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Association between the Harmful Use of Social Networks and Depression in Adolescents: A Systematic Review Associação entre uso Nocivo das Redes Sociais e a Depressão em Adolescentes: Uma Revisão Sistemática Artigo de Revisão

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Associação entre uso Nocivo das Redes Sociais e a Depressão em Adolescentes: Uma Revisão Sistemática

Ana Beatriz Callou Sampaio Neves¹, Andrezza Gomes da Rocha¹, Isabela Callou Sampaio Neves², Antonio Marlos Duarte de Melo³

Resumo: A internet tem sido uma ferramenta bem consolidada mundialmente e assim exerce suas influências positivas e negativas. O uso problemático da internet e redes sociais em adolescentes têm sido tema de pesquisas sobre a relação de dependência, depressão e outros transtornos mentais. Esse trabalho visa descrever, de acordo com o meio científico, quais os mediadores, os fatores de risco, os de proteção, a exposição virtual e o uso de substâncias tóxicas legais e ilegais que esses adolescentes estão sujeitos ao utilizar a internet de maneira disfuncional. É um assunto que levanta discussões e divergências entre o suposto vínculo das redes sociais e a depressão em adolescentes, além de que, requer uma atenção para definições formais de doenças, diagnóstico e tratamento.

Palavras-chave: Depressão. Redes sociais. Adolescentes.

Association between the Harmful Use of Social Networks and Depression in Adolescents: A Systematic Review

Abstract: The internet has been a well-established tool worldwide and thus exerts its positive and negative influences. The problematic use of the internet and social networkings in adolescents has been the subject of research on the relationship of dependency, depression and other mental disorders. This work aims to describe, according to the scientific environment, which mediators, risk factors, protection factors, virtual exposure and the use of legal and illegal toxic substances that these adolescents are subject to when using the internet in a dysfunctional way. It is a subject that raises discussions and divergences between the supposed link of social networks and depression in adolescents, in addition to that, it requires attention to formal definitions of diseases, diagnosis and treatment.

Keywords: Depression. Social networkings. Adolescents.

_______________________

¹ Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil.

E-mail: beatrizcallou@gmail.com;

² Hospital das Clínicas da Unidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

³ Hospital Regional do Cariri, Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. marlos_duarte@outlook.com

Artigo de Revisão

DOI: 10.14295/idonline.v14i51.2622

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Introdução

A depressão, um dos principais problemas de saúde mundial, vem acometendo um grande número de adolescentes, que veem sua saúde mental se transformando com o uso problemático das redes sociais nos últimos 10 anos (MEMON et al., 2018; LI et al., 2018;

HUSSAIN; GRIFFITHS, 2018; LI et al., 2017; MARINO et al., 2018; SAIKIA et al., 2019;

JELENCHICK; EICKHOFF; MORENO, 2013; NIU et al., 2018; NISHIDA; TAMURA;

SAKAKIBARA, 2019; BłACHNIO; PRZEPIÓRKA; PANTIC, 2015; OBERST et al., 2017;

VIDAL, et al., 2020; PANTIC 2014). Este fácil acesso à tecnologia faz parte do cotidiano das pessoas e, assim, interfere nas relações sociais, no comportamento e no humor. O que facilitou a inserção desse meio tecnológico foram os smartphones e a rede de internet sem fio, cada vez mais difundidos na rotina mundial (THOM; BICKHAM; RICH, 2018).

Por um lado, a tecnologia permite, à humanidade, maior propagação de conhecimentos, rapidez nas informações, facilidades no trabalho e, sobretudo, na comunicação. Sendo assim, é possível criar uma identidade online, manter amigos virtuais e desfrutar desse meio social, mas, por outro lado, pode causar vícios, dependência, preferência de relações virtuais a pessoais pela fuga do mundo real; influências negativas quanto ao uso de substâncias, cyberbullyng, alterações da autoimagem, entre outros corroborativos que podem intensificar doenças psiquiátricas ou ainda ser fator de risco para desenvolvê-las (GÁMEZ-GUADIX, 2014;

HUSSONG et al.,2018; LI et al.,2017; LI et al., 2018; MASUDA et al., 2013; MEMON et al.,2018; OKEEFFE; CLARKE-PEARSON, 2011; BERNE; FRISÉN; KLING, 2014;

CHANG, et al., 2014; LANDOLL, et al., 2015; CHEN, et al.,2018; MIGUEL et al., 2017;

SONG et al., 2016; RANNEY et al., 2013; HADJIPANAYIS et al.,2019).

