Aldizia Carneiro de Araújo (tutora a distância de Estágio da UNITINS/UAB). Dessa forma o objetivo desse trabalho é relatar a prática do estágio em espaços não escolares e a importância de conhecermos o perfil do pedagogo e suas atribuições fora da escola. Nessa perspectiva, o pedagogo para atuar em diferentes espaços necessita ser dinâmico, criativo, e precisa desenvolver competências como trabalhar em equipe, manter bom relacionamento interpessoal e uma formação que atenda as exigências do mercado de trabalho e também da sociedade. Com base nos relatos das experiências dos estagiários na

COMSAÚDE (Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação), organização não

governamental e filantrópica, onde foram observados e analisados espaço físico; funcionamento; organização administrativa; projetos sociais, pedagógicos e comunitários, vivenciou-se experiências significativas e identificou-se possibilidades de atuação do pedagogo, apresentando a esta instituição um plano de intervenção com sugestões de atividades do pedagogo e no resultado do Projeto Cultura e Diversão na Maturidade, realizado no Centro de Convivência da Maturidade - CCM, em que, sob a orientação da professora supervisora de Estágio, fez-se o planejamento, a análise, execução e socialização das práticas pedagógicas desenvolvidas com o grupo de idosos, apontamos as contribuições dessas vivências para formação profissional do pedagogo, desafios e perspectivas para a consolidação desse campo de estágio do curso de Pedagogia, tratando-o com um olhar crítico/reflexivo e um viés de estudo sobre a atuação do pedagogo.

Palavras-chave: Educação não formal. Estágio Supervisionado.Pedagogia. Projetos Sociais. Idosos

[1] Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, pela Faculdade Integrada de Araguatins; Tecnologias na Educação, pela PUC-Rio; Pedagogia Escolar: Administração, Supervisão e Orientação, pela FACINTER /

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IBPEX e em Gestão Educacional: Metodologia do Ensino de Ciências Humanas, pela UNITINS. Graduada em História pela Universidade Federal do Tocantins- UFT e em Pedagogia habilitada em Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino Médio e Orientação Educacional pelo Centro Universitário Luterano de Palmas. E-mail: aldiziaaraujo@seduc.to.gov.br.

[2] Especialista em Pedagogia Escolar: Administração, Supervisão e Orientação, pela FACINTER / IBPEX, Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pela Faculdade Integrada de Araguatins, graduada em Pedagogia - Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino Médio e Orientação pelo Centro Universitário Luterano de Palmas e graduada em Letras, pela Faculdade de Filosofia do Norte Goiano - FAFING. E-mail: mariananeta@seduc.to.gov.br.

Introdução

O estágio é um período considerado muito relevante na formação inicial dos professores e esperado pelos estudantes dos cursos de licenciatura com muita expectativa, principalmente quando se refere a ambientes não escolares, afinal, a sociedade tem passado por inúmeras transformações que refletem claramente na área educacional. Antes, o Pedagogo era limitado a trabalhar apenas em espaços escolares na condição de aluno e depois, como estagiário, assumindo a função de professor e hoje, passa a atuar como educador social em empresas, hospitais, ONGs, bancos, associações, igrejas, bancos, eventos, etc.

Com este cenário alterado, os acadêmicos saem do campo educacional formal e iniciam a exploração de ambientes sociais, em que começam a conhecer espaços possíveis de associar a teoria com a prática pedagógica para um público até então inexplorado pelos acadêmicos dessas turmas de Pedagogia. Neste contexto, o trabalho implica na construção de saberes, competências e habilidades que extrapolam a profissão docente, retratando a importância da atuação do pedagogo em espaços não escolares, apresentando e propondo amplas possibilidades de realização da prática pedagógica em diferentes espaços.

Apesar dos acadêmicos da Faculdade Itop demonstrarem ansiedade com a nova realidade, a aceitação e receptividade da instituição concedente para local do estágio contribuíram com todos os grupos que demonstraram interesse em estagiar com o público da terceira idade. Nessa perspectiva, procurou-se possibilitar a participação dos idosos em atividades de resgate das memórias adormecidas pelo tempo, visando à integração de todos e a luta por uma vida digna, de produtividade e busca de qualidade de vida.

Na realização das atividades de Estágio Supervisionado do curso de pedagogia da UNITINS/UAB, os acadêmicos relataram que houve um grande aprendizado durante todas as etapas que consistiram em: entrevista com o responsável pela instituição; observação da

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organização e utilização do espaço físico; da dinâmica de trabalho; das ações/projetos desenvolvidos e elaboração de um plano de intervenção. Buscou-se na dinâmica da instituição enxergar possibilidades de atuação do pedagogo.

