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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

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Academic year: 2022

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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

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Margaret Regina de Assis Isaac

Mestre em Educação na área de concentração Formação de Professores, Instituições e História da Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2018). Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Ouro Preto (2016). Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2008). Atua como Professora formadora do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e na área de pesquisa em Educação, ênfase em Formação Docente, Práticas Pedagógicas e Saberes Docentes.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

1ª edição Ipatinga – MG

2021

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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos

Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa

Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos

Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299

Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300

www.faculdadeunica.com.br

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Menu de Ícones

Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado.

Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro.

Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano.

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SUMÁRIO

DOS PRIMÓRDIOS À ANTIGUIDADE OCIDENTAL ... 8

1.1 A EDUCAÇÃO DIFUSA NAS SOCIEDADES TRIBAIS ... 9

1.2 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL ... 10

1.3 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA OCIDENTAL ... 14

1.4 A EDUCAÇÃO ESPARTANA ... 16

1.5 A EDUCAÇÃO ATENIENSE ... 16

1.6 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA OCIDENTAL: ROMA ... 18

FIXANDO O CONTEÚDO ... 26

A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA ... 28

2.1 AS CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO MEDIEVAL ... 28

2.2 A EDUCAÇÃO FEUDAL ... 31

2.3 A EDUCAÇÃO URBANA ... 33

FIXANDO O CONTEÚDO ... 42

A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA ... 43

3.1 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ESCOLA ... 43

3.2 O DIÁLOGO ENTRE O ANTIGO E O MODERNO ... 44

3.3 A INFLUÊNCIA DA IGREJA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO ... 45

3.4 A REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA BURGUESA ... 47

3.5 O BRASIL: A CATEQUESE À SERVIÇO DA EDUCAÇÃO NA COLÔNIA – SÉCULO XVI 49 FIXANDO O CONTEÚDO ... 56

EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE ... 57

4.1 O MOVIMENTO NATURALISTA DE ROUSSEAU ... 59

4.2 KANT E O IDEALISMO ... 61

4.3 A EDUCAÇÃO NO BRASIL A PARTIR DA CONTEMPORANEIDADE: UM BREVE HISTÓRICO ... 62

FIXANDO O CONTEÚDO ... 73

A EDUCAÇÃO PÓS-CONTEMPORÂNEA – SÉCULO XX ... 74

5.1 CONCEPÇÕES EDUCACIONAIS NO SÉCULO XX ... 74

5.2 CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA ... 75

5.3 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA ... 77

5.4 CONCEPÇÃO TECNOLÓGICA ... 80

FIXANDO O CONTEÚDO ... 87

A EDUCAÇÃO NO ANO DE 2020 EM MEIO À CRISE DE UMA PANDEMIA ... 88

6.1 AS DIFICULDADES DAS ESCOLAS PELA ADOÇÃO EMERGENCIAL DO ENSINO REMOTO NO BRASIL ... 89

6.2 A NOVA RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA ... 91

6.3 ENSINO HÍBRIDO: UMA NOVA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO? ... 92

FIXANDO O CONTEÚDO ... 107

UNIDADE

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UNIDADE

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UNIDADE

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UNIDADE

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UNIDADE

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UNIDADE

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RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ... 108 REFERÊNCIAS ... 109

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CONFIRA NO LIVRO

Nesta unidade serão abordados os aspectos do período paleolítico e neolítico, primórdios da humanidade. As características da educação difusa nas sociedades tribais serão apresentadas, bem como a educação na antiguidade clássica, mais especificamente na Grécia e Roma.

A abordagem sobre os ideais da educação na Idade Média, ressaltará as características da Educação Medieval (influência da igreja católica na educação), a Educação Feudal (surgimento da classe burguesa) e a Educação Urbana (educação difundida por meio da linguagem oral e artística).

A Idade Moderna apresenta a institucionalização da escola, o diálogo entre o antigo e o moderno para o resgate de uma educação humanista e a influência da revolução francesa na vida do cidadão. Fará, também, uma breve abordagem sobre a educação no Brasil a partir do século XVI.

A Unidade 4 aborda o Iluminismo que marca o início do século XVIII iniciando a contemporaneidade, marcada por revoluções importantes que alteraram significativamente a vida do cidadão do mundo.

A Unidade 5 faz uma breve abordagem das concepções pedagógicas que têm norteado o trabalho educacional em todo o mundo. No entanto, o assunto será mais bem detalhado e aprofundado na disciplina de Didática.

A Unidade 6 apresentará o Ensino Remoto, fruto de uma educação que se constituiu emergencial devido à pandemia do Coronavírus.

A nova relação famíia/escola será abordada, apresentando uma pequena abordagem acerca do Ensino Híbrido que já vem sendo discutido e experimentado há mais de 20 anos e que agora tem a oportunidade de se firmar à nova realidade do século XXI.

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DOS PRIMÓRDIOS À ANTIGUIDADE OCIDENTAL

Para que se entenda a evolução do homem que o inseriu em sociedade e, para tanto, necessitando de uma vida organizada que transfere às próximas gerações seu modo de vida para a sobrevivência, faz-se necessária uma abordagem que situe o ser humano na pré-história: o período Paleolítico e o Neolítico, conhecidos como idade da pedra e que marcam o primeiro período da história da humanidade de aproximadamente 5.000.000 a 5.000 a.C.

O período Paleolítico, também conhecido como idade da pedra lascada, era dividido em paleolítico inferior e superior. Tem características que apontam que o homem vivia em grupos, era nômade e lutava por sua sobrevivência. Os primeiros hominídeos viviam da caça e da coleta. Já possuíam o controle do fogo e confeccionavam seus próprios instrumentos de trabalho como a faca e o machado, utilizando-se de materiais como a pedra lascada, madeiras e ossos. Posteriormente, foram aperfeiçoando as suas ferramentas, a partir de marfim e ossos para a confecção de arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha, o que comprova que desenvolviam o hábito da caça e da pesca. As pesquisas mostram, a partir dos historiadores e antropólogos, que nessa época já desenvolviam a pintura e a arquitetura.

Já o período Neolítico é dividido em dois momentos: idade da pedra polida e idade dos metais. Na primeira fase, inicia-se o cultivo dos campos, o que contavam com o auxílio de ferramentas como a enxada e passaram a desenvolver o artesanato que consistia na confecção da cerâmica e dos tecidos, a partir do tear inventado por eles. Surge, agora, os primeiros arquitetos, que utilizavam as pedras para a edificação de suas moradias. A segunda fase é marcada por invenções que alteram, radicalmente, a vida do ser humano na face da terra: a roda, a escrita, a metalurgia e o arado de bois. Surgem as primeiras cidades e a metalurgia.

