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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Resumão do ponto do dia: para não esquecer mais
Pontos abordados:
1. Normas processuais civis. Natureza jurídica, fontes, princípios processuais civis e interpretação. Direito processual intertemporal. Princípios infraconstitucionais do Processo Civil.
2 Jurisdição. Conceito, características, princípios, limites e espécies. Meios alternativos de solução de conflitos: autotutela, autocomposição (conciliação e mediação), arbitragem e tribunais administrativos. 3 Ação. 3.1 Conceito, natureza, elementos e características. 3.2 Condições da ação. 3.3 Classificação. 4 Pressupostos Processuais
1. Normas processuais civis. Natureza jurídica, fontes, princípios processuais civis e interpretação. Direito processual intertemporal. Princípios infraconstitucionais do Processo Civil.
» Direito Processual Intertemporal:
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
*A impugnação à justiça gratuita é feita nos autos do próprio processo ou em autos apartados? • Antes do CPC/2015: autos apartados.
• Depois do CPC/2015: nos autos do próprio processo.
Qual é o recurso cabível contra a decisão que acolhe ou rejeita a impugnação à gratuidade de justiça?
• Antes do CPC/2015: apelação.
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Se a parte ingressou com a impugnação antes do CPC/2015, mas esta somente foi julgada após a vigência do novo Código, qual é o recurso que deverá ser interposto contra essa decisão que rejeitou ou acolheu a impugnação? Agravo de instrumento. Cabe agravo de instrumento contra o provimento jurisdicional que, após a entrada em vigor do CPC/2015, acolhe ou rejeita incidente de impugnação à gratuidade de justiça instaurado, em autos apartados, na vigência do regramento anterior. Aplica-se
aqui o princípio do tempus regit actum, no qual se fundamenta a teoria do isolamento dos atos processuais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.666.321-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/11/2017 (Info 615).
*#OLHAOGANCHO #OUSESABER: As multas processuais estão abarcadas pela gratuidade
de justiça? Não! O §1º do artigo 98 do CPC traz um rol de despesas que estão abrangidas pela gratuidade. Além das multas processuais não constarem desse rol, o §4º do mesmo artigo estabelece expressamente que a concessão da gratuidade de justiça não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
*#DIZERODIREITO #JURISPRUDENCIA #STJ: O estrangeiro residente no Brasil tem direito à gratuidade da justiça? SIM. O estrangeiro residente no Brasil possui direito à gratuidade da justiça. Isso é previsto no CPC/2015 e também já era garantido na Lei nº 1.060/50. E o estrangeiro não residente no Brasil? Lei 1.060/50: Não tinha direito. Só poderia ser deferida a gratuidade da justiça para estrangeiros residentes no Brasil (art. 2º). CPC/2015: possui o direito. Atualmente, pode ser deferida a gratuidade da justiça para estrangeiros residentes ou não-residentes no Brasil (art. 98). A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a estrangeiro não residente no Brasil após a entrada em vigor do CPC/2015. STJ. Corte Especial. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 622). #IMPORTANTE
» Princípios e Normas Fundamentais do Direito Processual Civil:
Princípio pode ser conceituado como a base da qual decorrem as normas jurídicas de um sistema, funcionando como vetores para o Poder Legislativo e para o intérprete da norma jurídica.
Passamos a destacar os principais princípios que informam o Direito Processual Civil:
1) Princípio da ação, da demanda, da inércia ou do dispositivo (art. 2º, 141 e 429, do
NCPC): não há tutela jurisdicional sem provocação da parte interessada, também não sendo permitido
que o juiz profira decisão que não foi requerida pela parte ou além do que foi pedido pela parte. Atenção: excepcionalmente é permitido que o juiz profira decisão não solicitada pelas partes quando se tratar de pedido implícito a exemplo da multa para compelir obrigação de fazer ou não fazer.
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se desenvolve por impulso oficial, ou seja, atuação do Poder Judiciário.
3) princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXV, CF e art. 3º, CPC): não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
4) princípio da igualdade (art. 5º, caput e I, CF e art. 7º, CPC): as partes devem ser tratadas com paridade no exercício de direitos, faculdades e ônus processuais.
5) princípio do contraditório (art. 5º, LV e art. 9º, CPC): as partes devem ser cientificadas dos atos processuais, a fim de que possam se manifestar sobre eles e essa manifestação deve ser levada em consideração pelo juiz, isto é, não deve ser uma mera formalidade. Fala-se assim em efetivo contraditório, quando o juiz da causa analisa as impugnações levantadas por cada parte. Uma decorrência desse princípio é que não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (é possível que seja proferida decisão a favor de uma parte sem que ela seja ouvida), exceto nos casos previstos no parágrafo único do art. 9º, do CPC:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701.
Os incisos II e III do art. 311 tratam das hipóteses de tutela da evidência quando “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante” e quando “se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa”.
Já a decisão prevista no mencionado art. 701 é a decisão que expede o mandado monitório.
6) princípio da não surpresa (art. 10, CPC): decorre do princípio do contraditório e afirma que, mesmo que se trate de matéria que o juiz possa conhecer de ofício, deve ser oportunizado às partes que se manifestem sobre o assunto.
7) princípio da indeclinabilidade da função jurisdicional (art. 140, CPC): trata-se da proibição do non liquet, ou seja, o magistrado não pode se eximir de decidir por falta de lei ou falta de provas.