Dessa maneira, indaga-se: como o poder comunicativo e a disponibilidade em larga escala das redes sociais interferem na saúde mental? Essa pergunta vem sendo tema de debates científicos pela alta prevalência concomitante entre uso de redes sociais e o aumento da depressão e outros distúrbios psiquiátricos, como ansiedade (MEMON et al.,2018; PANTIC 2014).

As redes sociais mais populares são Facebook, YouTube, Instagram e Snapchat; e tem como principais adeptos a população jovem. (HUSSAIN; GRIFFITHS, 2018). É notória também a alta incidência da depressão nesse grupo (MEMON ei al.,2018). Há questionamentos sobre a relação de causa e consequência entre o uso de redes sociais e a depressão (MEMON et

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al., 2018). É necessário analisar o que a literatura atual demonstra e, a partir de evidências científicas, compreender como as redes sociais vêm interferindo na saúde dos seus usuários.

Métodos

Estratégia de pesquisa

Trata-se de uma Revisão sistemática cujo conteúdo foi estudado nas bases de dados PubMed e SciELO, consideradas as principais na Educação Médica.

Em ambas as bases, foi utilizada a seguinte busca: 1) uso dos descritores "depression",

"social networking", "adolescents" e, entre eles, o operador booleano “and”. A pesquisa foi realizada no dia 04 de maio de 2020.

Critérios de inclusão e de exclusão

As buscas foram realizadas pela autora (ABCSN) e pelos demais autores de forma independente e não houve discordância. Após a busca, foram determinados os critérios de inclusão por consenso entre a autora e os demais coautores. Os critérios de inclusão foram: 1) ter título e resumo do artigo em concordância com o assunto pesquisado, ou seja, associação entre uso problemático de redes sociais e depressão em adolescentes; 2) ter sido publicado em periódicos; 3) ter sido publicado nos últimos 10 anos devido a maior propagação de smartphones e redes sociais iniciada nessa época (THOM; BICKHAM; RICH, 2018); 4) ter sido publicado em inglês. Com isso, também foram determinados, por consenso, os critérios de exclusão: 1) Título não estar condizente com o tema buscado, 2) não ser publicado em periódicos; 3) publicado há mais de 10 anos; 4) não ter sido publicado em inglês.

Extração da amostra

Para a seleção dos estudos, os artigos foram selecionados também por uma avaliação independente entre a autora e os coautores com base nos critérios mencionados. Não houve desacordos entre as buscas. Ficou determinada uma amostra de 45 artigos na base de dados PubMed e nenhum artigo na base de dados SciELO.

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A autora e os coautores não ficaram cegos para o título ou autores dos artigos. Após a escolha dos artigos através dos títulos, foi realizada uma nova triagem dos artigos do PubMed por meio dos resumos dos artigos selecionados da primeira triagem, tendo, por fim, confirmação de que 30 artigos estavam de acordo com os critérios de inclusão e, assim, 15 preenchiam os critérios de exclusão.

Extração dos dados da amostra

A extração de dados foi realizada pela autora e pelos coautores de forma independente.

Os dados extraídos dos artigos selecionados foram direcionados para abordar relações existentes entre o uso de redes sociais e os problemas causados pelo mau uso e, além disso, abordar as particularidades quanto à causalidade, ao gênero, ao tempo de uso, aos mediadores entre as redes sociais e a depressão. 5

Resultados

Principais resultados da revisão sistemática

Tabela 1 – Resultados da amostra

Autor e Ano Nome do Periódico Principal Achado BERNE; FRISÉN;

KLING, 2014

Body Image O cyberbullying e a depressão são gerados sobre meninas e meninos de forma distinta entre eles.

BłACHNIO;

PRZEPIÓRKA; PANTIC, 2015

European Psychiatry Os homens jovens e com um maior tempo diário de uso de redes sociais estariam mais susceptíveis à depressão.

CHEN, et al.,2018 Child Abuse & Neglect O cyberbullying está relacionado com depressão, transtorno de estresse pós traumático e auto mutilação.

GÁMEZ-GUADIX, 2014 Cyberpsychology, Behavior, And Social Networking

Os resultados sugerem que o sofrimento psicológico prévio e a depressão são fatores de risco para o desenvolvimento de um uso problemático da Internet.