UNIDADE

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1.1 A EDUCAÇÃO DIFUSA NAS SOCIEDADES TRIBAIS

Falar em educação em uma época quando a escola ainda não se institucionalizava em um ambiente fechado e organizado, num tempo em que não se imaginava adotar métodos educacionais, a responsabilidade pelo ensino era atribuída aos adultos a partir das influências de conduta e comportamento, conforme ilustrou tão bem Aranha (1996, p. 56):

O homem não possui aparelhamento instintivo como o dos animais, e por isso precisa ser socializado para sobreviver, o que é feito mediante a educação recebida das pessoas que o circundam, a partir dos modelos sociais do grupo a que pertence. De fato, desde que nasce, o homem é submetido a um intenso processo de aprendizagem que não termina senão com a morte.

A vida tribal era pautada no sagrado que perpetuava os mitos e ritos por meio da oralidade, mantendo-se os costumes e as crenças de uma geração a outra. Não há nessa sociedade uma hierarquia, o trabalho é coletivo, existindo a figura do chefe guerreiro que transmitia os anseios da comunidade que, embora demonstrassem respeito e prestígio não lhe deviam obediência, uma vez que não exercia um papel de soberano. A educação visava o desenvolvimento de habilidades, capacitando o homem à integração social, onde a criança imitava o adulto em sua conduta a partir das atividades cotidianas, aprendendo e acumulando conhecimento de tradições como as artes, os ofícios, os ritos, os cultos e outras manifestações culturais:

A formação é integral — abrange todo o saber da tribo — e universal, porque todos podem ter acesso ao saber e ao fazer apropriados pela comunidade. É bem verdade que alguns se destacam, detendo um conhecimento mais amplo ou especial — como no caso do feiticeiro

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— o que, no entanto, não resulta em privilégio, mas apenas em prestígio, como já foi dito. O conhecimento mítico imprime uma tonalidade especial à educação, pois os relatos aprendidos não são propriamente históricos, no sentido da revelação do passado da tribo.

Diferentemente, o mito é atemporal e conta o ocorrido no “início dos tempos”, nos primórdios. Daí os diversos ritos que marcam as passagens, como o nascimento e a morte ou ainda a iniciação à vida adulta (ARANHA, 2006, p. 35).

A figura, a seguir, organiza as características do modelo de educação praticado nas sociedades primitivas tribais:

Figura 1: Principais característica do modelo de educação na sociedade primitiva

Fonte: Adaptado de Aranha (2006)

Quando a escrita se torna necessária para registro e controle (em decorrência das produções e da vida social, alterada pelo surgimento das classes sociais e relação de trabalho escravista), o saber que era acessível a todos, fica agora restrito às classes dominantes.

1.2 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL

As civilizações antigas procuravam se instalar em regiões atravessadas por rios, o que garantiria condições necessárias à sobrevivência de suas famílias.

Organizavam-se em castas que não se misturavam, tendo a influência da religião em seus costumes e modo de viver. Cambi (1999) faz uma abordagem interessante para caracterizar as sociedades da época, o qual intitulou de Sociedades Hidráulicas que nascem no Extremo Oriente com a China e a Índia:

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As grandes sociedades hidráulicas nascem no Extremo Oriente com a China e a Índia, as quais, sulcadas por grandes rios, acolhem populações numerosas e diversas e organizam sua vida de modo unitário por meio da religião e do papel do Estado. São sociedades ligadas à cultura dos vegetais” (Braudel): o milho, a cevada, a ervilha, o sorgo; onde a carne escasseia. São sociedades ligadas ao problema da irrigação. Aspectos centrais também nas sociedades hidráulicas mais ocidentais: da Mesopotâmia e do Egito, que se modelam segundo a mesma estrutura das asiáticas e manifestam as mesmas características tanto sociais como técnicas e um forte desenvolvimento destes dois aspectos (CAMBI, 1999, p. 60-61).

Origina-se, portanto, o Estado, as classes sociais e a educação informal que, de uma geração a outra consistia na transmissão dos valores e do estilo de vida praticados por cada casta/comunidade. De acordo com Monroe (1970) a educação era teórica e prática, uma vez que a experiência dos adultos se transmitia oralmente às crianças para que se ajustassem ao meio natural em que viviam e aos costumes de sua comunidade. Bittar (2009) atribui esta prática a um binômio entre

“falar bem” e “o fazer”. Na educação prática, acontecia o treino para obtenção de alimentos, abrigo e vestuário, treinamento este que acontecia através da imitação que a criança fazia do adulto: os meninos aprendiam o ofício dos homens e as meninas, por sua vez, os trabalhos domésticos realizados pelas mulheres mais velhas.

A função educativa pela teoria consistia na instrução dos jovens pelos mais velhos, preservando as tradições e a cultura da sociedade.

Na Índia, a educação era fortemente influenciada pela religião hinduísta e posteriormente pelo budismo. Os sacerdotes, mais conhecidos como Brâmanes recebiam uma educação privilegiada, estudando, além da religião, disciplinas como a filosofia, literatura, gramática, matemática, astronomia, direito e medicina. Os demais indivíduos das outras castas recebiam uma educação voltada para a prática, ou seja, precisavam ser formados para o trabalho. No entanto, os Sudras e os Pários eram excluídos de acesso a qualquer tipo de educação. Com os ideais budistas, a educação sofre forte influência pelos ensinamentos espirituais do mestre, no sentido de desenvolver a personalidade por meio da autoconscientização e senso crítico, a partir de uma postura proativa de seus discípulos. Os alunos aprendiam a ler e a escrever, por meio das escrituras sagradas hindus, como os Vedas, focando no desenvolvimento espiritual, sem prejuízo da estimulação intelectual que acontecia através da instrução da lógica e da poesia. O ideal educativo consistia no desenvolvimento do ser humano integral: físico, espiritual e intelectual. No entanto, a educação não tinha caráter universal devido ao sistema de castas que

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diferenciava a educação de acordo com a classe, já que indivíduos de uma casta não poderiam migrar para a outra. A imagem aponta o funcionamento da sociedade em castas:

Figura 2: Sistema de castas na Índia

Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3vhPF5o. Acesso em: 14 fev. 2021

