• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA"

Copied!
95
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

AVALIAÇÃO DO FARELO DE TRIGO E ENZIMAS EXÓGENAS NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGAS E

POEDEIRAS

DANIEL DE MAGALHÃES ARAUJO Zootecnista

AREIA – PB

Dezembro de 2005

(2)

EXÓGENAS NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGAS E POEDEIRAS

Orientador: Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva

AREIA – PB Dezembro de 2005

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento a uma das exigências legais para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

(3)

Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva CRB - 4/196 A663a Araujo, Daniel de Magalhães

Avaliação do Farelo de Trigo e Enzimas Exógenas na Alimentação de Frangas e Poedeiras / Daniel de Magalhães Araújo – Areia, PB: CCA/UFPB, 2005.

81p.: il.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba.

Orientador: José Humberto Vilar da Silva.

Co-Orientadora: Edma Carvalho de Miranda Co-Orientador: Fernando Guilherme Perazzo Costa 1. Galinha Poedeira – postura. 2. Galinha Poedeira – desempenho. 3. Nutrição – alimento alternativo. 4.

Nutrição – Enzimas Exógenas. I. Silva, José Humberto Vilar da. II. Título.

CDU: 636.5

(4)

EXÓGENAS NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGAS E POEDEIRAS

Daniel de Magalhães Araujo

Dissertação defendida e aprovada em 09 de dezembro de 2005.

Banca Examinadora:

___________________________________

Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa Co-Orientador

___________________________________

Profa. Dra. Edma Carvalho de Miranda Co-Orientadora

___________________________________

Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva Orientador

(5)

À memória de meu avô, Wolmer de Magalhães Maurício, a quem agradeço por me direcionar ao convívio e à lida com plantas e animais, despertando em mim, desde cedo, o interesse pela agropecuária, que acabou por se tornar profissão. Saudades.

Aos meus pais, Amilton de Araújo Silva e Valdice de Magalhães Araújo, primeiramente por não medirem esforços para proporcionar escolarização de qualidade a mim e ao meu irmão, por nos ensinarem o quanto importante são a educação e o estudo.

Pelo respeito a minha vocação, pelo apoio incondicional em todas as etapas de minha vida pessoal e acadêmica. Por vocês existirem. Lições de vida, por palavras e ações.

Ao meu irmão, Douglas de Magalhães Araujo, amigo, conselheiro, companheiro para toda a vida. Você muito me orgulha.

À minha noiva Luana Tieko Omena Tamano, que Deus colocou ao meu lado para compartilharmos sonhos e sonharmos juntos por toda vida. Pelo apoio, torcida, confiança, amizade, por todo carinho e amor. Por estar sempre ao meu lado. Toda a minha admiração, todo o meu amor.

À minha avó, Carmozina de Magalhães Maurício, por todas as orações e fé.

A todos os meus tios e tias, pela força e apoio de sempre.

Aos meus padrinhos Antônio e Laura, pelo carinho, pela amizade, pela torcida.

A todos os meus amigos, que sempre torceram por mim.

Ao Pai eterno, Senhor de nossas vidas, Jesus Cristo.

DEDICO

(6)

A Deus, pela saúde e força para a luta diária da vida.

Ao Brasil, pela formação acadêmica pública, gratuita e com nichos de qualidade.

À CAPES, pela concessão da bolsa de mestrado.

À Universidade Federal de Alagoas, pela graduação em Zootecnia.

Ao Centro de Ciências Agrárias e ao Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba, por proporcionarem condições para a realização dos trabalhos referentes ao curso de mestrado em Zootecnia.

Aos funcionários da Universidade Federal da Paraíba, principalmente aos do setor de avicultura do Centro de Formação de Tecnólogos e aos do Centro de Ciências Agrárias.

Aos colegas dos cursos de pós-graduação em Agronomia e Solos da Universidade Federal da Paraíba.

Aos amigos dos cursos de mestrado e doutorado integrado em Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba.

Aos amigos da área de avicultura, que compartilharam da mesma orientação: professor Marcelo Luis Gomes Ribeiro, José Jordão Filho, Edson Lindolfo da Silva, Elisanie Neiva de Magalhães Teixeira, José Anchieta de Araujo, Matheus Ramalho de Lima e Andréa Cardoso Fernandes. A ajuda de vocês foi primordial.

Aos professores do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Alagoas e aos professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba, pelos ensinamentos.

Ao professor André Maia Gomes Lages, pelo grande incentivo, apoio e amizade.

À minha co-orientadora, professora Edma Carvalho de Miranda, pela dedicação da sua vida ao ensino, à pesquisa e à formação de profissionais nas áreas de ciências agrárias. Pela transparência, honestidade, caráter, respeito e amizade. Pela capacidade de indignação diante da acomodação e do incorreto. Por ser sempre minha orientadora para todos os assuntos acadêmicos. Por tudo que fez por mim durante a graduação, mestrado e perspectiva de doutorado. Por ser uma profissional exemplar, em quem sempre tentarei me espelhar. Por ser para mim uma verdadeira “madrinha” de profissão.

Ao meu orientador, professor José Humberto Vilar da Silva, que acreditou em mim em um momento crucial de minha formação profissional e se dispôs a me receber como orientado, mesmo tendo eu vindo de outra área. Pessoa simples, mesmo tendo ciência de sua altíssima capacidade intelectual, que consegue relacionar-se tão bem com pessoas humildes, sem estudo, ou com seus orientados de graduação, mestrado, doutorado e profissionais, também gabaritados, com o mesmo respeito. Pela retidão de caráter, ética e honestidade. Por ser um verdadeiro educador. Pela ampla confiança em mim depositada. Por tudo que me ensinou neste breve período. Por querer me espelhar sempre no senhor. Porque, se eu soubesse de todas as dificuldades que enfrentaria para mudar de orientação, de tudo que sofreria, mesmo assim, diante da lição diária de vida e do aprendizado que pude desfrutar em sua presença, afirmo que valeu à pena.

AGRADEÇO.

(7)

Daniel de Magalhães Araujo, filho de Amilton de Araújo Silva e Valdice de Magalhães Araújo, nasceu em 27 de setembro de 1980 na cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, Brasil.

Em 1998 iniciou o curso de Zootecnia na Universidade Federal de Alagoas, sendo da turma de fundação do curso nesta instituição. Durante a graduação foi monitor concursado da disciplina “Produção de Pequenos Animais”. Em março de 2002 concluiu o curso de graduação, tendo colado grau no dia 28 de maio de 2002.

Em março de 2004 ingressou no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, cursando o Mestrado em Zootecnia, área de concentração em Produção Animal, curso o qual concluiu em dezembro de 2005.

Ainda em dezembro de 2005 foi selecionado para cursar o Doutorado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu – SP, para início em fevereiro de 2006.

(8)

LISTA DE TABELAS x

LISTA DE FIGURAS xii

RESUMO xiii ABSTRACT xv CAPÍTULO I

1. REFERENCIAL TEÓRICO ... 1

1.1 Farelo de Trigo ... 1

1.2 Carboidratos ... 3

1.2.1 Fibras ... 4

1.3 Enzimas ... 7

1.4 Predição da Resposta Enzimática ... 12

Literatura Citada ... 14

CAPÍTULO II 17 Introdução ... 19

Material e Métodos ... 22

Resultados e Discussão ... 26

Conclusão ... 38

Literatura Citada ... 39

CAPÍTULO III 41 Introdução ... 43

Material e Métodos ... 46

Resultados e Discussão ... 50

Conclusão ... 61

Literatura Citada ... 62

CAPÍTULO IV 64 Introdução ... 66

Material e Métodos ... 70

Resultados e Discussão ... 74

Conclusão ... 79

Literatura Citada ... 80

(9)

CAPÍTULO II

TABELA Pág 1 Composições alimentar e nutricional das rações experimentais nas

fases de recria I e II ... 25 2 Peso vivo final, consumo de ração, ganho de peso, conversão

alimentar, consumo de água e relação entre consumo de água e de ração em função dos níveis de farelo de trigo nas dietas ... 26 3 Peso vivo final, consumo de ração, ganho de peso, conversão

alimentar em função dos níveis de farelo de trigo ... 30 4 Idade ao primeiro ovo e peso inicial do ovo em função dos níveis de

farelo de trigo ... 33 5 Peso vivo final, consumo de ração, produção de ovos, peso do ovo,

massa do ovo, conversão por massa de ovo, conversão por dúzia de ovos e gravidade específica em função dos níveis de farelo de trigo .... 35

