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ROSÉLIA MARIA DE SOUSA SANTOS CONTRIBUIÇÃO À ELABORAÇÃO DE UM GUIA DAS ABELHAS NATIVAS DO BRASIL

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR

COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS - PPGSA

ROSÉLIA MARIA DE SOUSA SANTOS

CONTRIBUIÇÃO À ELABORAÇÃO DE UM GUIA DAS ABELHAS NATIVAS DO BRASIL

POMBAL - PB 2016

(2)

ROSÉLIA MARIA DE SOUSA SANTOS

CONTRIBUIÇÃO À ELABORAÇÃO DE UM GUIA DAS ABELHAS NATIVAS DO BRASIL

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Campina Grande como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Sistemas Agroindustriais do PPGSA\CCTA.

Orientador: Prof. D.Sc. Patrício Borges Maracajá

Co-Orientadora: Profª D. Sc. Rosilene Agra da Silva

POMBAL - PB 2016

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG

S237c Santos, Rosélia Maria de Sousa.

Contribuição à elaboração de um guia das abelhas nativas do Brasil / Rosélia Maria de Sousa Santos. – Pombal, 2016.

220f. : il. color.

Dissertação (Mestrado em Sistemas Agroindustriais) Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, 2016.

"Orientação: Prof. D.Sc. Patrício Borges Maracajá, Profª. D.Sc.

Rosilene Agra da Silva."

Referências.

1. Abelhas sem Ferrão. 2. Sistematização. 3. Trabalho Terminológico. I. Maracajá, Patrício Borges. II. Silva, Rosilene Agra da. III. Título.

CDU 638.12(043)

(4)

ROSÉLIA MARIA DE SOUSA SANTOS

CONTRIBUIÇÃO À ELABORAÇÃO DE UMA GUIA DAS ABELHAS NATIVAS DO BRASIL

Qualificação aprovada em:_____/ _____/ _____

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________

Prof. D.Sc. Patrício Borges Maracajá - Orientador UAGRA/CCTA/UFCG

____________________________________________

Profª D. Sc. Rosilene Agra da Silva UAGRA/CCTA/UFCG

_____________________________________________

Profª D.Sc. Maria Edileuza Leite de Andrade CCTA - UFCG/POMBAL-PB

POMBAL - PB 2016

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À memória de minha mãe Terezinha Maria de Jesus Sousa, uma verdadeira pérola em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao Criador, que mantém o Universo em equilibro, que deu-me a vida e nela a oportunidade de ampliar meus conhecimentos.

À minha mãe (in memoria), que ensinou-me a valorizar a vida e a ser grata diante do mais simples dos gestos.

Ao meu esposo Ozildo, companheiro de todos os momentos, que com amor ilumina minha vida e alegra o viver, a quem também devo a seleção de grande parte das fontes bibliográficas utilizadas neste trabalho.

Ao Prof. D. Sc. Patrício Borges Maracajá, meu orientador - espécie de educador-pai, símbolo da humildade, que com sua grandeza de espírito e amor ao próximo, tem aberto às portas do Universo do conhecimento para muitos, sem, contudo, exigir nada em troca, vibrando com a vitória de seus orientandos como se sua fosse.

Às professoras Rosilene Agra da Silva; Maria Edileuza Leite de Andrade e Alfredina dos Santos Araújo, pelo apoio, amizade e apreço.

(7)

Tudo o que vale a pena ser feito merece e exige ser bem feito.

Philip Chesterfield

(8)

RESUMO

Trata-se de um trabalho terminológico, que tem por objetivo oferecer uma contribuição ao processo de construção de um ‘Guia das abelhas nativas do Brasil’, descrevendo e sistematizando algumas das espécies mais presentes na literatura especializada. O desenvolvimento da presente pesquisa proporcionou constatar que as abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apesar de enfrentarem os efeitos das devastações, podem ser estimadas em mais de 3.000 espécies, sendo que mais da metade desse número já foi descrita por vários pesquisadores, e, que as pesquisas nesse campo têm se intensificado nas últimas décadas. E, que entre estas abelhas destacam-se três grupos: Meliponini; Trigonini e Xylocopini. Na produção do referido guia verificou-se que alguns pesquisadores divergem entre si quanto à distribuição geográfica de algumas espécies. Diante dessa situação, registrou-se as informações transmitida por um número maior de pesquisadores, sendo desprezadas aquelas consideradas divergentes. O principal fator limitante deste trabalho foi o reduzido número de fontes impressas e digitais, descrevendo os aspectos morfológicos, a taxonomia e a distribuição geográficas das espécies de abelhas nativas registradas no Brasil. Esta deficiência/limitação fez com que a proposta de ‘Guia’ elaborada apresenta-se em alguns tópicos a expressão “no momento, inexistem informações disponíveis”. Mesmo diante desse fator limitante, procurou-se relacionar o maior número possível dessas abelhas, com o objetivo de apresentar ao mundo acadêmico um roteiro para pesquisas futuras.

Palavras-chave: Abelhas Sem Ferrão. Sistematização. Trabalho Terminológico.

(9)

ABSTRACT

This is a terminological work, which aims to provide a contribution to the process of building a 'Guide of native bees in Brazil, describing and systematizing some of the species present in the literature. The development of this research provided evidence shows that the bees without existing stinger in Brazil despite facing the effects of devastation, can be estimated at more than 3,000 species, and more than half of that number has been described by several researchers, and that research in this field has intensified in recent decades. And that among these bees highlights three groups: Meliponini; Trigonini and Xylocopini. In the production of that guide it was found that some researchers disagree among themselves as to the geographical distribution of some species. Given this situation, there was the information transmitted by a greater number of researchers, despised those considered different.

The main limiting factor of this study was the small number of printed, and digital sources, describing the morphological, the taxonomy and the geographical distribution of species of native bees registered in Brazil. This disability / limitation made the proposal of 'Guide' elaborate features on some topics the expression "at the moment there is no information available." Despite this limiting factor, he tried to relate as many of these bees in order to introduce the academic world a roadmap for future research.

Keywords: Bees Stingless. Systemization. Terminology work.

(10)

©Kátia Aleixo

LISTA DE FIGURAS

Centris aenea (Lepeletier, 1842) 41

Centris tarsata (Smith, 1875) 43

Centris analis (Fabricius, 1804) 45

Centris Fuscata (Lepeletier, 1842) 47

Cephalotrigona capitata (Smith 1854) 49

Epicharis flava (Fnese, 1901) 52

Epicharis rustica (Olivier, 1789) 54

Eulaema mocsaryi (Friese, 1899) 56

Eulaema nigrita (Lepeletier, 1842) 58

Friesella schrottkyi (Friese, 1900) 60

Frieseomelitta varia (Lepeletier, 1836) 63

Geotrigona mombuca (Smith, 1863) 66

Geotrigona subterranea (Friese, 1901) 68

Lestrimelitta limao (Smith, 1863) 70

Leurotrigona muelleri 72

Melipona bicolor (Lepeletier, 1836) 75

Melipona fasciculata (Smith, 1855) 78

Melipona flavolineata 80

Melipona marginata (Lepeletier, 1836) 82

Melipona melanoventer 85

Melipona quadrifasciata anthidioides (Lepeletier, 1836) 87

Melipona quinquefasciata (Lepeletier, 1836) 89

Melipona rufiventris (Lepeletier, 1836) 91

Melipona scutellaris 93

Melipona seminigra (Friese, 1904) 96

Melipona subnitida 98

Nannotrigona testaceicornes (Lepeletier, 1836) 100

Oxytrigona tataira tataira 103

Paratrigona peltata 105

Paratrigona subnuda 107

(11)

