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A dívida mansa : sobre as origens do papel moeda em Portugal

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(1)

nrreaio nnt

rseocenul

or unn

S ~ I H U ~ B ~

;541

por c r c i i o d e A ~ e v o d o , .:

(2)

AO

há senão um crédiio, assim como não hó se.

não umo honro OU umo verdode. Assim se exprimia

A

D ~ V I U R

M R N S A

-

Sobre

as

origens

do papel moeda em Portugal

"

José Acúrsio dos Neves nos

inícios do século passado, nos suas *Considerações

sobre o crédiio público, popel moedo e operações de boncosp. oo procurar e4dencior o vio estreito e sinuo- so poro o olirmoçòo do crédito e do suo propogoção benéfico e muliiplicodoro do riqueza. Um percurso de 'boo iép, o do credito, seio no dominio público ou no porticulor, que se jogo permoneniemenie num lio de orome sobre um precipicio, onde uma ligeiro osciloçõo introduz de imediato o desconfionço e o desolação. pois. como diz Acúrsio dos Neves, .pouco bosio poro produzir dewrédiio, e náo há coiso mais dilicil do que suspender os seus progressos. porque o opiniõo nóo se governo por meios coociivosn e os cousos que determi- nom o desconfiança nem sempre estão ao oiconce dos governos"l.

Esta hipersensibilidode do lenómeno crediticio as mois subtis vorioçães do clima poliiico, económico e social. foi porticulormente sentido em iodos os lormas iniciais de moeda liduciório, que. por definição, represento um vo. lor iocial superior ao seu volor intrinseco e que por isso necessito do conlionço público, de fé, no volor que re. presenio. Se o moedo liduciario. no suo formo de noto de bonco linho o coucioná-10 o reserva meiolico e. não obstonte ser convertivel, não escopovo o insiobilidode moneiório. por moiorio de rozõo o desconiionço poirovo sobre os formos de popel moedo emitido em estreito cor-

relação

com os diliculdodes e urgências d o i tesouros públicos.

E

como o emissão de iitulos do Esiodo, sus- ieniodo sobre mirificos riquezas ou iuiuros orrecodoçães de impostos ou rendimenios, antecipou, oirovés de um posterior curso iorçodo, quase sempre o emissão dos verdadeiros moedos de popel, pode dizer-se que os ien- totivos liduciorios, doiodos do século XVIII, represento. rom. em geral, desostres finonceiros e produzirom no opinião piihlico represenioções proiundomenie negoti- vos sobre o função do moedo liduciório. Assim, ocon. leceu, por exemplo, em Fronço, duronie o reinodo de Luis XV com o experiêncio de John Low

li

7

161, cujo emis- são era coucionodo por hipotéiicos rendimentos do Loui- siono, ou com os célebres aossignots. do Convençao

revolucionaria. assentes nos bens nocionois.

E

voi ocon- tecer lombém em Poriugol, com os apólices do emprés- timo de

1796.

tomodo poro fazer foce as despesos mili. iores com o guerra do Rossi- [hão. o que ouiros motivos se seguirom poro o amplio- ção em coscoto do divido pública. numo coniuniuro em que os remessos de ouro do Brasil

10

não iinhom expres- são. Siiuoção que nos conduz directomenie a produção do popel moedo em Portugol, criado siniomoiicomente escossos meses opós o governo fronc6s ter decidido o quebro público e simbólico dos chapas que produzirom os ~ossignols~ poro ossinolor o fim do respeclivo emis- são.

E

vulgor olgumo hisioriogrofio portuguesa opontor como exemplos mois oniigos de moedo fiduciório nocionoi o emissào de recibos, vales e certificodos de depósito que no reinodo de D. Pedro II. por corto régio de 4 . 5 1 6 8 8 . circulorom poro eviior o -cerceio. das moedos, sendo o respectivo circuloçõo odminisirodo p l o Junto do Comér- cio. Como nos sublinho Coeiro do Maio"', ia, pelos decretos de

22

e

23

de Morço do ono onierior, se ti-

nha insiiiuido o regime de popelmoeda, ordenondo.se que os .escritos do Cosa do Moeda., contro entrego de moedos cerceados poro recunhogem. fossem recebidos nos negócios como dinheiro de contado. Eram escritos de imporiãncio elevodo. não podendo ser inferiores o

60$000

reis, de tipo nominativo, exigindo porionto en. dosso e que leriam nesios circunstãncios um0 circuloçõo restrito. não obslonie serem uiilizaveis legolmenie em quolquer ironsocção. o que outros autores não reco. nhecem coracier liduciorio~".

