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Giuseppi Camiletti e Laércio Ferracioli 111 de Modelagem Computacional no estudo de tópicos de F sica. Um Ambiente de Modelagem Computacional é um sof

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(1)

A Utilizac~ao da Modelagem Computacional

Semiquantitativa no Estudo do Sistema Mola-Massa

(TheUseofSemiquantitativeComputerModellingintheStudyoftheSpring-MassSystem)

GiuseppiCamiletti 

, e Laercio Ferracioli y

Departamento deFsica,

Laboratoriode Tecnologias InterativasAplicadasaModelagemCognitiva

UniversidadeFederaldo EspritoSanto

Campusde Goiabeiras,29.060-900 Vitoria,ES-Brasil

Recebidoem3deabril,2002. Aceitoem3dejunho,2002.

Oartigoapresentaresultadosdainvestigac~aosobreaintegrac~aodeambientesdemodelagem

com-putacionalaoaprendizadoexploratoriodeFsica. Osresultadosaquiapresentadoss~aorelativosao

estudodainterac~aoedesempenhodealunosdeensinosuperiorduranteautilizac~aodoambientede

modelagemcomputacionalsemiquantitativoWLinkItemumaatividadedeconteudoespec coem

Fsica: osistemamola-massa. Osresultadosmostramqueosestudantesapresentaramhabilidades

paradesenvolverummodelosobreasituac~aoproposta erelacionarocomportamentoapresentado

pelomodelo como esperadopor eles, alterar omodelo e explicar o comportamento apresentado

pelasvariaveis. Osresultadosmostramtambemqueasdi culdadesapresentadasforamrelacionadas



adelimitac~ao dosistema aser estudado, aoentendimentoda in u^enciade umavariavel sobrea

outra,aoentendimentodequemeoagentecausaldosistema, aoentendimentodafunc~aodeuma

ligac~ao entre duasvariaveis e ao entendimento dos conceitos envolvidos. Assim, o mapeamento

dessesaspectose fundamentalparao delineamentode pesquisasfuturasnosentidodepromover,

napratica,aintegrac~aodeAmbientesdeModelagemComputacionalSemiquantitativosnasalade

aula,maisespeci camenteparaoestudodetopicosdeFsica.

Thisarticle presents resultsabout aninvestigation onthe integration of computermodelling

en-vironment to the exploratory learning in Physics. The study is relative to the interaction and

performance ofuniversity studentsacting during theuse of the semiquantitativecomputer

mod-ellingenvironmentWLinkltinanactivity ofspeci ccontent inPhysics: the spring-masssystem.

Theresultsshowthatthestudentspresentedabilitiestodevelopamodelabouttheproposedsystem

andtorelateandmakecomparison amongtheresultsofthemodelsimulationwiththeirprevious

expectation tomodify themodeland toexplain thebehaviourpresentedby thevariablesafter a

simulation. Regardingthe diÆculties these were related to the delimitation of the system to be

studied, the inability of understanding the in uence of a variableon the other and what is the

causalagent ofthe system and to the understandingof the functionof a connection amongtwo

variables and theinvolvedconcepts. Therefore, theseresults are fundamental for thedesign and

developmentoffutureresearchesaimingatpromoting,inthepractice,theintegrationof

semiquan-titativecomputermodellingenvironmentsintheclassroom,morespeci callyforthestudyoftopics

ofPhysics.

I Introduc~ao

A quest~ao da utilizac~ao de novas tecnologias no

con-textoeducacionaltemsidodiscutidatantoemnvel

na-cionalquantointernacional.Ogovernofederaldestinou

recursos em nvel nacional para as Escolas de Ensino

Medioparaaaquisic~aodecomputadores,semcontudo

de nirclaramenteasdiretrizesparaaaquisic~aode

soft-wareseambientescomputacionaiseducacionais.

Essefatogeraanecessidadedodesenvolvimentode

pesquisasobrecomopromover,napratica,aintegrac~ao

dos recursos da tecnologia da informatica com a sala

de aula (Ferracioli, 2000). Dessa forma, o objetivo

destetrabalhoeinvestigarautilizac~aodeumAmbiente



giusepi@bol.com.br

(2)

de Modelagem Computacional no estudo de topicos de

Fsica.

UmAmbiente deModelagem Computacionaleum

softwareque, nocontextodestetrabalho, recebeu essa

denominac~ao devido ao fato de existir uma proposta

pedagogicasubjacenteasuautilizac~aoondeeleevisto

comoumAmbientedeAprendizagem. Assim,este

Am-biente pode possibilitar ao aluno a ampliac~ao de sua

capacidadeemformularperguntasen~aosimplesmente

em encontrarrespostas(Ferracioli,2001).

II Referencial Teorico

A utilizac~aode Ambientes Computacionaisna pratica

da sala de aula pode ser desenvolvidaa partir do

es-tudo de topicos de conteudos espec cos em Ci^encias

comutilizac~aodeuma abordagemalternativa

valendo-sedoconceito de modelagem.

Estapropostaconsisteemlevaroalunoaconstruir

ummodelosobreoproblemaemestudo e,emseguida,

representa-lo no computador atravesde um Ambiente

de Modelagem Computacional adequado. Uma vez

re-presentadoomodelonoAmbiente deModelagem, este

podesersimuladogerandoapossibilidadedeampliac~ao

doestudo doproblemaanalisado.

II.1 SobreAtividadesde Modelagem

DeacordocomBliss&Ogborn(1989),asatividades

de construc~ao demodelospodem serdesenvolvidasde

duasmaneiras:

 Exploratoria, quando o aluno e levado a

ex-plorar,noambientecomputacional, ummodelo

desen-volvidoanteriormenteporumespecialista;

Expressiva,quandooalunoesolicitadoa

desen-volver um modelo no Ambiente de Modelagem

Com-putacional.

