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64° Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia

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Academic year: 2022

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64º Congresso Brasileiro de Cardiologia

salVador - Ba

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Exterior, enviados à submissão de nossa Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A marca de 1.242 comunicações científicas submetidas é nosso recorde!

Superando em 23% o quantitativo (ex-recorde) observado em 2008.

Este número suplementar, dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, contempla, na área de Medicina, 616 resumos que serão apresentados no modelo oral (363) e no modelo mural (253); distribuídos em 43 sessões orais e 03 dias de apresentações murais.

Os melhores temas livres foram divididos em 04 categorias: Cirúrgico/

Intervenção, Pesquisa Básica/Experimental, Clínica/Epidemiologia e Métodos Diagnósticos. Em número de 08, por categoria, concorrerão aos prêmios denominados respectivamente: José Eduardo M. R. Sousa, Protásio Lemos da Luz, Armênio Costa Guimarães e Fernando Antonio de Portugal Morcerf - Expoentes de Cardiologia Nacional; e serão apresentados em Sessões Especiais durante o Congresso.

Uma homenagem especial presto aos autores dos Trabalhos Científicos das áreas de Enfermagem, Psicologia, Nutrição e Fisioterapia que, com suas contribuições, valorizaram ainda mais o conteúdo desta publicação.

- A Cardiologia Brasileira está, mais uma vez, de Parabéns!

Luiz Antonio de Almeida Campos

Presidente da Comissão Científica e Executiva do 64º Congresso Brasileiro de Cardiologia

Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia

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Regulation of arginase in response to wall shear stress

RAFAELA FERNANDES DA SILVA, VANIA C. OLIVON, DOLF SEGERS, RINI DE CROM, ROB KRAMS, NIKOS STERGIOPULOS

University of Geneva Geneva GE Suiça e Swiss Federal Institute of Technology Lausanne Lausanne VD Suiça

Introduction: Alterations of wall shear stress can predispose the endothelium to the development of atherosclerotic plaques. We evaluated the modulation of arginase by wall shear stress. Methods: In a well-controlled hemodynamic environment and without neuroendocrine factors, we perfused isolated EC and carotid arterial segments to either unidirectional high mean shear stress (HSS) or low mean and oscillating shear stress (OSS) for 3 days. Vascular function was analyzed by diameter measurement, arginase expression and localization by western blot and immunohistochemistry, respectively. These effects were also evaluated in right carotid artery of apolipoprotein E (apoE) deficient mice, fed with high cholesterol diet, that was exposed to HSS, LSS and OSS flow conditions by the placement of a shear stress modifier for 9 weeks. ApoE mice were randomly assigned to receive either the N-ω- Hydroxy-nor-L-arginine (nor-Noha, 20mg/kg, 5 days/week) or placebo for 9 weeks.

Plaque size and I/M ratio were determined by histology. Results: Our results from ex vivo perfusion showed that exposure of carotid segments to both low and oscillatory flow conditions significantly increase arginase II protein expression and activity as compared to high shear stress athero-protective flow condition. In arteries containing the shear stress-modifier, vascular arginase activity was significantly increased at both low and oscillatory shear stress regions as compared to HSS region. Long-term treatment with nor-Noha effectively decreased arginase activity at these regions, which in turn was accompanied by a decrease I/M ratio and % of atherosclerotic lesion. In the lesion, inhibition of arginase decreased the % CD68 positive cells at LSS and OSS zones. Conclusions: Exposure of carotid artery to OSS induced a more pronounced activation of arginase as compared to HSS. Accordingly, in carotid artery of apoE deficient mice the activity of vascular arginase was also increased at both LSS and OSS regions as compared to HSS region. Long-term treatment of apoE mice with arginase inhibitor decrease carotid I/M ratio and atherosclerotic lesion at LSS and OSS regions.

Inflamação e aterosclerose: avaliação de aterosclerose sub-clínica e dos níveis plasmáticos da LDL minimamente modificada em pacientes com espondilite anquilosante

FERNANDA TELLES CECCON, VALDERÍLIO FEIJÓ NASCIMENTO, CARLOS ALBERTO ENGELHORN, DULCINÉIA SAES PARRA ABDALA, TANIZE DO ESPÍRITO SANTO FAULIN, ROBERTO F. PECOITS-FILHO, JOSE ROCHA FARIA NETO

Pontificia Universidade Catolica do Paraná Curitiba PR BRASIL e Faculdade de Ciências Farmacológicas / USP São Paulo SP BRASIL

Aterosclerose acelerada está presente em algumas doenças auto-imunes, principalmente em lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatóide. Apesar do uso de corticosteróides ser um fator de confusão por seus efeitos negativos em diversos fatores de risco cardiovascular, considera-se que a inflamação per se tenha um papel na aterogênese destes pacientes. Neste estudo, avaliamos a presença de aterosclerose sub-clínica e os níveis séricos de LDL eletronegativa, que representa a fração minimamente modificada desta lipoproteína (LDLmm), em um grupo de pacientes com espondilite anquilosante (EA). Quatorze pacientes que preencheram os critérios diagnósticos modificados de Nova Iorque para EA foram comparados com 13 controles pareados. A espessura da camada íntima-média (EIM) de carótidas foi avaliada por ultra-sonografia nas artérias carótidas comum, interna e na bifurcação, bilateralmente. Os grupos foram semelhantes em relação aos fatores de risco cardiovascular. Apenas dois pacientes do grupo de EA estavam sob o uso de corticosteróide. A presença de inflamação ativa foi demonstrada através dos níveis mais elevados de PCR nos pacientes do que nos controles (12,36 vs 3,45 mg/dl, p=0,002). Não houve diferença na EIM de carótidas entre os grupos, em nenhum ponto das artérias. A média da EIM (6 medidas, nos 3 pontos pré-especificados bilateralmente) foi 0,72 ± 0,28 no grupo EA e 0,70 ± 0,45 mm nos controles (p=0,91). O nível médio da LDLmm foi semelhante nos dois grupos (14,03U/L ± 17,40 vs 13,21U/L ± 10,21; p=0,88). Concluindo, apesar da inflamação sistêmica ativa, os pacientes com EA não demonstraram maior EIM de carótidas do que os controles. Também não houve diferença entre os níveis séricos da LDL minimamente modificada em ambos os grupos.

Células inflamatórias residentes no peritôneo são cruciais no desenvolvimento da aterosclerose experimental

RELVAS, WALDIR G M, IZAR, MARIA C O, HELFENSTEIN, TATIANA, IHARA, SILVIA S M, POMARO, DANIEL R, FRANÇA, CAROLINA N, LOPES, JOSÉ D, MARIANO, MARIO, CARVALHO, ANTONIO C C, FONSECA, FRANCISCO A H

Universidade Federal de São Paulo São Paulo SP BRASIL

Objetivos: Baseado em evidências da literatura sugerindo que a radiação ionizante melhora a evolução de doenças crônicas e auto-imunes no homem e em animais de experimentação, decidimos investigar o possível efeito da radiação na indução e desenvolvimento da aterogênese experimental. Métodos: Coelhos Nova Zelândia (n=42) foram divididos em 5 grupos e receberam dieta aterogênica (colesterol 0,1%) por 90 dias. As regiões torácica e peritoneal dos animais foram irradiadas (900 cGy) no 1º e 45º dias nos grupos (G) 1 e 2, no 45º dia em G3 e G4, e G5 não foi irradiado.

Antes da irradiação a cavidade peritoneal dos animais de G1 e G3 foi lavada com salina, o lavado peritoneal foi coletado e reinfundido na cavidade peritoneal dos mesmos animais após a irradiação. Os animais de G2 e G4 receberam salina como veículo controle. Foram feitas dosagens dos lípides, planimetria de aortas coradas por Sudan III para quantificação de placas, citometria de fluxo e imunohistoquímica das células do lavado peritoneal. Resultados: A despeito de perfil lipídico semelhante entre os grupos experimentais, as porcentagens das aortas cobertas por placas ateroscleróticas foram acentuadamente reduzidas entre os animais submetidos a irradiação G2 e G4 (G1=70,7 ±7,3; G2=23,5±7,5; G3=43,8±10,5; G4=8,4±1.3 e G5=64,3±8,8, p<0,001). Entretanto, estas diferenças foram completamente abolidas nos animais irradiados que receberam as próprias células peritoneais. A análise do lavado peritoneal mostrou células com morfologia linfo/mielóide. A citometria de fluxo avaliou tamanho e complexidade das células do lavado e revelou que após a irradiação houve redução de 79% no número de células caracterizadas como linfócitos (R1). Conclusão: Estes achados apontam para um importante papel das células inflamatórias residentes no peritônio na aterogênese experimental.