GRIST et al., 2017 Journal Of Medical Internet Research

A terapia cognitivo comportamental computadorizada, por exemplo, além dos aplicativos móveis pode ser promissora para ofertar intervenções médicas terapêuticas nos casos de ansiedade e de depressão para crianças e jovens. Entretanto, esses aplicativos disponíveis hoje e os estudos apresentados não demonstraram benefícios, visto que não seguem diretrizes de tratamento baseadas em evidências. Essa afirmação não descarta a possibilidade de inovações nessa área que possam

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trazer resultados positivos no tratamento de doenças mentais principalmente entre os jovens, os quais são os usuários mais assíduos.

HADJIPANAYIS et al.,2019

European Journal Of Pediatrics

As crianças e os adolescentes são usuários ativos da internet e estão submetidos tanto aos benefícios quanto malefícios do seu uso. É fundamental o suporte familiar e do pediatra em orientar um uso saudável.

HUSSONG et al.,2018

JELENCHICK;

EICKHOFF; MORENO, 2013

Journal Of Studies On Alcohol And Drugs

Journal Of Adolescent Health

A integração social e o status nas redes sociais influem no risco de uso de substâncias tóxicas legais e ilegais mais nos adolescentes depressivos do que ansiosos.

Não há resultados de relação efetiva entre uso de redes sociais e depressão, porém a média de idade dos participantes foi de 18,9 anos e o uso diário de redes sociais dos participantes foi de leve a moderado.

LI et al., 2017

Journal Of Behavioral Addictions

O vício em redes sociais aumenta o risco de desenvolver insônia e, consequentemente, vulnerabilidade à depressão.

Adolescentes com vício em redes sociais online tinham 3,27 vezes mais chances de depressão do que outros.

LI et al., 2018 Journal Of Behavioral Addictions

A depressão contribui para vício em redes sociais, como também indivíduos deprimidos possuem maiores prejuízos a saúde mental devido este vício. Dessa forma, o vício em redes sociais e a depressão possuem relação bidirecional.

MARINO et al., 2018 Journal Of Affective Disorders

Existe correlação entre o uso problemático do Facebook, depressão e ansiedade.

MASUDA et al., 2013

Plos One As três variáveis mais significativas para suicídio e depressão representam o comportamento social online dos usuários, ao invés de propriedades demográficas, como idade e sexo.

MEMON et al., 2018

Indian J Psychiatry .

A relação entre redes sociais e problemas de saúde mental pode ser bidirecional. Adolescentes com problemas mentais usam as redes sociais por mais tempo em busca de apoio e concordância com seus pensamentos como, por exemplo, os grupos que se automutilam ou os que tem ideações suicidas.

MIGUEL et al., 2017 Depression And Anxiety Ao avaliar postagens em redes sociais sobre a autolesões, foi possível perceber que a maior parte corresponde a conteúdos que podem trazer apenas perspectivas negativas. Além disso, 75% das postagens mencionavam o termo “depressão”.

NISHIDA; TAMURA;

SAKAKIBARA, 2019

Psychiatry Research As mulheres faziam mais uso de redes sociais e, por isso, obtiveram maior relação de seu uso com depressão, enquanto que os homens passavam a maior parte do tempo em jogos, o que não pode identificar relação entre esta atividade e depressão.

NIU et al., 2018 Journal Of Affective Disorders

A baixa autoestima e a comparação social negativa são mediadores entre o uso da rede social Qzone e a depressão entre adolescentes chineses.

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OBERST et al., 2017 Journal Of Adolescence De acordo com o gênero, o desencadeante do uso excessivo de redes sociais pode ser distinto: as meninas fazem maior uso de redes sociais devido alguns sintomas depressivos, enquanto que, nos meninos, é a ansiedade que permite maior envolvimento no uso dessas mídias.

OKEEFFE; CLARKE- PEARSON, 2011

American Academy of Pediatrics (AAP)

Crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados. A internet trouxe muitos benefícios, mas também malefícios. Por um lado, nas redes sociais existem os bônus da comunicação, das informações e do entretenimento, porém, por outro lado, há o ônus do uso excessivo e inadequado, além do cyberbullying, do assédio sexual e da exposição excessiva. É papel dos pais e do pediatra monitorar e aconselhar o bom uso da internet e das redes sociais.

PANTIC, 2014 Cyberpsychol Behav Soc Netw

.

A dependência em uso de redes sociais vem se tornando frequente e possibilita negligenciar a socialização fora do mundo virtual, prejudicando um bom convívio familiar. Ainda, há incertezas quanto às alterações que esta dependência pode causar na saúde mental de pessoas saudáveis bem como das que possuem distúrbios psiquiátricos.