CAPÍTULO III

TABELA Pág

1 Composições alimentar e nutricional das rações experimentais durante a recria ... 49 2 Ganho de peso, conversão alimentar, consumo de ração e peso vivo

final em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático ... 50 3 Dias para postura do primeiro ovo, peso inicial do ovo e dias

transcorridos desde a postura do primeiro ovo até completar 50% de produção em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático ... 55 4 Consumo de ração, peso do ovo, massa de ovos, conversão por massa

de ovos, conversão por dúzia de ovos, gravidade específica, peso vivo inicial e produção de ovos em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático na fase de produção ... 57

(10)

CAPÍTULO IV

TABELA Pág 1 Composições alimentar e nutricional das rações experimentais ... 73 2 Consumo de ração, peso vivo final, produção de ovos, peso do ovo,

massa de ovos, conversão por massa de ovos, conversão por dúzia de ovos e gravidade específica em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático na fase de produção ... 74

(11)

CAPÍTULO II

FIGURA Pág

1 Peso vivo final em função dos níveis de farelo de trigo ... 27

2 Ganho de peso em função dos níveis de farelo de trigo ... 28

3 Consumo de água em função dos níveis de farelo de trigo ... 29

4 Peso vivo final em função dos níveis de farelo de trigo ... 31

5 Consumo de ração em função dos níveis de farelo de trigo ... 31

6 Ganho de peso em função dos níveis de farelo de trigo ... 32

7 Conversão alimentar em função dos níveis de farelo de trigo na ração . 32 8 Idade ao primeiro ovo em função dos níveis de farelo de trigo ... 33

9 Peso do ovo no início da postura em função dos níveis de farelo de trigo ... 34

10 Produção de ovos em função dos níveis de farelo de trigo ... 36

11 Massa do ovo em função dos níveis de farelo de trigo ... 37

12 Conversão por massa de ovos em função dos níveis de farelo de trigo . 37 CAPÍTULO III FIGURA 1 Ganho de peso em função dos níveis de farelo de trigo ... 52

2 Conversão alimentar em função dos níveis de farelo de trigo ... 52

3 Consumo de ração em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático ... 53

4 Peso vivo final em função dos níveis de farelo de trigo e do complexo enzimático ... 54

5 Idade das aves ao primeiro ovo em função dos níveis de farelo de trigo 56 6 Massa de ovos em função dos níveis de farelo de trigo ... 59

7 Conversão alimentar por massa de ovos em função dos níveis de farelo de trigo ... 59

8 Conversão alimentar por dúzia de ovos em função dos níveis de farelo de trigo ... 60

CAPÍTULO III FIGURA 1 Gravidade específica da casca dos ovos em função dos níveis de farelo de trigo ... 78

(12)

ARAUJO, D.M. Ms., Universidade Federal da Paraíba. Dezembro de 2005. Avaliação do Farelo de Trigo e Enzimas Exógenas na Alimentação de Frangas e Poedeiras.

Orientador: Professor Doutor José Humberto Vilar da Silva. Co-Orientadora: Professora Doutora Edma Carvalho de Miranda. Co-Orientador: Professor Doutor Fernando Guilherme Perazzo Costa.

Três experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão do farelo de trigo (FT) e adição de complexo enzimático (CE) na ração sobre o desempenho de frangas e poedeiras. No primeiro estudo foram utilizadas 160 frangas Lohmann Brown, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado com quatro níveis de FT na ração: 0 (controle), 10, 20 e 30%, resultando em quatro tratamentos, com cinco repetições de oito aves na fase de recria I (7 a 14 semanas). Ao completarem 14 semanas, as aves foram transferidas para gaiolas de arame galvanizado, redistribuídas em seis repetições de 6 aves, sendo utilizadas 144 frangas e descartadas, aleatoriamente, 4 aves por tratamento, constituindo a fase de recria II (15 a 19 semanas). No segundo estudo foram utilizadas 288 frangas Lohmann Brown, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4X2, sendo quatro níveis de FT e dois níveis de um CE na ração: 0 (controle), 10, 20 e 30% X suplementação com 0 ou 50g de um CE/100 kg de ração, resultando em oito tratamentos, com seis repetições de seis aves. O CE continha as enzimas amilase, protease e celulase. No primeiro e segundo experimentos o início da postura e dois períodos de 28 dias de produção de ovos foram observados, para verificar os possíveis efeitos residuais dos tratamentos. No terceiro estudo foram utilizadas 288 frangas Lohmann Brown, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4X2, sendo os seguintes níveis de FT na ração: 0 (controle), 3, 6 e 9% X suplementação com 0 ou 100g de um CE/100 kg de ração, resultando em oito tratamentos, com seis repetições de seis aves. O CE continha as ezimas α-galactosidase, galactomananase, xilanase e β- glucanase. No primeiro experimento a adição do FT diminuiu linearmente o peso vivo final e o ganho de peso; resultando em declínios de 1,15g e de 0,03g, respectivamente, à medida que o FT aumentou 1 % na ração. O consumo de água apresentou efeito quadrático e cresceu em valores absolutos com o aumento de 0 a 30% de FT. A cada aumento de 1% de FT na ração a idade das aves ao 1º ovo elevou em cerca de 0,6 dia e o peso do ovo em

(13)

postura e melhora o peso inicial dos ovos em relação a dietas à base de milho e de farelo de soja. No segundo estudo, durante a fase de crescimento, o consumo de ração, o ganho de peso, a conversão alimentar e o peso vivo foram melhores para as aves que receberam a dieta à base de milho e de farelo de soja. A adição do complexo enzimático diminuiu o consumo de ração nas dietas com 0 e 30% de FT. Durante a fase de produção, o uso do CE na ração de recria sem FT aumentou o peso vivo das aves, mas reduziu no nível de 30% de FT. A produção de ovos caiu no nível de 20% de FT quando a dieta foi suplementada com o CE. As conversões alimentares no nível de 10% de FT foram semelhantes ao controle.

Observou-se efeito quadrático do nível de FT sobre a conversão por massa de ovos, que foi melhor com 8,01%. Portanto, recomenda-se até 8,01% de inclusão do farelo de trigo na ração de poedeiras semipesadas de 15 a 19 semanas de idade. No terceiro experimento o consumo de ração, o peso vivo final, a produção de ovos, o peso e a massa de ovos, a conversão por massa e por dúzia de ovos não foram afetados (P>0,05) pela inclusão do FT nas rações. A gravidade específica da casca dos ovos piorou (P≤0,06) com o aumento dos níveis de FT nas dietas. Nenhuma das variáveis estudadas foi afetada (P>0,05) pela adição do complexo enzimático, com exceção do peso do ovo, que melhorou (P≤0,05) quando o CE foi adicionado às rações, passando de 62,74 para 64,28g. Recomenda-se o uso de até 9% de FT na dieta de poedeiras em produção. A adição de α-galactosidase, galactomananase, xilanase e β-glucanase aumenta o peso dos ovos.

(14)

ARAUJO, D.M. M.Sc., University of Federation State of Paraíba. December of 2005.

Wheat Bran and Enzymatic Complex Assessment in Laying Hens Feeding in Growth and Egg Production. Adviser: Dr. José Humberto Vilar da Silva. Co-Adviser: Dr. Edma Carvalho de Miranda. Co-Adviser: Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa.

Tree studies its was carried out with the objective to evaluate the effect of the inclusion of the wheat bran (WB) and the addition of an enzymatic complex (EC) on the performance of semi-heavily chickens in growth and egg production phases. In the first study 160 Lohmann Brown chickens had been distributed in completely randomized design, with following four levels of WB in the ration: 0 (control), 10, 20 and 30%, resulting in four treatments, with five replicates of eight birds from 7 to 14 weeks of age. When completing fourteen weeks, the birds had been transferred to pen of galvanized wire, redistributed in six replicates of six birds, being used 144 laying and, discarded four birds for treatment, randomized, from 15 to 19 weeks of age. In the second study 288 pullets Lohmann Brown, from 15 to 19 weeks of age, were used, distributed in completely randomized design in factorial arrangement 4X2, being the following levels of WB in the ration: 0 (control), 10, 20 and 30% X 0 or 50g of a EC/100 kg of diet, resulting in eight treatments, with six replicates of six birds. The EC contained the enzymes amylase, protease and celullase. In first and second studies was observed the initial egg production and two periods of the 28 days of the egg production for evaluated probables residual effects of the treatments. In the third study was used 288 Lohmann Brown pullets, distributed in completely randomized design in factorial arrangement 4X2, being the following levels of WB in the ration: 0 (control), 10, 20 and 30% X 0 or 100g of a EC/100 kg of diet, resulting in eight treatments, with six replicates of six birds. The EC contained the enzymes α-galactosidase, galactomananase, xilanase and β-glucanase. In the first study the addition of the WB linearly diminished the final live weight and the weight gain; resulting in decreased linearly of 1.15g and 0.03g, respectively, to each 1% WB increased in the ration. The water intake presented quadratic effect and grew in absolute values with the increase of 0 to 30% of WB. To each increase of 1% of WB in the ration, the age of the birds to first egg production increased in about 0.6 day and the egg weight about 0.22g. The inclusion of WB

(15)

and improves the initial weight of eggs in relation the diets to the base of maize and soybean meal. In the second study the addition of the EC decreased the consumption in the diets with 0 and 30% of WB. During the production phase, the use EC in the level 0% of WB increased LW of the birds, but it reduced in the level 30% of WB. Also, the production of eggs fell in the level of 20% of WB when the diet was supplementing with EC. The feed conversion in the level of 10% of WB was similar to the control. Quadratic effect of the level of WB was observed on the feed egg-mass conversion, that was better with 8,01%.