Títulos maiores de anticorpos circulantes anti-LDL oxidada humana associam- se a doença estável, enquanto títulos baixos relacionam-se a situações clínicas instáveis

SANTOS, ANDREZA O, FONSECA, FRANCISCO A H, FISCHER, SIMONE C P M, MONTEIRO, CARLOS M C, BRANDÃO, SÉRGIO A B, MONTEIRO, A M, SANCHES, EDUARDO M R, GIDLUND, MAGNUS A, FIGUEIREDO, ANTONIO, CARVALHO, ANTONIO C C, IZAR, MARIA C O

Universidade Federal de São Paulo São Paulo SP BRASIL e Universidade de São Paulo São Paulo SP BRASIL

Fundamento e objetivos: Lipoproteínas oxidadas e anticorpos anti-LDL oxidada (anti-LDLox) têm sido detectados no plasma e lesões ateroscleróticas humanas.

No entanto, o papel destes anticorpos na proteção vascular ou na patogênese das síndromes coronarianas agudas (SCA) permanece não elucidado. Examinamos as relações entre os títulos de IgG humana anti-LDLox com marcadores de risco para a doença cardiovascular. Métodos: Os títulos de anti-LDLox foram mensurados em portadores de hipertensão arterial (HAS) em estágio 1 (n=94), sem outros fatores de risco, e em indivíduos com síndrome metabólica após recente SCA (n=116). A LDL de um doador sadio foi oxidada in vitro pelo CuSO4, e os anticorpos anti-LDLox foram avaliados por técnica de ELISA. Resultados: Pacientes com HAS apresentaram menor IMC e circunferência abdominal, maiores níveis de pressão arterial sistólica e diastólica quando comparados aos portadores de SCA (p<0,001). O HDL-C e a Apo A1 foram maiores, enquanto os triglicérides e a Apo B foram menores nos pacientes do grupo HAS (p<0,0001). Foram observados maiores títulos de anti-LDLox no grupo HAS comparados aos do grupo SCA, e aqueles apresentaram níveis de PCR menores do que indivíduos com SCA (p<0,0001). Houve correlações negativas entre PCR (r=-0,284), IMC (r=-0,256), circunferência abdominal (r=-0,368), apo B (r=-0,191), glicemia (r=-0,303) e correlações positivas entre pressão arterial sistólica (r=0,319) e diastólica (r=0,167), HDL-C (r=0,224) e Apo A1 (r=0,257), com os títulos de anticorpos anti-LDLox (todos, p<0,02). Regressão linear múltipla mostrou que a PCRus, glicemia e circunferência abdominal permaneceram independente e negativamente associados com os títulos de anticorpos anti-LDLox. Conclusões: Nossos resultados sugerem que condições inflamatórias agudas e metabólicas associem-se a redução dos títulos de anti-LDLox e que níveis circulantes mais altos de anticorpos anti-LDLox possam se associar a um papel protetor na aterosclerose.

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Efeitos da Campomanesia xanthocarpa no estresse oxidativo de indivíduos hipercolesterolêmicos

JONATAS ZENI KLAFKE, MARIANE ARNOLDI DA SILVA, TIAGO PANIGAS, CLEUSA MARIA RICHTER, DAIANA CRISTINE BÜNDCHEN, KARLYSE CLAUDINO BELLI, FLÁVIA KARINE RIGO, MATEUS FORTES ROSSATO, JULIANO FERREIRA, PAULO RICARDO NAZÁRIO VIECILI

Instituto de Cardiologia de Cruz Alta / Unicruz Cruz Alta RS BRASIL e Universidade Federal de santa Maria Santa Maria RS BRASIL

Fundamento: O processo inflamatório induzido pela hipercolesterolemia tem sido associado com a indução de estresse oxidativo. A planta Campomanesia xanthocarpa Berg. (Myrtaceae) , popularmente conhecida como “guavirova”, tem sido empiricamente usada no Sul do Brasil para reduzir os níveis de colesterol sanguíneo.

Objetivo: O alvo do presente estudo foi investigar o efeito da guavirova no estresse oxidativo de indivíduos hipercolesterolêmicos. Delineamento: estudo duplo-cego randomizado. Material e Métodos: 33 pacientes foram selecionados e divididos com base nos níveis de colesterol total (CT) em níveis indesejáveis (NI): 200 – 240 (225 ± 4,0 mg/dL) e níveis hipercolesterolêmicos (NH) > 240 (280,0±5mg/dL). Ambos grupos foram aleatoriamente divididos em grupo controle (CG), que recebeu pílulas placebo, e grupo experimental 250 (GE 250), que recebeu 250 mg de guavirova encapsulada. Para os pacientes NH, um grupo experimental 500 (GE 500), que recebeu 500 mg de guavirova, foi incluído. Todos os grupos receberam orientações para uma dieta com restrição ao colesterol e pílulas uma vez ao dia. CT e proteína carbonilada (PC), usada como um parâmetro de estresse oxidativo, foram analisadas.

Dados foram analisados antes e depois de 90 dias do início do tratamento pela ANOVA de uma ou duas vias (tempo e tratamento como fatores), seguido pelo teste de Student-Newman-Keuls. P < 0,05 foi considerado significante. Resultados: Não houve nenhuma alteração nos níveis de PC em pacientes NI depois de 90 dias de tratamento. Entretanto, uma redução significante na PC foi observada em pacientes NH nos grupos EG 250 (51%; p <0,02) e EG 500 (33%; p < 0,02) quando comparado com os níveis antes do tratamento. Além disso, uma correlação positiva entre os níveis de PC e CT (r=0,48; p = 0.002) foi detectada. Conclusão: Cápsulas contendo de 250 a 500 mg de guavirova reduziu o estresse oxidativo no plasma de pacientes hipercolesterolêmicos nesta amostra estudada. Este estudo pode ser um incetivo para que outros trabalhos sejam realizados para confirmar esses achados.

Treinamento muscular respiratório melhora a mecânica ventilatória em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio

GIULLIANO GARDENGHI, FERNANDA BOROMELLO G, PATRÍCIA TATIANE C, RENAN PRADO L

Hospital Santa Marcelina São Paulo SP BRASIL e Universidade São Judas Tadeu São Paulo SP BRASIL

Pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) têm piora significante da mecânica ventilatória, no período pós-operatório. O uso do Threshold®

pode influir beneficamente nessa população. Objetivos: Testar a hipótese de que a realização do treinamento muscular respiratório (TMR) melhora a mecânica ventilatória de pacientes submetidos à RM. Casuística e Métodos: Realizou-se um estudo piloto, com 10 pacientes submetidos à RM com circulação extra-corpórea, que foram randomizados em dois grupos: Controle (CO) id: 64±7 anos, 5 pacientes, 3masc. e Threshold (TMR) id: 65±9 anos, 5 pacientes, 3 masc. O tempo de CEC de ambos os grupos foi de 73±5 minutos e os dias de internação após a cirurgia: 5± 2 dias. Pacientes com drenos pleurais foram excluídos. O grupo TMR realizou fisioterapia convencional + TMR (1 sessão/dia), enquanto o grupo CO realizou apenas a fisioterapia convencional, que consistia em manobras de higiene brônquica, exercícios respiratórios e aspiração traqueal, quando necessário. Foram avaliadas as seguintes variáveis desde o pré- operatório até a alta hospitalar: pressões inspiratória máxima (Pimáx) e expiratória máxima (Pemáx), dispnéia (BORG), dor, pico de fluxo expiratório (PFE) e volume corrente (VC). Resultados: A Pimáx do grupo TMR foi maior no momento da alta, quando comparado ao grupo CO (78±29 vs. 55±31 cmH2O, p=0.01). A Pemáx do grupo TMR foi maior do que a do grupo CO durante o período de internação (96±43 vs. 33±15 cmH2O, p=0.03). O PFE do grupo TMR também foi maior após o período de internação, em relação ao CO (306±109 vs. 159±106 lpm, p=0.00). O VC de ambos os grupos diminuiu no 1º PO, recuperando-se no momento da alta hospitalar (p=0.02). Os níveis de dispnéia não variaram entre os grupos (p=0.38) e os níveis de dor aumentaram em ambos os grupos no 1º PO, diminuindo no momento da alta hospitalar (p=0.01). Conclusões: O TMR realizado diariamente durante o período de pós-operatório foi eficaz em restaurar a força muscular respiratória (Pimáx e Pemáx) e o PFE em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Não se observaram diferenças significantes no VC, dispnéia e dor, quando comparados os grupos entre si.

