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Dois corpos que dançam : aspectos históricos, vivenciais e reflexivos da dança de salão

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES.

DEART – DEPARTAMENTO DE ARTES LICENCIATURA EM DANÇA

DOIS CORPOS QUE DANÇAM:

Aspectos históricos, vivenciais e reflexivos da dança de salão

ISHAD JORDAN PEGADO FREIRE DE LIMA

Natal/RN 2018

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ISHAD JORDAN PEGADO FREIRE DE LIMA

DOIS CORPOS QUE DANÇAM:

Aspectos históricos, vivenciais e reflexivos da dança de salão

Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Licenciado em Dança.

Orientadora: Profª Drª Teodora de Araújo Alves

Natal/RN 2018

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ISHAD JORDAN PEGADO FREIRE DE LIMA

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Prof.ª Dr. ª Teodora de Araújo Alves.

ORIENTADORA

_________________________________________ Prof.ª Dr. ª Larissa Kelly de Oliveira Marques

EXAMINADORA

_________________________________________ Prof.ª Dr. ª Marineide Furtado Campos

EXAMINADORA

Natal/RN 2018

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa e companheira, que esteve sempre presente neste período de realização e descoberta.

Dedico a minha mãe, que mesmo em face das maiores dificuldades, colocou minha educação em primeiro plano.

Aos mestres que com carinho passaram um pouco de seu conhecimento e seu amor pela arte e pela vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, a Deus, nosso pai, por me permitir, mesmo diante dos maiores problemas, enxergar a arte como sendo fio condutor de uma beleza sem fim e um pavio necessário para explodir as angústias e mágoas e sempre continuar.

Agradeço a Luiza Gabryella e meu querido filho que estiveram junto a mim, a todo momento, me dando forças para trilhar esse caminho que quase sempre é árduo, vocês são minha inspiração para trilhar esse caminho maravilhoso.

A Suely Santiago e Jacqueline Santiago, o meu eterno muito obrigado.

Agradeço a Larissa Kelly, Marineide Furtado e aos demais professores do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que me inundaram com conhecimento e sempre incentivaram a buscar um recipiente mais fundo, pois conhecimento nunca é demais.

Agradeço aos amigos que fiz e que por várias vezes me incentivaram a continuar. Agradeço, em especial, a Teodora Alves, que me orientou sempre pontualmente na criação deste trabalho, que sem dúvida, foi um grande desafio para mim.

Por fim, agradeço à dança por ter me escolhido para estarmos de mãos dadas nos palcos da vida.

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Que os corpos falem de si ao dançarem e que dancem para não esquecer quem são. (Teodora Alves)

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Sumário

1. UM CONVITE AO BAILE 10

2. CONTEXTOS HISTÓRICOS DA DANÇA (A DOIS) 13

2.1. Danças de Salão no Brasil 17

3. A DANÇA DE SALÃO EM NATAL/RN: ASPECTOS HISTÓRICOS, VIVENCIAIS E

FORMATIVOS 21

3.1. Contextualização sobre o cenário da dança de salão em Natal/RN 21

3.2. Aspectos vivenciais de praticantes da dança de salão 23

3.3. Aspectos formativos dos profissionais que ensinam a dança de salão 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS 28

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RESUMO

O presente artigo objetivou trazer à tona algumas narrativas teórico-histórico-vivenciais acerca da dança de salão. Através da pesquisa de natureza teórica reunimos relatos documentados em artigos, livros, dialogamos com vários autores e realizamos entrevistas com praticantes da dança de salão, buscando conhecer um pouco de suas histórias e um pouco da história da dança que eles vivem. Para tanto, foram realizadas entrevistas com cinco praticantes de dança de salão, são alunos e ex alunos de escolas de dança de Natal. Conversamos ainda com profissionais, um egresso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e uma professora que vivencia a dança de salão há vários anos. Diante do exposto, buscamos contextualizar aspectos históricos desta dança e compreender como a experiência com a esta modalidade pode repercutir minimamente na formação do sujeito que dança e do sujeito que ensina. Para compor estas linhas, trago a fala destes corpos praticantes da dança de salão, suas inquietações e sua experiência a partir do que lhes foi e é passado, desse modo, procurando contribuir para a área acadêmica de forma a apresentar aspectos históricos, vivenciais e reflexivos da dança a dois. Para os mesmos lançamos as seguintes questões: Por que procurou a dança de salão? Qual o sentido/significado dela na sua vida? Que resultado você percebe recorrente dessa pratica? Você conhece algum dado histórico sobre a dança de salão? Ao final do processo metodológico e reflexivo, chegamos, juntamente com os entrevistados, à compreensão de que a história e as reflexões que permeiam a vivência com a dança de salão são consideradas de modo ainda bastante incipiente, sobretudo, por ser uma dança com várias modalidades, pouco espaço formativo específico e muitos dos seus praticantes a buscarem basicamente pela melhoria da qualidade de vida e da prática do exercício físico. Desse modo, compreendemos que unir aspectos da história da dança de salão; problematizar aspectos advindos da dança enquanto, arte no contexto de seu ensino e considerar os sentidos e significados que seus praticantes dão à sua experiência de dançar a dois, podem revelar um rico material ainda em exploração.

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ABSTRACT

The present article aimed to bring to the fore some theoretical-historical-narrative narratives about ballroom dancing. Through theoretical research, we have gathered documented reports in articles, books, dialogues with various authors and interviews with practitioners of ballroom dancing, seeking to know a little of their stories and a little of the history of the dance that they live. For that, interviews were conducted with five ballroom dance practitioners, students and former students of dance schools in Natal. We also talked with professionals, an alumnus of the Federal University of Rio Grande do Norte and a teacher who has been living in ballroom dancing for several years. Given the above, we seek to contextualize historical aspects of this dance and to understand how the experience with this modality can have minimal repercussion in the formation of the subject that dances and of the subject that teaches. To compose these lines, I bring the speech of these practitioners of ballroom dancing, their concerns and their experience from what was and is past to them, thus seeking to contribute to the academic area in order to present historical, experiential and reflexive aspects from dance to two. For them we asked the following questions: 1) why did you go to the ballroom dance? 2) What is the meaning / meaning of it in your life? 3) What result do you notice recurring from this practice? 4) do you know any historical data about ballroom dancing? At the end of the methodological and reflective process, together with the interviewees, we come to the understanding that the history and the reflections that permeate the experience with the ballroom dance are still considered very incipient, mainly because it is a dance with various modalities, little specific training space and many of its practitioners to basically seek to improve the quality of life and practice of physical exercise. In this way, we understand that uniting aspects of the history of ballroom dancing; problematizing aspects of dance while art in the context of its teaching and considering the meanings and meanings that its practitioners give to their experience of dancing to two can reveal a rich material still in exploration

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10 1. UM CONVITE AO BAILE

Durante séculos, a humanidade tem buscado compreender a história de cada povo, tendo necessidade de buscar escrever aquilo que foi vivido no tempo e espaço. As linhas que descrevem a história do ser humano vão sendo urdidas de modo a trazer uma narrativa organizada. Unir os vários fios que guardam as informações de como a arte da dança vem sendo escrita, ao longo do tempo, é um trabalho quase sempre a passos lentos e que requer cautela na escrita, considerando, sobretudo, que a história não se faz de modo linear; ela é constituída por fatos e aspectos situados em contextos históricos, políticos e sociais. Integrando várias culturas, a dança tem sua história escrita sob diversos enfoques, de modo que muitos pesquisadores produziram materiais variados.

