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EVOLUÇÃO E POTENCIAL DOS MERCADOS DO ORIENTE MÉDIO PARA A CARNE BOVINA BRASILEIRA THAIS MENEZES ZIMBRES; SILVIA HELENA GALVÃO DE MIRANDA;

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Fortaleza, 23 a 27 de Julho de 2006

Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural

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EVOLUÇÃO E POTENCIAL DOS MERCADOS DO ORIENTE MÉDIO

PARA A CARNE BOVINA BRASILEIRA

THAIS MENEZES ZIMBRES; SILVIA HELENA GALVÃO DE MIRANDA;

CEPEA-ESALQ/USP

PIRACICABA - SP - BRASIL

thazim@esalq.usp.br

APRESENTAÇÃO SEM PRESENÇA DE DEBATEDOR

COMÉRCIO INTERNACIONAL

EVOLUÇÃO E POTENCIAL DOS MERCADOS DO ORIENTE MÉDIO

PARA A CARNE BOVINA BRASILEIRA

Grupo de pesquisa 3: Comércio Internacional RESUMO:

Este trabalho tem como objetivo apresentar a importância e a evolução do comércio de carne bovina do Brasil com o Oriente Médio, analisando as características comerciais que distinguem esta região dos mercados tradicionais. Pretende-se com isto, analisar o potencial importador dos países que compõem essa região, no contexto dos denominados novos mercados, ou mercados não tradicionais, os quais embora não sejam prioritários, podem apresentar algum potencial para expansão das vendas brasileiras.

Para atingir os objetivos propostos, utilizam-se instrumentos da estatística descritiva básica, que auxiliam na análise de características comerciais relevantes, tais como, evolução e padrão das exportações, participação brasileira nas exportações mundiais, preços médios das vendas, índice de sazonalidade das vendas, existência de acordos regionais de comércio na região do Oriente Médio, pauta de fornecedores de carne bovina desses países, indicadores de crescimento econômico, dentre outros. O período analisado compreende os anos entre 1996 e 2005.

A diversidade econômica do Oriente Médio, em especial no que se refere ao nível de renda per capita de alguns países, indica que há potencial de aumento das importações de carne bovina por algumas economias dessa região. Destaca-se ainda o progresso da reforma de liberalização comercial destes países, que pode favorecer o aumento das exportações brasileiras,

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2 mas também de outros fornecedores, além da necessidade de intensificar acordos comerciais com a região à semelhança do que vem sendo feito pela União Européia há algum tempo.

Palavras-chaves: comércio, exportação, carne bovina, potencial, Oriente Médio.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, 11 países são responsáveis por absorver 70% do volume exportado de carne bovina do Brasil. No ano de 2005, Rússia e Egito, os dois maiores mercados, responderam juntos por 32% (MDIC, 2005). Tradicionalmente, o mercado europeu foi ao longo dos últimos 15 anos o maior comprador da carne bovina nacional, embora em período recente a pauta de países compradores começou a se alterar, destacando maiores participações para países como o Chile, a própria Rússia e o Egito, além de outros países do Oriente Médio. Apesar disto, nos últimos anos, os maiores importadores de carne bovina elevaram suas participações no total exportado, mesmo com o aumento do número total de mercados compradores, ou seja, a concentração com poucos países persiste. É interessante frisar que o Governo Federal procura estimular a diversificação em produtos e mercados de destino das exportações brasileiras.

Neste contexto destacam-se os denominados novos mercados, ou mercados não tradicionais, os quais embora não sejam prioritários, podem apresentar algum potencial para expansão das vendas de carne bovina. Segundo Fonseca (2002), a política de diversificação regional das exportações diminui a volatilidade das receitas externas e os efeitos das crises localizadas de demanda, além de produzir resultados a curto prazo. Esta política deve priorizar produtos e setores nos quais o Brasil possui vantagens competitivas, pois isto facilitaria a entrada em mercados ainda pouco explorados.

Em 2005, o Oriente Médio1 (figura 1) importou aproximadamente 120 mil toneladas ou US$ 215 milhões de carne bovina do Brasil, configurando-se como o 4º maior mercado para o produto brasileiro – atrás da União Européia (UE), Rússia e Egito (MDIC, 2005). Este fato justifica a análise das características comerciais, ainda pouco exploradas, dessa região.

Ademais, a expectativa para os próximos anos é de que o aumento do consumo de proteínas animais ocorra com maior intensidade nos países em desenvolvimento, uma vez que os padrões de consumo dos países desenvolvidos já atingiram os patamares preconizados pelas organizações internacionais de saúde.

1

Este trabalho considera os países do Oriente Médio selecionados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Coveite (Kuwait), Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Líbano, Omã e República Árabe da Síria.

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3 Figura 1. Região denominada de Oriente Médio,

conforme descrição do MDIC, 2006.

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo apresentar a importância e a evolução do comércio de carne bovina do Brasil com o Oriente Médio, analisando as características comerciais que distinguem esta região dos mercados tradicionais. Pretende-se com isto, analisar o potencial importador dos países que compõem essa região.

3. METODOLOGIA E DADOS UTILIZADOS

Para atingir os objetivos propostos, utilizam-se instrumentos da estatística descritiva básica, que auxiliam na análise de características comerciais relevantes, tais como, evolução e padrão das exportações, participação brasileira nas exportações mundiais, preços médios das vendas, índice de sazonalidade das vendas, existência de acordos regionais de comércio na região do Oriente Médio, pauta de fornecedores de carne bovina desses países, indicadores de crescimento econômico, dentre outros. O período analisado compreende os anos entre 1996 e 2005.

Os dados de exportação do Brasil por país, em volume e em valor, são provenientes do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (ALICE-Web), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A divisão dos valores pelos volumes forneceu uma aproximação de um valor médio por unidade de produto e a partir os dados do ALICE-Web também foram calculados índices de sazonalidade.

