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Efeitos do período do dia e da ordem dos exercícios aeróbio e resistido sobre a pressão arterial de 24 horas em lutadores de jiu-jitsu

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física

EFEITOS DO PERIODO DO DIA E DA ORDEM DOS

EXERCÍCIOS AERÓBIO E RESISTIDO SOBRE A PRESSÃO

ARTERIAL DE 24 HORAS EM LUTADORES DE JIU JITSU

Autor: Rafaello Pinheiro Mazzoccante

Orientador: Profª Drª Carmen Sílvia Grubert Campbell

Brasília - DF

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RAFAELLO PINHEIRO MAZZOCCANTE

EFEITOS DO PERIODO DO DIA E DA ORDEM DOS EXERCÍCIOS AERÓBIO E RESISTIDO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS EM LUTADORES DE JIU JITSU

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Atividade Física e Saúde.

Orientadora: Dra. Carmen Sílvia Grubert Campbell

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7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

M477e Mazzoccante, Rafaello Pinheiro.

Efeitos do período do dia e da ordem dos exercícios aeróbio e resistido sobre a pressão arterial de 24 horas em lutadores de jiu-jitsu. / Rafaello Pinheiro Mazzoccante – 2014.

55 f.; 30 cm

Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Profa. Dra. Carmen Sílvia Grubert Campbell

1. Educação física. 2. Exercício combinado. 3. Hipotensão Pós-Exercício. 4. Monitorização ambulatorial da pressão arterial. I. Campbell, Carmen Sílvia Grubert, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Rafaello Pinheiro Mazzoccante, intitulada “EFEITOS DO PERIODO DO DIA E DA ORDEM DOS EXERCÍCIOS AERÓBIOS E RESISTIDO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS EM LUTADORES DE JIU-JITSU”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 14 de março de 2014, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

____________________________________________ Prof. Dra. Carmen Sílvia Grubert Campbell

Orientadora

Mestrado e Doutorado em Educação Física – UCB

____________________________________________ Prof. Dr. Sandor Balsamo

Mestrado e Doutorado em Educação Física – UNIEURO

____________________________________________ Prof. Dr. Jonato Prestes

Mestrado e Doutorado em Educação Física – UCB

____________________________________________ Prof. Dr. Herbert Gustavo Simões

Mestrado e Doutorado em Educação Física – UCB

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AGRADECIMENTO

Agradeço a minha mãe Maria Bernardete Pinheiro por me apoiar incondicionalmente por toda vida, nas vitórias e derrotas, nos sucessos e fracassos, por ser um exemplo que almejo ser, simplesmente a pessoa mais importante de minha vida.

Ao meu pai, por ser um pouco responsável pela pessoa que sou hoje, pelos exemplos que vem demonstrando ao longo de toda vida, que não importa idade, distancia e orgulho sempre podemos mudar, obrigado por estar ao meu lado.

A minha namorada Ioranny Raquel Castro de Sousa, por estar ao meu lado por todo este processo árduo e desafiador que é o mestrado, me dando força e suporte para tudo que preciso, mostrando ser minha companheira por toda vida.

A minha família em geral, por acreditarem em minhas lutas e sempre me encorajarem a buscar novos desafios, em especial, ao meu tio Marcio de Carvalho Pinheiro, por mostrar que viemos para vida para sermos felizes e nunca desistir de lutar por ela, foi um exemplo de esperança, alegria e simplicidade, obrigado por tudo tio que agora esta em paz ao lado de Deus.

Aos colaboradores por me ajudarem em todo o processo laboral durante o mestrado: Alessandra Matida, Juliana, Jose Serejo Rocha.

Aos amigos da família do jiu-jitsu pelo apoio, e por voluntariar se a participar em todas as coletas.

Aos amigos Marcelo Magalhães, Sergio Moreira, Rafael Sotero, Raiane Mayara, Guilherme Puga.

Aos professores:

Prof. Dr. Jonato Prestes

Prof. Dr. Herbert Gustavo Simões

Profa. Dr. Tânia Mara Sampaio

Prof. Dr. Sergio Moreira

Profa. Dr. Carmen Sílvia Grubert Campbell

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RESUMO

Referência: MAZZOCCANTE, Rafaello Pinheiro. Efeitos do período do dia e da ordem dos exercícios aeróbios e resistido sobre a pressão arterial de 24 horas em lutadores de jiu jitsu. 2014. 45p. Dissertação de mestrado de Educação Física, Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

Estudos evolvendo exercício combinado (EC), em que os exercícios aeróbio (EA) e resistido (ER) são realizados em uma mesma sessão de exercício, se restringem às investigações dos seus efeitos sobre a aptidão aeróbia, o consumo de oxigênio, o ganho de força e de resistência muscular, porém seus efeitos sobre a pressão arterial são escassos na literatura. A pressão arterial durante 24h após exercício físico pode sofrer influência do período do dia em que é realizado bem como da ordem de realização dos exercícios aeróbio e resistido dentro do EC. Os efeitos do EC geralmente são investigados em modalidades esportivas cuja resistência e força sejam importantes para o desempenho, e pouco se sabe sobre os efeitos de diferentes combinações de EC, bem como o período do dia de realização do EC em atletas lutadores de jiu-jitsu, uma modalidade que exige força e resistência. Objetivo: O objetivo do estudo foi verificar a resposta da pressão arterial de 24h frente a diferentes ordens e períodos do dia de aplicação do exercício combinado (EC) em lutadores de jiu-jitsu. Materiais e métodos: Para tanto o estudo foi dividido em Estudo 1 (ordem de execução dos exercícios aeróbio e resistido) e 2 (período do dia: manhã e tarde). Dez atletas de jiu-jitsu (22,6 ± 3,78 anos, 70,3 ± 5.89 kg, 175,96 ± 5,83 cm, 6,8 ± 2,38 % body fat) participaram do Estudo 1;, nove atletas de jiu-jitsu (22,0±3,7 y; 176,0±5,0 cm; 73,4±9,7 kg; 6,8±2,1 % body fat) participaram do Estudo 2.. A aptidão aeróbia dos voluntários foi avaliada por meio do desempenho em corrida de 1600m e aplicação de equações de predição do VO2max e

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horas. Quando analisada os valores de PAS após o exercício observou-se valores significativamente inferiores quando comparados ao repouso pré sessão nos momentos de 10-11h (p<0.01) e 16-17h (p<0,001) nas sessões RAT e RAM respectivamente. A sessão RAM resultou em valores de PAS, PAD e PAM significativamente inferiores à sessão CO no período 16-17h (p<0,05); enquanto que a sessão RAT promoveu valor significativamente inferior à sessão CO apenas na PAS no período 10-11h (p<0,01). Quando comparada a PA durante o período pós exercício em relação ao repouso pré exercício, foi observada um decréscimo da PAS as 10-11h (p<0,03) e as 6-7h (p<0,06) na sessão RAT. Já na sessão RAM o decréscimo da PAS foi observada ocorrer em três momentos durante o período de 24h (16-17h, p<0,045; 2-3h, p<0,028; 6-7h, p<0,041). O decréscimo de PAD na sessão RAM foi observado no período de sono de 2-3h (p<0,001) e 6-7h (p<0,043), enquanto que na sessão RAT, a decréscimo de PAD foi observada ocorrer as 4-5h (p<0,001) e 6-7h (p<0,043). O decréscimo de PAM somente foi observado após sessão RAM as 2-3h (p<0,019). Conclusão: Estudo 1 – A sessão de exercício realizado na sequencia resistido aeróbio (RA) resultou em menores valores de PA ao longo de 24h em relação ao controle quando comparada às sessões AR e CC. Estudo 2 – A sessão de exercício resistido e aeróbio realizada pela manhã (RAM) promoveu maiores benefícios para o controle da PA durante o período de vigília e durante as 24h do dia, enquanto que a realizada a tarde (RAT) promoveu maiores benefícios durante o sono.

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Reference: MAZZOCCANTE, Rafaello Pinheiro. Effects of time of day and order of aerobic and resistance exercise on blood pressure 24 hours in jiu jitsu. 2014. 45p. Dissertation of Physical Education, Catholic University of Brasilia, Brasilia, 2014.

