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Avaliação de indicadores antropométricos, condicionais e técnicos em voleibolistas femininas infantis do desporto escolar

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO. 2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO. AVALIAÇÃO DE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS, CONDICIONAIS E TÉCNICOS EM VOLEIBOLISTAS FEMININAS INFANTIS DO DESPORTO ESCOLAR. IOANA COTIUGA Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João. VILA REAL, 2012 !.

(2) Dissertação apresentada à UTAD, no DEP-ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João.. Cotiuga, I. (2012). Avaliação de indicadores antropométricos, condicionais e técnicos em voleibolistas femininas infantis do Desporto Escolar. Dissertação de mestrado realizada no âmbito do 2º ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da UTAD. Vila Real. E-mail da autora: ioanacotiuga@hotmail.com. !.

(3) !.

(4) Agradecimentos A realização deste trabalho de investigação não teria sido possível sem a colaboração de várias pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização do mesmo. Quero assim agradecer a todos, apesar das palavras serem insuficientes para traduzir a minha gratidão. É com profundo reconhecimento que agradeço: Ao meu orientador, Professor Doutor Paulo Vicente João, pelo apoio e disponibilidade que sempre manifestou, por toda ajuda prestada na recolha dos dados, pelas críticas e sugestões relevantes feitas durante a orientação, assim como pelos constantes incentivos nos momentos críticos deste trabalho. À escola E.B. 2,3 de Lamaçães e particularmente à Professora Guilhermina Rodrigues e suas atletas, que nos possibilitou a recolha dos dados. À minha mãe e a minha irmã, pelos incentivos e pela preocupação demonstrada para comigo. Apesar de distância que nos separa, estiveram sempre próximas. À minha família portuguesa, por compreensão, encorajamento e apoio que disponibilizaram. Ao meu namorado, pelo inestimável apoio sempre manifestado e pela paciência e compreensão revelados ao longo deste percurso. À Mestre Sandra Nancy Oliveira, pela pertinência das sugestões, pelo acompanhamento e motivação e pelo interesse e disponibilidade sempre demonstrados. À minha avó, que sempre torceu por meu sucesso e sei que onde estiver está muito orgulhosa de mim. A todos, o meu muito obrigado.. i. !.

(5) ii. !.

(6) Resumo O presente estudo foi realizado com os objetivos de identificar e analisar os indicadores antropométricos, condicionais e técnicos (serviço) de atletas em processo de formação. A amostra é constituída por 17 atletas do sexo feminino (13.88 ± 0.33 anos), participantes no Campeonato Nacional de Voleibol Infantil Feminino no âmbito do Desporto Escolar. Para a avaliação antropométrica foram medidas as variáveis estatura, massa corporal, envergadura e alcance do membro dominante. Para a avaliação das componentes condicionais foram efetuados vários testes motores, assim para a força explosiva dos membros inferiores aplicou-se o Squat Jump, Counter Movement Jump com bloco e Counter Movement Jump com ataque através da plataforma Ergojump, o desempenho da força explosiva dos membros superiores foi estimado através do teste lançamento da bola medicinal de pé (2kg) e para a velocidade foi aplicado o teste Velocidade 10m. O indicador técnico serviço foi analisado em jogo de competição, tendo sido consideradas as seguintes variáveis: posição específica, zona de serviço, direção de serviço e eficácia de serviço. Para verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre atletas de diferentes idades e posições específicas, recorreu-se à One-way ANOVA, seguida do teste Post Hoc de Tukey, de múltiplas comparações. Utilizou-se ainda o coeficiente de correlação r de Pearson. Para a análise do indicador técnico serviço foram observados três jogos, correspondentes a 199 ações. Recorreu-se à estatística descritiva, por intermédio das frequências e percentagens e à estatística inferencial através do Qui2. quadrado (χ ) para determinar o grau de dependência. Aplicou-se ainda o coeficiente V de Cramer para medir a intensidade da associação entre as variáveis. Os resultados obtidos apontam para diferenças significativas unicamente na variável massa corporal entre as diferentes posições específicas (p=0.019). Apesar de não existirem diferenças significativas na estatura e envergadura, estas continuam a ser apontadas como importantes para a modalidade de Voleibol. Denotou-se, ainda, uma forte relação de dependência entre as variáveis antropométricas (com exceção da massa corporal) e entre várias componentes condicionais. Relativamente à avaliação do serviço, salienta-se que a zona de serviço mais utilizada pelas atletas foi a zona 6 e a direção de serviço com maiores índices percentuais foi a paralela, sendo a atacante central e a atacante de zona 4 (Z4), as jogadoras que mais contribuíram para o predomínio das mesmas. O estudo de relação entre as variáveis zona e direção de serviço e a sua eficácia demonstrou que a maioria dos serviços permitiu a construção de qualquer tipo de ataque, sendo estes efetuados da zona 6 e com trajetória diagonal média. É possível ainda destacar que a atacante central foi a jogadora que se evidenciou nos serviços com melhor eficácia, sendo a atacante Z4 a que obteve maiores ocorrências de erros nos serviços efetuados. Por último, podemos realçar que a zona de serviço e a direção de serviço apresentaram associação significativa com a posição específica (p=0.000 e p=0.047, respetivamente). No entanto, nenhuma das variáveis analisadas (zona de serviço, direção de serviço e posição especifica) interferiu de forma determinante na eficácia de serviço. Palavras-chave:. Voleibol,. Indicadores. antropométricos,. específicas, Serviço, Eficácia.. iii. !. Indicadores. condicionais,. Posições.

(7) iv. !.

(8) Abstract The present study was carried out in order to identify and analyze the anthropometric, conditional and technical indicators of athletes during the training process. The sample is composed of 17 female athletes (13.88 ± 0.33 years), participants in the 14-under category of the Girls National Volleyball Championship within School Sports. For an anthropometric evaluation, height, body mass, wingspan and reach of the dominant limb variables were measured. For the assessment of various conditional components, several motor tests were made. For the explosive strength of the lower limbs, the Squat Jump was applied, Counter Movement Jump with block and Counter Movement Jump with attack through Ergojump platform. The performance of the explosive strength of upper limbs was estimated by throwing medicinal ball standing (2kg) and the speed test was applied at 10m. The technical service indicator was analyzed in game competition, having been considered the following variables: the specific position, the service zone, the service direction and service efficiency. To verify the existence of statistically significant differences between athletes of different ages and specific positions, we used the One-way ANOVA, followed by the Tukey´s Post Hoc Test from multiple comparisons. The Pearson´s r Correlation Coefficient was also used in this study. In order to analyze the technical service indicator three games were observed, corresponding to a total of 199 actions. Descriptive statistics were used through frequencies and percentages and inferential statistics using 2. the χ Chi-square to determine the degree of dependence. Applied as well was Cramer's V Coefficient to measure the intensity of the association between the studied variables. The obtained results indicate significant differences, exclusively, in the variable body mass between the different specific positions (p=0.019). Although there are no significant differences in height and wingspan, these factors are still pointed out to be important to the Volleyball sport. A strong relationship of dependence between the anthropometric variables (with the exception of body mass) and several conditional components has also been denoted. Regarding the evaluation of the service it was noticed that the service zone most used by the athletes was zone 6 and the service direction with the highest percentage was the parallel, being the middle player and outside player, the female players that most contributed to the predominance of the same. The study on the relationship between the variables zone and service direction and their effectiveness has shown that the majority of services have allowed the construction of any type of attack, which is carried out from zone 6 and with middle diagonal trajectory. It is also possible to highlight that the middle player was the one that revealed the best serves with effectiveness, being the outside player who obtained the highest error occurrences in the services carried out. Finally, we can emphasize that the service zone and the service direction showed significant association with the specific position (p=0.000 and p=0.047, respectively). However, none of the analyzed variables (service zone, service direction and specialized player) interfered in a determinant way with the service efficiency. Key Words: Volleyball, Anthropometric Indicators, Conditional Indicators, Specific Positions, Service, Efficiency.. v. !.