Se quiséssemos remonlor o tempos mois precoces. po- deriomos oindo invocar os podrães de iuro de D. Mo- nue i. emboro esies fossem. como reconhece Domião Peres.

*titulas

de divida individualmente atribuidos. 1". Poro além disso houve oindo outros formos de iiiulos

lle.

tios e livranças, ceriificodos de depósitos de bonqueiros) no circuito comerciol, mos que devem ser reduzidos o

suo condição de .instrumentos p~romonetorios~~". Mos será no décado final do século

XVIII

que o popel moedo vem oo de cimo de formo duradoura e sisiemó.

(3)

tico Um primeiro posso ocorre com o situoçõo oçoriono: dado circulorem ai moedos de metol fraco, iniciolmen- te de origem estrongeira e depois fabricodos clondesti- nomente nos próprios ilhos. sem qualquer quolidade. proibia-se esso circuloçõo e, enquonto se cunhovo e en. viovo moedo nocionol, ficovom o circular bilhetes de di- versos volores, vólidos como dinheiro corrente e como to1 oceites nos cofres reais [olvoró de

8.1 1795).

Em

1820

foram resgatados cerco de

62

contos de réis des.

ta experisncia

regional,

havendo contudo novos emissões

em

1823

e

I824

e em

1830.

oltura em que o gover-

no liberal procurou reformar o situoçõo. renovando porém o curso forçodo dos bilhetes .pelo seu valor nominal como moedo metólico~, de formo limitodo [ninguém os poderio recusar até metode do quantia o receberItb'. Seró, porém, numo estreito reloçõo com o divido públi- co. que os Estados assumem abruptomente nos finais do século XVlll, por virtude de ocrescidos funções governo- mentais e muito particuiormente pelos gastos militares. que oumenta de forma

desmesurada

o papel circulonte nos suas diferentes espécies. De sublinhar que esta irrupçõo do papel omoedodo se verifico numa olturo em que

do-

minovo o regime ~metolisto~. pelo quol o opiniõo pú- blico encorovo o moedo como umo mercadorio. isto é.

ovoliovo-o pelo quontidode electivo de metol que con- tinha. Como nào hovio de suscitor dúvidas só por si o aparecimento desta criquezo imoteriol*, verdodeiros bo- cados de popel que representavam openos direitos de porticipoçõo em riquezas nem sempre evidentes? Tonto mais que nos tempos primordiois desto moeda fidució- rio nem sempre se distingui0 cloromente a moeda de popel dos popéis de crédito, funcionando estes os ve- zes com curso iegoi, quondo nõo forçodo. como se de verdadeiras moedos se traiossem. Acúrsio dos Neves dó exemplos de curso forçodo com os apólices dos com- ponhios pombolinos [Grõo-Paro e Moronhóo. Vinhos do Alio Douro, Pernombuco e Poroibo). por olvoró de

2

1.6.1766

[só reiornando ao estatuto de popel comer-

cio1 com o olvaró de

23.2.1771

1.

*além dos escritos dos olfõndegos~ e dos folhos dos ormozéns do Guiné e in- d i o " ' Logo hovio sempre o

possibilidade

de o Estodo arbitroriomente fazer crescer a circuloçóo com instru- mentos de olguma formo ossimilóveis ao tipo Eiduciório, imprimindo o curso legal e forçado o simples papéis de crédito oúhlico ou mesmo

comercial.