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hours, the period of wakefulness and sleep. When analyzing the area under the curve was found that the DBP in the session RA was lower than in CO during the waking period (1004 ± 82 vs 1065 ± 107, p <0.047) and 24 (1456 ± 103 vs. 1528 ± 132 ; p <0.026) while the same was not observed in the other sessions. When compared to BP variation delta over a period of 24 hours after the sessions, there was a significant difference in SBP after RA session in four moments of the morning during the 24 hours (0-1h: -12mmHg / 2-3h: - 16,5mmHg / 6-7h: -19,4mmHg / 10-11pm: -13mmHg) relative to CO session. In RA session vs CO significant differences in SBP were observed in two moments in the morning (4-5pm: -19,2mmHg / 6-7h: -20,2mmHg) and the session CC vs CO significant differences in SBP (2 3h: 15,6mmHg / 67h: -17,5mmHg) were observed in two moments. As to the DBP, only the RA session caused a significant difference when compared to CO at a time (4-5pm: -14mmHg). Study 2 - to examine the values of area under the curve BP, there was significantly lower values in relation to CO session in SBP during the awake period (1756.2 ± 100.8 vs. 1818.2 ± 84.35 mmHg ; p <0.05) and during the 24 hours (2495.8 ± 143.3 vs. 2784.1 ± 143.2 mmHg, p <0.05) for RAM; and the sleep period to rat (27 883.6 ± 67.9 vs 965.2 ± mmHg, p <0.05). When compared to the control session, the RAT session showed lower area under the curve DBP (481.4 ± 30.9 vs 965.2 ± 67.9 mmHg, p <0.01) and MAP (651.9 ± 22, vs 726.9 ± 64.7 mmHg, p <0.01) during sleep; while the session RAM only showed lower values in MAP (2015.7 ± 121.2 vs 2087.3 ± 153,8mmHg; p <0.05) during the full 24 hours. When analyzing the values of SBP observed after exercise was significantly lower values when compared to pre session rest in moments of 10-11pm (p <0.01) and 16-17h (p <0.001) in the RAA sessions and RAM respectively. The RAM session resulted in SBP, DBP, and MBP significantly lower than the CO meeting during 16-17h (p <0.05); while the RAT session promoted significantly below the CO session only in SBP in period 10-11pm (p <0.01). When compared to BP during the post exercise period for pre exercise resting, we observed a decrease in SBP the 10-11pm (p <0.03) and 6-7h (p <0.06) in the RAA session. In the RAM section decreasing SBP was observed to occur at three times during the 24h period (16-17h, p <0.045; 2-3h, p <0.028; 6-7h, p <0.041). The decrease in DBP RAM section was observed during the sleep period of 2-3h (p <0.001) and 6-7h (p <0.043), whereas the RAA sitting DBP decrease was observed to occur 4-5h (p <0.001) and 6-7h (p <0.043). MBP decrease was observed only after the session RAM 2-3h (p <0.019). Conclusion: Study 1 - The workout performed in sequence aerobic resistance (RA) resulted in lower BP values over 24 hours compared to control when compared to AR and CC sessions. Study 2 - The resistive and aerobic exercise session held in the morning (RAM) produced greater benefits for BP control during the waking period and during the 24 hours of the day, while held in the afternoon (RAA) produced greater benefits during the sleep. Keywords: combined exercise, post-exercise hypotension, ambulatory blood pressure monitoring.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 OBJETIVOS ... 15

2.1 GERAL ... 15

2.2 ESPECÍFICOS ... 15

3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ... 16

4 REVISÃO DE LITERATURA ... 19

4.1 JIU-JITSU ... 19

4.2 EXERCÍCIO FÍSICO E DECRÉSCIMO DA PRESSÃO ARTERIAL ... 19

4.3 EXERCÍCIO FÍSICO E PERÍODO DO DIA ... 21

4.4 EXERCÍCIO COMBINADO E PRESSÃO ARTERIAL ... 23

5 ESTUDO 1: Diferentes ordens de aplicação do exercício combinado: Efeito agudo sobre a pressão arterial de 24 horas de jovens atletas de jiu-jitsu. ... 25

6 ESTUDO 2: O período do dia de realização de exercício combinado exerce influência sobre as respostas de vinte e quatro horas da pressão arterial em uma sessão aguda de exercício combinado em atletas de jiu-jitsu. ... 38

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente descobriu-se que o desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode ser oriundo de fatores como o tabagismo, alimentação inadequada e a inatividade física (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2004), bem como pelas ocupações diárias, como a exposição a elevados níveis de estresse em atividades laborais (RIBEIRO et al., 2011).

Atletas de lutas como o jiu-jitsu também estão sujeitos a elevados níveis de estresse. Moreira et al (2012) observaram maiores concentrações de cortisol após uma luta de competição em relação a uma luta realizada em treino, observando o elevado estresse psicológico imposto aos atletas durante uma competição. Um aumento na expressão de cortisol e do estresse psicológico reflete diretamente nos valores de PA, resultando em reatividade pressórica. Sendo que esta reatividade ocorre não somente em competições, mas também durante o treinamento do atleta, como observado por Scarpi et al., (2009) que verificaram um aumento abrupto da pressão arterial intra ocular quando o atleta foi exposto a um golpe de estrangulamento/imobilização em que o atleta utiliza-se constantemente de força isométrica elevando os valores de pressão arterial nestes momentos durante a luta.

Aliado ao fator estressor existe ainda a variação da reatividade da PA durante o dia, sendo esta maior durante o período matutino quando comparado ao vespertino (JONES et al., 2006).

O exercício físico regular tem sido considerado uma estratégia importante não só para o controle e tratamento de doenças cardiovasculares, mas também para prevenção destas. Estudos epidemiológicos e clínicos têm destacado os benefícios do exercício físico (EF) para a saúde cardiovascular (QUEIROZ et al., 2010; MEDINA et al., 2010; SILVA et al., 2010; SANTOS; SIMÃO, 2005). Um destes benefícios está relacionado à redução dos valores de pressão arterial (PA) nos momentos da recuperação de uma única sessão de EF quando comparado aos valores de repouso, fenômeno este conhecido como hipotensão pós-exercício (HPE) (FORJAZ et al., 1998; MACDONALD et al., 2002; LIZARDO; SIMÕES, 2005).

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(aeróbio ou resistido) promoveu HPE em idosos (SANTANA et al., 2011), diabéticos (SALES et al., 2012; MORAIS et al., 2011; MOTTA et al., 2010), hipertensos (MORAES et al., 2007) e normotensos (REZK et al., 2006).

A literatura tem demonstrado a ocorrência de HPE tanto no exercício aeróbio (EA) quanto no exercício resistido (ER) (KESSE et al., 2011).

Ribeiro et al., (2011) observaram um decréscimo da PA noturna em doze adultos de meia idade normotensos para PAS, PAD e PAM de 14,7; 12,7; 9,6 mmHg respectivamente, após uma sessão de exercício em ciclo ergômetro durante 30 minutos, à intensidade entre 80 e 85% da frequência cardíaca de reserva, quando comparado a situação controle.

Simões et al., (2010) observaram o efeito de uma sessão de exercício resistido em dois protocolos diferentes em adultos de meia idade diabéticos e não diabéticos, sendo o primeiro protocolo um circuito de 6 exercícios com 12 repetições à 43% de 1RM e o outro um circuito com os mesmos exercícios porém com 30 repetições a 23% de 1RM. Estes autores verificaram melhores resultados hipotensivos após a sessão à 43% de 1RM, tanto para os indivíduos diabéticos quanto os não diabéticos.

Kesse et al., (2011) observaram um decréscimo da PA tanto após as sessões de exercício aeróbio (EA) quanto após exercício resistido (ER), contudo a sessão de EA resultou em maior duração da hipotensão quando comparado à sessão ER.

Outro fator que vem sendo investigado recentemente é sobre a existência ou não de um melhor período do dia para realizar exercício e beneficiar-se do decréscimo da PA. Alguns autores observaram melhores respostas da PA quando o exercício foi feito no período da tarde em relação à manhã, contudo em todos os estudos o EA foi o investigado (JONES et al., 2008; JONES et al., 2009; JONES et al., 2010).

A prescrição do EF combinado é uma prática comum nos centros de ginástica, ou seja, na mesma sessão o indivíduo realiza tanto o EA como o ER. Entretanto, não há estudos e informações conclusivas a respeito do efeito e influência da ordem de aplicação do EF combinado sobre as respostas de PA, bem como sobre o período do dia de realização sobre a HPE. Este tipo de estudo torna-se importante no sentido de se investigar se haveria uma condição e horário do dia que poderia ser mais benéfica para a PA após o exercício.

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cardiovasculares bem como permite a investigação de respostas de PA durante um maior tempo após a realização do exercício físico.

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2 OBJETIVOS

2.1

GERAL

Verificar o efeito do exercício combinado realizado em diferente ordem e período do dia sobre a pressão arterial em atletas de jiu-jitsu ao longo de 24h.