Nestetrabalho,asatividadesdeconstruc~aode

mo-delos foram desenvolvidas em nvel exploratorio e

ex-pressivo. Estas atividades naturalmente envolvem a

atividade de raciocnio. Assim, Bliss et al (1992)

su-gerem que oraciocniopode serconcebidoa partirde

tr^esdimens~oes:

Quantitativa

Qualitativa

Semiquantitativa

Oraciocnioquantitativo pode envolveruma

varie-dade de aspectos desde o reconhecimento de relac~oes

numericassimples, seja notrabalho com umconjunto

denumerosatravesdecomparac~aodetamanhos,atea

manipulac~aode relac~oesalgebricas. Essadimens~ao de

raciocnioenvolveoentendimentodequantoamudanca

de umavariavelafetaraoutra,porexemplo,noestudo

de lasemumsupermercado: casoapopulac~aodobre

quantoessefatorafetaraotempodeesperanas lasdo

O raciocnio qualitativo envolve fazer distinc~oes

categoricas e decis~oes. Isso pode consistir em

exami-narumconjuntodeescolhasouopc~oeselevarem

con-siderac~aosuasconsequ^encias: nocasodeumaviagem,

diferentes meios de transportes podem ser escolhidos.

Ou ainda, considerando-se um dado objetivo, o que

e necessario para atingi-lo. Isso pode requerer a

ob-servac~aoeconsiderac~aodealternativas eaponderac~ao

deevid^encias: umalunoquedesejapassarnovestibular

necessitamaiordedicac~aoaosestudos.

Oraciocniosemiquantitativoenvolveadescric~aode

situac~oescotidianasondeadirec~aodamudancadeuma

parte de um sistema econhecida mas n~ao o tamanho

do efeito desta mudanca sobre as demais partes

(Og-born e Miller, 1994). Assim, da observac~ao do

com-portamentodoolhohumano,sabe-sequeoaumentoda

intensidade luminosa causa a diminuic~ao da abertura

dapupiladoolhohumano: aanalisedesseefeitorequer

oentendimentodadirec~aodarelac~aocausal-aumento

ou diminuic~ao - mas n~ao o conhecimento dos valores

numericos em relac~oes matematicas. Neste trabalho,

asatividadesdemodelagemexploratoriaseexpressivas

demandaramdoestudanteautilizac~aodoraciocnioem

nvelsemiquantitativo

Dessa forma, a construc~ao de modelos em nvel

semiquantitativo pode ser feitaa partirde uma vis~ao

sist^emica(Forrester,1968),emqueseprocuraentender

o comportamento de um sistema a partir de relac~oes

causaisentre asvariaveisque odescrevem. Neste

sen-tido,acausalidadedesempenhapapelfundamental na

modelagemsemiquantitativa,uma vez queesta

subja-centenoestabelecimentodasrelac~oesentreasvariaveis

naargumentac~ao(Blissetal,1992).

II.2Diagramas Causais

Asrelac~oescausaisentreasvariaveisdeumsistema

emestudopodemserentendidaserepresentadasa

par-tir de pares de causa e efeito, denominada Diagrama

Causal (Roberts et al, 1983). Oexemplo apresentado

sobreocomportamentodapupiladoolhohumano

ex-posta auma fonte luminosacuja intensidadepodeser

variada,estamostradonaFig. 1abaixoatravesdeuma

representac~aoporumDiagramaCausal.

Figura1. ExemplodeumPardeCausaeEfeito.

OsmodelosconstrudosatravesdeDiagramas

Cau-sais podem ser representados no Ambiente de

Mode-lagem Computacional Baseado naMetafora de 

Icones

(3)

II.3 Ambiente de Modelagem Computacional

Baseadona Metafora de 

Icones WLinklt

O WLinkit e um Ambiente de Modelagem

Com-putacionalbaseadonaMetaforade 

Iconesparaa

cons-truc~aoesimulac~aodemodelosdin^amicosemnvel

semi-quantitativo. Nele,epossvelconstruirmodelosque

re-presentamrelac~oescausaisentrevariaveisrelevantesde

fen^omenos,eventos, objetosdomundo asermodelado

(Sampaio,1996).

Aoexecutar-se(rodar)oAmbienteWLinkIt, e

ap-resentadoaousuarioateladoAmbientedeModelagem

conformeFig. 2.

Figura2. AteladetrabalhodoAmbientedeModelagemComputacionalWLinkIt.

Atelaecompostade3regi~oesimportantes:



Areade trabalho-Estaregi~aonadamaisequeumespacoembranco. Elaearegi~aodateladocomputador

reservadaaconstruc~aodomodelopelo usuario;



Area de gra cos -

E a regi~ao da tela abaixo da 

Area de Trabalho reservada para avisualizac~ao da sada

gra ca;

Barradeferramentas -

Earegi~aoquecontemasferramentasnecessariasparaaconstruc~aodomodeloeesta

mostradaemdetalhesnaFig. 3abaixo.

Figura3. BarradeferramentasdoAmbienteWLinkit.

Emrelac~aoaFig. 3,oprimeiroconjuntodecones

apresentaoscomandosbasicosdoWindows. Oscones

seguintes apresentam os elementos de construc~ao do

modeloeser~aodescritosabaixo. Osrestantess~ao

usa-dosparaasimulac~aodomodelo.

As variaveis, conforme indicadas na Fig. 3, s~ao

utilizadaspara representarobjetos, eventos evariaveis

do sistema asermodelado. No ambiente WLinkit, as

variaveispodem serdedoistipos: VariavelContnuae

VariavelContnua-Permaneceativadurantetodo

otempodesimulac~ao,in uenciandosuasvariaveis

de-pendentesesendoin uenciadapelasvariaveis

causado-rasconectadasaela.

 Variavel Liga-Desliga - Ativa as variaveis

de-pendentessomentequandoultrapassaumdeterminado

valorestipuladopelousuario(gatilho),sendo

(4)

Asligac~oes,conformeindicadasnaFig.3,permitem

de nirrelac~oesdecausaeefeitoentreparesdevariaveis

de um determinadomodelo. No ambiente WLinkit os

relacionamentos podem ser de dois tipos: Gradual e

Imediato.

Gradual -Representadoporumcrculo,

indica que a relac~ao matematica entre um par de

variaveispodeserde nidacomoumataxadevariac~ao

entre as mesmas. Neste tipo de relacionamento, o

valor da variavel causadora e uma taxa de variac~ao

da variavel dependente (variavel afetada). Uma vez

de nido o valor da variavel causadora, o valor da

variavel dependente vai crescer ou diminuir

gradual-mentecomopassardotempo.