A educação na China favorecia mais as classes abastadas como os mandarins, conhecidos como “funcionários literatos” que recebiam instrução em escolas especializadas e intelectualizadas, influenciadas pelo Confucionismo (religião mais sofisticada que o Budismo e que ensinava Filosofia e Ética) e pelo Taoísmo que pregava o misticismo e a salvação. O mesmo não acontecia com os cidadãos de castas inferiores como os camponeses, mercadores e artesãos que, não tendo uma cultura organicamente definida, permaneciam subordinados aos governantes e contavam com uma formação elementar que, pela limitação da difícil língua chinesa (ARANHA, 2006; CAMBI, 1999), memorizavam conteúdos como o cálculo e a alfabetização. Há relatos, na história da antiguidade, de que o Confucionismo influenciou, positivamente, a educação formal tendo como método a promoção de valores sociais. A cultura chinesa teve suas raízes no Confucionismo

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(entrar no mundo humano), Budismo e Taoísmo (transcender o mundo humano). No entanto foi o Confucionismo que impactou a sociedade humana com seus ensinamentos. Os textos de Confúcio eram indicados para memorização e os alunos se submetiam a exames que avaliavam a Língua escrita (ideográfica), a Literatura e a Matemática.

No JAPÃO a educação segue o modelo da China, tendo características dualista e literária, nada pragmática em uma sociedade fortemente dividida por classes sociais (CAMBI, 1999). As religiões predominantes eram o Xintoísmo, primeira religião do Japão e o Budismo. De acordo com Piletti e Piletti (2012, p. 20) a educação formal no Japão começava entre 13 e 16 anos, tendo como base dois livros: o Kotio que ensinava os deveres familiares e o Rongo que disseminava a filosofia de Confúcio:

[...] À semelhança da China, o sistema de exames era muito importante. Os mestres eram escolhidos pela monarquia, mas havia, também, mestres particulares. [...] No início do século VII d.C., surgiu a Universidade de Tóquio, onde se ensinava Ciência Política, Jurisprudência, Matemática, Medicina, Astronomia e os clássicos chineses. Mais tarde, a Universidade foi substituída pelo Colégio de Confúcio, que chegou a ter até três mil alunos. As mulheres recebiam uma educação limitada.

Ainda de acordo com Piletti e Piletti (2012) no ano de 270 d.C., um chinês letrado levou a escrita chinesa para o Japão sendo que, na ocasião, muitos japoneses desconheciam a arte de escrever.

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1.3 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA OCIDENTAL

A Grécia Antiga compreende o período clássico dos séculos V a IV a.C, época em que não existia monarquia central e sim cidades-estados, surgindo daí o conceito de cidadania.

Como bem explica Cambi (1999), há uma mudança drástica na forma como a cultura é difundida, agora com caráter autônomo que abraça todos os saberes de forma racional, contemplando mais a teoria do que a prática, o que passa de educação à pedagogia, a partir da qual emergem modelos que fogem à tradição.

O termo que irá expressar a mudança na formação/educação do cidadão grego é a paideia, termo cunhado por volta do século V a.C. e que, de acordo com Werner Jaeger citado por (ARANHA, 2006) transcende as expressões como civilização, cultura, tradição, literatura ou educação: todas fundem-se no conceito global de paideia.

De acordo com vários teóricos a Grécia é o berço da civilização, deixando características importantes que se assemelham com a educação dos séculos XIX e XX. “Nenhum outro período há, até o século XVIII, tão cheio de sugestões para o educador do presente” (MONROE, 1970, p. 27). A educação não está mais a serviço da teologia, tampouco é restrita ao sacerdote. Os gregos viam na educação formal, o ideal de preparar os indivíduos para a cidadania, por meio do desenvolvimento intelectual da personalidade, a partir do estudo do homem, da natureza e do sobrenatural. Pensadores importantes como Sócrates deixaram-nos muitos ensinamentos acerca da natureza racional do homem que deveria desenvolvê-la, para a vida, por meio de disciplinas como a ciência, a arte, a filosofia e a religião.

A educação na Grécia antiga foi dividida em dois períodos: o período antigo e o período novo. O período antigo compreende o homérico e o histórico. O período antigo homérico é apresentado a partir de Homero, provável autor das epopeias Ilíada e Odisseia, conforme apresenta Aranha (2006) que retratava os acontecimentos da época. A figura abaixo nos proporciona uma visão privilegiada Mas, seus ensinamentos, que correspondem a uma revolução humanista, influíram e continuam influindo na cultura oriental quanto na ocidental” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 22- 23).

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de como ocorria a educação no período mencionado, exatamente porque suas obras poéticas (epopeias) eram lidas e estudadas, visando à educação militar do nobre grego:

Figura 3: Educação no Período Antigo Homérico

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Observe que o modelo de educação apresentado na figura acima aborda a formação para a guerra/ação (Ájax), a formação para a arte de falar bem/retórica (Ulisses) e, por fim, para a formação integral, representada por Aquiles, onde deverá acontecer a junção dos dois propósitos de educação. Fica patente, pela representação da imagem, a partir da influência de Homero, que a educação escolarizada/formal não foi planejada para a alfabetização de crianças, no período compreendido entre o ano de 900 a 750 a.C, mas visando o investimento na educação dos jovens, tendo característica política que intencionava a formação para o exercício do poder.

Outro período antigo é o histórico que apresenta o tipo de educação praticado nas cidades de Esparta e Atenas, visando também a formação dos jovens gregos:

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Figura 4: Modelos de Educação no Período Antigo Histórico

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

1.4 A EDUCAÇÃO ESPARTANA

A educação que se pretendia desenvolver na cidade-estado Esparta valorizada as atividades bélicas, ou seja, os jovens eram treinados para as guerras, a partir de uma formação militar. A criança, a partir dos 7 anos de idade, recebia educação púbica (pelos mais velhos) que era obrigatória e contemplava o ensino de música, canto e dança coletiva, sendo que a partir dos 12 anos, as atividades voltavam-se para a ginástica que praticava o treino militar. O ideal de vida do homem espartano consistia na luta e defesa pelos interesses do Estado.