RANNEY et al., 2013 Pediatric Emergency Care 50% dos adolescentes entrevistados em um serviço de emergência médica pediátrica responderam que preferiam ter intervenções terapêuticas por meio tecnológico ao meio convencional.

SAHOO; MALHOTRA, 2018

Industrial Psychiatry Journal

Depressão é comum na infância e na adolescência e é importante definir quais aspectos são fatores antecedentes da depressão. O uso de redes sociais está entre eles.

SAIKIA et al., 2019 J Family Community Med Há associação significativa entre dependência da Internet e depressão, ansiedade e estresse. Por meio da análise de escalas respondidas por adolescentes estudados, como a Young’s Internet Addiction Scale e a Depression Anxiety Stress Scales 21 (DASS 21). Frequentemente há um ciclo vicioso em que a depressão gera maior dependência da internet e dessa forma, há uma exacerbação dos sintomas depressivos. O estudo ainda sugere que a dependência da Internet deveria ser inclusa na próxima atualização do DSM.

SONG et al., 2016 Journal Of Adolescent Health

Por meio das redes sociais foi possível identificar que os adolescentes coreanos geralmente comunicam seus sentimentos deprimidos e de ideação suicida na internet. Os principais fatores de risco para ideação suicida em adolescentes coreanos foram pressão social, baixa autoestima corporal, bullying e as preocupações com doenças.

SZWEDO; MIKAMI;

ALLEN, 2010

Journal Of Research On Adolescence

É importante a relação do adolescente com o meio familiar para uma socialização saudável. Jovens com más experiências com suas mães, principalmente em relação à autonomia, preferem a comunicação online. Eles apresentam ainda mais interações sociais negativas do que positivas na internet.

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THOM et al., 2018

Jmir Mental Health Não foi possível detectar uma associação entre uso da Internet e depressão em uma amostra de adolescentes. Entretanto, estes participantes tinham um uso moderado da internet, não ultrapassando 1,5 hora.

VIDAL et al., 2020 International Review Of Psychiatry

O uso de rede social está relacionado à depressão e ao suicídio de forma bidirecional em adolescentes.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Fluxograma da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora.

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Discussão

A internet e as redes sociais trouxeram avanços para humanidade como melhorias na comunicação, na informação e no entretenimento, contudo uma parte dos seus usuários se enquadra em um uso problemático, principalmente das redes sociais que podem resultar em distúrbios mentais, em especial, a depressão (MEMON et al.,2018; HUSSAIN; GRIFFITHS, 2018; SAIKIA et al., 2019; PANTIC, 2014; SAHOO; MALHOTRA, 2018; SAIKIA et al., 2019; MARINO et al, 2018).

O uso problemático de redes sociais foi definido por Griffiths (2005) como um distúrbio do comportamento sem uso de substância psicoativa que compreende nos seis seguintes componentes: saliência, modificação de humor, tolerância, sintomas de abstinência, conflito e recaída. O uso problemático de redes sociais e outros transtornos psiquiátrico se correlacionam, sobretudo, nos adolescentes: entre estes estão a depressão e a ansiedade (HUSSAIN;

GRIFFITHS, 2018; GÁMEZ-GUADIX, 2014).

Partindo da premissa que o uso problemático de internet e das redes sociais é um vício comportamental (GRIFFITHS, 2005) e, diante da alta incidência com a ascensão do uso de redes sociais, é importante formalizar essa dependência como doença e conceitualizar abordagens diagnósticas e terapêuticas. A dependência da internet e de mídias não estão caracterizadas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), sendo descrito apenas a dependência em jogos (SAIKIA et al., 2019; MEMON et al., 2018;

PANTIC,2014). Devido essa ausência de padronização nos diagnósticos da dependência da internet e redes sociais, Shapira et al., (2003) propuseram critérios diagnósticos, a seguir:

“A. Preocupação inadequada com o uso da Internet, como indicado por pelo menos um dos seguintes.

1. Preocupações com o uso da Internet que são experimentado como irresistível.

2. Uso excessivo da internet por períodos de tempo mais do que o planejado.

B. O uso da internet ou a preocupação com seus uso causa sofrimento clinicamente significativo ou social, ocupacional ou outro importante

áreas de funcionamento.

C. O uso excessivo da Internet não ocorre exclusivamente

durante períodos de hipomania ou mania e não é melhor explicado por outros distúrbios.”