Therefore, it is recommended up to 8.01% of inclusion of the wheat bran in the ration of semi-heavily pullets from 14 to 19 weeks of age. In the third study WB inclusion had no effect (P>0,05) on feed intake, final live weight, egg production, egg weight, egg mass, egg mass feed conversion or egg dozen feed conversion. Egg-sheel specific gravity decreased (P≤0,06) with WB inclusion in diets. CE addition did not affect (P>0,05) none variable, except egg weight, improved (P≤0,05) at 62.74 to 64.28g. Therefore, it is recommended up to 9.0% of inclusion of the wheat bran in the ration of semi-heavily chickens from production phase. Added of EC contained α-galactosidase, galactomannanase, xylanase and β-glucanase improved egg weight.

(16)

CAPÍTULO I

USO DO FARELO DE TRIGO E COMPLEXO ENZIMÁTICO NA ALIMENTAÇÃO DE POEDEIRAS

1. REFERENCIAL TEÓRICO

O farelo de trigo é o principal e mais abundante subproduto da moenda de grãos, é um recurso alimentar renovável (Beaugrand et al., 2004) e ainda pouco explorado na dieta de aves. Este subproduto é formado por tecidos botânicos distintos, exteriores ao núcleo do trigo, como o pericarpo (película que recobre o grão), a testa (película que recobre a semente), a camada hialina e a aleurona, sendo, as duas últimas, partes externas do endosperma (Evers e Millar, 2002). O endosperma é composto de diferentes tipos de células, em sua maioria de paredes celulares grossas e difíceis de quebrar. Entretanto, o processo de moenda permite o rompimento destas paredes, liberando vários micronutrientes considerados anticancerígenos; como o selênio e o ácido fólico ou fitoquímicos; como flavonóides, ácido fítico e precursores de lignina para os mamíferos (Helsby et al., 2000).

O farelo de trigo é um subproduto tradicionalmente utilizado na formulação de rações de matrizes e aves de postura em nível de indústrias de rações, entretanto não existem dados precisos na literatura sobre os níveis de inclusão deste alimento nas dietas e seus efeitos sobre o desempenho produtivo das aves. Este subproduto apresenta bom nível de proteína (15,52%, com base na matéria natural),

(17)

entretanto sua adição na dieta de aves é limitada pela alta concentração de fibra em sua composição (9,66%, com base na matéria seca), de acordo com Rostangno et al. (2005).

De acordo com Maes et al. (2004) os principais polissacarídeos não amídicos (PNA’s) presentes neste subproduto são as arabinoxilans (36,5%), mas contém também celulose (11%), lignina (3–10%) e ácidos urônicos (3–6%).

O trigo é considerado um ingrediente promotor do aumento da viscosidade intestinal justamente pelo seu alto percentual de PNA’s solúveis, como as arabinoxilans.

As arabinoxilans do trigo causam uma inibição geral de digestão dos nutrientes, afetando a digestibilidade de carboidratos, gorduras e proteínas. Isto pode ser explicado por um provável desarranjo da proteína e/ou de uma redução, ou até mesmo inibição, da absorção dos aminoácidos causados pelos fatores antinutricionais contidos nos PNA’s. Também pode resultar num aumento da secreção de proteínas endógenas derivadas do intestino, além da perda de células intestinais (Bedford e Partridge, 2001). A estrutura física das paredes celulares das células contidas no endosperma deste grão também pode impedir o acesso das enzimas digestivas aos seus nutrientes (Bedford, 2000). Ainda dentre os efeitos prejudiciais dos PNA’s estão a modificação do tempo de trânsito e da mucosa intestinal e a alteração da regulação hormonal pela variação na taxa de absorção dos nutrientes (Bedford e Partridge, 2001). Como a maior parte dos fatores antinutricionais do trigo estão concentrados nas camadas exteriores, que no processo de moenda ficam contidos no farelo de trigo, estes efeitos podem ser mais intensos em aves alimentadas com este subproduto.

A adição de enzimas exógenas apropriadas é capaz de reduzir algumas das propriedades anti-nutricionais destes PNA’s da parede celular (Yin et al., 2000) e tem

(18)

possibilitado adicionar ingredientes alternativos às dietas de aves sem depressão do desempenho.

O objetivo com este trabalho foi avaliar os efeitos da inclusão do farelo de trigo, subproduto fibroso, e da adição de enzimas exógenas nas dietas sobre o desempenho de frangas de reposição e poedeiras semipesadas.

1.1 Carboidratos

Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes na natureza. Eles possuem uma ampla faixa de funções, incluindo o fornecimento de uma fração significativa da energia na dieta da maioria dos organismos, uma forma de depósito de energia no corpo e a atuação como componentes da membrana celular que intermedeiam algumas formas de comunicação intercelular. Também são componentes estruturais de muitos organismos, como as paredes celulares de bactérias, o exoesqueleto de muitos insetos e a celulose nas plantas (Champe e Harvey, 1996; Stryer, 1996). Estes nutrientes possuem átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, arranjados, muitas vezes, em longas cadeias de moléculas repetidas de açúcares simples. Existem três tipos principais de carboidratos oriundos de vegetais: fibras, açúcares e amidos (Cunningham, 2004).

Do ponto de vista da nutrição humana e animal, os carboidratos podem ser classificados em dois grupos: carboidratos disponíveis, que são enzimaticamente digeridos no intestino delgado, e carboidratos indisponíveis, que são fermentados através da microflora do intestino grosso. Os carboidratos disponíveis incluem os

(19)

monossacarídeos, oligossacarídeos e amido, enquanto os carboidratos indisponíveis incluem os oligossacarídeos componentes estruturais (Hedley, 2000).

1.1.1 Fibras

O consumo de fibras dietéticas é importante para efeitos fisiológicos específicos, considerados “protetores” contra algumas doenças degenerativas como diabete, obesidade, doenças coronárias e patologias do cólon (Plessi et al., 1999). Também se sabe que a fibra dietética é o principal substrato para a fermentação bacteriana, particularmente no intestino grosso de monogástricos. Como a fibra interage com a mucosa e a microflora, possui um importante papel no controle da "saúde" intestinal (Montagne et al., 2003). A partir deste conhecimento, houve crescente interesse com relação à fibra dietética naturalmente presente em alimentos, ou mesmo para o enriquecimento de produtos alimentícios (Plessi et al., 1999). Entretanto, para melhor entendimento, é necessária uma distinção precisa entre os efeitos fisiológicos de cada tipo de fibra; se solúvel ou insolúvel (Maes et al., 2004), que podem ser benéficos ou prejudiciais, a depender de inúmeros fatores.

O termo fibra dietética foi primeiramente definido no contexto de alimentação humana por Trowell et al. (1976), como sendo "a soma de polissacarídeos e da lignina, que não são digeridos por secreções endógenas do trato gastrointestinal do homem". Esta definição também é usada comumente para outras espécies de animais não ruminantes.

Neste contexto nutricional, então, o termo fibra dietética inclui qualquer polissacarídeo,

(20)

amiláceo ou não, que alcança o intestino grosso sem ter sido digerido no intestino delgado e, assim, inclui amido resistente e polissacarídeos não amiláceos (PNA’s) solúveis e insolúveis (Montagne et al., 2003).