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integral do mérito, incluída a atividade satisfativa, deve ser obtida em prazo razoável.
9) princípio da publicidade (art. 93, IX, CF e art. 11, CPC): todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos. O art. 189 do CPC prevê em rol exemplificativo a possibilidade de processos tramitarem em segredo de justiça.
10) princípio do livre convencimento motivado ou da persuasão racional (art. 371, CPC): não existe em nosso ordenamento jurídico o sistema de tarifação de provas, isto é, as provas são livremente valoradas pelo juiz, não existindo previsão legal de que tipo de prova possui maior ou menor peso diante de outras. Assim, na decisão deve o magistrado indicar as provas que lhe formaram o convencimento.
11) princípio da eventualidade (art. 336, CPC): no momento da contestação deve o réu alegar toda a matéria de defesa, ainda que as alegações sejam incompatíveis entre si.
12) princípio da impugnação especificada dos fatos alegados na inicial (art. 341, CPC): o réu deve impugnar todos os fatos trazidos na petição inicial, sob pena de presumi-los verdadeiros, salvo se “não for admissível, a seu respeito, a confissão”, “a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato” ou se “estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto”.
13) princípio da non reformatio in pejus: em grau de recurso não pode ser proferida para a parte recorrente decisão mais gravosa do que a decisão recorrida, exceto quando houver questões de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição.
2. Jurisdição. Conceito, características, princípios, limites e espécies. Meios alternativos de solução de conflitos: autotutela, autocomposição (conciliação e mediação), arbitragem e tribunais administrativos.
• Jurisdição: função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um processo, reconhecer, proteger e efetivar situações jurídicas concretamente deduzidas, de modo imperativo e criativo, em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para a coisa julgada.
• Características da jurisdição:
A) Impartialidade: Alguém que é estranho ao problema decidido. Por isso que se diz que a jurisdição é um exemplo de heterocomposição, ou seja, uma composição feita por outra pessoa que não é parte.
B) Substitutividade: Chiovenda diz que essa é a principal característica da jurisdição. O órgão julgador quando decide substitui a vontade das partes pela vontade dele.
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C) Imparcialidade: Ser imparcial é conseguir revelar um desinteresse na causa, mesmo tendo em vista todas as suas circunstâncias.
D) Inércia: A jurisdição somente se mobiliza a partir da provocação do interessado.
E) Inafastabilidade: Conforme dispõe a Constituição, em seu art. 5º, inc. XXXV, a lei não pode excluir da apreciação do Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito, não podendo o juiz se escusar de julgar invocando lacuna no ordenamento.
F) Imperatividade: A jurisdição é um ato de poder, de império. O juiz decide e suas decisões têm força coativa, obrigando os litigantes.
G) Criatividade: duas dimensões; na primeira, o juiz determina norma jurídica que vai regular o caso. Na segunda, cabe ao órgão judicial criar um padrão de solução para casos futuros semelhantes (precedente).
H) Definitividade: Atos administrativos e legislativos não podem controlar a jurisdição. Uma lei não pode afetar a coisa julgada. O ato judicial só é controlado judicialmente (recorribilidade). É uma característica muito marcante da jurisdição, pois ela pode controlar ato normativo (lei) e administrativo, mas não pode ser controlada por eles. A coisa julgada é um tipo de estabilidade somente alcançável pelo ato jurisdicional. Coisa julgada administrativa é metáfora, é apenas uma preclusão no âmbito administrativo
No Brasil, o exercício da jurisdição não é monopólio do Estado. Existe a jurisdição arbitral, que é heterocompositiva e não estatal. O Estado detém a jurisdição mas pode autorizar que entes privados a exerçam. O exercício, portanto, não é monopólio. A jurisdição é sim monopólio do Estado.
» Autotutela: forma mais primitiva de solução dos conflitos. Consiste no emprego da força particular
para solução do litígio (vence o mais forte). Regra geral não é admitida, todavia é possível encontrar resquícios da autotutela em nosso sistema, como o desforço imediato da posse (art. 1.210, §1º, CC), a legítima defesa no direito penal, e a consignação em pagamento (art. 539, CPC).
» Autocomposição: forma mais civilizada de solução de conflitos. Nela, a resolução da lide ocorre
através de acordo das partes. Esse acordo pode decorrer do reconhecimento jurídico do pedido, da renúncia ou da transação e para obtê-lo podem ser usadas técnicas de negociação, mediação e conciliação. Na negociação não há intervenção de terceiros colaboradores, as partes diretamente tentam chegar a um consenso. Na mediação há um terceiro responsável pelo reestabelecimento do diálogo entre as partes, mas estas devem por si só chegar ao acordo. Por fim, na conciliação, o terceiro sugere possíveis soluções.
» Heterocomposição: é a forma mais usual de pacificação dos conflitos, a solução é obtida por um
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» Espécies de jurisdição:
Quanto à finalidade é possível verificar a existência de duas espécies de jurisdição: a voluntária e contenciosa.
• Jurisdição voluntária: intervenção pública nos negócios privados. Ocorre quando a lei determina a intervenção do Judiciário para aferir se a pretensão das partes está de acordo com o ordenamento jurídico, como é o caso da interdição e do divórcio com filhos incapazes.