Partamona helleri 109

Plebeia droryana 111

Plebeia minima 113

Plebeia remota 115

Scaptotrigona bipunctata 117

Scaptotrigona depilis 119

Schwarziana quadripunctata 121

Tetragona clavipes 124

Tetragonisca angustula (Latreille, 1811) 126

Trigona fulviventris 129

Trigona spinipes (Fabricius, 1793) 131

Xylocopa artifex (Smith, 1874) 135

Xylocopa augusti (Lepeletier, 1841) 137

Xylocopa bimaculata (Friese, 1903) 139

Xylocopa brasilianorum (Linnaeus, 1767) 141

Xylocopa chrysopoda (Schrottky, 1901) 144

Xylocopa dimidiata (Latreille, 1809) 146

Xylocopa frontalis (Olivier, 1789) 148

Xylocopa grisescens (Lepeletier, 1842) 151

Xylocopa hirsutissima (Maidl, 1902) 153

Xylocopa macrops (Lepeletier, 1841) 155

Xylocopa muscaria (Fabricius, 1775) 157

Xylocopa nigrocincta (Smith, 1854) 159

Xylocopa nogueirai (Hurd & Moure, 1960) 161

Xylocopa ordinaria Smith, 1874 163

Xylocopa pulchra (Smith, 1854) 165

Xylocopa rotundiceps (Smith, 1874) 167

Xylocopa simillima Smith, 1854 169

Xylocopa splendidula (Lepeletier, 1841) 171

Xylocopa subcyanea (Pérez, 1901) 173

Xylocopa suspecta (Moure & Camargo, 1842) 175

Xylocopa varians (Smith, 1874) 178

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA... 13

2.1 ABELHAS SEM FERRÃO: Considerações Iniciais... 13

2.2 A MELIPONICULTURA NO BRASIL... 14

2.3 MELIPONICULTURA E SUSTENTABILIDADE... 16

2.4 A MELIPONICULTURA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS... 18

2.5 PRINCIPAIS TRIBOS DE ABELHAS SEM FERRÃO PRESENTES NO BRASIL... 23

2.5.1 Tribo Meliponini... 23

2.5.2 Tribo Trigonini... 24

2.5.3 Tibro Xylocopini... 24

3 MATERIAIS E MÉTODOS... 28

3.1 TIPO DO ESTUDO... 28

3.2 SELEÇÃO DAS FONTES... 28

3.3 MÉTODO PARA OBTENÇÃO DO CORPUS... 29

3.4 MONTAGEM DO BANCO DE TEXTOS... 29

5 CONCLUSÃO... 31

6 REFERÊNCIAS... 32

APÊNDICES... 35

ANEXOS... 189

(13)

1 INTRODUÇÃO

Quando se fala em abelhas, o que normalmente vem à cabeça são as produtoras de mel da espécie Apis mellifera L., introduzidas no Brasil a partir da Europa e África e que, atualmente, respondem pela maior parte do mel produzido no país.

No entanto, o mundo das abelhas é bem mais vasto. Há espécies solitárias como as mangangavas (Xylocopa sp), muito vistas nas flores de maracujá, que se destacam pelo importante papel na polinização das plantas. Outras vivem em colônias e, além de serem vitais na polinização de várias plantas, produzem mel a partir da extração do néctar das flores. Entre as abelhas sociais, além da conhecida A. mellifera, estão as da tribo Meliponini, que agrupa vários gêneros de abelhas sem ferrão.

As abelhas sem ferrão foram as únicas espécies produtoras de mel empregadas até 1838, antes da introdução da abelha europeia. Como o ferrão dessas abelhas é atrofiado, elas não ferroam. Daí o nome ‘abelha sem ferrão’. Por ser tradicionalmente manejada por povos indígenas, também é chamada de ‘abelha indígena’ (KERR et al., 2005).

Existem no Brasil inúmeras espécies de abelhas sem ferrão e ainda há muito trabalho de pesquisa a ser feito para conhecer essa diversidade. Há aquelas que produzem mel só para o consumo da colmeia. Outras produzem excedentes que podem ser aproveitados para o consumo humano. Entre as mais conhecidas, estão as abelhas mandaçaia (Melipona quadrifasciata Lep.), jataí (Tetragonisca angustula Latreielle), jandaíra (Melipona subnitida Ducke), mirim (Plebeia sp), rajada (Melipona asilvae), canudo (Scaptotrigona sp) e uruçu (Melipona sp). Algumas, como a jataí, são amplamente distribuídas. Outras são específicas de determinados ambientes, como a jandaíra, que habita a caatinga.

No entanto, as abelhas sem ferrão encontram-se em processo acelerado de desaparecimento, provocado principalmente pelo desmatamento de florestas nativas, ambiente preferencial dessas espécies.

Como produzem uma quantidade de mel menor do que a A. mellifera, os produtores de mel para o mercado não se interessam pelo manejo racional de abelhas sem ferrão - a Meliponicultura, o que explica a limitada oferta desse produto.

(14)

Consequentemente, em algumas regiões, como o Sudeste e Sul, poucos conhecem os sabores do mel das nossas abelhas nativas, o que faz desse produto uma verdadeira iguaria, apresentando cores, gostos e aromas incomparáveis.

A presente produção acadêmica tem por objetivo promover a elaboração de um guia sobre as abelhas nativas do Brasil, apresentando sua sistematização (taxonomia), distribuição geográfica e descrição.

(15)

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nos últimos anos, face ao desenvolvimento da Apicultura, a Meliponicultura vem também sendo reconhecida como uma atividade capaz de gerar emprego e renda, fator de diversificação da propriedade rural, proporcionando benefícios sociais, econômicos e ecológicos.

Tem se verificado que existe uma grande quantidade de estudos desenvolvidos no campo da Apicultura, mostrando que essa atividade atende aos requisitos da sustentabilidade. No entanto, em relação à Meliponicultura, tais estudos ainda são muito escassos, o que mostra a necessidade de uma maior discussão no contexto acadêmico, estimulando o desenvolvimento/realização de pesquisas que não somente mostrem a viabilidade econômica dessa atividade, como também a sua contribuição à sustentabilidade do meio ambiente.

No Brasil, por razões culturais e históricas, a Meliponicultura é desenvolvida com uma maior intensidade entre as comunidades tradicionais, formadas por indígenas e remanescentes dos antigos quilombos, em todas as regiões do país. No entanto, com maior predominância no norte e nordeste.

2.1 ABELHAS SEM FERRÃO: Considerações Iniciais

Durante muito tempo, as sociedades humanas têm mantido uma estreita relação com as abelhas sem ferrão, principalmente por causa de seu interesse no mel, que constitui o produto da abelha mais conhecido. Além do mel e do pólen, as abelhas sem ferrão hoje em dia têm sido reconhecidas por seu papel como prestadoras de serviços aos ecossistemas, polinizando as culturas e a flora nativa (CARVALHO; MARTINS; MOURÃO, 2014).