Imediato -Representadopor umquadrado

indica uma relac~ao linearentre asvariaveisque est~ao

sendo relacionadas. Neste tipo de relacionamento, o

valor davariavelafetadaeimediatamentecalculado

apartirdosvaloresdasvariaveiscausadoras.

Uma vez construdoomodelo, aspropriedadesdas

variaveis eas propriedadesdas ligac~oesentre elas

po-demserde nidasatravesdecaixadedialogoquepode

ser acessada efetuando-se um duplo click tanto sobre

estasvariaveisquantosobreasligac~oes.

Aconstruc~aode modelosneste Ambiente demanda

do estudante um raciocnio em nvel

semiquantita-tivo. Assim, n~ao e necessario conhecer as relac~oes

matematicas entre as variaveis para a construc~ao de

um modelo no Ambiente WLinkIt, pois os calculos

necessariosparaqueelepossasersimulados~ao

estabele-cidosinternamenteporprocedimentoscomputacionais,

livrando o estudante da carga cognitiva exigida pela

programac~ao e pelo conhecimento matematico. Em

outraspalavras,e possvelaconstruc~ao de um

mode-loic^onico queseratraduzidoem informac~ao simbolica

apropriadaa partirdo qual ser~ao executados calculos

efeitas infer^encias utilizando-se essas informac~oes

cu-josresultadosser~ao,porsuavez,traduzidosnovamente

paraaformaic^onica.

O modelo construdo atravesdo Diagrama Causal

mostradonaFig. 1podeserrepresentadonoAmbiente

WLinkItconformepodeservistonaFig. 4.

Figura4. Representac~aodoDiagramaCausalsobreocomportamentodapupiladoolhohumanoeasadagra cadavariavel

aberturadapupila.

Enquanto que a vers~ao domodelo no papel revela

suanaturezaestatica,emqueeprivilegiadaumavis~ao

instant^aneadarealidade fsica,asuavers~ao

computa-cionaledin^amicanamedidaemqueomodelopodeser

simuladoe os resultados desse processamento possam

auxiliarnareestruturac~aoemelhoriadomodeloinicial,

viabilizando, dessa forma, vislumbraraevoluc~ao

tem-poral dessa mesma realidade fsica (Ferracioli, 1997).

Durante asimulac~ao domodelo, o comportamento de

cada variavelpodeservisualizadoatravesdabarra de

nveldecadavariavel,queeanimada,eatravesdasada

gra ca de cada variavel que pode ser solicitada pelo

usuario e serconstrudaautomaticamente pelo

Ambi-ente WLinkIt.

II.4Estrategiapara a Construc~ao de Modelos

Oprocessodeelaborac~aodeummodeloesua

repre-sentac~ao em um Ambiente de Modelagem

(5)

cesso, e proposto ao aluno que siga 7 passos basicos

apresentadosaseguir:

ade nic~aodosistema aserestudado;

escolhadofen^omeno de interesse aserestudado

nosistemaescolhido;

 listagem das variaveis relevantes para a

cons-truc~aodomodelo;

construc~aodomodelo atravesdeDiagramas

Cau-sais;

representac~ao do modelo noAmbiente de

Mode-lagemComputacionalSemiquantitativoWLinkIt;

simulac~ao domodelo construdo;

 validac~ao do modelo a partir da analise de seu

comportamentoem relac~aoaocomportamento

espera-dodofen^omenoemestudo.

Este procedimento para a construc~ao do modelo,

propostoporCamiletti(2001),apresentaumamelhoria

emrelac~aoaopropostoporMandinach(1989),que

con-siderasomentealistagemdevariaveis(laundrylist). A

justi cativa para ainclus~ao desses passos e promover

ummaiordomniodoproblemaestudadoporpartedo

aluno.

Esteprocesso pode serilustrado para o estudo do

comportamento da pupila exposta a uma fonte

lumi-nosacujaintensidadepodeservariada. Ospassosest~ao

mostradosabaixo:

sistema aserestudadoeapupiladoolho;

 fen^omeno de interesse e o comportamento da

pupiladoolho;

as variaveis relevantes s~ao,aprincpio,a

intensi-dadeluminosaeaaberturadapupila;

aconstruc~ao do modelo atravesdeumDiagrama

CausalestamostradanaFig. 1;

arepresentac~ao domodelo noAmbienteWLinkIt

e o resultado da simulac~ao, atraves de sada gra ca,

est~aomostradosnaFig. 4.

 A validac~ao do modelo e feita pelo usuario,

utilizando-se os recursos de animac~ao das variaveis

e a sada gra ca do Ambiente WLinkIt. Assim,

observando-se a sada gra ca da variavel abertura da

pupila, pode-se constatar que ela diminuiu quando a

intensidade luminosa aumentou, oque esta de acordo

comaexpectativaprevia.

III Concepc~ao do Estudo

Nosultimos anos, tem sidocrescente onumero de

es-tudossobre aintegrac~aodeambientes computacionais

baseados na metafora de cones no contexto

educa-cional, no ensino de Fsica com estudantes de ensino

superior (e.g. Santos, Sampaio e Ferracioli, 2001;

CamilettieFerracioli,2001;FerraciolieSampaio,2001)

etambemnoensinodeCi^encias,demodogeral,com

es-tudantes deensino fundamental eensinomedio,como

(1992),SantoseOgborn(1994),Sampaio(1996),

Sam-paio e Torres (1999). Esses trabalhos relatam

resul-tados que mostram que a utilizac~ao da modelagem e

da modelagemcomputacionalbaseada nametaforade

cones no contexto educacionalvoltado para o estudo

detopicosdeCi^encias,temsereveladopromissora.

Neste contexto, o presente estudo tem o objetivo

de investigarautilizac~ao doAmbiente de Modelagem

ComputacionalSemiquantitativoBaseadonaMetafora

de 

Icones WLinkIt no estudo de um sistema fsico, o

sistema mola-massa, a partir do desenvolvimento de

atividadesexploratoriaseexpressivas(Camiletti,2001).