(9) vi. !.

(10) Índice Geral Agradecimentos. i. Resumo. iii. Abstract. v. Índice Geral. vii. Índice de Figuras. ix. Índice de Quadros. x. Lista de Abreviaturas. xii. I. INTRODUÇÃO. 1. 1.1 Características Antropométricas do Atleta de Voleibol. 3. 1.2 Capacidades Condicionais no Voleibol. 7. 1.2.1 Força Explosiva dos Membros Inferiores. 8. 1.2.2 Força Explosiva dos Membros Superiores. 11. 1.2.3 Velocidade. 13. 1.3 Importância do Serviço no Jogo de Voleibol. 14. 1.4 Objetivos de Estudo. 20. II. MATERIAL E MÉTODOS. 23. 2.1 Caracterização da Amostra. 23. 2.2 Procedimentos. 23. 2.2.1 Procedimentos para a Avaliação Antropométrica 2.2.1.1 Estatura. 24. 2.2.1.2 Massa corporal. 24. 2.2.1.3 Envergadura. 24. 2.2.1.4 Alcance do Membro Dominante (AMD). 24. 2.2.2 Procedimentos para a Avaliação Condicional. 25. 2.2.2.1 Força Explosiva dos Membros Inferiores. 25. 2.2.2.2 Força Explosiva dos Membros Superiores. 28. 2.2.2.3 Velocidade. 28. 2.2.3 Procedimentos para a Avaliação Técnica (Serviço) vii. !. 23. 29.

(11) 2.2.3.1 Procedimentos de Recolha de Dados e Observação. 29. 2.2.3.2 Variáveis de Estudo. 30. 2.2.4 Procedimentos Estatísticos. 32. III. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 3.1 Avaliação Antropométrica. 35 35. 3.1.1 Indicadores Antropométricos por Idade. 37. 3.1.2 Indicadores Antropométricos por Posição Específica. 40. 3.2 Avaliação Condicional. 45. 3.2.1 Indicadores Condicionais por Idade. 48. 3.2.2 Indicadores Condicionais por Posição Específica. 50. 3.3 Estudo de Correlação. 56. 3.3.1 Indicadores Antropométricos. 56. 3.3.2 Indicadores Condicionais. 57. 3.4 Avaliação Técnica - Serviço. 58. 3.4.1 Relação entre a zona de serviço e a posição específica. 59. 3.4.2 Relação entre a zona de serviço e a eficácia de serviço. 62. 3.4.3 Relação entre a direção de serviço e a posição específica. 64. 3.4.4 Relação entre a direção de serviço e a eficácia de serviço. 66. 3.4.5 Relação entre a posição específica e a eficácia de serviço. 68. IV. CONCLUSÕES. 71. V. BIBLIOGRAFIA. 75. VI. ANEXOS. 85. viii. !.

(12) Índice de Figuras Figura 1 – Squat Jump (SJ) ------------------------------------------------------------------------ 26 Figura 2 – Counter Movement Jump (CMJ) ---------------------------------------------------- 26 Figura 3 – Movimento do CMJ/bl ------------------------------------------------------------------ 27 Figura 4 – Movimento do CMJ/at ----------------------------------------------------------------- 27 Figura 5 – Lançamento da bola medicinal (BM) ----------------------------------------------- 28 Figura 6 – Velocidade (V10m) --------------------------------------------------------------------- 29 Figura 7 – Zonas de serviço ------------------------------------------------------------------------ 30 Figura 8 – Direções de serviço -------------------------------------------------------------------- 31 Figura 9 – Representação gráfica da avaliação relativa aos indicadores antropométricos de acordo com a idade. ------------------------------------------------------- 39 Figura 10 – Diferenças estatisticamente significativas na avaliação antropométrica entre as posições específicas (* p<0,05). ------------------------------------------------------- 43 Figura 11 – Gráfico de Scores Z referente à avaliação dos indicadores antropométricos por posição específica. -------------------------------------------------------- 44 Figura 12 – Representação gráfica da avaliação relativa aos indicadores condicionais de acordo com a idade. ------------------------------------------------------------ 49 Figura 13 – Representação gráfica da avaliação relativa aos indicadores condicionais por posição específica. ------------------------------------------------------------- 53 Figura 14 – Gráfico de Scores Z referente à avaliação dos indicadores condicionais por posição específica. ------------------------------------------------------------------------------ 54. ix. !.

(13) Índice de Quadros Quadro 1 – Escala de 5 itens de observação proposta pela FIVB e adaptada por Coleman (1975). --------------------------------------------------------------------------------------- 32 Quadro 2 – Média, desvio-padrão e limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média das avaliações às dimensões gerais do corpo. ----------- 35 Quadro 3 – Média, desvio-padrão, limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média e o valor p das avaliações às dimensões gerais do corpo distribuídas por idade.-------------------------------------------------------------------------------- 37 Quadro 4 – Média, desvio-padrão, limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média e o valor p das avaliações às dimensões gerais do corpo distribuídas por posição específica. -------------------------------------------------------------- 40 Quadro 5 – Média, desvio-padrão e limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média das avaliações às componentes força explosiva dos MI: Squat Jump (SJ); Counter Movement Jump com bloco (CMJ/bl); Counter Movement Jump com ataque (CMJ/at), força explosiva dos MS (lançamento da bola medicinal - BM e velocidade (V10m).-------------------------------------------------------------------------- 45 Quadro 6 – Média, desvio-padrão, limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média e valor de p das avaliações às componentes força explosiva dos MI: Squat Jump (SJ); Counter Movement Jump com bloco (CMJ/bl); Counter Movement Jump com ataque (CMJ/at), força explosiva dos MS (lançamento da bola medicinal - BM) e velocidade (V10m) distribuídas por idade. ----------------------------- 48 Quadro 7 – Média, desvio-padrão, limite inferior e superior do intervalo de confiança 95% para média e valor de p das avaliações às variáveis força explosiva dos MI: Squat Jump (SJ); Counter Movement Jump com bloco (CMJ/bl; Counter Movement Jump com ataque (CMJ/at), força explosiva dos MS (lançamento da bola medicinal - BM) e velocidade (V10m) por posição específica. ------------------------------------------ 50 Quadro 8 – Correlação r de Pearson entre as variáveis antropométricas. ------------- 56 Quadro 9 – Correlação r de Pearson entre as variáveis condicionais. ------------------ 57 Quadro 10 – Tabela de contingência para a zona de serviço em relação à posição x. !.

(14) específica. ----------------------------------------------------------------------------------------------- 59 Quadro 11 – Tabela de contingência para a zona de serviço em relação à eficácia de serviço. --------------------------------------------------------------------------------------------------- 62 Quadro 12 – Tabela de contingência para a direção de serviço em relação à posição específica. ----------------------------------------------------------------------------------------------- 64 Quadro 13 – Tabela de contingência para a direção de serviço em relação à eficácia. -------------------------------------------------------------------------------------------------- 66 Quadro 14 – Tabela de contingência para a posição específica em relação à eficácia de serviço.----------------------------------------------------------------------------------------------- 68. xi. !.