A transferência de lípides para HDL encontra-se aumentada em pacientes com síndrome metabólica

ANA CAROLINA MORON GAGLIARDI, BRUNA LIMA PAVÃO, RAUL CAVALCANTE MARANHAO, RAUL DIAS DOS SANTOS FILHO

Instituto do Coração - InCor HCFMUSP São Paulo SP BRASIL

Há evidência de que o processo de transferência de lípides de lipoproteínas para HDL está envolvido com a função anti-aterogênica destas lipoproteínas. Esse processo está associado à habilidade da HDL em promover o efluxo de colesterol das células. No entanto não há trabalhos que avaliem a transferência de lípides para HDL em pacientes com síndrome metabólica. Foi investigado a propriedade fundamental da HDL de receber lipídeos das outras lipoproteínas, através de uma lipoproteína artificial (LDE), em pacientes com síndrome metabólica e compará-los com grupo controle. Para a avaliação da transferência de lípides para HDL, foi utilizada uma nanoemulsão lipídica artificial, semelhante à LDL (LDE), marcada com lípides radioativos, que agiu como doadora de lípides. A amostra foi composta por 66 pacientes com síndrome metabólica, com média de idade de 47,6 ± 9,5 anos, sendo 63,6% mulheres. O grupo controle era composto por 25 pacientes, com média de idade de 42,8 ± 13,8 anos, sendo 60,0% mulheres. Utilizando teste não- paramétrico de Kruskal-Wallis foi analisada a alteração da transferência de lípides nos pacientes e observou-se que os grupo de intervenção apresentaram diferença significativa (p<0,001) para CE , PL, TG e CL. Os lípides foram mais transferidos nos pacientes com síndrome metabólica, o que pode indicar uma maior instabilidade nas partículas de HDL destes.

Análise quantitativa do lactato sérico na admissão em unidade de terapia intensiva após cirurgia cardiovascular

MARIA FERNANDA MARETTI ANTUNES GARCIA, RENATO BUENO CHAVES, NUBIA WELERSON VIEIRA, JULIANA ASCENÇÃO DE SOUZA, CRISTIANO HUMBERTO NAVES DE FREITAS AZEVEDO, FERNANDO A. ATIK

Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (InCor DF) Brasília DF BRASIL Racional: O lactato sérico já é conhecido como um marcador prognóstico em pacientes críticos, incluindo aqueles submetidos à cirurgia cardiovascular. Objetivo:

Determinar a implicação prognóstica dos diferentes níveis de elevação do lactato sérico na admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) em pós-operatório de cirurgia cardiovascular. Delineamento: Estudo observacional. Métodos: No período de janeiro de 2007 a agosto de 2008, 515 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia cardiovascular foram estudados, excluindo-se os óbitos intra-operatórios e os portadores de insuficiência hepática avançada. Hiperlactatemia foi definida como lactato > 4,0 mmol/L. Preditores de mortalidade em 30 dias foram determinados por regressão logística multivariada. Análise quantitativa dos níveis de lactato (Q1: < 4,0 mmol/L, N=182; Q2: 4,1-8,8 mmol/L, N=187; Q3: 8,9-13,1 mmol/L, N=107; Q4: > 13,2 mmol/L, N=39) foi correlacionada com morbidade pós-operatória. Resultados: O lactato sérico > 13,2 mmol/L (OR 4,64, IC 95% 1,47 – 14,28, p=0,01) e o Euroscore aditivo >8 (OR 9,82, IC 95% 3,95 – 26,32, p<0,0001) estiveram independentemente associados a maior mortalidade. Q4 correlacionou-se com maior morbidade pós- operatória, quando comparado a todos os outros grupos, no que se refere a eventos combinados (óbito, infarto, acidente vascular cerebral e insuficiência renal aguda (p=0,03)), necessidade de balão intra-aórtico (p=0,001), fibrilação atrial (p<0,0001), transfusão sanguínea (p<0,0001), pneumonia (p<0,0001), sepse (p=0,01) e tempo de internação em UTI (p<0,0001). Conclusão: Apesar de a hiperlactatemia ser reconhecidamente um fator de mau prognóstico, somente valores muito elevados deste marcador de perfusão tecidual na admissão em UTI expressam maior morbidade e mortalidade.

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Avaliação das interações medicamentosas em pacientes hospitalizados em unidade coronariana: um estudo Farmacoepidemiológico

GRAZIELE CRISTINE SILVA, MARCIA CANECA PEREIRA, PAMELA RODRIGUES PEDROSO, LUCIANA DA COSTA GOMES, FERNANDA CARAVELLAS LICURGO

Hospital Pró-Cardíaco Rio de Janeiro RJ BRASIL

Fundamento: A avaliação das interações medicamentosas vem se tornando uma atividade da farmácia clínica cada vez mais importante dentro do ambiente hospitalar, uma vez que as mesmas, quando não desejáveis, podem causar danos ao paciente ou prolongar o seu tempo de internação. (Journal of Clinical Pharmacology, 2004;44:559-569). Objetivo: Identificar e avaliar as interações medicamentosas presentes nas prescrições de pacientes adultos internados na Unidade Coronariana de um hospital particular. Delineamento: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo de farmacoepidemiologia. População: pacientes internados nos boxes da Unidade Coronariana de maio a dezembro de 2008. Métodos: As prescrições foram analisadas quanto à presença de interações droga-droga usando o programa Micromedex® e classificadas quanto ao seu grau de severidade. Resultados: Foram analisadas 91 prescrições. A idade média da população estudada foi de 68 anos e as prescrições eram em sua maioria de pacientes do sexo masculino (65,93%).

O número médio de medicamentos foi de nove por prescrição (mínimo de quatro e máximo de 20). Os fármacos que atuam na coagulação estavam presentes em 93,4% das prescrições e os protetores gástricos em 84,6%. Das 91 prescrições analisadas, 82 (90,1%) apresentavam pelo menos uma interação medicamentosa e 50% dessas possuíam mais de três interações. Foram identificadas ao todo 300 interações medicamentosas classificadas em: contra-indicada (01; 0,33%), severas (126; 42%), moderadas (116; 38,7%) e leves (57; 19%). 119 interações (39,6%) foram consideradas terapêuticas e intencionais pois faziam parte do tratamento e eram previstas pelos médicos. Conclusão: A presença de interações medicamentosas é um risco permanente em hospitais, portanto, a utilização de um sistema de banco de dados eletrônico sobre os medicamentos auxiliando a prática clínica diária e a presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar são iniciativas importantes que podem contribuir para garantir maior segurança, eficácia e qualidade da terapia medicamentosa oferecida aos pacientes.

O EuroScore pode predizer tempo de internação e complicações pós- operatórias não fatais?

JACQUELINE S S MIRANDA, ELISANGELA CORDEIRO REIS, VITOR SALLES, MARLON D TORRES, FRANCISCO LOURENÇO J, FERNANDA B A SANTOS, HUMBERTO VILLACORTA J, CARLOS C L PEREIRA

Hospital Quinta D’Or Rio de Janeiro RJ BRASIL

Fundamentos: O EuroScore é o sistema de escore mais utilizado em cirugia cardíaca, sendo originalmente desenvolvido para a predição de mortalidade. Há poucos dados sobre sua capacidade de prever morbidade pós-operatória. Objetivos:

Testar a capacidade do EuroScore padrão na predição de tempo de internação em unidade cardio-intensiva (TUCI) e hospitalar (TIH) e complicações pós-operatórias não fatais (compPO) em pacientes (pts) submetidos a cirurgia cardíaca. Métodos:

Foram estudados 126 pts submetidos a cirurgia cardíaca (122 [97%] com circulação extra-corpórea, 86 [68%] eletivas) no período de julho de 2007 a fevereiro de 2009.

Eram do sexo masculino 90 (71,4%) pts, com média de idade de 62,8±12,5 anos.

Avaliou-se a associação entre o EuroScore e o TUCI e TIH bem como a associação com compPO combinadas (pneumonia, AVE, complicações gastrointestinais, uso de balão intra-aórtico, reintubação e reoperação). Foram excluídos 11 (8,7%) pts que faleceram no PO, sendo analisados 115 pts. Resultados: O EuroScore médio da população foi de 6,1±4,2 e o tempo médio de TUF e TIF foram, respectivamente 7,7±11,7 e 16±23 dias (medianas e variação interquartis de 4 [3-7] e 11 [8-15]

dias). 33 (28,7%) pts apresentaram compPO. Os valores do EuroScore foram mais elevados nos pts com complicações comparados àqueles sem (8,78±4,5 vs 4,45±2,8; p<0,0001). Nos pts com EuroScore maior que 6, o TUCI e TIH foram mais elevados que naqueles com pontuação ≤6 (TUCI 11,7±16,7 vs 4,7±3,5; p=0,004 e TIH 22,5±33 vs 11,5±9,5; p=0,03). A taxa de compPO nos pts com Euroscore >6 vs

≤6 foi de 52,3% vs 12,6% (risco relativo=4,12 [IC 95%=2,1 a 8,08]; p<0,00001). A sensibilidade e especificidade de o EuroScore>6 detectar compPO e TIH>15 dias foi de 72%, 75% e 71%,73%, respectivamente. Conclusões: O EuroScore é um bom preditor de tempo de internação e morbidade no PO de cirurgia cardíaca.