• Jurisdição contenciosa: atuação do Estado ou do particular (arbitragem) na solução de uma lide. É possível também verificar as espécies de jurisdição quanto à natureza das normas jurídicas empregadas na solução da causa, sendo assim classificada como: jurisdição penal; jurisdição civil, jurisdição comercial, jurisdição administrativa, jurisdição internacional, jurisdição trabalhista, jurisdição militar.
3 Ação. 3.1 Conceito, natureza, elementos e características. 3.2 Condições da ação. 3.3 Classificação.
» Ação: 3 acepções.
1) Direito de ação: direito fundamental, complexo (engloba direito de provocar, escolher o
procedimento, escolher o réu, exigir do juiz uma resposta, recurso etc.), abstrato, autônomo (existe mesmo que o direito material alegado não exista).
2) Direito material afirmado: ação em sentido material. Direito afirmado em juízo.
3) Demanda: ato de provocar a atividade jurisdicional. Trata-se do exercício do direito de ação e
afirmação de um direito.
#OUSESABER: Como se sabe, o art. 5º, XXXIV, “a” assegura que a todos são assegurados,
independentemente do pagamento de taxas o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. Assim sendo, o direito de petição, presente
em todas as Constituições brasileiras, qualifica-se como importante prerrogativa de caráter democrático, consistente na possibilidade de qualquer cidadão de apresentar queixas ou reclamações ao Estado, bem como de receber a devida resposta.
#DEOLHONAJURIS: Algumas observações sobre o direito de petição podem ser extraídas da
jurisprudência do STF, quais sejam: a) a existência do direito de petição não exige a necessidade de esgotamento da via administrativa para se poder levar questões ao Judiciário; b) O direito de petição não pode ser invocado genericamente para exonerar qualquer dos sujeitos processuais do dever de
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observar as exigências que condicionam o exercício do direito de ação em juízo; c) inconsistente a postulação que, apoiada no direito de petição, formula pedido que constitui, na realidade, verdadeiro sucedâneo, legalmente não autorizado, da ação rescisória, eis que já transitada em julgado a decisão impugnada; d) o direito de petição não assegura, por si só, a possibilidade de o interessado – que não dispõe de capacidade postulatória – ingressar em juízo, para, independentemente de advogado, litigar em nome próprio ou como representante de terceiros.
Os recursos administrativos são desdobramentos do direito de petição, por isso, é incompatível a exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade de recursos administrativos.
Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
O direito de ação é específico dos pedidos ao Judiciário e o direito de petição é genérico. Destinado à Administração Pública em geral.
Em toda demanda, há no mínimo a afirmação de um direito. Esse direito afirmado se chama res
judicium deducta (a coisa que foi deduzida em juízo) e o processo serve para transformar aquilo que foi deduzido em res judicata (coisa julgada).
O direito afirmado é a relação jurídica, que possui os seguintes elementos: sujeitos, objeto e fato (Direito Civil). Já os elementos da ação são as partes, pedido e causa de pedir.
» Condições da ação:
1) Legitimidade ad causam
2) Possibilidade jurídica do pedido 3) Interesse de agir.
O NCPC, para Didier, trouxe uma novidade no assunto “Condições da Ação”, que deixa de fazer parte da “Teoria da Ação”. Isto porque o NCPC não mais utiliza as expressões “condição da ação” e “carência da ação”, sobejamente utilizadas no CPC/73; continua se referindo à legitimidade de agir, ao interesse de agir e à possibilidade jurídica do pedido, todavia, em momento e lugar distintos. Legitimidade ad causam
e interesse de agir passam a ser utilizados em “Pressupostos processuais” (permitem decisão de
inadmissibilidade) e a possibilidade jurídica do pedido no estudo da “Improcedência liminar”.
#ATENÇÃO: “Ainda se pode falar em condições da ação?” Em linhas simples, a categoria deixa de
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Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Na verdade, a legitimidade e o interesse passarão a constar da exposição sistemática dos pressupostos de validade: O INTERESSE, COMO PRESSUPOSTO DE VALIDADE OBJETIVO EXTRÍNSECO e A LEGITIMIDADE, COMO PRESSUPOSTO DE EXISTÊNCIA SUBJETIVO RELATIVO ÀS PARTES.
Legitimidade ad causam: é a legitimidade para agir numa demanda judicial. É a pertinência
subjetiva da demanda. Trata-se de instituto de direito material.
OBS.: Substituição processual - Defende direito alheio em nome próprio. (Ex: Ministério Público, no caso de ações coletivas)
Representação processual - Defende direito alheio em nome ALHEIO! (Ex: É o caso de uma mãe
de um menor de idade, que ingressa na justiça com ação de reconhecimento de paternidade do filho e em nome dele. Quem ingressou com a ação, de fato, foi o menor, representado pela mãe).
Legitimidade ad processum - É a chamada capacidade de estar em juízo (ou capacidade
processual). Trata-se da aptidão para a prática dos atos processuais, independentemente de assistência ou representação. Trata-se de instituto de direito processual. O incapaz precisa ser representado ou assistido.
Ex.: No caso da ação de alimentos o menor de 16 anos possui legitimidade ad causam, por ser titular do direito material pretendido (legitimidade ordinária), mas não ad processum, porquanto lhe falta capacidade para estar em juízo sem representação.
