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A DERROTA DOS CAMPONESES PELA FARSA DA REFORMA AGRÁRIA DO MDA/INCRA NO GOVERNO LULA 1

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Academic year: 2022

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A DERROTA DOS CAMPONESES PELA FARSA DA REFORMA AGRÁRIA DO MDA/INCRA NO GOVERNO LULA1

Ariovaldo Umbelino de Oliveira2 arioliv@usp.br

“Talvez o principal erro do PT, uma vez no governo, tenha sido abandonar o que possuía de mais precioso: a rede de apoio dos movimentos populares. Foram eles que construíram o partido e deram-lhe legitimidade e representação; deles veio a maioria dos eleitos pelo PT; neles e por eles se alinhavava a capilaridade que tornava o partido quase onipresente no território nacional e, ao mesmo tempo, imprimia-lhe autoridade política e poder de mobilização jamais encontrados em qualquer outra agremiação partidária brasileira.” (Frei Betto, “A Mosca Azul – reflexão sobre o poder”)

1. Introdução

O documento oficial sobre o II PNRA – Plano Nacional de Reforma Agrária está no site3 do Ministério do Desenvolvimento Agrário, na página 38 está a relação das onze METAS do II PNRA - 2003/2006, das quais reproduzo cinco delas: “META 1 - 400.000 novas famílias assentadas; META 2 - 500.000 famílias com posses regularizadas; META 3 - 150.000 famílias beneficiadas pelo Crédito Fundiário; META 4 - Recuperar a capacidade produtiva e a viabilidade econômica dos atuais assentamentos; e META 7 - Reconhecer, demarcar e titular áreas de comunidades quilombolas.”

Nos documentos originais aprovados pelo Lula em 2003, estava também, a distribuição de algumas metas pelos diferentes anos de governo. Isto que dizer que o MDA/INCRA sempre soube muito bem a distinção entre a meta dos assentamentos novos e as metas da regularização fundiária. Obviamente, sempre foram metas distintas, porque não são as mesmas coisas.

1 Trabalho apresentado na Comunicação Coordenada: “Território e Campesinato: Referenciais para uma

Análise Geográfica” – 14º ENG – AGB – Rio Branco-AC, 16 a 21 de julho de 2006

2 Professor Titular do Departamento de Geografia – FFLCH – USP e do Instituto Iánde.

3www.mda.gov.br/aquivos/PNRA_2004.pdf, consultado em 02/03/2006 às 16:24hs.

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Mesmo assim, o MDA/INCRA divulgou desde 2003 estas duas metas somadas, e mais, acrescentou a elas o reconhecimento de assentamentos antigos para fim de incluir as famílias no Pronaf, e outros programas do ministério; incluiu também o reconhecimento de famílias que “adquiriram” o lote mesmo juridicamente não pudessem fazê-lo.

Isto quer dizer que desde 2003 o MDA/INCRA vem enganando a sociedade brasileira e particularmente o Presidente Lula e mais ainda os movimentos sociais que lutam pela reforma agrária. Quando divulga um dado total que é produto da soma de metas desiguais, tentam passar para todos que estes dados referem-se ao cumprimento da meta 1, referente aos assentamentos novos reivindicados pelos movimentos sociais.

Assim, a mídia vai repetindo os números divulgados oficialmente e são eles que ficam na memória coletiva da população, como se de fato o governo tivesse feito os assentamentos e os movimentos sociais que estão “errados, pois não se contentam com nada”. Pior do que isso, o MDA/INCRA vai escondendo a verdade de todos: NÃO ESTÁ CUMPRINDO AS METAS DOS ASSENTAMENTOS NOVOS. O motivo desta postura é uma só: NÃO querem fazer nem a reforma agrária do II PNRA. O porquê todos que participaram em 2003 da elaboração do II PNRA, já sabiam: ou os representantes da corrente Democracia Socialista do PT, que ocupam os cargos no MDA, entendem que, a reforma agrária não é mais necessária em termos teóricos, políticos e ideológicos; ou são incompetentes como gestores públicos.