Fatores de risco para tempo prolongado de internação em unidade de terapia intensiva e enfermaria após cirurgia cardíaca

AÍDA L R TURQUETTO, ELAYNE K OLIVEIRA, LOUISE P C LIMA, LUIZ F CANEO

Instituto do Coração do Distrito Federal - Incor DF Brasília DF BRASIL Fundamento: Apesar dos avanços no manejo perioperatório de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, o tempo de permanência desses indivíduos em unidadade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria pode ser prolongado por diferentes fatores. O prolongamento desse tempo aumenta custos hospitalares e morbidade nessa população. Objetivo: Identificar fatores de risco pré, intra e pós operatório que contribuem para a permanência na UTI > 2 dias e > 7 dias na enfermaria.

Delineamento: Estudo retrospectivo, centro terciário de cirurgia cardíaca.

Pacientes: 206 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio (RM), cirurgia valvar e cirurgia combinada (RM e valvar). Foram excluídos óbitos e pacientes submetidos a outras cirurgias. Métodos: Análise descritiva e regressão linear multivariada de fatores independentes com (p) ≤ 0,05 para verificar a influência desses fatores sobre o tempo de internacão na UTI > 2 dias e na enfermaria >7 dias. Resultados: A idade média foi de 55,18 (±14,54) anos, 127 (61,70%) eram do sexo masculino, 105 (51%) tiveram tempo de UTI > 2 dias e 61 (29,6%) > 7 dias na enfermaria. Os fatores de risco com significância estatística para tempo de UTI

> 2 dias no pré-operatório foram: tabagismo (p=0,015) e euroSCORE (p=0,019);

no intra-operatório, tempo de CEC (p=0,006) e no pós-operatório, realização de transfusão de hemoderivados (p<0,001), presença de insuficiência renal aguda (IRA) pós-operatória (p=0,010), nível de lactato de chegada na UTI (p=0,013) e a presença de algum tipo de infecção no pós-operatória (p=0,028). Para o tempo > 7 dias na enfermaria, foram identificados no pré-operatório, euroSCORE (p<0,001); no intra-operatório, tempo de CEC (p<0,001) e no pós-operatório, presença de algum tipo de infecção pós-operatória (p=0,003), realização de toracocentese (p<0,001) e BH maior que 3000ml nas primeiras 48 horas de UTI (p=0,042). Conclusão:

Foram identificados alguns fatores de risco perioperatórios associados ao tempo prolongado na UTI e na enfermaria. A identificação desses fatores pode auxiliar a criação de estratégias preventivas e terapêuticas e a otimização dos recursos para melhorar o manejo clínico/cirúrgico desses pacientes.

Análise da evolução pós-operatória de pacientes submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio a partir da comparação entre circulação extracorpórea (cec) e minicircuito (mini-cec)

SÉRGIO LINCOLN DE MATOS ARRUDA, FAUSTO STAUFFER, PRISCILA CARVALHO MIRANDA, THIEGO PEDRO FREITAS ARAÚJO, DILMA LUCIA LOPES DE ALBUQUERQUE, SÉRGIO MURILO DOMINGUES JUNIOR, GUSTAVO MICHELSTAEDTER RODRIGUES

Hospital Santa Lúcia Brasília DF BRASIL

Introdução: Dada a resposta inflamatória associada à técnica convencional de Circulação Extracorpórea (CEC) nas cirurgias de revascularização do miocárdio (CRVM), surge o questionamento sobre o impacto de circuitos menores (mini-CEC) na redução destes efeitos lesivos. Objetivo: Comparar o pós-operatório de dois grupos de pacientes submetidos à CRVM, um grupo com CEC e outro com mini- CEC. Material e métodos: No período entre outubro de 2003 a outubro de 2008, 376 pacientes foram admitidos no pós-operatório de CRVM na UTI, dos quais 246 (65,42%) usaram CEC ou mini-CEC. Este estudo é observacional e prospectivo.

A análise estatística foi realizada utilizando-se teste T não pareado, teste exato de Fisher e o teste chi-quadrado para tendência. Resultados: Dos 246 pacientes, 76,42% eram do sexo masculino. 164 pacientes (66,67%) foram submetidos à CEC e 82 (33,33%) à mini-CEC. O tempo médio de CEC em minutos foi 91,17 ± 37,18 (23- 240) e o de mini-CEC 86,71 ± 37,04 (30-248) [p=0,3892]. Do grupo submetido à CEC, 22,56% dos evoluíram com complicações no pós-operatório. Do grupo da mini-CEC, 24,39% dos pacientes evoluíram com complicações. A incidência de complicações nos grupos foi semelhante [p=0,7508]. A necessidade de aminas no pós-operatório tardio foi maior no grupo submetido à CEC (14,02% x 7,32%), bem como a taxa de reinternação na UTI (3,05% x 2,44%), [p=0,1454 e p=1,0]. O sangramento médio nas primeiras quatro horas no grupo com CEC foi 176,68 ± 177,38 ml (0-1000) e no grupo com mini-CEC foi 163,46 ± 165,24 ml (0-800) [p=0,5754]. A taxa de mortalidade hospitalar no grupo com CEC foi 4,27% e no com mini-CEC foi 4,88%

[p=1,0]. Conclusões: Não houve diferença estatística quanto as complicações, uso de aminas no pós-operatório tardio, taxa de reinternação, sangramento médio nas primeiras quatro horas e mortalidade. Esses resultados mostram um desfecho semelhante da CRVM com CEC ou com mini-CEC.

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015 016

Comparação entre treinamento teórico-prático e treinamento apenas teórico (video) para a realização de ressuscitação cardiopulmonar de boa qualidade

HEBERTH C MIOTTO

Sociedade Mineira de Terapia Intensiva Belo Horizonte MG BRASIL e Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG BRASIL

Objetivo primário: Determinar a viabilidade de se realizar ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de boa qualidade a partir ensino da RCP somente por vídeo institucional. Objetivos secundários: Determinar os efeitos do treinamento com vídeo na melhora da capacidade cognitiva de profissionais da saúde. Métodos:

Vinte enfermeiras voluntárias participaram do treinamento somente com vídeo e aula expositiva de Suporte Básico de Vida de acordo com modelo do curso de BLS da American Heart Association (AHA) (grupo A). Este grupo foi comparado com vinte e seis alunos que cursaram um curso regular do Basic Life Support da AHA (grupo com treinamento teórico-prático) (grupo B). Após o curso todos foram submetidos à mesma avaliação teórica e prática, sendo que a avaliação prática foi gravada em DVD e posteriormente pontuada por 3 diferentes instrutores experientes em BLS. A avaliação teórica era um teste de múltipla escolha comumente usada nos cursos de BLS da AHA. Resultados: Não houve diferença significativa na avaliação teórica entre os grupos A e B (p>0,05), entretanto a avaliação prática foi consistentemente pior no grupo A, evidenciado pelos 3 instrutores-avaliadores (p<0,05). O participantres do grupo A apresentaram dificuldades principalmente em abrir vias aéreas, avaliar a respiração, fornecer 2 ventilações de resgate, checar o pulso carotídeo, colocar as mãos na posição correta, utilizar o desfibrilador externo automático e completar corretamente os ciclos ventilação-compressão.

Conclusão: A utilização de vídeos e aulas teóricas falhou em promover a capacidade da realização da RCP de boa qualidade (capacidade psicomotora), embora a capacidade cognitiva não foi afetada.

Há diminuição da freqüência de sangramento com o passar do tempo em pacientes que apresentam SCA? Registro GRACE

JOSE F K SARAIVA, ALVARO AVEZUM J, MAIA, L N, MARCÍLIO, C S, OLIVEIRA, G B F, MARINO, R L, CARVALHO, A C C, RITT, L E F, PIEGAS, L S, ARI TIMERMAN, ALBUQUERQUE, D C, ESTEVES, J P

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Sao Paulo SP BRASIL e Hospital Celso Pierro PUCC Campinas SP BRASIL

Racionalidade: O estudo GRACE tem demonstrado um aumento nos procedimentos invasivos e nos procedimentos com estratégias anti-trombolíticas num período de 8 anos (2000 - 2007) ao lado da melhoria dos desfechos clínicos. Entretanto, a grande utilização destas terapias pode resultar em maior freqüência de sangramento e suas complicações. Porém, a freqüência de relatos de sangramentos em outros estudos clínicos apresenta uma variância significável. Objetivos: Determinar se tanto as mudanças das médias das terapias anti-trombolíticas quanto da intervenção cardíaca estão acompanhadas pelo aumento das taxas de sangramento. Metodologia:

Analisados os dados de 24,000 pacientes envolvidos no estudo GRACE.