1.5 A EDUCAÇÃO ATENIENSE

Em Atenas, além da educação voltada para a força física, formavam-se o cidadão para o intelecto, por meio da iniciativa privada. A partir dos 7 anos de idade,

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as meninas permaneciam em companhia das mulheres, dedicando-se ao trabalho doméstico, ao passo que os meninos recebiam, fora do ambiente doméstico, ensino de alfabetização, educação física (ginástica) e musical. Surge aí a figura do Pedagogo, escravo designado a acompanhar a criança do sexo masculino para participar das atividades educativas. Importante ressaltar que, de acordo com Aranha (2006), o ensino de leitura e escrita merecia, na ocasião, menor importância em detrimento das práticas esportivas e musicais, cujos professores tinham maior prestígio. Vale destacar ainda que durante o período grego existiam dois tipos de ginásios públicos: a Academia (para os filhos de sangue puro) e o Cinosargo (para os filhos de sangue misto).

No período Helenístico, de acordo com Aranha (2006), a Paideia torna-se enciclopédia, significando conhecimento geral que toda pessoa culta precisava adquirir, a partir do aprofundamento de estudos teóricos, que acabava restringindo as práticas da ginástica. As disciplinas ficaram então divididas entre humanísticas (gramática, retórica e dialética) e científicas (aritmética, música, geometria e astronomia). A filosofia é aperfeiçoada e posteriormente, introduz-se o estudo de teologia com o advento do cristianismo.

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1.6 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA OCIDENTAL: ROMA

A educação na Roma antiga sofreu forte influência da conquistada Grécia, no entanto os romanos eram considerados um povo mais prático, objetivo e prezava pela eficácia e utilidade (MONROE, 1970). Os processos educativos começavam no lar, onde o caráter moral era formado pelo pai, sendo que a mulher tinha um papel muito importante para a vida familiar, diferente das mulheres gregas que não delegavam a função de criar os filhos às amas. Outra característica importante da educação em Roma diz respeito à paideia dos filósofos gregos Platão, Isócrates e Aristóteles que influenciou o que os romanos denominaram de Humanitas, termo que abrange a formação integral do homem (ARANHA, 2006).

A história da educação romana pode ser dividida em três períodos: educação primitiva (século V a III a.C.), helênica (século III a I a.C.) e imperial (século I a V d.C.).

Na fase da Roma arcaica que, conforme Cambi (1999) era o período em que governaram sete reis, de Rômulo a Tarquínio, acontecia a educação dita primitiva ou como Aranha (2006) denominou de “heroico-patrícia”. As famílias tinham pátrios poderes sobre os filhos e os educavam: os meninos aprendiam a ler, escrever, contar, conhecimentos de agricultura, guerra e política. Já as meninas aprendiam os trabalhos domésticos. Após os 17 anos, os meninos aprendiam tarefas militares e questões da vida pública. Desenvolviam, também, habilidades como nadar, equitar e manejar armas. Praticavam exercícios físicos visando à preparação para as guerras.

Importante ressaltar que o modelo de educação adotado nesse período foi o das Doze Tábuas, texto-base que foi escrito no bronze, no ano de 451 a.C., que discorria sobre a dignidade, a coragem e a firmeza como valores máximos (virtudes) a serem desenvolvidos no cidadão, juntamente com a parcimônia e a piedade (CAMBI, 1999). A publicação da lei das Doze Tábuas, segundo Aranha (2006) constitui o primeiro código escrito romano. O método de aprendizagem prática era de imitação do pai e seus antepassados. As escolas elementares, na ocasião, ensinavam

https://bit.ly/3sLm4zJ. Acesso em: 15 fev. 2021.

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a ler, escrever e a contar, a partir do lúdico, pela prática dos jogos.

No período de educação helênica, influenciado pela cultura grega, aprendiam o latim, o grego, os clássicos, principalmente a partir de Homero. Os jovens de famílias mais ricas aprendiam a retórica para oratória política e jurídica. Esse período foi marcado pelas escolas dos letrados que posteriormente passaram a se chamar escolas de gramática, época em que a Odisseia foi traduzida para o latim e introduzida como conteúdo literário para os jovens estudantes: “com o tempo, a humanitas degenerou, restringindo-se ao estudo das letras e descuidando-se das ciências...” (ARANHA, 2006, p. 89).

Enfim, no período imperial a educação já era patrocinada pelo Estado e tinha o objetivo de difundir a cultura greco-romana. Quintiliano (40 a 118 d.C.) foi um pensador importante dessa época, influenciando a educação com a obra “A educação do orador”. A educação precisava seguir quatro etapas: na família – primeira infância, elementar: sobre os cuidados de um professor; secundária: música, literatura, geometria e oratória; superior: retórica para formação do orador.

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Dialética: arte do diálogo; arte de, através do diálogo, fazer a demonstração de um tema, argumentando para definir e distinguir com clareza os assuntos e conceitos debatidos nessa discussão.

Poleis: comunidade cujo governo era desenvolvido pelos próprios cidadãos (homens livres, em grego: politikos), separando claramente o espaço público, do privado;

regida por normas gerais, preceitos e um poder por eles guiado, realizava comércio com outras cidades, durante a Antiguidade Grega (século VIII, a.C.): Pólis Grega.

Fonte: Dicionário Online de Língua Portuguesa. Disponível em: https://bit.ly/3n0A3R8.

Acesso em: 10 abr. 2021.

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1. (ENADE, 2011) Não brota do individual, mas da ideia. Acima do homem como ser gregário ou como suposto eu autônomo, ergue-se o Homem como ideia. A ela aspiram os educadores gregos, bem como os poetas, artistas e filósofos. Ora, o Homem, considerando na sua ideia, significa a imagem do Homem genérico na sua validade universal e normativa. Como vimos, a essência da educação consiste na modelagem dos indivíduos pela norma da comunidade. Os gregos foram adquirindo gradualmente consciência clara do significado desse processo mediante aquela imagem do Homem, e chegaram por fim, através de um esforço continuado, a uma fundamentação, mais segura e mais profunda que a de nenhum povo da Terra, do problema da educação.

JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 10-11.

Considerando o tema abordado no texto, avalie as afirmações seguintes:

I. A educação grega se distinguia da educação da maioria dos povos que a antecederam por considerar a razão como instrumento a serviço do próprio homem.

II. A filosofia era ensinada na Grécia e abrangia os mais diversos tipos de conhecimento, que se estendiam pela matemática, astronomia, física, biologia, ética, entre outros.

III. A Grécia possuía diferentes cidades-estado com processos de ensino semelhantes e caracterizados pela igualdade de oportunidades aos diferentes segmentos da população.

IV. A educação grega foi caracterizada pela presença de diferentes pensamentos filosóficos como os de Sócrates, dos Sofistas, Platão e Aristóteles, que compartilhavam dos mesmos ideais e processo de ensino.