E

neste quadro que se insere a emissão do empréstimo

de

29,101796

e seus desenvolvimentos. inicialmente

pensado poro os suas opólices representorem apenas ti-

tulos de divido com rendimento de juro de

5%

Ipoden- do mesmo ser vinculadas em morgado) e circularem como letros de cõmbio'". Mos no sua reformuloçõo pelo olvoró de

13.3.1797

foi ompliodo [de dez poro doze milhões de cruzados, e o iuro sobe poro

6%).

incluindo- .se o determinoçõo de que os opólices pudessem ser re- cebidos como dinheiro efectivo em pagomenio de fisco- lidades diversos e serem como tal oceites pelo Erório Régio, opós o respectivo endosso. Vórios empréstimos des- te tipo foram depois tomodos,

ampliando

enormemente o divido público, embora esta disposiçõo de

.amoedo-

çõoa jó não se verificasse.

E

que, entretanto. soiro um pouco depois. por olvoró de

13

de Julho de

1797,

uma novo modolidode do em- préstimo inicial [de

3

milhões de cruzados ou

1200

con. tos de réis, montante englobodo nos

I2

milhões de cru- zodos anteriores]. Trato-se do operação dos chomodos ~opolices pequenos., de volor inferior o

508000

réis. com vencimento de iuro idêntico oos dos designadas wpóiices grandes,, mos cuio estatuto ero legalizodo com estos oolavros:

ALGUWS tXtMPLARES D A I [~lt(!OtS WUMISMATI(AS

on

F U W D A ~ Ã O twt.

n i ~ o ~ t o

ot nution

(4)

<Mondo, ouirossim, que esios opóli~es girem livremenie, sem endosso ou cessão, e se oceiiem em iodos os esio- çães ou recebedorios do minho Reol Fazendo, no meu Real Erório e em iodos os acções enire poriiculores, sem excepçõo olgumo, como se fossem dinheiro de meiol, pelo seu volor numerol, e sem oiençõo o juros, no meiode do pogomenfo ioiol dos mesmos acções; piocedendo-se coniro os que duvidarem recebêlos, no formo que está deierminodo coniro os que enjeitem moedo do Rei,"'. Trotavo-se. porionto. deum

desdobramento

do emprés- timo anterior. com apólices de pequeno valor pora po. derem operar nos .pogomentos miúdos,.

O

curso foi. çodo deste papel-moeda, sem qualquer tipo de endosso ou cessão. mos sim como moedo corrente. foi renovo- do posteriormenle. com novos penas poro os que o re cusossem lolvorá de 25.2.1801

1,

dando-se por findo o sua emissão em 3 1.51800, renovada em 24.1.1803. iniciando-se então o omortizoção, tal como o dos opó- lices grandes. Poro essa Iroco foi criodo umo Caixa de Desconto [Dec

24. I .

18001. que deveria receber os

di-

10s apólices pequenos com o desconto corrente no ol- tura de

6%.

varióvel com a sua evolução no mercado ate oo por do dinheiro metálico, como formo de permitir aos populares trocá-las imediatamente. ió que os copi- talistos que possuiom grandes

quantidades

tinham ou- tros meios paro a suo realizoçáo, tendese mesmo aven- todo nessa oliuro o crioção de um banco para o efeito. ideio que nõo chegou a concreiizar-se. Em contrasie o que se verificou foi o proliferoçõo de especulodores de võo de escada que Acúrsio dos Neves nos descreve ma- gisiro~menie:

~Quondo se esiobeleceu o coixo de desconio, ainda não hovio estas loios de cõmbio hoie ião frequenies em lisboo e mesmo nos ouiros proços do Reino; mos ió se empregovom muiios reboiedores pelos esquinos dos ruas

e pelos escodos em irocor papel. Uns eram poriugueses, ouiros de diferenies noçóes, como galegos e molieses; e sendo de enire os úliimos os que se ovoniojovom mais nesie irõfico, o iodos os que nele se empregovom começou o dar-se o nome de molieses, que oindo conservam.

Ti-

verom insinuação poro não reboierem o mais de

6

por

100.

como o coixo de desconio; e doqui resultou sus- penderem o seu irófico em público, mos continuorom o desconior debaixo de copa o

8,

ou como podiam. A cai. xo de desconto nõo podia dor expediçõo, sendo iõo grande o concorrêncio o elo que hovio vesiidos rosgo- dos e gente oiropelodo; e oconiecio, como ero de espe- ror. que muitos troficonles compravam por [oro o popel mais boroto, o

92

por exemplo, ou

93,

poro irem ven- der ò coixo por 94. Ero impossível que o coixo pudes- se susienior-se coniro esio fraude: durou muiio pouco iempo; e openos fechodo. o perdo de popel subiu de pronio. De

8

possou o

12

e, sucessivomenie, o 18, i 9

e

20,''0'.