2.2ESPECÍFICOS

• Verificar a resposta da pressão arterial de 24h de jovens adultos atletas de jiu-jitsu frente a diferentes ordens de aplicação do exercício aeróbio e exercício resistido combinados na mesma sessão.

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3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

O ACSM e o American Heart Association recomendam a prática regular de exercício físico (EF) aeróbio e resistido como prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares (HASKELL et al., 2007), sendo bem documentado na literatura os efeitos benéficos para a redução da PA pós-exercício (UMPIERRE; STEIN, 2007; FORJAZ et al., 2003; SHAW et al., 2010), efeitos estes também conhecidos como cardioprotetores. Tanto o exercício aeróbio quanto o resistido resultam nestes efeitos e acredita-se que a combinação destes dois tipos de exercício possa proporcionar uma melhora significativa nas condições cardiovasculares em relação a sua ação individualizada (SHAW et al., 2010).

Essa combinação de exercícios em uma única sessão, conhecida como exercício combinado, tem sido bastante utilizada em centros de treinamentos, clubes e academias (KEESE et al., 2011; TEIXEIRA et al., 2011), contudo os estudos envolvendo exercício combinado restringem-se a investigar somente seus efeitos sobre a aptidão aeróbia, o consumo de oxigênio, o ganho de força e de resistência muscular (CHTARA et al., 2005; TAIPALE et al., 2003; DRUMMOND et al., 2005), e pouco se sabe sobre possíveis efeitos cardioprotetores como a redução da pressão arterial após esse tipo de exercício. Este método de treino com exercício combinado é comumente empregado em atletas e praticantes de academia para melhora do condicionamento físico de maneira geral.

O judô e o jiu-jitsu são definidos como esportes de lutas com agarre, onde suas técnicas são situadas em projeções, imobilizações e finalizações (GOMES et al., 2010). Estes esportes de luta possuem como peculiaridade o confronto entre dois oponentes que buscam vencer o combate dentro de regras específicas (CARAZZATO; CABRITA; CASTROPIL, 1996). Com o objetivo de igualdade entre as lutas, as competições destas modalidades são divididas em categorias de idade e massa corpórea (FRANCHINI, TAKITO; PEREIRA, 2003).

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menor contribuição para a redução da PA após exercício, o que poderá variar com a forma, ordem dos exercícios e período do dia em que é realizado.

O conhecimento sobre a ordem com que o exercício físico combinado, bem como as diferentes formas com que pode ser realizado pode contribuir para uma melhor resposta da PA ao exercício físico em atletas de Jiu-jitsu ao longo de 24h após sua prática. Além disso, a investigação sobre se estas diferentes formas de combinação de exercícios poderiam resultar em maiores ou menores efeitos, dependendo do período do dia em que forem realizados.

Durante os treinamentos e as competições, os atletas de jiu-jitsu costumam sofrer golpes de estrangulamento, que resultam em um aumento médio de 10 mmHg na PA intraocular. Além disso, durante uma luta e/ou treinamento, o atleta desta modalidade necessita executar repetidas vezes ações que requerem o uso da força isométrica, principalmente em imobilizações, que aliado ao estresse psicológico inerente à prática do esporte, resultam em aumento abrupto da PA (MOREIRA et al.; 2012).

Portanto, o atleta de Jiu-jitsu é submetido a sucessivas situações de estresse elevando o risco cardiovascular durante a prática da modalidade. Daí a importância de investigações sobre efeitos de diferentes formas de treinamento sobre a PA após diferentes combinações de exercícios combinados (EC). Por meio de resultados de estudos como esse, pode-se optar pela realização de um ou outro tipo de sessão de EC quando se objetivar maiores benefícios cardiovasculares, tanto em relação à ordem de execução quanto em relação ao melhor período do dia para realizar uma sessão de EC.

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4 REVISÃO DE LITERATURA 4.1 Jiu-jitsu

O jiu-jitsu é uma modalidade de luta de origem brasileira, que tem como essência a defesa pessoal e a prática esportiva. O jiu-jitsu faz parte do rol de esportes de lutas com agarre, onde suas técnicas são situadas em projeções, imobilizações e finalizações (GOMES et al., 2010). Este esporte de luta possui como peculiaridade o confronto entre dois oponentes que buscam vencer o combate dentro de regras específicas (CARAZZATO; CABRITA; CASTOPRIL, 1996), com o objetivo de forçar a desistência do adversário, por meio de projeções que visam arremessar o adversário ao solo e dominá-lo através de técnicas de imobilização, estrangulamento ou chave articular (SOUZA; SILVA; CAMÕES, 2005; GRACIE; GRACIE, 2004).

A prática dessa modalidade vem aumentando nas academias, clubes, escolas e outras instituições (GRACIE; GRACIE, 2004), porém, pesquisas científicas sobre o jiu-jitsu ainda são escassas. Na década de 50 duas pesquisas, aparentemente pioneiras nos estudos científicos sobre o jiu-jitsu estudaram a lipotimia (PADILLA, 1955), e as lesões traumáticas em lutadores dessa modalidade (COZZOLINO; RIENZ, 1957).

Recentemente, algumas variáveis estão sendo estudadas, como o perfil antropométrico (FRANCHINI et al., 2003), capacidades físicas como flexibilidade (SOARES et al., 2005), força de preensão manual (MOREIRA et al., 2003), associação entre dois diferentes tipos de estrangulamento com variação da pressão intraocular (SCARPI et al., 2009). No entanto, várias lacunas relacionadas ao conhecimento científico dessa modalidade precisam ser investigadas. Dentre elas o efeito do exercício físico sobre a pressão arterial, uma vez que a capacidade cardiorrespiratória é muito exigida nesta modalidade (SOUSA et al., 2010). Neste sentido torna-se necessário observar as respostas pressóricas de atletas de jiu-jitsu ao longo de 24 horas após realização de diferentes tipos de treinamento para o preparo físico nesta modalidade.

4.2 Exercício físico e decréscimo da pressão arterial

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Sabendo-se que os fatores que podem deSabendo-senvolver HAS são em sua maioria modificáveis como: tabagismo, alimentação, e especialmente a inatividade física (BRAITH; STWEAT, 2006), a investigação dos benefícios da prática de exercício físico de diferentes formas sobre a PA faz-se necessária.

Outro fator alarmante para o desenvolvimento de HAS são as ocupações cotidianas, ou seja, a exposição do individuo a elevados níveis de estresse em suas atividades laborais. A exposição rotineira a situações estressantes podem contribuir para desenvolver HAS pelo aumento abrupto da PA constantemente na vida cotidiana do individuo, sendo este um dos fatores primordiais para o desenvolvimento da HAS (RIBEIRO et al., 2011).

Atletas de jiu-jitsu estão expostos a frequentes situações de estresse durante a competição e treinamento (MOREIRA et al., 2012; SCARPI et al., 2009) e portanto elevação da PA.

Nesta perspectiva o exercício físico surge como uma estratégia de baixo custo e não farmacológica para a prevenção e controle da saúde do sistema cardiovascular (QUEIROZ et al., 2010; MEDINA et al., 2010; SILVA et al., 2010; SANTOS; SIMÃO, 2005), inclusive em atletas.

Liu et al., (2012) observaram um decréscimo pressórico após uma sessão aguda de exercício aeróbio de caminhada e corrida à 65% do VO2 pico em dezessete adultos

de meia idade pré hipertensos, sendo este decréscimo mantido após oito semanas de treinamento, se tornando o exercício físico (EF) um importante instrumento de intervenção não medicamentoso e de baixo custo (ABAD et al., 2010) para a prevenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares (SCHAUN et al., 2011). Os benefícios advindos do EF são obtidos tanto após intervenção aguda quanto crônica por populações com diferentes condições e de todas as idades (TSIOUFIS et al., 2010) como idosos (SANTANA et al., 2011), diabéticos (SALES et al., 2012; MORAIS et al., 2011; MOTTA et al., 2010), hipertensos (MORAES et al., 2007) e até normotensos (REZK et al., 2006).

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bastante variado, em sua maioria comumente é investigado após o EA em seus diferentes modelos de intensidade e volume, e no ER ainda é controversa a relação entre volume e intensidade, com um efeito hipotensor com maior reprodutibilidade em intensidades moderadas (FARGAD, 2006).

Entretanto, pouco se sabe sobre as influências pressóricas proporcionadas pela combinação destes dois modelos de exercício físico em uma mesma sessão, denominada exercício combinado. Além disso, desconhece-se se existe uma ordem de execução entre o exercício aeróbio e resistido, bem como um modelo de exercício combinado e o período do dia de sua realização que resulte em maiores efeitos protetores cardiovasculares.