É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV d) I, II e III.

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e) I, III e IV.

2. (CONCURSO PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA - PI) Na Grécia Antiga, várias cidades estados se revezaram no poder, mas apenas duas obtiveram grandes conquistas e importância política, social e econômica durante muito tempo. Por conta disso, a educação em ambas era bastante diferenciada, inclusive a maneira pela qual os exercícios físicos eram encarados e desenvolvidos. Uma pensava o desenvolvimento holístico do indivíduo, valorizando os exercícios como complemento, mas sem muito apelo bélico, a outra percebia os exercícios como a única maneira de se conseguir preparar o indivíduo para o conflito e para a vida.

As características referem-se respectivamente, à:

a) Atenas e Esparta.

b) Esparta e Atenas.

c) Esparta e Jônios.

d) Esparta e Minus.

e) Jônios e Esparta.

3. (CESPE. 2006 - ADAPTADA) A história da Antiguidade Clássica é marcada por continuidades e descontinuidades em relação ao mundo diversificado da Antiguidade Oriental. Povos da Mesopotâmia e do Nilo demonstraram que o processo histórico que unia o Oriente e a África ao Mediterrâneo europeu não era estanque, isolado e sem comunicação com o que viria a ser a pujança de Grécia e Roma. A propósito da riqueza dos povos da Antiguidade Clássica e de suas heranças, assinale a opção correta:

a) Roma e Grécia construíram suas histórias de costas para as heranças das sociedades hidráulicas da Mesopotâmia e do Egito.

b) O escravismo, inexistente em experiências históricas até então, era um sistema secundário de utilização da força de trabalho nas duas grandes civilizações da Antiguidade Clássica.

c) As formas mais avançadas de manifestações filosóficas e científicas que apareceram na sociedade grega, como também em Roma, eram inéditas, mas

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continham aspectos herdados de tradições que vinham de sociedades do Oriente Próximo.

d) As condições da vida e do trabalho, no mundo clássico antigo, foram marcadas por formas assalariadas de remuneração do trabalho muito próximas às do mundo contemporâneo.

e) Todas as respostas estão corretas.

4. Podemos dizer que a Grécia é o berço da Pedagogia por sua trajetória, aparição dos filósofos e seus questionamentos relacionados à educação, concebemos três principais filósofos, identifique qual dos filósofos tinha como ideal de educação, diante da frase que representa o seu pensamento. “A educação não serve apenas para alcançarmos o conhecimento de fora para dentro, mas para despertar no indivíduo o que ele já sabe”.

a) A citação refere-se ao pensamento de Sócrates.

b) Alexandre o grande, tinha esse ideal de educação.

c) A citação refere-se ao pensamento dos sofistas d) Platão acreditava nesse ideal como educação.

e) O pensamento é de Aristóteles.

5. Leia o texto e responda a questão

História da Educação Lucila C. Pereira

Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos.

Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha os logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória,

(24)

24

eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica.

[...] (Adaptado).

Ainda que existam concepções opostas, tanto o pensamento sofista quanto o socrático contribuíram para a educação contemporânea por meio da (s)/do(s):

a) experiências do passado e das reflexões retóricas com base em uma disciplina rígida, no diálogo e nas exigências de desempenho pelo código de conduta.

b) valorização da experiência e do conhecimento prévio do estudante enquanto estratégias que se tornaram muito importantes para o sucesso na aprendizagem desse aluno.

c) processo de educação do indivíduo no qual é considerado o desenvolvimento dos grupos sociais e das sociedades como principal motivo para a efetivação do ensino/aprendizagem.

d) princípios de organização das sociedades visando a prática da democracia, o incentivo à capacidade de polemizar e argumentar por meio da palavra.

e) Todas as alternativas estão corretas.

6. Texto para a questão.

Por que o legado do sábio chinês Confúcio atravessou milênios?

Pensador desenvolveu uma filosofia política que refletia seu horror ante a guerra constante que o rodeava. Ao longo dos séculos, o pensamento chinês tem sido o produto de uma variedade de influências, entre elas o budismo, o taoísmo e o marxismo. No entanto, uma tradição esteve acima de todas no pensamento chinês por mais de dois milênios: as ideias do pensador Confúcio (551 a.C. a 479 a.C.).

Embora ele tenha chegado a simbolizar a filosofia chinesa, não teve muito sucesso em vida. Ele viveu durante uma época em que a China que conhecemos hoje era um mosaico de pequenos reinos rivais. Confúcio desenvolveu uma filosofia política que refletia seu horror ante a guerra constante que o rodeava. Ele vagou de reino em reino tentando persuadir os governantes a seguir seus ensinamentos, mas nunca conseguiu nada além de um cargo público de baixo escalão. No entanto, conseguiu um grupo de seguidores

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25

dedicados, que transmitiu seus ensinamentos às gerações seguintes.

Apenas centenas de anos depois, durante a dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), o confucionismo, um sistema ético de comportamento e governo, tornou-se o norte que definiria a cultura chinesa nos dois milênios seguintes. O confucionismo não é uma religião como tal. Ainda que Confúcio não negasse a existência de um mundo espiritual, ele afirmou que era mais importante se concentrar neste mundo enquanto se estava nele.

Refletindo seu desgosto pela guerra, ele declarou que a ordem era um requisito fundamental na sociedade. Sustentar essa ordem era acreditar na importância das relações hierárquicas. Os súditos tinham de obedecer a seus governantes, filhos a seus pais e esposas, a seus maridos. No entanto, Confúcio não queria que essa ordem fosse imposta pela força. Ele achava que a sociedade deveria ser harmoniosa e as pessoas deveriam ser encorajadas em seu "autodesenvolvimento" para que pudessem aproveitar ao máximo sua posição.

Segundo o pensamento de Confúcio, o estado moral de alguém não dependia de sua posição social. Era possível, e de fato bastante provável, que houvesse bons camponeses ao mesmo tempo que um governante poderia ser perverso ou um aristocrata, cruel. O pensamento confucionista também se diferenciava do pensamento moderno, na medida em que glorificava o passado e defendia a veneração da velhice. "Eu sigo o Zhou", disse Confúcio, referindo-se à antiga dinastia que foi considerada uma "idade de ouro" perdida por gerações de governantes chineses.

No centro do confucionismo há um contrato social: os governados deviam lealdade aos governantes, mas os governantes que não se importavam com o bem-estar do povo perderiam o "mandato do céu" e poderiam ser justamente derrubados. Confúcio nunca deu aos governantes uma licença para a opressão.