Dessa forma, o estudo foi estruturado a partir das

seguintesquest~oesbasicasdepesquisa:

[1]Comos~aoconceituadasasentidadesutilizadaspara

a construc~ao do modelo e como s~ao as ligac~oes

entreelas?

[2]Qualaestrategiautilizadapeladuplaparao

desen-volvimentodaatividade?

[3] Como e a vis~ao do estudante a respeito das

variaveis queest~ao envolvidas nosistema em

es-tudo?

[4]Quaishabilidades osestudantesdemonstraram

du-ranteodesenvolvimento do modelo?

[5]Quais s~ao asdi culdades apresentadas pelos

estu-dantesduranteodesenvolvimento do modelo?

III.1 OContexto

Paraodesenvolvimentodesta investigac~ao,foi

ela-boradoumcurso deextens~aointitulado"Modelageme

Representac~ao de Sistemas Fsicos com Ambientes de

modelagem Computacional" ministradoem2Modulos

Instrucionaiscomdurac~aode2horascadaum.

Os dois modulos instrucionais foram organizados

comodescritoaseguir:

Modulo 1: Atividades Exploratorias - (02

horas)

Introduc~ao ao estudo do Raciocnio em Nvel de

Sistema e ao Ambiente de Modelagem Computacional

Semiquantitativo WLinkIt

Modulo2: AtividadesExpressivas-(02

ho-ras)

Modelando e Representando Sistemas com o

Am-biente de Modelagem Computacional Semiquantitativo

WLinkIt.

OobjetivodoModulo1foiintroduzirosestudantes

noraciocnio emNveldeSistemas (Forrester,1968)e

ao Ambiente WLinkIt atravesde atividades de

mode-lagemexploratoria.

OModulo2teveoobjetivodelevarosestudantesa

desenvolveratividadesdemodelagemexpressivacomo

(6)

so-em sequ^encia,sobreoprimeiroesegundosistemas,

re-spectivamente.

Nestetrabalhos~ao relatadossomente os resultados

das atividades de modelagem expressivas com o

Sis-temaMola-Massa. Paraodesenvolvimentodessa

ativi-dade, foi entregue acadaduplaum textocontendoas

seguintesinformac~oes:

Na natureza pode-se observar uma serie de

fen^omenos oscilatorios. Considere por exemplo, que

umamolapossuiumadesuasextremidades presaaum

ponto xoeaoutra, presaaum corpoquepode oscilar

livremente, conforme mostraaFiguraabaixo.

Emseguida,foisolicitadoaosestudantes,que

cons-trussemummodelonocomputadorsobreessesistema,

discutindoasideiascomocolegadeduplaeexplicando

oqueestavasendofeito,emvozalta.

III.2 A Modelagemdo Sistema Mola-Massano

AmbienteWLinkIt

Seraapresentadoagoraoprocessodeconstruc~aodo

modeloquedeveriaserdesenvolvidopeloestudante

du-ranteaatividadedemodelagemexpressiva.

O sistema a ser estudado e o bloco preso a uma

mola;

Ofen^omeno deinteresse eomovimentodobloco;

Asvariaveisrelevantesparaoestudodomovimento

doblocos~aoaposic~ao, avelocidade eaacelerac~ao;

A construc~ao do modelo diretamente no Ambiente

WLinkIt eo resultadoda simulac~ao, atravesde sada

gra ca,est~aomostradosnaFig. 5.

Figura5. Omodelodosistemamola-massanoAmbienteWLinkIt.

Nestemodelo,aacelerac~aoevistacomoacausada

velocidade, eesta como a causada posic~ao. A

acele-rac~aodependedaposic~aodemodoque,quantomaior,

positivamente,foraposic~ao,maior,negativamente,ea

acelerac~ao. Assim,aacelerac~ao,assumindovalores

neg-ativos,fazavelocidadediminuireestaporsuavezfaz

aposic~aodiminuir,aqual,porsuavez,fazaacelerac~ao

aumentargerando,assim,ummovimentooscilatorio.

III.3Amostragem

(7)

nhariadaUniversidadeFederaldo EspritoSanto. Os

alunos foram agrupados em duplas e as aulas foram

ministradasexclusivamenteparacadadupla. Nototal,

6duplasdesenvolveramasatividadesdosModulos1e2.

III.4 Coletade Dados

Todasasatividadesdesenvolvidaspelos estudantes

foramvdeo lmadaseomaterialescritofoirecolhido.

III.5 Dados

Osdadosconsideradosparaaanaliseconsistiramno

materialescritopelosestudantes;asequ^enciadevers~oes

domodeloconstrudopelasduplasedasargumentac~oes

dosestudantesfoi gravadaemvdeo.

IV Analise de Dados

Osdados s~ao denatureza qualitativa eo instrumento

utilizadoparaaanalisedosdadosfoiaRedeSist^emica

(Bliss et al., 1983), devido a possibilidade de

estru-turac~ao de categorias de uma forma mais abrangente

ecomplexa. DeacordocomOgborn(1994),uma rede

sist^emicapodeservistacomoumagramatica,

indepen-dentemente do contexto que de ne uma 'linguagem'

construda para descrever os dados. Os elementos

basicosdeumaRedeSist^emicas~ao:

 Colchete - usado para representar conjunto de

escolhasexclusivas;

 Chave - usadapara representar conjunto de

es-colhasqueocorremsimultaneamente.

OaspectoanalisadofoioProcessodeConstruc~aodo

Modelo,descritonasec~aoII.4,earedesist^emica

cons-truda para aanalise deste processoestamostradana

Fig. 6. Elaeconstitudadedoisaspectosbasicos:

De-scric~ao eAnalisedoprocessodedesenvolvimentoda

atividade expressiva. Estes aspectos s~ao constitudos

de categorias que re etem as caractersticas de todas

as duplas e est~ao explicitadas atraves de duas redes

sist^emicasquepodemservistasnaparteesquerda das

Figs. 7e8,respectivamente. Portanto,aredesist^emica

nal re ete o conjunto dos aspectos de Descric~ao e

Analise do Processo de Construc~ao do Modelo de

to-dasasduplas.

AsFigs. 7e8apresentamtambem,nasuaparte

di-reita, um quadro-resumo dasatividades desenvolvidas

pelasduplas,queseradescritomaisadiante.