A música, o teatro, a dança e as artes visuais são formas de arte que deram início aos trabalhos cênicos pelo mundo, a dança, por sua vez, tem um papel fundamental para a composição do movimento corporal do homem. No período pré-histórico, o homem descobre a dança através dos rituais e dançava para esta finalidade, porém, não se sabe ao certo quando o ser humano se dá conta que está realmente dançando.

O homem primitivo dançava como sinal de exuberância física, rudimentar tentativa de comunicação e, posteriormente já como forma de ritual. Dançou-se assim desde os tempos imemoriais, em torno de fogueiras e diante de cavernas: gestos rítmicos, repetitivos, às vezes levados ao paroxismo, serviam para aquecer os corpos antes da caça e do combate (PORTINARI, 1989, p.17).

As descobertas em cavernas de homens dançando foram um marco para os estudos de dança, Bourcier (2001, p.5) discorre sobre uma silhueta descoberta na gruta de Gabillou (perto da comuna de Mussidan na França), onde a cabeça e o corpo do personagem estão cobertos de peles, e as pernas indicam um salto. Essas pinturas trazem à tona imagens de pessoas dançando em rodas, ao redor de uma possível caça, trazem ainda cenas do cotidiano, pessoas correndo, saltando e simulando as formas e posturas dos animais.

Data de 8000 a C., portanto, do mesolítico, quando as representações de grupo começavam a ser frequentes, esta cena gravada na gruta de Addaura apresenta uma roda de sete personagens dançando em torno de dois personagens centrais que se contorcem no chão – um deles parece estar na posição de ponte. Estes últimos são itifálicos, enquanto os outros não o são. Todos estão nus, mas usam máscaras com o focinho pontudo,

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11 frequentemente encontradas nas figuras parietais – mesmo naquelas que não indicam movimento – e que não representam um animal claramente determinado. O movimento vai da direita para esquerda, ou seja, é o da direção aparente dos astros, o sol e a lua. Deve-se reconhecer uma dança cósmica. A resposta não cabe ao domínio da constatação. Sem aventar hipóteses gratuitas, contentar-nos-emos em observar que todas as rodas espontâneas, mesmo as das crianças de nossos dias, giram na mesma direção. Trata-se aqui da mais antiga representação da dança de grupo. No atual estado de nossos conhecimentos, a roda é o movimento primitivo da dança coral. É verdade que a roda tem as virtudes de uma dinâmica de grupo, principalmente nos casos em que é conduzida por animadores colocados no centro, como acontece em geral nas danças africanas, por exemplo. Há uma excitação nervosa recíproca, um abandono de ao menos uma parte da identidade pessoal em proveito da identidade de grupo (BOURCIER, 2001, p. 8).

Com a instalação do sedentarismo, no período neolítico, o homem vai aos poucos modificando seus rituais e costumes para com isso se adequar a uma nova forma de viver, não sendo preciso se distanciar muitas léguas para garantir seu alimento, nem ter que deixar o local que estão vivendo em busca de novas provisões. O homem aprende a cultivar seus grãos e cuidar de seus animais, domesticando muitos e se defendendo de outros.

No século XV (período renascentista), às danças começaram a ser concentradas nos salões para entretenimento de uma corte ávida por espetáculos, aos poucos, foram surgindo as danças de salão, que eram realizadas em pares.

A dança passou a traduzir situações e estados da alma, levando o homem a praticá-la, não apenas sozinho, mas com um parceiro ou em grupo (ROCHA, 2007). Surge aí, o que poderemos chamar de danças de salão.

Considerando a pertinência do tema escolhido para a presente pesquisa, me vejo também contribuindo para tecer os fios dessa narrativa da dança de salão, de modo que essa grande tessitura se entrelaça com alguns fios da minha história pessoal, enquanto praticante dessa modalidade de dança, fato que contribuiu para minha entrada no Curso de Licenciatura em Dança.

Desde muito pequeno, fui um garoto introvertido e bastante tímido, os primeiros contatos que tive com a dança foram através de alguns professores que, por muitas vezes, se valiam de sua moral resguardada na sala de aula para que eu pudesse participar de algum projeto. Dia das mães, do índio, da bandeira, São João, tudo era motivo para uma apresentação de dança, com isso, meus pequenos problemas pessoais foram melhorando, algum tempo depois, por intermédio de uma psicóloga, comecei a frequentar algumas aulas de

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teatro na escola, na minha visão, nada muito sério, porém, nos dias atuais, vejo que estas escolhas interferiram e muito nos caminhos que trilhei ao longo da vida.

Por volta dos dez anos de idade, dei uma pausa nestas aulas de teatro e comecei a praticar artes marciais, com isso, o corpo foi sendo moldado de uma nova forma, algo que sempre me atraiu muito, mesmo assim, o contato com a dança não era perdido, pois sempre tinha uma data comemorativa em que as professoras tinham uma dança a realizar e logo eu era escalado. Aproximadamente aos quinze anos, fui convidado por amigas, que na época estavam na mesma instituição de ensino que eu, a prestigiar uma apresentação, de dança no antigo teatro Sandoval Wanderlei, no bairro do Alecrim, chegando lá, me deparei com uma realidade diferente da dança na escola, me vi maravilhado com o mundo que estava se apresentando a mim, naquele momento, na semana seguinte, já estava praticando aquilo que hoje intitulo de dança mix, que consiste em uma aula com várias técnicas de dança reunidas.

Com alguns caminhos da dança se abrindo para mim, surgia uma escola de dança de salão em Natal, ela tinha uma proposta que era trazer a dança de salão para todos, e comecei a aprender as técnicas de samba, bolero, forró, salsa, tango, entre outras. Fui colaborador nesta academia e assim o aprimoramento da técnica aprendida estava sendo possível e surgiu, neste meio tempo, a oportunidade de realizar o processo seletivo para a graduação em Dança pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, fato que me levou em busca desta que poderia me auxiliar, ainda mais, nos estudos da dança e do corpo. Consegui a aprovação e os estudos se intensificaram, até este momento, em que escrevo estas linhas. Falar de dança de salão é para mim algo bastante nostálgico, pois foi e é através dela que tenho minhas alegrias, tristezas, dores e amores expressados de forma a retratar toda uma paixão pela dança, pelo corpo e pelo movimento.