A base de dados de comércio das Nações Unidas (COMTRADE) foi amplamente utilizada para identificar o padrão de consumo destes países, através da análise das vendas de outros países exportadores de carne bovina para a região, possibilitando, assim, melhor compreender variações ocorridas nas exportações brasileiras para o Oriente Médio e analisar a evolução da participação do Brasil nessa região em relação a outros concorrentes.

Indicadores econômicos como, renda nacional per capita, crescimento econômico e taxa de desemprego, foram obtidos da base de dados do Banco Mundial (World Development

Indicators database). Estudos realizados por esta e outras entidade (como o Fundo Monetário

Internacional) também foram úteis para interpretar esses indicadores.

Discussões a respeito de acordos regionais de comércio no Oriente Médio foram feitas com base em informações oficias do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Comissão Européia. Os estudos do Banco Mundial também foram úteis para se obter dados de comércio intra-regional e sobre o progresso de reformas comerciais na região estudada.

Devido à falta de trabalhos científicos sobre este mercado especificamente, as informações qualitativas foram provenientes de artigos, informativos e revistas (Instituto de Economia Agrícola - IEA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA e Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior - FUNCEX).

Não existe consenso sobre quais países compõem o Oriente Médio. Este trabalho considera os países selecionados pelo ALICE-Web – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Coveite (Kuwait), Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Líbano, Omã e República Árabe da Síria. Algumas entidades internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), não incluem o Iraque nesta região; outras, como no caso da Organização das Nações Unidas (ONU), não consideram o Irã. O USDA utiliza uma classificação mais abrangente que incluí países da África, como Egito, Argélia, Marrocos, dentre outros.

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4 Uma vez selecionada a classificação da região delimitada como Oriente Médio, uma dificuldade observada foi obter as estatísticas sobre produção e comércio de seus países. Estes divulgam seus dados para entidades internacionais com grande inconstância e a falta de informações apresenta-se como o principal obstáculo para uma análise mais ampla e profunda do perfil do comércio, em particular, do ponto de vista das estratégias comerciais de exportação de carne bovina do Brasil. Ademais, apenas uma parte dos sites oficias destes países está disponível em língua inglesa.

A análise da evolução das exportações brasileiras de carne bovina para todos os países do Oriente Médio (isto é, em conjunto) não é adequada, pois os volumes exportados para esses países diferem muito. Como conseqüência, eventos que ocorrem com grandes compradores podem não refletir uma tendência mais geral da região. Deste modo, optou-se por dividir esses países em dois grupos, de acordo com o volume de carne bovina que eles importam do Brasil e o perfil de consumo dos mesmos. O primeiro grupo compreende Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Israel e Líbano (grupo 1), e o segundo grupo (grupo 2) compreende os demais países, assim divididos a partir da observação dos dados gerais de comércio com o Brasil (quadro 1).

Quadro 1. Proposta de divisão do Oriente Médio em Grupos com base no perfil importador de carne bovina brasileira.

Grupo 1 Grupo 2

Arábia Saudita Bahrein Jordânia

Emirados Árabes Catar Omã

Irã Kuwait Síria

Israel Iêmen

Líbano Iraque

Fonte: Elaborado pelas autoras.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo classificação do Banco Mundial2, dentre os países do grupo 1, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes e Israel são consideradas economias de renda alta. O Líbano e o Irã são considerados países de renda média alta e de renda média baixa, respectivamente. Dentre os países do grupo 2, Bahrein, Catar e Kuwait são considerados países de renda alta. O Omã é um país de renda média alta e, com exceção do Iêmen (renda baixa), o restante possui renda média baixa (tabela 1).

O principal critério dessa classificação adotada pelo Banco Mundial é a Renda Nacional Bruta per capita. A classificação pela renda não reflete necessariamente o grau de desenvolvimento de um país, mas é um indicativo importante ao se considerar, comparativamente, o potencial dos países como consumidores de proteína animal.

Tabela 1. Renda Nacional Bruta per capita (US$ correntes) e população dos países do Oriente Médio (2004).

RNB per capita Classificação População

Kuwait 17.970³ renda alta 2.459.534

Emirados Árabes 17.790¹ renda alta 4.284.000

2 http://www.worldbank.org/

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Israel 17.380 renda alta 6.797.670

Bahrein 12.410³ renda alta 725.385

Arábia Saudita 10.430 renda alta 23.214.700

Catar ND renda alta 637.205

Omã 7.890³ renda média alta 2.659.014

Líbano 4.980 renda média alta 4.553.928

Irã 2.300 renda média baixa 66.927.850

Jordânia 2.140 renda média baixa 5.439.952

Síria 1.190 renda média baixa 17.783.090

Iraque ND renda média baixa 22.796.510²

Iêmen 570 renda baixa 19.763.010

Fonte: Banco Mundial, 2006 (World Development Indicators database). Nota: (1) 1998, (2) 1999, (3) 2003.

Como pode ser observado na tabela 1, alguns países do Oriente Médio possuem uma renda per capita bastante elevada. O próprio Banco Mundial (2005) ressalta que essa região é economicamente diversa, ou seja, é composta por economias ricas em petróleo (como os países do Golfo) e por países com grande escassez de recursos (como o Iêmen). A maior parte dos países de renda alta está na região do Golfo, rica em petróleo.

Com exceção do Irã, que apresenta grande irregularidade nas compras de carne bovina do Brasil, os países do grupo 1 são economias de renda alta (Arábia Saudita, Israel e Emirados Árabes) ou de renda média alta (caso do Líbano). Entretanto, alguns países do grupo 2, também têm renda alta ou renda média alta e estes são aqueles que compram os maiores volumes de carne do Brasil nesse grupo, à exceção da Jordânia que, apesar da renda média baixa, é o segundo maior importador desse produto no grupo, em 2005.

Os estudos do Banco Mundial sobre o Oriente Médio e sobre o Norte da África são conduzidos em conjunto e por isso, muitas vezes, os dados estão agregados para essas duas regiões. Neste caso, além dos países considerados no presente trabalho são incluídos, a Argélia, Djibuti, Egito, Líbia, Marrocos, Tunísia, Cisjordânia (Margem Ocidental) e Gaza. Ademais, dados do Iraque, Líbia, Catar, Cisjordânia e Gaza e Djibuti freqüentemente não estão incluídos em indicadores regionais do Banco Mundial, devido à falta de informações. Assim, sempre que possível, serão apresentados apenas os dados referentes aos países do Oriente Médio delimitados inicialmente neste trabalho pela classificação do Sistema Alice.