Ao participar do "li" (que é frequentemente traduzido como "ritual", mas na verdade significa algo como "comportamento apropriado"), os humanos provaram ser civilizados, independentemente de sua origem, e podiam aspirar a se tornar "junzi" ("pessoas de integridade") ou mesmo "sheng" ("sábios"). Para isso, a educação era fundamental.

O pensamento confucionista mudou imensamente com o tempo. O próprio Confúcio provavelmente não teria reconhecido a maneira como suas ideias foram adaptadas por governantes posteriores. Apesar da ênfase na ética e na harmonia como a melhor maneira de governar um país, os governantes chineses também garantiram o monopólio do uso da força. Confúcio desaprovava a busca do lucro como um fim em si, mas da dinastia Song (960 d.C. a 1279 d.C.) em diante, a China viveu uma revolução comercial, e no final do período imperial (1368 d.C. a 1912 d.C.) até a ideologia oficial rendeu-se à lógica do lucro.

O confucionismo não foi um conjunto monolítico de ideias por mais de 2.500 anos. No entanto, seus princípios básicos sustentaram o que significava ser chinês até meados do século 19. A chegada de influências ocidentais, na forma de comerciantes de ópio e

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missionários, deu uma sacudida indesejada ao velho mundo do pensamento confucionista. O pensamento moderno deixou sequelas profundas. O impacto do nacionalismo e do comunismo, e seu amor inerente pela novidade e pelo progresso, em vez da reverência por uma era de ouro do passado, destruíram muitas das certezas do antigo mundo confucionista.

No entanto, essas ideias não desapareceram completamente. Na China contemporânea, o governo, que não está mais tão ligado à ideologia de Mao Tse-tung, está buscando a tradição chinesa para encontrar um núcleo moral para o século 21. O "professor número um", Confúcio, está novamente nos programas escolares. Os valores de ordem, hierarquia e obrigação mútua permanecem tão atraentes no século 21 quanto no século 5 a.C.

(Rana Mitter. Revista BBC History. 31/12/2018, com adaptações)

A respeito das ideias do texto, analise as afirmativas a seguir:

I. O confucionismo, em sua forma original, perdurou até o século XIX, quando se mesclou ao budismo, ao taoísmo e ao marxismo.

II. A noção de identidade chinesa se modificou no século XX, em função do impacto do nacionalismo e do comunismo. Entretanto, há uma retomada dos princípios de Confúcio no século XXI.

III. Segundo Confúcio, estado moral e posição social não se interdependiam, diferentemente da obrigatoriedade de cooperação mútua entre governantes e governados.

Assinale:

a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

b) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

c) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

e) Se nenhuma afirmativa estiver correta.

7. Na civilização indiana, a estrutura social passou a ser organizada por meio do sistema de castas. Sobre esse sistema, é correto dizer que:

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27

a) Os indivíduos passavam a pertencer a determinada casta a partir do momento em que era iniciado em rituais de purificação religiosa.

b) Os indivíduos estavam associados a castas de acordo com o seu nascimento.

c) As castas eram definidas de acordo com o desempenho militar.

d) As castas não tinham nenhuma relação com o sistema religioso hindu.

e) Nenhuma casta se considerava superior à outra.

8. O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, originário da região da Índia, que foi criado por:

a) Mahatma Gandhi;

b) Bhagavad-Gita;

c) Mao Tse-Tung;

d) Siddhartha Gautama;

e) Confúcio.

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28

A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

2.1 AS CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO MEDIEVAL

O período denominado Idade Média compreende a Alta Idade Média que começou com a queda do Império Romano no período dos séculos V até meados do século IX e a Baixa Idade Média que vai do final do século IX até o século XV, quando os turcos tomam Constantinopla (1453).

De acordo com Monroe (1970) a educação, sob o domínio do cristianismo, recebe um caráter totalmente novo: a instrução da Igreja, pela doutrina, e a prática do culto, substituem uma educação intelectual praticada por meio de treino físico e retórico. Para que se entenda melhor a educação na idade média será dividida em dois momentos como alguns teóricos denominam: a educação cristã e a educação medieval.

Segundo Cambi (1999) na Alta Idade Média a vida era organizada pelas relações de vassalagem e dos princípios do feudo. Uma época em que foi marcada pelas invasões bárbaras, pelo fortalecimento da igreja católica e a formação do império carolíngio. Na Baixa Idade Média a burguesia, nova classe social, surge revolucionando a cultura. A educação passa por transformação como discorre Cambi:

Nessa época tão complexa e dinâmica, tão inquieta e dramática, a educação/instrução também sofre uma profunda transformação:

institucionaliza-se no nível superior numa organização totalmente nova como a universitas studiorum, livre agregação de docentes e estudantes que acolhe as diversas especializações do saber e forma os profissionais necessários para uma sociedade em transformação.

[...] Todo o universo da educação sofre uma transformação no sentido burguês: especializa-se, articula-se, socializa-se e, gradativamente, também se laiciza, se separa do predomínio eclesiástico, pondo em ação os primeiros germes da Idade Média (CAMBI, 1999, p. 15).

Aranha (2006) cita a educação, na idade Média, em três abordagens: a educação bizantina, a educação islâmica e a Paideia cristianizada:

1. A educação bizantina (Império Romano do Oriente ou Império Bizantino – de

UNIDADE

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29

395 a 1453): Tem ênfase na vida cristã, no entanto, embora zelosos pela religiosidade, ainda se sentiam fortemente ligados ao humanismo. O ensino religioso não predominava nos níveis primário e secundário, no entanto, os clássicos pagãos eram bastante estudados, visando à formação humana e a preparação para o ofício da Administração do Estado. Destaca-se a Universidade de Constantinopla no período de 425 a 1453 que acolheu as obras antigas e orientou os estudos de filosofia e ciências, preservando o direito romano.

2. A educação Islâmica – No século VIII há um renascer cultural pelos árabes que se estende até o século IX com a criação da “Casa de Sabedoria”. Os árabes se interessavam por pesquisa e experimentação, os quais se destacavam nas áreas de matemática (algarismos, álgebra, logaritmos), medicina, geografia, astronomia e cartografia. Várias escolas primárias são criadas com o intuito do ensino de leitura e escrita. O Alcorão era ensinado para que os ensinamentos de Alá influenciassem a vida moral. Nessa época existiam preceptores particulares.