4.3 Exercício físico e período do dia

Existe uma certa relevância em estudar o período do dia que melhor proporcionará benefícios para o controle da PA. Estudo realizado por Stergiou et al., (2002) verificou o risco de acometimento de acidente vascular encefálico (AVE) em diferentes períodos do dia, sendo este maior pela manhã (6 às 12h) de 6,2 e 7,1%. A incidência de AVE para o período da tarde (12 às 16h) foi de 3,7 e 3,7%; para o final da tarde e início da noite (16 às 20h) foi de 5,8 e 4,5%; e a noite e início da manhã (20 às 6h) de 2,5 e 2,5% em hipertensos (n=633) e normotensos (178) respectivamente com idade entre 51 e 80 anos. Em concordância aos achados de Stergiou et al., (2002), Jones et al., (2006) observaram uma maior reatividade da PA durante a manhã quando comparada ao período vespertino.

A elevação da PA no período da manhã mostra-se como um fator de risco independente para o acometimento de lesões cardiovasculares e cerebrocardiovasculares, resultante de uma menor distensibilidade carotídea pela manhã, devido sua redução durante o sono e menor sensibilidade barorreflexa acompanhada por uma maior atividade simpática durante este período (CHLOE et al., 2011). Essa elevação dos valores referentes à PA em ambos os períodos relatados acima pode gerar uma ruptura de placas de ateromas vulneráveis podendo formar trombos oclusivos (JONES et al., 2006; STERGIOU et al., 2002; FRANK et al., 2011).

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parte dos estudos que investigam os benefícios do EF prévio sobre a magnitude da queda da PA após exercício observam esse fenômeno ocorrer com maior intensidade quando o EF é realizado no período vespertino (JONES et al., 2008; CASONATO et al., 2011).

Jones et al (2008) verificaram maiores reduções da PAS, PAD e PAM pós-exercício aeróbio em cicloergômetro (30 minutos; 70% do VO2 pico) realizado no

período vespertino, quando comparado a sessão de exercício realizada pela manhã em indivíduos com idade média de 26 anos.

Casonato et al., (2011) verificaram resultados semelhantes em 10 adultos jovens fisicamente ativos com idade média de 25 anos quando a sessão de exercício em cicloergômetro à 40, 60 e 80% do VO2 pico foi executada no período vespertino quando

comparada a sessão matutina.

Em estudo de Jones et al., (2009), verificou-se que independente do modelo de exercício aplicado em cicloergômetro, contínuo (30 minutos a 70% VO2max) ou

intervalado (3 séries de 10 minutos com pausa de 10 minutos), a PAS foi maior após exercício realizado no período da tarde (16h) em 8 indivíduos adultos normotensos quando comparado com o período da manhã (8h). Adicionalmente, Jones et al., (2010), ao analisarem o efeito do exercício intervalado aplicado pela manhã (8h) e tarde (16h) em 10 indivíduos adultos saudáveis sobre a dilatação fluxo-mediada e resposta da PA no período pós-exercício, observaram que a dilatação fluxo-mediada pré-exercício no período da manhã foi menor quando comparado ao mesmo momento da sessão de exercício realizado pela tarde.

Os estudos relatados acima observaram maior redução da PA no período vespertino em relação ao matutino, e apenas um estudo demonstrou resultados contrários.

Park, Jastremski e Wallace, (2005) investigaram os efeitos de 3 séries de 10 minutos de caminhada a 50% VO2max com 3 minutos de intervalo de recuperação entre

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exercício, os indivíduos estratificados como dippers reduziram sensivelmente a PA (-5,67±2,59 mmHg), ao passo que quando o exercício foi aplicado no período noturno, a redução da PA foi quase nula (-0,30±1,17mmHg).

Estes estudos abordaram a comparação do efeito somente do exercício aeróbio realizado pela manhã e pela tarde sobre a PA, porém não há registro na literatura de investigação da PA após exercício combinado.

4.4 Exercício combinado e pressão arterial

O exercício físico combinado (EC) tem sido amplamente utilizado em centros de treinamento, clubes desportivos, academias, centros de reabilitação, dentre outros, contudo seus benefícios para a PA ainda não foram objeto de estudos e, portanto não estão completamente esclarecidos (KEESE et al., 2011). As investigações a respeito do EC tratam da sua aplicação sobre o condicionamento físico, sobre o consumo de oxigênio, a força e a resistência muscular (CHTARA et al., 2005; TAIPALE et al., 2003; DRUMMOND et al., 2005) e não comparação das respostas pressóricas.

As reduções pressóricas de maior magnitude são comumente observadas em modelos agudos de EA (KESSE et al., 2011), no entanto Shaw et al., (2010) observaram em um programa de treinamento com EC (EA e ER) ser tão benéfico para a redução da PA quanto o EA. O EC pode ser considerado uma estratégia interessante na redução do risco de doença coronariana, como sugerido por Keese et al., (2012) e Teixeira et al., (2011) ao observaram que apenas uma sessão de EC foi tão eficaz quanto o EA em promover HPE. Ambos os estudos demonstraram que a redução da PA no EA e EC foi significativamente maior que no exercício resistido (ER).

Schaun et al., (2011) observaram redução dos valores do percentual de gordura, LDL, glicemia e aumento do VO2max, força máxima (supino, extensora e puxada alta),

HDL em relação aos valores prévios ao programa de treinamento com EC durante 12 semanas (20 adultos; ~54 anos), enquanto que o EA reduziu apenas os valores de glicemia e aumentou os valores da dilatação fluxo mediada.

(25)

Alguns autores que estudam o EC e seus efeitos sobre a PA ainda não encontraram um consenso entre a intensidade e volume do exercício aeróbio e resistido, bem como se há uma melhor ordem de realização dos mesmos para obter melhores benefícios na redução da PA.

Alguns autores encontraram hipotensão em EC com o EA executado anteriormente ao ER. Ruiz et al., (2011) observaram HPE em 11 jovens adultos normotensos em todos os momentos de recuperação (R15 à R60), no entanto não foram observadas reduções significativas na PAD. Por outro lado, outros estudos demonstraram HPE em EC, só que em ordem contrária aos estudos anteriores, sendo o ER realizado anteriormente ao EA (KEESE et al., 2011; KEESE et al., 2012).

Keese et al., (2011) verificaram em jovens adultos os efeitos hipotensores de uma sessão de EC com ordem de execução similar a da presente investigação, onde o ER foi realizado anteriormente ao EA, e observaram um decréscimo da PAS por um período de até 2h após o término do exercício quando comparado à sessão controle e de até 50 minutos para PAD. Em outro estudo, Keese et al., (2012) investigaram em 21 jovens adultos o efeito de diferentes modelos de EC, em que o EA foi empregado em diferentes intensidades (50%, 65% e 80% do VO2 pico) sobre a resposta da PA

pós-exercício, e demonstraram que as sessões em que o EA foi realizado em maior intensidade promoveram reduções de PAS mais significativas e duradouras, porém todas as sessões foram eficientes em promover HPE, contudo o período do dia de realização de ambos os estudos abordados acima não foi mencionado.

(26)

5 ESTUDO 1: DIFERENTES ORDENS DE APLICAÇÃO DO EXERCÍCIO COMBINADO: EFEITO AGUDO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS DE JOVENS ATLETAS DE JIU-JITSU.

5.1 MATERIAIS E MÉTODOS 5.1.1 Amostra

Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da universidade Católica de Brasília (Protocolo 126/10), 10 jovens saudáveis do sexo masculino (22.6±3.7 anos; 70.3±5.8 kg; 175.9±5.8 cm e 6.8±2.3 % gordura), assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e voluntariaram-se a participar do estudo. A amostra foi selecionada a partir de um grupo de atletas da modalidade Jiu-jitsu, com resultados competitivos de nível Centro-Oeste do Brasil a Pan-Americano (Tabela 1).

5.1.2 Procedimentos gerais

Após adoção dos critérios de exclusão (anormalidade no eletrocardiograma de repouso; lesão osteo-mio-articular; doença cardiometabólica e/ou; repouso na PA sistólica (PAS)>140 mmHg e/ou na PA diastólica (PAD)>90mmhg) e liberação médica, cada voluntário realizou um total de sete visitas nos laboratórios de avaliação física e treinamento (LAFIT) e de força (LABEF) da Universidade Católica de Brasília (UCB). Estas visitas foram realizadas em dias distintos, conforme segue: 1ª Visita: avaliação antropométrica (JACKSON; POLLOCK, 1978) e familiarização ao uso dos equipamentos de força, bem como na realização de testes de 12 repetições máximas (RM’s); 2ª visita: avaliação da aptidão aeróbia; 3ª visita: teste de 12 RM’s; 4ª, 5ª, 6ª e 7ª visitas: sessões experimentais com diferentes ordens de aplicação do EA e ER na mesma sessão. Nas 24h previas às sessões experimentais os voluntários foram instruídos a não realizar EF, bem como, a manterem seus hábitos alimentares diários.