(15) Lista de Abreviaturas AMD – Alcance do membro dominante BM – Lançamento da bola medicinal cm – centímetros CMJ – Counter Movement Jump CMJ/at – Counter Movement Jump com ataque CMJ/bl – Counter Movement Jump com bloco DM – Diagonal Média DL – Diagonal Longa DP – Desvio padrão FIVB – Federação Internacional de Voleibol kg – quilogramas m – metros MI – Membros inferiores MS – Membros superiores p – Valor de prova P – Paralela s – segundos SJ – Squat Jump V10m – Velocidade 10 metros X – Média Z1, Z6, Z5, Z4 – Zona ZS – Zona de serviço. xii. !.

(16) I. INTRODUÇÃO. !.

(17) Introdução. I. INTRODUÇÃO O período entre a iniciação desportiva e o desporto de alto rendimento é designado como um período de formação, onde se procura desenvolver bases que permitam aos atletas alcançar futuramente os tão esperados resultados, para os quais muito contribuem as escolas de formação desportiva, pois mostram-se importantes no processo de aquisição de habilidades motoras específicas, devido ao auxílio prestado durante o processo ensino-aprendizagem de uma determinada modalidade (Cafruni et al., 2006). Neste contexto, a avaliação de indicadores antropométricos, condicionais e técnicos no voleibol, tem vindo gradualmente a ser alvo de um estudo cada vez mais aprofundado. Estas avaliações ocorrem numa perspetiva de evolução constante, tanto por parte de treinadores como de atletas, com o objetivo de atingir um nível elevado de rendimento, ou seja uma evolução positiva em termos de performance de cada atleta e consequentemente da equipa. As capacidades físicas são uma das componentes básicas em termos de rendimento, sendo essencial no suporte ao sucesso do desenvolvimento da componente técnico-tático em qualquer equipa de voleibol, pelo que, quando um treinador começa o processo de preparação de uma equipa, um dos primeiros passos a ser dado é uma avaliação aprofundada e criteriosa das características do material humano que dispõe. Devido a este facto, é extremamente importante a competência do treinador em diagnosticar as principais capacidades de cada atleta, para posteriormente formular um método de treino que ajude a potenciar uma evolução cada vez melhor para a equipa (Anfilo, 2003). É importante que se conheça também qual a relação das características individuais dos atletas (fisiológicas, morfológicas, psicológicas e técnicas) com as posições que estes ocupam em campo, uma vez que cada posição específica exige o desempenho de funções próprias. No entanto, antes da especialização é importante que o jovem atleta tenha tido a oportunidade de passar pela aprendizagem, ainda que nas formas básicas, de todos os procedimentos técnicos do voleibol (Bojikian, 2004). Dentro da especialização funcional de uma equipa podem ser definidos os seguintes tipos de jogadores: distribuidor, responsável pela organização do jogo 1. !.

(18) Introdução. ofensivo (Moutinho, 2000), atacante central, responsável pelo bloco coletivo, sendo a opção principal para os ataques rápidos, oposto distingue-se como o principal atacante da equipa, do lado direito da rede, atacante de zona 4 (Z4) ataca predominantemente do lado esquerdo da rede (Moraes, 2009) e o jogador líbero desempenha funções de receção ao serviço e defesa (João, 2004). De acordo com Silva e Maia (2003), entre o conjunto multivariado de características. do. atleta. que. mais. interessam. explorar. são. as. medidas. antropométricas (medidas lineares, composição corporal, morfologia externa), aptidão física geral e específica e aspetos do rendimento técnico-tático no jogo. A investigação científica em voleibol tem procurado cada vez mais descrever as exigências do jogo, através da análise de variáveis de ordem condicional, como a relação entre as manifestações de força e velocidade em diferentes atletas e contextos de prática (Bosco, 1987; Bojikian, 2004; Simões, 2007; Ciccarone et al., 2008; Malousaris et al., 2008; Fidalgo, 2011). No entanto, deve-se ter em atenção a interpretação dos resultados relativamente aos estudos com atletas adultas em relação à dos jovens, para não causar contradições de desenvolvimento interno, pois não são evidências representativas e nem substanciadas para serem aplicadas em jovens atletas, demonstrando fases sensíveis para o desenvolvimento da resistência dos jovens voleibolistas a partir dos catorze anos de idade (Fontani, 1994, citado por Hespanhol et al., 2006). Relativamente à ação de serviço, Mesquita et al. (2002) referem que, com a evolução do jogo, o serviço tem vindo a assumir uma importância acrescida, sendo considerado por muitos como um “passo” decisivo para a vitória, quando assume eficácia elevada na prestação das equipas. Sendo assim, e no sentido de potenciar um alto grau de sucesso durante a realização do serviço é imperativo que exista um conhecimento cada vez mais profundo e sistematizado da sua execução técnica.. 2. !.

(19) Introdução. 1.1 Características Antropométricas do Atleta de Voleibol A antropometria é um importante recurso para uma análise completa do atleta, pois oferece informações ligadas ao crescimento e desenvolvimento deste, sendo essencial na avaliação da condição física e no controlo das diversas variáveis que devem ser consideradas na planificação do treino (Soares & Paula, 2006). Segundo Norton e Olds (2001), as características antropométricas e da composição corporal são cada vez mais decisivas na seleção e determinação do rendimento dos atletas, proporcionando melhores condições para o treino das qualidades físicas, além de auxiliarem diretamente nas ações de jogo. Nesta linha de pensamento, vários autores complementam que entre as variáveis antropométricas, a estatura associada às habilidades técnicas do atleta e as estratégias de treino são características essenciais para se atingir o sucesso (Malina et al., 2004; Malousaris et al., 2008). No que diz respeito à estatura, pela sua relação positiva com o comprimento dos diversos segmentos corporais, Malousaris et al. (2008) consideram que este é um fator essencial em modalidades como o voleibol. Guerrero e López (2003) afirmam ainda que a elevada estatura permitirá ao atleta bater a bola num ponto mais alto, influenciando diretamente no rendimento deste. Bojikian (2004) constata que é importante para o atleta de voleibol ter estatura elevada e boa envergadura, além de uma predominância do comprimento dos membros inferiores (MI) sobre o comprimento do tronco, a fim de facilitar as ações de salto. Em termos gerais, a deteção, seleção e promoção de talentos tem-se apoiado em fatores subjetivos, com base na experiência pessoal e pela intuição dos profissionais que atuam nesta área (Massa, 1999). Por isso, a utilização de referências que permitam comparar vários aspetos ligados ao sexo, faixa etária, nível competitivo, entre outros, é imprescindível para que o treinador possa ter parâmetros de avaliação do desenvolvimento do desempenho do seu atleta (Silva et al., 2003). Também é necessário ter em conta os fatores estáveis (estatura e comprimento dos membros) e instáveis (massa corporal, força muscular e composição corporal), sendo os últimos dependentes de hábitos alimentares, qualidade e volume de treino (Sousa, 1998). 3. !.