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Outras propostas foram criadas para esta abordagem, como a escala problemática generalizada de uso da internet 2 (GPIUS2), que é um método através de uma escala desenvolvida por Caplan (2010) por meio da teoria do mecanismo cognitivo comportamental para identificar resultados negativos do uso da internet. Esta última escala é medida por cinco elementos principais: preferência por interação social; regulação do humor; preocupação cognitiva; uso compulsivo da internet e resultados negativos. Cada item principal é composto por 3 subitens totalizando 15 quesitos. Cada subitem é pontuado de 1 a 7. 1: “Discordo totalmente”; 2: “discordo”; 3: “discordo um pouco”; 4: "neutro"; 5: “concordo um pouco”; 6:

"concordo"; e 7 "concordo totalmente”. O intervalo de pontuação corresponde de 15 a 105 pontos, podendo realizar o cálculo da média de 1 a 7 pontos, em que quanto mais elevada a pontuação maior o uso problemático da internet. Essa escala demonstrada é uma versão adaptada para a língua portuguesa (PONTES; CAPLAN; GRIFFITHS, 2016):

Fonte: Pontes, Caplan e Griffiths, (2016).

Pesquisadores defendem não só a relação de causa e consequência, mas uma associação de forma bidirecional: o uso problemático virtual pode resultar em sintomas depressivos, bem como pessoas com estas alterações psiquiátricas podem causar maior assiduidade nas redes sociais (LI et al., 2018; MEMON et al.,2018).

Figura 1 – Escala de Uso Geral Problema da Internet 2 (EUGPI2)

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Para Pantic (2014), não está comprovado se o uso de redes sociais por pessoas saudáveis, sem alterações do comportamento, pode causar distúrbios psiquiátricos. Corrobora, ainda, com esta afirmação, o estudo de coorte prospectivo, com coleta de dados em 2009, de Thom et al., (2018), que definiu não ser possível detectar uma associação entre uso da Internet e depressão em uma amostra de 126 adolescentes saudáveis. Ainda, o último autor afirma que os estudos não demonstraram associação entre o uso da internet; e, ainda, que as pessoas com boa saúde mental geralmente possuem utilização moderada ou não patológica das redes.

De encontro com as afirmações acima, Jelenchick, Eickhoff e Moreno (2013), realizaram um estudo transversal em uma população de adolescentes e adultos jovens universitários com idade média de 18,9 anos. Os entrevistados foram questionados sobre sintomas depressivos e uso das redes sociais e, no final, os autores concluíram que não há relação entre o uso de redes sociais e a depressão, podendo ser precipitada a recomendação em reduzir seu uso como forma de preveni-la. Entretanto, há iguais questionamentos a se fazer assim como no estudo de Thom et al., (2018), se tratando também de um resultado momentâneo, sem longitudinalidade. Além dos integrantes da amostra terem predominantemente uso leve a moderado das redes, não ultrapassando 2 horas diárias, apenas 16% desses alunos se encaixavam em um uso maior que 2 horas por dia. Ainda, contando com amostragem reduzida de apenas 190 jovens, não foi conceituado o que é um uso problemático das redes sociais, limitando-se, apenas, questionar o tempo de uso e a finalidade do uso das redes, podendo ser por motivo de trabalho, navegação geral, bate-papo, e-mail, download, redes sociais e jogos, não questionando o grau de dependência desses jovens às mídias.

De acordo com Houghton et al. (2018), a partir de uma amostra de 1.749 adolescentes entre 10 e 17 anos, foi possível quantificar e, posteriormente, analisar, com questionários individuais os sintomas de depressão e o tempo em que esses jovens dedicavam ao uso de aparelhos eletrônicos (jogos, televisão, internet, redes sociais). A partir disso, não foi identificada evidência entre o uso desses aparelhos e os sintomas depressivos comprometendo a causalidade entre eles, mas, contribuiu em reconhecer uma possível associação entre o aumento do tempo de uso de telas por consequência da piora dos sintomas depressivos. A vista disso, segundo o último autor, o aumento no tempo de uso das mídias é capaz de ser um prenúncio de deterioração da saúde mental de um adolescente, podendo ser usado como marcador para os familiares buscarem auxílio médico e psicológico.

Caplan (2010) também não considera o tempo na internet como fator direto de dependência, mas sim a forma como a utilizam, se é funcional ou disfuncional.

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Memon et al., (2018) vai de encontro com alguns resultados encontrados por Houghton et al. (2018), afirmando que jovens com saúde mental comprometida passam mais tempo em redes sociais. Esse comportamento seria uma forma de encontrar pessoas com pensamentos e sentimentos semelhantes e ir em buscar de apoio. Entretanto, muitas vezes esse suporte é de origem negativa, estando mais expostos a comportamentos incentivadores de automutilação, levando a um aumento dos sintomas depressivos e da ideação suicida.