5.1.3 Avaliação da aptidão aeróbia

Teste máximo de desempenho na corrida de 1600 metros foi realizado numa pista de atletismo de 400 metros. Após cálculo da velocidade média para esse percurso, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e o limiar anaeróbio (LA) foi estimado

segundo equações de Almeida et al., (2010) e Sotero et al., (2009). Abaixo seguem as equações de predição utilizadas:

• Equação de predição do VO2max (ALMEIDA et al., 2010)

(27)

Vm – velocidade média

• Equação de predição do lactado mínimo (SOTERO et al., 2009) LMind (m.min-1) = (0.7507 * 1600Vm) + 21.575

5.1.4 Avaliação da força por meio de teste de 12 RM’s

Previamente ao teste de força (12 RM’s), os voluntários realizaram uma familiarização em todos os equipamentos utilizados no estudo. Após um intervalo de no mínimo 48h, o teste de 12 RM’s nos seguintes equipamentos e sequência foram realizados: Leg press, Supino sentado, Cadeira extensora, Puxador pela frente, Cadeira flexora e Remada na máquina. Cada voluntário teve até quatro tentativas, com intervalo entre 3-5 minutos, para atingir a carga máxima nas 12 RM’s em cada aparelho.

5.1.5 Exercício aeróbio (EA)

Durante a realização das sessões experimentais o EA foi executado em esteira ergométrica (Movement®, São Paulo, Brasil), com intensidade constante correspondente a 90% do LA e duração de 15 minutos.

5.1.6 Exercício resistido (ER)

Durante a realização das sessões experimentais o ER foi executado na forma de circuito, alternando-se os segmentos musculares, e na intensidade de 90% de 12 RM’s. Os participantes realizaram 3 voltas no circuito com 6 exercícios na seguinte ordem Leg press, Supino sentado, Cadeira extensora, Puxador pela frente, Cadeira flexora e Remada na máquina (Righetto, Powertec, São Paulo, Brasil). Cada série de ER foi realizada com 12 repetições. Cada repetição teve um ciclo de movimento de aproximadamente 2 segundos (fase excêntrica e concêntrica). A sessão de ER teve duração de 15 minutos.

5.1.7 Sessões experimentais

Para melhor compreensão das sessões experimentais foram elaboradas as tabelas (a; b; c).

(28)

• Sessão Aeróbio+Resistido (AR): o EA foi realizado primeiramente e em seguida o ER (Tabela A).

• Sessão Resistido+Aeróbio (RA): o ER foi realizado primeiro seguido do EA (Tabela B).

• Sessão Circuito Concorrente (CC): o EA e ER foram alternados durante toda a sessão, sendo iniciado pelo EA. A sessão correspondeu a 5 voltas em forma de circuito que incluiu o EA e ER. Cada volta do EA teve uma duração de 3 minutos e do ER da 1° à 3° volta foram realizadas 2 séries de 2 exercícios cada, na 4° volta foi realizada 1 série de 4 exercícios e na 5° volta foi realizada apenas 1 série de 2 exercícios. Essa distribuição dos exercícios permitiu a realização do mesmo volume das sessões anteriores, com modificação apenas na ordem de aplicação dos exercícios aeróbio e resistido (Tabela C).

• Sessão Controle (CO): a sessão CO teve a mesma duração das sessões anteriores, porém, no momento de exercício das demais sessões, os participantes permaneceram em repouso na posição sentada.

Tabela A. Apresentação da forma de realização do exercício aeróbio e resistido (AR) na sessão AR. Exercício aeróbio Exercício resistido

15 minutos 15minutos

90% limiar anaeróbio 3 X 90% de 12 RM (6 exercícios)

Fonte: Mazzoccante, 2014.

Tabela B. Apresentação da forma de realização do exercício resistido e aeróbio (RA) na sessão RA.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

Tabela C. Apresentação da forma de realização dos exercícios na sessão circuito concorrente (CC).

Minutos Aeróbio

Exercício Resistido

Séries Exercícios

3 min 1 membro inferior e superior 2 séries Supino e leg press

3min 1 membro inferior e superior 2 séries Puxada e Extensora

Exercício resistido Exercício aeróbio

15 minutos 15 minutos

(29)

3 min 1 membro inferior e superior 2 séries Remada e Flexora

3min 1 membro inferior e superior 2 série 1°Supino e leg press

2°Puxada e extensora

3min 1 membro inferior e superior 1 série Remada e Flexora

Fonte: Mazzoccante, 2014.

5.1.8 Mensuração da pressão arterial (PA)

A PA foi mensurada antes, durante e após as sessões de EF e CO. As medidas de repouso de PA foram realizadas com o voluntário na posição sentada, sendo avaliado aos 5, 10 e 15 minutos. A média das três medidas foi considerada como o valor de repouso. A PA durante as sessões de EF e CO foi mensurada ao final de cada tipo de exercício (EA e ER), somente na sessão CC esta mensuração da PA durante e após o protocolo experimental foi feita aos 15 e 30 minutos respectivamente, seguindo o mesmo tempo de mensuração dos outros protocolos da sessão AR, RA e CO. Após o término de cada sessão de EF e CO, foram obtidos os valores de PA laboratorial a cada 15 minutos, na posição sentada, durante um período de 60 minutos de recuperação pós-sessão. Para as medidas laboratoriais de PA foi utilizado um equipamento digital (Microlife® mod. BP3A1C, Heerbrugg, Suíça).

Após os 60 minutos de medidas laboratoriais da PA nas diferentes sessões experimentais, os voluntários foram orientados a realizar higiene pessoal durante 20 minutos por meio de uma ducha. Posteriormente procedeu-se a colocação do monitor MAPA (Dyna-MAPA®, São Paulo, Brasil), seguindo recomendações do fabricante. O equipamento foi programado para realizar medidas de PA durante as 23h subsequentes, a fim de totalizar às 24h de medidas. A PA sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) foram mensuradas a cada 15 minutos durante o dia (vigília (07:00 às 23:00) = 15h de mensuração) e a cada 30 minutos durante a noite (sono (23:00 às 07:00) = 9h de mensuração). Os dados obtidos pelo MAPA foram considerados válidos quando as medidas durante as 23h fossem 90% do total de medidas realizadas.

5.1.9 Mensuração da frequência cardíaca e percepção de esforço

(30)

DELPENHO, 2009). Além disso, durante as sessões de EF, registros da frequência cardíaca (FC) também foram realizados (Polar, Rs800cx, Finlândia).

5.1.10 Tratamento estatístico

Estatística descritiva com valores de média e desvio padrão foi realizada. A normalidade dos dados foi testada por meio do Shapiro-Wilk test. Além disso, a esfericidade dos dados foi verificada por meio do teste de Mauchly ou épsilon de Greenhouse-Geisser quando necessário para analisar a estatística F. A área abaixo da curva foi adotada para cálculos matemáticos das variáveis pressóricas. ANOVA para medidas repetidas (comparação intra e entre sessões), com o Post-hoc de Bonferroni foi realizada. O nível de significância do estudo foi p 0.05 e o software utilizado foi o SPSS versão 20.

5.2 RESULTADOS

Os resultados estão expressos em média (+ desvio padrão) e serão apresentados em tabelas e gráficos.

As características gerais da amostra e a mensuração indireta da aptidão aeróbia estão apresentadas na tabela 1.

Tabela 1. Características descritivas, antropométricas e valores de aptidão aeróbia da amostra (n=10).

Variáveis Média (±DP)

Idade (anos) 22,6±3,8

Massa corporal (kg) 70,3±5,9

Estatura (cm) 175,0±5,8

Índice de massa corporal (kg.m²(-1)) 22,6±1,3

Percentual de gordura (%) 6,8±2,4

VO2máx (mL.kg-1.min-1) 50,2±4,3

Vm LA (km.h-1) 12,3±1,5

Vm VO2máx (km.h-1) 14,76±1,93

VO2máx = consumo máximo de oxigênio; LA – limiar anaeróbio; Vm – velocidade média.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

(31)

A tabela 2 ainda apresenta os resultados de PA imediatamente após as diferentes ordens de exercícios. A PAS demonstrou-se maior após o término do primeiro exercício em todas as sessões (AR, RA e CC) quando comparado à sessão CO (p<0.05). Foram observados valores superiores de PAM após o primeiro exercício da sessão AR e RA quando comparado à sessão CO (p<0.01). Ainda, ao final do segundo exercício da sessão AR, a PAM apresentou-se mais baixa do que após o primeiro exercício (p<0.05).