Assim, os dados de 2003 e de 2004 já foram divulgados no total, já escondiam, portanto, a incapacidade do MDA/INCRA em cumprir as metas que eles mesmos colocaram no II PNRA. Mas a divulgação dos dados de 2005 a petulância do MDA/INCRA ultrapassou todos os limites da paciência política inclusive dos militantes petistas. Continuaram a farsa da reforma agrária, divulgando dados que não correspondem à realidade das metas do II PNRA, e ainda, divulgaram nota oficial onde tiveram o desplante de afirmar que: “O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel

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Rossetto, e o Presidente do INCRA, Rolf Hackbart, anunciaram hoje que o Brasil superou a meta de assentamentos prevista no Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária. Trata-se do melhor desempenho da Reforma Agrária em toda a nossa história.”

(http://www.mda.gov.br/index.php?ctuid=8071&sccid=134, acessado dia 02/03/2006 às 17:33hs).

Tratava-se de mais uma grande mentira, pois a farsa já havia sido detectada em 2004.

Mas, como também fez em 2004 sobre os dados de 2003, o MDA/INCRA tratou de divulgar a relação dos nomes dos assentados.

Neste momento a mentira apareceu na página do MDA/INCRA na Internet. Primeiro divulgaram a listagem com o ano do assentamento, mas dias depois, retiraram esta listagem e colocaram outra sem os anos dos assentamentos. A prova do crime está na cópia antes colocada, como exemplo da parte inicial da listagem:

Esta relação estava no site do INCRA no dia 23/01/2006 às 23:25hs, quando a baixei em meu computador. Entretanto, para meu espanto e certamente de muitas outras pessoas que acessam as páginas do governo na Internet, quando, no Instituto Iánde, baixei novamente o citado arquivo que estava disponível no site do INCRA, no dia 13/02/2006 às 13:27hs, fui alertado por Camila Salles de Faria e Maira Bueno Pinheiros, que a nova listagem baixada não continha mais os anos dos

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assentamentos, como pode ser visto pelos mesmos dados que iniciam a listagem, e onde está escrito no título “RELAÇÃO DE BENEFICIÁRIOS ASSENTADOS NO ANO DE: 2005”:

Portanto, MDA/INCRA agiu efetivamente, de forma intencional em tentar esconder qualquer possibilidade de descoberta das irregularidades com os dados. A pergunta que pode ser feita neste momento é aquela simples: porque este ato? É óbvio, foi porque que é, através dos anos dos assentamentos, que se pode descobrir que os assentamentos não eram de 2005. Parece que neste caso também, prevaleceu outro ditado popular: “a mentira teve perna curta”.

Assim, a divulgação dos dados relativos à quase todas as metas como sendo de famílias assentadas genericamente, é descumprir o preceito constitucional do dever para quem ocupa cargo público, qual seja, o do cumprimento da norma legal.

O MDA/INCRA não cumpriu os termos do II PNRA, quando divulgou os dados, de 2003, 2004 e particularmente de 2005. Ou seja, agregou os números das diferentes metas informando como se todas fossem relativas à Meta 1 – Novas famílias assentadas. Dessa forma, o MDA/INCRA parece estar “inventando um novo conceito

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de reforma agrária ampla”. Como pode ser visto até para mentir são incompetentes.

Não consigo encontrar explicações do porque o Presidente Lula ainda mantém nos cargos do MDA/INCRA estes senhores liderados por Miguel Rosseto, pois mesmo depois de sua saída do ministério para disputar as eleições de 2006 no Rio Grande do Sul, todos seus subordinados continuam praticamente nos mesmos cargos. Aliás, é preciso ficar escrito também, que não consigo entender ainda muito bem, porque os movimentos sociais ainda não pediram ao Lula a cabeça de todos estes incompetentes do MDA/INCRA.