3. A Paideia cristianizada - Com as reformas de Alcuíno no século IX, o conteúdo do ensino se constituiu em trivium (gramática, retórica e dialética) para o ensino médio e quadrivium (geometria, aritmética, astronomia e música) para o ensino superior. Com a liberação do Mediterrâneo, desenvolve-se o comércio e renascem as cidades, surgindo a classe burguesa. A partir daí modifica-se o sistema educacional e como consequência, o surgimento das escolas seculares que objetivavam uma educação para a vida prática.

Disciplinas como a história, geografia e ciências naturais substituíram os tradicionais trivium e quadrivium

A Pedagogia na Idade Média - Embora os monges temessem a influência da produção intelectual sobre os fiéis, não poderiam abrir mão da herança cultural, o que passaram a contar com os monges copistas, a fim de traduzir os textos, selecionados da literatura e filosofia gregas, para o latim. Os bibliotecários eram instruídos a controlar o acesso a leituras permitidas ou proibidas, preservando a fé a todo custo. Outra medida para combater as ideias pagãs foi a criação da filosofia cristã que não ignorava a razão, mas fazia dela um instrumento para a fé, em dois períodos denominados de Patrística (filosofia dos padres da igreja do século II ao V –

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ainda na Antiguidade) e Escolástica (filosofia das escolas cristãs ou dos doutores da igreja, do século IX ao XIV).

As teorias cristãs, no ocidente, influenciaram a pedagogia na idade média, conforme podemos verificar no quadro a seguir:

Figura 5: Características da Pedagogia na Idade Média

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

A análise do quadro acima, que aborda influências na educação da Idade Média, aponta dois grandes filósofos: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

A educação cristã – De acordo com Cambi (1999) o cristianismo provocou uma revolução educativa/cultural no mundo antigo:

Trata-se da afirmação de um novo “tipo” de homem (igualitário, solidário, caracterizado pela virtude da humanidade, do amor universal, da dedicação pessoal, como ainda pela castidade e pela pobreza), que do âmbito religioso vem modelar toda a visão da sociedade e também os comportamentos coletivos, reinventando a família (baseada no amor e não apenas e sobretudo na autoridade e no domínio), o mundo do trabalho (abolindo qualquer desprezo pelos trabalhos “baixos”, manuais, e colocando num plano de colaboração recíproca os patrões e escravos, os serviçais, os empregadores e os dependentes) e o da política (que deve inspirar-se nos valores ético- sociais de igualdade e solidariedade, devendo ver o soberano agir como um pai e um guia do povo, para dar vida a uma res publica christiana) (CAMBI, 1999, p. 121).

O autor acrescenta que o cristianismo provoca uma revolução pedagógica e

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educativa, marcando por muito tempo a vida no Ocidente. Aranha (2006) faz uma abordagem interessante a partir da Paideia que intitula de “Paideia cristianizada”.

Foram mil anos, marcados pela influência da igreja católica na vida de toda a sociedade.

Por volta do século VI, há uma necessidade de transmissão dos ensinamentos morais aos novos irmãos monges, o que faz surgir as escolas monacais, a partir das quais ensinavam o latim e as humanidades, sendo os melhores alunos premiados com o estudo da filosofia e teologia. Com a queda do império, as escolas continuaram a existir de forma muito precária, onde lutavam pela manutenção das sete artes liberais (lógica, gramática, retórica, aritmética, música, geometria e astronomia).

A partir do século VIII com mudanças bruscas no comércio pela invasão do Islã, o povo perde o interesse pela escola, no entanto o Estado buscava pessoas religiosas e cultas para as tarefas administrativas. Entre o século VIII e IX, o imperador Carlos Magno influencia a educação quando reúne em sua corte, na Alemanha, grandes intelectuais com o intuito de reformar a vida eclesiástica e o sistema de ensino, o que dá origem às escolas palatina (ao lado do palácio) responsável por difundir estudos para restruturação e fundação de escolas monacais e catedrais, bem como das escolas paroquias, responsável pelo nível de ensino elementar.

2.2 A EDUCAÇÃO FEUDAL

Para que se entenda como ocorreu a educação na sociedade feudal, no período compreendido entre 476 e 1492 (aproximadamente), importante é perceber como se comportava a sociedade na época. A figura, a seguir, apresenta as classes, bem como o papel desempenhado por elas:

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Figura 6: A sociedade Feudal

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3ulVGND. Acesso em: 04 fev. 2021.

A sociedade estava organizada em torno do feudo. Cambi (1999, p. 155) descreve o feudo de forma que consigamos entender o que a pirâmide representa:

O feudo é uma unidade territorial, governada por um senhor que age dentro dele como fonte de direito, que se empenha na sua defesa militar, que impõe aos habitantes do feudo a obrigação à fidelidade e à submissão, em troca de proteção. A economia do feudo é, em geral, de subsistência, produzindo e consumindo in loco as mercadorias de que tem necessidade, reduzindo ao mínimo o intercâmbio e apresentando-se predominantemente agrícola. A cultura, no feudo, desenvolve-se somente no castelo do feudatário ou nas igrejas e, sobretudo, nos mosteiros: ela também se caracteriza por poucos intercâmbios e é toda devotada à fé cristã, aos seus dogmas, aos seus mitos.

Na sociedade feudal a estrutura era estática, não havia possibilidade de migração de um nível para o outro. Quem nascia nobre gozava de seus privilégios até à morte, ao passo que aqueles que nasciam servos ou à margem da sociedade, não encontravam meios de ter sua sorte alterada.

A economia feudal nasce com a invasão, no mar mediterrâneo, dos mulçumanos (Islã), dos húngaros e escandinavos. A religião, também, influenciava a sociedade que procurava se distanciar dos prazeres da carne, amedrontada, pelo juízo final (Apocalipse), voltando a atenção, sobretudo para o trabalho.

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A igreja monopolizava o ensino formal, difundindo o modelo cristão de educação. As escolas abaciais e catedrais foram organizadas pela igreja e transmitiam o saber às elites. O ensino agora volta-se para os valores cristãos, o que diferencia, consideravelmente, do ensino de Grécia e Roma que intencionavam a formação do cidadão para a vida política. Nas escolas catedrais ensinavam-se a leitura e a memorização, o cálculo e o canto, sendo o público alvo os noviços, ou seja, os meninos-monge (CAMBI, 1999). As escolas catedrais cultivavam o ensino do trívio (gramática, retórica e dialética) e sobretudo de quadrívio (aritmética, retórica e dialética). Tanto as escolas abaciais quanto as catedrais eram ligadas ao estudo dos textos canônicos, dedicadas à formação espiritual. Por outro lado, as escolas palacianas, que ensinavam a gramática e a retórica, tinham um ideal laico que objetivava formar a nobreza e os administradores do império. Carlos Magno (742-814) tinha um ideal pela fusão de igreja e estado, formando uma sociedade cristã, cuja bíblia seria a norteadora da formação cultural e espiritual dos indivíduos.