(20) Introdução. Vários estudos foram realizados no sentido de analisar os índices antropométricos, tais como estatura, massa corporal e envergadura, entre outros fatores essenciais e determinantes para esta modalidade, e verificar a existência de diferenças significativas entre grupos de atletas em função do nível de rendimento ou em função da posição específica. Silva e Maia (2003) pretenderam descrever e comparar a estrutura morfológica de dois grupos de níveis diferenciados (com um a dois anos de prática e com três a quatro anos de prática) de atletas jovens femininas, pertencentes à Associação de Voleibol do Porto. Relativamente às variáveis estatura e massa corporal, os dados resultantes da sua análise apontaram para valores médios semelhantes para os dois grupos (estatura - 161.96 ± 6.29 cm e 161.53 ± 6.27 cm, massa corporal - 57.21 ± 8.63 kg e 57.15 ± 6.80 kg). Os autores concluíram que, embora a estatura seja um fator determinante para o rendimento desta modalidade, este indicador não demonstrou discriminação entre os grupos estudados. Francelino e Passarinho (2007), ao analisar uma equipa feminina inserida no Desporto Escolar (15 ± 2 anos) apresentaram valores médios de 166 ± 2.12 cm para a estatura e de 54.27 ± 6.68 kg no caso da massa corporal. Bojikian (2004) estudou as variáveis indicadoras de crescimento físico em função da posição específica e do escalão de competição (infantil e infanto-juvenil) em atletas femininas. Os resultados em termos da estatura apresentaram valores inferiores para as atletas infantis em relação às jogadoras do escalão mais elevado (171.3 ± 6.8 cm vs. 175.2 ± 6.9 cm), seguindo a envergadura esta mesma tendência (173.0 ± 8.1 cm vs. 178.3 ± 8.6 cm). Ao invés, as atletas infantis evidenciaram resultados superiores na variável massa corporal (68.7 ± 8.04 kg vs. 61.0 ± 7.02 kg). Cambraia e Pulcinelli (2002) encontraram no seu estudo efetuado com jogadoras de voleibol de Brasília (14.8 ± 0.95 anos) índices de estatura semelhantes às atletas infantis de Bojikian (2004) (172.21 ± 6.76 cm). No entanto, a variável massa corporal demonstrou valores bastante inferiores em relação às atletas do mesmo escalão etário, revelando-se idênticas às infanto-juvenis (60.69 ± 9.34 kg). Relativamente à análise por posição específica, verificou-se no estudo efetuado por Bojikian (2004), que as distribuidoras eram as mais baixas (167.6 ± 6.3 cm), as menos pesadas (59.9 ± 5.6 kg) e com menores índices de envergadura (168.8 ± 7.7 cm). Entre as jogadoras atacantes, as centrais são as que 4. !.

(21) Introdução. apresentaram valores comparativamente opostos em relação às distribuidoras, sendo as mais altas (175.2 ± 4.6 cm), mais pesadas (63.0 ± 6.3 kg) e com os maiores valores de envergadura (177.1 ± 6.1 cm). Bojikian et al. (2007), com o intuito de identificar a idade de menarca e a idade média para a iniciação da prática de voleibol em atletas brasileiras, participantes nas competições internacionais oficiais, de diferentes níveis de desempenho (infanto-juvenil, juvenil e adulta), encontraram quanto à variável estatura, valores superiores para as atletas da Seleção Brasileira adulta (185.3 ± 3.31 cm) em comparação com os restantes escalões. Os outros níveis obtiveram resultados semelhantes (Seleção infanto-juvenil - 183.4 ± 4.24 cm e Seleção juvenil 183.5 ± 8.99 cm). A variável massa corporal demonstrou uma distribuição homogénea entre os grupos, embora as atletas adultas apresentaram menor índice de massa corporal quando relacionada com a estatura (73.2 ± 3.9 kg). As jogadoras com maior índice de massa corporal foram as da Seleção juvenil (75.5 ± 11.5 kg). Cabral et al. (2008) realizaram um estudo com o objetivo de analisar as características antropométricas e somáticas das atletas pertencentes à Seleção Brasileira feminina, no escalão infanto-juvenil. Segundo os autores, os valores da estatura (181.6 ± 6.27cm) apresentaram uma média semelhante à encontrada na Seleção Brasileira adulta campeã do Grand Prix em 2005 (182.5 cm), conforme a base de dados da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Ao invés, estes valores comparados com os da Seleção do Rio Grande do Norte (169.4 cm), campeã na primeira divisão no campeonato brasileiro em 2004, demonstraram uma grande diferença (Cabral et al., 2005, citados por Cabral et al., 2008). Em relação à massa corporal, os autores revelaram que os dados do seu estudo (67.4 ± 8.24 kg) foram inferiores em relação aos dados da Seleção Brasileira adulta (70.6 kg) (FIVB). Um estudo recente realizado por Cabral et al. (2011a) com atletas do sexo feminino do escalão infanto-juvenil pertencentes a duas equipas, uma da Seleção Nacional Brasileira (15.86 ± 0.36 anos) e outra da Seleção Estadual do Rio Grande do Norte (15.16 ± 0.88 anos), obteve diferenças significativas entre as duas Seleções nas variáveis estatura, massa corporal e altura máxima com o braço estendido. As variáveis apresentaram os seguintes valores: Seleção Nacional (estatura - 181.61 ± 6.11 cm; massa corporal - 68.11 ± 8.73 kg; altura máxima com o braço estendido - 238.21 ± 6.37 cm) e Seleção Estadual (estatura - 170.52 ± 7.97 5. !.

(22) Introdução. cm; massa corporal - 60.54 ± 7.60 kg; altura máxima com o braço estendido - 221.68 ± 10.24 cm). As diferenças encontradas entre o voleibol de alto rendimento e intermediário fez com que os autores refletissem sobre a importância da estatura no voleibol atual, afirmando que esta passou a ser um elemento fundamental para o alcance do alto nível, em conjunto com as variáveis genéticas, qualidades físicas e estratégias de treino. A literatura indica que a estatura tem vindo a evoluir cada vez mais no plano mundial, desde uma média de estatura de 174.29 ± 3.91 cm da Seleção Brasileira feminina e uma estatura com média de 175.54 ± 3.31 cm da campeã olímpica e mundial do Japão apresentada nos antigos dados (Vivolo et al., 1980, citados por Cabral et al., 2011a) até uma média de estatura atual de 181.61 ± 6.11 cm. Relativamente à massa corporal, os autores concluem que os valores superiores da Seleção Brasileira comparativamente aos da Seleção Estadual podem dever-se a vários fatores que podem influenciar o alto nível de rendimento, como a maior estatura, maior massa muscular, acompanhamento nutricional mais rigoroso e maior número de treinos. Simões (2007) demonstrou a existência de diferentes tipos de perfil antropométrico entre dois grupos diferenciados de voleibol masculino que atuam nos campeonatos nacionais de juvenis e juniores de voleibol (Seleção Nacional e não selecionado). No que se refere à análise das variáveis estatura, envergadura, alcance do membro dominante e massa corporal em função da posição específica, os distribuidores obtiveram os valores mais reduzidos, enquanto os atacantes centrais e os jogadores opostos registaram os valores mais altos. Igualmente, o estudo do J. Fidalgo (2011) com atletas masculinos de vários níveis competitivos, regista a mesma tendência geral em termos de diferenças entre as posições específicas. A variável estatura apresentou diferenças significativas no estudo de Malousaris et al. (2008) com atletas femininas da 1ª e 2ª divisão grega, apresentando valores superiores para as jogadoras do melhor nível de competição. Em relação à avaliação dos indicadores antropométricos por posição específica, as atletas demostraram diferenças significativas nas variáveis estatura e massa corporal.. 6. !.