Sublinhese. no entanto. que Acúrsio dos Neves valorizo o popel destes rebotedores, que no inicio eram vistos como ~usurários, e inspirovam ódio,, mos lerá sido pelo suo

multiplicação

e concorrêncio que se gerou .um0 espécie de equilibrio nos vorioções do papel e uma bor- reiro coniro o opressào dos verdadeiros usurários~'"'.

E

porque esta amoriizoçõo? Segundo o decreto de

3 1

5 . 1 800. devido oo .excesso dos preços, e dos juros; o opressão que senliom os ciosses pensionarios do Es- iodo com os desconios; o emboroço com o circuloçõo; o coreslio dos géneros, e ouiros muiios inconvenientes que iinhom ocorrido", consignondo.se pora gorantio os rendimentos anteriormente previstos, mas ainda todos os recursos que o Fazendo permitisse e o subsidio do vinho. Mois do que os casos de lolsificaçõo de papeis que se verilicorom'"'. foi sobretudo o oumento incontrolodo dos emissões com garontios ossentes em receilos incertos, por forço das necessidodes crescentes do Erário Régio, o grande elemento de descrédito. As guerros com o Fron. ço e depois com o Esponho e os alianços

militares

em que Portugal se viu envolvido, com relevo pora os com- ponhas do Rossilhõo e a Guerra das ioronios, geraram necessidades

desmesurados:

em

1799

o emissão dos opólices pequenas jó teria aiingido cerco de

16000

contos de reis. coniro os

1200

previsios.

E,

em

I801

,

emite-se outro empiestimo em apólices pequenos tio oi. dem dos

12

milhões de cruzodos, poro seguronço do qual se criorom os designados 'novos imposios* e umo lotaria. Com o

desconfiança

sobre o possibilidade de

(5)

o governo honrar estes empréstimos no suo totolidode, o ógio ou rebote sobre o popel moeda logo se fez sen- [ir. nomeodomente otrovés do ocçõo de grupos de or- gentários que o

monopolizavam

conforme o situoçõo de mercado: iniciolmente. o rebote era de 6%. previsto no lei. mos no mercado ero gerolmenie o 20%. na alturo dos invosões froncesos chegou a

60%.

segundo A. Bal-

bi.

descendo depois o

12%.

em 1820 era de

22%.

E

esta siiuoçõo de instobilidode monetário que os Cor- ies liberais de

1820

encontram e debatem, surgindo en- tão como uma das soluções o criação de um bonco. que ia fora proposto nos inícios do século. Dotado de copitol próprio ( 4 0 0 0 contos em metol. assente em ocções de um conto de reis codal. o bonco emitiria po- péis próprios, pogóveis ò visio em metol, utilizados pelo Tesouro poro os seus pagamentos contra um0 10x0 de 4

o

5%.

comprometendo-se o Banco a amortizor o popel- -moeda em circuloção e o queimá-lo. consignondo.se-lhe pora isso diversos rendimentos

previstos para o efei-

10. Doi resultou a criação do Banco de Lisboa, por cor- to de lei de

3 1.12.182

I,

enquanto banco de empres- timo, depósito e desconto, que "desierrondo o usuro e promovendo o comodidade dos ironsocções enire os poriiculores, fosse simultoneomenle oplicóvel ò omorli. zoção do popel-moeda""".

O

Banco iniciou as suas operações o 25 de junho de

1822.

Doqui pora o frente vamos continuor o ossistir ao folhe- tim do omortizoçõo do papel-moeda que deveria hó mui- to ser ió residual. mas que ainda deu que falar. e, por outro lodo. a emissõo de novo papel fiduciório. agora sob O forma de notas de bonco.