Os amidos são polissacarídeos que podem ser classificados em três grupos básicos: rapidamente digestíveis, lentamente digestíveis e resistentes. A digestibilidade varia de acordo com as espécies de planta e, freqüentemente, há variações dentro de uma mesma espécie, além de estar relacionada à estrutura química e física dos grânulos de amido. A digestibilidade desta fração também depende dos métodos usados no processamento dos ingredientes anteriormente ao consumo (Hedley, 2000).

Os PNA’s são constituídos por uma grande variedade de moléculas de polissacarídeos. São classificados em três grandes grupos: celulose (insolúvel em água, álcali ou diluição ácida), polímeros não-celulolíticos e polissacarídeos pécticos (ambos parcialmente solúveis em água). Sua classificação foi atribuída, originalmente, por conta da metodologia utilizada para sua extração e isolamento. O resíduo remanescente após a extração alcalina da parede celular foi chamado celulose e a fração do resíduo solubilizado em solução álcali foi denominada hemicelulose (Choct, 1997).

Os PNA’s não podem ser hidrolisados por qualquer enzima endógena de animais monogástricos. Há consenso geral que a maior proporção destes compostos dietéticos deixa o intestino delgado quase que inteiramente intactos, e são fermentados no intestino grosso (ceco e cólon) pela microflora comensal. As plantas geralmente contêm uma mistura de PNA’s solúveis e insolúveis em uma relação que varia de acordo com a espécie e estágio vegetativo, dentre outros fatores (Montagne et al., 2003). Os fatores antinutricionais de PNA’s da parede celular são provenientes de β-glucanos em cevada e

(21)

aveia; de arabinoxilans em centeio, trigo e triticale; além de outros carboidratos como as pectinas e oligossacarídeos da família da rafinose (Marquardt et al., 1996).

Por conta da grande diversidade de combinações e propriedades fitoquímicas, os efeitos nutricionais dos PNA’s sobre as aves também é diverso e, em alguns casos, extremo. Porém, geralmente é consenso que os seus efeitos prejudiciais em grãos promotores do aumento da viscosidade estão associados com a propriedade de aumentar a viscosidade da digesta no intestino, interferindo na morfologia e fisiologia, além de interagirem com a microflora intestinal das aves. Os mecanismos incluem a modificação do tempo de trânsito e alteração da viscosidade da mucosa intestinal, como também desregulam a função hormonal, devido a uma taxa variada de absorção de nutriente (Bedford e Partridge, 2001). Os PNA’s solúveis também estão inertes às enzimas gastrointestinais das aves e podem promover o aumento da viscosidade das excretas, sendo que estes efeitos prejudiciais são mais pronunciados em animais, o quanto mais jovens (Boros et al., 2002).

Reconhecidamente, a dieta, além de outros fatores ambientais e genéticos, possui um importante papel com relação à saúde e à doença. Um dos desafios presentes nas ciências nutricionais é a manutenção ou melhoria da saúde intestinal por modulação dietética. Neste contexto, níveis moderados de fibra dietética em dietas para animais monogásticos parecem ser benéficos para a saúde (Montagne et al., 2003), pois podem, até mesmo, ter feito probiótico à microflora. Em modelos experimentais bem controlados com animais, as fibras de diferentes constituições têm demonstrado efeitos fisiológicos diferentes sob as características luminais e da mucosa no processo de carcinogênese do cólon (Lu et al., 2000). Isto porque a fibra modula a saúde intestinal por meio de

(22)

interações complexas com o epitélio, o muco e a microflora. Diante disto, ainda há muito para aprender sobre as conseqüências destas interações em termos de saúde intestinal animal e humana (Montagne et al., 2003).

1.2 Enzimas

A manutenção da vida celular depende da contínua ocorrência de um conjunto de reações químicas, que devem atender duas exigências fundamentais: precisam ser altamente específicas, de modo a gerar produtos definidos, e devem ocorrer a velocidades adequadas à fisiologia celular. A insuficiência na produção ou remoção de metabólitos pode levar à condições patológicas (Marzzoco e Torres, 1999). Para que estas reações ocorram, atendendo todas as exigências orgânicas, as enzimas são fundamentais.

Praticamente todas as reações orgânicas são mediadas por enzimas, proteínas catalisadoras que não são alteradas nestes processos. Entre as reações energeticamente possíveis, as enzimas canalizam seletivamente os substratos para rotas úteis (Champe e Harvey, 1997). Elas diminuem a energia de ativação, elevando a velocidade das reações, são altamente específicas e são sintetizadas pelas próprias células, tendo concentração e atividade moduláveis; o que permite um ajuste fino do metabolismo ao ambiente celular. O conjunto destes aspectos favoráveis é que possibilita a manutenção da vida, justificando o alto investimento energético necessário para a síntese enzimática (Marzzoco e Torres, 1999). As enzimas podem acelerar algumas

(23)

reações em cerca de um milhão de vezes, sendo que a maioria das reações nos sistemas biológicos ocorreria em velocidade não perceptível na ausência destas catalisadoras (Stryer, 1996), o que impossibilitaria a manutenção do equilíbrio metabólico.

A adição de enzimas exógenas, além de aumentar a eficiência de utilização de alguns nutrientes, aos quais os animais já produzem enzimas endógenas específicas para digeri-los, também insere no trato gastrintestinal enzimas que estes não sintetizam, isto possibilitaria a digestão de componentes que normalmente não seriam digeridos, tornaria a digestão mais eficiente, disponibilizando maior quantidade da energia contida no alimento para utilização pelo animal, além de reduzir o investimento energético do animal para a síntese enzimática.

As enzimas exógenas são usadas para degradar diferentes estruturas, principalmente carboidratos estruturais de vegetais, contidos nos ingredientes destinados à alimentação animal e também para atuarem na diminuição da viscosidade da digesta no lúmen intestinal. As enzimas específicas que têm mostrado benefícios para animais monogástricos são as xilanases para dietas a base de trigo, triticale e centeio e β- glucanases ou celulases para dietas a base de cevada e aveia (Marquardt et al., 1996).

Além destas, são comumente usadas as amilases, proteases, lipases, galactomananases, galactosidases e ainda as fitases.

As xilanases podem ser produzidas comercialmente a partir de alguns microorganismos como Thermomyces lanuginosus, Humicola insolens, Aspergillus aculeatus e Trichoderma viride. Estas enzimas reduzem a viscosidade intestinal de aves por degradarem arabinoxilans solúveis, aumentando os coeficientes de

(24)

digestibilidade dos nutrientes e promovendo o maior desempenho animal (Choct et al., 2004; Boros et al., 2002).

β-glucanos são polissacarídeos não amiláceos que apresentam ligações glicosídicas mistas β-1,3 e β-1,4 e não são hidrolisados por qualquer enzima digestiva de animais superiores (Yu et al., 2002). A inclusão de enzimas β-glucanases, nas dietas de aves e suínos pode reduzir os efeitos negativos dos β-glucanos contidos em vários ingredientes, como os efeitos do aumento da viscosidade (Cosson et al., 1999). Por atuarem na hidrólise de fibras, reduzem a variabilidade nutricional, promovendo o aumento do desempenho animal e reduzindo a incidência de algumas desordens digestivas (Bedford e Patridge 2001).

A celulose é o principal polímero estrutural de plantas, constituída de cadeias lineares de unidades de glicose, sendo um dos compostos orgânicos mais abundantes da biosfera. Sua molécula não apresenta ramificações e as glicoses nela contidas são unidas por ligações β-1,4, o que permite que a celulose forme cadeias bem longas, com grande capacidade de formação de fibras de alta força de tensão (Stryer, 1996), portanto de difícil hidrólise. Animais superiores não são capazes de produzir celulases, entretanto alguns microorganismos que vivem em simbiose no estômago de ruminantes e cecos de herbívoros secretam celulases, que são importantes para o aporte energético que estes animais necessitam, por liberar as unidades de glicose desta molécula. Em dietas de aves e suínos, constituídas basicamente de vegetais, que podem conter maiores ou menores níveis de celulose, a adição de celulase exógena é bastante interessante para hidrolisar este polissacarídeo e liberar as unidades de glicoses, o que aumentaria a energia metabolizável das dietas.