As abelhas em ferrão gozam de ampla popularidade em diversos países tropicais e subtropicais, que integram a América Central e do Sul, África e Oceania, apresentando uma diversidade expressiva e riqueza de espécies (SOUZA et al., 2009).

Nogueira-Neto (1997) mostra que da mesma forma que ocorre com a Apis mellifera, a abelhas sem ferrão também são criadas racionalmente em muitas partes do mundo.

(16)

Com cerca de 600 espécies, as abelhas sem ferrão são representantes da ordem Hymenoptera, família Apidae, subfamília Apinae, pertencente à tribo Meliponini. Elas também são chamadas de meliponíneos (ou abelhas nativas e abelhas indígenas) e pertencem a um grupo de abelhas caracterizado pela picada atrofiado ou ausente (NOGUEIRA-NETO, 1997).

Informa Rocha (2012), que algumas espécies são pouco agressivas, adaptam-se bem a colmeias racionais e ao manejo, produzindo um mel saboroso e apreciado, podendo ainda fornecer pólen, cerume, geoprópolis e os próprios enxames para exploração comercial.

No que diz respeito à coleta do mel das abelhas sem ferrão em território brasileiro, esta varia de acordo com a região e com as condições climáticas. Alguns estudos afirmam que essa coleta pode ser feita a cada três meses. No entanto, é consenso na literatura que o melhor momento para coletar o mel das abelhas sem ferrão é durante a primavera, principalmente, entre setembro e meados de janeiro, o que é o chamado período das flores (CARVALHO; MARTINS; MOURÃO, 2014).

Em termos econômicos, a meliponicultura vem se constituindo numa oportunidade de renda complementar para as comunidades tradicionais. O mel das abelhas nativas pode gerar uma renda de R$ 20,00 por quilo (FRAZÃO, 2013).

2.2 A MELIPONICULTURA NO BRASIL

Ao longo do tempo, o homem tem utilizado o mel das abelhas sem ferrões como alimento e para o tratamento de várias doenças, bem como dando uso diverso aos outros produtos delas resultantes (ALVES et al., 2012).

Na literatura, é possível encontrar registros sobre o uso do mel, pólen, cerume (cera misturada com resinas de plantas pelas abelhas), larvas e própolis para curar várias doenças humanas (SOUZA et al., 2009).

No Brasil, Hans Staden foi o primeiro a descrever abelhas sem ferrão. Em seu livro, aquele viajante no século XVI descreveu as características dessas abelhas no Brasil, mencionando o seu comportamento típico, a sua nidificação em árvores ocas e as diferentes qualidades de mel, bem como descrevendo como os índios recolhiam o mel (CARVALHO; MARTINS; MOURÃO, 2014).

(17)

No Brasil, especificamente, a Meliponicultura vem sendo desenvolvido por pequenos e médios produtores, em quase todas as regiões.

Um estudo realizado por Toledo; Barrera-Bassols (2009) mostra que cerca de 200 espécies de abelhas sem ferrão já foram catalogadas no Brasil. No entanto, acredita-se que esse número seja muito maior, chegando a pelo menos o dobro desse número.

Por sua vez, Nogueira-Neto (1997) destaca que dentre as espécies conhecidas, algumas são típicas das áreas semiáridas brasileiras, especialmente aquelas pertencentes ao gênero Melipona, como a munduri (Melipona asilvai), também denominada de ‘manduri’, ‘papa-terra’, ‘uruçu mirim’ ou ‘rajada’.

É importante registrar que a munduri é uma das abelhas sem ferrão mais conhecidas no semiárido nordestino, sendo considerada pela população do meio rural como sendo abelha ‘sestrosa’, ou seja, manhosa e esperta, que consegue sobreviver e produzir mel sem chamar a atenção do meliponicultor (SOUSA et al., 2009).

O Quadro 1 apresenta as principais espécies de abelhas criadas para fins comerciais no Brasil, bem como as culturas que elas polinizam.

Quadro 1: Principais espécies de abelhas criadas para fins comerciais no Brasil e as culturas que elas polinizam

Nome Científico Nome vulgar Produtora de mel Cultura agrícola Melipona

scutellaris Uruçu Sim

Potencial polinizador de abacate, açaí, guaraná

e melancia Melipona

quadrifasciata Mandaçaia Sim

Abacate, açaí, goiaba, guaraná, melancia,

tomate Melipona

subnitida Jandaíra Sim

Abacate, açaí, goiaba, guaraná, melancia,

pimentão Melipona

rufiventris

Uruçu

amarela Sim

Abacate, açaí, guaraná, melancia

Melipona marginata

Manduri

Sim

Abacate, açaí, goiaba, guaraná, melancia Melipona

compressipes Tiúba Sim

Abacate, açaí, guaraná, melancia

Melipona asilvae Rajada,

manduri Sim

Abacate, açaí, guaraná, melancia

Melipona bicolor

Guaraipo Sim Abacate, açaí, guaraná, melancia

(18)

Xylocopa spp. Mamangavas Não Maracujá Bombus

terrestris

Mamangaba Não Maracujá, tomate

Tetragonisca angustula

Jataí

Sim Morango, umbu

Scaptotrigona spp.

Tubiba

Sim Pepino

Plebeia sp. Mirim Sim Sem informações

Fonte: Rocha (2012), adaptado.

Quando se analisa o Quadro 1, verifica-se que apenas duas das abelhas sem ferrão exploradas economicamente no Brasil, não produz mel. Trata-se das espécies Xylocopa spp e a Bombus. Entretanto, todas são ótimas polinizadoras. E, por essa razão, existe o entendimento de que a Meliponicultura contribui de forma significativa para a sustentabilidade ambiental (ROCHA, 2012).

2.3 A MELIPONICULTURA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

A atividade de criar abelhas sem ferrão - denominada de Meliponicultura - é muito comum entre as populações brasileiras e tem sido realizada há séculos pelas populações rurais, principalmente, do norte e nordeste, bem como nas tradicionais comunidades formadas por indígenas e quilombolas (CARVALHO; MARTINS;

MOURÃO, 2014).

Vários estudos já foram realizados no Brasil, objetivando avaliar como se desenvolvem as relações entre as populações tradicionais (indígenas e quilombolas) e as abelhas sem ferrão. No âmbito internacionalmente também são encontrados estudos neste campo. No entanto, quando comparados com os desenvolvidos no campo da Apicultura, percebe-se que os primeiros são em número bastante reduzidos (ALVES et al., 2012).

Nas comunidades quilombolas, o mel, o cerume e o saburá (pólen), produzidos pelas abelhas nativas são bastante utilizados. Um estudo desenvolvido por Toledo; Barrera-Bassols (2009), mostra que nessas comunidades, o mel produzido pela uruçu é considerado o melhor, principalmente, por suas propriedades medicinais.

(19)

Registra Nogueira Neto (1997) que a uruçu é abelha nativa brasileira que predomina na Meliponicultura desenvolvida nas comunidades quilombolas, sendo seu mel amplamente utilizado no tratamento de várias doenças.

Oliveira et al. (2002) descreve o uso do mel uruçu (Melipona scutellaris) no tratamento de gripes em crianças. Complementando esse pensamento, num trabalho que aborda o uso de remédios de origem animal na medicina tradicional, em países da América Latina, Alves et al. (2012) também menciona o uso do mel uruçu no tratamento da tosse, infecções fônicas orais, problemas oculares, cataratas e fraqueza orgânica.