N o que concerne á omortizaçõo do popel moeda anti- go. refirwse que o Bonco de Lisboa, por dec. de 26.9.1826 passou o fozer o recenseamento das opó- lices pequenos, opondo-lhes um novo selo o medido que entrovom no Bonco. devendo fazer emissõo de novas no- tos em montantes correspondentes aos do retirodo. Em

1828

[avisos de

7

e, 28 de Agosto1 ordenava-se um re- censeomento sistemático o todo o papel-moeda em cir- culaçõo. com corimboçõo no junto dos juros dos Reais Empréstimos [selo com os dizeres D. Miguel

I

-

1828).

Em

30

de Janeiro de 1830 estobelecia-se que seis me- ses após a publicoçõó do decreto cessava a obrigaçõo de receber papel-moeda nõo carimbado e que nenhu.

A ( ( ~ o OA (OMPAHHIA GfKAL DA AGRI(UL1UKA

DA5 VINHAS O0 ALTO DOURO DO ANO D f 1761

ma repoitiçõo público o aceitaria. Por essa altura forom contabilizados

8008

contos de papel moeda, cifra que ocuso já uma importonte omorlizoçõo, pois só entre

1797

e

1799.

por olturo do guerra do Rossilhõo. foi emi- tido quolquer coisa como

165 1

3

contos e houve

de-

pois novos emissões"".

O

fim do popel-moeda surgia como uma medido radical que os

absolutistas

preten- diam realizar. até porque estando em guerra civil desde 1828, também se introduzia muito papel-moeda falso, além de, por essa via, se eliminar a riqueza de muitos liberais que. perseguidos ou homiziados, nõo ousariam mostrar-se os outoridodes miguelistos.

Só com os liberais, o possa a ser novamen- te admitido em todos as transacções, desde que fosse verdadeiro, ainda que nó0 estivesse carimbado {dec. 23.12.18331, provavelmente com intuito de permitir a muitos liberais antes emigrados ou perseguidos o res- pectiva omorijzaçòo, pois o 23 de Julho de 1834 de- clorova'se extinto o papel moeda o partir de

3 1

de Agos- to. Nessa alturo de ressaca da guerra civil o rebote

(6)

atingia os 95%. ou seja, o valor do p.apel moeda era jo meramente simbálico~"'. Paro o omoriizoçõo foi n e cessorio recorrer a um empréstimo exiernoae um milhõo de libras.

O

ministro da Fazenda da altura, Silvo Carvalho. ex- plicava o extinção com a seguinte argumentaçõo: .o crioçòo do papel-moeda que hoje se ocho em giro é,

considerado como operação finonceiro, uma dos mais absurdos que se iem posio em próiico; e como ocio de governo uma espoliação do propriedode, poro não

di-

zer um roubo nocionol~.

E.

depois de abordar os perdas no câmbio com o estrangeiro. dizio: .o folia de crédi- 10, o ilusõo dos hipoiecos, e iodos os medidas froudu- lenios, que acornponhorom e seguirom o emissõo do papel-moedo, iornoram indispensável o dar-lhe umo cur- rencio forçodo: esio é o couso principal do desprezo em que nos i@m os noções civilizados com quem negocio. mos'1i6).

Agoro, os portadores de papel-moeda deviom trocá-lo por meto1 no Bonco de Lisboo, com o desconio de

20%.

ou entõo, receber em troco iitulos por todo a importõn- cio nominol mas que só seriam pagos em moedo meiá- lico no primeiro quinzena deJaneiro de 1838 [quase quo- Iro onos depois], podendo entretanto entregá-lo. o portir de Joneiro de

i

837, como moedo cortente em metode de quaisquer pagamentos nos Repartições Públicos, in. cluindo nas orremoiações de bens nocionois. A partir de I 8 3 8 todos os obrigações seriam i6 con~derodos e pagos em moedo metálico, ainda que os respectivos co- pitais tivessem sido recebidos em moedo.popel'"'. Assunto arrumado? Nem por sombros! Surgiram logo di- iiculdodes no pagamento em meto1 do papel-moedo, porque o Governo nõo iorneceu ao Banco os meios pre- vistos, pelo que logo em 2 5 1 . 1 8 3 6 este suspendi0 o compro respectiva.