Concepções do Estágio de Pedagogia em Ambientes não Escolares pelos acadêmicos da Faculdade Itop

A experiência de estágio em espaços não escolares ou não formais para os acadêmicos da Faculdade Itop aconteceu no Centro de Convivência na Maturidade-CCM, instituição que tem como objetivo acolher, valorizar e conviver com idosos acima de 60 anos, em sua maioria, de classe média, que residem nas proximidades do CCM ou em outras quadras circunvizinhas, proporcionando - lhes melhor qualidade de vida.

Com a missão de ser modelo em gestão pública através da efetiva execução das políticas de inserção social, o CCM recebe em média 80 idosos por mês, que participam de atividades de inclusão digital, oficina de artesanato, aulas de pilates, avaliação fonoaudiológica, canto terapia, jogos de concentração e memorização, coral e grupo de fonoterapia.

Segundo a resolução CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006 em seu artigo 5º, o pedagogo deverá trabalhar em espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. Cabe também ao Pedagogo, adotar uma postura investigativa e propositiva na sua atuação como profissional da educação, tendo em vista a complexidade da realidade atual, a fim de contribuir com a superação de exclusões étnico-raciais, sociais, econômicas, religiosas, políticas, culturais e outras.

Partindo desse pressuposto, um grupo de acadêmicas decidiu realizar o estágio no CCM, iniciando com o reconhecimento dos espaços e observação da acolhida dos idosos, percebendo que alguns deles chegavam sozinhos, outros eram levados pela família, mas todos eram recebidos com carinho e cuidado pelos funcionários, pois, segundo o Estatuto do Idoso:

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (Estatuto dos Idosos, 2003, p. 8)

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Após a observação, com o objetivo de proporcionar aos idosos entretenimento, comunicação, socialização, diversão e alegria, além de organizar uma prática educativa dinâmica e estimulante, houve o planejamento do Projeto Cultura e Diversão na

Maturidade, pois de acordo com Cervi

O documento que materializa o esforço do planejar é o plano. Este dá forma às decisões tomadas, revelando a direção e os critérios assumidos, limitando o tempo e o espaço das mudanças tratando do seu impacto. O plano serve, também, como referência para evitar dispersão e redundância de ações e recursos, além de estabelecer os padrões de controle das ações que o integram. (CERVI, 2008, p. 65).

Diante deste contexto, na fase prática do estágio, o planejamento contemplou três ações interligadas: uma peça de teatro, festa temática dos anos 60 e apresentação de circo, sempre visando proporcionar aos idosos do Centro de Convivência da Maturidade, alegria, descontração, interação e aprendizagem, primando pela qualidade de vida e com o desenvolvimento psicológico e emocional das pessoas presentes na Instituição. As ações do projeto foram desenvolvidas nos meses de setembro e outubro de 2014 e possibilitaram o resgate da autoestima dos idosos

Concepções do Estágio em Ambientes não Escolares pelos acadêmicos da Unitins/UAB

As atividades aqui apresentadas foram desenvolvidas pelos acadêmicos da Unitins nas dependências da COMSAÚDE - Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação em Porto Nacional - TO, organização não governamental, sem fins lucrativos, com estatuto e sócios que de dois em dois anos elegem uma nova diretoria. Mantém - se através de projetos financiados por entidades nacionais e estrangeiras, convênios e doações; atuando nas áreas da saúde, educação, desenvolvimento comunitário, cultura, economia solidaria, movimento negro e apóia os movimentos sociais.

Os instrumentos utilizados para coletas de dados foram: entrevistas, leitura e análise do histórico da instituição, dos projetos sociais, pesquisa em sites, cartilhas, panfletos, folhetos, questionários e participação em reunião dos membros diretores, conselheiros e associados.