Tabela 2. Percepção subjetiva de esforço (PSE), frequência cardíaca (FC), velocidade em km.h-1, número de repetições, pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) durante os diferentes exercícios (EA e ER) e ordens de aplicação das sessões experimentais (n=10).

Protocolos AR RA CC CO

EA

PSE (Borg) 11±2** 14±3 11±2 ** ---

FC (bpm) 171±1 179±9 176±9 ---

Vm (km.h-1) 12±1 11±2 12±1 ---

ER PSE (Omni) 7±1 6±1 * 6±2 ---

Repetição 12±1 12±1 12±1 ---

PAS (mmHg)

M1 153±21# 155±13 # 146±11 # 119±7

M2 128±13 144±26 138±20 117±8

PAD (mmHg)

M1 80±13 84±11 77±17 71±13

M2 75±10 75±18 78±14 67±8

PAM (mmHg)

M1 105±8 # 102±20 # 100±12 87±9

M2 93±10 93±24 98±12 84±7

M1 = imediatamente após o primeiro tipo de exercício; M2 = imediatamente após o término da sessão de exercício; AR = sessão aeróbio e resistido; RA = sessão resistido e aeróbio; CC = sessão circuito concorrente; CO = sessão controle; EA = exercício aeróbio; ER = exercício resistido. ** p<0.01 em relação ao RA; * p<0.05 em relação ao AR. # p<0.05 em relação à sessão CO; p<0.05 em relação ao mesmo momento M1.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

(32)

Tabela 3. Resultados da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) no total das 24h, na vigília e no sono após as diferentes ordens de aplicação do exercício combinado (n=10).

AR RA CC CO

PAS (mmHg)

Repouso 121±4 121±6 119±6 117±5

24h 111± 5 110±3 # 111±4 112±5

Vigília 113±7 111±4 # 114±4 116±6

Sono 105±5 106±2 105±5 106±4

PAD (mmHg)

Repouso 69±8 69±4 66±3 66±9

24h 63±7 60±3 † 63±3 63±5

Vigília 65±7 62±3 † 65±3 65±6

Sono 60±8 56±4 † 58±4 59±5

PAM (mmHg)

Repouso 80±9 81±8 79±10 79±10

24h 83±6 82±3 84±4 84±6

Vigília 85±7 83±4 # 86±4 87±7

Sono 79±7 79±3 79±6 78±5

AR = sessão aeróbio e resistido; RA = sessão resistido e aeróbio; CC = sessão circuito concorrente; CO = sessão controle; PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica; PAM = pressão arterial média. # = diferença na magnitude do efeito em relação à sessão controle do mesmo período (d

de Cohen = -0.49 à -0.50); † = diferença na magnitude do efeito em relação às sessões CO, AR e CC no

mesmo período (d de Cohen = -0.46 à -0.78). Fonte: Mazzoccante, 2014.

Ao analisar os valores da área abaixo da curva de PA, verificou-se que a PAD na sessão RA apresentou menores resultados em relação à sessão CO nos períodos de vigília (p<0.047) e 24h (p<0.026) (Tabela 4).

Tabela 4. Valores médios da área abaixo da curva da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) no total das 24h, na vigília e no sono após as diferentes ordens de aplicação do exercício combinado (n=10).

24h

(mmHg) Vigília (15h) (mmHg) Sono (9h) (mmHg)

PAS

AR 2743±138 1874±123 869±44

RA 2721±71 1846±64 876±21

CC 2760±98 1879±76 880±40

CO 2787±137 1913±112 874±32

PAD

AR 1505±169 1033±122 472±63

RA 1456±103* 1004±82* 452±33

CC 1506±103 1045±86 461±32

CO 1528±132 1065±107 463±38

PAM

AR 1985±153 1356±125 629±55

RA 1960±85 1332±73 628±20

CC 1998±97 1381±78 617±33

(33)

PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica; PAM = pressão arterial média; AR = sessão aeróbio e resistido; RA = sessão resistido e aeróbio; CC = sessão circuito concorrente; CO = sessão controle. * p<0.05 em relação a sessão CO no mesmo momento.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

As figuras 1 e 2 apresentam as variações das respostas pressóricas dos momentos de repouso durante as 24h de MAPA entre as diferentes ordens de aplicação do exercício combinado. Os resultados demonstram respostas reduzidas de PA nas três sessões com exercício combinado, porém, em diferentes momentos. Ao comparar com a sessão CO, a sessão AR apresentou diferença significativa na PAS às 4 e 5h (p<0.02) e 6 e 7h (p<0.001).

A PAS foi diferente entre as sessões RA e CO nos momentos de 0 à 1h (p<0.04), 2 às 3h (p<0.004), 6 às 7h (p<0.01) e 10 às 11h (p<0.03). A PAS foi diferente entre as sessões CC e CO das 2 às 3h (p<0.018) e 6 às 7h (p<0.0001). Na PAD, verificou-se diferença somente na sessão RA em relação ao CO das 4 às 5h (p<0.006). Pode-se notar nas figuras 1 e 2, que a sessão RA promoveu maior número de ocorrências de PAS significativamente inferior a do CO quando comparado às demais sessões. E no que diz respeito à PAD, somente a sessão RA promoveu valor significativamente inferior quando comparada ao CO.

(34)

aplicação do exercício combinado. AR = aeróbio e resistido; RA = resistido e aeróbio; CC = circuito concorrente; CO = controle. *p<0,05 para AR vs. CO; **p<0,01 para AR vs. CO; #p< 0,05 para RA vs. CO; £p<0,01 para RA vs. CO; ¥p<0,01 CC vs. CO.

Fonte: Mazzoccante

Figura 2. Variações das respostas de pressão arterial diastólica ( PAD) dos momentos de repouso (REP) para as 24h de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) entre as diferentes ordens de aplicação do exercício combinado. AR = aeróbio e resistido; RA = resistido e aeróbio; CC = circuito concorrente; CO = controle. **p<0.01 para RA vs. CO.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

5.3 DISCUSSÃO

Os principais achados do estudo 1 revelaram que a modificação da ordem de aplicação do exercício combinado, numa mesma sessão de treinamento, alterou as respostas agudas da PA durante as 24h subsequentes observadas pela MAPA quando aplicada em jovens adultos atletas de jiu-jitsu.

Esta informação é relevante uma vez que, em um determinada sessao de treinamento se pode dar preferência a um ou outro tipo de exercício combinado para os praticantes de jiu-jitsu, já que estes atletas são submetidos a treinamentos com intenso contato físico e domínio do oponente que envolvem técnicas (projeções, imobilizações, chaves, torções e estrangulamentos) que resultam em elevação da pressão arterial.

(35)

MOREIRA et al, 2012), em adição ao estresse psicológico ao qual o atleta é submetido durante a realização desse tipo de esporte.

Segundo Moreira et al., (2012), elevadas concentrações de cortisol foram observadas após uma competição de jiu-jitsu quando comparado as lutas realizadas durante os treinamentos.

Sabendo-se disso, é importante se conhecer as respostas da pressão arterial após treinamentos combinados aos quais os atletas de Jiu-jitsu estão expostos frequentemente.

Neste sentido investigações, como as do presente estudo, são importantes para melhor elaboração da sequencia de treinamentos aos quais estes atletas são expostos no sentido de reduzir a sobrecarga cardiovascular e ainda proporcionar maior redução da PA após exercício.

A sessão iniciada pelo ER e finalizada pelo EA (sessão RA) resultou em mais momentos do dia com redução da PAS e PAD quando comparada a sessão controle. A RA apresentou tambem um maior tamanho de efeito das diferenças na PAD nos momentos de vigília, sono e total das 24h quando comparada as sessões AR, CC e CO. Estes resultados indicam que a sessão RA pode ser preterida quando o objetivo for uma maior redução da PA pós-exercício. Esse maior efeito redutor da PA apos sessão RA também foi verificado ao analisar a área abaixo da curva da PAD nos resultados de vigília e total de 24h da PAD, onde apenas a sessão RA apresentou valores significativamente inferiores aos da sessão CO.

Lovato et al. (2012) ao compararem as sessões AR e RA em jovens normotensos, com o EA realizado em um cicloergômetro à 60% do VO2pico durante 50

minutos e o ER à 60% 1RM (15 repetições), observaram resultados contrários aos do presente estudo. Neste estudo a sessão AR foi mais efetiva na promoção da HPE de PAS até 50 minutos e de PAD e PAM até 40 minutos pós-exercício enquanto que na sessão RA somente observou-se HPE aos 50 min de recuperação da PAS. No entanto Lovato et al., (2012) nao avaliaram a PA durante o periodo de vigilia e de 24h como no presente estudo.