Nas comunidades quilombolas, com uma grande frequência, a uruçu é encontrada, sendo criada em cortiços, que consiste na retirada de troncos ocos de árvores em que os ninhos estão localizados, fechando as extremidades com argila (KERR; CARVALHO; NASCIMENTO, 1996).

Essa prática de manter abelhas em cortiços está sendo substituída por caixas rústicas, especialmente, pelos meliponicultures mais jovens apicultores, sob o argumento de que torna a gestão destas abelhas mais fácil. Entretanto, objetivando preservar a tradição cultural, criadores mais antigos veem se preocupando em ensinar a prática do cortiço aos seus filhos e netos (CARVALHO; MARTINS;

MOURÃO, 2004).

Assim sendo, percebe-se que a Meliponicultura entre os quilombolas é algo que possui tradição e verdadeiros ‘guardiões da tradição’, responsáveis pela preservação da tradição, interagindo com outras pessoas da mesma idade e ensiná- los aos jovens (RODRIGUES, 2009).

As representações simbólicas construídas em torno de meliponicultura nas comunidades quilombolas são numerosas. Uma relação íntima entre atividade meliponicultura e tais representações simbólicas está presente, principalmente, entre os idosos, em relação a crenças e rituais (PEREIRA et al., 2003).

O principal ritual é praticado quando da coleta do mel produzido pela uruçu, exigindo a abstinência sexual por três dias antes do dia marcado para a coleção.

Assim, quando a coleta do mel está marcada, tanto o meliponicultor quanto outras pessoas envolvidas no processo (homens ou mulheres), são obrigadas a se abster de sexo durante três dias anteriores à data marcada (CARVALHO; MARTINS;

MOURÃO, 2014).

(20)

Acreditam os quilombolas, que se esse requisito não for cumprido, as abelhas vão morder o meliponicultor, tentando evitar a coleta do mel e, pouco depois, a colônia migrar para outra região. Também existem restrições temporais para as mulheres em relação à coleta de mel das abelhas uruçu. Estas se estiverem no período menstrual ou na TPM, não podem se aproximarem do ninho. Isto faz da meliponicultura uma atividade quase exclusivamente masculina nas comunidades quilombolas (NOGUEIRA-NETO, 1997).

Em resumo, a criação de abelhas sem ferrão nas comunidades quilombolas é considerada uma atividade tradicional, encontrando-se envolvida em uma rede de conhecimento ecológico, que veem sendo transferidos de gerações para gerações, ao longo do tempo.

2.4 MELIPONICULTURA E SUSTENTABILIDADE

Antes de se apresentar a meliponicultura como sendo uma alternativa capaz de contribui para a sustentabilidade, é importante conceituar sustentabilidade e abordar como surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável.

De acordo com a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR- BA, 1997), o conceito de sustentabilidade do desenvolvimento apoia-se nos seguintes postulados: durabilidade ao longo do tempo; eficiência econômica;

equidade interpessoal e regional; e, responsabilidade ambiental.

É importante destacar que a sustentabilidade para a sua consecução, exige intervenções que implicam na adoção do princípio da descentralização. Nessas intervenções é de fundamental importância o papel do Estado, que deve promover esforços visando não somente o planejamento, mas também a transferência de informações que facilitem a execução por parte dos agentes sociais.

A partir da definição apresentada no Relatório Brundtland, elaborado em 1987, pode-se perceber que tal conceito não somente diz respeito apenas ao impacto da atividade econômica no meio ambiente. Numa abordagem técnica, ele também discute as desigualdades econômicas e sociais (HERCULANO, 1992).

Assim, o desenvolvimento sustentável é um modelo que procura evitar a degradação humana, exigindo a adoção de políticas sociais compatíveis, capazes de superar as complexas exigências econômicas, privilegiando o meio ambiente. Ele

(21)

é uma técnica de planejamento que busca articular o desenvolvimento, primando pela melhoria da qualidade de vida, através do incremento da produtividade. E, por outro lado, ele visa manter em equilíbrio o ecossistema, de forma que as atividades humanas possam ser realizadas.

Foi durante a Biosphere Conference, realizada em Paris, no ano de 1968, que surgiu o termo desenvolvimento sustentável pela primeira vez. Quatro anos mais tarde, realizou-se a Conferência de Estocolmo e a partir daí o referido termo ganhou importância no meio acadêmico junto à opinião pública internacional (MENIN, 2000).

Registra Montibeller-Fillho (2001, p. 36) que a partir da Conferência de Estocolmo surgiram:

i. algumas empresas voltadas a eficiência energética, redução de poluição;

ii. demandadores de produtos caracterizados como verdes no mercado;

iii. grupos de cientistas que pesquisam os temas ambientais, gestão de recursos e processos produtivos;

iv. organizações e grupos que lutam pela proteção ambiental, bem como agências governamentais encarregadas por esta proteção.

Desta forma, percebe-se que a Conferência de Estocolmo fez com que o movimento ambientalista fosse institucionalizado, permitindo o surgimento de diversos atores sociais que foram os primeiros multiplicadores das ideias ambientais, destinadas à conscientização da coletividade.

Na concepção de Sachs (1990), que por sua vez é o teórico responsável pela formulação da proposta de desenvolvimento sustentável, definiu-o como sendo o resultado da combinação dos seguintes conceitos:

i. eficiência econômica;

ii. justiça social: critérios de solidariedade com a geração presente;

iii. proteção ambiental: critério de solidariedade com a geração futura;

Habitualmente, o termo desenvolvimento sustentável é uma expressão utilizada para designar atividade produtiva que não degrada os recursos naturais.

No entendimento de Jardim (2005, p. 199), “o desenvolvimento sustentável é a equação que deve ter, como alicerce, a preservação do meio ambiente e, como pilar, o desenvolvimento econômico, na tentativa de buscar satisfazer a melhor relação entre progresso, meio e homem”.

(22)

O desenvolvimento sustentável permite uma coexistência entre economia e ecologia. Essa modalidade de desenvolvimento não somente se preocupa em sanar os problemas advindos da miséria da população mundial. Mas também se preocupa simultaneamente em preservar, proteger e recuperar o ambiente.

Desta forma, quando se coloca em prática o desenvolvimento sustentável, é possível ao mesmo tempo produzir riquezas, proporcionar os mínimos riscos possíveis à saúde. Além disso, existe também uma preocupação em limitar a utilização dos recursos naturais renováveis aos níveis em que a recomposição seja sempre possível. Atualmente, o desenvolvimento econômico tem produzido sérios impactos ambientais, sendo necessário se repensar o quanto antes o modelo produtivo em vigor.

Nesse sentido, e diante do contexto específico das crises do desenvolvimento e do meio ambiente, vivenciadas na atualidade, Souza (1994, p.

11) afirma que a busca do desenvolvimento sustentável requer:

i. um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.

ii. um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento;

iii. um sistema econômico capaz de gerar excedentes e know how técnico em bases confiáveis e constantes;

iv. um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento,

v. um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo decisório;

vi. um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento não equilibrado;

vii. um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções;

Os eixos básicos do desenvolvimento sustentável são a atividade econômica, o meio ambiente e o bem-estar da sociedade. Por isso, na adequação do desenvolvimento sustentável com a realidade é necessário a observância de uma série de medidas, tanto a cargo dos organismos de governo quanto a cargo do setor privado. Pois, o desenvolvimento sustentável exige um consenso e uma participação coletiva.