O Banco Mundial (2005) destaca que as economias do Oriente Médio são influenciadas por dois fatores principais: o preço do petróleo e políticas econômicas e estruturas que enfatizam o papel do estado. No final de 1980, as economias dessa região iniciaram reformas econômicas profundas para promover o desenvolvimento conduzido principalmente pelo setor privado. Como resultado, desde o final dos anos 90, a renda nacional bruta per capita desses países vem aumentando.

Em 2003 e 2004 o Oriente Médio apresentou grande crescimento econômico. Entretanto esse crescimento se deveu, principalmente, aos países exportadores de petróleo (tabela 2). O FMI (2005) ressalta que, de maneira geral, o crescimento econômico da região está abaixo daquele verificado no grupo dos países em desenvolvimento.

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6 A queda no crescimento dos países exportadores de petróleo3 entre 2003 e 2004 se deveu ao crescimento mais fraco no setor petroleiro. Os setores não-petroleiros desses países apresentaram expansão em 2004, devido a investimentos relacionados ao setor petroleiro (Banco Mundial, 2005 e FMI, 2005). A preocupação sobre a maneira como as receitas extraordinárias do petróleo estão sendo geridas é bastante recorrente e, embora ainda não satisfatória, observa-se maior cautela na aplicação dessas receitas. Ademais, embora a maior parte das exportações desses países esteja relacionada ao petróleo, observa-se um aumento nas exportações de outros produtos ao longo dos anos, com destaque para o Irã e o Omã.

Tabela 2. Crescimento econômico de países do Oriente Médio (1990-2004). Crescimento do PIB real (%) Média

1990-2000 2002 2003 2004* Arábia Saudita 2,7 0,1 7,2 5,0 Bahrein 5,5 5,1 6,8 5,6 Catar ND ND ND ND Kuwait 7,6 -0,4 9,9 6,8 Emirados Árabes 4,0 1,8 7,0 5,7 Iêmen 5,8 3,6 3,8 2,0 Irã 4,0 7,4 6,6 6,5 Iraque ND ND ND ND Israel ND ND ND ND Jordânia 5,1 5,0 3,2 5,5 Líbano 7,1 2,2 2,7 3,8 Omã 4,6 0,0 3,9 1,5 Síria 5,1 3,2 2,5 3,6

Fonte: Banco Mundial (2005). Nota: * estimativa.

Essa região também enfrenta desafios econômicos e sociais sérios. Um dos maiores problemas desses países é o desemprego - a criação de postos de trabalho para absorver os novos ingressantes e os atuais desempregados é fundamental. Entre 2000 e 2004, acompanhando o crescimento econômico da região, o desemprego diminuiu (graças ao aumento dos preços do petróleo). Dados agregados para o Oriente Médio e o Norte da África indicam que a taxa de desemprego caiu de 14,9% em 2000 para 13,4% em 2004. Entretanto, a taxa de desemprego entre os países dessas regiões pode variar significativamente. Em 2004, por exemplo, a taxa de desemprego na Argélia foi de quase 24%, enquanto no Egito este valor foi de 10% e na Jordânia, 14% (Banco Mundial, 2005).

Cabe destacar que dentre os países do Oriente Médio e Norte da África, estão Argélia, Marrocos e Tunísia, com taxas de desemprego bastante altas – um fato interessante, pois a Argélia é grande compradora de carnes do Brasil - isto pode ser explicado pela grande queda no desemprego entre 2000 e 2004, neste país (acompanhando seu crescimento econômico)

No que se refere ao comércio internacional desses países, houve um fortalecimento dos laços econômicos intra-regionais, principalmente depois de 2001, evidenciado pelos fluxos

3 Para o FMI, os países exportadores de petróleo, situados no Oriente Médio, são Bahrein, Irã, Iraque, Kuwait, Omã,

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7 financeiros, pelo turismo e, em menor extensão, pelo comércio de bens. O comércio intra-regional do Oriente Médio e Norte da África, embora ainda pouco explorado, elevou-se de 6,8% do total exportado em 2000 para 8% em 2003 (Banco Mundial, 2005).

O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), por exemplo, foi criado em 1981 e seus estados membros são Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar, Emirados Árabes e Omã. Seu objetivo é coordenar e integrar os estados membros em diversas áreas, inclusive política e econômica. Desde 2003, o CCG é uma união aduaneira (MRE, 2005).

O Mercosul assinou um Acordo-Quadro de Cooperação Econômica com o CCG, no início de 2005. Há também a intenção de firmar um acordo de livre comércio entre as partes. O CCG é um importante mercado consumidor (principalmente de produtos de base e manufaturados) e tem elevado potencial para financiar investimentos externos em função das receitas com o petróleo (MRE, 2005).

Um acordo de cooperação entre a UE e o CCG foi assinado em 1989. O objetivo do acordo é facilitar relações econômicas e políticas, além de estabelecer um acordo de livre comércio. As exportações da União Européia têm aumentado para o CCG, que em 2004 foi o seu sexto maior mercado de destino. Os principais produtos de exportação da UE para o CCG foram máquinas e materiais de transporte (56%). Por outro lado, a UE foi o primeiro parceiro comercial do CCG, importando basicamente combustíveis e derivados (70% das importações totais da UE provêm dos países do CCG). É importante ressaltar que os países do CCG têm acesso preferencial ao mercado da UE (Comissão Européia, 2006). Isto pode afetar as potencialidades do Brasil como fornecedor de bens em que concorre com a União Européia.