Diante do exposto, buscamos contextualizar aspectos históricos da dança de salão e compreendermos como a experiência com a dança de salão pode repercutir minimamente na formação do sujeito que dança e do sujeito que ensina. Para tanto, trago a fala de corpos praticantes da dança de salão, suas inquietações e sua experiência a partir do que lhes foi e é passado, desse modo, procurando contribuir para a área acadêmica, de forma a apresentar aspectos históricos, vivenciais e reflexivos da dança a dois. Os escritos de dança de salão são muitas vezes incipientes, pois não trazem uma abordagem aprofundada sobre o que a dança de salão promove de benefícios mais amplos para seus praticantes.

A dança tem um papel importante na sociedade, Leal e Hass (2006) afirmam, por exemplo, que a dança na terceira idade é importante, pois, de acordo com suas entrevistadas,

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proporciona um bem-estar físico, mental, psicológico e traz satisfação pessoal. A dança também gera uma percepção corporal fantástica. Alves (1997) destaca que, durante as aulas, o corpo sujeito pode ser impulsionado a expressar, entre outros aspectos, suas emoções. Temores podem ser liberados de forma espontânea e isso ocorre na presença acolhedora do outro. Dançar a dois pode ser, em minha visão, considerado uma forma de entrega, pois para uma perfeita harmonia, os parceiros se entregam à melodia e atuam diretamente dentro da kinesfera1 um do outro, transformando-a em uma só.

Através da pesquisa reunimos relatos documentados em artigos, livros e entrevistas com praticantes da dança de salão, buscando conhecer um pouco de suas histórias e um pouco da história da dança que eles vivem. Para tanto, foram realizadas entrevistas com cinco praticantes de dança de salão, são alunos e ex alunos de escolas de dança de Natal. Conversamos ainda com profissionais, um egresso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e uma professora que vivencia a dança de salão há vários anos.

2. CONTEXTOS HISTÓRICOS DA DANÇA (A DOIS)

A busca pela causa sempre trouxe ao ser humano uma grande inquietação, buscamos conhecer o motivo e a razão de tudo que nos cerca. No estudo da dança não é diferente, em termos gerais, os pesquisadores buscam conhecer as inquietações que levam as sociedades primitivas, modernas e contemporâneas a dançar.

A dança em sua forma mais bruta nasceu associada a práticas mágicas, os homens e mulheres dançavam em homenagem à natureza, dançavam para ter fertilidade, dançavam para obter melhores colheitas. A dança sempre esteve presente no dia a dia das civilizações e,

Existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos. Todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram. Dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver! (TAVARES, 2005, p.93).

Percebemos ainda, neste início, que a dança

[...] aparece registrada nos mais antigos testemunhos gráficos da pré-história, documento que datam da última época glaciar, dez a quinze anos antes da nossa era e podem ser observados nas cavernas pré-históricas do

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Kinesfera ou Cinesfera é a esfera que delimita o limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente. Esta esfera cerca o corpo, esteja ele em movimento ou em imobilidade, e se mantém constante em relação ao corpo, sendo 'carregada' pelo corpo, quando este se move. (https://brainly.com.br/tarefa/1120803)

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14 Levante espanhol – Alpera (Valência) e Cogull (Lérida) – e são semelhantes a outros documentos pré-históricos relativos à Dança encontrados na África do Sul (Rodésia e Orange) e na França (Solutrais e Dourdogne). Tais pinturas rupestres levam-nos a crer que o homem primitivo executava danças coletivas nas quais predominavam os movimentos convulsivos e desordenados [...] (RIBAS, 1959, p.26).

Ao bater os pés no chão, o homem pré-histórico descobre que os sons realizados em conjunto com as mãos podem ser utilizados de forma harmônica, para a construção de novas formas de manifestar os seus rituais.

Muito tempo se passou, desde o início da dança, a evolução chega de forma gradativa e, com isso, as mudanças também acompanham. No período neolítico, o ser humano começa a conviver em sociedade, para se proteger de vários predadores, temos o surgimento do sedentarismo, e com isso, foram originados os ritos de fertilidade, Portinari (1989) afirma que estes ritos eram uma maneira de tentar controlar a natureza, tendo como objetivo uma colheita farta, de acordo com (DINIZ, 2016). Muitos dos trabalhos realizados eram acompanhados e regulados por marcações rítmicas como palmas e gritos.

Na idade média, com o advento do cristianismo, as danças estavam atreladas à religião, nesta época, a igreja era autoridade constituída e, com isso as manifestações corporais foram proibidas, pois a dança foi vinculada ao pecado. A instituição religiosa, no entanto, não consegue interferir na dança dos camponeses, onde estes começaram a introduzir personagens religiosos para camuflar seus ritos. Devido à grande propagação da peste negra e de várias outras doenças epidemiológicas entre os séculos XI e XII, as pessoas dançavam com medo da morte, essa dança ficou conhecida como dança macabra.

Entre os séculos XI e XII surgiu o fenômeno da Dançomania que durou até o Renascimento. Era o sinal de desespero diante de dores físicas e de doenças epidêmicas como a peste negra, que ceifou milhares de vidas. Numa histeria coletiva, as pessoas dançavam freneticamente expressando o pavor da morte. Daí resulta o nome de dança macabra como ficou conhecida (PORTINARI, 1989, p.52).

Ainda segundo Portinari (1989), a atitude da igreja em relação à dança foi completamente dúbia, pois de um lado repreendia com severidade e de outro era tolerada. Alves (2011, p.3) afirma que a dança, durante a Idade Média, era vista como fonte de pecado pela moral cristã, sendo perseguida e praticada sob o olhar da igreja.

A partir do século XV, temos o advento do renascimento, as artes passam por grande modificação, com a dança não é diferente, esta passa a ser codificada, de acordo com os

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gostos de um rei e com a necessidade de entretenimento de uma corte. José (2005) por sua vez afirma que a cultura do renascimento aproximou a elite e o povo, devido à libertação nas artes, cultura e política que influenciaram no comportamento, na nova forma de viver. A corte se transforma, devendo oferecer uma imagem à altura da aristocracia endinheirada. Cada senhor devota-se a impor respeito e admiração a amigos e inimigos, cercando-se de luxo, tanto quanto de armas (PORTINARI, 1989, p.56). O grande desenvolvimento se deu particularmente em Florença na Itália, onde os espetáculos de dança receberam o nome de trionfi – triunfos, que simbolizavam, principalmente, tudo de mais luxuoso que a corte poderia ter e oferecer, com a participação de vários artistas da época.

Durante este período, a dança era caracterizada principalmente como dança de corte, essas eram aprendidas por todos, que frequentavam a nobreza e apresentavam um caráter rígido e de grande hierarquia. Cada dança tinha suas características próprias, geralmente dançadas em círculos, formação muito comum para as danças da época e ainda podemos citar as diferentes formações realizadas pelas damas, que muitas vezes, dentro dos círculos, giravam no sentido contrário ao do cavalheiro.

