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Análise de viabilidade econômico-financeira e de risco da produção de culturas frutíferas no município de Macaíba/RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E DE

RISCO DA PRODUÇÃO DE CULTURAS FRUTÍFERAS NO

MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN

Lucca Henrique Benigno Martins Alves

Macaíba / RN Novembro de 2019

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Lucca Henrique Benigno Martins Alves

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E DE

RISCO DA PRODUÇÃO DE CULTURAS FRUTÍFERAS NO

MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN

Monografia de Graduação em Engenharia Agronômica apresentada a Unidade Acadêmica em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do Título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Profº. Drº. Sérgio Marques Júnior

Macaíba / RN Novembro de 2019

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Dedico esta monografia ao meu pai, Paulo Henrique Martins Alves, e a minha mãe, Luzenir Benigno Nunes Alves. Vocês são minha base e fonte de inspiração.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus pela oportunidade de vida, bênçãos, além de todo o discernimento e fortaleza durante o período de graduação.

Aos meus pais, Paulo Henrique Martins Alves e Luzenir Benigno Nunes Alves, por acreditarem em mim, darem todo o suporte e apoio ao longo da graduação e para que eu realizasse este trabalho.

À minha namorada, Nathalya Beatriz Silva de Souza, pelo apoio e confiança durante a realização deste trabalho.

Ao meu irmão, Luan Henrique B. Martins Alves, por sempre me ajudar. Aos colegas de turma, ingressantes em 2014.1 ou não, que sempre considerei como a melhor turma do curso de Engenharia Agronômica, por ser bastante integrada, dedicada e, principalmente, unida.

Aos professores que passaram por minha vida durante a graduação, possibilitando o acúmulo de conhecimentos que contribuíram para a minha formação e realização do trabalho de conclusão de curso.

Ao Prof. Dr. Sérgio Marques Junior, meu orientador e amigo, por me guiar na carreira acadêmica no curso, pela oportunidade, confiança e por todos os ensinamentos, que servirão para toda vida e cujas dicas e orientações foram imprescindíveis para o andamento de minha graduação e conclusão deste trabalho.

Por fim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente ao longo da minha graduação e na construção deste trabalho.

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RESUMO

ALVES, Lucca Henrique Benigno Martins. Análise de Viabilidade Econômico-Financeira e de Risco da Produção de Culturas Frutíferas no Município de Macaíba/RN. 2019. 119 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em

Engenharia Agronômica) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Campus Macaíba, 2019.

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar, do ponto de vista econômico-financeiro, a viabilidade da produção de Acerola (Malpighia emarginata), Goiaba (Psidium guajava) e Manga (Mangifera indica) em um hectare no município de Macaíba/RN. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo e exploratório, visando identificar os principais indicadores de viabilidade financeira de projetos, que sejam o Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback, além da análise de sensibilidade diante de cenários associados às estimativas pessimista, provável e otimista do fluxo de caixa. As análises dos dados econômico-financeiros foram realizadas seguindo os mecanismos oriundos da matemática financeira e, para a análise de sensibilidade e de cenários, foram utilizados os princípios da gestão de projetos e economia rural. Resultados apontam as condições de viabilidade econômica financeira das três culturas em estudo. O VPL retornou um valor positivo de R$ 8.172,80, R$ 131.220,44 e R$ 55.776,05, para as culturas da Acerola, Goiaba e Manga, respectivamente. A cultura da Goiaba e da Manga apresentaram TIR (33,89% e 13,35%, respectivamente) superior a TMA (12%), o que sugere que o investimento deve ser aceito. O Payback, para essas duas culturas foi entre 4-5 e 7-8 anos, respectivamente. A cultura da Acerola apresentou TIR (3,44%) abaixo da TMA (12%) e Payback entre 13-14 anos.

Palavras-chave: Viabilidade Econômico-Financeira. Projeto. Fruticultura Irrigada.

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ABSTRACT

ALVES, Lucca Henrique Benigno Martins. ECONOMIC-FINANCIAL

FEASIBILITY ANALYSIS AND RISK OF FRUIT CROP PRODUCTION IN MACAÍBA / RN. 2019. 118 f. Course Conclusion Paper (Bachelor of Agricultural Engineering) - Federal University of Rio Grande do Norte. Macaíba Campus, 2019.