No final de 1995, foi firmada também uma parceria entre a União Européia e países do Mediterrâneo, conhecida como Euromed (Euro-Mediterranean Partnership). Os países do Oriente Médio inclusos nesta parceria são Israel, Jordânia, Líbano e Síria. Dentre seus principais objetivos está o estabelecimento gradual de uma área de livre comércio (Comissão Européia, 2006). Com estes dois acordos e outros, de menor abrangência, a União Européia tem aproximações comerciais com quase todos os países do Oriente Médio.

Destaca-se também a Liga dos Estados Árabes, mais especificamente, o acordo de criação da Área de Livre Comércio dos Países Árabes. Este acordo tem como objetivo facilitar e desenvolver o comércio entre as nações árabes, e entrou em vigor no início de 2005. Com exceção de Israel e Irã, todos os países do Oriente Médio fazem parte deste acordo (Agência de Notícias Brasil-Árabe, ANBA, 2005).

Segundo a ANBA (2005), citando informações do jornal Khaleej Times (dos Emirados Árabes), o comércio entre estes países ainda é tímido em relação às suas transações com o resto do mundo; cerca de 9%. Entretanto, dado que o acordo prevê a redução gradual das tarifas alfandegárias, espera-se que este percentual ultrapasse 60% em 3 anos. Em entrevista a este mesmo jornal, o secretário-geral para assuntos econômicos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Taha Al Tayeb Omair, ressaltou a dificuldade de implementação total do acordo e afirmou que os principais beneficiados serão os países mais industrializados e com vocação exportadora, como Emirados Árabes, Jordânia e Egito.

Já o presidente do Fundo Monetário Árabe, Jassem Al Mannai, em entrevista ao jornal

Gulf News (Emirados Árabes), demonstrou preocupação com as barreiras não tarifárias,

procedimentos alfandegários ineficientes e burocracia, que podem limitar a expansão efetiva do comércio intra-regional (ANBA, 2005).

Motivados, em parte, pelo contexto desses acordos, vários países fizeram progresso notável na reforma comercial. Observou-se queda nas tarifas médias simples e ponderadas no Irã,

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8 Jordânia, Líbano e Arábia Saudita. Em especial, o Irã obteve resultados significativos em sua reforma tarifária, resultando na redução da tarifas média simples de 40% para 20%, entre 2000 e 2004. Na região do Oriente Médio e do Norte da África como um todo, em média, as tarifas simples diminuíram de 22% em 2000 para pouco mais de 15% em 2004, uma redução de cerca de 30% na taxa. A título de comparação, países em desenvolvimento tiveram, em média, uma queda de cerca de 19%. Entretanto, excluindo-se o Irã e o Egito (que também teve grande êxito na reforma tarifária), a redução nas tarifas médias do Oriente Médio e do Norte da África foi praticamente igual à redução média mundial, pois alguns países ainda mantêm níveis absolutos elevados de tarifas (Banco Mundial, 2005).

O Banco Mundial (2005) também analisa as barreiras não-tarifárias (BNTs) aplicadas por esses países. A tabela 3 apresenta um índice (Índice de restritividade comercial total, IRCT) que sugere que as políticas comerciais em alguns países listados na tabela são altamente restritivas e que barreiras não-tarifárias são um elemento importante para restringir as importações, em especial no Marrocos, Argélia e Tunísia. Em comparação ao índice que considera apenas tarifas, a restritividade da política comercial no Oriente Médio e Norte da África é cerca de duas vezes maior quando as barreiras não-tarifárias são levadas em conta (com exceção dos países do Golfo). Tabela 3. Índice de restritividade comercial total (IRCT), para países do Oriente Médio, Norte da África e outros países em desenvolvimento (2001).

País IRCT¹ IRCT - BNTs²

Argélia 16,3 46,5 Bahrein 8,2 8,8 Egito³ 44 67,8 Jordânia 12,7 24,4 Líbano 5,5 14,2 Marrocos 25,4 50,9 Omã 10,1 15,6 Arábia Saudita 6,7 10,8 Tunísia 24,9 36,7 Chile 6,8 11,5 Índia 30 39,9 Polônia 10,8 15,2 África do Sul 7,2 8,9 Austrália 4,7 11,6

Fonte: Banco Mundial, 2005.

Nota: 1 Considera apenas tarifas / 2 Incorpora BNTs / 3 Não reflete sua reforma tarifária recente. A tabela 4 mostra o progresso da reforma comercial de países do Oriente Médio, apresentando indicadores de política comercial únicos, baseados em tarifas médias não ponderadas. A tabela evidencia ainda a posição dos países de acordo com suas tarifas médias simples e seus progressos na reforma tarifária entre 2000 e 2004.

Tabela 4. Progresso da reforma comercial no Oriente Médio e em outras regiões (2000-2004).

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9 Arábia Saudita 76 88 Bahrein 65 34 Irã 4 76 Jordânia 20 86 Líbano 81 87 África Subsaariana 29 21

Leste da Ásia e Pacífico 55 49

Europa e Ásia Central 72 64

América Latina 49 56

OCDE 93 67

Sul da Ásia 25 43

Países de renda média baixa (excl. países do OM¹ e NA²)

38 63

Fonte: Banco Mundial, 2005.

Nota: O “status atual” reflete a colocação atual do país (2004) em um rank, no qual 100 indica o país com as melhores políticas comerciais e 0, o país com as políticas comerciais mais restritivas. O “progresso da reforma” reflete a melhoria da política comercial entre 2000 e 2004, com 100 indicando o país que exibiu o melhor progresso e 0, o país que apresentou a maior piora.

1 Oriente Médio / 2 Norte da África.

Como explicado anteriormente, a análise da evolução das exportações brasileiras de carne bovina para o total da região do Oriente Médio não reflete adequadamente a sua tendência geral. O gráfico 1 mostra a evolução dessas exportações para todos os países do Oriente Médio, com exceção da Arábia Saudita, Irã e Israel. Tais países não foram incluídos nesta análise, pois ao longo do período considerado suas importações apresentaram variações pontuais significativas.