2. A farsa da Reforma Agrária do MDA/INCRA

Para ilustrar os equívocos cometidos nesta ação de inflar os números da reforma agrária propriamente dita, destaco entre os dados divulgados referentes a 2005, a inclusão da seguinte “pérola” na listagem publicada na página do INCRA na Internet e as respectivas provas:

- No município de Barra do Corda estado do Maranhão, foram consideradas na estatística de 2005, um total de 947 famílias do projeto integrado de colonização PIC Barra do Corda, pasmem, do ano de 1942, do governo Getúlio Vargas. Entretanto, tudo indica tratar-se de reconhecimento das famílias já assentadas para fins de sua inserção nas políticas do governo, mas nunca, novos assentamentos do governo LULA. São, portanto, casos típicos de reordenação de assentamentos antigos.

Dessa forma, se na primeira relação é possível identificar o ano do assentamento, na segunda isto se torna impossível, e o assentamento de 1942, transforma-se em um assentamento de 2005 do governo Lula.

Continuo não acreditando que o Presidente República saiba e concorde com esta farsa que Miguel Rosseto e sua equipe fazem no MDA/INCRA.

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Dessa forma, poder-se-ia neste momento também, argumentar com os mesmos argumentos do MDA/INCRA, ou seja, se é para somar as metas 1 e 2, o total a ser alcançado seria outro.

Ano Meta 1

assentamentos novos

Meta 2

regularização fundiária

TOTAL ANO

2003 30.000 0 30.000

2004 115.000 150.000 265.000

2005 115.000 150.000 265.000

TOTAL 260.000 300.000 560.000

Os resultados que deveriam ter sido alcançados pela soma das duas metas, assentamentos novos e regularização fundiária, deveria ter chegado em 2005, a 560.000 famílias, produto da soma dos assentamentos novos mais a regularização fundiária.

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Quando se observa o total alcançado até agora pelo MDA/INCRA com a soma das duas metas verifica-se que ele é de 245.058. O que quer dizer que a incompetência de Miguel Rosseto e sua equipe ficou também demonstrada, pois cumpriram apenas e tão somente, 43,8% das metas estabelecidas. Estão devendo para as metas dos três primeiros anos, entre assentamentos novos e regularização fundiária 314.942 famílias assentadas. A tabela a seguir trás os dados que testemunham esta incompetência:

Ano METAS 1 E 2 TOTAL/ANO

METAS 1 E 2 REALIZADAS TOTAL/ANO

DIFERENÇA META X REALIZAÇÃO

2003 30.000 36.308 6.308

2004 265.000 81.254 - 183.746

2005 265.000 127.496 - 137.504

TOTAL 560.000 245.058 - 314.942

3. A NÃO reforma agrária do governo Lula ou, o MDA/INCRA não está cumprindo as metas do II PNRA

Quando se analisa os dados sobre a reforma agrária no governo Lula, verifica-se que em 2003, o número de famílias anunciadas oficialmente foi de 36.301. Entretanto, deste total, assentamentos novos em 2003 foram apenas 9.233. O Relatório Preliminar de 2004 do DATALUTA – Banco de dados da Luta pela Terra do NERA – Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária do Departamento de Geografia da UNESP de Presidente Prudente4, coordenado por FERNANDES, B.M., e que faz ano a ano o expurgo dos dados divulgados pelo INCRA desde o governo FHC, indica que o número exato de assentamentos realizados em 2003 foi de 24.020 famílias, ou seja, 9.233 famílias de assentamentos efetivos de 2003, e outras 14.787 famílias assentadas em assentamentos anteriores a este ano. As 12.281 famílias restantes são números da reordenação, reconhecimento e regularização fundiária em 2003.

Partindo-se pois, dos dados obtidos pelo NERA, a diferença entre o número de

4http://www2.prudente.unesp.br/dgeo/nera/telas/projetos.htm acessado em 03/03/2006 às 0,51hs.

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famílias assentadas e a meta de 2003 (30 mil famílias), seria negativa em 5.980 famílias.

Em 2004, as cifras do INCRA/MDA indicaram 81.184 famílias, deste total, 25.735 famílias (44%) referem-se a assentamentos realizados em 2004, e 9.705 famílias em assentamentos iniciados de 2003. Mas, 45.744 famílias tiveram suas RBs homologadas em assentamentos anteriores a 2003, ou seja, 56% do total.