(25)

O desenvolvimento e a comercialização de α-amylases provenientes de fontes de fungos e bactérias aconteceu recentemente, no final do século XIX e início do século XX. Ao longo de cerca de trinta anos, estas enzimas foram comercialmente usadas em uma grande variedade de aplicações como na preparação de tecidos, papel e na indústria de xarope de milho. Um aumento significativo na produção e utilização de amilases aconteceu a partir de 1960, quando foram usados Bacilo subtilis e Aspergilus niger para substituir a catálise ácida na produção de dextrose de amido (Muralikrishnaa e Nirmala 2005). O sucesso comercial das amilases é, dentre outros fatores, devido à utilização de grande biomassa de carboidratos como matéria-prima industrial. Com base na matéria seca, milho, trigo, sorgo e outros grãos de cereal contêm cerca de 60-75% do conteúdo de amido hidrolisável à glicose, que oferece um bom recurso em muitos processos de fermentação (Soni et al., 2003), inclusive na alimentação animal, tendo sua hidrólise e, consequentemente a digestibilidade, aumentada com a inclusão de amilases nas dietas destes animais.

Há uma considerável variabilidade das fontes e na qualidade da proteína dos diferentes ingredientes usados nas dietas de monogástricos. Além disto, alguns deles apresentam fatores antinutricionais, como as lecitinas e inibidores de tripsinas, que reduzem o coeficiente de digestibilidade dos aminoácidos. De acordo com Yu et al. (2002), as proteínas originárias de diferentes fontes são utilizadas em diferentes graus de eficiência pelas diversas espécies animais, sendo a solubilidade e a taxa de hidrólise das proteínas no trato gastrointestinal, especialmente no estômago e parte superior do intestino delgado, provavelmente, os primeiros fatores limitantes da digestão de proteínas. De acordo com Bedford e Patridge (2001) a adição de proteases, nestes

(26)

casos, pode neutralizar os efeitos negativos dos fatores antinutricionais, ou mesmo melhorar a eficiência de utilização de proteínas por animais jovens, por promover maior hidrólise destas moléculas.

Lipídeos ou gorduras apresentam um problema digestivo especial para o animal, pois não se dissolvem em água, o principal meio onde ocorrem os processos orgânicos, incluído a digestão e a absorção. Estes nutrientes constituem uma grande parte das dietas de carnívoros e de mamíferos recém-nascidos, mas está em pequena porção nas dietas de herbívoros adultos (Cunningham, 2004). No caso de aves jovens, como o trato gastrointestinal ainda está em formação, elas não utilizam eficientemente os lipídeos contidos na dieta, principalmente quando em excesso. Entretanto, muitas vezes, óleos ou gorduras são utilizados nas dietas destes animais. O uso de lipases exógenas pode aumentar a eficiência de utilização e permitir o aumento dos níveis de gordura na ração.

As enzimas endógenas produzidas pelas aves são específicas para carboidratos com ligações alfa, tais como o amido, entretanto são inativos na hidrólise de carboidratos que apresentem ligações beta e oligossacarídeos contendo galactose, como os galactomananos, presentes em várias sementes usadas nas dietas de aves. Com a finalidade de hidrolisar estes compostos, aumentando a digestibilidade das rações, adiciona-se galactomananase nas dietas destes animais.

Para eliminar a rafinose e açúcares similares em dietas a base de ingredientes vegetais, faz-se a adição de α-galactosidases nas dietas de monogástricos. A suplementação das dietas com α-galactosidases permite a hidrólise destes compostos no intestino de monogástricos, modificando a fermentação e reduzindo a produção de gases e,

(27)

consequentemente a flatulência (Pan et al., 2002), melhorando a eficiência de utilização da energia da dieta.

1.3 Predição da Resposta Enzimática

Embora muitos estudos acerca da eficiência da utilização de enzimas exógenas nas dietas de monogástricos tenham alcançado resultados bastante controversos e exista uma grande gama de ingredientes utilizados em alimentação animal, em que diferentes enzimas exógenas podem ser utilizadas; a partir de dados de diversos estudos, alguns pesquisadores vêm tentando adequar a quantidade de cada enzima, ou combinação destas, a ser utilizada em dietas baseadas em determinados ingredientes.

Predizer o efeito da adição de enzimas exógenas em dietas a base de um alimento é particularmente atraente porque o produtor poderia ajustar a quantidade de enzimas a ser adicionada ou ajustar as especificações de nutrientes na formulação das rações. Embora seja extremamente difícil predizer com precisão os efeitos específicos da adição de enzimas na prática, algumas aproximações têm provado prover estimativas úteis de respostas desta adição em dietas à base de grãos que promovem aumento da viscosidade, como centeio, cevada e trigo (Bedford e Partridge, 2001).

Outra vertente seria predizer a resposta da adição das enzimas exógenas à concentração de algum componente específico da dieta. A partir deste ponto, seria possível adicionar concentrações específicas de enzimas, capazes de degradar, por exemplo, um fator antinutricional específico, melhorando a eficiência de utilização dos

(28)

outros componentes da dieta e ainda disponibilizando energia a partir deste composto, que não seria degradado.

Após medir o conteúdo de PNA’s de uma dieta, seria possível predizer a quantidade de enzimas a se acrescentar à dieta. Porém, na prática, tal predição é questionável. Primeiramente, uma dieta formulada para ser de menor custo contém vários ingredientes vegetais, que possuem diferentes de PNA’s. Não há como precisar a quantidade e o tipo de PNA’s, oriundos de diferentes substratos, contidos na dieta.

Assim, predizer as respostas para vários tipos de atividades das enzimas acrescentadas à dieta é bastante complicado. Além disto, os ensaios de tipificação de PNA’s não são simples. Ainda há outro agravante, pois os fatores antinutricionais oriundos de PNA’s solúveis estão relacionados a uma grande gama de fatores, pois a natureza viscosa dos polímeros depende do tamanho e da estrutura das suas moléculas (Bedford e Partridge, 2001). Estes autores afirmam ainda que a viscosidade intestinal poderia ser utilizada para predizer a resposta da adição de enzimas exógenas, entretanto deveriam ser levados em consideração alguns fatores, como o local da mensuração da viscosidade, idade da ave, adição ou não de promotores de crescimento nas rações, ressaltando ainda que é bastante oneroso mensurar a viscosidade intestinal.

(29)

LITERATURA CITADA

BEAUGRAND, J.; CRÔNIER, D.; DEBEIRE, P.; CHABBERT, B. Arabinoxylan and hydroxycinnamate content of wheat bran in relation to endoxylanase susceptibility.

Journal of Cereal Science, v.40, p.223-230, 2004.

BEDFORD, M.R. Exogenous enzymes in monogastric nutrition – their current value and future benefits. Animal Feed Science and Technology, v.86, p.1-13, 2000.

BEDFORD, M.R.; PARTRIDGE, G.G. Enzymes in Farm Animal Nutrition. CABI Publishing. Ed. Finnfeeds International, Marlborough, Wiltshire, UK. p.432, 2001.

BOROS, D.; MARQUARDT, R.R.; GUENTER, W.; BRUFAU, J. Chick adaptation to diets based on milling fractions of rye varying in arabinoxylans content. Animal Feed Science and Technology, v.101, p.135-149, 2002.

COSSON, T.; VENDRELL, A.M.P.; TERESA, B.G.; REÑÉ, D.; TAILLADE, P.;

BRUFAU, J. Enzymatic assays for xylanase and β-glucanase feed enzymes. Animal Feed Science and Technology, v.77, p.345-353, 1999.

CHAMP, P.C.; HARVEY, R.A. Bioquímica Ilustrada. Editora Artes Médicas, Porto Alegre-RS, 2ed, p.446, 1997.

CHOCT, M. Feed Non-Starch Polysaccharides: Chemical Structures and Nutritional Significance. Feed Milling International, June Issue pp.13-26, 1997.

CHOCT, M.; KOCHER, A.; WATERS, D.L.E.; PETTERSSON, D.; ROSS, G.A.

Comparison of three xylanases on the nutritive value of two wheats for broiler chickens. British Journal of Nutrition, v.92, p.53-61, 2004.

CUNNINGHAM, J. G. Tratado de Fisiologia Veterinária. 3ª Edição. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2004.

(30)

EVERS, T.; MILLAR, S. Cereal Grain Structure and Development: Some Implications for Quality. Journal of Cereal Science, v.36, p.261-284, 2002.

HEDLEY, C.L. Carbohydrates in Grain Legume Seeds: Improving Nutritional Quality and Agronomic Characteristics. CABI Publishing. p.352, 2000.

HELSBY, N.A.; ZHUA, S.; PEARSON, AMIRA E. Antimutagenic effects of wheat bran diet through modification of xenobiotic metabolising enzymes. Mutation Research, v.454, p.77–88, 2000.