O gráfico 1 evidencia o crescimento anual tanto do volume quanto dos valores exportados pelo Brasil para essa região. Em 2005, a taxa de crescimento das exportações, em volume, foi de 31% e em valor, de 36%. As taxas de crescimento das exportações para a UE, em 2005, em volume e valor, foram de 8% e 8%, respectivamente; para a Rússia, de 90% e 132%, respectivamente; e para o Egito, também respectivamente, de 24% e 50%. As taxas mais baixas verificadas para a UE se devem às restrições abrangentes aplicadas pelo Bloco devido à ocorrência de focos de febre aftosa no Brasil, em 2005 (IEA, 2006). Na região, observa-se que o comércio brasileiro desse produto apresentou uma tendência crescente marcante a partir de 2001.

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10 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Toneladas Mil US$

Gráfico 1. Evolução das exportações brasileiras de carne bovina para o Oriente Médio, exceto Arábia Saudita, Irã e Israel (1996-2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICE-Web.

O gráfico 2 mostra a inconstância das importações de países do grupo 1 como Arábia Saudita, Irã e Israel. Este fato é relevante, pois dentre os países do Oriente Médio, estes foram os que apresentaram os maiores volumes de compra nos últimos anos, ocasionando alta variabilidade nas receitas dos exportadores. As exportações para o Líbano e para os Emirados Árabes são crescentes e estáveis ao longo do período considerado, embora em patamar inferior aos dos três países supracitados.

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 T o n el ad as

Arábia Saudita Israel Líbano Emirados Árabes Unidos Irã

Gráfico 2. Evolução das exportações brasileiras de carne bovina para o Oriente Médio, grupo 1 (1996-2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICE-Web.

No tocante aos países do grupo 2, estes compram quantidades anuais pouco significativas e bastante inferiores às dos países do grupo 1. A partir de 1998, por exemplo, os volumes

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11 exportados para os Emirados Árabes e para o Líbano (em conjunto) são superiores ao total exportado para o grupo 2. Cabe destacar o Coveite e a Jordânia neste grupo de países, pois além de serem os maiores compradores, também desde 2001 apresentaram as maiores taxas de crescimento (gráfico 3).

Analisando o perfil do comércio entre o Brasil e os dois grupos, observa-se que dentre os países do grupo 2, as carnes industrializadas têm maior participação nos volumes exportados, em especial os enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias. Este pode ser um indício de que tais produtos são efetivamente preferidos em países de menor renda ou, quando nos países mais ricos, por populações de renda inferior. Atualmente, o menor preço médio por quilo das exportações brasileiras de carne é justamente deste produto. Embora para afirmar fosse necessário avançar em estudos econométricos para medir as relações, pode-se inferir que a renda é um fator decisivo para entender o padrão de consumo dos países de renda média, que predominam neste grupo 2. Para reforçar ainda mais tal percepção, as carnes frescas e refrigeradas, mais valorizadas, têm participação pequena nas vendas para os países desse grupo.

O ambiente desértico e a necessidade de ter alimentos com facilidade de manuseio e armazenamento nesses países são fatores que podem contribuir para a preferência por este tipo de carne industrializada. 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 T o n el ad as

Coveite Jordânia Omã Catar Bahrein Iraque Iêmen Síria

Gráfico 3. Evolução das exportações brasileiras de carne bovina para o Oriente Médio, grupo 2 (1996-2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICE-Web.

As carnes de maior participação nas exportações para os países do grupo 1 são as desossadas congeladas (em volume). Esse tipo de carne tem preços maiores no mercado internacional, em comparação com as carnes exportadas para o grupo 2, garantindo receitas maiores aos exportadores. O grande volume exportado para os países do grupo 1 também contribui para isso.

Pouco a pouco, nota-se de forma mais discreta que o fornecimento de carne bovina in natura refrigerada do Brasil para os países do grupo 1 também está crescendo, ou seja, não ficando restrito a um comércio com os países mais ricos do Ocidente. Dentre os países do grupo

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12 1, os maiores compradores de carnes desossadas congeladas são Israel e Arábia Saudita. Neste grupo, o Líbano foi o maior comprador de carnes desossadas frescas e refrigeradas, seguido pela Arábia Saudita. No caso dos enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias, os Emirados são o maior país comprador.

A análise acima evidencia que além de ser possível a separação desses países em dois grupos, de acordo com o volume exportado, cada grupo apresenta um padrão de consumo diferente.

Dentre os países do grupo 2 cabe destacar o Kuwait e a Jordânia, que são os maiores compradores deste grupo. Atualmente, o principal tipo de carne exportada para o Kuwait são as carnes desossadas congeladas, como no grupo 1. Entretanto percebe-se que nos últimos anos, esse tipo de produto tem perdido participação nas exportações para esse país, enquanto que os enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias vem ganhando mais espaço. Assim, tudo indica que, se mantida esta tendência, o padrão de consumo do Kuwait será alinhado ao dos demais países do grupo 2. O mesmo pode-se dizer da Jordânia. É importante diante desta constatação analisar os demais países fornecedores no mercado internacional, visando avaliar o quanto dessa mudança pode-se dever à substituição de países de origem das exportações. Além disto, visto que em outras regiões do mundo a tendência é cair o consumo dessas preparações alimentícias de carne bovina, como o corned beef, seria oportuno verificar o perfil do comprador no Kuwait.

Outro ponto a ser destacado é que alguns países apresentam características bastante singulares como destino das exportações de carne bovina. Ao longo dos anos, por exemplo, o Brasil exportou basicamente um único tipo de produto para o Iêmen - enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias. O mesmo ocorreu com o Irã, mas para carnes desossadas congeladas. Para o Iraque, as exportações ocorreram apenas nos anos de 2003 e 2005, principalmente de enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias. Exportações para a Síria ocorreram apenas em 2004 (sobretudo de preparações alimentícias e conservas, de bovinos).

O entendimento das variações ocorridas nas exportações brasileiras para o Oriente Médio e a análise da evolução da participação do Brasil nesses países foi feita com o auxílio da base de dados de comércio das Nações Unidas (COMTRADE). Anualmente, os países reportam seus dados de importação e exportação para esta entidade, embora a base de dados de alguns países esteja desatualizada, inclusive a dos países da região do Oriente Médio. Foram utilizados também os dados de volume de exportação, reportados por todos os países do mundo, disponíveis até o ano de 2004.