Mas, pelo “expurgo” dos dados feitos pelo NERA, o número efetivo ficou em 34.185 famílias5. Assumindo-se os dados relativos às famílias nos assentamentos efetivos do governo LULA nos dois primeiros anos, seriam no máximo 43,4 mil famílias. Como também, em 2004 o MDA/INCRA não cumpriu as metas do ano (115 mil famílias) a diferença, segundo os dados do NERA seria negativa em 80.815 famílias, que por sua vez, somadas à diferença negativa de 2003, também apurada pelo NERA, acumularia uma diferença negativa de 86.795 famílias.

Quanto aos dados de 2005, o MDA/INCRA anunciou 127.506 famílias assentadas e mais, logo somou a eles os números dos anos anteriores chegando à cifra de 245.061 famílias nos três anos do governo LULA. Em minha modesta opinião, só há uma explicação para essa postura: esconder o essencial. Não tenho mais dúvida nenhuma de que o MDA/INCRA, não cumpriu as metas dos assentamentos novos, e isso foi feito intencionalmente, ou seja, não queriam (desde 2003) fazer a reforma agrária e por isso não a fizeram.

Por isso, os dados de 2005 divulgados também, tiveram que ser reclassificados estatisticamente, segundo os seguintes grupos:

- reordenação fundiária (substituição e/ou reconhecimento de famílias presentes nos assentamentos já existentes) - um total de 47,6 mil famílias;

- regularização fundiária (Reconhecimento do direito das famílias - populações tradicionais, extrativistas, ribeirinhos, pescadores posseiros, etc. - já existentes nas

5 Idem.

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áreas objeto da ação (flonas, resex, agroextrativista, desenvolvimento social, fundo de pastos, etc.) - um total de 32,8 mil famílias.

- reassentamentos fundiários de famílias atingidas por barragens (proprietárias ou com direitos adquiridos em decorrência de grandes obras de barragens e linhas de transmissão de energia realizadas pelo Estado e/ou empresas concessionárias e/ou privadas) - um total de 1,6 mil famílias.

- reforma agrária (Assentamentos decorrentes de ações desapropriatórias de grandes propriedades improdutivas, compras de terra e retomada de terras públicas griladas.) - um total de 45,5 mil famílias.

Assim, das 127,5 mil famílias 82 mil não se referem à reforma agrária de fato, ou seja, ao cumprimento da Meta 1 do II PNRA. Quando se procede a comparação entre os assentamentos efetivamente realizados e a distribuição pelas Superintendências Regionais das metas previstas para o cumprimento da Meta 1 do II PNRA, o resultado revela que na região Sul, menos de 12% da meta foi atingida. Na região Sudeste e na região Centro Oeste os percentuais foram parecidos de 35% e 34%. Na região Nordeste por sua vez, o percentual ficou em 55% e na região Norte em 30%.

Assim, o governo LULA fechou o terceiro ano do mandato, acumulando uma diferença negativa na relação números alcançados e metas estipuladas de 69.491 famílias em 2005, que somadas às outras diferenças negativas dos anos anteriores da uma cifra de 156.286 famílias pelos indicadores do NERA em 2003 e 2004, e de 171.073 famílias pelos meus cálculos. Isto quer dizer que o MDA/INCRA assentou referente à Meta 1 do II PNRA, apenas e tão somente 89.927 famílias, ou 34,2% das metas estabelecidas para os três primeiros anos de governo. Pode-se concluir, portanto, que a teoria do um terço das metas se manteve constante, e com ele a tese da não reforma agrária.

Curiosamente, quando se compara os números inflados de FHC com os de LULA, verifica-se que a capacidade de inflar dados da reforma agrária do MDA/INCRA foi

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aperfeiçoada, pois o “balão” está mais alto. O gráfico a seguir dá a dimensão desse fato comparativamente.

Mas quando, por dever de ofício, aprofunda-se na análise dos resultados efetivos alcançados pelo governo LULA no campo da reforma agrária a situação é outra. O gráfico a seguir procura fazer essa comparação entre números oficiais, números expurgados e metas.