2.3 A EDUCAÇÃO URBANA

Por volta do ano 1000, com o surgimento das cidades, uma nova classe social se forma: a burguesia, totalmente urbana com ideais de empreendedorismo, individualidade, liberdade, laicidade e produtividade. Há a partir de agora um distanciamento do Feudalismo e o mundo é renovado pelas novas formas de produção que exigem saberes especializados. Surgem movimentos de lutas sociais que se expressam através das produções artísticas e literárias.

As famílias encaravam as crianças como adultos em miniatura, não dispensando aos pequenos os devidos cuidados com a saúde física e psicológica, permitindo, inclusive, a sua participação, sem censuras, em festas religiosas e outros eventos da vida adulta. A educação voltava-se para a formação moral (igreja) e técnicas (oficinas) para o trabalho.

O povo era analfabeto e aprendia a partir da linguagem oral e imagens, por meio da cultura que era propagada, também, pelo teatro:

Mas a palavra age também através do teatro, que potencializa ainda mais as palavras com a imagem. Já o teatro que nasce nos adros das igrejas com representações sacras é um teatro explicitamente educativo: confirma a fé, que ele dramatiza, elementariza e reduz aos princípios essenciais, tornando-os facilmente perceptíveis e comunicativos. O combate entre a alma e o corpo, uma das peças

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mais difundidas na Idade Média, exacerba e confirma o dualismo dramático da antropologia cristã e a sua visão da vida como sublimação heroica. Ao lado do teatro sacro, existe também o teatro popular: a comédia, a farsa, a sotie (ou farsa dos loucos), que encontram espaço sobretudo no Carnaval, que exaltam os temas censurados pela cultura oficial (o ventre, o sexo, a fome, o engano, etc) e os potencializam de forma paródica (CAMBI, 1999, p. 179).

Percebe-se pela citação de Cambi que a sociedade e a igreja utilizavam-se do teatro para transmitir os seus ensinamentos ao povo, mas também através das imagens de obras artísticas, como representaram bem os artistas Giotto, Gaddi, Ambrogio Lorenzetti, dentre outros:

Figura 7: Quadro da morte de São Francisco de Giotto de Bandone

Fonte: Disponível em https://bit.ly/3oVEUnA. Acesso em: 04 fev. 2021.

Cita-se o teatro, as imagens pela arte, no entanto, as festas também tinham o poder de alimentar o imaginário do povo pelo povo, configurando-se em uma espécie de educação informal, que conforme Cambi (1999), exerce um papel fundamental para uma sociedade analfabeta.

Por outro lado, a alfabetização (ensino formal) ocorria para as classes altas, a partir da igreja (religiosa) ou da cavalheiresca (laica). A igreja, por meio de seus representantes ensinavam a interpretar os valores cristãos através de textos e obras que contribuíam com a formação espiritual, como aconteceu por meio da Escolástica e Teologia ensinadas nas universidades. Por outro lado, a educação para

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uma sociedade laica ocorria por meio da epopeia cavalheiresca, mitos, poesias trovadorescas que promoviam visões simbólicas e alegóricas de amor e espiritualidade pelas virtudes cristãs.

https://bit.ly/3dKCq7z.

https://ytube.io/3H5K.

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1. (UFU,2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). (PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.)

Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças:

a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.

b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.

c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.

d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

e) Todas as alternativas estão corretas.

2. (CESPE, 2006 - Adaptada) O feudalismo era, na Idade Média, um sistema não apenas econômico, mas também social, marcado por forte ressonância na formulação do poder político de quase toda a Europa Ocidental. Com relação a esse sistema, assinale a opção correta.

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a) O feudalismo, sustentado na escravidão, dominou a Europa Ocidental desde a crise do Império Romano até praticamente à Revolução Francesa.

b) Sustentada pela noção de estamento, a sociedade feudal apresentava taxas baixíssimas, ou quase inexpressivas, de mobilidade interna.

c) Na Idade Média, as mulheres detinham poderes adicionais associados ao sistema de reprodução da cultura religiosa.

d) A força da religião, embora fundamental na construção das instituições feudais, não influenciava o poder político.

e) Todas as afirmativas estão corretas.

3. Temos um olhar marcado para o período da Idade Média, já que foi um longo tempo cerca de mil anos de predominância da religião, principalmente do aspecto referente à educação.

De acordo com o trecho a seguir, identifique qual era a posição da Companhia de Jesus diante da educação burguesa.

“Repetições em casa. Todos os dias, exceto os sábados, os dias feriados e os festivos, designe uma hora de repetição aos nossos escolásticos para que assim se exercitem as inteligências e melhor se esclareçam as dificuldades ocorrentes".

a) A educação burguesa não era prioridade na Idade Média.

b) A educação estava centrada em formar cidadãos.

c) O ensino era voltado para formação de monges.

d) A educação priorizava a formação dos padres.

e) A educação era pensava somente nos plebeus.

4. Para São Tomás de Aquino a educação é:

a) Uma atividade que jamais se revelará como potência.

b) Uma potencialidade que torna irreal o ato potencial.

c) Uma atividade que torna realidade o embrutecimento potencial.

d) Uma atividade que evita a realidade no que é potencial.

e) Uma atividade que torna realidade aquilo que é potencial.

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5. (UFU, 2003) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu aspecto central.

Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença.

a) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal cmo este foi definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna.

b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior.

c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil.

d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência.

e) Todas as alternativas estão corretas.

6. Leia os textos e responda a seguir:

TEXTO I

Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da ciência a não ser lendo, com um amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora me encontrará entregue ao seu estudo.

BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

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TEXTO II

A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos modernos. Por isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: — Foi fulano de tal que o disse, não sou eu.

E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo: — O inventor foi fulano de tal, não sou eu.

BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas no século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o(a):

a) Produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja.

b) Caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.

c) Surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.

d) Desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão.

e) Construção de um saber teológico científico.

7. (ENEM 2015) No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento urbano ligado às funções comercial e industrial – digamos modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, em resumo, um intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a):

a) Apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.

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