(23)

De forma gradativa, a população mundial vem participando de movimentos sociais, objetivando melhores condições de vida, levando em consideração a preservação do meio ambiente. Tais movimentos também defendem a adoção da

‘econologia’, combinando os princípios da economia, da sociologia e da ecologia, pregando a sustentabilidade “como emergência de um novo projeto para a sociedade, que seja capaz de garantir, no presente e no futuro, a sobrevivência dos grupos sociais e da natureza” (ALMEIDA, 1997, p. 21).

Assim, percebe-se que já existe uma preocupação em procura se desenvolver as atividades como mais responsabilidade, objetivando preservar a natureza, de forma a garantir às gerações futuras a oportunidade de também utilizar os recursos naturais hoje existentes.

Para alguns autores, a exemplo de Guimarães (2001), o desenvolvimento sustentável tem que possuir uma base ética. Pois, dele deve demandar uma solidariedade social, capaz de subordinar a dinâmica econômica aos interesses da sociedade e às condições do meio ambiente.

Nesse mesmo sentido, observa Caffé (2002, p. 73) que “fazer o planejamento sustentável é uma tarefa coletiva, multidisciplinar e interativa, e nisto consiste uma das diferenças básicas em relação ao planejamento tradicional, que era focada exclusivamente na economia e suas externalidades”.

Contudo, é importante destacar que na construção dessa solidariedade é necessária uma mudança radical nos valores da sociedade, bem como nas práticas e atitudes dos agentes que promovem o desenvolvimento. Em resumo, o desenvolvimento sustentável definido como um padrão de desenvolvimento, leva em consideração o crescimento da economia e a geração de riquezas. Ele procura integrar esses segmentos à preservação do ambiente, bem como ao manejo adequado dos recursos naturais. Sem, contudo, deixar de garantir aos indivíduos o direito à cidadania e a uma melhor qualidade de vida.

Após essas considerações, é possível se estabelecer uma correlação entre meliponicultura e sustentabilidade. De certa forma, a Meliponicultura é considerada como sendo uma atividade capaz de causar impactos positivos tanto sociais quanto econômicos, contribuindo também para a manutenção e a preservação dos ecossistemas (PEREIRA et al., 2003). Nessa atividade, o valor ambiental é

(24)

Manualde MeliponiculturaAbelhas Nativas da Amazônia e Populações Tradicionais

caracterizado pela interdependência da vegetação (nativa e cultivada) com a biodiversidade de polinizadores (PEGOARO; ZILLER, 2003).

Souza et al. (2009) mostra que a criação de abelhas sem ferrão, comumente denominada de Meliponicultura, trata-se de uma atividade que é desenvolvida com vários objetivos, dentre os quais pode-se destacar os seguintes:

i. decoração eco-paisagística;

ii. educação ambiental;

iii. exploração agrocomercial ou turística;

iv. objeto de profunda pesquisa;

v. passatempo;

vi. permacultura.

É importante destacar que as abelhas nativas dão uma importante contribuição à polinização das espécies da flora nativa e das plantações. No entanto, registra Rocha (2012), que os estudos sobre a eficiência da polinização das espécies nativas ainda estão na fase de descoberta das espécies que polinizam as culturas agrícolas. E, que a comparação da eficiência da polinização entre espécies nativas e naturalizadas só é feita para pouquíssimas espécies de plantas como o maracujá, o caju, o tomate e a acerola.

A criação das abelhas nativas vem sendo considerada como uma atividade inovadora no combate a mudanças climáticas. Um estudo realizado por Frazão (2012) mostra que cada quilo de mel produzido pode neutralizar até 16 quilos de dióxido de carbono (CO²) lançados na atmosfera. Este é um serviço ambiental importante, além de ser uma ferramenta econômica para a conservação.

Consideradas como principais polinizadores de espécies de árvores silvestres, as abelhas sem ferrão contribuem para a manutenção das florestas, cujas plantas se reproduzem, multiplicam-se e dão frutos por meio do eficiente trabalho de polinização e fecundação feito por essas abelhas, fundamentais para o equilíbrio do ecossistema e produção de alimentos para o homem e animais nas florestas tropicais.

Além de possibilitar a conservações de espécies, a meliponicultura se apresenta como uma atividade de grande importância econômica, sendo também uma das atividades que preenche todos os requisitos estabelecidos para a sustentabilidade (KHAN; MATOS; LIMA, 2009).

(25)

Como uma atividade geradora de venda, a meliponicultura vem promovendo a geração de renda e contribuindo para a fixação do homem no campo, constituindo- se numa atividade que pode proporcionar renda o ano todo.

Dentro dessa mesma linha de pensamento, Freitas (2003) afirma que essa atividade auxilia na manutenção e na preservação do meio ambiente, pois as abelhas atuam também como polinizadores naturais de espécies nativas. E, por isso, essa atividade favorece o equilíbrio do ecossistema, ao mesmo tempo em que contribui para a manutenção da biodiversidade.

Desenvolvida a partir de baixos investimentos e possuindo baixos custos operacionais, à semelhança da apicultura, a criação de abelhas sem ferrão, segundo Santos (2009), também apresenta ainda as seguintes vantagens:

i. favorece aumento da produtividade das colheitas, visto que as abelhas sem ferrão são agentes polinizadores naturais;

ii. não consome a forragem e nem necessita da formação de pastagens para ser desenvolvida;

Na atualidade, a meliponicultura vem se apresentando como sendo uma excelente alternativa sustentável, que além de não competir com as atividades já existentes na área rural, complementa a renda do agricultor.

2.5 PRINCIPAIS TRIBOS DE ABELHAS SEM FERRÃO PRESENTES NO BRASIL 2.5.1 Tribo Meliponini

A tribo Meliponini compreende cerca de 60 gêneros distribuídos pelas regiões tropicais e subtropicais do mundo (MICHENER 2007).

Todas as espécies de Meliponini são eusociais. O comportamento eusocial é caracterizado pela divisão de trabalho entre os membros da colônia, sobreposição de gerações e uma clara divisão de castas, sendo as operárias não reprodutivas, e a rainha a casta reprodutiva (HÖLLDOBLER; WILSON 2009).

A estrutura e localização dos ninhos de Meliponini são bastante diversificadas. Diferentes tipos de substratos para nidificação podem ser utilizados como ocos em árvores ou ninhos expostos construídos entre os galhos, mourões de cerca, cupinzeiros e cavidades no solo. Algumas espécies são abundantes nas áreas com influência antrópica, como Tetragonisca angustula (Latreille), e

(26)

Nannotrigona testaceicornis (Lepeletier), podendo construir seus ninhos em postes e caixas de energia ou cavidades em muros e paredes (MICHENER 2007).

As abelhas, de um modo geral, são totalmente dependentes dos recursos florais para a sua alimentação, sendo responsáveis pela polinização de cerca de 40 a 90% das espécies vegetais conforme o ecossistema, sendo de extrema importância para a manutenção da biodiversidade (KERR et al. 1996).