Interesse processual ou de agir: para demandar em juízo a parte precisa demonstrar interesse,
isto é, a necessidade e a adequação. A necessidade consiste em dizer que só é lícito demandar em juízo quando a parte necessitar, por questões morais ou econômicas, da prestação jurisdicional. Por sua vez, a adequação prever que a via eleita deve ser adequada para se atingir o que se pretende.
A perda do objeto acarreta a falta de interesse em agir, a macular necessidade, utilidade e adequação do provimento jurisdicional. A consequência é a extinção do processo sem julgamento de mérito. A perda do objeto NÃO torna o pedido impossível.
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TEORIAS DO DIREITO DE AÇÃO
Teoria imanentista/civilista - o direito de ação é o próprio direito material em movimento,
consequência da manifestação do direito material, ou seja, não existe um direito de ação autônomo. Se trata de um mesmo direito em diferentes estados (estático – material; em movimento – processual). O direito de ação é um poder do indivíduo contra seu adversário. Há muito tempo essa teoria já foi superada.
Teoria concreta da ação/do direito concreto de ação - Criada por Wach na Alemanha. De acordo
com essa teoria o direito de ação corresponde ao direito a um julgamento PROCEDENTE de mérito, ou seja, para existir o direito processual depende do direito material (são direitos autônomos, mas não são independentes). Trata-se de um direito do indivíduo contra o Estado e ao mesmo tempo um direito contra o adversário, que estará submetido à decisão estatal e aos seus efeitos jurídicos.
Teoria da ação como direito potestativo - Desenvolvida por Chiovenda, é uma ramificação da
teoria concreta. Para essa concepção, a ação configura um direito autônomo, diverso do direito material; mas o direito de ação não é um direito subjetivo (porque não lhe corresponde a obrigação do Estado) e muito menos de natureza pública. Dirige-se contra o adversário, correspondendo-lhe a sujeição. Salienta-se que o direito de ação se exaure com o seu exercício.
Teoria do direito abstrato / Teoria abstrata do direito de ação - considera autônomos e
independentes o direito de ação e o direito material. Assim, o direito de ação é o direito abstrato de obter um pronunciamento do Estado, ou seja, o direito de provocar a atuação do Estado-Juiz. Para essa teoria o direito de ação é abstrato, amplo, genérico e incondicionado, não existindo nenhum requisito que precise ser preenchido para sua existência. Os abstrativistas negam a existência das condições da ação.
Teoria eclética/mista – criada por Enrico Tullio Liebman. Adotada pelo NCPC e pelo CPC de 1973,
de acordo com a maior parte da doutrina, por todos Daniel Neves. De acordo com essa teoria o direito de ação corresponde ao direito a um julgamento de mérito da causa (não importa se favorável ou desfavorável), todavia esse julgamento de mérito fica sujeito ao preenchimento das condições da ação. Assim, o direito de ação não depende da existência do direito material correlato, mas sim da existência das condições da ação.
Essa teoria diferencia o direito de petição (incondicional e irrestrito – direito de ação no plano constitucional) do direito de ação (que depende do preenchimento das condições da ação).
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o processo for extinto por falta de uma delas não haverá julgamento de mérito, logo não haverá direito processual de ação. Haverá apenas o direito de petição, ou direito constitucional de ação, que é o direito de obter uma manifestação de qualquer órgão do poder público.
O art. 485, VI, do NCPC comprova a adoção da teoria eclética: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
(...)
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Teoria da asserção – também conhecida por teoria della prospettazione, é considerada uma teoria
intermediária entre a abstrata pura e a eclética. De acordo com essa teoria as condições da ação devem ser analisadas in status assertionis, ou seja, a partir das alegações trazidas pelo autor da demanda na petição inicial. Dessa forma, verificada a ausência de alguma das condições da ação, o processo deverá ser extinto sem julgamento do mérito por carência de ação, ou seja, entende essa teoria que ausente as condições da ação não haverá direito de ação. Nesse aspecto a teoria em nada difere da teoria eclética.
Contudo, se o magistrado necessitar de uma cognição mais aprofundada para concluir ou não pela carência de ação, as condições da ação passam a ser entendidas como matéria de mérito, de forma que o processo será extinto com o julgamento de mérito, gerando coisa julgada material.
#SELIGANAJURIS: Esta teoria tem ampla aceitação no STJ.
5. Tem prevalecido na jurisprudência do STJ o entendimento de que a aferição das condições da ação deve ocorrer in status assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante (Teoria da Asserção). Nesse sentido: AgRg no AREsp 205.533/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/10/2012; AgRg no AREsp 53.146/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 5/3/2012; REsp 1.125.128/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 18/9/2012.
Importantes consequências da teoria da asserção: diminuição da quantidade de sentenças
terminativas por carência de ação (serão substituídas por sentenças de improcedência, caso as condições da ação sejam analisadas levando em consideração fatos trazidos por outra parte que não o autor) e a perda da natureza de condições da ação após a citação do réu, pois passam a ser enfrentadas no mérito, de forma que deixam de ser matéria de ordem pública, estando sujeitas, portanto, à preclusão.
Crítica: a teoria da asserção não pode modificar a natureza das condições da ação a depender dos
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#ATENÇÃO: Conforme entendimento do Fredie Didier, a teoria da asserção se aplica mesmo após
a apresentação da defesa pelo réu. Ele dá o exemplo do réu que alegue a carência da ação, falta de legitimidade ativa ad causam. Se o juiz examinar essa alegação apenas a partir da afirmação feita pelo autor, a teoria da asserção está a ser aplicada. Não é, pois, o momento que a caracteriza, mas, sim, a produção ou não de prova para a verificação do preenchimento das condições da ação. » Elementos da ação: parte, pedido e causa de pedir.