Os bailes de corte tinham um aspecto político, posto que, durante as manifestações, os participantes que frequentavam as festas da nobreza, aproveitavam a oportunidade para uma definição de papéis e de posições sociais, ganhos ou compras de títulos.

Segundo Regert (2003), a princípio, as danças não eram dançadas a dois, homens e mulheres quase não se tocavam, as danças eram realizadas em grupos, trocando de posições e quase sempre mudavam conforme a música tocada.

As primeiras danças sociais dançadas em casais, que se tem registro no século XIV, são as Basse Dances, onde, posteriormente, serviu de inspiração para a Pavana, esta era dançada somente pelos nobres e aristocratas, e faziam parte de sua educação, diferenciando nobreza e plebe, que considerada classe mais baixa, praticava as danças folclóricas de sua época.

No século XV, as danças realizadas pelas classes baixas em suas festas e comemorações chegaram aos salões da nobreza por meio dos dançarinos e/ou mestres-de-baile. Estes eram contratados pelos nobres para que lhes ensinassem as Danças Sociais que, ao chegarem aos salões da corte, ganharam refinamento e status, tanto que além de serem executadas nos grandes bailes, passaram a fazer parte da educação da nobreza (TONELI, 2007, p. 21).

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Durante o renascimento, os professores de dança foram surgindo devido à grande necessidade da aristocracia em aprender as danças sociais, e de acordo com Toneli (2007) a aristocracia imitava a plebe, dando sempre um toque de requinte na evolução de suas danças.

As coreografias dos triunfos eram majestosas [...] logo, tornou-se necessário introduzir nas cortes a figura do mestre de dança. A ele competia, além de ensinar os passos, fazer também a marcação coreográfica em torno de um tema escolhido pelo senhor que o empregava. Embora bem tratado, o mestre de dança era um simples empregado como qualquer outro dentro dos palácios. [...] Quase todos os mestres de dança eram de origem judaica. Viviam em áreas separadas, os guetos, cultivando suas tradições e apenas tolerados, quando não violentamente perseguidos pela inquisição. Instruídos, falavam várias línguas, conheciam música a fundo e tocavam diversos instrumentos (PORTINARI, 1989, p.58).

Algumas danças sociais, como a Gavote, Pavana e o Minuet, tiveram uma grande aceitação social, com um destaque a esta última, pois foi sucesso, tanto na França que é seu país de origem, quanto em outros locais do mundo.

Segundo Mcgowan (2008a, p. 91 apud NUNES, 2015, p. 47), “as pessoas utilizavam a Pavana como forma de exibicionismo, pois eram utilizadas roupas muito elegantes e sempre havia a possibilidade de exibir vestimentas e acessórios”.

“Os passos eram simples e chamavam-se de avançar e recuar. Ao recuar, os cavalheiros caminhavam atrás de suas senhoras, levando-os pela mão; alguns passos de deslizamento e muitas reverências seguiram, e todos recuperavam seu lugar. Um dos cavalheiros avançou sozinho, e, descrevendo uma ligeira curva no meio do salão de baile, foi "en se pavanant" (se pavoneando como um pavão) para saudar a senhora do lado oposto. Finalmente, dando alguns passos para trás, recuperou seu lugar, curvando-se com sua própria dama” (HORST, 1987, p.12 apud NUNES, 2015, p.53. Tradução nossa).

Fonte: Google (Acesso em 19 de outubro de 2017) Figura 1 - Autor desconhecido. Escola italiana, ca.1580

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A Gavota ou Gavote era uma dança campesina, onde homens e mulheres trocavam muitos beijos corteses e vários saltos durante sua execução, de acordo com Horst, (1987, p.72) conforme citado por Nunes (2015, p.59) “quando a dança começa a frequentar os grandes salões, ela dá início a perda de sua característica, ganhando um tom mais formal, imponente e artificial”.

De acordo com Perna (2005), O Minueto ou Minuet era uma dança francesa de ritmo ternário, de pares ainda não enlaçados, caracterizada pela graciosidade e equilíbrio dos movimentos. “O Minuet foi considerado a “expressão mais refinada, do ritual de cortejo”, sendo a dança mais popular da corte francesa até a Revolução Francesa em 1789”. “Os Dançarinos se olhavam frequentemente, onde, no jogo corporal de recuar e aproximar-se, o único contato físico, entre eles, era as mãos dadas com os cotovelos estendidos” Hilton, (2003b apud NUNES, 2015, p.64).

2.1.Danças de Salão no Brasil

Antes de termos a família real portuguesa em solo brasileiro, não podemos deixar de citar as danças indígenas, estas em determinados momentos e rituais eram dançadas em pares.

As danças dos indígenas, primitivos habitantes do Brasil, são classificadas pelo musicólogo Luís Heitor da seguinte maneira: RITUAIS: 1) de fundo puramente religioso ou ligadas às diversas cerimonias que marcam a evolução da vida individual e do grupo social; 2) guerreiras; 3) venatórias (de caça); 4) funerárias; 5) báquicas. RECREATIVAS: l) coletivas ou com numerosos participantes; 2) Fonte: Google (Acesso em 26 de outubro de 2017)

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18 individuais ou com número restrito de participantes. De acordo com a disposição e os movimentos coreográficos, elas podem ser divididas como se segue: 1) roda – os dançarinos, lado a lado, com a frente voltada para o círculo; uns atrás dos outros, individualmente ou “aos pares”, fechando o círculo; 2) cordão ou fila; 3) grupos opostos; 4) saltatórias; 5) imitativas. Geralmente, as características das danças diferem de uma tribo para outra e os sexos não se misturam durante a execução. O uso de mascaras é comum; elas reproduzem animais ou seres sobrenaturais. (ELLMERICH, 1987, p. 113)

De acordo com Perna (2005), “a dança de salão chegou ao Brasil através dos portugueses no século XVI e mais tarde pelos imigrantes de outras nacionalidades. ”

A primeira leva de negros escravizados, que chegou ao Brasil, em 1538, trouxe uma gama de novos costumes, vestuários, alimentícios, musicais, religiosos e, inclusive, na dança, onde todos estes foram incorporados aos já existentes no local.

Com tudo isso acontecendo, a família real portuguesa aporta em solo brasileiro, trazendo na bagagem quase tudo que era realizado na Europa, as danças que, por sua vez, eram moda por lá, passam a ser executadas, além dos trópicos e, segundo Faria (2013), “Qualquer evento era motivo para um baile”.

De acordo com Ellmerich (1987) os colonos que aqui chegaram trouxeram algumas danças populares das quais se instalaram no Brasil, essas danças foram: O minueto; A gavota (Dança que estava em moda na Europa); O fandango; A cana-verde; A dança-de-santa-cruz; A dança de São Gonçalo; A chimarrita.