A leitura da rede sist^emica e feita de acordo com

a de nic~ao do colchete e da chave.

Considerando-se, como exemplo, o aspecto Modelo Final, na parte

da rede sist^emica relativa ao aspecto de Descric~ao do

quedoisaspectosforamlevadosemconsiderac~ao

simul-taneamente: comportamentodasvariaveisdomodelo e

n umerodevariaveisutilizadasnomodelo. Ocolchetea

frentedoaspectocomportamentoforneceainformac~ao

dequeasvariaveisdomodelo naldaduplaemquest~ao

apresentaram comportamento oscilatorio ou n~ao

os-cilatorio. O colchete a frente do aspecto numero de

variaveisforneceainformac~aodequeomodelo nalda

duplaeraconstitudodeduasvariaveisoumaisdetr^es

variaveis.

Umoutropontoimportanteaserobservadoemuma

rede sist^emica e o da posic~ao relativa dos termos

en-volvidos.Ostermosmaisaesquerdadarede,por

exem-plo o Modelo Final, forneceminformac~oes mais gerais

sobre osdados,enquanto queostermos maisadireita

darede,porexemplo,numerodevariaveis,apresentam

um nvel de detalhamento maior onde asinformac~oes

s~aomaisproximasdosdadosbrutos.

Figura6. RedeSist^emicaparaaAnalisedosDados.

Em relac~ao aos quadros-resumo anexos as redes

sist^emicas nas Figs. 7 e 8, eles proporcionam uma

leituradosaspectosdeDescric~aoeAnalisedoProcesso

de Construc~aodo Modelodo sistema mola-massa. No

quadro,umaposic~aomarcadasigni caqueaduplaem

quest~aoapresentouaqueletipodecomportamento.

IV.1 Exemplarde Analise de uma Dupla

A analise do Processo de Construc~ao do Modelo

pode ser feita a partir da leitura dos quadros anexos



asredessist^emicasdasFigs. 7e8. Umaleiturapor

co-lunasproporcionaumavisualizac~aodocomportamento

de cada dupla, enquanto que uma leitura por linhas

proporcionaavisualizac~aodocomportamentodetodas

asduplasemumaspectoespec co.

Assim,attulodeilustrac~ao,eapresentadaaanalise

doProcessodeConstruc~aodoModelodaDupla01. A

Fig. 9 apresenta o modelo nal construdo por esta

dupla.

Em relac~ao aos aspectos de Descric~ao, atraves da

Fig. 7,pode-seobservarquenoaspecto:

(8)

 Postura de Trabalho, o modelo foi desenvolvido

diretamentenocomputador;

Elementosde Modelagem,asvariaveisforam

con-cebidascomoquantidadeseasligac~oesentreelasforam

concebidascomocausais;

 Vers~ao do Modelo, apos a construc~ao de uma

vers~ao, a dupla realizou a simulac~ao e concluiu que

o comportamento das variaveis n~ao estava de acordo

comoesperado. Assim, omodelosofreualterac~oesse

transformandoem umanovavers~ao. Esteprocessofoi

ocorrendoateaduplachegaravers~ao nal;

Sistema Mola-Massa

D u p l a s

01 02 03 04 05 06 Total

- Leitura do texto

x x x x x x 06

x x x x 04

x x x x 04

Passos

- Sistema

- Fenômeno de interesse

- Variáveis

x x x x x 05

- Início da

Atividade

Não passos

x

01

x

01

x

01

x 01

x

01

x x x 03

- Postura

de

Trabalho

- Papel

- Comput.

Comput.

- Metáfora de diagrama causal

- Metáfora do ambiente WLinkIt

- Metáfora do ambiente WLinkIt

e diagrama causal

- Metáfora alternativa

x x x 03

x x x x x x 06

- Entidades

Variáveis conceituadas

como quantidades

Constantes

x x x 03

x x x 03

- Elementos

de

Modelagem

- Ligações

Causais

Não causais

x x x 03

- Simulação

x x x x x x 06

x x x x x x 06

- Versão do

Modelo

- Análise

do comp.

Não esperado

Esperado

- Alteração

-

-

x x x x 04

- Compor-

tamento

Oscilatório

Não oscilatório

x

x 02

x x x x 04

- Modelo

Final

- Número

variáveis

Duas

Mais de três

x

x 02

Descrição

Figura7. RedeSist^emicaeQuadro-ResumodosaspectosdeDescric~aodaAtividadedeModelagemExpressivacomo

(9)

Sistema Mola-Massa

D u p l a s

01 02 03 04 05 06 Total

Comport. var.

x x x x x x 06

Conhecimento

prévio

Rel. mat.

x x 02

- Construção

modelo

Construção de um D. C.

x

01

Animação variáveis

x x x x x x 06

- Análise

modelo

Saídas gráficas

x x x x x 05

Comport. var.

x x x x x x 06

Conhecimento

prévio

Rel mat

x

01

- Estratégia

- Validação

do modelo

Existência de retroalimentação

x 01

x x

02

- Número de

variáveis

Restrita

Ampla

x

x

x

x 04

x

01

- Visão

- Comportam.

variáveis

Restrita

Ampla

x x x x x 05

x x x x x x 06

x

x

x

x 04

- Interação

com o

Colega

- Consenso

- Conflito

- Questionamentos

x x x x x x 06

x x x x 04

- Explicar

comportam

.

de variáveis

Semiquantitativo

Semiquantitativo/Quantitativo

x x 02

- Estrutura

x x x x x x 06

x x x x

04

- Alterar

modelo

- De que

maneira?

Explicativa

Não explicativa

x

x 02

- Sugerir diferentes tipos de ligações entre variáveis

x x 02

Habilidades

- Relacionar o comportamento apresentado pelo

modelo com o esperado por eles

x x x x x x 06

x x x 03

x x x 03

x 01

x

x 02

- Delimitar sistema

- Influência de uma variável sobre a outra

- Entender quem é o agente causal do sistema

- Não sabe como fazer a atividade

- Entender a função ligação entre duas variáveis

x 01

x

01

Dificuldades

- Conteúdo

em estudo

Rel. mat. entre as variáveis

Conceitos envolvidos

x

01

Análise

Figura8. RedeSist^emicaeQuadro-ResumodosaspectosdeAnalisedaAtividadedeModelagemExpressivacomoSistema

Mola-Massa.