A COMSAÙDE é filiada a ABONG - Associação Brasileira das Organizações não Governamentais, conta com 98 sócios e um quadro de recursos humanos assim distribuídos: 30 funcionários assalariados; 72 voluntários permanentes; 28 voluntários eventuais; 35

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estagiários não remunerados, totalizando 135 pessoas ocupadas e não remuneradas. Seus recursos são oriundos de instituições públicas, privadas, próprios, organização internacional, economia mista, instituições religiosas, os quais são investidos nos diferentes serviços sociais. Esta instituição ao longo de sua história vem conquistando títulos que lhes dão credibilidade perante a população portuense, entidades e organizações parceiras nas realizações dos inúmeros projetos existentes na instituição, que tem como público-alvo: crianças, adolescentes, jovens, idosos e famílias que necessitam de um amparo para viver melhor e com dignidade. Durante a observação, percebeu-se a preocupação da instituição em desenvolver projetos de cunho social, formativo e cultural com vista a possibilidade de melhoria na condição de vida para os menos favorecidos.

Como afirma a acadêmica Cleanes Avelino Amaral:

Na ocasião participei de duas reuniões, onde foram tratados assuntos pertinentes a instituição e tomadas de decisão para o bom andamento dos trabalhos e implantação de novas ações sociais para melhor atender seus usuários. Pude perceber durante esse período de estágio que a instituição é referência em atendimento comunitário, pois a todo instante chegam pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade com a intenção de sugerir e fazer parte da Associação como voluntário ou prestadores de serviços. Durante conversa com a sócia fundadora Drª Eloísa Lottufo ficou evidenciada a necessidade de um pedagogo para auxiliar na formação continuada dos profissionais que trabalham com as crianças e jovens, bem como para auxiliar na construção e execução de projetos.

De acordo com Libâneo (1999, p. 30 - 31)

“o pedagogo é um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos, atendendo as demandas sócioeducativas decorrentes de novas realidades, novas tecnologias, mudanças nos ritmos de vida, a presença nos meios de comunicação e informação, dentre muitas áreas que requerem a contribuição do pedagogo”.

Neste contexto foram sugeridas, à instituição campo, ações educativas que venham promover mudanças de comportamentos, que atendam as realizações e satisfações das necessidades individuais e coletivas no ambiente, por meio de um projeto de intervenção, elaborado pelos acadêmicos, que teve como foco a formação continuada dos associados e comunidade. O projeto propôs a articulação e realização de momentos de estudos com as equipes e associados, além da organização de palestras e diferentes eventos (seminários, fóruns, congressos, entre outros).

É função do pedagogo atuar no planejamento, coordenação e execução de projetos de educação formal de qualificação e requalificação nos espaços não escolares como meio de

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contribuir para a sua formação e conquista de sua autonomia, porém “é necessário que este profissional tenha aptidão e postura proativa, iniciativas, habilidades e competências na busca de soluções para os impasses encontrados”. No entanto, dificilmente encontramos o mesmo inserido em espaços que não sejam educacionais, embora o currículo de Pedagogia tenha recentemente passado por uma reestruturação em que recebeu novas diretrizes, sendo assim, é relevante destacar a importância da sua atuação em diferentes setores.Nesse sentido Frison (2004) defende:

na escola, na sociedade, na empresa, em espaços formais ou não formais,escolares ou não escolares, estamos constantemente aprendendo e ensinando. Assim, como não há forma única nem modelo exclusivo de educação, a escola não é o único em que ela acontece e, talvez, nem seja o mais importante. As transformações contemporâneas contribuíram para consolidar o entendimento da modalidades. (FRISON, 2004, p. 88).

Contudo para que as ações interventivas tenham sucesso é necessário que os envolvidos no processo tenham a clareza e aceitabilidade da importância da ação do pedagogo neste espaço. O projeto interventivo foi apresentado à equipe diretiva da instituição como sugestão do estagiário e bem aceito pela instituição.

Resultados e Discussões sobre Estágio - Visão dos Alunos da Ead

Os novos moldes da sociedade exigem um profissional em formação contínua, criativo, inovador, com bom relacionamento interpessoal, que saiba lidar com pessoas de diferentes personalidades, tenha habilidades para resolver situações difíceis e seja ativo na construção do conhecimento. O pedagogo, como integrante dessa sociedade, tem o papel de buscar diferentes formas de comunicação, diálogos, de construção de novos saberes, e do desenvolvimento de habilidades e competências e práticas inovadoras.

A disciplina de Estágio Supervisionado do curso de Pedagogia se desdobra em duas etapas: observação e intervenção, que possibilitam a relação/interação da teoria e prática, como também a integração do pedagogo no campo não escolar. É uma oportunidade de experimentação, descobertas, reflexões e conhecimento da realidade no âmbito observado. Busca subsidiar práticas pedagógicas significativas para a formação do acadêmico, sendo um componente obrigatório do currículo do curso. A atuação do pedagogo não se limita à educação escolar formal, embora ela seja o foco da profissão. Existe em todos os setores sociais a necessidade de planejamento, organização e avaliação.