Perna (2002) diz que a corte ainda trouxe outras danças, sendo ampliada a influência das danças estrangeiras em nosso pais, como por exemplo: a Valsa (proveniente dos povos germânicos), a Polca e a Mazurca (proveniente dos eslavos).

A corte, com sua necessidade de atualização constante, começa a buscar os mestres de dança europeus, podemos citar especialmente os franceses, estes eram responsáveis por deixar em dia as danças que estavam na moda da época. O professor, mais conhecido desta época, é o Frances Luiz Lacombe que, em 1811, chega ao Rio de Janeiro e começa a dar aulas de dança à sociedade, em seguida, os outros três irmãos de Lacombe também chegam ao Brasil. Um destaque também para os mestres Milliet e Chevalier, que obtiveram grande êxito no Brasil. Em 1840, também chegaram os mestres Philippe Caton e sua esposa, Carolina a Corte (PERNA, 2005).

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Com o decorrer do tempo, as danças da sociedade foram evoluindo ao ponto de que eram executadas com o mais fino requinte e rigor da aristocracia. A dança tradicional estava presente, mas somente nos interiores e em algumas pequenas comunidades, poderemos verificar com uma constante maior a presença destas danças.

Segundo José (2005), durante o primeiro império, o domínio da valsa era marcante. Executava-se a valsa francesa com graça e leveza, a valsa prussiana2 com movimentos rápidos e a valsa rodada bastante ágil. Durante o segundo reinado, os bailes e as danças de salão eram considerados as diversões prediletas da sociedade no Rio de Janeiro (JOSÉ, 2005).

Nessa época ainda se dançava em grande escala, a valsa e esta era a predileta da sociedade mais abastada do Brasil. Os frequentadores dos grandes salões dançavam as danças da moda, os chótis, as polcas e as quadrilhas, dançadas, tanto nos palácios quanto nas reuniões da sociedade.

Com a instituição da modernidade no Brasil, a chegada das máquinas a vapor e das ferrovias, a moda europeia exercia grande influência na sociedade brasileira. As pessoas começaram a sair de suas casas para os bailes, os jovens começaram a participar mais da vida boêmia da sociedade.

Em 1864, estoura a guerra do Paraguai e, neste período, grandes festejos foram realizados como cita Toneli (2007). “O pós-guerra gerou alguns meses de comemorações e muitos bailes e Festas foram realizadas. No entanto, a elite passou por momentos difíceis – tais festas eram populares, das classes mais baixas – e alguns teatros e salões cariocas foram fechados. ” Com o aumento da população, principalmente, a de origem humilde, que segundo Perna (2001, p. 26), é o embrião de todo movimento musical e de dança no Rio de Janeiro, as atividades sociais se intensificaram.

No final do século XIX, também teve origem a primeira dança de salão genuinamente brasileira: O Maxixe, este como forma de dança, nasceu antes mesmo do Maxixe como forma de música, onde, posteriormente, a dança e a música marcariam um ritmo próprio para as classes mais humildes da sociedade (PERNA, 2005). O Maxixe foi a primeira dança de salão genuinamente brasileira, e surgiu no Rio de Janeiro por volta do ano 1870. (TONELI. 2007).

O Maxixe surge da vontade dos dançarinos populares de dançar de forma mais livre os ritmos existentes na corte, sempre adaptando a eles os seus passos e seus movimentos, com os quadris. Neste início humilde, o Maxixe utilizava as músicas de Polca, Mazurca e, posteriormente, as músicas baseadas no Tango. Como o Tango na Argentina, o Maxixe não

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foi bem aceito na sociedade de elite carioca, pois além de apresentar passos sensuais, era dançado em gafieiras e cabarés, locais que, para a época, feriam a moral e o bom costume, além do mais, a forma de dançar também era mal vista, pois os pares se enlaçavam pela perna e pelo braço, vão dançando, sempre muito junto e em um abraço forte. A aceitação do Maxixe se deu somente quando a dança passou a ser realizada nos clubes carnavalescos.

O grande sucesso do Maxixe se deu no início do século XX, pois em 1910, a dança chegou à Europa, mais precisamente, na Inglaterra e França e, posteriormente, aos Estados Unidos. Durante sua estadia na Europa, o Maxixe foi chamado de Tango brasileiro, tendo seus passos adaptados à forma europeia de dançar, diminuindo, assim, a sensualidade característica da dança.

Com o surgimento do Foxtrot3 e do Charleston4 e, posteriormente com o sucesso do Samba como gênero musical, o maxixe entrou em um declínio severo, porém, antes de “desaparecer da cena social” foi grande influenciador do Samba de salão.

O Samba como forma de dança de salão, surge nas noites cariocas em 1930, porém só foi se solidificar um século depois, não podemos deixar de citar, que antes disso, já existia o samba, enquanto música, este, por sua vez, tem origem no lundu e no batuque, que era o som que os escravos dançavam em suas festividades. De acordo com Toneli (2007), a gafieira era o local onde eram executadas as danças de salão, entre elas o samba, por essa razão, o samba de salão ficou mais conhecido como samba de gafieira. Estes bailes não eram frequentados pela elite da sociedade, com isso, eram bastante desqualificados.

Toneli (2007) afirma que a classe média começou a frequentar as gafieiras, a partir da década de 1960, devido à diminuição de locais para praticar a dança de salão. O Samba exige uma postura e, ao mesmo tempo, um gingado, sendo caracterizada como uma dança bastante complexa e de uma execução rebuscada e passos intricados.

Durante a década de 1970, com o surgimento das discotecas, as danças de salão foram sendo esquecidas, os casais começaram a dançar, de forma mais solta e separada. Influenciados pela mídia e pelas discotecas, os jovens esquecem um pouco a dança de salão,

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O foxtrote (foxtrot ou fox-trot em inglês) é uma dança de salão caracterizada por movimentos longos e contínuos, cuja direção segue o sentido anti-horário, em andamento suave e progressivo. (http://www.universodadancasp.com.br/foxtrot.php, acesso em 12/12/2017)

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O Charleston é uma dança surgida na década de 1920 pouco depois da Primeira guerra mundial, sendo um divertimento dos cabarés, onde as mulheres dançavam e mostravam mais as pernas porque

as saias eram mais curtas e tinham o cabelo à garçonne

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porém mesmo em declínio, a dança resistiu bravamente, até a década de 1980, quando surgem alguns nomes do salão, como Jaime Arôxa e Carlinhos de Jesus, no Brasil.

Durante a década de 1980, Jaime Arôxa saiu de Recife e foi para o Rio de Janeiro e, no ano de 1986, fundou sua própria escola, seguiu os trabalhos na escola paralelamente com os trabalhos de coreógrafo, bailarino e show man. Em 1989, foi o coreógrafo e o bailarino de seu primeiro trabalho para a televisão, a abertura da novela Kananga do Japão, da extinta TV manchete, foi o ápice para sua projeção como profissional da dança, e, de acordo com ele, conseguiu mais de 700 alunos para sua escola.