 Modelo Final apresentou comportamento

os-cilatoriocomutilizac~aodesomenteduasvariaveis,este



ultimofatorevelandoumavis~aode nidacomorestrita

dasvariaveisenvolvidasnomodelo.

Emrelac~aoaosaspectosdeAnalise,atravesdaFig.

8,pode-seobservarquenoaspecto:

 Estrategia, a dupla baseou-se no conhecimento

previosobreocomportamentodasvariaveis. Aanalise

(10)

Figura9. Modelo FinaldaDupla01. Na 

AreadeGra cos doAmbienteWLinkIt,estamostradaa sada gra cadasduas

variaveisdomodelo. Paraasimulac~aodestemodelo,foidadoumvalorinicialpositivoparaavariavelX evalorzeropara

avariavelacelerac~ao.

e da sada gra ca. Ja a validac~ao do modelo foi

baseadanoconhecimentopreviosobrecomportamento

das variaveis e no conhecimento sobre as relac~oes

matematicasentreas variaveis;

Vis~ao, aduplaapresentouuma vis~ao restritaem

relac~ao ao numero de variaveis consideradas para a

construc~ao do modelo e uma vis~ao ampla em relac~ao

aocomportamentodasvariaveis;

 Interac~ao com o colega, os estudantes da dupla

apresentaram consenso, quando havia a concord^ancia

deambososestudantesemrelac~aoaoprocessode

cons-truc~ao domodelo,equestionamentos entre si, quando

diferentesvis~oessobreoprocessodeconstruc~aodo

mo-delo eram debatidas pelos estudantes da dupla. Esta

dupla n~ao apresentou con ito, situac~ao caracterizada

neste estudo quandocadaestudante tinhasuapropria

opini~ao, diferente da do colega, podendo ou n~ao se

chegaraumconsensoao naldainterac~ao;

 Habilidades, a dupla explicou o comportamento

dasvariaveisemnvelsemiquantitativoeemalguns

mo-mentos em nvelquantitativo,alterou omodelo,

suge-riu quedeveriahaverdiferentes tiposdeligac~oesentre

asvariaveiserelacionouocomportamentoapresentado

pelomodelocomoesperadoporeles;

Di culdades,aduplaencontroudi culdades para

utilizar relac~oes matematicas entre as variaveis que

foramconsideradaspor eles.

A partir dos quadros-resumo, e possvel obter

tambemumaleiturasobreocomportamentodasduplas

em cadaaspectoconsideradonarede. Como exemplo,

considerando-seasHabilidades apresentadas pelas

du-plas, todos os estudantes foram capazes de explicar o

comportamentodasvariaveisemnvelsemiquantitativo

e, em algunscasos, foram tambemcapazes de utilizar

argumentosquantitativosparadarsuporteaexplicac~ao

V Discuss~ao e Conclus~ao

Aconclus~aosobreoProcessodeConstruc~aodoModelo

serafeitarespondendoasquest~oesbasicasdepesquisa

deste trabalho, descritas na sec~ao III. A resposta de

cadaquest~aoebaseadanosquadros-resumomostrados

nasFigs. 7e8.

V.1 Como s~ao conceituadas as entidades

uti-lizadaspara aconstruc~aodomodeloe comos~ao

concebidas asligac~oes entreelas?

Asentidadesselecionadasparaaconstruc~aodos

mo-delosforamvariaveiseconstantes.Asconstantesforam

listadasparaodesenvolvimentodaatividadede

mode-lagemexpressivamasn~aoforamutilizadasouincludas

nomodeloconstrudo. Assim,osmodelosforam

cons-titudosdevariaveis.

Quanto aconceituac~ao dasvariaveis, todas as

du-plas asconceberamcomo uma quantidade, ou seja, o

nomedavariaveltraduziaumatributoquanti cavelda

mesma,sendoexemplodestetipodeconceituac~ao

've-locidade'. ParaosFsicosconceberumsistemaatraves

devariaveisedesuasrelac~oespodeserum

procedimen-tonatural,noentanto n~aoeumprocedimentosimples

para estudantes entre 12 e 14 anos de idade. Ogborn

(1992)comentaqueexisteevid^enciadequeestudantes

desta faixa etaria, quando solicitados aconstruir

mo-delos em um ambiente de modelagem computacional

semiquantitativo,t^ematend^enciadeveromundocomo

construdo de objetos e eventos ao inves de variaveis

quanti caveis. Aindaemrelac~aoaesteaspecto,oautor

argumentaque,nocasodesetrabalharcommodelagem

(11)

computacional que permita a construc~ao de modelos

queutilizamvariaveisconceituadascomoobjetose/ou

eventosemaisadequada. Essestiposdeambientess~ao

baseados,porexemplo,nasregrasdosaut^omatos

celu-laresde VonNeumann(Boohan, 1994). A raz~aodisso



e que, segundoo autor, as relac~oes entre as variaveis

conceituadas como objetos s~ao, na maioria dos casos,

simpleseintuitivas.

Emrelac~aoaoestabelecimentodasligac~oesentreas

variaveis, e considerado que o aluno estabeleceu uma

relac~ao causal entre duas variaveis quando concebeu

queumavariavelmudoudevidoaac~aodaoutra. Assim,

no desenvolvimento do modelo sobre o sistema

mola-massa,metade dasduplasestabeleceurelac~oescausais

entreasvariaveis.

V.2 Quala estrategia utilizada pela dupla para

o desenvolvimento da atividade de modelagem

expressiva?

Estaquest~aoerespondidaapartirde3outras,que

re etemosaspectosrelacionadosaanalisedoprocesso

de desenvolvimento da atividade expressiva da rede

sist^emica apresentada na Fig. 8: estrategia de

cons-truc~ao do modelo, estrategia de analise do modelo e

estrategiade validac~ao do modelo.

Qual a estrategia de construc~ao do modelo

uti-lizada pela dupla?