Resultados: A média da incidência de sangramento maior foi de 2,3% em pacientes com Angina Instável e de 4,8% para aqueles que evoluíram com Infarto Agudo do Miocárdio com elevação do segmento ST. Entretanto, os pacientes que evoluíram com Infarto Agudo do Miocárdio sem elevação do segmento ST e apresentaram sangramento maior tendiam a ter idade superior daqueles que não sangraram, além disso, eles apresentaram maiores comorbidades, estavam mais expostos a procedimentos invasivos, e possuíam alta taxa de mortalidade tanto durante a hospitalização (21% vs 6%, p 0,001) e após 6 meses da alta hospitalar (26% vs 9,3%, p 0,001). Conclusão: Apesar dos procedimentos de intervenção ser mais invasivos e terapia farmacológica, a freqüência de sangramento maior diminuiu especialmente em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com elevação do segmento ST. Além disso, sangramento maior está associado com 2,8 vezes o aumento de morte, risco de reinfarto, depois do ajuste da idade ou das variáveis de risco GRACE.

Fatores relacionados à ruptura ventricular em Síndrome Coronária Aguda.

Registro GRACE

MARIO S S A COUTINHO, A AVEZUM J, MARCÍLIO, C S, TIMERMAN, A, OLIVEIRA, G B F, MAIA, L N, ALBUQUERQUE, D C, MARINO, R L, SARAIVA, J F K, MATTOS, A, CARVALHO, A C C

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Sao Paulo SP BRASIL e Instituto de Cardiologia de Santa Catarina Sao Jose SC BRASIL

Incidência da ruptura ventricular pós IAM diminuiu muito com difusão e disponibilidade de terapias de reperfusão, no entanto sua incidência nas SCAs ainda permanece obscura nos dias atuais. Objetivo: Determinar incidência, fatores associados à ruptura ventricular nos pacientes SCA do GRACE. Métodos:

Adultos (>18 anos) admitidos com SCA elegíveis se tivessem pelo menos um ECG consistente com SCA, aumento seriado de marcadores de necrose miocárdica, e/ou documentação da DC significativas. Avaliados 58.091 pacientes registrados em 113 centros de abril/99 a set/07. O diagnóstico da ruptura da parede livre do coração ocorreu 115 casos e ruptura ventricular septal em 152. Os preditores foram determinados regressão logística. As variáveis do GRACE risk-score, tipo de SCA e variáveis clínicas com p<0.25 foram consideradas para análise multivariada final.

Resultados: Dos 58.091 avaliados, 267 (0.5%) apresentaram ruptura, sendo no grupo com IAM com SSST. A incidência da ruptura do coração foi mais baixa nos com elevação de ST que foram submetidos à PCI comparada com as aquelas que não a fizeram (0.7% x 1.1%, P=0.01). Entretanto, a PCI preliminar não foi relacionada com preditor independente de prevenção à ruptura do coração na análise ajustada (P=0.20).A taxa de mortalidade hospitalar era 57% nos pacientes com ruptura do coração X 4.5% sem, representando 5.5% de todas as mortes do hospital. O sexo, a idade, a elevação do ST na apresentação inicial SCA e freqüência cardíaca foram relacionados como preditores independentes ruptura. A história de doença isquêmica prévia e uso beta bloqueadores e heparina de baixo peso molecular foram associados com uma incidência mais baixa deste evento. Conclusão: Na era da reperfusão, a ruptura do coração é uma rara complicação em SCA, embora a incidência real seja subestimada. A ruptura é mais comum, mas não exclusiva em pacientes com SCA com ESST.

Rede Nacional de Atendimento ao AVC

SHEILA MARTINS, LUIZ ANTONIO NASI, MANOEL FERNANDES CANESIN, AYRTON ROBERTO MASSARO, CLOER VESCIA ALVES

Ministério da Saúde Coordenação Geral Urgência e Emergência Brasília DF BRASIL e Hospital de Clínicas de Porto Alegre Porto Alegre RS BRASIL

Fundamento: Poucos hospitais estão preparados para tratar o AVC isquêmico agudo com trombólise, único tratamento efetivo aprovado. Objetivo: Organizar e capacitar uma rede de hospitais ligadas ao SAMU para rápido reconhecimento do paciente com AVC e direcionamento ao hospital correto para tratamento trombolítico. Delineamento: Estudo prospectivo, de desenvolvimento de um sistema Nacional de assistência ao AVC agudo. Pacientes: Pacientes com AVC isquêmico agudo atendidos nos hospitais da Rede Nacional. Método: A Coordenação Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde está criando uma rede de hospitais capacitados para atender ao AVC, interligados pelo SAMU para rápido reconhecimento e direcionamento do paciente ao hospital certo. Resultados:

O projeto piloto iniciou em Porto Alegre, com 4 hospitais formando a rede Porto Alegre Metropolitana. Em 1 hospital foi implantada a telemedicina para orientação do tratamento agudo. A taxa de elegibilidade para a trombólise foi de 15% e a taxa de sangramento cerebral sintomático de 5%. O SAMU triou corretamente 83% dos casos. Dos 253 pacientes atendidos antes da implementação do tratamento, 32%

ficaram sem seqüelas, enquanto 32% dos 107 pacientes tratados com trombólise EV tiveram o mesmo desfecho (p=0,01). Conclusões: É possível implementar no Brasil um sistema efetivo de tratamento ao AVC.

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019 020

O QRS estreito não prediz menor prevalência de dissincronia intraventricular na miocardiopatia chagásica

JUSSARA O PINHEIRO, OTO O SANTANA, LUIZ P MAGALHÃES, ALEXSANDRO A FAGUNDES, DARLUCE O AZEVEDO, MONIQUE SIMÕES, LEANDRO BARROS, ROQUE ARAS J, FRANCISCO J F B REIS, LUIS C L CORREIA

Hospital Universitário Prof. Edgard Santos - UFBA Salvador BA BRASIL e Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública-FBDC-Pos Salvador BA BRASIL Fundamento: A prevalência de dissincronia intraventricular varia conforme a largura do QRS, ficando ao redor de 70% nos casos com QRS alargado e bloqueio de ramo esquerdo. A presença de bloqueios intracardíacos e dilatação miocárdica são apresentações da miocardiopatia chagásica, sugerindo assim uma população com elevado percentual de dissincronia. Objetivo: Determinar a prevalência de dissincronia na população com miocardiopatia chagásica (MCC) de acordo com a largura do QRS. Delineamento: Corte transversal. Material e Métodos: Avaliados 56 pacientes com MCC, por um período médio de 21 ± 14 meses. Ecocardiograma com doppler tecidual foi realizado em todos. Os critérios de dissincronia intraventricular foram DP desvio padrão da medida de 12 segmentos do ventriculo esquerdo >

33 ms; MI maior intervalo entre estes 12 segmentos > 100 ms; ASL diferença entre os segmentos septo-basal e latero-basal > 60 ms. O critério de dissincronia interventricular foi a diferença de tempos deVE-VD > 40 ms. Resultados: Idade média de 56 ± 10 anos, 50% do sexo feminino, 87 % em classe funcional I/II, 25%

portadores de marcapasso, a fração de ejeção média de 30 ± 8%. A dissincronia intraventricular persistiu elevada independente do QRS, ao se considerar qualquer um dos 3 critérios. A prevalência no grupo de pacientes com QRS > 0,12 seg foi de 89% e no grupo com QRS < 0,12 seg foi de 85%.A dissincronia interventricular se reduz significativamente no subgrupo de QRS < 0,12seg (44% x 15%, p= 0,05).

Conclusão: Na nossa casuística observamos alta prevalência de dissincronia intraventricular na MCC. A prevalência persistiu elevada mesmo nos pacientes com QRS estreito.

Manobra de Valsalva para detecção de disfunção vagal em pacientes com Doença de Chagas sem cardiopatia: META-ANÁLISE

MARCOS R SOUSA, MARCOS S CAMPOS, LEONARDO M G BAPTISTA, ANTONIO L P RIBEIRO

Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte MG BRASIL e Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFMG Belo Horizonte MG BRASIL Fundamento: O índice de Valsalva (IV) é simples e reprodutível como índice vagal.