(23) Introdução. Um estudo efetuado por Stamm et al. (2003) com 32 voleibolistas femininas da Estónia, com idades compreendidas entre 13 e 16 anos, obteve 14 correlações positivas entre as medidas antropométricas e o desempenho em jogo, onde as associações mais significativas evidenciaram-se entre a estatura e a massa corporal com as variáveis de desempenho. Segundo os autores, o indicador antropométrico estatura teve um peso significativo no desempenho das atletas, principalmente nas ações técnicas de ataque (71%) e de bloco (80%). A literatura atual parece indicar claramente que atletas mais altas terão maior probabilidade de sucesso no alcance de várias ações técnicas, como são exemplo o ataque e o bloco, sendo a estatura uma das características principais que rodeia o contexto de voleibol, sua evolução e a procura de níveis elevados de rendimento.. 1. 2 Capacidades Condicionais no Voleibol O atleta de voleibol deve apresentar um repertório motor considerável, de modo a poder aplicar uma tática individual adaptada à condição situacional (Fröhner, 2000). Bompa (1996) aponta a componente física como o grande alicerce no qual se constrói o "edifício" técnico-tático do jogador e da equipa. Assim sendo, um jogador sem capacidades atléticas bem desenvolvidas (velocidade, potência no salto, força resistente, etc.) não poderá executar por exemplo o remate de forma adequada (Fröhner, 2000). Neste contexto, a preparação física exerce um papel fundamental no voleibol, visando o desenvolvimento das capacidades que permitem criar condições favoráveis ao domínio das ações de jogo e à realização de uma atitude competitiva mais eficaz (Castro, 2002). Andrade (2005) considera que os movimentos no voleibol têm um carácter explosivo especialmente nos arranques rápidos, nas paragens bruscas, nos saltos, assim como nos movimentos dos membros superiores (MS) e tronco para a execução do remate e do serviço. Para João (2004), os jogadores de voleibol devem ser rápidos a reagir e a deslocarem-se, tendo elevados níveis de flexibilidade que lhes permitam realizar movimentos amplos associados a bons níveis de força explosiva. Assim, o voleibol caracteriza-se por ser uma modalidade que requer, predominantemente ações musculares de força - velocidade (Bompa, 1996). 7. !.

(24) Introdução. Torna-se também essencial que o desenvolvimento físico se concentre na especialização funcional desempenhada em jogo, buscando uma maior eficiência e direcionamento no treino específico. Devido às características particulares da modalidade e como forma de atingir uma performance de nível superior, a análise das variáveis de desempenho motor surge como um utensílio extremamente importante para potenciar a melhoria qualitativa de cada atleta e como consequência da sua equipa. No entanto, no processo de treino com jovens atletas, a análise do desempenho motor necessita de ser tratada com o máximo de cuidado, pois como afirma Malina et al. (2004), além dos aspetos normais ligados à melhoria do desempenho, deve-se considerar a característica principal desta fase da vida, que é a constante mudança, como consequência do crescimento e da maturação.. 1.2.1 Força Explosiva dos Membros Inferiores No voleibol atual, independentemente da função desempenhada pelos jogadores, estes têm que alcançar um plano cada vez mais elevado, sendo determinante deterem uma boa potência de salto (Martínez & Abreu, 2003; Berriel et al., 2004). É através da impulsão vertical que se realiza um remate, um bloco, um serviço em suspensão ou um passe (Cabral et al., 2011a). De acordo com Berriel et al. (2004), a vitória de uma equipa num jogo está em grande parte dependente da capacidade de saltar. Por isso, para que um jogador consiga expressar uma elevada capacidade de rendimento, tem que ver plenamente desenvolvidas as capacidades físicas, sendo então o estado físico crucial para que a performance técnica se possa manifestar (Infante, 2011). Segundo Bale (1991), as relações antropométricas entre os segmentos corporais apresentam-se também como fatores relevantes, visto que os indivíduos com maiores dimensões de comprimento dos segmentos inferiores apresentam uma vantagem implícita nas alavancas biológicas para o salto vertical. No entanto, Bojikian (2004) considera que no voleibol, o quanto o indivíduo salta parece não ser o mais importante, mas sim qual a altura de alcance no ataque e no bloco, sendo esta altamente dependente da estatura e envergadura do atleta. A autora refere ainda, como forma de complemento, que um atleta com estatura e 8. !.

(25) Introdução. envergadura elevadas pode chegar mais rapidamente ao ponto de ataque ou bloco e pode-se preparar rapidamente para a ação seguinte. Já um atleta mais baixo, ainda que com boa capacidade de salto, levará mais tempo para as mesmas ações e possivelmente sofrerá um desgaste maior ao longo do jogo. Cabral et al. (2011a) aplicaram o teste de impulsão vertical com o protocolo adaptado do Sargent Jump Test descrito por Buligin (1981), citado por Cabral et al. (2011a), em atletas infanto-juvenis da Seleção Nacional Brasileira e da Seleção Estadual do Rio Grande do Norte. Os resultados não evidenciaram diferenças significativas entre as equipas (Seleção Nacional - 43.58 ± 5.32 cm e Seleção Estadual - 44.47 ± 3.67 cm). Relativamente ao alcance máximo de ataque, os resultados demonstraram diferenças significativas entre os dois grupos, alcançando índices superiores as atletas profissionais (281.79 ± 8.55 cm) comparativamente às atletas de rendimento intermediário (266.16 ± 12.15 cm). Segundo os autores, os dados obtidos indicam que o alcance máximo de ataque parece ser dependente da estatura e da envergadura, tendo em conta os resultados obtidos na estatura pelas atletas da Seleção Nacional (181.61 ± 6.11 cm). Já a potência de salto poderá não ser uma variável de grande importância na seleção de atletas ou pelo menos poderá ter menos influência em comparação com os índices antropométricos. Como conclusão deste estudo, acrescentam que jogadoras de maior estatura poderão desenvolver esta capacidade através do treino e que as atletas de baixa estatura, por mais treino aplicado, nunca irão atingir os mesmos índices de alcance do ataque que as atletas de maior estatura no alto rendimento. Bojikian (2004), ao analisar atletas femininas de dois escalões etários diferentes, infantil e infanto-juvenil não encontrou diferenças significativas entre os grupos estudados relativamente à impulsão de bloco. Quanto às posições específicas, no escalão infantil, as atacantes Z4 destacaram-se com os melhores desempenhos (30.65 ± 0.86 cm), seguidas de atacantes centrais (30.46 ± 0.99 cm) e por último pelas distribuidoras (29.28 ± 1.36 cm). No que se refere às atletas infantojuvenis, verificou-se valores superiores para as atacantes Z4 (31.26 ± 0.95 cm), seguidas de distribuidoras (30.33 ± 1.24 cm), sendo consideradas as atacantes centrais as piores entre as posições quanto a este teste (29.36 ± 1.27 cm). Numa investigação efetuada a uma equipa do Desporto Escolar feminina (15 ± 2 anos), onde o principal objetivo era estimar as mudanças do desempenho da 9. !.

(26) Introdução. força explosiva dos membros inferiores por meio da impulsão vertical após treino de saltos pliométricos, os investigadores Francelino e Passarinho (2007) apresentaram diferenças significativas para as variáveis impulsão vertical sem auxílio dos membros superiores (IVS) (17.80 ± 4.89 cm) e impulsão vertical com auxílio dos membros superiores (IVC) (23.40 ± 4.54 cm) pré e pós-treino. Através de um estudo semelhante efetuado com atletas femininas (14 ± 1.03 anos), de uma equipa participante no Campeonato Estadual Paulista no Brasil, os autores Frade e Júnior (2004) também encontraram diferenças significativas na IVS e IVC entre os testes efetuados durante este estudo (teste inicial, intermédio e final), IVS inicial (28.76 ± 5.10 cm), IVS final (32.61 ± 4.20 cm); IVC inicial (36.92 ± 4.97 cm), IVC final (38.83 ± 5.31 cm), concluindo que o efeito do treino aplicado nesta variável foi positivo sobre a capacidade de salto vertical. Lombardi et al. (2011) realizaram uma investigação com o objetivo de analisar o efeito de dois tipos de treino de potência muscular no desempenho do salto vertical, em atletas femininas de voleibol (13 e 14 anos). As atletas foram submetidas a dois testes, inicial e final, com um período de treino de quatro semanas entre estes, sendo divididas em três grupos, um grupo de controlo (GC), um grupo de treino de musculação (GM) e um grupo de treino pliométrico (GP). Os resultados obtidos para cada grupo em termos de Counter Movement Jump (CMJ), para ambos os testes foram os seguintes: GC (21.74 ± 2.35 cm e 24.29 ± 3.68 cm), GM (25.29 ± 5.19 cm e 28.09 ± 5.37 cm) e GP (30.63 ± 7.93 cm e 31.03 ± 5.41 cm). O estudo revelou diferenças significativas no desempenho do CMJ apenas no grupo GM, onde segundo os autores, o facto de o grupo GP não demonstrar diferenças no desempenho do salto poderá dever-se tanto ao tempo de treino reduzido, como aos diferentes níveis de desenvolvimento maturacional (13 e 14 anos), pois era o caso desta amostra, tendo em conta que em algumas atletas não tinha ocorrido a menarca, o que poderá ter interferido na produção de força e consequentemente nos resultados obtidos. Quanto à avaliação da força explosiva dos membros inferiores por posição específica, os atletas masculinos juvenis e juniores de Simões (2007) alcançaram melhores desempenhos nos testes de impulsão vertical para os jogadores opostos e os piores resultados para os atacantes centrais e distribuidores.. 10. !.