O

Estado vime obrigado o prorro-

gar indefinidomente o pagamento pelo Tesouro do po- pel-moeda ou dos titulos entretonto.emitidos pela sua iro- co e o aceitá-los como moeda corrente, procedendo en- tretonto o lentas renegociações o este respeito com o Banco de Lisboa. num atrito quase permanente. Desto for- ma. apesar do grande esforço dos liberais no década de

30.

a amoriizoçõo do papel-moeda foi-se proces. sondo graduoimente. havendo ainda muitos centenas de contos no décodo de

50,

até desoparecer depois do civ culoçõo e dos reloiários da divido público, subsistindo apenas algumas apólices o que se conferiu mero volor histórico como iesternunho daquilo o que nos meios fi- nonceiros e nos jornais se chomovo, num misto de iro- nia e de indignaçõo. o .divido monsan, dodo .ficarem cerrodos os ouvidos dos governos aos queixumes dos pre. judicodos~"".

Ouiro dos funções do Bonco de Lisboo era. entõo, emi- tir noios de bonco converiiveis, ou seio, pagoveis á uis- to em metol ou letras o ordem, cujo emissão serio leito em proporçõo com os reservas, de lormo o que nunca tivesse de decloror bancarroto. isto e, diferir ou inier- romper pagomentos, cumprindo ossim os regras inseri- tas nos monuois de economio poliiica. Iniciava-se, des- te modo. uma novo fose na circuloçõo fiduciorio em

Portugal.

Nòo havendo entõo condições políticas e eco-

nomicos para impor o curso forçado. limitava-se o moe- do de papel o ser o instrumento que iocilitovo e ocele. rovo os tiocas. imprimindo moior velocidode o circuloçáo, facilitando o crescimenio do numerõrio que a escassez de rnetol por si d nõo permitia. Sendo as noios de bonco considerodos como dinheiro rnetólico em todos as repor- lições do Estado. os porticulores não seriam obrigodos a recebê-los, pelo que tinham apenas curso legal, cuio valor fociol podia ser convertido na

quantidade

de me. tal respectiva.

Mos não laliarom problemos nesie campo, poro o que terá desde logo contribuido a luta politico que já se de- senhova entre liberais e obsolutisios. Em 1827. por escos- se.z de prato. de que acusava sibilinamente o Governo por pagamentos naquele metal ao estrangeiro. o Banco de Lisboo dizio.se impossibilitado de cumprir o troco dos noias e pretendi0 o curso forçodo durante seis meses, que o Governo recusou e que conduziu a umo reorgonizaçõo do Bonco que possou, nomeodamente. pelo aumento

(7)
(8)

NOTA thllTl0A PtlO BANCO (OMtRllAl DO PORTO tM 1859

umo ouic?niico revoluçõo n o crédiio. Esso o i o z ã o d o discrepância entre as ideias dos teóricos. emboro fre- quentemente desviriuodos pelos executores dos politicos finonceiras. mos que

consideram

o sisiemo fiduciório um esiódio superior d e civilizoção. e o sensibilidade d o opi. niõo público. céptico e lento n o ocomponhor

do

bondade dos !ronsiormaçòes nesle dominio. Por isso, mesmo os mois oudozes. como Oliveira Mortins, oconselhovom oqui. d e lormo conirodiiória, ievoluçòes pocificos e gro- duois:

A expulsão groduol dos metais d o o i i c i o d e moedo e o

o d o p ç õ o d o popel, é umo doquelos revoluções que só p o d e m ir reolizondo-se ò medido que o võo conseniin- d o o educoçâo e os cosiumes, o medido

que elo esponloneomenle se voi eiecluon. JORGE

do

n o sociedodei"'. FERNANDES O u seio, sem revoluçâo. ALVES

* Foculdode de Leiior do U. do Poiio

+ O presenie iexio. desenvolvido no ãmbiio d o psoiecio

PCHS/C/HIS/ 1008/95 doJNICT, foi opresentodo como camw nicoçõo oo *I Simpsium sobre o Papel Moedo em Poitugol., rea- lizado no Fundoção Dr. Antonio Cupeii,no de Miiondo. por oca- si00 dos comemoioçòes sobre os ,200 onoi do Popel Moedo em Poiiugol. e dos 150 onoi do Bonco de Poriugol.