Objetivo: Realizar meta-análise dos estudos que usaram o IV em pacientes (pts) com doença de Chagas sem cardiopatia (DChSC), comparados com controles saudáveis (CS), a fim de definir se a modulação vagal está prejudicada nos pts com DChSC. Delineamento e Metodologia: Revisão da literatura sistematizada e meta-análise dos estudos nos quais o IV foi usado em DChSC. A estatística g de Hedges (software Medcalc v.9.4.0.0) foi utilizada para combinar os resultados através da diferença média padronizada sumariada (DMPS): a média do IV em chagásicos menos média do IV em CS, dividida pelo desvio padrão ajustado e sumariado dos estudos. A amostra necessária para detectar esta diferença com poder de 80% foi calculada usando o software G*Power v.3.0. Resultados: A meta-análise incluiu 396 pts em 7 estudos. O IV sumariado foi 1,87±0,39 ms em controles versus 1,74±0,40 ms em ChDSC, levando a uma DMPS estatisticamente significativa de -0,310 (IC95% -0,513 a -0,106). Considerando a DMPS de -0,31, erro alfa de 0,05, seriam necessários 330 pts para um estudo com poder de 80%.

Conclusões: Pts com DChSC apresentam valores reduzidos de IV, indicando disfunção vagal. A maioria dos estudos prévios não poderia detectar esta diferença devido ao pequeno número de pts e poder estatístico insuficiente.

Significado prognóstico da evolução eletrocardiográfica na cardiopatia chagásica

BRUNO R NASCIMENTO, CHRISTIANO G ARAUJO, MANOEL O C ROCHA, THAÍSSA O A COELHO, MARCELO M P FILHO, LUCAS R C FILHO, VITOR E S COTA, MARIA DO CARMO PEREIRA, ANTONIO L P RIBEIRO

Hospital das Clínicas da UFMG Belo Horizonte MG BRASIL

Introdução: O eletrocardiograma (ECG) basal na cardiopatia chagásica pode apresentar uma variada gama de alterações e preciosas informações prognósticas.

Este estudo descreve a evolução eletrocardiográfica em 6,8 anos (±1.3) nessa doença, correlacionando as anormalidades ocorridas com queda ≥ 5% da fração de ejeção (FEVE). Métodos: Trata-se de estudo longitudinal e prospectivo. Selecionou- se pacientes (P), chagásicos ou não, na faixa de 15 a 55 anos, sem evidências de outras doenças cardíacas ou sistêmicas, que preencheram os critérios de inclusão.

A amostra foi constituída inicialmente com 220 P, sendo que 30 eram controles (C) e 190 chagásicos (CH), estudados em 1998 e 1999. Houve 13 óbitos, todos entre os CH (7.1% dos CH), que não foram objeto do estudo. A amostra final foi de 153 P, reavaliados entre 2004 e 2006, 25/30 (83% de seguimento) do grupo C e 128/177 (72% de seguimento) do grupo CH. Foram identificadas as variáveis ao ECG associadas com diminuição da FEVE (≥ 5%). Resultados: Durante o seguimento, 21 P do grupo CH (18.7%) e 0 do grupo C apresentaram queda significativa da FEVE (p = 0.024). Com a evolução do estudo, no grupo CH, houve aumento da duração do QRS e do intervalo QT e QTc, assim como da prevalência de baixa voltagem periférica. Apenas a presença de qualquer nova alteração ao ECG e o aumento na duração do QRS se correlacionaram com diminuição ≥ a 5% na FEVE. Um aumento do QRS de 0.005s tem sensibilidade de 77.8% e especificidade de 62.2%

para reconhecer os P com queda significativa da FEVE. Houve correlação entre o aumento do VE em diástole e a duração do QRS (coef. Spearman = 0.225, p = 0.017), e com a piora da FEVE (coef. Spearman = -0.300, p < 0.001). Conclusão: O estudo descreve o acompanhamento de uma amostra ambulatorial de P chagásicos, realçando o valor do ECG na sua condução clínica. O aumento da duração do QRS e o aparecimento de novas alterações no ECG pode auxiliar no reconhecimento dos P com diminuição significativa (≥ 5%) da FEVE. Além disso, o aumento do QRS e do diâmetro do VE em diástole tiveram correlação estatística.

Genotipagem em um grupo de pacientes com miocardiopatia hipertrófica no Espírito Santo: primeira identificação completa de mutação causal no Brasil JÚLIA DAHER CARNEIRO MARSIGLIA, MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI, FLAVIA DE PAULA, CLARA BARBIRATO, EDMUNDO ARTEAGA FERNANDEZ, ALOIR QUEIROZ ARAUJO S

Depto. Biotecnologia-Universidade Federal do Espírito Santo Vitória ES BRASIL e Unidade de Miocardiopatias - INCOR - HC - USP São Paulo SP BRASIL Fundamento: A cardiomiopatia hipertrófica (CH) é a doença cardíaca hereditária mais frequente, causada por mutações em genes codificadores de proteínas do sarcômero. Embora mais de 430 mutações já tenham sido completamente identificadas em vários continentes e países, não há relato de que isso tenha ocorrido no Brasil. Objetivo: Realizar um estudo genético para identificação de mutações causadoras de CH. Delineamento: Estudo piloto de viabilidade técnica laboratorial. Pacientes: Grupo de 20 pacientes com fenótipo definido de CH, moradores no ES, e 60 voluntários normais. Métodos: Através da técnica SSCP, foram estudados 12 exons dos três principais genes envolvidos com CH: exons 15, 20, 21, 22 e 23 do gene da cadeia pesada da β-miosina (MYH7), exons 7, 16, 18, 22 e 24 do gene da proteína C de ligação da miosina (MYBPC3) e exons 8 e 9 do gene da troponina T (TNNT2), e os fragmentos alterados foram sequenciados. Juntos, os exons estudados estão envolvidos em 139 das 441 mutações descritas para todos os genes, pouco mais de 31%. Resultados: Um total de 16 alterações foram encontradas, incluindo duas mutações, uma no gene MYBPC3 (p. Glu441Lys) e a outra no gene TNNT2 (p.Arg92Trp), 8 variações raras de sequência e 6 variações com freqüência alélica maior que 1% (polimorfismo). Conclusões: A genotipagem de pacientes com CH é exequível em nosso meio. A mutação p.Glu441Lys no gene MYBPC3 isoladamente parece promover um fenótipo menos grave do que quando associada a outra mutação. Além disso, a mutação p.Arg92Trp no gene TNNT2 não promove um fenótipo tão homogêneo quanto descrito anteriormente e pode levar a uma hipertrofia severa. De acordo com os dados disponíveis na literatura, trata-se da primeira vez em que uma mutação causadora de CH é completamente identificada no Brasil.

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023 024

Etnicidade e o polimorfismo genético da NOS3 Glu298Asp em portadores de insuficiência cardíaca: os afro-brasileiros diferem dos afro-americanos?

VELLOSO, MÔNICA W M, PEREIRA, SABRINA B, GIRO, CAMILA, ALVES, THIAGO O E, GAVA, ISABELA A, TARDIN, OZIEL M A, PERIOTTO, ANA C M, CHERMONT, SERGIO S, CARLOS, VIVIANE C, GONÇALVES, RODRIGO J P, RIBEIRO, GEORGINA S, MESQUITA, EVANDRO T

Universidade Federal Fluminense Niterói RJ BRASIL

Fundamento: O estudo AHEFT demonstrou uma redução de 43% na mortalidade dos pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) avançada e afro-americanos após a introdução da Hidralazina-Isossorbida (H/I) ao tratamento padrão da IC. O GRAFH, subestudo genético do AHEFT, concluiu que a resposta terapêutica estava relacionada ao genótipo Glu-Glu do polimorfismo da NOSe Glu298Asp. Objetivo:

Avaliar a prevalência dos genótipos e da freqüência alélica do polimorfismo da enzima NOSe Glu298Asp em pacientes afro-brasileiros e não afro-brasileiros com IC sistólica. Delineamento: Estudo transversal e observacional. Pacientes: Foram analisados os genótipos e a raça auto-declarada de 100 pacientes, com diagnóstico clínico de IC com disfunção sistólica e FE <50%, classe funcional I - III (NYHA).

Métodos: A população do estudo estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O DNA foi extraído de leucócitos do sangue periférico, os fragmentos amplificados pela reação da polimerase e genotipados pela técnica de RFLP. Para análise estatística foi utilizado o teste qui-quadrado. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 58,91 anos, 66% do sexo masculino e 49% afro-descendentes. Não foi observado diferença na freqüência alélica nos indivíduos auto-declarados afro- descendentes e não afro-descendentes. Entretanto ao se comparar a distribuição dos genótipos observou-se que a freqüência do genótipo Glu-Glu foi maior nos afro-descendentes em comparação com os não afro-descendentes (p=0,036).

Conclusão: De modo similar ao estudo GRAFH , observou-se que a frequência do genótipo Glu-Glu foi significativamente maior nos afro-brasileiros em comparação com os não afro-brasileiros.