(27) Introdução. Atendendo às afirmações de diferentes autores, atingir uma boa performance em termos de força explosiva dos membros inferiores está relacionado com vários fatores que podem influenciar bastante o desenvolvimento desta capacidade motora, como, por exemplo, diferentes níveis de maturação biológica do atleta além da frequência e método de treino que é aplicado. 1.2.2 Força Explosiva dos Membros Superiores As habilidades específicas tais como o movimento e a efetividade do ataque e do serviço são caracterizadas pela aplicação de uma grande velocidade à bola no momento de contato, sugerindo assim a existência de níveis físicos e condicionais que a influenciam diretamente (Forthomme et al., 2005). As atletas de voleibol utilizam a força explosiva dos membros superiores na execução de habilidades como o ataque e o serviço (Gabbett & Georgieff, 2007). Para otimização da performance torna-se evidente a importância tanto da força explosiva dos MI quanto a dos MS, sendo que após realização de um salto existe uma subsequente ação dos MS relacionada ao ataque, bloco ou serviço. Morrow et al. (1979) constatou num estudo com atletas femininas, que a força muscular dos MS parece ser um fator determinante para o desempenho da equipa. Uma investigação efetuada por Farias et al. (2011) com atletas femininas, com idades compreendidas entre 13 e 17 anos, pertencentes a duas modalidades distintas (voleibol e andebol) apontou diferenças significativas entre estas (3.45 ± 0.61 m e 2.59 ± 0.48 m, respetivamente) no que diz respeito a força explosiva dos MS (arremesso da bola medicinal de 2 kg). Estes valores vão contra as expectativas dos autores, tendo em conta que existem ações que implicam o uso da força explosiva dos MS nas duas modalidades. No entanto, estes concluem que os resultados estão acima do considerado normal para a respetiva faixa etária, podendo estar influenciados pelas modalidades que cada uma pratica. Cabral et al. (2011b) avaliaram a componente força explosiva dos MS através do teste de arremesso da bola medicinal proposto por Thomas e Nelson (2002), citados por Cabral et al. (2011b), em atletas masculinos (14-17 anos) de três níveis distintos de performance desportiva (Seleção do Brasil, Seleção Estadual e Desporto Escolar). Os autores concluem que, entre os três níveis de qualificação desportiva, 11. !.

(28) Introdução. os atletas da Seleção do Brasil alcançaram os resultados mais elevados (6.5 ± 0.58 m), sendo estes provavelmente influenciados pelo rigoroso processo de seleção e maior carga de treino. Já os resultados da Seleção Estadual (4.9 ± 0.64 m) apresentaram índices mais próximos dos atletas do Desporto Escolar (4.3 ± 0.69 m). Resultados discriminados por posição de jogo, na avaliação da força explosiva dos MS (lançamento da bola medicinal de 3 kg) em voleibolistas masculinos de elite, foram encontrados no estudo efetuado por Marques et al. (2009), sendo atingidos os melhores valores médios nos jogadores opostos e atacantes Z4 e os menores índices nos distribuidores, excluindo os líberos da análise. Moreno et al. (2005) avaliou a força explosiva dos MS (arremesso da bola medicinal de 2 kg) por posição de jogo em atletas masculinos do escalão juvenil, tendo obtido os jogadores opostos e os atacantes centrais os melhores desempenhos em relação às restantes posições. Os investigadores concluem que, por se tratar de atletas em processo de formação, os resultados encontrados demonstraram ser abaixo do nível das médias desejadas para atletas de voleibol. Stamm et al. (2003) obtiveram no seu estudo efetuado com atletas femininas de idades compreendidas entre 13-16 anos, corelações positivas entre 4 testes motores (resistência, flexibilidade, velocidade e a força explosiva dos MS) e o desempenho no jogo de voleibol. O teste de lançamento da bola medicinal indicou ser essencial para o desempenho no ataque (22%). Face ao exposto acima, a força explosiva dos MS torna-se bastante importante no rendimento de uma equipa, visto que equipas com qualidades físicas sujeitas a um nível superior de treino tendem a efetuar serviços e ataques com mais força e velocidade, obtendo assim melhor rendimento.. 12. !.

(29) Introdução. 1.2.3 Velocidade Segundo Zatsiorsky e Kraemer (2006), a velocidade de movimento é definida como a capacidade de efetuar ações motoras num espaço de tempo minimal. As ações de antecipação-coincidência das trajetórias da bola são constituintes essenciais desta modalidade, assim a velocidade exerce um papel determinante, uma vez que o tempo disponível para cada ação é muito reduzido (Jacquemoud, 1994). Embora Silva (1992), citado por Simões (2007) considere que a velocidade de deslocamento não parece ser determinante para o rendimento, uma vez que os deslocamentos no voleibol ocorrem em pequenas distâncias, Araújo (1994), citado por Simões (2007) acha que esta é fundamental para a defesa, onde o atleta tem de percorrer espaços no menor tempo possível. Dentro das capacidades condicionais mais determinantes no voleibol, Simões (2007) avaliou a velocidade 10 metros (V10m) em dois grupos de atletas masculinos que atuam nos campeonatos nacionais de juvenis e de juniores de Portugal (selecionados e não selecionados para a Seleção Nacional). Relativamente às posições específicas, os atacantes centrais foram mais velozes e os atacantes Z4 obtiveram os resultados mais baixos. No âmbito da mesma problemática, Fidalgo (2011) avaliou a velocidade (V10m) em atletas do sexo masculino de quatro níveis de competições distintos, apresentando os jogadores valores muito próximos entre si. Não se verificaram diferenças significativas entre as posições específicas quanto à esta variável, apontando os resultados para os atacantes Z4 como os mais velozes, sendo os distribuidores e os jogadores opostos os mais lentos. Gabbett e Georgieff (2007), obtiveram valores diferenciados nos testes de velocidade (V10m) entre três grupos de jovens atletas australianas, divididos pelo seu nível competitivo (Seleção Nacional - 1.90 ± 0.01 s; Seleção Estadual - 1.95 ± 0.02 s e Clube Local - 2.03 ± 0.03 s). Bojikian (2004), ao analisar atletas femininas de voleibol de dois escalões de competição distintos (infantil e infanto-juvenil) não encontrou diferenças significativas entre estas quanto à variável velocidade (30m), apresentando o grupo infantil resultados superiores em relação ao grupo infanto-juvenil (5.13 ± 0.28 s vs. 5.21 ± 0.29 s). O teste também não mostrou diferenças significativas entre as posições 13. !.