(1) José Acúrsio dos Neves, Obroi Comple~m. Ill vol. Poiio. Edições Alioniomenio. p. 406-407.

(2) Coei10 do Moio, ,O Bonco de Poitugol: esboço hisiorico~. Bolerim do Bonco de Poilvgol, n V , 1932. p 5-30.

(3) Cf. Mario Rui de Souso e Silvo idii.l. O p o p e l m d o em Por iugol. Lisboo. Bonco de Poiiugol, 1985. p. 15.

(4) Cii. porJorge Moriins Ribeiro. '~or~oçòes do Moedo Poiiu- gueso face 6s Invosões Fronceros~. in Acros do Colóquio A Re- cepçòo do Revoluçào F~onceso em Porrugol e no Biosil, II vol.. p.335.352.

(5) Cf. Mório Rui de Souso e Silvo 1dir.l. O p o p e l - m d o em Por. iugol. Lisboo. Bonco de Portugal. 1985. p. 13.

(6) Cf. Mório Rui de Souso e Silvo 1dir.l. Oppel-moeda em Por. iugol, Lisboo. Bonco de Poiiugol, 1985. p. 2 5 ~

(7) Ob, crl. p. 432. Há hoje quem oliime eirónw erro conclurõo de Acúrsio dos Neves. sequido poi numerosos outorei. sobre os " . o@l!cei dos compnhios ieferidos. dolendendo que o legirtoçõo citoda virovo openoi coniroior o curso dos ocçáor A leitura d e i lo legiiioçào mostro. p i o contióiio, que continuo coriecio o pen. somenio de Aciirsbo. poss o olvoro do 2 1.6 1766 renovo o oi- aem poro os opOIices l~ncionoiem como .dinheiro liquido. e ,e5,0go iodos as son:enços que redvi~iom as diios op6!1ces a bens de terceiio o!dem ou seja a ocçãei E o aivoió de 30.8 i 768 ao piofbzi o iebate que e!o habito iozel-se reolir- n o o doaiwo onierio: C1 tMó:io Rus de Sooso e Sdvo. ob c!:

20-22

(8) Quem concouesie poro o o.ipiés:ima com quoienio cortos de :$,r oumois terio oindo ~gio:iiicoções de honro*

( 9 ) iionscrita in José Acúrsio dos Neves, ab ctl

.

p 434 (1O)José Acúrsio d o i Neves. ob. cit

.

p 447

( 1 1) O b c i i . p 450.

( 1 2) A produção dos op0lices e o suo quolidode gerou boitanie liteioiuio, sendo cuiiosomenie opreseniodo ao Rei umo memorio de Domingos Soimento sobre o gemo. euondo o auior preso no Limoeiro por folsilicoçõo.

(13) Coeiro do Moio, ob. cii.. p. 1 I

(14) Coeiro do Moto. ob. cit

.

p 22.

( 1 5) Paio umo onolise do evolução dos cotações do popel moedo e suo oriiculoçõo com o coniuniura. cf. Jorge Mortins Ri- bei~o. ob. cai.

(16) Cii. por Coeiro do Moio, ob. cii.. p. 23. (17) Coeiro do Moia. ob. cii. p. 24

(18) M E . ,O popel.moedo..in O Comércio do Porto, 3.4.5 e

I O de Julho de 1879.

(19) Cf. Rodiigues de Freiior, <Aquesfào monet6iior. OComircio do Porra, 17. 24.25. 2 9 e 3 0 de Seiembro de 188 1. além de ouizor numerosos ortigos sobre esto temóiico. Do mesmo ouior, A Circuloçóo Fiduciario. Porio, 1877. E oindo Novos Póginas Avo1

80s. Porio. Fundoção EngP Anioniode Almeido. 1996. p, 303-329,

(20) Anselmo de Androde. Evolução do Moedo, Coimbro.

1923. p. 307.

(21) Oiiveiio Moriins. A Circuloçõo hduci6,io. Lisboa. 1923 p.18.

Referências

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