O polimorfismo do receptor beta-1 adrenergico arg389gly e sua relação com a sobrevida de pacientes portadores de insuficiência cardíaca em uso de carvedilol

PEREIRA, SABRINA B, ALVES, THIAGO O E, GIRO, CAMILA, TARDIN, OZIEL M A, NASCIMENTO, BRUNO C D, PERIOTTO, ANA C M, GAVA, ISABELA A, CHERMONT, SERGIO S, QUINTÃO, MÔNICA M P, RIBEIRO, GEORGINA S, MESQUITA, EVANDRO T

Universidade Federal Fluminense Niterói RJ BRASIL

Fundamento: Pacientes com IC e genótipo Arg389Arg do polimorfismo do receptor beta 1 adrenérgico (β1AR) respondem melhor a terapia beta-bloqueadora, apresentando maior sobrevida e remodelamento cardíaco reverso. Objetivo:

Determinar a associação da sobrevida dos pacientes portadores de IC em uso de carvedilol com o polimorfismo do β1AR Arg389Gly. Delineamento: Estudo coorte prospectivo. Pacientes: 110 pacientes com clínica de IC e disfunção sistólica (FE

<50%). Métodos: Em 24 meses, foram analisados os desfechos, óbito e internação hospitalar. A amostra estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O DNA foi extraído de leucócitos do sangue periférico, os fragmentos amplificados pela PCR e genotipados por RFLP. Para a análise estatística: testes do qui-quadrado e Log Rank. Resultados:

73,6% masculinos, 50% afro-descendentes, média de idade de 59 anos. Ao analisar os desfechos em relação ao polimorfismo Arg389Gly identificou-se menor ocorrência dos desfechos em portadores do alelo Arg (p=0,028). A figura 1 mostra a proporção de pacientes livre de eventos comparado ao alelo Arg389.

Conclusão: O alelo Arg389 relacionou-se a melhora da sobrevida e redução dos desfechos em portadores de IC em nossa população.

Envolvimento cardíaco em mães de meninos portadores de distrofia de Duchenne

MARCIA M BARBOSA, MARIA DO CARMO P, JULIANA G GIANNETTI, CLAUDIA M V FREIRE, ANTONIO L P RIBEIRO, MARLI C SILVA, ZILDA M A MEIRA UFMG Belo Horizonte MG BRASIL e Ecocenter - Hospital Socor Belo Horizonte MG BRASIL

O envolvimento cardíaco é um componente importante da apresentação clínica de pacientes com distrofia de Duchenne (DD), nos quais há falta ou deficiência de distrofia no miocárdio e no músculo esquelético. Como esta é uma doença ligada ao cromossoma X, o objetivo deste estudo foi verificar a presença de envolvimento cardíaco incipiente em mães de filhos com DD através do strain bidimensional.

Métodos: 18 mães de pacientes portadores de DD (GD) foram submetidas a dosagem de CK total, de BNP e a um Doppler ecocardiograma para análise da função sistólica (fração de ejeção e strain bidimensional para se detectar disfunção incipiente do VE e VD). A função diastólica foi analisada pelo Doppler da valva mitral e pelo Doppler tecidual. Estes dados foram comparados aos dados de um grupo controle, composto por 9 mulheres sadias (GC). Resultados: A idade média do GD foi 40,9 ± 6,3, semelhante ao grupo controle. A CK total foi 123 ± 127 u/l e o BNP foi de 21,2 ± 19,8 pg/ml. Embora a FE do GD não tenha sido diferente do GC (65

± 9% x 70 ± 6%, p=NS), três pacientes (16,6%) apresentavam FE < 55%. O strain bidimensional do GD nas paredes septal (19,4 ± 0,57) e inferior (20,6 ± 0,86) foi mais baixo do que na parede septal (22,4 ± 0,78) e inferior (23,4 ± 0,73) no GC (p=0,006 e p= 0,046, respectivamente). O strain bidimensional do VD também foi inferior no GD (30,4 ± 1,3 x 26,1 ± 1,1; p= 0,03). Todas as outras variáveis, incluindo as de função diastólica, não foram diferentes entre os grupos. Conclusão: Mães de filhos com DD aparentemente sadias apresentaram disfunção leve do VE em 17% dos casos. O strain bidimensional do VE e strain do VD se mostraram abaixo dos níveis encontrados nos controles, não portadoras do gene da DD. Estes dados têm impacto clínico porque apontam para a necessidade de se analisar estas pacientes a fim de se detectar disfunção ventricular incipiente e iniciar uso de inibidores da ECA.

Importância da medida da velocidade do eixo longitudinal na sístole (S`) pelo ecocardiograma com Doppler tecidual em pacientes com suspeita clinica de insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal

ANTONIO JOSE LAGOEIRO JORGE, EVANDRO TINOCO MESQUITA, LUIZ CLAUDIO MALUHY FERNANDES, MARIO LUIZ RIBEIRO, MARIA LUIZA GARCIA ROSA

Universidade Federal Fluminense Niteroi RJ BRASIL

Fundamento/Objetivo: Estudos têm mostrado que IC com fração de ejeção normal (ICFEN) com função sistólica normal é uma situação clinica bastante rara e que o mais comum é a associação de ICFEN com alterações leves (sub-clinicas) da função sistólica. Investigamos a presença de disfunção sistólica regional do VE avaliada pelo pico de velocidade miocárdica no eixo longitudinal (S`) medida pelo eco Doppler tecidual (EDT) em pacientes ambulatoriais com suspeita de IC. Metodologia: Estudo transversal, prospectivo com 93 pacientes (idade média 69,2±12,2 anos) com suspeita clinica de IC (FEVE≥50%) que foram submetidos ao EDT para avaliação da função sistólica e diastólica no eixo longitudinal e dosagem do BNP. Os parâmetros da função diastólica avaliadas foram pico da velocidade miocárdica no inicio da diástole (E`), relação E/E`, volume de átrio esquerdo indexado (VAE-I) e relação E/A.

Pacientes foram classificados de acordo com os critérios da Sociedade Européia de Cardiologia em dois grupos, um com ICFEN e outro sem ICFEN. Resultados:

ICFEN foi confirmada em 30 pacientes (32%) que apresentavam valores médios de S' de 7.8 cm/s, enquanto que pacientes sem ICFEN tiveram valores médios de S’

de 9.5 cm/s (p=0,003). Níveis de BNP foram 6 vezes mais elevados no grupo com ICFEN quando comparados ao grupo sem ICFEN (128 pg/ml; mediana 93 versus 21 pg/ml; mediana 16 p<0,0001). A função diastólica avaliada pela relação E/E`, pelo E’ e pela relação E/A correlacionou-se com a função sistólica avaliada no eixo longitudinal (S’) (r=(-)0,420; r=0,460 p < 0,0001; r=(-)0,275, p=0,006), porém Valores de BNP, VAE-I e massa de VE-I não apresentaram correlação (r=(-)0,177 p= 0,046;

r=(-)0,128 p=0,113; r=(-)0,213 p =0,021). Conclusões: Nossos dados mostram uma redução de 22% nos valores médios de S’ em pacientes com ICFEN em relação ao grupo sem ICFEN. Existe correlação linear entre o aumento de E/E’ e diminuição do E’ com a piora da função sistólica regional em pacientes com ICFEN.

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027 028

Valor agregado da perfusão miocárdica de estresse induzida por adenosina realizada em DSCT sobre a leitura da angiotomografia coronária em um mesmo exame

JOSE ALVES ROCHA FILHO, HIRAM GRANDO BEZERRA, LEONID SHTURMAN, RON BLANKSTEIN, RICARDO LOUREIRO CAVALCANTI-SOBRINHO, IAN S.

ROGERS, WILFRED S. MAMUYA, UDO HOFFMANN, GUDRUN FEUCHTNER, THOMAS J BRADY, RICARDO C CURY

Massachusetts General Hospital boston ma E.U.A.

Fundamento: A angiotomografia coronária (ATC) tem um alto valor preditivo negativo (VPN), permitindo excluir doença coronariana. Porém, existem limitações a ATC em determinar a significância da placa aterosclerótica. A ATC também vem se demonstrando útil na avaliação da perfusão miocárdica de estresse (PME).

Objetivo: Avaliar a acurácia diagnóstica da análise integrada entre a PME induzida por adenosina e ATC, ambos avaliados por tomografia computadorizada de duas fontes (TCDF). Delineamento: Nosso estudo foi realizado de forma prospectiva.