Segundo Li et al., (2017), o vício em internet e em redes sociais online pode ser a causa direta de depressão, como também, pode haver algum mediador, que seria a insônia. Esses autores realizaram um estudo transversal com 1.015 estudantes do ensino médio de Guangzhou, na China, a partir de questionários: Center for Epidemiological Studies-Depression, Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Young’s Diagnostic Questionnaire e Online Social Networking Addiction Scale. Resultaram em prevalência de depressão em nível moderado 23,5% dos adolescentes; e grave em 37,2%; vício em internet em 8,1% e vicio em redes sociais online em 25,5%. Li et al., (2017) concluiu que adolescentes com vício em redes sociais online tinham 3,27 vezes mais chances de depressão do que as pessoas da mesma faixa etária que não tinham este comportamento disfuncional. Obtiveram ainda, como desfecho do estudo, que o vício em internet e o em redes sociais teriam implicações para depressão.

Niu et al., (2018) de modo semelhante a Li et al., (2017), argumentam a favor de um moderador entre o uso de redes sociais e a depressão, que seria a comparação social negativa.

O conteúdo apresentado por Niu et al., (2018), é caracterizado por um estudo transversal composto por 764 adolescentes chineses usuários de uma rede social popular neste país chamado de Qzone. Este estudo foi realizado por meio de questionários, que estudaram a intensidade de uso do Qzone, comparação social negativa, autoestima e depressão, os quais foram posteriormente analisados. A comparação social negativa, ou seja, com sentimentos de inferioridade, seria o elo entre o uso de redes sociais e a depressão. Ainda, pode obter como resultado que a autoestima também seria mediadora entre o uso das redes sociais e a comparação negativa. Sendo assim, nos seus resultados os indivíduos com baixa autoestima apresentaram alta associação entre o uso do Qzone e alta comparação social negativa, enquanto que os que apresentaram alta autoestima tinham fraca associação, funcionando como fator protetor. Por fim, o mesmo estudo concluiu que a ocorrência de comparações entre os usuários em redes sociais seria comum, mas a alta autoestima traria uma comparação positiva de incentivo e não de frustrações.

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Oberst et al., (2017) realizaram um estudo sobre o uso de redes sociais em adolescentes e adultos jovens latino-americanos de língua espanhola através de questionário online. A amostra foi composta por 1468 usuários entre 16 e 18 anos. Foi possível ter, como resultado, que a depressão tem efeito direto sobre consequências negativas do uso de redes sociais.

Existem variáveis mediadoras entre a depressão e as consequências negativas no uso de redes sociais que seriam as próprias redes sociais e o medo de perder, ou seja, a necessidade de estar constantemente conectado igualmente a outros usuários para não perder alguns acontecimentos ou experiências virtuais.

Nishida, Tamura e Sakakibara (2019), demonstraram resultados que falam a favor que há diferenças do uso de smartphones e de redes sociais pelo gênero. Verificou-se que as meninas passavam mais tempo em redes sociais e os meninos tendiam a explorar mais jogos.

Houve relação de significância entre maior tempo de uso em redes sociais pelas meninas e desenvolvimento de depressão. Porém, o uso exacerbado de jogos não foi significativo para a manifestação de depressão em meninos. A partir desses resultados supõe que o sexo feminino pode estar mais propenso à depressão do que o sexo masculino na adolescência, ou que o uso de redes sociais excessivamente pode contribuir para esta doença mental. Apoiando essas ideias, Oberst et al., (2017), revelam que, de acordo com o sexo, o fator desencadeante do uso excessivo de redes sociais pode ser distinto nos gêneros: as meninas fazem maior uso devido sintomas depressivos, enquanto que os meninos possuem maior contato com as redes devido ansiedade.

LI et al., (2018), com um estudo de coorte prospectivo em 5.365 adolescentes chineses, utilizou uma escala para vícios em redes sociais online, sendo composta por oito itens que avaliam dependência cognitiva e comportamental, conflito com outras atividades, euforia, perda de controle, retirada, recaída e reintegração. Quanto maior a pontuação, maior o nível de dependência, com pontuação máxima de 40. Um dos resultados revelados neste estudo trouxe a má situação financeira familiar, o baixo desempenho acadêmico e pressão para estudos como fatores de alta significância e associação com depressão e maior incidência de vícios em redes sociais online. Enquanto isso, morar com os pais mostrou-se um fator protetor. O mesmo estudo definiu que um mau relacionamento entre mãe e filho no início da adolescência pode gerar sintomas depressivos e de ansiedade social, estendendo-se à faixa etária de adulto jovem.