Emnveldeestrutura,oprocessodeconstruc~aode

ummodelonoAmbientedeModelagemComputacional

WLinkIt consistena escolhadasvariaveisrelevantese

noestabelecimentoderelac~oesentre elas. Assim,a

es-trategiausadaparaaconstruc~aodosmodelospelas

du-plas foi predominantemente baseadano conhecimento

queosestudantesjapossuamsobreossistemasem

es-tudo, sendoque duasduplas tambem utilizaramo

co-nhecimentodasrelac~oesmatematicasentreasvariaveis.

Qual a estrategia utilizada para a analise do

comportamentodo modelo?

OsrecursosdoAmbiente deModelagem

Computa-cional Semiquantitativo Ic^onico WLinkIt disponveis

paraaanalisedocomportamentodomodelos~aoa

ani-mac~aodasvariaveisedasadagra ca. Todasasduplas

utilizaramaanimac~aodasvariaveispara aanalise nas

duasatividades. Asadagra cacomorecursodeanalise

docomportamentodasvariaveisdomodelofoiutilizada

porquase todasasduplas. 

E importanteressaltarque

durante as atividades desenvolvidas no Modulo 1, foi

incentivado o uso da sada gra ca para a analise do

comportamentodasvariaveisdomodelo.

Um aspecto a ser considerado e que das quatro

duplas que construram um modelo que apresentou

comportamento oscilatorio e analisaram esse

compor-tamento atraves das sadas gra cas, tr^es delas foram

capazesdeidenti carqueocomportamentooscilatorio

esperado por eles: duas duplas argumentaram que a

diferencadefaseentreasvariaveisn~aoestavadeacordo

com o que esperavam, e outra observou que a

ampli-tude dasvariaveisaumentavacontinuamente. Embora

osalunos n~ao tenhamconseguido concluirqualo

pro-blema comomodelo construdo, atravesdautilizac~ao

da sada gra ca eles puderam constatar a exist^encia

desse problema. A outra dupla, cujo modelo tambem

apresentoucomportamentooscilatorioen~ao utilizoua

sada gra ca, sequer considerou a possibilidade de o

comportamento domodelon~aoestaradequado. Dessa

forma, este fato corroboraos resultados relatados por

Camiletti &Ferracioli(2001)dequeasadagra case

constituiu em um recurso mais poderoso para a

val-idac~ao do comportamento do modelo do que

simples-mente autilizac~aodaanimac~aodasvariaveis.

Umoutroaspectosobreautilizac~aodasadagra ca



e em relac~ao ao nvel de argumentac~ao atingido pelo

aluno. Os alunos das duplas 01 e 04 em algum

mo-mento da construc~ao do modelo teceram comentarios

baseadosempossveisvaloresqueasvariaveispoderiam

ter,umaemrelac~aoasoutras,ouseja,foramcapazesde

apresentar um argumento em nvel quantitativosobre

o comportamento das variaveis do modelo construdo

emumAmbientedeModelagemComputacional

Semi-quantitativo, oquedecertaforma osauxiliou na

con-clus~ao de que o modelo n~ao apresentavao

comporta-mentoqueelesesperavam. Assimsendo,asadagra ca

pareceproveroestudantedeumsensodequanti cac~ao

dasvariaveisquandoobservaocomportamentodelasa

partirdacomparac~aodosvaloresdeumaemrelac~aoas

outras.

Esteresultado parecedarsustentac~aoao relatode

Santos, Sampaio eFerracioli(2001), que trabalharam

comahipotesedequeoraciocnioemnvel

semiquan-titativoseria precursor do raciocnio em nvel

quanti-tativo. Dequalquermodo,comocomentamosautores,

esta hipotesede trabalhodemanda o desenvolvimento

de estudos sistematicos sobre aponte entre estes dois

tiposderaciocnioquantoamodelagemcomputacional.

Qual a estrategia utilizada para a validac~ao do

modelo?

Para a validac~ao do modelo, todas as duplas

uti-lizaramoconhecimentopreviosobreocomportamento

das variaveis na atividade expressiva. A dupla 01

tambem feza respeitodas relac~oesmatematicasentre

as variaveis, e a dupla 02 atribuiu o comportamento

apresentado pelas duas variaveis a exist^encia de uma

retroalimentac~aoentreelas.

Em relac~ao a validac~ao do modelo, somente uma

duplaconsiderouqueomodeloconstrudoestivessede

acordocomoqueelesesperavam,enquantoqueas

(12)

V.3 Comoea vis~aodo estudantea respeitodas

variaveisqueest~aoenvolvidasnosistemaem

es-tudo?

Em relac~ao ao n umero de variaveis envolvidas,

a maioria das duplas demonstrou uma vis~ao ampla,

de nida neste estudo como a selec~ao de mais de duas

variaveisparaodesenvolvimentodomodelosobreo

sis-tema. Issopodeserumindcio dequealunosde nvel

universitario provenientes da area de ci^encias exatas,

quandosolicitadosaconstruirummodelosobretopicos

deFsica,s~aocapazesdeidenti carumnumerode

enti-dadessu cientesparaaconstruc~aodeummodelosobre

otopicoemestudo.

Emrelac~aoaocomportamentodasvariaveisdo

mo-delo a maioria das duplas apresentou uma vis~ao

am-pla, de nida neste estudo como asituac~ao em que os

alunos conceberam as variaveis envolvidas no modelo

como disponveis a assumir valores positivos e

nega-tivos. Esteresultado pareceindicar que os alunos do

nveluniversitarioprovenientesdaareadeci^encias

exa-tass~aocapazesdeconceberumaentidaderepresentada

noAmbienteWLinkItcomoalgoaquesepodeatribuir

um valor numerico, e queeste valor pode variar entre

positivoenegativo.

V.4 Quais habilidades os estudantes

demon-straram durante odesenvolvimento do modelo?

Ashabilidadesapresentadasvariaramdeduplapara

dupla. Todasasduplasforamcapazesdeconstruiruma

vers~aodo modelo,realizarsuasimulac~aoeemitiruma

opini~ao,dizendoseocomportamentoapresentadopelo

modeloestavaoun~aodeacordocomoqueesperavam.

Quatro foram capazes de fornecer explicac~oes em

nvel semiquantitativo sobre o comportamento das

variaveis, ou seja, foram capazes de explicar o que

ocorre com uma variavel quando a outra varia. Este

resultado parece indicar que os alunos foram capazes

de raciocinar em nvelsemiquantitativopara o

desen-volvimentodaatividadedemodelagemexpressivacom

osistemamola-massa.