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As empresas reconhecem a necessidade de formação geral como requisito para enfrentamento da intelectualização do processo produtivo; [...] há profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas e os que ocupam parte de seu tempo nessas atividades: formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores [...]

Dessa forma, o trabalho do pedagogo em espaços não escolares se configura num novo desafio para esse profissional construir uma nova identidade, desenvolver diferentes projetos elaborados e voltados para as diversas áreas da sociedade: saúde, educação, comunicação, cultura, lazer.

Frison (2004) aponta que:

O pedagogo gerencia muito mais do que aprendizagens, gerencia um espaço comum, o planejamento, a construção e a dinamização de projetos, de cursos, de materiais didáticos, as relações entre o grupo de alunos ou colaboradores. Isso significa que não basta possuir inúmeros conhecimentos teóricos sobre determinado assunto, é preciso saber mobilizá-los adequadamente. (FRISON, 2004, p. 89).

A acadêmica Alessandra Nunes Escobar afirma:

“Pode-se comprovar que não só as escolas precisam de planejamento, acompanhamento, monitoramento, sistematização e avaliação.(...) Associar o campo de atuação do pedagogo no espaço escolar e não escolar mobiliza a curiosidade de atuação no campo não escolar, cujas possibilidades de atividades demonstram diferentes dinâmicas de trabalho, sendo imprescindível o ato de planejar a gestão de conteúdo e pessoas, além de metodologias diversificadas”

Sob esse ponto de vista, o pedagogo para atuar em diferentes espaços necessita ser dinâmico e precisa desenvolver competências para trabalhar em equipe, manter bom relacionamento interpessoal e uma formação que atenda as exigências do mercado de trabalho.

A acadêmica Ana Paula Rodrigues dos Santos Silva afirma

:

“Com base na pesquisa e observação, pude perceber que a presença do pedagogo é fundamental para o desenvolvimento de ações que visem o preparo para o exercício da cidadania e qualificação profissional. (...) É nesse contexto que percebemos a necessidade do pedagogo em diferentes segmentos da sociedade, tais como: associações, hospitais, prisões, empresas, ONGs, instituições públicas e ou privadas, etc. As possibilidades de atuação do pedagogo fora da sala de aula são muitas e requer desse profissional uma formação adequada.(...) Pude ainda constatar que a presença do pedagogo é determinante para o sucesso de dadas instituições e, consequentemente para o bem da sociedade. (...)O pedagogo é responsável por fazer do seu trabalho um momento de reflexão, análise, disseminação da informação, de novos conhecimentos e de novas situações socialmente relevantes”.

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De acordo com a acadêmica Elza Barros de Souza Pereira

“Após a realização do estagio, chega-se à conclusão que é de fundamental importância a inclusão do pedagogo na instituição observada, para que o mesmo possa desempenhar um trabalho de cunho pedagógico organizacional, e desenvolva projetos socioeducativos para contribuir com o trabalho realizado pela instituição que tem um campo de atuação focado nos em quatro eixos norteadores: Saúde, Educação, Comunicação e Cultura e Desenvolvimento Comunitário. (...) Nesta perspectiva a atuação do pedagogo nas instituições não escolares é um novo desafio que nos leva a quebra de paradigma em que se pensa a atuação do pedagogo só no âmbito escolar como, professor, coordenador, gestor ou orientador educacional, portanto faz-se necessário que a sociedade tenha um novo olhar sobre a atuação do pedagogo nos diferentes espaços, pois o planejar, orientar, organizar, monitorar faz parte de todo contexto social.”

Para acadêmica Cleanes Avelino Amaral

“Durante a minha prática pude observar que um dos maiores desafios para a instituição no contexto em que foquei é a falta de profissionais da área pedagógica para dar apoio em diversas atividades que lidam com crianças, jovens e mães bem como com os profissionais. No entanto, entendo que todos os desafios vivenciados durante o processo de estágio tiveram um tributo fundamental para a concretização do meu conhecimento, permitindo que eu pensasse sobre as diferentes atuações do profissional pedagogo.”