Carlinhos de Jesus é o típico “malandro carioca”, sempre de terno de linho branco e sapato bicolor, Amarantinho, como era conhecido, diz que aprendeu a dançar vendo os adultos dançarem, na escola, sempre ensinava os passos de dança para os amigos que gostavam de impressionar as meninas. Trabalhou como funcionário público, por 20 anos, tendo que optar pelo ensino da dança ou o formalismo da repartição. Em sua biografia, atesta que as portas se abriram para ele, quando foi convidado a dar aulas ao ator Edson Celulari para o filme A ópera do malandro, ganhou um papel no filme e conheceu pessoas com quem realizou parcerias, por mais de 10 anos

3. A DANÇA DE SALÃO EM NATAL/RN: ASPECTOS HISTÓRICOS, VIVENCIAIS E FORMATIVOS

3.1.Contextualização sobre o cenário da dança de salão em Natal/RN

A dança de salão, de certa forma, surge também de uma necessidade de quebra do estereótipo do corpo perfeito, quando diariamente em nossa sociedade, o culto a este corpo é mostrado de forma alarmante. A Grécia foi e ainda é referência para muitos como celeiro da beleza e perfeição, tanto que, nos dias atuais, algumas pessoas se referem a outrem como “Deus grego”, fazendo alusão a sua beleza e forma física. As visões de corpo são diferenciadas, o corpo, para o ocidental, sempre foi visto como algo material e fisiológico (PINTO & JESUS, 2000, p.89), já no oriente, o corpo é visto como uma extensão da alma. Segundo Pinto e Jesus (2000), as duas dimensões têm importâncias iguais e isso é muito valorizado e enfatizado nesta cultura. No contexto grego, de corpos caracteristicamente perfeitos, surge a valorização de bailarinos clássicos de corpos padronizados ao máximo, magros, esguios e com musculatura bem definida e delineada, com isso, aquele que foge desse padrão é, por muitas vezes, excluído da “elite da dança” [...] (ALVES, 2011).

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A dança de salão, por ter uma característica social, é muitas vezes responsável pela socialização dos indivíduos, por isso,

Durante muito tempo as pessoas idosas, gordas, com algum tipo de deficiência ou necessidade especial dificilmente eram incluídas socialmente, nem tampouco no cenário da dança. Com as transformações sociais em relação à inclusão social de toda e qualquer pessoa independente de sua crença, etnia, cor, condição física etc. a dança também é transformada e começa a perceber o valor da diversidade dos corpos que dançam, seja numa sincronia com outros corpos, seja com suas idiossincrasias físicas de ser portador de alguma deficiência ou seja de toda e qualquer forma criativa e expressiva que o corpo e a dança permitam (ALVES, 2011, p.11,12).

Devido ao surgimento de alguns programas de dança de salão ao longo dos anos esta modalidade vem sendo muito mais procurada, que o habitualmente, estes programas muitas vezes concebem a dança como uma forma de exercício físico e isso é muito difundido pela comunidade que procura os “profissionais do salão”. Em segundo lugar, na condição de praticante, posso citar a considerável procura de casais que buscam uma atividade em conjunto e de famílias com o intuito de diversão. As percepções destes corpos, que procuram um primeiro contato com a dança de salão, são por vezes limitadas, pois as atribuições do seu dia a dia, nem sempre favorecem ao desenvolvimento de uma consciência de si.

Em muitas aulas de dança de salão, o corpo sujeito do praticante não é levado em consideração, suas necessidades corporais nem sempre são respeitadas, pois ao considerar o modelo capitalista em que vivemos, alguns profissionais, exímios executores da dança de salão, são levados a uma reprodução de passos previamente codificados, onde não se tem tempo para a percepção corporal e para um trabalho mais consciente do corpo que dança. Muitos passos são colocados de uma forma a não propiciar o seu realizador. Com base em nossa experiência com a dança de salão, poucas foram as vezes que ouvimos de um professor que o aluno poderia realizar aquele movimento da forma que fosse confortável para o seu corpo, ou até mesmo, que o aluno fosse sensibilizado a praticar a dança a dois de modo criativo, realizando outros itinerários, a partir da base de cada dança proposta. Neste cenário mercadológico, me vem uma problemática, até onde as academias estão empenhadas em proporcionar uma percepção corporal de qualidade aos seus alunos? Ou o seu papel em nossa sociedade é puramente capitalista?

Antes de continuar, me sinto na obrigação de deixar claro, como pesquisador, minha predileção pelo termo “Escola de dança” e não por “Academia de dança”, uma vez que o primeiro pode levar a uma concepção mais coerente do que é o ensino da dança enquanto arte,

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o segundo termo pode trazer relações com uma perspectiva de fitness. Tratar a dança de salão como um exercício é uma forma válida, porém, o seu ensino vai muito além do exercício pela manutenção corporal, ele pode envolver outras perspectivas criativas e estéticas, trazendo sensações e emoções antes não vistas.

O mercado da dança 5 em Natal vem, aos poucos, se ampliando, desde o surgimento de alguns espaços para a pratica de dança até a criação de escolas de dança de salão. A formação dos profissionais, que vão lidar com os alunos-praticantes, é de grande necessidade, pois o grande diferencial de uma escola é o quão conhecimento o profissional vai imprimir em suas aulas.

Em Natal, a dança de salão veio a se firmar como atividade, com maior visibilidade, há pouco mais de 10 anos, no entanto, não posso deixar de citar que, antes disso, já existiam escolas que davam aulas de dança de salão, ou até mesmo, alguns clubes, a exemplo do Atlântico clube de Natal, localizado no bairro do alecrim e a Associação Atlética do Banco do Brasil, conhecido pelo acrônimo de AABB, localizado na avenida Hermes da Fonseca.

Alguns profissionais da dança de salão, vêm fazendo um trabalho bastante sólido até os dias atuais, nomes como Joark Schimit (A2 Academia de dança de salão), Léo e Fernanda Lima (Evidance), Larisa Lima (Evidance), Marcelo Santos e Gislâne Cruz (Estúdio Pra Dançar e egressos do curso de dança), estão com seus conhecimentos mudando o cenário da dança em Natal.

3.2.Aspectos vivenciais de praticantes da dança de salão

Durante a pesquisa, realizamos entrevistas com alunos, novos e antigos da dança de salão. Estas entrevistas surgiram da necessidade de conhecer estes aspetos de vivencia dos praticantes. A escolha dos entrevistados, se deu de forma aleatória, buscamos contar a história de vários praticantes, seja de espaços que não dispõe mais das aulas de dança de salão ou de espaços atuais. As questões propostas para eles foram: 1) por que procurou a dança de salão? 2) qual o sentido/significado dela na sua vida? 3) que resultado você percebe recorrente dessa pratica? 4) você conhece algum dado histórico sobre a dança de salão? Um dos sujeitos é aluno veterano da dança de salão, oriundo do funcionalismo público, ele relata que frequentou as aulas de dança na AABB.