(30) Introdução. específicas. Nas atletas infantis, as atacantes Z4 foram as mais velozes (5.09 ± 0.03 s) e as distribuidoras as mais lentas (5.23 ± 0.07 s), ao contrário do grupo das atletas infanto-juvenis, onde as distribuidoras apresentaram resultados superiores (5.15 ± 0.09 s) e as atacantes centrais os resultados inferiores (5.28 ± 0.07 s). O estudo efetuado por Farias et al. (2011) com atletas femininas de duas modalidades distintas (voleibol e andebol), com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos obteve em termos de análise da velocidade (20m), valores médios de (3.67 ± 0.39 s) na equipa de voleibol e (3.84 ± 0.33 s) no grupo de andebol. Os autores concluem que, em termos gerais, as características físicas estudadas apresentaram melhor rendimento em atletas de voleibol, no entanto ambas as modalidades apresentaram índices de velocidade acima do considerado normal para a respetiva faixa etária. Dentro das capacidades condicionais, a velocidade, a força e potência muscular, agilidade e impulsão vertical têm sido consideradas como variáveis essenciais da estrutura de rendimento de voleibol (Carvalho et al., 2007). 1.3 Importância do Serviço no Jogo de Voleibol Segundo o regulamento de voleibol, “o serviço é o ato de por a bola em jogo pelo defesa-direito, colocado na zona de serviço” (FIVB, 2010: 24). Este gesto técnico tem vindo a evoluir nas últimas décadas, sendo uma ação de jogo em que as equipas têm dado grande importância (Lirola, 2006; Moraes et al., 2008). Com a implementação de novas regras diretamente relacionadas com o serviço, como o aumento da sua área de execução (passou a poder ser efetuado em todo o comprimento da linha de fundo) (FIVB, 1999), o serviço tem vindo a ser uma ação cada vez mais determinante no jogo de Voleibol, dando a possibilidade de realizar serviços com novas trajetórias, condicionando assim a efetividade e as opções em termos de ataque da receção adversária e facilitando a fase defensiva e o contra-ataque da equipa servidora (Gerbrands & Murphy, 1995; Ureña et al., 2000; Lozano et al., 2003). A possibilidade de contato da bola na rede foi outra regra aprovada pela FIVB (1999). Outra mudança estrutural no jogo foi a inclusão do jogador líbero na equipa, jogador especializado na ação defensiva, sendo um fator que influencia 14. !.

(31) Introdução. indiretamente o serviço e que incide sobre a ação da receção. Além disto, as alterações regulamentares permitiram mais oportunidades de eficácia ao jogador em ação defensiva, na medida em que eliminam a sanção da falta aos dois toques na primeira ação da defesa baixa e introduzem a possibilidade do contato da bola com qualquer parte do corpo (FIVB, 1999). Devido às características particulares que o serviço detém, de ser o único momento do jogo em que um jogador se assume como o alvo da atenção de todos os intervenientes e de ser a única ação de jogo que permite ao atleta reter a bola e usufruir de tempo para decidir como atuar, Monteiro (1995) atribui ao serviço um elevado grau de individualidade, onde o protagonismo dos jogadores no ato de servir se assume superior em relação às restantes ações de jogo. Fidalgo (2003) e Arias et al. (2011) acrescentam ainda que o serviço é o único gesto técnico sem dependência da anterior intervenção dos companheiros ou adversários para a sua execução. Segundo a literatura, ao longo da evolução do jogo de Voleibol, o serviço além de ser a primeira ação de jogo, destaca-se como sendo a primeira arma de ataque da equipa e um fator que influencia decisivamente no resultado do jogo (Selinger, 1986; Mesquita et al., 2002; Ureña et al., 2003; Yiannis & Panagiotis, 2005). Quiroga et al. (2010) referem que, no alto rendimento, os benefícios derivados da ação de serviço não se situam apenas na possibilidade de ponto imediato, mas também na forma como esta influencia nas ações subsequentes. Ribeiro (2004) considera a precisão, potência, regularidade e irregularidade da trajetória da bola, como sendo as principais características do serviço no voleibol moderno. Rizola Neto (2003) acrescenta a estas ainda fatores como o estilo, variação da distância e a relação com o ataque adversário, como sendo os principais aspetos do serviço valorizados no treino de alto rendimento. Quanto aos tipos de serviço, estes podem ser classificados em função da trajetória da bola, (flutuante, em rotação e potente) e em função da forma de realização do mesmo (em apoio e em suspensão) (Yiannis & Panagiotis, 2005; Palao et al., 2004). O serviço em suspensão tem-se destacado cada vez mais no voleibol atual, tanto nas equipas masculinas como nas femininas, (Lirola, 2006; Moraes et al., 15. !.

(32) Introdução. 2008; Quiroga et al., 2010). No entanto, García-Tormo et al. (2006) afirmam que, nas atletas femininas, a execução do serviço em suspensão tem uma menor proporção e eficácia, mantendo-se o serviço em apoio entre os mais utilizados. Diversos autores analisaram a ação de serviço em jogo de competição, com a finalidade de determinar se as variáveis zona de serviço e direção de serviço interferem no rendimento das equipas. No entanto, foram poucos os estudos encontrados na literatura sobre a análise do serviço por posição específica. Gouvea (2005) efetuou um estudo com o objetivo de analisar as ações técnico-táticas em jogos de competição por posição específica, utilizando como amostra atletas do escalão infanto-juvenil feminino, com idades compreendidas entre 16 e 17 anos. Como resultados da sua análise, o serviço em apoio foi o mais utilizado pelas jogadoras (80.5%). O estudo aponta para maiores índices de ocorrências de serviço na atacante Z4 (34.6%) e na atacante central (28.7%) e menores valores para a jogadora oposta (15.7%). Quanto à análise qualitativa do serviço, esta foi realizada segundo três critérios de avaliação: erro (perda de ponto), eficácia (ponto direto) e eficiência (ação que mantém a bola em jogo). Neste contexto, a distribuidora destacou-se com melhores índices de eficácia e menores erros de execução, a atacante Z4 registou valores inferiores de eficácia, sendo a oposta a jogadora com maior número de erros obtidos quanto ao serviço em apoio. García-Tormo et al. (2006), num estudo efetuado com atletas do escalão juvenil e cadetes femininas (14-18 anos), em que um dos objetivos foi analisar a relação entre a variável direção de serviço e a eficácia, não verificou uma associação estatisticamente significativa entre as mesmas. Quanto às melhores ocorrências em termos de trajetória, destacaram-se as direções diagonal média (45.4%) e paralela (38.8%). Segundo os autores, estes resultados são inteiramente justificados, pois 40.9% e 40.2% dos serviços realizados foram efetuados da zona 1 (Z1) e zona 6 (Z6). Refletem ainda que nestas fases de formação, as atletas tendem a controlar mais o serviço, procurando enviar a bola nas zonas centrais do campo (Z6), de menor risco, evitando arriscar a execução para os limites do campo. Sendo assim, os resultados apontam para uma possível trajetória diagonal média com origem das zonas de serviço 1 e 5 e uma trajetória paralela vinda da zona 6. Num outro estudo efetuado por Arias et al. (2011) com atletas de ambos os sexos, pertencentes ao escalão cadetes, onde se pretendia analisar a relação entre 16. !.