01) Parte:
a) Parte do processo: todo aquele que atua no processo com parcialidade, está em uma relação jurídica, faz parte do contraditório e pode sofrer alguma consequência com a decisão.
b) Parte da demanda: autor e réu, são as partes principais, não se confundem com as auxiliares abarcadas pelo conceito acima.
c) Parte do litígio ou parte material: aquele que está no litígio. Em caso de legitimação extraordinária do MP em ação de alimentos, por exemplo, o filho será parte do litígio, mas não será parte processual, nem parte da demanda. E o MP, por sua vez, será parte do processo e da demanda, mas não será parte do litígio.
d) Parte legítima: possui autorização para estar em juízo.
e) Parte complexa: teoria de Carnelutti, seria o incapaz ou PJ acompanhado de seu representante. #OBS.: A personalidade processual corresponde à capacidade de ser parte em juízo, que consiste na aptidão para praticar atos processuais independentemente de assistência ou representação, pessoalmente ou por pessoas indicadas pela lei (art. 12, CPC/73)
02) Pedido: divide-se em pedido imediato (prestação da atividade jurisdicional) e pedido mediato
(tutela do bem da vida).
03) Causa de pedir: consiste nos fatos e os fundamentos jurídicos do pedido (art. 319, III, CPC).
Divide-se em causa de pedir próxima (fundamentos jurídicos, corresponde ao direito afirmado) e causa
de pedir remota (fato jurídico, fundamentos de fato).
Exemplo: na ação de anulação de um contrato por dolo, o fato jurídico (cp remota) é a celebração do contrato com dolo, enquanto o fundamento jurídico (cp próxima) é o direito de anular o contrato celebrado com dolo.
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passiva: fato que impulsiona o direito de agir e que contraria o direito. Ex: inadimplemento. Ex: Ação de cobrança de um contrato:
Fato jurídico / causa de pedir remota: é o inadimplemento do contrato.
Causa de pedir remota ativa: contrato / Causa de pedir remota passiva: inadimplemento. Fundamento jurídico/ causa de pedir próxima: Direito ao crédito.
#ISTOÉUMPLUS: Causa de pedir composta: pluralidade de fatos que levam a uma mesma pretensão.
Obrigatoriedade de descrição de todos eles.
Teoria da Substanciação da causa de pedir: vigora no Brasil. De acordo com essa teoria a causa
de pedir consiste na soma do direito afirmado (causa de pedir próxima/fundamento jurídico) ao respectivo fato jurídico (causa de pedir remota). Consequentemente, para uma causa de pedir ser igual a outra é necessário que todos esses elementos sejam iguais. A Teoria da Substanciação da causa de pedir exige que o autor formule sua pretensão ao juízo de forma clara, narrando o fato gerador do seu alegado direito e os fundamentos jurídicos do pedido.
A teoria contraposta, que não foi a adotada pelo NCPC, é a Teoria da Individualização da causa de pedir, segundo a qual a causa de pedir seria somente o direito afirmado (causa de pedir próxima).
» Classificação das ações:
» De acordo com a causa de pedir próxima (de acordo com o direito afirmado/fundamentos jurídicos):
• Ação real: direito afirmado é real;
• Ação pessoal: direito afirmado é pessoal;
• Possessórias: o direito afirmado é o direito à posse. São elas a ação de reintegração de posse, a ação de manutenção de posse e a ação de interdito proibitório
» Classificação de acordo com o objeto do pedido:
• Ação mobiliária: pede-se um bem móvel. Nem toda ação mobiliária é pessoal. Pode haver, por exemplo, uma ação reivindicatória de um carro, que é uma ação real, pois baseada no direito real de propriedade. • Ação imobiliária: pede-se um bem imóvel. Cuidado para não confundir com ação real. Ação real não
é só de imóveis. Nem toda ação imobiliária é real. A ação de despejo, por exemplo, é imobiliária e ao mesmo tempo pessoal, pois o direito discutido em juízo é a rescisão de um contrato.
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• Ação reipersecutória: ação em que se busca/se persegue uma coisa, podendo ser real ou pessoal. Ex.: ação reivindicatória é reipersecutória real e a ação de recuperação de bem dado em comodato é reipersecutória pessoal.
#FOCANORESUMO: Uma ação mobiliária ou imobiliária pode ter como causa de pedir tanto um
direito real como um direito pessoal. Existem direitos reais sobre móveis e direito reais sobre imóveis, e direitos pessoais sobre móveis e direitos pessoais sobre imóveis. Temos a tendência de pensar que os direitos reais são sempre para bens imóveis. O despejo, por exemplo, é fundado num direito pessoal, mas o objeto é um imóvel.
» Classificação de acordo com o tipo de tutela jurisdicional requerida:
• Ação de conhecimento: pede-se o reconhecimento/certificação de direito. • Ação cautelar: pede-se a proteção de um direito.
• Ação de Execução: pede-se a efetivação do direito.
• Ação dúplice: Há alguns direitos que têm uma peculiaridade muito marcante, pois são direitos que podem ser levados a juízo por qualquer dos sujeitos da relação jurídica. Quando isso acontece, obviamente, um é a autor da ação e o outro é o réu, apenas porque um propôs a ação primeiro.