Acredita-se que a participação do Brasil no volume total exportado de carne bovina para essa região seja um indicativo (aproximado) da importância do Brasil nestes mercados como fornecedor de proteína animal e de seu potencial.

Arábia Saudita

O principal produto exportado pelo Brasil para a Arábia Saudita é a carne desossada in natura (principalmente congelada). Entre 1996 e 2000, a Irlanda foi o país que mais exportou carne in natura para a Arábia Saudita, respondendo por até 75% do volume total exportado para este país, em 1998. O Brasil começou a se destacar neste mercado em 1999, quando foi responsável por 7% das compras sauditas (em volume de carne in natura). Em 2001, ano de ocorrência de focos de febre aftosa na Irlanda e países da União Européia, o Brasil acabou elevando essa participação para 73%, seguido pela Austrália, com uma participação de 16%,

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13 substituindo o produto embargado da Irlanda. Naquele ano, as exportações européias, mesmo para seus países de destino tradicionais, foram insignificantes, criando diversas oportunidades de substituição por carnes sul-americanas e australianas. Em 2002 e 2003 essa participação do Brasil continuou elevada, atendendo a 86% do total importado pela Arábia Saudita (tabela 5).

Em 2004 a participação do Brasil no total de carne in natura exportada para a Arábia Saudita cai para 57%, e a Índia, que em 2003 era responsável por atender a apenas 2% da demanda por importação desse país, passou a responder por 32%. O Paraguai foi responsável por 7% das exportações de carne in natura para a Arábia Saudita (tabela 5).

A queda das exportações do Brasil para a Arábia Saudita pode indicar uma perda de participação neste mercado para outros concorrentes, com destaque para a Índia, pois as compras de carne bovina pela Arábia Saudita vêm aumentando nos últimos anos. Em 2003, a Índia exportou quase 1.000 toneladas de carne in natura para a Arábia Saudita e em 2004, cerca de 24 mil toneladas.

Tabela 5. Evolução da participação do Brasil no total exportado pelo mundo para a Arábia Saudita, em toneladas (1996-2004).

1996 1998 2000 2002 2004

Exportações totais mundiais para

Arábia Saudita 32.581 33.206 28.911 51.099 73.436

Exportações do Brasil para Arábia

Saudita 912* 75 2.345 43.799 41.752

Participação do Brasil 3% 0% 8% 86% 57%

Fonte: Nações Unidas (COMTRADE). Nota: *ALICE-Web.

Irã

Em 2005, cerca de 97% das exportações de carne bovina do Brasil para o Irã foi de carne in natura desossada congelada. Assim como as exportações do Brasil para o Irã apresentaram-se inconstantes entre 1996 e 2004, as exportações mundiais de carne in natura para este país também variaram bastante. De 1996 a 2000, essas exportações mundiais apresentaram forte tendência de queda. Em 2001, ano de grande aumento das exportações brasileiras para o Irã, as exportações mundiais aumentaram também e o Brasil passou a ser o país com maior parcela do mercado de carne in natura para este país (72%), seguido pela Índia (28%). Em 2000 a participação da Índia nas exportações mundiais de carne in natura para o Irã havia sido de 64%. O Brasil foi o país que mais aumentou suas exportações e sua participação nas exportações de carne in natura para o Irã em 2001.

A crise sanitária nos países europeus não é a grande responsável pela elevação das exportações do Brasil já que, nesta época, a participação de países europeus nas exportações mundiais para o Irã era pequena. O melhor desempenho brasileiro pode ser explicado não apenas pelo grande aumento das exportações em relação aos demais países, mas também pela ocorrência de casos de febre aftosa na Índia em 2001 (USDA, 2002). A Índia é um país que tem presença constante neste mercado e que durante muitos anos foi responsável pela maior parte do abastecimento externo de carne in natura para o Irã.

No ano de 2002, as exportações brasileiras para o Irã apresentaram forte queda, bem como as exportações mundiais. No entanto, a Índia não exportou para este mercado neste ano, e o

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14 Brasil respondeu por cerca de 99% do total vendido ao Irã. Este fato deve ser interpretado com cautela, pois é possível que alguns países não tenham reportado seus dados para as Nações Unidas, portanto baseado em dados preliminares.

As exportações mundiais e brasileiras aumentaram em 2003 e 2004. O Brasil mantém uma elevada participação no total exportado para o Irã (63,6 mil toneladas equivalentes a 89% do total exportado mundialmente para o país), e a Índia voltou a exportar carne para este país, mas em volumes inferiores aos de 2001 (cerca de 8 mil toneladas), o que reduz sua participação nas exportações mundiais (11% em 2004).

Israel

Cerca de 86% do total exportado de carne bovina do Brasil para Israel é, atualmente in natura desossada congelada. Deste modo, a análise que se segue refere-se às carnes in natura, de maior importância do ponto de vista comercial.

A análise da evolução das exportações mundiais de carne in natura para Israel, entre 1996 e 2004, revela que os principais países exportadores para este mercado são Brasil, Argentina e Uruguai. Ao longo do período considerado estes três países disputam a maior participação. No início do período em análise, a Irlanda tinha participação significativa neste mercado, mas gradualmente foi reduzindo suas vendas, o que ocorreu mesmo antes de 2001 (tabela 6). Uma suposição é que este fato pode estar relacionado com as preferências da própria população de Israel, que comparativamente a outros países da região, tem um nível maior de renda per capita e não depende de exportações de petróleo. De fato, este país é o único que vem, no período estudado, se abastecendo de carne bovina in natura preferencialmente na região do Mercosul.

As exportações mundiais de carne in natura para Israel foram crescentes entre 1996 e 2004. No caso das exportações brasileiras, destacam-se os aumentos em 2000 e 2001, e a queda no ano de 2002 (tabela 6).

Tabela 6. Evolução das exportações e da participação dos principais exportadores de carne in natura para Israel (1999-2004).