Os Meliponini visitam várias espécies de plantas para a coleta de pólen, néctar e resinas. Uma característica importante do forrageamento dessas abelhas é o fato delas possuírem constância floral, o que faz com que elas visitem repetidamente uma única espécie de planta durante seu período de floração, o que as torna eficientes polinizadores (ROUBIK 1989).

Além disso, diversas espécies de Meliponini são utilizadas para a polinização de plantas cultivadas (DRUCKER 2004).

Portanto, as abelhas sem ferrão são peça chave na manutenção de diversos ecossistemas em que ocorrem, sendo importante o desenvolvimento de estratégias para a sua preservação. Uma das maiores ameaças para os Meliponini é o desmatamento, visto que muitas espécies necessitam de árvores com ocos para nidificação, além disso, o uso abusivo de defensivos agrícolas em plantações é outra ameaça constante (KERR et al, 1996).

2.5.2 Tribo Trigonini

Os trigoníneos (Trigonini) constituem um grupo muito diversificado de abelhas sem ferrão, englobando a maioria dos gêneros existentes, à exceção de Melipona (Meliponini). Alguns de seus membros estão distribuídos por todo o território brasileiro, a exemplo da abelha jataí (Tetragonisca angustula), produtora de um mel de sabor e qualidade diferenciados (SILVEIRA et al., 2002).

Mesmo apresentando esta importância, ainda são escassos os estudos voltados à avaliação microbiológica do mel produzido por este grupo de espécies de abelhas, principalmente se considerando a sua larga utilização com fins alimentares e mesmo medicinais (SOUZA et al. 2009).

Dente os gêneros que compõem a Tribo Trigonini, segundo Camargo Mazucato (1984), destacam os seguintes:

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i. Frieseomelitta ii. Nannotrigona iii. Partamona iv. Scaptotrigona v. Tetragonisca

2.5.3 Tibro Xylocopini

As abelhas do gênero Xylocopa Latreille, 1802, conhecidas como mamangavas, estão presentes na maioria dos continentes, predominantemente nos trópicos, subtrópicos e nas áreas mais quentes das regiões temperadas. São conhecidas mais de 700 espécies, das quais 50 ocorrem no Brasil (SILVEIRA et al.

2002).

Segundo Marchi e Santos (2013), a esse gênero pertencem as ‘máximas abelhas’, pois são abelhas grandes e robustas. Como se trata do único gênero da tribo Xylocopini, os caracteres que definem tribo e gênero são os mesmos:

i. a cabeça tão larga quanto o mesossoma;

ii. as asas anteriores com três células submarginais;

iii. estigma ausente;

iv. metassoma alongado e achatado;

v. o clípeo praticamente plano;

vi. os escapos mais longos que o segundo e terceiro flagelômeros juntos;

vii. porções distais das asas fortemente papiladas;

viii. preestigma e célula marginal muito longas;

A maioria das espécies é solitária ou facultativamente social e constrói ninhos em madeira morta, ramos ou em cavidades de bambu, frequentemente agregados (PEREIRA; GARÓFALO 2010).

Entretanto, algumas espécies também nidificam em escapos florais e outras partes vivas de árvores (VIANA et al. 2002).

Acrescentam Ramalho et al. (2004) que essas abelhas exibem um comportamento generalista, visitam flores de diversas famílias botânicas e são capazes de vibrar, extraindo o pólen de flores com anteras poricidas como Solanum, Cassia, Senna, Chamaecrista e Tibouchina.

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Um estudo realizado por Melo et al. (2005) mostra que essas abelhas podem atuar como polinizadoras efetivas de plantas nativas e de cultivos de interesse econômico. Destaca-se, por exemplo, o seu papel na polinização do maracujá devido a boa adequação de seu tamanho às flores de Passiflora.

Contudo, o conhecimento taxonômico das abelhas pertencentes ao gênero Xylocopa é essencial para os estudos relacionados à sua conservação e para o uso sustentável dos seus serviços de polinização (SILVA et al., 2010).

No gênero Xylocopa são listadas 22 espécies pertencentes a quatro subgêneros. Antes, porém, eram reconhecidos cinco subgêneros. No entanto, a partir da nova classificação subgenérica proposta por Minckley (1998), seguida por Silveira et al. (2002) e Michener (2007), o subgênero Megaxylocopa Olivier, 1789 foi incluído em Neoxylocopa e Ioxylocopa Hurd & Moure, 1963, em Schonnherria.

Assim sendo, atualmente, considera-se que o gênero Xylocopa é composto pelos seguintes subgêneros:

i. Dasyxylocopa;

ii. Neoxylocopa;

iii. Schonnherria;

iv. Stenoxylocopa;

No gênero Xylocopa, segundo Silva et al. (2010), as espécies com maior predominância no Brasil são as seguintes:

i. Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789),

ii. Xylocopa (Neoxylocopa) brasilianorum (Linnaeus, 1767), iii. Xylocopa (Neoxylocopa) suspecta (Moure & Camargo, 1988) iv. Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex (Smith, 1874).

No Brasil, o maior número de espécies pertencentes a esse gênero é encontrado nas regiões Sul e Sudeste, onde, segundo Marchi e Santos (2013), destacam-se as seguintes:

i. Xylocopa (Dasyxylocopa) bimaculata (Friese, 1903);

ii. Xylocopa (Neoxylocopa) augusti (Lepeletier, 1841);

iii. Xylocopa (Neoxylocopa) brasilianorum (Linnaeus,1767);

iv. Xylocopa (Neoxylocopa) carbonaria (Smith, 1854);

v. Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789);

vi. Xylocopa (Neoxylocopa) grisescens (Lepeletier, 1841);

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vii. Xylocopa (Neoxylocopa) hirsutissima (Maidl, 1912);

viii. Xylocopa (Neoxylocopa) ordinaria (Smith, 1874);

ix. Xylocopa (Neoxylocopa) nigrocincta (Smith, 1854);

x. Xylocopa (Neoxylocopa) rotundiceps (Smith, 1874);

xi. Xylocopa (Neoxylocopa) suspecta (Moure & Camargo, 1988);

xii. Xylocopa (Schonnherria) chrysopoda (Schrottky, 1901);

xiii. Xylocopa (Schonnherria) dimidiata (Latreille, 1809);

xiv. Xylocopa (Schonnherria) macrops (Lepeletier, 1841);

xv. Xylocopa (Schonnherria) muscaria (Fabricius, 1775);

xvi. Xylocopa (Schonnherria) pulchra (Smith, 1854);

xvii. Xylocopa (Schonnherria) simillima (Smith, 1854);

xviii. Xylocopa (Schonnherria) splendidula (Lepeletier, 1841);

xix. Xylocopa (Schonnherria) subcyanea (Pérez, 1901);

xx. Xylocopa (Schonnherria) varians (Smith, 1874);

xxi. Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex (Smith, 1874);

xxii. Xylocopa (Stenoxylocopa) nogueirai (Hurd Junior & Moure, 1960)

Na concepção de Silveira et al. (2002) o subgênero Neoxylocopa precisa urgentemente de uma revisão. Neste contexto estão as espécies Xylocopa ordinaria Smith (1874) e Xylocopa suspecta, as quais são muito semelhantes morfologicamente e podem apresentar sobreposição geográfica.