Ação dúplice, em um primeiro sentido, dito processual, consiste em todo procedimento que permite ao réu formular pedido contraposto em face do autor. Didier não concorda, dizendo que lei processual alguma pode estabelecer a duplicidade da ação, pois tal característica é um fenômeno de direito material.
A outra concepção, mais correta, chamada material, define ação dúplice enquanto demanda em que se afirma um direito que tem a peculiaridade de ser um direito que poderia ter sido levado a juízo também pelo réu. Nesse caso, a defesa do réu é também um contra-ataque. Não são duas condutas do réu (defesa e contra-ataque), mas tão somente uma. Ex. um pai vai a juízo oferecendo alimentos a seu filho (R$ 1000). O filho se defende e diz que mil reais não é um valor suficiente, que é necessário o valor de R$ 1500. Essa defesa, por si só, já é uma afirmação de um direito dele.
São materialmente dúplices: ação de usucapião, ADI e ADC, ação de consignação em pagamento, ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, ação declaratória de união estável. Toda ação meramente declaratória é materialmente dúplice.
A ação possessória é uma ação duplamente dúplice (em ambos os sentidos) porque o réu, além de se defender do pleito possessório (no qual já afirmará sua posse, ou seja, o seu próprio direito – materialmente dúplice), poderá formular um pedido de indenização contra o autor, no bojo da contestação
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(pedido contraposto – processualmente dúplice).
EXECUÇÃO DIRETA EXECUÇÃO INDIRETA
A DECISÃO EXECUTIVA impõe uma prestação ao réu e prevê uma medida coercitiva direta.
Não precisa da colaboração do executado:
o Estado-juiz se substitui ao devedor e realiza a prestação por ele. É também chamada de
execução por sub-rogação.
A DECISÃO MANDAMENTAL impõe uma prestação ao réu e prevê uma medida coercitiva
indireta.
A execução indireta atua na vontade do
executado para que ele mesmo cumpra a prestação. Para isso, o Estado se vale de coações psicológicas: medo (ex.: prisão civil
e multa coercitiva) ou incentivo (ex.: sanções premiais – ex: isenção de custas e honorários
advocatícios art. 1.102-C , § 1º , CPC). » Classificação das Ações de conhecimento: ações condenatórias, constitutivas e declaratórias.
É possível classificar os direitos em direito a uma prestação e direito potestativo. O direito a uma prestação corresponde ao direito de exigir uma prestação, que pode ser obrigação de fazer, não fazer ou dar (dinheiro ou coisa). Esses direitos são suscetíveis de prescrição. A ação condenatória visa o reconhecimento e efetivação de um direito a uma prestação. No Brasil, desde 2005, todas as ações que envolvem prestação são condenatórias e também sincréticas.
#OBS.: Com o advento do CPC 1973 as ações de prestação, em regra, não eram sincréticas, ou seja, a parte alcançava apenas uma sentença que reconhecia o seu direito, mas para efetivá-lo a parte necessitava ingressar com um processo de execução. Apenas excepcionalmente, era possível, a efetivação como nas possessórias e no mandado de segurança. Essas sincréticas eram divididas em mandamentais (se efetivavam por execução indireta) e executivas em sentido amplo (se efetivavam por execução direta).
Em 1994 houve uma grande reforma do CPC e todas as ações de prestação de fazer e não fazer se tornaram sincréticas. Em 2002, houve outra reforma, onde todas as prestações para entrega de coisa passaram a ser ações sincréticas. Em 2005 o legislador sincretizou as ações de prestação pecuniária, que restavam. Por fim, a Lei 11.232/05 criou a fase de cumprimento da sentença.
Hoje as ações condenatórias são todas sincréticas. Prevalece o entendimento de que as ações de conhecimento devem se dividir em condenatórias, constitutivas e declaratórias, a chamada classificação ternária das ações de conhecimento.
#ISTOÉUMPLUS: Obs.1: Ada Pelegrini entende que não há mais ações condenatórias e, por isso,
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sentido amplo, constitutivas e declaratórias) (posicionamento ultra minoritário).
Obs.2: Ainda há quem adote a classificação quinária, acrescentando as condenatórias, afirmando que a diferença entre condenatória, mandamental e executiva em sentido amplo é o tipo de prestação. Seria condenatória quando a obrigação fosse pecuniária, mandamental quando se referisse a fazer e não fazer e executiva em sentido amplo quando se referisse à entrega de coisa (Carlos Alberto Alvaro de Oliveira) (posicionamento minoritário).
Formou-se entendimento majoritário de que as sentenças declaratórias (inclusive as de improcedência) são executáveis quando explicitarem todos os elementos de uma prestação exigível. A nova definição de título executivo judicial conferida pelo art. 515, I do NCPC apenas corrobora esse entendimento.