1999 2000 2001 2002 2003 2004 Exportações (toneladas) Uruguai 28.920 26.291 20.291 25.756 19.812 8.756 Argentina 11.926 16.437 6.813 9.515 18.037 31.033 Brasil 5.704 12.436 34.433 19.239 19.162 23.149 Total mundial 58.698 59.155 63.347 55.379 57.647 71.079 Participação Uruguai 49% 44% 32% 47% 34% 12% Argentina 20% 28% 11% 17% 31% 44% Brasil 10% 21% 54% 35% 33% 33%

Fonte: Nações Unidas.

O aumento das exportações brasileiras em 2000 e 2001 coincide com o aumento das exportações mundiais também. Observa-se que os principais exportadores não acompanharam essa tendência, o que contribuiu para aumentar a participação do Brasil neste mercado. Em 2002, as vendas brasileiras caíram para Israel, em detrimento do aumento pelo Uruguai e Argentina.

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15 No caso das vendas de miúdos, que em 2005 responderam por 6% das exportações brasileiras para Israel (em volume), estes três países também disputam a maior participação, especialmente após a diminuição das exportações dos Estados Unidos e da Austrália.

Emirados Árabes e Líbano

As exportações mundiais de carne in natura para os Emirados se elevaram entre 1996 e 2004. Em 2004 o Brasil respondeu por 23% desse total e a Índia, por 62%. Entre 1996 e 2004 a Índia foi o país que teve as maiores participações nas exportações mundiais para este país.

No caso das carnes industrializadas, também há um aumento das exportações mundiais para os Emirados e, em 2004, o Brasil atendeu a 56% dessas exportações, seguido pela Dinamarca (20%), que antes deste ano detinha as maiores participações junto com a França.

Em 2005, cerca de 70% das exportações do Brasil para o Líbano foi de carne in natura desossada fresca e refrigerada. Entre 1996 e 2004, o Brasil aumentou suas exportações, passando à frente da Índia e ficando com 62% das exportações das carnes in natura, em 2004. Nota-se que o Líbano difere no perfil de compra dos demais países do grupo, já que importa carne in natura fresca do Brasil, diferentemente de Irã, Israel e Arábia Saudita.

O gráfico 4 traz as participações brasileiras nas exportações mundiais de carne bovina in natura para estes países, em anos selecionados. Ressalta-se que o aumento da participação do Brasil, entre 2000 e 2002 se deve a questões sanitárias em países europeus e na própria Índia, no início de 2001. Nestes mercados, a Índia de forma geral possui participação expressiva nas exportações mundiais. O USDA (2002) também atribuiu a redução da participação da Índia em alguns mercados devido a desvalorização cambial no Brasil e na Argentina, o que aumentou a competitividade de suas vendas externas.

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 1996 1998 2000 2002 2004

Irã Líbano Arábia Saudita Israel Emirados Árabes

Gráfico 4. Participação do Brasil nas exportações mundiais de carne bovina in natura para os países do grupo 1, em anos selecionados (em volume).

Fonte: COMTRADE.

O gráfico 5 também mostra a evolução da participação do Brasil nas exportações mundiais de carne bovina industrializada para os países do grupo 2, em anos selecionados. Observa-se que, de maneira geral, o Brasil elevou sua parcela no total global exportado, que por sua vez apresentou aumentos expressivos ao longo do período considerado (1996-2004). Para o

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16 grupo 2, existem alguns países que freqüentemente respondem pelo fornecimento de volumes significativos de carne bovina industrializada, como é o caso da França, Dinamarca e Jordânia.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1996 1998 2000 2002 2004

Omã Jordânia Catar Bahrein Kuwait Síria Iêmen

Gráfico 5. Participação do Brasil nas exportações mundiais de carne bovina industrializada para os países do grupo 2, em anos selecionados (em volume).

Fonte: COMTRADE.

Outra variável relevante para discutir a evolução do perfil comercial na região do Oriente Médio é a evolução dos preços médios dos principais tipos de carnes vendidas a estes países, que é ilustrada nos gráficos 6 e 7. Ao longo dos anos estes preços tenderam a se igualar aos preços médios das exportações para os demais países do mundo4. Outro aspecto relevante é que, atualmente, os preços das exportações para os países de ambos os grupos não divergem de maneira significativa.

No caso da carne in natura congelada, os preços médios nas vendas brasileiras para o Oriente Médio são um pouco inferiores aos preços nas vendas para o resto do mundo (gráfico 6). Entretanto, no caso das carnes industrializadas (mais especificamente os enchidos, miudezas, sangue e preparações), estes preços são ligeiramente superiores aos observados nos demais países do mundo (gráfico 7), identificando que no caso do Oriente Médio, o produto industrializado tem uma valorização maior do que em outros mercados atendidos pelo Brasil. Este resultado é coerente com o perfil exportador brasileiro que destina as carnes mais nobres para a União Européia, Chile e outros mercados ocidentais, que têm preferência por carnes frescas. De qualquer modo, é visível que o diferencial em favor dos valores médios de produtos destinados a outros mercados caiu em relação aos preços médios praticados em toda a região do Oriente Médio.

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17 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 U S $ /k g

Grupo 1 Grupo 2 Demais países do mundo

Gráfico 6. Preço médio das exportações de carnes desossadas congeladas (NCM 0202.30.00) do Brasil para o grupo 1, grupo 2 e demais países do mundo (1996-2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICE-Web.

Ressalta-se ainda que, embora a receita total obtida com as exportações para os países do grupo 1 seja bastante superior às receitas totais obtidas com o grupo 2, nem sempre os países daquele grupo apresentam preços médios superiores aos países do grupo 2. Destaca-se o preço médio das exportações de carne in natura fresca e refrigerada para o Bahrein e preço médio das in natura congeladas para o Omã.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 U S $ /k g

Grupo 1 Grupo 2 Demais países do mundo

Gráfico 7. Preço médio das exportações de enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias (NCM 1601.00.00) do Brasil para o grupo 1, grupo 2 e demais países do mundo (1996-2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICE-Web.