(30)

3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 TIPO DO ESTUDO

Trata-se de um trabalho terminológico, que tem por objetivo oferecer uma contribuição ao processo de construção de um ‘Guia das abelhas nativas do Brasil’, descrevendo e sistematizando algumas das espécies mais presentes na literatura especializada.

No processo de produção de ‘Guias’, trabalha-se com a área-suporte e ao mesmo tempo com a área-objeto. E, sempre que preciso, recorrendo-se a um especialista, objetivando verificar se na produção a linguagem está de acordo com o contexto técnico.

3.2 SELEÇÃO DAS FONTES

Um ‘guia’ equipara-se a um léxico ou dicionário, resguardadas as devidas proporções da dimensão da base textual. Para a sua produção, é de fundamental importância à seleção de textos especializados, face à necessidade de se apresentar descrições e detalhes de natureza técnica. Entretanto, na produção de um ‘Guia’ deve-se selecionar tanto documentos de natureza científica como didática, de nível técnico ou superior.

Explica Barros (2004, p. 209) que “as obras de cunho didático ou explicativo são, em geral, de grande auxílio ao terminólogo, uma vez que costumam ter uma preocupação em expor de modo claro os conceitos e a terminologia do domínio”.

Por uma necessidade básica, para a produção de um ‘guia’ deve-se procurar a orientação de especialistas, visando uma indicação mais segura quanto à bibliografia a ser consultada. No presente caso, recorreu-se aos pesquisadores que integram o grupo de pesquisa em abelhas, estabelecido no Campus de Pombal-PB, pertencente à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Assim, com base nas orientações recebidas, selecionou-se obras e textos (artigos científicos), que atendessem aos seguintes requisitos:

i. Pertencer ao domínio da Meliponicultura;

ii. Ser fruto de pesquisas desenvolvidas no Brasil com abelhas nativas;

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iii. Ter sido publicada nos últimos vinte anos, quando os estudos sobre as abelhas nativas se intensificaram no Brasil.

3.3 MÉTODO PARA OBTENÇÃO DO CORPUS

Um corpus é “um conjunto de dados linguísticos, sistematizados segundo determinados critérios, suficientemente extensos em amplitude e profundidade”, possibilitando uma visão concreta sobre determinado termo de um léxico (SARDINHA, 2002, p. 18).

No presente caso, como trata-se de um ‘Guia de Abelha’, o corpus representa cada espécie descrita, proporcionando as informações necessária e úteis para essa descrição. Nesse processo de construção, alguns requisitos também devem ser verificados, principalmente, “a origem autêntica dos dados, o propósito de estudos, a composição criteriosa, a formatação digital, a representatividade e extensão do corpus” (SARDINHA, 2002, p. 18).

Para a produção do ‘Guia das Abelhas Nativas do Brasil’, num primeiro momento, utilizando-se das orientações dos especialistas, relacionou-se as espécies de abelhas nativas que são abordadas com uma maior frequência na literatura especializada. Num segundo momento, iniciou-se a coleta de dados/informações sobre tais espécies, construindo-se um ‘banco de dados’, com o auxílio de uma planilha eletrônica.

3.4 MONTAGEM DO BANCO DE TEXTOS

Concluída a organização do ‘banco de dados’, passou-se a elaborar as fichas terminológicas relativas a cada espécie de abelha nativa, que no final passaram a compor um arquivo (documento digital) em ordem alfabética, tomando por base o nome científico, seguido, num segundo plano, do nome popular, sempre que possível, utilizando-se do programa Microsoft Word como gerenciador dos documentos, pelo fato de suas ferramentas possibilitarem tratamento dos arquivos de forma isolada.

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A montagem do banco permitiu aferir que o ‘Guia’ está constituído por sessenta e duas espécies descritas (n=62), contemplando as seguintes particularidades:

1. Taxonomia (Reino; Filo; Classe; Ordem; Subordem; Superfamília;

Família; Tribo; Gênero; Subgênero; Nome científico; Nome popular).

2. Distribuição geográfica 3. Descrição

4. Espécies vegetais utilizadas para forrageamento 5. Espécies vegetais utilizadas para nidificação 6. Culturas agrícolas que poliniza

7. Referências

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4 CONCLUSÃO

O desenvolvimento da presente pesquisa proporcionou constatar que as abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apesar de enfrentarem os efeitos das devastações, podem ser estimadas em mais de 3.000 espécies, sendo que mais da metade desse número já foi descrita por vários pesquisadores, e, que as pesquisas nesse campo têm se intensificado nas últimas décadas. E, que entre estas abelhas destacam-se três grupos: Meliponini; Trigonini e Xylocopini.

Assim sendo, utilizando-se das descrições publicadas, desenvolveu-se um trabalho terminológico, que resultou num pequeno ‘Guia das abelhas nativas do Brasil’, focalizando as espécies mais divulgadas pela literatura especializada. O referido ‘Guia’ contém informações taxonômicas, publicadas em diferentes fontes.

Em sua produção verificou-se que alguns pesquisadores divergem entre si quanto à distribuição geográfica de algumas espécies. Diante dessa situação, registrou-se as informações transmitida por um número maior de pesquisadores, sendo desprezadas aquelas consideradas divergentes.

No final do trabalho teve-se o cuidado de apresentar uma relação contendo algumas abelhas sociais que comumente são encontradas no Brasil.

O principal fator limitante deste trabalho foi o reduzido número de fontes impressas e digitais, descrevendo os aspectos morfológicos, a taxonomia e a distribuição geográficas das espécies de abelhas nativas. Esta deficiência/limitação fez com a proposta de ‘Guia’ elaborada apresenta-se em alguns tópicos a expressão “no momento, inexistem informações disponíveis”.

Lamentavelmente, vários artigos citam números elevados de abelhas nativas, mas sem relacioná-las. E isto passa a constituir um desafio para o pesquisador. Mesmo diante desse fator limitante, procurou-se relacionar o maior número possível dessas abelhas, com o objetivo de apresentar ao mundo acadêmico um roteiro para pesquisas futuras.

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(37)

APÊNDICES

(38)

GUIA DAS

ABELHAS NATIVAS

DO BRASIL

(39)

©Kátia Aleixo

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO METODOLOGIA ESPÉCIES

Centris aenea (Lepeletier, 1842) Centris tarsata (Smith, 1875) Centris analis (Fabricius, 1804) Centris Fuscata (Lepeletier, 1842) Cephalotrigona capitata (Smith 1854) Epicharis flava (Fnese, 1901)

Epicharis rustica (Olivier, 1789) Eulaema mocsaryi (Friese, 1899) Eulaema nigrita (Lepeletier, 1842) Friesella schrottkyi (Friese, 1900) Frieseomelitta varia (Lepeletier, 1836) Geotrigona mombuca (Smith, 1863) Geotrigona subterranea (Friese, 1901) Lestrimelitta limao (Smith, 1863) Leurotrigona muelleri

Melipona bicolor (Lepeletier, 1836) Melipona fasciculata (Smith, 1855) Melipona flavolineata

Melipona marginata (Lepeletier, 1836) Melipona melanoventer

Melipona quadrifasciata anthidioides (Lepeletier, 1836) Melipona quinquefasciata (Lepeletier, 1836)