#SELIGANAJURIS: A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a
sentença declaratória pode ter força executiva, caso presentes os elementos necessários à execução, como exigibilidade, liquidez e certeza da obrigação. (AgRg no AREsp 604.194/GO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/03/2016, DJe 28/03/2016)
Por sua vez, os direitos potestativos são o direito de interferir na esfera jurídica de outrem, criando, alterando ou extinguindo situações jurídicas. Não há dever correlato, execução, inadimplemento ou prescrição. O direito potestativo efetiva-se NORMATIVAMENTE: basta a decisão judicial para que ele se realize, sem qualquer ato material. É por isso que se diz que “sentença constitutiva, que diz respeito a um direito potestativo, não é título executivo”. Ex.: direito à invalidação do ato jurídico, direito ao divórcio, à resolução do negócio, direito de decidir uma sentença, direito de casar. Se tiver prazo ele será decadencial, mas nem toda ação constitutiva tem prazo decadencial (ex. divórcio de casamento não tem prazo). » Ação Constitutiva: é a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um
direito potestativo. As ações constitutivas costumam ser ações que produzem efeitos apenas para frente, eficácia ex nunc, em regra. Excepcionalmente é possível a existência de ações constitutivas com eficácia retroativa a exemplo da ação anulatória (art. 182, CC), da ADIN e da ação de investigação de paternidade.
#ATENÇÃO: A efetivação de um direito potestativo pode gerar um direito a uma prestação. Isso
porque a situação jurídica criada após a efetivação de um direito potestativo pode ser exatamente um direito a uma prestação.
Ex.: a decisão que rescinde uma sentença que já fora executada gera, por efeito anexo, o direito do executado à indenização pelo exequente dos prejuízos que lhe foram causados em razão da execução
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malsinada. Essa decisão tem aptidão para transformar-se em título executivo, pois torna certa a obrigação de indenizar, que ainda é ilíquida, impondo-se a liquidação.
Direitos a uma prestação Direitos potestativos
Poder de exigir de outrem uma prestação (fazer, não fazer ou dar dinheiro ou dar uma coisa que
não é dinheiro).
É o direito que alguém tem de interferir na esfera jurídica de outra pessoa, significando criar, alterar
ou extinguir situações jurídicas. Prescrição (que começa a correr logo após o
inadimplemento). Decadência. São os únicos direitos que podem ser adimplidos.
Logo, o inadimplemento, a lesão e a violação só podem ocorrer nos denominados direitos a uma
prestação.
Considerando que não há relação com o dever, não se pode falar em adimplemento.
São direitos que precisam de uma efetivação material, ou seja, execução. Logo, a execução
é um fenômeno exclusivo dos direitos a uma prestação. A execução pressupõe o
inadimplemento.
Exemplos:
Direito a rescisão de uma sentença; Direito ao divórcio;
Direito de anular um contrato; Direito de dividir um condomínio;
Direito de revogar um mandato; Por um ato, há mudança apenas no mundo
jurídico e não no mundo dos fatos. As transformações jurídicas se dão por palavras, não
necessitando de efetivação material, como nos direitos a uma prestação. Portanto, não geram
execução!
» Ações meramente declaratórias: têm por objeto o reconhecimento da existência, inexistência ou
modo de ser de uma relação jurídica ou a declaração de autenticidade ou da falsidade de documento. Busca-se a solução de uma incerteza, por meio de declaração judicial e não a prestação de um direito (prescrição) ou a afirmação de um direito potestativo (decadência). Por isso, diz-se que são imprescritíveis. Ex.: ação de usucapião, ação de consignação em pagamento, ação declaratória de união estável, ação declaratória de inexistência de relação jurídica (muito comum no âmbito tributário), a ADC.
Também é admitida a ação declaratória para interpretar decisão judicial.
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I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
Fora o caso da declaração de autenticidade ou falsidade de documento (art. 19, II), não se admite ação meramente declaratória de fato.
#SELIGANASÚMULA: Súmula 181 STJ - É admissível ação declaratória, visando a obter certeza
quanto à exata interpretação de cláusula contratual.
O art. 20, do NCPC pode causar certa confusão, por prever a possibilidade de ação meramente declaratória ajuizada quando já seria possível ingressar ação condenatória. O exemplo mais conhecido é o caso do jornalista Vladimir Herzog. O laudo informava que o judeu havia se suicidado (para o judeu o suicídio é um ilícito). Clarisse Herzorg (música o bêbado e o equilibrista), esposa do jornalista, ingressou com ação declaratória contra a União, visando a declaração de responsabilidade do ente pela morte do seu marido. Perceba-se que já havia a possibilidade de proposição de ação condenatória. A União alegou que não havia interesse. O juízo de primeiro grau deferiu o pleito, declarando a responsabilidade da União pela morte do jornalista. Depois, Clarice resolveu pedir indenização com base na sentença.
A sentença meramente declaratória nos casos do art. 20, do NCPC, pode ser executada tal qual uma sentença condenatória? É tão título executivo quanto a condenatória? Sim. Sempre que a sentença é declaratória, mas reconhece um direito a uma prestação, ela é um título executivo. Ex.: uma sentença declaratória que afirma que o autor deve sim ao Fisco; o Fisco pode executar; é um risco que se corre.
O direito à declaração não prescreve, mas o direito à prestação sim. Ação meramente declaratória ajuizada quando já poderia ter sido ajuizada uma ação condenatória não interrompe a prescrição. Isso porque não houve comportamento do credor que revelasse a sua vontade de buscar a efetivação da prestação. E todos os fatos interruptivos da prescrição se justificam em um comportamento do credor direcionado ao cumprimento da prestação pelo sujeito passivo.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
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Pouco importa a natureza da decisão, se condenatória ou meramente declaratória.
#SELIGANASÚMULA: Súmula 242 STJ - Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo
de serviço para fins previdenciários.