Considerando o número de países atendidos atualmente pelo Brasil no mercado de carne bovina, é interessante verificar a sazonalidade das vendas brasileiras para os distintos mercados,

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18 buscando identificar inclusive se as vendas para os países se distribuem igualmente ao longo do ano, e se há problemas de concentração sazonal.

A análise dos índices de sazonalidade para os países do Oriente Médio revela que, de maneira geral, não há um padrão sazonal claro nas vendas de carne do Brasil para essa região. Tradicionalmente, os meses de menores volumes de venda são Maio, Outubro e Novembro. Janeiro é o mês de maior concentração nas exportações para a região. Os preços também não apresentam padrão sazonal claro – sendo ligeiramente superiores em Maio, Setembro e Outubro e inferiores em Dezembro (gráfico 8).

No caso da Rússia, o maior país importador de carne bovina do Brasil no último ano, as exportações se intensificam em Maio e se concentram principalmente entre Julho e Novembro, quando alcançam o maior volume de vendas. As exportações de carne in natura brasileira para a UE se concentram nos meses de Março a Julho, alcançando maior volume de vendas nos meses de Junho e Julho, segundo estudo de Miranda (2001), coincidindo inclusive com a entressafra da pecuária bovina no Brasil. Os preços médios de exportação para a Rússia variam pouco ao longo do ano, apresentando valores ligeiramente mais elevados em dezembro, resultado semelhante ao que foi encontrado por Miranda (2001) para a UE.

Observa-se, portanto, que estes três blocos de importadores de carne bovina brasileira têm o auge de seus embarques em períodos não coincidentes, o que sugere uma complementaridade nas vendas. 0 20 40 60 80 100 120 140

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ín

d

ic

es

Índice sazonal (volume) Índice sazonal (preço)

Gráfico 8. Índices de sazonalidade para os volumes e os preços das exportações de carne bovina brasileira para o Oriente Médio (1996 a 2005).

Fonte: MDIC/SECEX/ALICEWEB. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo analisar o potencial de importação de carne bovina dos países do Oriente Médio, no contexto dos denominados novos mercados.

A diversidade econômica do Oriente Médio, em especial no que se refere ao nível de renda per capita de alguns países, indica que há potencial de aumento das importações de carne bovina por algumas economias dessa região.

O Banco Mundial (2005) ressalta algumas transformações fundamentais para o crescimento elevado e sustentável da região tais como, 1) transição de uma economia fechada

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19 para uma economia mais aberta, o que proporcionaria a criação de indústrias mais competitivas e o acesso a novas tecnologias, 2) transição para uma economia na qual o setor privado tem o papel primordial, fornecendo as bases para a criação de novos empregos e, 3) transição de uma economia altamente dependente do petróleo para economias mais diversificadas, reduzindo a dependência da região de fontes de crescimento voláteis (concentração atual das exportações em alguns mercados e commodities). Para que todas essas mudanças se concretizem são necessárias políticas em diversas frentes, com destaque para as reformas na sua estrutura de governança.

Em 2003 e 2004 o Oriente Médio apresentou crescimento econômico satisfatório. Entretanto, é preciso destacar que esse crescimento se deveu, principalmente, aos países exportadores de petróleo e que este crescimento está abaixo daquele verificado pelos países em desenvolvimento de modo geral.

No tocante aos preços médios das exportações de carne bovina para estes mercados, atualmente, eles apresentam preços médios similares aos mundiais – o que poderia indicar que as possibilidades no curto prazo para elevar as receitas de vendas brasileiras estão mais relacionadas a aumentar as quantidades exportadas, até porque produtos com maior valor de mercado, como as carnes frescas não são os principais importados por estes países em termos de carnes bovinas. É preciso considerar também que a distância é um fator relevante e merece estudos futuros detalhados, pois o frete e a forma de venda dos países (FOB ou CIF) são elementos que podem definir uma maior inserção nesses mercados mais distantes.

Destacou-se ainda o progresso da reforma comercial destes países, o que pode favorecer o aumento das exportações brasileiras, mas também de outros fornecedores. Paralelamente, é necessário intensificar acordos comerciais com a região – o que a União Européia já faz há algum tempo.

O Brasil também deveria priorizar as vendas para os países do grupo 1, pois estes são os que apresentam renda mais elevada e, portanto, maior potencial de aumento do consumo. Isto não significa descartar o grupo 2, já que alguns países deste grupo também apresentam nível de renda e crescimento satisfatórios. O Líbano em especial, pode representar um bom mercado para a expansão das vendas de carnes in natura, frescas e refrigeradas.

Não obstante, as exportações brasileiras de carne bovina para esta região devem manter a tendência de aumento, desde que estes países mantenham ou melhorem seu desempenho econômico e progridam em suas reformas comercias. A evolução do mercado do petróleo é uma variável relevante à medida que os principais mercados compradores da região são economias dependentes das exportações desse produto. Entretanto, é preciso estar atento a alguns fornecedores como a Índia, em especial para o grupo 1, pois este país tem participações significativas nas exportações mundiais para o Oriente Médio. No caso dos países do grupo 2 (que compram do Brasil, principalmente carnes industrializadas), deve-se atentar para a França e a Dinamarca, e neste caso o fator responsável pela grande participação destes países nas exportações mundiais pode estar relacionado a vantagens logísticas e acordos preferenciais.

Por fim, ressalta-se a dificuldade em obter estatísticas sobre esses países, seja pela inconstância com que divulgam seus dados para entidades internacionais ou pela carência de informações disponíveis em língua inglesa.

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20 ANGELO, J. A.; GONÇALVES, J. S. Impactos da aftosa nas vendas externas de carne bovina não-processada. Instituto de Economia Agrícola, 24 fev. 2006. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=4780> Acesso em: 20 mar. 2006.

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21 MIRANDA, S.H.G de. Quantificação dos efeitos das barreiras não-tarifárias sobre as exportações brasileiras de carne bovina. Piracicaba, 2001. 233p. Tese (Doutorado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

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Referências

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