Melipona rufiventris (Lepeletier, 1836) Melipona scutellaris

Melipona seminigra (Friese, 1904) Melipona subnitida

Nannotrigona testaceicornes (Lepeletier, 1836)

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Oxytrigona tataira tataira Paratrigona peltata Paratrigona subnuda Partamona helleri Plebeia droryana Plebeia minima Plebeia remota

Scaptotrigona bipunctata Scaptotrigona depilis

Schwarziana quadripunctata Tetragona clavipes

Tetragonisca angustula (Latreille, 1811) Trigona fulviventris

Trigona spinipes (Fabricius, 1793) Xylocopa artifex (Smith, 1874) Xylocopa augusti (Lepeletier, 1841) Xylocopa bimaculata (Friese, 1903)

Xylocopa brasilianorum (Linnaeus, 1767) Xylocopa chrysopoda (Schrottky, 1901) Xylocopa dimidiata (Latreille, 1809) Xylocopa frontalis (Olivier, 1789)

Xylocopa grisescens (Lepeletier, 1842) Xylocopa hirsutissima (Maidl, 1902) Xylocopa macrops (Lepeletier, 1841) Xylocopa muscaria (Fabricius, 1775) Xylocopa nigrocincta (Smith, 1854)

Xylocopa nogueirai (Hurd & Moure, 1960) Xylocopa ordinaria Smith, 1874

Xylocopa pulchra (Smith, 1854) Xylocopa rotundiceps (Smith, 1874) Xylocopa simillima Smith, 1854

Xylocopa splendidula (Lepeletier, 1841) Xylocopa subcyanea (Pérez, 1901)

(41)

Xylocopa suspecta (Moure & Camargo, 1842) Xylocopa varians (Smith, 1874)

4 REFERÊNCIAS

(42)

APRESENTAÇÃO

O presente ‘Guia’ representa uma produção acadêmica, destinada a cumprir às exigências do Mestrado em Sistemas Agroindustriais, promovido pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus Pombal-PB. Ele aborda a sistemática e a taxonomia de algumas abelhas sociais existentes no Brasil.

O referido ‘Guia’ contém informações variadas, estruturadas num verbete que privilegia a Taxonomia (reino, filo, classe, ordem, subordem, superfamília, família, tribo, gênero, subgênero, nome científico, nome popular), distribuição geográfica, descrição, espécies vegetais utilizadas para forrageamento, espécies vegetais utilizadas para nidificação, e referências.

Seu objetivo é constitui-se numa referência para profissionais, estudantes e pesquisadores interessados nas abelhas nativas brasileiras, sendo, portanto, um instrumento útil para quem trabalha com a biologia de abelhas, bem como a sistemática e a taxonomia desses magníficos insetos, agentes ativos da biologia floral e da polinização.

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Centris aenea (Lepeletier, 1842) Abelha de óleo

Fonte: Silva et al. (2014)

1. Taxonomia Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Hymenoptera Subordem: Apocrita Superfamília: Apoidea Família: Apidae

Tribo: Centridini Gênero: Centris Subgênero: Centris

Nome científico: Centris aenea (Lepeletier, 1842) Nome popular: Abelha de óleo; mamangava-pardinha.

2. Distribuição geográfica

Pará, Maranhão; Mato Grosso; Ceará; Rio Grande do Norte; São Paulo; Goiás

(44)

3. Descrição

No momento, inexistem informações disponíveis.

4. Espécies vegetais utilizadas para forrageamento

Diplusodon virgatus; Jacaranda decurrens; Banisteriopsis stellaris; Crotalaria brachystachya; Solanum lycocarpum; Heteropterys byrsonimifolia; Byrsonima pachyphylla; Chamaecrista desvauxii

5. Espécies vegetais utilizadas para nidificação No momento, inexistem informações disponíveis.

6. Culturas agrícolas que poliniza

Malpighia emarginata; Anacardium occidentale; Psidium guajava; Tamarindus indica

7. Referências Silva et al. (2014).

(45)

©K

Centris tarsata (Smith, 1875) Abelha de óleo

Fonte: Silva et al. (2014)

1. Taxonomia Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Hymenoptera Subordem: Apocrita Superfamília: Apoidea Família: Apidae

Tribo: Centridini Gênero: Centris

Subgênero: Hemisiella

Nome científico: Centris tarsata (Smith, 1875)

Nome popular: Abelha de óleo; mamangava-pardinha.

(46)

2. Distribuição geográfica Maranhão; Mato Grosso e Ceará.

3. Descrição

No momento, inexistem informações disponíveis.

4. Espécies vegetais utilizadas para forrageamento

Senna multijuga; Senna rugosa; Serjania erecta; Erythroxylum deciduum; Senna macranthera; Vochysia thyrsoidea; Solanum cf. paniculatum; Solanum lycocarpum;

Vochysia tucanorum; Vochysia rufa.

5. Espécies vegetais utilizadas para nidificação No momento, inexistem informações disponíveis.

6. Culturas agrícolas que poliniza

Malpighia emarginata; Anacardium occidentale.

7. Referências Silva et al. (2014).

(47)

Centris analis (Fabricius, 1804) Mamangava pardinha

Fonte: Silva et al. (2014)

1. Taxonomia Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Hymenoptera Subordem: Apocrita Superfamília: Apoidea Família: Apidae

Tribo: Centridini Gênero: Centris

Subgênero: Heterocentris

Nome científico: Centris analis (Fabricius, 1804) Nome popular: Abelha de óleo; mamangava-pardinha

(48)

2. Distribuição geográfica

Maranhão; Mato Grosso; Ceará. São Paulo; Paraná; Goiás.

3. Descrição

No momento, inexistem informações disponíveis.

4. Espécies vegetais utilizadas para forrageamento

Senna multijuga; Senna rugosa; Serjania erecta; Erythroxylum deciduum; Senna macranthera; Vochysia thyrsoidea; Solanum cf. paniculatum; Solanum lycocarpum;

Vochysia tucanorum; Vochysia rufa.

5. Espécies vegetais utilizadas para nidificação No momento, inexistem informações disponíveis.

6. Culturas agrícolas que poliniza

Malpighia emarginata; Anacardium occidentale.

7. Referências Silva et al. (2014).

(49)

Centris Fuscata (Lepeletier, 1842) Abelha de Óleo

Fonte: Silva et al. (2014)

1. Taxonomia Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Hymenoptera Subordem: Apocrita Superfamília: Apoidea Família: Apidae

Tribo: Centridini Gênero: Centris Subgênero: Trachina

Nome científico: Centris Fuscata (Lepeletier, 1842) Nome popular: Abelha de óleo; mamangava pardinha

(50)

2. Distribuição geográfica

Maranhão; Amazonas; Amapá; Ceará; Paraíba; São Paulo; Paraná; Goiás; Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

3. Descrição

No momento, inexistem informações disponíveis.

4. Espécies vegetais utilizadas para forrageamento

Banisteriopsis stellaris; Banisteriopsis argyrophylla; Byrsonima basiloba; Byrsonima intermedia; Byrsonima coccolobifolia; Bidens gardneri.

5. Espécies vegetais utilizadas para nidificação No momento, inexistem informações disponíveis.

6. Culturas agrícolas que poliniza

Malpighia emarginata; Anacardium occidentale; Psidium quajava; Tamarindus indica.

7. Referências Silva et al. (2014).

Referências

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