Paciente ou Material: 22 pacientes com alto risco para doença coronária, que tinham indicação para angiografia invasiva foram encaminhados para estudo de PME realizado em TCDF. Métodos: A análise dos exames foi feita em três passos:

primeiro a ATC era analisada e os leitores poderiam classificar o grau de obstrução coronária em significante e não significante. Segundo era a avaliação da PM na tomografia. Deficits de perfusão eram classificados de acordo com a extensão e reversibilidade. Terceiro era permitido aos leitores mudar o diagnostico. Comparou- se esses resultados com a angiografia percutânea. Resultados: A prevalência de estenoses significante nos 22 pacientes (idade: 62.9±10.7 anos, 82% sexo masculino e media do IMC 30.7kg/m2) foi de 48% na primeira leitura da ATC, 45% na segunda e 26% no cateterismo. Na analise inicial de 35% dos segmentos, foram graduados como indeterminado. A sensibilidade de 83%, especificidade de 65%, valor preditivo positivo de 47% e VPN de 91%. Após a leitura da PME a sensibilidade, especificidade, VPP e VPN aumentaram para 89%, 71%, 53% e 94%, respectivamente. Conclusão:

Nossos resultados mostram que a análise integrada da ATC com a PME no mesmo exame, permite avaliação de segmentos com estenose significante considerados não interpretáveis.

22 anos de experiência com a artéria epigástrica inferior para revascularização do miocárdio: avaliação de 361 casos

ANDERSON DIETRICH, LUIZ BORO PUIG, LUIS ALBERTO OLIVEIRA DALLAN, LUIZ AUGUSTO FERREIRA LISBOA, ADRIANO MILANEZ, RAFAEL ANGELO TINELI, NOEDIR ANTONIO GROPPO STOLF

InCor-FMUSP São Paulo SP BRASIL

Introdução: A artéria epigástrica inferior (AEI) foi proposta por Puig em 1987 para revascularização do miocárdio e posteriormente inúmeros centros de cirurgia cardiovascular internacionais passaram a utilizar a AEI. Casuística e Métodos:

Foram operados 361 pacientes e realizadas 138 cineangiocoronariografias (CINE) pós-operatórias, no período de outubro de 1987 à janeiro de 2009. Resultados:

Foram estudados 361 pacientes, sendo 76,7% do sexo masculino, com idade variando de 33 até 83 anos. Foram realizadas 138 CINE, num período que variou da mesma internação da cirurgia até 16 anos após, com uma mediana de 21 meses por exame. Das 145 AEI estudadas, 17 estavam fechadas, chegando a uma patência acumulada de 88,2%. O ramo coronariano (RC) tratado nas AEI fechadas foram:

Dg 6 casos, DA 5, Mg 2, DP 2, CD 1 e DA/Dg seqüencial 1 caso. Sendo 128 AEI patentes na CINE, o RC tratado foi: Dg em 63 casos/57 pérvias (patência 90.4%), DA 22/17 (77.2%), Mg 16/14 (87.5%), CD 8/7 (87.5%), DP 5/3 (60%) e VP 2 casos/2 pérvios (patência 100%;), Quanto ao local da anastomose proximal das AEI pérvias:

ATIE em 35 casos/30 pérvios (patência 85.7%), Ao 23/15 (65.2%), PV/PB 31/28 (90.3%), PVS 17/16 (94.1%), TID 4/4 (100%), Radial 2/2 (100%) e na AEI em 1 caso/1 pérvio (patência 100%). Conclusões: A avaliação cineangiográfica mostrou ótimos resultados da AEI imediatos e tardios. Estes dados sugerem que a AEI é mais uma opção para revascularização do miocárdio.

Preditores de mortalidade em 30 dias para pacientes do sexo feminino submetidas a revascularização do miocárdio

MAURÍCIO N MACHADO, ISABELA T TAKAKURA, MARIA LUDMILA SETTI AGUIAR, ANA PAULA OTAVIANO, OSANA M C COSTA, MAURO E HERNANDES, MARIA ANGELICA B. TEIXEIRA LEMOS, LILIA N MAIA

Faculdade de Med. SJ Rio Preto - FAMERP SJ Rio Preto SP BRASIL

Introdução: Mortalidade operatória após revascularização do miocárdio (RM) é consideravelmente mais alta em mulheres do que em homens. Esta disparidade entre os sexos tem persistido apesar da marcante redução do óbito operatório para pacientes submetidos a RM nas últimas décadas (Circulation. 2005; 112 [suppl I]: I-323 - I-327). Objetivos: Identificar preditores de óbito em 30 dias em pacientes do sexo feminino submetidas a RM. Casuística e métodos: No período de janeiro de 2003 a dezembro de 2008, 1.312 pacientes foram submetidos a RM.

Quatrocentos e sete pacientes (31%) eram do sexo feminino. Dezessete variáveis foram avaliadas em um modelo de regressão logística univariada. Preditores com valor p < 0,10 foram incluídos em um modelo de regressão logística multivariada, considerados significativos com valor p < 0,05. Resultados: A mediana de idade de todos os pacientes foi 61 anos (53 a 68) e a mediana do EuroSCORE foi 2 (1 a 4).

Dos dezessete preditores analisados, onze foram incluídos no modelo multivariado e três foram identificados como preditores independentes de óbito em 30 dias para pacientes do sexo feminino após RM: idade (OR - 1,08; IC95% 1,01 a 1,14 - p = 0,02); necessidade de diálise (OR - 11,7; IC95% 1,6 a 83,9 - p = 0,01) e uso de balão intra-aórtico (OR - 12,1; IC95% 3,3 a 43,7 - p = 0,0001). Acurácia da idade, necessidade de diálise e uso do BIA analisados pela área sob a curva ROC para mortalidade em 30 dias foi de 0,64 (IC95% 0,55 a 0,73), 0,64 (IC95% 0,57 a 0,71) e 0,64 (IC95% 0,57 a 0,71), respectivamente. Conclusão: Na população estudada, idade, necessidade de diálise e uso de BIA foram preditores independentes para mortalidade em 30 dias após revascularização do miocárdio. Apesar de terem sido preditores independentes, área sob a curva ROC não demonstrou boa acurácia para as variáveis analisadas.

Evolução clínica e mortalidade após cirurgia cardíaca - creatinina de admissão e lesão renal aguda

MAURÍCIO N MACHADO, ISABELA T TAKAKURA, OSANA M C COSTA, MAURO E HERNANDES, MARIA ANGELICA B. TEIXEIRA LEMOS, LILIA N MAIA Faculdade de Med. SJ Rio Preto - FAMERP SJ Rio Preto SP BRASIL

Introdução: O desenvolvimento de lesão renal aguda (LRA) está associado a alta morbidade e mortalidade pós-operatória. Mínimas mudanças na creatinina sérica (CrS) estão associadas à redução na sobrevida de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Objetivos: Avaliar evolução clínica e mortalidade após cirurgia cardíaca (revascularização do miocárdio e cirurgia valvar) baseado na CrS de admissão e evolução pós-operatória com LRA (Classificação AKIN). Casuística e métodos:

Entre jan/2003 a dez/2008, 1.988 pacientes foram submetidos à cirurgia cardíaca sendo divididos em dois grupos: CrS normal (NL) (H ≤ 1,3 mg/dL e M ≤ 1,0 mg/dL) - 1.157 pacientes (58%) e CrS alterada (ALT) (H ≥ 1,4 mg/dL e M ≥ 1,1 mg/dL) - 831 pacientes (42%). Os seguintes sub-grupos foram avaliados: CrS NL e LRA (-); CrS NL e LRA (+); CrS ALT e LRA (-) e CrS ALT e LRA (+). LRA foi definida como elevação da CrS em 0,3 mg/dL ou elevação de 50% da CrS em relação a seu valor de admissão. Resultados: Uma maior proporção de pacientes CrS ALT evoluiram com LRA no pós-operatório (40% vs. 27%; p < 0,0001) e com diálise (6%

vs. 2% - p < 0,0001). A mortalidade em 30 dias dos pacientes CrS ALT foi de 10%

vs. 5% dos pacientes CrS NL [p = 0,001; RR 1,7 (IC95% - 1,2 a 2,3)]. Análise dos subgrupos mostrou que pacientes que não desenvolveram LRA no pós-operatório tiveram baixa mortalidade, independente da CrS de admissão: CrS NL e LRA (-) - 1,8%; CrS NL e LRA (+) - 16%; CrS ALT e LRA (-) - 2,4% e CrS ALT e LRA (+) - 21%. Em um modelo de regressão logística multivariada, LRA no pós-operatório de cirurgia cardíaca foi preditora independente de óbito em 30 dias [OR - 3,0 (IC 95%1,6 - 5,4) p = 0,0004]. Área sob Curva ROC para acurácia da LRA como preditora de óbito foi de 0,76. Conclusão: Na população estudada, pacientes com CrS ALT tiveram maiores taxas de complicações clínicas e mortalidade porém, o sub-grupo de pacientes com CrS ALT que não desenvolveram LRA no pós-operatório tiveram taxas de mortalidade comparáveis à dos pacientes com CrS de admissão normal e que também não evoluíram com LRA.

Referências

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