A imposição e autoridade das mães sobre seus filhos, de maneira que cesse o desenvolvimento da autonomia, impede-os de se expressar e interferem nos demais âmbitos de

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relacionamentos e, com disso, os adolescentes passam a preferir o uso de redes sociais para se comunicar em detrimento o contato direto (SZWEDO; MIKAMI; ALLEN, 2010).

Sahoo e Malhotra (2018) realizaram um trabalho de revisão identificando os antecedentes de depressão em crianças e adolescentes:

Os antecedentes identificados na depressão na infância e na adolescência foram categorizados em fatores biológicos, temperamento, vulnerabilidade cognitiva, fatores familiares, fatores sociodemográficos, fatores acadêmicos, mudança do ambiente social, fatores escolares e influência de grupos de pares, juntamente com o surgimento do problema recente do uso excessivo de redes sociais (SAHOO;

MALHOTRA, 2018, p.11).

A importância deste trabalho em definir os determinantes da depressão em adolescentes podem contribuir para elaborar estratégias de prevenção e cuidados. Cabe ressaltar que o uso excessivo das redes sociais é uma característica desse grupo (SAHOO;

MALHOTRA,2018).

Pantic (2014), semelhantemente, postula associação entre redes sociais a distúrbios psiquiátricos como a depressão, além de baixa autoestima, porém ainda há controversas quanto essa causalidade. Ele afirma ainda que as redes sociais permitem uma grande interação social, mas que são relações superficiais e não substituem a comunicação presencial, sendo capaz de levar a sentimentos de depressão e solidão.

Os amigos virtuais podem demonstrar uma ideia fora da realidade quanto a serem bem sucedidos, de boa aparência física, bens materiais e impressões de bem estar e felicidade.

Podendo gerar aos que os assistem sentimentos de incapacidade ou de estar fora dos padrões.

Esses pensamentos geralmente fazem parte de indivíduos com a saúde mental já afetada, sobretudo, com predisposições depressivas (PANTIC, 2014).

O estudo realizado por Hussong et al., (2018), através de questionários com autorrelatos de adolescentes sobre temas como dados demográficos (sexo, raça/ etnia, nível educacional dos pais), bem como sobre o uso de álcool, maconha, tabaco, ainda indagou, a estes mesmos adolescentes, sobre sintomas depressivos. Hussong et al., (2018), obtiveram, em conclusão, que o uso abusivo das redes sociais influi no risco de uso de substâncias tóxicas legais e ilegais e no surgimento ou potencialização de sintomas depressivos. O mesmo estudo ainda demonstra que o uso de drogas se eleva durante o ensino médio nos jovens com maiores sintomas depressivos e naqueles com menor socialização ou status social. CHANG, et al., (2014) fortalece os resultados de Hussong et al., (2018) quando afirma que as atividades online,

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depressão e uso de drogas foram determinantes preditores no vício em redes sociais e, em contrapartida, o vínculo escolar e o vínculo direto com os pais são fatores de proteção.

Ranney et al., (2013) realizaram um estudo com 234 pacientes que foram atendidos em uma emergência médica e evidenciaram as principais causas desses atendimentos devido aos comportamentos de risco entre adolescentes de 13-17 anos. É importante ressaltar ainda que nessa pesquisa o uso de tecnologia era elevado entre os participantes.

Hadjipanayis et al., (2019) deixa claro que os adolescentes podem estar expostos a potenciais riscos ao usarem a tecnologia excessivamente como, por exemplo, a falsificação da idade identidade, cyberbullying, sexting, depressão, ciberostracismo e distúrbios do sono.

Berne, Frisén e Kling, (2014), verificaram as características do cyberbullying são distintas entre os sexos como também a reação deles diante desta violência virtual. As meninas foram as mais atingidas em relação ao cyberbullying e a aparência, principalmente, quanto ao peso, tendo, como referência, a magreza. Enquanto isso, os meninos são repudiados por alguma atitude homossexual.

Os adolescentes que vivenciaram críticas, bullying e intimidação na internet podem ter repercussões distintas dos que sofrem isso sem estar conectado. Os excluídos socialmente ou na internet apresentam aumento de ansiedade social, enquanto os que são vítimas de agressões no meio eletrônico apresentam aumento dos sintomas depressivos (LANDOLL, et al.,2015).