Nós (ele e a esposa) íamos as aulas para fazer uma atividade juntos, porque não conseguíamos ficar juntos com muita frequência, ela

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Ao me referir sobre o mercado da dança falo sobre um novo nicho de ganhos onde empresários/artistas utilizam suas habilidades para obtenção de lucro.

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24 trabalhava em um turno e eu no outro, mas tiramos dois dias na semana para nos divertir com algo que ela gostava (ALUNO 1, da AABB).

Perguntamos, ainda, ao aluno 1 da AABB, como eram as aulas que ele participava. “Eram aulas boas, no geral, tinham mais casais, dava para contar nos dedos quantos jovens tinham na sala”. Relata que, na época, teve aulas com um homem e uma mulher, porém, não lembra o nome deles.

Os professores davam aulas muito boas, os alunos gostavam muito pois esqueciam dos problemas e tinham um momento de descontração com seu parceiro que por muitas das vezes era seu marido ou esposa. Quanto ao conteúdo as vezes eles traziam passos novos e mostravam para nós, quem tinha mais facilidade pegava muito rápido e já saia praticando, porém como era o meu caso de não ter muito jeito para a coisa eu demorava muito para aprender e sempre era preciso fazer da forma que o professor pedia, pois estava errado se fizéssemos de outra forma, mesmo que o final fosse o mesmo (ALUNO 1, AABB).

O entrevistado relata que devido a algumas dificuldades e demora de assimilar alguns passos as aulas de dança, para ele e a esposa, não duraram muito naquela época, “acabamos achando outras coisas para fazer e a dança de salão foi ficando em segundo plano para mim”.

Em outra entrevista realizada, a entrevistada é ex-aluna da escola de dança Evidance e relatou que buscou a dança de salão para unir o útil ao agradável.

Eu sempre digo que a arte me escolheu, desde criança meu contato com a dança se dava através das danças populares, porém para minha vida profissional escolhi a música e desde minha formação não tive mais tempo para praticar a dança. As danças de salão vieram a mim depois que sai da capital e vim fazer uma outra graduação aqui na cidade de Mossoró. Hoje não estou mais tocando com tanta frequência e meu trabalho é bem mais flexível. Queria muito fazer uma atividade física, conhecer novas pessoas e a dança de salão me permite isso (ALUNA 2, Evidance).

A entrevistada relatou também que as práticas de dança de salão a ajudaram a ter uma vida melhor e mais saudável.

Eu era muito sedentária e para minha nova formação não era legal, decidi fazer algo por mim. A dança de salão hoje me proporciona um grande prazer, me sinto menos cansada, tenho o corpo mais torneado e isso me deixa muito bem (ALUNA 2. Evidance)

Outra aluna de dança de salão relata:

Sempre me senti estranha quando criança e quando me tornei adulta vivia em casa, nos tempos livres ficava em frente ao computador e passa muito

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25 tempo assim. Precisei fazer uma consulta com uma nutricionista e ela logo me informou que estava com gordura no fígado, precisava mudar meus hábitos, principalmente os alimentares. Resolvi procurar algo que me desse prazer em praticar (ALUNA 3. Evidance).

Questiono o porquê da dança de salão:

Tentei academias renomadas na cidade, lutas (até gostei de algumas, porém me machucava muito), certa vez vi um filme que tinha Antônio Banderas dançando tango com uma garota e decidi ver outros filmes com a mesma temática, achei que poderia gostar de aprender a dançar e já unia o útil ao agradável. Sempre passava na frende da Evidance aqui em Natal e lá tinha uma placa de aprenda forró em um mês, me informei e fui tentar. Adorei, pouco tempo depois estava aprendendo outras modalidades de dança de salão (ALUNA 3. Evidance).

Quando questionei todos os alunos sobre o conhecimento deles da história da dança de salão, a resposta foi claramente parecida, o único conhecimento seria sobre a modalidade que mais praticam, ainda percebemos que, ao longo das entrevistas, o fator predominante para escolha da dança de salão foi o fato de que os entrevistados não gostavam de academias de musculação, os sujeitos buscaram a dança para aplacar uma necessidade e trazer um prazer na pratica e a melhoria da qualidade de vida.

O corpo, por vezes, é submetido a mudanças físico-estéticas, seja de suas características naturais, seja o trabalhado para práticas de mercado de consumo, o que não se pode deixar de lado, são as memórias e as potencialidades que esses corpos são capazes de trazer, o quanto podem contribuir para um grande enriquecimento de uma aula. De acordo com dados obtidos, até este momento, a única escola alvo de minha pesquisa, que conserva as aulas de dança é a escola de dança Evidance, que atualmente está situada no bairro de Candelária e é umas das várias que se formaram em Natal, diversos, alunos que entraram e saíram da universidade, já estiveram nesse ambiente, seja com aulas ou pequenos eventos.

3.3.Aspectos formativos dos profissionais que ensinam a dança de salão

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ano de 2009, realizou seu primeiro vestibular para o curso de dança, no período, foram aprovados 40 alunos. O curso vem tentar suprir uma demanda crescente na sociedade, uma vez que a disciplina de dança é obrigatória em parte do ensino regular. Durante a formação, os alunos são estimulados a todo momento a desenvolver um pensamento crítico e social sobre a dança, o corpo, as artes,

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métodos, metodologias e investigações pedagógicas. 6O referido Curso de Licenciatura em Dança da UFRN propicia uma gama de conhecimentos, antes não estudados. Trata-se de um leque de oportunidades para seus praticantes, ampliando a consciência em dança e em seu corpo. Nesse contexto, questionado sobre sua visão do curso, um ex-aluno me responde:

O Curso de Dança me proporcionou um conhecimento gigante de meu corpo e das capacidades que ele tem, me mostrou como respeitar suas limitações e como posso utilizar suas funções plenamente e com consciência. O conhecimento que obtive desde o início me é válido demais, pois aprendi com utilizar minha energia de forma a ter e dispor do que meu corpo necessita, minhas aulas ficaram bem mais responsáveis, meus alunos tem a segurança que não é só a prática que domino, também tenho teoria. (PROFESSOR 1, EX-ALUNO UFRN)

Perguntamos se ele via diferença em suas aulas atuais após a saída da faculdade.

Hoje, depois que sai da UFRN, minhas aulas ficaram bem mais dinâmicas e bem mais pensadas. Evito ao máximo a repetição de passos e sempre levo os meus alunos a trabalhar com aquilo que eles têm e com suas possibilidades, só assim eles conseguirão ter uma identidade própria na sua dança (PROFESSOR 1, EX-ALUNO UFRN).

Sobre a formação do professor de dança de salão, o ex-aluno ainda explica.