LU, Z.X.; GIBSON, P.R.; MUIR, J.G.; FIELDING, M.; O’DEA, K. Arabinoxylan Fiber from a By-Product of Wheat Flour Processing Behaves Physiologically like a Soluble, Fermentable Fiber in the Large Bowel of Rats. Journal of Nutrition, v.130, p.1984-1990, 2000.

MAES, C.; VANGENEUGDEN, B.; DELCOUR, J.A. Relative activity of two endoxylanases towards water-unextractable arabinoxylans in wheat bran. Journal of Cereal Science, v.39, p.181–186, 2004.

MARQUARDT, R.R.; BRENES, A.; ZHANG, Z.;, BOROS, D. Use of enzymes to improve nutrient availability in poultry feedstuffs. Animal Feed Science Technology, v.60, p.321-330, 1996.

MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica, Rio de Janeiro, 2ª ed., Editora Guanabara, p.360, 1999.

MONTAGNE, L.; PLUSKE, J.R.; HAMPSON, D.J. A review of interactions between dietary fibre and the intestinal mucosa, and their consequences on digestive health in young non-ruminant animals. Animal Feed Science and Technology, v.108, p.95- 117, 2003.

MURALIKRISHNAA, G.; NIRMALA, M. Cereal α-amylases—an overview.

Carbohydrate Polymers, v.60, p.163-173, 2005.

PAN, B.; LI, D.; PIAO, X.; ZHANG, L.; GUO, L. Effect of Dietary Supplementation Whit α-Galactosidase Preparation and Stachyose on Growth Performance, Nutrient Digestibility and Intestinal Bacterial Populations of Piglets. Archives of Animal Nutrition, v.56, p.327-337, 2002.

PLESSI, M.; BERTELLI, D.; MONZANI, A.; SIMONETTI, M.S.; NERI, A.;

DAMIANI, P. Dietary Fiber and Some Elements in Nuts and Wheat Brans. Journal of Food Composition and Analysis, v.12, p.91-96, 1999.

SONI, S.K.; KAUR, A.; GUPTA, J.K. A solid state fermentation based bacterial a- amylase and fungal glucoamylase system and its suitability for the hydrolysis of wheat starch. Process Biochemistry, v.39, p.185-192, 2003.

(31)

STRYER, L. Bioquímica. Editora Guanabara Coogan S.A. Rio de Janeiro-RJ, 4ed, p.1000, 1996.

YIN, Y.-L.; MCEVOY, J.D.G.; SCHULZE, H. Apparent digestibility (ileal and overall) of nutrients and endogenous nitrogen losses in growing pigs fed wheat (var. Soissons) or its by-products without or with xylanase supplementation. Livestock Production Science, v.62, p.119–132, 2000.

YU, B.; LEE, T.T.T.; CHIOU, P.W.-S. Effects of sources of protein and enzyme supplementation on protein digestibility and chyme characteristics in broilers. British Poultry Science, ISSN 1466–1799 (online) /02/030424–08: DOI:

10.1080/00071660120103701, 2002.

YU, B.; SUN, Y.; CHIOU, P.W. Effects of glucanase inclusion in a de-hulled barley diet on the growth performance and nutrient digestion of broiler chickens. Animal Feed Science and Technology, v.102, p.35-52, 2002.

ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para suínos e aves: Composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV;

DZO – Departamento de Zootecnia, 2ª ed., 2005. 186p.

(32)

CAPÍTULO II

USO DO FARELO DE TRIGO NA ALIMENTAÇÃO DE POEDEIRAS SEMIPESADAS NA FASE DE RECRIA

RESUMO - O estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão do farelo de trigo (FT) sobre o desempenho de frangas semipesadas nas fases de recria I (7 a 14 semanas de idade) e recria II (15 a 19 semanas) e seu efeito residual durante a fase inicial de produção de ovos. Foram utilizadas 160 frangas Lohmann Brown, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado com quatro níveis de FT na ração: 0 (controle), 10, 20 e 30%, resultando em quatro tratamentos, com cinco repetições de oito aves na fase de recria I. Ao completarem 14 semanas, as aves foram transferidas para gaiolas de arame galvanizado, redistribuídas em seis repetições de 6 aves, sendo utilizadas 144 frangas e descartadas, aleatoriamente, 4 aves por tratamento, constituindo a fase de recria II. A adição do FT diminuiu linearmente o peso vivo final e o ganho de peso; resultando em declínios de 1,15g e de 0,03g, respectivamente, à medida que o FT aumentou 1 % na ração. O consumo de água apresentou efeito quadrático e cresceu em valores absolutos com o aumento de 0 a 30% de FT. A cada aumento de 1% de FT na ração a idade das aves ao 1º ovo elevou em cerca de 0,6 dia e o peso do ovo em 0,22g. A inclusão de FT na ração reduz a taxa de crescimento de frangas, atrasa o início da postura e melhora o peso inicial dos ovos em relação a dietas à base de milho e de farelo de soja.

Palavras - Chave: alimento alternativo, desempenho, idade ao primeiro ovo

(33)

USE OF THE BRAN OF WHEAT IN THE FEEDING IN LAYING HENS OF THE REPOSITION PHASE

ABSTRACT - The study it was carried out with the objective to evaluate the effect of the inclusion of the wheat bran (WB) on the performance of chickens semi heavily in the phases from 7 to 14 weeks of age and 15 to 19 weeks and its residual effect during the initial phase of egg production. 160 Lohmann Brown chickens had been distributed in completely randomized design, with following four levels of WB in the ration: 0 (control), 10, 20 and 30%, resulting in four treatments, with five replicates of eight birds from 7 to 14 weeks of age. When completing fourteen weeks, the birds had been transferred to pen of galvanized wire, redistributed in six replicates of six birds, being used 144 laying and, discarded four birds for treatment, randomized, from 15 to 19 weeks of age. The addition of the WB linearly diminished the final live weight and the weight gain; resulting in decreased linearly of 1.15g and 0.03g, respectively, to each 1% WB increased in the ration. The water intake presented quadratic effect and grew in absolute values with the increase of 0 to 30% of WB. To each increase of 1% of WB in the ration, the age of the birds to first egg production increased in about 0.6 day and the egg weight about 0.22g. The inclusion of WB in the ration reduces the rate of growth of chickens, it delays the beginning of the position and improves the initial weight of eggs in relation the diets to the base of maize and soybean meal.

Key - Words: alternative feedstuff, age to first egg production, performance

(34)

Introdução

Com o aumento da população mundial, que ultrapassará os atuais 6 bilhões de habitantes e atingirá 8,3 bilhões em 2030 e 9 bilhões em 2050, além da especulação de que este crescimento será mais acentuado nas regiões mais pobres do planeta, onde já existe escassez crônica de água e de alimentos (Silva, 2003a, b); a produção animal brasileira, impulsionada, dentre outros fatores, pela grande produção nacional de grãos, tem grande responsabilidade em prover de alimento, com proteína de alta qualidade, esta população em expansão, principalmente a brasileira e sul-americana, porque boa parte da população nacional e deste continente encontra-se no limite da linha de pobreza.

Com o chamado primeiro setor em ampla e evidente expansão, além dos seguidos superávits primários, impulsionados também pelas exportações de produtos da agropecuária, o Brasil se torna um importante produtor de resíduos agroindustriais, que se não forem adequadamente utilizados, podem representar prejuízo econômico, pois poderiam ser processados e reutilizados para agregar valor e também, além disto, por possuírem grande potencial poluente, se descartados sem os cuidados necessários.

Silva (2003a, b) afirma que os animais monogástricos são vistos, paradoxalmente, como competidores e, ao mesmo tempo, como fornecedores de alimentos de alta qualidade. Então, a utilização dos resíduos agroindustriais na alimentação animal, além de agregar valor a estes subprodutos e reduzir a potencial poluição ambiental, ainda diminui a competição por alimentos entre a população humana e a produção de animais monogástricos em duas vertentes: pela simples redução do uso do milho, do farelo de soja e outros grãos usados na alimentação destes animais, pela sua substituição, como

(35)

ainda pela produção de ovos e carne, fontes de proteína de alta qualidade, a partir de resíduos não usados na alimentação humana.

A utilização destes resíduos agroindustriais pode representar um grande diferencial na produção animal, ou mesmo se tornar primordial para a manutenção desta atividade, notoriamente em regiões de baixa disponibilidade de grãos, onde a demanda para a alimentação humana é acentuada e pode se tornar ainda maior, pois cresce de forma diretamente proporcional ao aumento populacional.