Os jovens vítimas de cyberbullying podem apresentar maiores índices de transtornos de estresse pós-traumático, depressão e automutilação do que os que nunca sofreram cyberbullying ou dos que foram vítimas do bullying fora da internet (CHEN, et al., 2018).

O acometimento de jovens com depressão e ideação suicida tem aumentado nesses últimos anos paralelamente ao uso das redes sociais (MEMON et al.,2018; VIDAL et al., 2020).

Presume-se que essa conexão mais ávida desse grupo de adolescentes seja como forma de apoio entre eles, reproduzindo essas ações, principalmente, a partir de vídeos. Dessa forma, sintomas depressivos e sofrimento psicológico nesses jovens conectados também faz parte de fatores de risco para maior tempo de uso na internet e de ideação suicida (MEMON et al., 2018).

Por fim, os adolescentes geralmente declaram seus pensamentos nas redes sociais, inclusive indícios de sentimentos depressivos e suicidas ou ainda o fazem de forma explícita (SONG et al., 2016). Ao avaliar postagens em redes sociais sobre autolesões em adolescentes, 75% das postagens mencionavam o termo “depressão” (MIGUEL et al., 2017).

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Conclusões

É perceptível que a internet atualmente faz parte do cotidiano das pessoas e boa parte dos usuários são adolescentes. É uma tecnologia que permite conhecimento e comunicação pelo meio virtual, como também os deixa a mercê dos riscos (HADJIPANAYIS et al., 2019). Como discutido, adolescentes deprimidos ou com algum distúrbio mental estão mais conectados e mais expostos a ideações suicidas (MEMON et al.,2018; MIGUEL et al.,2017). O uso problemático das redes sociais em adolescentes potencializa sintomas de doenças mentais, como depressão (HUSSAIN; GRIFFITHS, 2018; GÁMEZ-GUADIX, 2014).

Miguel et al., (2017), demonstraram que a maior parte das postagens em redes sociais em relação a automutilação são correspondentes a conteúdos que encorajam esta prática. Ainda, o mesmo autor traz a reflexão que são possíveis mensagens positivas de desestimulação a essa atitude por meio da visibilidade que a internet permite a esse grupo e, assim, pode ser um mecanismo para redução desses atos.

Song et al, (2016) complementa com um possível monitoramento de pesquisas online com expressões correspondentes ao suicídio que pode funcionar como uma técnica de mapeamento dessas pessoas que necessitam de auxílio psicológico.

Quanto ao uso de aplicativos para crianças e adolescentes como apoio ou tratamento de problemas psicológicos, não foi detectado um sistema que possua resultados robustos e com evidências cientificas para indicá-lo (GRIST et al., 2017). Entretanto, os aplicativos podem ser um veículo de êxito ao atingir um modelo com considerável resultado científico pelo fato do método ser bem aceito pelos jovens (RANNEY et al., 2013). Ranney et al., (2013) conseguiu demonstrar essa ideia ao realizar um estudo com adolescentes que buscaram a emergências devido comportamentos de riscos, sendo que 50% deles preferiam intervenções por meios virtuais.

Por fim, a importância também do papel dos pediatras em orientar tanto os pais quanto as crianças e adolescentes sobre o uso benéfico da internet e formas de prevenir riscos e identificar mudanças de comportamento ou uso excessivo (HADJIPANAYIS et al.,2019).

Estratégias de proteção devem ser estimuladas como o vínculo de proximidade entre os adolescentes e o ambiente escolar e também entre os pais (CHANG et al., 2014; SZWEDO;

MIKAMI; ALLEN, 2010). Além disso, é fundamental padronizar um método de diagnóstico desta patologia para um melhor domínio da prevalência atual e de mecanismos de tratamento (SAIKIA et al., 2019; MEMON et al., 2018; PANTIC, 2014).

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Como citar este artigo (Formato ABNT):

NEVES, Ana Beatriz Callou Sampaio; ROCHA, Andrezza Gomes da; NEVES, Isabela Callou Sampaio; MELO, Antonio Marlos Duarte de. Associação entre uso Nocivo das Redes Sociais e a Depressão em Adolescentes: Uma Revisão Sistemática. Id on Line Rev.Mult.Psic., Julho/2020, vol.14, n.51, p. 586-604. ISSN: 1981-1179.

Recebido: 27/06/2020;

Aceito: 15/07/2020.

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