Duasduplasforamcapazestambem,emalgum

mo-mento da construc~ao domodelo, detecer comentarios

baseadosempossveisvaloresqueasvariaveisdeveriam

ter,umaemrelac~aoaoutra,ouseja,foramcapazesde

apresentar um argumento em nvel quantitativosobre

o comportamento das variaveis do modelo construdo

em umAmbiente deModelagemComputacional

Semi-quantitativo. Esteresultadoparecedarsustentac~aoao

relato deSantos, Sampaio eFerracioli (2001)que

tra-balharam comahipotese deque oraciocnioem nvel

semiquantitativoseriaprecursordoraciocnioemnvel

quantitativo.

Todasasduplasforamcapazesdealteraromodelo,

inserindo ou retirando variaveise ligac~oes. A maioria

foi capazdeexplicaressasalterac~oesfeitasnomodelo,

entendimentosobrequeestavamfazendo,n~aoadotando

umaestrategiadesimplestentativaeerroparaa

cons-truc~aodomodelo.

V.5Quaiss~aoasdi culdadesapresentadaspelos

estudantesduranteodesenvolvimentodo

mode-lo?

Para o desenvolvimento da atividade de

modela-gem expressiva com o sistema mola-massa, as

du-plas apresentaram uma serie de di culdades, algumas

relacionadas a utilizac~ao do Ambiente de Modelagem

Computacional, outras relacionadas a utilizac~ao do

raciocnioemnveldesistemas e,emmenorescala,ao

conteudoemestudo.

Emrelac~aoautilizac~aodoAmbientedeModelagem

ComputacionalSemiquantitativo Ic^onico WLinkIt, foi

consideradoqueaduplatevedi culdadedeentendera

func~aodaligac~aoentreduasvariaveis,quandoao

esta-belecer uma ligac~ao entre elas pareciam n~ao entender

qualseriaocomportamentoqueseriageradopela

estru-turaconstruda. Assim,parecequeadupla05,que

ap-resentouestetipodedi culdade,n~aopossuaumbom

nvelde entendimento sobre afunc~ao daligac~ao entre

duas variaveis do Ambiente de Modelagem

Computa-cionalWLinkIt.

Emrelac~aoautilizac~aodoraciocnioemnvelde

sis-temasparaaconstruc~aodomodelo,tr^esduplas

encon-traram di culdades para entender como uma variavel

in uencia a outra, ou seja, encontraram di culdades

emconceberumavariavelcomosendoresponsavelpela

variac~aodaoutravariavel. Umaduplaapresentou

di -culdadesem relac~aoaoentendimento doagente causal

do sistema, comentando em alguns momentos que o

agenteresponsavelporfazeroblocooscilarseriaamola

e, em outros momentos, que seria a forca. Esta

di -culdadepode in uenciar na construc~aodo modelo

so-breosistema em estudo, umavez quep~oe emduvida

quaiss~aoasvariaveisquedevemserresponsaveispela

variac~aodeoutravariavel.

Tr^es duplas encontraram di culdades para a

de-limitac~ao do sistema a ser estudado. Esta habilidade

e fundamental para que o aluno tenha clareza sobre

quaisaspectos de relev^ancia considerar na construc~ao

do modelo, caso contrario alguns aspectos

considera-dosetraduzidos naforma devariaveispodem n~aoter

import^anciaparaomodelo,eaindaoalunopode

ima-ginarumcomportamento n~aoadequado para

determi-nadavariavel.

Portanto,existeumindciodequeadi culdadeem

delimitar o sistema a ser estudado euma heranca do

ensino tradicional, uma vez que, de modo geral, n~ao

eobservado,demaneiraapropriada,oprocessode

de-limitac~aodosistemanomomento doestudodeum

de-terminadotopico: assume-se que oarranjo e

manipu-lac~aodosistema,comoestabelecimentodascondic~oes

(13)

fatoecontinuamenterea rmadoatravesdaproposic~ao

de problemas apresentados ao nal de cada captulo

dos livros de Fsica: massas s~ao comprimidas e

colo-cadas em movimento sem que sejam mencionadas as

fontesparaoestabelecimentodessesconceitos.

(Ferra-cioli,1994).

Emrelac~aoa n~ao sabercomo realizar aatividade,

duasduplasn~aotinhammuitoclarooquedefatoestava

tentandofazerduranteodesenvolvimentodaatividade

de modelagem expressiva com o sistema mola-massa.

Simplesmenteasvariaveisforamsendoincorporadasao

modelosemocompromissocomumobjetivo nal.

Emrelac~aoadi culdadecomos conceitos

envolvi-dos,umaduplaconsiderouavariavelforcacomosendo

importanteparaaconstruc~aodomodelo,masn~aosabia

seelarepresentavaaforcadamolasobreobloco,aforca

peso ou aforca de atrito. Esta duplaencontrouuma

grande di culdade para desenvolvero modelosobre o

sistemamola-massa.

VI Considerac~oes Finais

Oobjetivodestapesquisafoiodeinvestigarautilizac~ao

do ambiente de modelagem computacional

semiquan-titativo com base na metafora decones WLinkIt no

estudo deum topico de Fsica: osistema mola-massa.

O mapeamento dos aspectosaqui relatados e

discuti-dos em relac~ao ao processo de construc~ao de modelos

do referido sistema fsico atraves da utilizac~ao deste

ambientede modelagemcomputacionalefundamental

para odelineamento edesenvolvimento deestudos

fu-turos abordando outros sistemas fsicos de relev^ancia

cient cae educacionalpara oensinode Fsica. Estes

estudost^emoobjetivodepromover,napratica,a

inte-grac~aodestesambientesnocotidianodasaladeaulaa

partirdeconteudoscurricularesespec cos.

Agradecimentos



As instituic~oes abaixo, que nanciaram,

parcial-mente, este trabalho de pesquisa: CNPq, CAPES e

FACITEC/CMT/PMV- Fundo de Apoio aCi^encia e

TecnologiadomunicpiodeVitoria-ES.

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