Os efeitos da sentença declaratória são ex tunc (só declara o que já existe). Exceção: art. 27 da Lei 9.868/99, que permite a modulação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade.
» Pressupostos Processuais: são pressupostos do processo e não de cada um de seus atos. 01) Pressupostos processuais subjetivos
1.1 Pressupostos processuais subjetivos do juiz
• Investidura - órgão investido de jurisdição – pressuposto de existência do processo. • Imparcialidade – p. de validade
1.2. Pressupostos processuais subjetivos das partes
• Capacidade de ser parte (legitimatio ad causam) (personalidade judiciária ou personalidade jurídica) - pressuposto de existência. Capacidade de gozo e exercício de direitos e obrigações (art. 1º do CC), todo sujeito.
• Capacidade de estar em juízo (legitimatio ad processum) - Pressuposto processual de validade. Vício sanável. Obs: Os cônjuges são civilmente capazes. São, portanto, também processualmente capazes. Essa é a regra. A lei, no entanto, retira a aptidão para a prática de determinados atos processuais (polo ativo de demanda real imobiliária precisa do consentimento do outro, a não ser que o imóvel esteja fora da comunhão). Nesses casos, embora capazes, faltar-lhes-ia legitimidade processual (ad processum).
• Capacidade postulatória: Pressuposto processual de validade. As partes precisam ser assistidas por DP ou Advogado. É dispensado em alguns casos: Juizados, ADI/ADC, HC. Ato praticado por advogado sem procuração nos autos: ineficaz.
02) Pressupostos processuais objetivos
2.1 Pressupostos processuais objetivos extrínsecos: Pressupostos de validade. Analisados fora da relação jurídica processual. São negativos, em sua maioria, pois precisam estar ausentes da relação processual para que ela seja válida, também chamados de impedimentos processuais. São eles:
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de validade, o que inclusive é corroborado pelo art. 966, IV, NCPC, que prevê a ação rescisória contra decisão que afronta a coisa julgada. Logicamente só é possível rescindir uma ação que exista, logo trata-se de pressuposto processual de validade.
Mas a doutrina minoritária entende que se trata de pressuposto processual de existência, porque a decisão que afronta a coisa julgada é tão viciada que não reúne elementos mínimos para existir, nesse sentido Nelson Nery e Arruda Alvin. Inclusive a 3ª Turma do STJ entende nesse sentido ao decidir que a 2ª sentença com trânsito em julgada é inexistente por ferir a coisa julgada.
• Litispendência • Perempção • Transação
• Convenção de arbitragem
• Ausência de pagamento de custas processuais em demanda idêntica extinta anteriormente por sentença terminativa (art. 486, §2º, NCPC).
• Também existem pressupostos objetivos extrínsecos positivos, isto é, que devem existir para que o processo seja válido, a exemplo do interesse de agir.
» Interesse de agir: (pressuposto objetivo extrínseco positivo) é uma condição da ação que se preenche através da observância da utilidade (que o processo pode propiciar algum tipo de proveito) e da necessidade do processo.
2.2. Pressupostos processuais objetivos intrínsecos: analisados dentro da relação processual. • Demanda – ato de demandar, ir a juízo. Pressuposto processual de existência.
• Petição inicial apta - Pressuposto processual de validade.
Art. 330, § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
• Citação válida - Pressuposto processual de validade. A citação possui 2 propósitos: comunicar e convocar. E possui dupla natureza: condição de eficácia do processo em relação ao réu e requisito de
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validade da sentença contra o réu. Em alguns casos a citação é dispensável – ex: arts. 330 e 332 NCPC. • Regularidade formal - Pressuposto processual de validade.
» ESTUDO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SOB OUTRA PERSPECTIVA: Pressupostos processuais: podem ser de existência, validade e eficácia. Pressupostos de existência:
A) órgão investido de jurisdição; (Pressuposto subjetivo do juiz)
B) Capacidade de ser parte; (personalidade processual) (pressuposto subjetivo da parte) C) Ato inicial (demanda); (Pressuposto objetivo intrínseco)
Pressupostos de validade:
A) Subjetivos:
a.1) Subjetivos da parte: • capacidade processual • capacidade postulatória
a.2) Subjetivos do Juiz: • Competência
• Imparcialidade B) Objetivos: b.1) Extrínsecos:
• negativos (impedimentos processuais – coisa julgada, litispendência, transação, convenção de arbitragem, ausência do pagamento de custas em demanda idêntica extinta) • positivos (interesse de agir)
b.2) Intrínsecos: • Petição inicial apta • Citação válida • Regularidade formal
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#ISTOÉUMPLUS: Dinamicidade do interesse de agir e da legitimidade: Legitimidade e interesse,
graças ao fenômeno da dinamicidade, devem ser verificados continuamente em cada uma destas relações. É impossível, portanto, uma só legitimidade e um só interesse para várias relações jurídicas, por não serem requisitos estáticos.
O CPC/73 trazia uma percepção estática destes requisitos, acreditando ser possível a sua alteração tão somente nos momentos da propositura e da contestação da ação (art. 3º, CPC/73). Veja-se:
Art. 3º, CPC/73. Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.
Já no NCPC (art. 17) adotou-se a dinamicidade da legitimidade e do interesse, podendo variar a qualquer tempo, no âmbito do processo judicial:
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.