O farelo de trigo é o principal e mais abundante subproduto da moenda de grãos, é um recurso alimentar renovável e ainda pouco explorado (Yuan et al., 2005; Beaugrand et al., 2004), principalmente na dieta de aves. Este subproduto é formado por tecidos botânicos distintos, exteriores ao núcleo do trigo, como o pericarpo (película que recobre o grão), a testa (película que recobre a semente), a camada hialina e a aleurona, sendo, as duas últimas, partes externas do endosperma (Evers e Millar, 2002). O endosperma é composto de diferentes tipos de células, em sua maioria de paredes celulares grossas e difíceis de quebrar. Entretanto, o processo de moenda permite o rompimento destas paredes, liberando vários micronutrientes considerados anticancerígenos; como o selênio e o ácido fólico ou fitoquímicos; como flavonóides, ácido fítico (Helsby et al., 2000).

O farelo de trigo apresenta bom nível de proteína (15,52%, com base na matéria natural), entretanto sua adição na dieta de aves é limitada pela alta concentração de fibra em sua composição (9,66%, com base na matéria seca), de acordo com Rostangno et al.

(2005). De acordo com Maes et al. (2004) os principais polissacarídeos não amídicos (PNA’s) presentes neste subproduto são as arabinoxilans (36,5%), mas contém também celulose (11%), lignina (3–10%) e ácidos urônicos (3–6%).

(36)

As arabinoxilans do farelo de trigo apresentam conhecida propriedade de reter água e promover a viscosidade em soluções (Schooneveld-Bergmans et al., 1999). O aumento da viscosidade da digesta a nível intestinal pode alterar a morfologia e fisiologia entérica, modificando ainda a taxa de trânsito intestinal e desregulando a função hormonal, devido a uma taxa variada de absorção de nutrientes. A digestibilidade da proteína pode ser deprimida pelas arabinoxilans do trigo, pela inibição e ou desarranjo da digestão da proteína ou redução da absorção de aminoácidos. Também pode resultar em um aumento na secreção de proteínas endógenas, derivadas das secreções e de células intestinais (Bedford e Partridge, 2001).

A fermentação anaeróbica dos polissacarídeos não amiláceos (PNA’s) do farelo de trigo produz ácidos graxos voláteis de cadeia curta (acetato, propionato e butirato), com o butirato em maior concentração, mantendo seus níveis por mais tempo ao longo do lúmen intestinal. Estando a maior concentração e permanência deste ácido no lúmen intestinal correlacionada com o aumento da apoptose (morte celular programada) de células inflamatórias (Hollmann e Lindhauer, 2005; Scheppach et al., 2004), a adição do farelo de trigo pode ser benéfica à saúde intestinal. Além disto, um dos desafios presentes nas ciências nutricionais é a manutenção ou melhoria da saúde intestinal por modulação dietética e, neste contexto, níveis moderados de fibra dietética parecem ser benéficos para a saúde (Montagne et al., 2003).

O objetivo com este trabalho foi avaliar os efeitos da inclusão do farelo de trigo na ração de recria de frangas semipesadas e os possíveis efeitos residuais sobre a fase inicial de produção de ovos.

(37)

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório Avícola do Centro de Formação de Tecnólogos (CFT), Campus III da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), situado no município de Bananeiras, na microrregião do Brejo paraibano. Foram utilizadas 160 poedeiras semipesadas da linhagem Lohmann Brown com sete semanas de idade e peso vivo médio de 509,21±2,71g.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, constituído pela inclusão de farelo de trigo (FT) em 0; 10; 20 e 30%. De sete a 14 semanas de idade as aves foram alojadas em boxes de 1,5 m2, com piso coberto com cama de bagaço de cana e tela à prova de pássaros e de possíveis predadores das aves, sendo oito aves por boxe e cinco repetições por tratamento. Ao completarem 14 semanas, as aves foram transferidas para gaiolas de arame galvanizado, de forma que seis aves de cada boxe constituíram uma parcela correspondente (Repetição 1 do Tratamento 1, na gaiola, continuou a representar a mesma repetição e tratamento dos boxes). Das 10 aves de cada tratamento que restavam, foi constituída aleatoriamente a sexta repetição, e as quatro aves que ainda restaram, foram descartadas.

O galpão experimental possuía cobertura de telhas de barro em duas águas, pé- direito de 1,8 m de altura, duas fileiras de gaiolas sobrepostas e um corredor de 1 m de largura entre as fileiras de gaiolas, além de orientação Leste-Oeste. Cada gaiola de arame galvanizado media 25 X 45 X 40 cm. As temperaturas, máximas e mínimas registradas foram, 31,51 e 21,31ºC, enquanto a umidade relativa do ar foi 95,40 e 44,68%, respectivamente, verificadas pela manhã (8:00 hs) e tarde (16:00 hs).

(38)

As rações da recria I (7ª a 14ª semana de idade) e recria II (15ª a 19ª semana de idade), isoenergéticas (2.850 kcal/kg) e isoprotéicas (15,30% PB), foram formuladas de acordo com Rostagno et al. (2000) para atender as exigências nutricionais das aves (Tabela 1). Para avaliar os efeitos residuais da inclusão do FT nas dietas das frangas entre sete e 19 semanas, sobre o início da produção de ovos, a partir da 20ª semana as aves foram alimentadas com uma dieta convencional de postura (2.700 kcal/kg, 15,95% PB, 4,1% de cálcio e 0,38% de fósforo disponível), isenta de FT, também formuladas de acordo com Rostagno et al. (2000) e as aves continuaram sendo observadas por dois períodos de 28 dias de produção de ovos. As aves receberam água e ração à vontade durante todo o período experimental e semanalmente, até completarem aproximadamente 50% de produção, todos os animais, sobras de ração e ovos, por parcela, foram pesados.

As variáveis estudadas na fase de recria I (piso) foram: peso vivo final (PVF), ganho de peso (GP), consumo de água (CAG), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA) e relação entre CAG e CR (CAG/CR). Na fase de recria II (gaiolas de arame galvanizado), todas as variáveis anteriores foram avaliadas, com exceção do consumo de água, que não foi medido e de sua relação com o CR. Além destas, ainda foram avaliados a idade das aves ao primeiro ovo (DIA) e o peso inicial do ovo (PIO). Na fase de produção as variáveis estudadas foram: peso vivo inicial (PVI), consumo de ração (CR), produção (PR), peso do ovo (PO), massa de ovos (MO), conversão por massa (CMO), conversão por dúzia de ovos (CDZ) e gravidade específica (GE) dos ovos.

O consumo alimentar foi calculado pela diferença entre a quantidade da ração fornecida e as sobras obtidas, dos comedouros e baldes. A coleta de dados da fase de produção foi iniciada quando as aves atingiram 50% de produção, ou seja; quando as 144

(39)

aves puseram 72 ovos em um dia, fato ocorrido na 24ª semana; portanto, o peso vivo final das aves na fase de recria II (da 15ª a 19ª semana) é distinto do peso vivo inicial da fase de produção. A produção de ovos foi obtida em porcentagem/ave/dia. O peso dos ovos foi o valor médio do peso dos ovos produzidos nos últimos cinco dias de cada um dos dois períodos da fase de produção. A massa de ovos representou o produto da porcentagem de ovos produzidos pelo peso médio dos ovos, enquanto a conversão alimentar por massa de ovos foi expressa em quilos de ração consumida por quilo de massa de ovos produzida e a conversão alimentar por dúzia de ovos foi à relação entre a quantidade de ração consumida (kg) por dúzia de ovos produzida. A gravidade específica foi determinada pelo método da flutuação dos ovos em quinze soluções salinas, com variação da densidade em 0,0025 unidades, iniciando por 1,0625 até 1,100. Para tal, foram utilizados quinze baldes com capacidade de 50 litros, um densímetro de petróleo com escala de 1,050 a 1,100, uma cesta de plástico (balde vazado), água e sal comum, sempre nos últimos três dias de cada fase experimental. As aves mortas e as sobras das dietas foram consideradas para ajustar o consumo, a produção de ovos e as conversões alimentares.

As análises estatísticas foram realizadas no programa SAEG desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa – UFV (1983). Após a análise de variância, o efeito dos níveis de FT sobre os resultados das variáveis foram avaliados pelo teste Student- Newman-Keuls (P≤0,05). Posteriormente, a soma dos quadrados dos efeitos do FT foi decomposta nos efeitos lineares, quadráticos e cúbicos, e na escolha dos modelos de regressão foram considerados o nível de significância, o coeficiente de determinação (R2) e a resposta biológica das aves.