(33) Introdução. as variáveis do serviço (zona de serviço, direção, tipo e zona de receção) e a sua eficácia em jogo, não demonstrou associação significativa entre a direção de serviço e a sua eficácia, tanto nas equipas femininas como nas equipas masculinas. Relativamente à zona de serviço e à sua eficácia, esta obteve associação significativa apenas no caso dos atletas masculinos. Os autores afirmam que a ausência de uma relação significativa nas atletas femininas pode dever-se ao fato de estas não se concentrarem tanto no que diz respeito à estratégia tática de colocar dificuldades na receção adversária, escolhendo apenas uma zona de serviço preferencial. Associação estatisticamente significativa entre a variável zona de serviço e a posição específica foi encontrada por Arias et al. (2010) em dois grupos pertencentes ao escalão cadetes, feminino e masculino. No grupo de atletas femininas, as zonas de serviço (Z1 e Z6) apresentaram a maior incidência (42.5% e 41.5%), sendo a zona 5 (Z5) a menos utilizada (16.1%). As jogadoras que mais contribuíram para o predomínio da Z1 e Z6 foram as atacantes centrais e as atacantes Z4. Já nos atletas masculinos, a Z1 obteve a maior percentagem de ocorrências (51.4%), a Z5 sendo a menos escolhida pelos jogadores (15%). Quanto ao total de ocorrências de serviços por posição específica nas atletas femininas, evidenciou-se a atacante de Z4 (35.5%) e a central (30%), apresentando a distribuidora (16.4%) os menores índices. Moreno et al. (2007) investigaram 1891 ações de serviço de uma equipa pertencente à Superliga Masculina de Voleibol da Universidade de Granada e encontraram uma associação significativa e positiva entre as zonas de receção estudadas (zonas na aproximação das linhas laterais e linha de fundo) e a direção de serviço associada à estas em relação aos melhores índices de eficácia (eficácia 4 - ponto direto). Relativamente à área de serviço, a Z1 apresentou a maior percentagem (67.2%), seguida da Z6 (25.5%) e Z5 (7.4%), enquanto a direção de serviço apontou a melhor percentagem de ocorrências na Z6 (24%) através de serviços táticos (serviços enviados da Z1, Z6 e Z5 para a Z6). Os autores referem que a maior percentagem de serviços realizados da Z1 pode estar relacionada com os aspetos mencionados por Molina (2003), citado por Moreno et al. (2007), pela procura de trajetórias diagonais que obriguem os defesas a receber de fora para dentro, dificultando assim a sua receção. Contudo, estes acrescentam que a maior 17. !.

(34) Introdução. ocorrência de trajetórias diagonais foi resultante dos serviços efetuados da Z1 para a Z6 do campo, não sendo assim as mais amplas. Na mesma linha de pensamento, Moraes et al. (2008), através da análise de serviços extraídos do Campeonato Mundial masculino no Japão (2006), afirmam que as razões que determinam a escolha da zona de serviço estão em concordância com as opções estratégicas da equipa recebedora. Assim, o serviço, quando enviado de vários ângulos, pode dificultar a receção do adversário e diminuir ou anular as opções ofensivas deste. Deste modo, verificou-se que a Z1 (59.9%) destacou-se como a zona de serviço mais utilizada, seguida da Z5 (24.8%), sendo a Z6 menos optada pelos jogadores (15.3%). Outro estudo efetuado por Maia (2005) com atletas femininas de alto rendimento pertencentes a quatro Seleções Nacionais (Bielorrússia, Hungria, Portugal e Dinamarca) obteve associação significativa entre a zona de serviço e a posição específica. A zona mais utilizada foi a Z1 (58.9%), seguida da Z6 (22.7%). Segundo o autor, os resultados indicam que a antiga regra que limitava o serviço à zona 1, ainda se faz ressentir atualmente. Relativamente às especializações funcionais, as atacantes centrais (34.5%) e as distribuidoras (31.9%) foram as que mais contribuíram para o predomínio da Z1. Já as atacantes Z4 destacaram-se nos serviços efetuados da Z6 (57%). De referir, que do total das ações de serviço efetuadas, as atacantes Z4 (31.8%) e as centrais (31.2%) efetuaram o maior número de ações em relação às demais posições específicas. Quiroga et al. (2010) desenvolveram um estudo efetuado com atletas de elite, de oito equipas femininas participantes em 2 etapas da Final Four na Indesit European Champions Leagues, com o objetivo de verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre várias posições específicas com relação às características do serviço (tipo, velocidade, zona de serviço e a eficácia do serviço). Os autores relataram que do total dos serviços analisados (1300 serviços), 59.1% foram executados em apoio e 40.9% em suspensão. A zona de serviço escolhida com maior frequência pelas atletas foi a Z1 (60.5%) e quando relacionada com o tipo de serviço, os autores destacam a correlação entre a Z1 e o serviço tipo ténis flutuante com a maior percentagem (44.1%), seguida do serviço em suspensão potente (31.9%). Esta foi a zona em que se consegui mais pontos diretos por parte das jogadoras (70.3%). 18. !.

(35) Introdução. Quanto às posições específicas, a Z1 foi a mais procurada pelas atacantes Z4 (33.4%), seguida de distribuidoras (29.1%) e jogadoras opostas (21%). As atacantes centrais escolheram por servir atrás da Z5 (64.1%). Segundo os autores, estes resultados poderão ser explicados pelo facto de as jogadoras optarem servir atrás da zona que posteriormente ocupam durante a defesa, facilitando assim a transição da área de serviço para a área de defesa, com o intuito de reduzir o espaço que necessitam de cobrir, respeitando ao mesmo tempo o sistema de jogo. O mesmo estudo verificou uma associação significativa entre a jogadora oposta e eficácia 0 (serviço falhado) e entre a distribuidora e eficácia 1 (serviço que permite a construção de qualquer tipo de ataque). Segundo Gabbett et al. (2007), a técnica do serviço tem sido considerada uma ação discriminante na seleção dos jovens talentos, evidenciando assim a sua importância nestas idades. Dávila-Romero e García-Hermoso (2012) reiteram esta ideia afirmando que o serviço poderá ser entendido como discriminante entre a vitória e a derrota, nos escalões de formação. Esta constatação é suportada pelo estudo efetuado por estes autores, que visou determinar quais as ações finais do jogo que diferenciam a vitória da derrota, em escalões de formação feminino (infantis e cadetes) nos últimos sets, com uma vantagem mínima de dois pontos. Os resultados da análise discriminante mostraram que entre as ações de jogo mais significativas e que distinguiram as equipas vencedoras das derrotadas, o serviço negativo foi uma delas, no escalão infantil, que conduziu à derrota do set. Os investigadores justificaram os resultados obtidos suportados na afirmação de García-Tormo et al. (2006), de que, nestes escalões de formação não se manifesta um domínio e controlo do serviço suficientes para evidenciar uma intenção tática clara, pois como o estudo destes autores demonstrou, as jogadoras assumiram um nível de risco voluntário e adaptado à situação de jogo. Rodrigues et al. (2005) procurou investigar qual o perfil de desempenho e os requisitos para a vitória no jogo de voleibol, com base na análise das várias ações de jogo, num estudo efetuado na fase final do Campeonato Nacional do Desporto Escolar com equipas femininas e masculinas do escalão de juvenis. A avaliação do serviço foi efetuada segundo três níveis de resultados: positivo, indiferente ou negativo. Assim sendo, o serviço obteve nas equipas femininas uma percentagem de 32% nas ações positivas e de 14% nas ações negativas, apresentando uma 19. !.

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Figura 7 - Zonas de serviço ZS5ZS6ZS1
Figura 11 - Gráfico de Scores Z referente à avaliação dos indicadores antropométricos por  posição específica
Figura  12  -  Representação  gráfica  da  avaliação  relativa  aos  indicadores  condicionais  de  acordo com a idade
Figura  13  -  Representação  gráfica  da  avaliação  relativa  aos  indicadores  condicionais  por  posição específica
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