(36)

investigaram a resposta da PA apos sessao com o ER sendo realizado anteriormente ao EA.

Os resultados divergentes entre o presente estudo e o de Lovato et al., (2012) pode ser explicado pelo volume de EA ter sido maior (15 vs 50 minutos), bem como o ER ter sido realizado com intervalos para descanso, diferente do modelo de ER que fora empregado neste estudo.

Kesse et al., (2012) ao investigarem o efeito de uma sessão de exercício combinado (ER sendo realizado primeiro) com diferentes intensidades do EA (50%, 65% e 80% do VO2pico) em 21 jovens adultos, verificaram um decréscimo significativo

da PAS em todos os momentos de recuperação apos todas as sessões experimentais, porém as reduções da PA se mostraram ser intensidade-dependente. Parcialmente, esses resultados fortalecem a estratégia de realização do EA ao final da sessão para promover maiores resultados de redução da PA semelhantes aos do presente estudo, porem inversao da sequencia de de realizacao do exercicio para EA e ER nao foi realizada neste estudo, dificultando assim a comparacao dos resultados com os do presente estudo.

Santiago et al., (2013) observaram resultados contrários aos do presente estudo em 15 jovens adultos (homens e mulheres). Estes autores verificaram o efeito de EA (30 minutos a 80% FC de reserva) seguido de ER (3x8 rep à 75% de 1 RM), e em outro dia os mesmos exercicios foram realizados porem em ordem contrária. Foi observada HPE para PAS no EA + ER dos 30 aos 60 minutos de recuperação e somente ocorreu HPE no ER + EA aos 60 minutos da recuperação. Ao comparar os dois modelos, Santiago et al., (2013) observaram que EA + ER resultou em valores de PAS e PAD menores (p<0,05) aos 15, 45 e 60 minutos da recuperação, demonstrando que o EA precedendo o ER possa ser mais interessante para a redução da PA, contudo este aspecto precisa ser melhor investigado. Porém deve ser considerado que no estudo de Santiago et al., (2013), a amostra foi composta por homens e mulheres, as sessões experimentais não foram randomizadas, além das intensidades dos exercícios serem diferentes das do presente estudo, o que dificulta a comparação dos resultados.

(37)

exercícios), e finalizado com EA (cicloergômetro – 20 min à 65% VO2 pico) ocorreu

HPE da PAS com redução até 2h pós-exercício, e na PAD até 50 minutos pós-exercício. O tamanho do efeito demonstrando que o modelo RA de EC pode resultar em menores valores de PA após exercício pode ser parcialmente explicado pelo aumento da pressão transmural provocada pelo ER, por meio da oclusão vascular ocorrida durante a contração muscular elevando assim mais a PA durante o exercício. Essa oclusão vascular exerceria um maior estresse do cisalhamento nas paredes das artérias resultando em maior vasodilatação pelo estresse mecânico ocasionado pela retomada do fluxo sanguíneo local, bem como pela liberação de vasodilatadores como o oxido nítrico. E o EA sendo realizado posteriormente possivelmente haveria uma maior condutância vascular sistêmica, auxiliando em um retorno venoso mais eficiente e manutenção da vasodilatação arterial. A utilização da MAPA no presente estudo permitiu avaliar o efeito agudo tardio do exercício concorrente nas respostas da PA, bem como, durante as atividades da vida diária de um indivíduo.

Embora a sessão RA tenha demonstrado maior número de momentos com reduções de PA, pode-se observar que todas as sessões experimentais com exercício combinado foram clinicamente importantes para uma proteção cardiovascular.

A literatura apresenta que reduções pressóricas em longo prazo, mesmo que sejam da ordem de apenas 2 mmHg na PAS ou PAD (PESCATELLO et al., 2004), sendo estas oriundas de somatórias de estratégias agudas (LIU et al., 2012) ou não, já são suficientes para diminuir em 6% a incidência de acidente vascular cerebral e em 4% o risco de doença arterial coronariana, além de reduzir a incidência de HAS em 17% na população em geral (WHELTON et al., 2002).

Reduções pressóricas são comumente observadas em modelos agudos de EA (KESSE et al., 2011). Entretanto, Shaw et al., (2010) verificaram o efeito crônico do EC (EA e ER) e do EA apenas, sobre os fatores de risco para doença coronariana. Estes autores verificaram que o EC foi tão eficaz quanto o EA em promover uma diminuição do risco de doença coronariana.

(38)

importantes da PA na sessão RA, o que também sugere especular, que em longo prazo, benefícios cardiorrespiratórios e neuromusculares ocorram no usuário dessa estratégia de treinamento (SCHAUN et al., 2011).

Os resultados do presente estudo não permitem apontar mecanismos hipotensores responsáveis pelas reduzidas respostas de PA. Entretanto, os mecanismos envolvidos nas respostas de PA pós-exercício tem sido investigados e vias periféricas e neurais são destacadas (TIPTON, 2011). Mais estudos são necessários investigando a dinâmica dos mecanismos envolvidos na HPE, especialmente ao se adotar diferentes ordens de aplicação do exercício combinado em uma mesma sessão.

Pode-se considerar como limitação do estudo a característica da amostra, sendo atletas de luta e não indivíduos com alguma patologia ou risco cardiovascular. Contudo, um ponto positivo nesse aspecto é a obtenção de uma amostra homogênea (Tabela 1) e com rotina semelhante na vida diária (exercício, descanso, horário de sono), o que minimiza variações interindividuais que poderiam confundir as conclusões. Ademais, esse ponto não inviabiliza a extrapolação dos resultados para outras populações de risco, as quais diretamente poderiam se beneficiar dessas informações, bem como, indivíduos aparentemente saudáveis que necessitam manter ao longo da vida ou mesmo reduzir discretamente seus valores de PA. Porém mais esclarecimentos sobre este tipo de estudo em outras populações se tornam necessários.

5.4 CONCLUSÃO

(39)

6 ESTUDO 2: O PERÍODO DO DIA DE REALIZAÇÃO DE EXERCÍCIO COMBINADO EXERCE INFLUÊNCIA SOBRE AS RESPOSTAS DE VINTE E QUATRO HORAS DA PRESSÃO ARTERIAL EM UMA SESSÃO AGUDA DE EXERCÍCIO COMBINADO EM ATLETAS DE JIU-JITSU.

6.1 MATERIAIS E MÉTODOS 6.1.1 Amostra

Após a aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília (protocolo 126/10), nove indivíduos saudáveis do sexo masculino, classificados como fisicamente ativos (22,0±3,7 anos; 73,3±9,7kg, 176,0±5,0 cm, 6,8±2,1% gordura corporal) assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e voluntariaram-se a participar do estudo. Todos os indivíduos eram atletas de jiu-jitsu, treinavam com frequência de três a cinco vezes por semana, com os mesmos horários, dias e duração do treino, sendo todos atletas com resultados competitivos de nível Centro-Oeste do Brasil a Pan-Americano (Tabela 1).

6.1.2 Procedimentos Gerais

Os critérios de exclusão foram os seguintes: anormalidade no eletrocardiograma de repouso (avaliado no laboratório por um médico cardiologista); lesões osteo-mio-articular, doenças cardiometabólicas e/ou; PA sistólica de repouso superior a 140mmHg e/ou PA diastólica superior a 90mmHg). Cada voluntário realizou um total de sete visitas realizadas no laboratório de fisiologia e treinamento (LAFIT) e laboratório de estudos da força (LABEF) da Universidade Católica de Brasília. Estas visitas foram realizadas em dias distintos, separados por pelo menos 48 horas, conforme segue: 1ª Visita: avaliação antropométrica (peso, estatura, protocolo de 7 dobras) (JACKSON; POLLOCK, 1978) e familiarização nos equipamentos de força e nos testes de 12 repetições máximas (12RM’s); 2ª visita: avaliação da aptidão aeróbia; 3ª visita: teste de 12RM’s; 4ª, 5ª, 6ª e 7ª visitas: sessões experimentais com a realização do exercício combinado e controle pela manhã e pela tarde. Nas 24h previas às sessões experimentais os voluntários foram instruídos a não realizar EF, bem como, a manterem seus hábitos alimentares diários.