Como se pode ver, é praticamente impossível o governo em seu quarto ano, cumprir a Meta 1 do II PNRA, pois o déficit já é maior do que a meta deste ano de 2006. Este é o quadro com o qual os movimentos sociais terão que trabalhar para construir suas estratégias e táticas de ações. Não há mais como alimentar ilusões, LULA fechará este governo também, sem ter feito a reforma agrária.

30.716 41717

66837

98740 99201

69929 73754

43486

36308 81254

127.511

0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000

Fonte: INCRA Org.: OLIVEIRA, A.U., USP, ABRA E IANDÉ

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

BRASIL - REFORMA AGRÁRIA - Nº DE FAMÍLIAS ASSENTADAS

1º Governo FHC 2ºGoverno FHC Governo LULA

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36.308 30.000

24.020 5.980

81.254 115.000

35.185 79.815

85.795 127.496

115.000

45.509 69.491

155.286 140.000

0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000

Fonte: INCRA Org.: OLIVEIRA, A.U. - USP, ABRA e IANDÉ

2003 2003 2003 2003 2004 2004 2004 2004 2004 2005 2005 2005 2005 2005 2006

BRASIL - ASSENTAMENTOS DE REFORMA ABRÁRIA - GOVERNO LULA

Assentamentos oficiais Metas II PNRA Reforma Agrária Diferença no Ano Diferença Acumulada

A derrota dos acampados é muito cara. Não há como explicar que em 2003, apenas 19% deles foram assentados em termos gerais para o país. Porém, quando se toma os dados regionais, nas regiões do agronegócio, mais de 90% das famílias tiveram quer permanecer acampadas.

A situação em 2004, não mudou muito, pois apenas 32% das famílias chegaram aos assentamentos. Mas nas regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul, mais de 80% das famílias tiveram que permanecer debaixo das lonas pretas dos acampamentos.

O quadro de 2005 também não foi diferente, pois já se estima que os acampados tenham chegado à casa dos 230 mil. E lembrar que eles eram 60 mil no último ano do segundo mandato de FHC!

Segundo os dados da Ouvidoria Agrária do MDA, no ano de 2005 o país conheceu 221 ocupações de terras. Os estados de Pernambuco e São Paulo destacaram-se com 37 e 36 ações respectivamente. Depois vieram o Distrito Federal, Bahia, Paraná, Minas Gerais e Pará.

No conjunto, o ano de 2005 foi marcado segundo a CPT por 433 ocupações de terras envolvendo cerca de 50 mil famílias. Quanto aos acampamentos, foram mais 89

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concentrando mais de 17 mil famílias ainda segundo a CPT. Logo, o crescimento da luta pela terra continua sua marcha.

BRASIL - OCUPAÇÕES DE TERRA - 2005

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40

AC RO AM RR AP PA TO MA MT PI CE RN PB PE AL SE BA GO DF MS MG ES RJ SP PR SC RS

Fonte: MDA Org.: OLIVEIRA, A.U. - USP - IÁNDE

Os derrotados foram os movimentos sociais, pois saíram enganados nas reuniões de acompanhamento onde sempre ouviram o discurso de que a reforma agrária seria feita. Mas, os grandes derrotados foram os camponeses em geral e com eles uma parte da sociedade brasileira, que permanece na esperança de que um dia, a dívida social da reforma agrária seja verdadeiramente paga.

Não há outro caminho para os camponeses que sempre lutaram pela reforma agrária, continuar seguindo a palavra de ordem talvez mais antiga: “a luta continua”

companheiro, inclusive contra o próprio governo do companheiro Presidente Lula.

Parece que a sina dos que lutam pela reforma agrária como escreveu Frei Betto em “A Mosca Azul”, é nunca poder perder a esperança:

“ A esperança é um pássaro em vôo permanente. Segue adiante e acima de nosso olhos, flutua sob o céu azul, não se lhe opõe nenhuma barreira.”

(no já frio fim de outono do quarto ano da decepção com a reforma agrária do governo LULA, mas, na esperança do acordar dos movimentos sociais)

Referências

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