Há algum tempo atrás nossa formação era por meio das aulas como bolsistas e vários e vários cursos e workshops. Pegávamos uma grande bagagem na prática. Para a formação de professores de dança de salão a escola de dança de Jaime Arôxa tem um curso intensivo que a galera que tem uma condição a mais pode fazer. Faço dança de salão desde muito tempo então já consigo transmitir os conhecimentos, e agora depois da minha formação tudo ficou mais fácil e didático (PROFESSOR 1, EX-ALUNO UFRN).

Ao adentrar as portas da universidade, o olhar crítico é a todo momento estimulado, pois a gama de conhecimento que é passado para o aluno e o estimulo que é dado para a busca para este entendimento, é o fio condutor para uma formação de qualidade e um profissional sempre em busca do melhor.

A dança favorece um grande benefício ao corpo e alma do seu praticante e a busca pela melhoria da qualidade de vida vem sendo uma constante crescente.

Em relação aos benefícios, a dança de salão pode nos proporcionar um conhecimento mais profundo de nossos corpos: seus limites, a beleza de seus movimentos, a alegria da expressão corporal. Mas além disto, ela trabalha a coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção espacial, desenvolve a musculatura corporal de forma integrada e natural, permite uma melhora na autoestima e quebra de diversos bloqueios psicológicos,

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27 possibilita convívio e aumento do rol de relações sociais, torna-se uma opção de lazer e promove inclusive melhora de doenças e outros problemas (AQUINO et al. 2005).

Perguntamos ainda a uma ex-professora da Universidade que pratica aulas de dança de salão, há bastante tempo, sobre suas experiências com a dança de salão; ela nos traz uma visão bastante significativa para aqueles que buscam a dança como atividade física.

A dança de salão auxilia nas funções vitais do organismo enfatizando-se o condicionamento cardiorrespiratório. Trabalha harmonicamente o corpo como um todo, deixando-o saudável, aumentando a autoestima. Combate também o stress, gerando bem-estar. Entretém de forma interativa, traz desenvoltura ao praticante, favorecendo a sociabilização na vida, de forma exemplar. A dança de salão no seu compasso une e dá suporte para a melhoria da qualidade de vida aos praticantes de diversas faixas etárias e é uma atividade completa. Seus benefícios são visíveis à melhoria da coordenação motora, ritmo, memória, flexibilidade, equilíbrio, concentração, resistência, força muscular, postura e a consciência corporal. (Ex-professora)

A dança de salão pode, por muitas vezes, desenvolver um papel de união, unir o ser com ele mesmo, trazer suas emoções à tona, seus desejos e medos. Hoje, ainda vivenciamos, mesmo que com menos frequência, o ensino pré-pronto, a receita de bolo. Os professores não mantem um diálogo com o aluno a verificar suas dificuldades e seus pontos fortes, com isso, as aulas vão sendo ministradas, ao longo do tempo de forma mecânica, até mesmo, as músicas de uma turma para outra serão iguais. Bruhns, (1994 apud ALVES, 1997, p.19) afirma que “a rigidez postural é resultado da tradição cultural, na qual nosso corpo é submetido, devido a uma série de repressões através do preconceito e normas sociais”. Se formos analisar os contextos sociais aos quais algumas pessoas estão inseridas, estar em uma sala de aula para aprender dança já é uma grande vitória, com isso o trabalho de percepção corporal para eles tornar-se-á um pouco mais lento. O mediador (professor) precisa sempre estar atento aos menores sinais de dificuldade, para, atuar em seu desenvolvimento, seu estilo próprio de dançar vai ficando escondido, pois o foco principal ali é a repetição

A graduação em dança auxilia os futuros professores com essas questões, trazer o aluno a reconhecer o corpo e as possibilidades que seu corpo oferece são duas das várias competências desenvolvidas, ao longo dos anos, de estudo e dedicação. Compreender o sujeito é compreender a si mesmo na dança de salão.

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28 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dança, desde seu surgimento, passou por um caminho longo para se firmar, os fios que tecem as histórias de uma arte vão, ao longo de seu processo, sendo organizados por grandes peças que podemos chamar de cultura de cada povo e nação, essa cultura é responsável por identificar esses fios fazendo da história da dança uma grande teia. Unir alguns fios, dessa história individual e coletiva é importante para a prática e o ensino da dança, de modo a proporcionarmos o conhecimento acerca dessas culturas e, nesse caso, da dança de salão.

No presente trabalho, nos aproximamos de alguns aspectos advindos do contexto formativo e vivencial da dança de salão, embora saibamos que as histórias e experiências podem ser contadas sob outras perspectivas, sob outros olhares, nos debruçamos em apresentar fatos que outrora podem ter sido deixados de lado por praticantes da dança. Buscamos conhecer um pouco de onde veio e que rumo tomou.

Considerando a dança como integrante da educação em nosso país e que oportuniza a formação de muitas pessoas, professores, artistas ou amadores, também podemos perceber que a dança de salão, ampliou em certo ponto o cenário de nossa cidade. Há pouco mais de 10 anos, a dança de salão se concentrava no saber de poucos que davam aulas particulares a pessoas que gostavam de dançar, não tínhamos locais, ditos adequados, para a prática, as escolas eram poucas (somente aqueles com um bom capital tinham acesso ou interesse) e os poucos profissionais com experiências em dança, obtinham suas formações em workshops e cursos livres, muitas vezes, fora do estado. Esses modelos foram se ampliando na medida em que a dança de salão começou a ser mais divulgada em programas de TV, filmes etc. As pessoas começaram a buscar a dança como forma de exercício, ou mesmo, como jeito de ter uma interação com outras pessoas.

Em geral, os profissionais oriundos do nível superior que adentram às portas sejam de uma escola, academia ou grupo, estão com uma carga de conhecimento a mais para o bom funcionamento de suas aulas de dança, saindo da pura repetição para um trabalho consciente. A visão de corpo que estes profissionais adquirem vai além do que somente a experiência

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pode proporcionar, sem desmerecer o conhecimento prévio que muitos já trazem, ao iniciar seu Curso na universidade.

O curso de dança ainda desenvolve várias competências necessárias ao longo da profissão, não se trata somente de fazer dança, é preciso pensar a dança de forma crítica. A dança precisa ser pensada, discutida, analisada por um viés sempre subjetivo, aquele que dança mostra sua coerência e os conhecimentos de história e corpo podem trazer a este futuro professor, interprete e criador as ferramentas necessárias para uma boa prática. É ao iniciar um curso superior de dança que o aluno desenvolve um pensamento crítico sobre o que é dança, o que é arte, como essa arte pode transformar o meio em que vivemos

Por fim, esperamos que essa narrativa, acerca da dança de salão, possa chegar a quem de fato busca conhecer aspectos da história, das experiências e do ensino da dança de salão e que como eu, apaixonado pela arte, possa contribuir e escrever mais e mais fios que ajudem a refletir sobre essa vertente da dança.

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30 REFERÊNCIAS

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