6.1.3 Avaliação da Aptidão Aeróbia

(40)

pelo consumo máximo de oxigênio (VO2máx). Após cálculo da velocidade média (Vm)

dos 400m, o VO2máx e o LA foi estimado segundo equações de Almeida et al., (2010) e

Sotero et al., (2009) respectivamente. As equações de predição utilizadas foram:

• Equação de predição do VO2max (ALMEIDA et al., 2010)

VO2max (mL.kg–1.min–1) = [0,177 * 1.600Vm (m.min–1)] + 8,101

• Equação de predição do lactado mínimo para determinação do LA (SOTERO et al, 2009)

LMind (m/min) = (0,7507 * 1600Vm) + 21,575

6.1.4 Avaliação da Força (12 RM)

Previamente ao teste de força (12 RM), os voluntários realizaram uma familiarização em todos os equipamentos utilizados no estudo. Após um intervalo de no mínimo 48h, o teste de 12 RM foi realizado nos seguintes equipamentos e sequência: Leg press, Supino sentado, Cadeira extensora, Puxador pela frente, Cadeira flexora e Remada na máquina. Cada voluntário teve até quatro tentativas, com intervalo entre 3-5 minutos, para atingir a carga máxima nas 12 RM em cada aparelho.

6.1.5 Exercício aeróbio (EA)

Durante a realização das sessões experimentais o EA foi executado em esteira ergométrica (Movement®, São Paulo, Brasil), com intensidade constante correspondente a 90% do LA e duração de 15 minutos.

6.1.6 Exercício Resistido (ER)

(41)

6.1.7 Protocolos Experimentais

Todas as sessões experimentais foram realizadas em laboratório com temperatura ambiente (18 à 22°C) e umidade relativa do ar entre 50 e 70% (GUIMARÃES et al, 2003). Foram submetidos a quatro sessões experimentais, sendo duas sessões controle (CO) e duas de exercício combinado (EC): as sessões de EC e CO foram realizadas igualmente, sendo uma pela manhã, com inicio às 09:00h e término 10:45h e uma pelo período da tarde, tendo inicio e fim as 15:00h e 16:45h, respectivamente.

6.1.8 Sessão de Exercício Combinado (EC)

As sessões de EC foi composta por exercício resistido e aeróbio, e foram realizadas em uma mesma sequência de exercícios e duração, tendo sido o exercício resistido (ER) realizado primeiramente e em seguida o exercício aeróbio (EA). Essa sessão foi realizada em dois dias diferentes e com intervalo entre 48 e 72h, sendo o EC realizado em ordem randomizada em um dia pela manhã – exercício resistido e aeróbio pela manhã (RAM) e em outro dia à tarde (RAT).

6.1.9 Sessão Controle

Os mesmos procedimentos utilizados nas sessões de exercício foram empregados nas sessões controle (CO), porém os voluntários permaneceram sentados sem realização de exercício físico tanto na sessão da manhã (COM) quanto na sessão da tarde (COT) Somente a sessão CO realizada no período da tarde teve uma análise de 24 horas com o MAPA.

6.1.10 Mensuração da Pressão Arterial (PA)

(42)

Após os 60 minutos de medidas laboratoriais da PA nas diferentes sessões experimentais, os voluntários foram orientados a realizar higiene pessoal, com banho, durante 20 minutos. Posteriormente procedeu-se a colocação do monitor para MAPA (Dyna-MAPA®), seguindo recomendações do fabricante. O equipamento foi programado para realizar medidas de PA durante as 23h subsequentes, a fim de totalizar às 24h de medidas. A PA sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) foram mensuradas a cada 15 minutos durante o dia (vigília = 15h) e a cada 30 minutos durante a noite (sono = 9h). O exame da MAPA foi considerado quando as medidas válidas durante as 23h fossem 90% do total de medidas realizadas.

6.1.11 Mensuração da frequência cardíaca e percepção de esforço

Durante o EA, a percepção subjetiva de esforço (PSE) foi avaliada através da escala de Borg de 15 pontos [6 a 20] (BORG, 2000). Para a mensuração da PSE durante o ER foi utilizada a escala de OMNI-RES [0 a 10] (RODRIGUES et al., 2010; DELPENHO, 2009). Além disso, durante as sessões, registros da frequência cardíaca (FC) também foram realizados (Polar, Rs800cx, Finlândia).

6.1.12 Tratamento Estatístico

Estatística descritiva com valores de média e desvio padrão foi realizada. A normalidade dos dados foi testada por meio do Shapiro-Wilk test. Além disso, a esfericidade dos dados foi verificada por meio do teste de Mauchly ou épsilon de Greenhouse-Geisser quando necessário para analisar a estatística F. Para comparação da percepção subjetiva de esforço (PSE), número de repetições, velocidade de corrida e frequência cardíaca (FC) no EA entre os diferentes protocolos experimentais (RAM e RAT) foi utilizado o teste t de student pareado. A área abaixo da curva foi adotada para cálculos matemáticos das variáveis pressóricas. ANOVA para medidas repetidas (comparação intra e entre sessões), com o Post-hoc de Bonferroni foi realizada para as medidas de pressão arterial. O nível de significância do estudo foi P 0,05 e o software utilizado foi o SPSS versão 20.

6.2 RESULTADOS

As características físicas dos sujeitos estão apresentadas na tabela 1.

Tabela 1. Caracterização da amostra.

(43)

Idade (anos) 22 ± 3,7

Massa corporal (kg) 73,4 ± 9,7

Estatura (cm) 178 ± 0,1

IMC (kg.m²(-1)) 23 ± 1,5

Percentual de gordura (%) 6,8 ± 2,1

VO2máx (mL.kg-1.min-1) 50,4 ± 4

Limiar Anaeróbio (km.h-1) 12,4 ± 1,3

Velocidade média 14,9 ± 1,99

IMC - Índice de massa corporal; VO2max – Consumo máximo oxigênio indireto.

Fonte: Mazzoccante, 2014.

Os resultados de variáveis associadas à intensidade das sessões experimentais (FC, PSE, velocidade de corrida no EA e número de repetições no ER) e os valores de PA imediatamente após o ER e EA estão apresentados na tabela 2. Não foram evidenciadas diferenças significativas (p>0,05) entre os protocolos experimentais (RAM e RAT) para nenhuma das variáveis investigadas (PAS, PAD e PAM), por outro lado, quando comparado às sessões controle (COM e COT), os valores de PAS e pressão arterial média (PAM) das sessões experimentais se mostraram estatisticamente distintos (p<0,05) no momento (Pós ER) em relação às sessões controle. A pressão arterial diastólica (PAD) somente apresentou uma diferença significativa entre a sessão RAT no momento Pós ER e ambas as sessões controle (p>0,05) (Tabela 2).

Tabela 2. Percepção subjetiva de esforço (PSE), frequência cardíaca (FC), velocidade em km.h-1, número de repetições, pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) durante os diferentes exercícios (EA e ER) e ordens de aplicação das sessões experimentais (n=9).

Protocolos/variáveis RAM RAT COM COT

EA

PSE (Borg) 12,9 ± 2,8 14 ± 2,5 --- ---

FC (bpm) 180,1 ± 16,4 179,3 ±9,1 --- ---

Velocidade (km.h-1) 11 ± 1,3 11,1 ± 1,6 --- ---

ER PSE (Omni) 5,5 ± 2 6.4 ± 1,5 --- ---

Repetição 12 ±0 11,9 ± 0,3 --- ---

PAS Pós ER 142,9 ± 12,4** 153 ± 12** 115 ± 3 119 ± 8

Pós EA 142,1 ± 17,5¥ 149 ± 23 118 ± 5 116 ± 9

PAD Pós ER 80,9 ± 9,3¥ 80,9 ± 7,9* 68,8 ± 5,7 67,9 ± 6,2

Pós EA 77,4 ± 6,8 76,2 ± 19,6 72,2 ± 8,2 68,9 ± 7,5

PAM Pós ER 100,6 ± 9,8* 104,8 ± 8,6** 84,3 ± 4,4 87,3 ± 9,6

Pós EA 96,9 ± 5,9* 100,5 ± 18,9¥ 87,6 ± 6,6 84,5 ± 7,2

Imagem

Tabela B. Apresentação da forma de realização do exercício resistido e aeróbio (RA) na sessão RA
Tabela 1. Características descritivas, antropométricas e valores de aptidão aeróbia da amostra (n=10)
Tabela 2. Percepção subjetiva de esforço (PSE), frequência cardíaca (FC), velocidade em km.h -1 , número  de  repetições,  pressão  arterial  sistólica  (PAS),  diastólica  (PAD)  e  média  (PAM)  durante  os  diferentes  exercícios (EA e ER) e ordens de a
Tabela  3.  Resultados  da  monitorização  ambulatorial  da  pressão  arterial  (MAPA)  no  total  das  24h,  na  vigília e no sono após as diferentes ordens de aplicação do exercício combinado (n=10)
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