(40)

Tabela 1- Composições alimentar e nutricional das rações experimentais nas fases de recria I e II1

Table 1- Feedstuffs and chemical composition of experimental diets

Níveis de Farelo de Trigo Wheat bran Levels Ingredientes

0 10 20 30 Milho Corn 71,008 67,508 61,485 50,907 Farelo de Soja Soybean meal 20,138 17,012 14,377 12,632 Farelo de Trigo Wheat bran 0,000 10,000 20,000 30,000 Calcário Limestone 0,894 0,960 1,019 1,067 Fosfato Bicálcio Dicalcium phosphorus 1,556 1,447 1,343 1,250 L-Lisina•HCl L-Lysine HCl 0,019 0,068 0,108 0,131 DL-Metionina DL-Methionine 0,045 0,052 0,062 0,078 Óleo Vegetal Vegetable oil 0,000 0,000 0,841 3,200 Premix Vitamínico2Vitamin mix 0,080 0,080 0,080 0,080 Premix Mineral3Mineral mix 0,050 0,050 0,050 0,050 Cloreto de Colina Choline chloride 0,100 0,100 0,100 0,100 Antioxidante4Antioxidant 0,010 0,010 0,010 0,010 Sal Salt 0,099 0,119 0,146 0,177 Bicarbonato de Sódio Sodium bicarbonate 0,318 0,289 0,239 0,197 Coccidiostático Coccidiostatic 0,040 0,040 0,040 0,040 Promotor de Crescimento Growth Promotion 0,010 0,010 0,010 0,010 Inerte5Inert 5,524 2,155 0,002 0,000 L-Treonina L-Threonine 0,000 0,024 0,048 0,071 Cloreto de Potássio Potassium Chloride 0,109 0,076 0,040 0,000 TOTAL 100,000 100,000 100,000 100,000 Valores Calculados (Calculated Values) Composição Química (Chemical Composition) Proteína Bruta Crude Protein 15,300 15,300 15,300 15,300 EM (kcal/Kg) ME 2.850 2.850 2.850 2.850 Cálcio (%) Calcium 0,815 0,815 0,815 0,815 Fósforo Disponível Available Phosphorus 0,383 0,383 0,383 0,383 Metionina D Methionine 0,279 0,288 0,280 0,277 Metionina + Cistina D Methionine + Cystine 0,500 0,500 0,500 0,500 Lisina D Lysine 0,668 0,668 0,668 0,668 Treonina D Threonine 0,510 0,510 0,510 0,512 Sódio (%) Sodium 0,157 0,157 0,160 0,160 Potássio Potassium 0,641 0,640 0,640 0,640 Cloro (%) Chlorine 0,148 0,148 0,148 0,148 Triptofano D Triptofan 0,150 0,154 0,158 0,159 Fibra Bruta Crude Fiber 2,535 3,137 3,781 4,424

1Recomendações de Rostagno et al. (2000). (In according to Rostagno et al. 2000).

2Composição por kg do produto (Composition/kg of product). Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg;

Vit. B12 11.000 mg; Niacina (Niacin) 25.000 mg; Ácido fólico (folic acid) 400 mg; Ácido pantotênico (panthotenic acid) 10.000 mg; Selênio (selenium) 300 mg; Veículo (vehicle) q. s. p.

3Composição por kg do produto (Composition/kg of product). Manganês (manganese) 150.000 mg; Zinco (zinc) 100.000 mg; Ferro (iron) 100.000 mg; Cobre (copper) 16.000 mg; Iodo (iodine) 1.500 mg; Veículo (vehicle) q. s. p.

4Antioxidante (antioxidant) = BHT (Beta-hidroxi-tolueno).

5Inerte: areia lavada (sand washing).

D = aminoácido Digestível (digestible amino acid).

(41)

Resultados e Discussão

Recria I

Os resultados do peso vivo final, consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, consumo de água e da relação entre o consumo de água e o de ração das aves na fase de recria I, em função dos níveis de inclusão do farelo de trigo nas dietas, encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2 – Peso vivo final (PVF), consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), consumo de água (CAG) e relação entre consumo de água e de ração (CAG/CR) em função dos níveis de farelo de trigo nas dietas

Table 2 – Final live weight (FLW), feed intake (FI), weight gain (WG), feed conversion (FC), water intake (WI), and water intake:feed intake relationship (WI/FI) in function of wheat bran (WB) levels

FT, %

(WB) PVF, kg

(FLW)

CR, g/ave/dia

(FI)

GP, g/ave/dia

(WG)

CA (FC)

CAG, g/ave/dia

(WI)

CAG/CR, g/g (WI/FI)

0 0,904 64,350 15,260 4,210 90,720ab 1,423

10 0,885 65,130 14,910 4,366 77,760b 1,214

20 0,872 59,510 14,270 4,178 83,660ab 1,417

30 0,870 61,580 14,500 4,252 93,530a 1,524

Efeito

(Efect) L* ns L** ns Q** ns

CV% 2,663 9,938 3,916 9,303 10,057 15,154

a,b Médias nas colunas seguidas de letras minúsculas distintas, são diferentes pelo teste SNK (P≤0,05). Means followed of distint letters in the collumns differ by SNK test (P≤.05).

L= Efeito Linear. Linear efect. Q= Efeito Quadrático. Quadratic efect. ns= Não significativo. Not significant.

*(P≤0,05); **(P≤0,01)

Consumo de ração, conversão alimentar e relação entre consumo de água e de ração não foram afetados (P>0,05) pela inclusão do farelo de trigo na ração.

A adição do FT diminuiu linearmente (P≤0,05) o peso vivo final e o ganho de peso (Figuras 1 e 2, respectivamente). Houve uma queda de 1,14g no peso vivo final das

(42)

aves à medida que a inclusão do FT aumentou 1% na ração, enquanto o ganho de peso foi reduzido em aproximadamente 0,03g para o mesmo aumento do FT, de modo que, as aves mais leves ao final do período experimental foram aquelas que receberam as dietas com os maiores níveis de inclusão do FT. É provável que o aumento em cerca de 40% do teor de fibra bruta, da ração basal para a ração com 30% de FT, tenha afetado negativamente a utilização dos nutrientes, em virtude da fibra atuar como uma barreira, impedindo que as proteases tenham acesso aos locais nas células vegetais onde estão depositados os aminoácidos. De acordo com Bedford e Partridge (2001) também pode resultar em um aumento na secreção de proteínas endógenas, derivadas das secreções e de células intestinais. A abrasividade da fibra pode causar descamação do epitélio intestinal e promover turnover celular acelerado deste tecido.

ŷ=900,271-1,14682X; r2=0,91

850 860 870 880 890 900 910

0 10 20 30

% Farelo de Trigo

Peso vivo final (g)

Figura 1 – Peso vivo final em função dos níveis de farelo de trigo Figure 1 – Final live weight in function of wheat bran levels

(43)

ŷ=15,1759-0,0293103X; r2=0,74

14,2 14,4 14,6 14,8 15 15,2 15,4

0 10 20 30

% Farelo de Trigo Ganho de peso (g/ave/dia)

Figura 2 – Ganho de peso em função dos níveis de farelo de trigo Figure 2 – Weight gain in function of wheat bran levels

O consumo de água (Figura 3) apresentou efeito quadrático (P≤0,01), decrescendo até o ponto de 13,74% de inclusão de FT, a partir de onde cresceu, atingindo máximo consumo com 30% de FT. Os dados deste trabalho corroboram com os relatos de Cunningham (2004), quando este afirma que a atividade osmótica está aumentada durante a digestão e a digestão intraluminar cria milhares de moléculas osmoticamente ativas de di e trissacarídeos, onde estas moléculas retiram água dos espaços laterais para dentro do lúmen intestinal, que é rapidamente reposta pela água dos capilares intestinais, e com a continuação da digestão, as moléculas de açúcar são absorvidas e a água, normalmente, seria absorvida passivamente pelo epitélio e retornaria ao sistema vascular sanguíneo. No caso do presente estudo, entretanto, as fibras, que não são digeridas e nem absorvidas, quando o FT é adicionado em níveis acima de 13,74%, não criam o ambiente de menor pressão osmótica no lúmen intestinal, que é necessário para a reabsorção desta água,

Referências

Documentos relacionados

Janaína Oliveira, que esteve presente em Ouagadougou nas últimas três edições do FESPACO (2011, 2013, 2015) e participou de todos os fóruns de debate promovidos

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que conforme a

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Os dados referentes aos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem durante a realização do banho de leito, a preparação destes para a realização, a atribuição