Resultados e Discussões sobre Estágio - Visão dos Alunos - Curso Presencial

Considerando a complexidade e abrangência do estágio, pode-se considerá-lo como algo decisivo no processo de formação do educador, haja vista que, possibilita a ressignificação de identidades profissionais. Sua realização possibilita ao acadêmico desvendar e construir um referencial sobre a realidade, considerando o campo de atuação como objeto de análise, investigação e de interpretação critica a partir das relações com as disciplinas.

Para a acadêmica Vanilda Salustiana:

“O estágio Supervisionado foi de grande relevância para a minha formação. Com embasamento em referenciais teóricos, observações e atividades práticas, tive a oportunidade de relacionar a teoria e a prática e ver como realmente se dá a atuação do pedagogo em espaço não escolar. Ao me deparar com a realidade do Centro de Convivência do Idoso, constatei que o processo educativo não é algo tão simples como muitos pensam. Trata-se de um processo lento e que requer paciência. Para que os objetivos desejados sejam alcançados é necessário planejar e replanejar

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continuamente, refletir sobre o concreto da realidade e corrigir os desvios do processo.”

A acadêmica Maria Girleide Ferreira Dantas afirma que,

“Quando se conclui um estágio, como foi no CCM – Centro de Convivência da Maturidade, reconheci o valor de uma equipe e sua grandeza em lidar com um público e suas diversidades, no seu oficio em saber acolher e na sensibilidade de entender os idosos, esses são alguns dos valores reconhecidos durante a minha permanência no local e deve ser enaltecido o trabalho que eles desenvolvem.”

A acadêmica Maria Jerônima Aires da Silva França considera que

“Para os acadêmicos da turma de Pedagogia presencial, desenvolver ações dentro do CCM que possibilitem a construção de novos conhecimentos, ajudará futuramente a executar as atividades da melhor forma possível conseguindo atingir os objetivos propostos, pois o estágio permite aos acadêmicos avaliar a importância do planejamento das ações, realizando suas atividades propostas. Com isso, mostra aos idosos de forma integral, que eles são capazes de desenvolver várias atividades, e perceber sua importância na sociedade, mostrando seus valores como indivíduos e vivenciando atividades proporcionadas que irão proporcionar o resgate de suas raízes, lembrando-se do passado, pois eles são seres pensantes, e reflexivos.”

Percebe-se que para as acadêmicas, o estágio foi muito rico, relevante para a sua prática pedagógica, com o conhecimento de várias possibilidades de atuação do pedagogo em ambientes não escolares e, ao mesmo tempo, trouxe novos significados para o curso de Pedagogia.

Considerações Finais

Com a realização dos estágios nas duas modalidades: presencial e a distância, visualizou-se forças e oportunidades que servem como direcionamento para a construção das ações interventivas que fortalecem a compreensão da necessidade da atuação do pedagogo neste espaço.

É de fundamental importância a inclusão do pedagogo nas instituições observadas, para que o mesmo possa desempenhar um trabalho de cunho pedagógico organizacional, desenvolver projetos socioeducativos para contribuir com o trabalho realizado pela instituição que tem um campo de atuação focado em quatro eixos norteadores: Saúde, Educação, Comunicação e Cultura e Desenvolvimento Comunitário.

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Nesta perspectiva, a atuação do pedagogo nas instituições não escolares se apresenta como um novo desafio que nos leva a quebra de paradigma em que se pensa a atuação do pedagogo só no âmbito escolar como, professor, coordenador, gestor ou orientador educacional, portanto faz-se necessário que a sociedade tenha um novo olhar sobre a atuação do pedagogo nos diferentes espaços, pois o planejar, orientar, organizar e monitorar fazem parte de todo contexto social. Cada vez mais o fazer pedagógico é exigido para além do ambiente escolar, como: Organizações não governamentais (ONGS), sindicatos, associações e outros. Sendo este um profissional orientado para ser um agente multiplicador e transformador do conhecimento e agir em benefício do desenvolvimento integral proporcionando o desenvolvimento intelectual, social, cultural e humano do indivíduo, com vista a práticas organizativas inovadoras.

Referências

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CNE: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Resolução CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006. In: Diário Oficial da União. Brasília, 16 de maio de 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde. – 1. ed., 2.ª reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

CERVI, Rejane de Medeiros. Planejamento e avaliação educacional. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2008.

FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. O pedagogo em espaços não escolares: novos

desafios. Ciência. Porto Alegre: n. 36, p. 87-103, jul./dez. 2004.

GONH, Maria da Glória. Educação não formal e cultura política. 2ª ed. Cortez, 2001. LIBÂNEO, J. C.. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1999.

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