The aim of this work was to evaluate, from the economic and financial point of view, the production viability of Acerola (Malpighia emarginata), Guava (Psidium guajava) and Manga (Mangifera indica) in 1 hectare in the municipality of Macaíba / RN. To this end, a descriptive and exploratory study was carried out to identify the main financial viability indicators of projects, such as Net Present Value, Internal Rate of Return and Payback, as well as the sensitivity analysis against scenarios associated with the pessimistic, probable and optimistic estimates of the cash flow. The analysis of economic and financial data was performed following the mechanisms derived from financial mathematics and, for the sensitivity and scenario analysis, the principles of project management and rural economy were used. Results indicate the conditions of financial economic viability of the three cultures under study. The NPV returned a positive value of R$ 8,172.80, R$ 131,220.44 and R$ 55,776.05, for Acerola, Guava and Mango crops, respectively. Guava and Mango crops presented an IRR (33.89% and 13.35%, respectively) higher than TMA (12%), suggesting that the investment should be accepted. The payback for these two cultures was between 4-5 and 7-8 years respectively. Acerola's crop showed IRR (3.44%) below TMA (12%) and Payback between 13-14 years.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura analítica do trabalho...19

Figura 2. Exportações de frutas no RN de Janeiro a Setembro de 2019...21

Figura 3. Aceroleira (Malphigia emarginata D. C) com fruto...25

Figura 4. Acerola da espécie Malphigia emarginata D. C...26

Figura 5. Goiabeira (Psidium guajava L. cv. Paluma) com fruto...32

Figura 6. Goiaba da espécie Psidium guajava L. cv. Paluma...34

Figura 7. Mangueira (Mangifera indica L. cv. tommy atkins.) com fruto...40

Figura 8. Manga da espécie Mangifera indica L. cv. tommy atkins...42

Figura 9. Exemplo de Fluxo de Caixa...47

Figura 10. O conceito do valor presente líquido. ...50

Figura 11. O conceito da Taxa Interna de Retorno...52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção Nacional e Municipal de Goiaba em 2017...33

Tabela 2. Produção Nacional e Municipal de Manga em 2017...41

Tabela 3. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Acerola...64

Tabela 4. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Goiaba...71

Tabela 5. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Manga...77

Tabela 6. Comparativo do VPL, TIR e Payback das três culturas...81

Tabela 7. Análise de sensibilidade quanto ao VPL das três culturas frutíferas...84

Tabela 8. Análise de sensibilidade quanto à TIR das três culturas frutíferas. ...85

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Análise de Sensibilidade da cultura da Acerola ao VPL...67

Gráfico 2. Análise de Sensibilidade da cultura da Acerola à TIR...68

Gráfico 3. Análise de Sensibilidade da cultura da Goiaba ao VPL...73

Gráfico 4. Análise de Sensibilidade da cultura da Goiaba à TIR...74

Gráfico 5. Análise de Sensibilidade da cultura da Manga ao VPL...79

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Descrição dos métodos de análise econômico-financeira e de risco...50 Quadro 2. Elementos de custo para a produção de Acerola...62 Quadro 3. Cenários construídos para os fatores de risco, ou seja, receitas e custos. ...66 Quadro 4. Elementos de custo para a produção de Goiaba...69 Quadro 5. Elementos de custo para a produção de Manga...75

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ANEXOS

Anexo 1. Custo da produção e comercialização de 1,0 ha de Acerola

c/irrigação localizada, em Macaíba/RN... 96

Anexo 2. Custo da produção e comercialização de 1,0 ha de Goiaba c/irrigação localizada, em Macaíba/RN... 100

Anexo 3. Custo da produção e comercialização de 1,0 ha de Manga c/irrigação localizada, em Macaíba/RN... 104

Anexo 4. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Acerola no Cenário 1...108

Anexo 5. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Acerola no Cenário 2...109

Anexo 6. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Acerola no Cenário 4...110

Anexo 7. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Acerola no Cenário 5 ...111

Anexo 8. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Goiaba no Cenário 1...112

Anexo 9. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Goiaba no Cenário 2...113

Anexo 10. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Goiaba no Cenário 4...114

Anexo 11. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Goiaba no Cenário 5...115

Anexo 12. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Manga no Cenário 1...116

Anexo 13. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Manga no Cenário 2. ...117

Anexo 14. Fluxo de caixa referente ao cultivo da Manga no Cenário 4...118

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LISTA DE SIGLAS

COEX - Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte

FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

BNB - Banco do Nordeste do Brasil BB - Banco do Brasil

EUA - Estados Unidos da América H - Hora KG - Quilograma G - Grama L - Litro M - Metro CM - Centímetro

TIR - Taxa interna de retorno TMA - Taxa mínima de atratividade VPL - Valor presente líquido

TON - Tonelada UNID - Unidade US$ - Dólares Ha - Hectare

SEPLAN - Secretária de Planejamento PIF - Programa integrado de frutas

APEX - Agência de Promoção de Exportações brasileira IBRAF - Instituto Brasileiro de Frutas

NPK - Nitrogênio, Fósforo e Potássio CV - Cavalos

cv. - Cultivar

FC - Fluxo de Caixa

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano Km² - Quilometro quadrado

RL - Receita Líquida

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA...15

1.2 OBJETIVOS...16 1.2.1 Objetivo geral...16 1.2.2 Objetivos específicos...16 1.3 JUSTIFICATIVA...17 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO...17 2 REFERENCIAL TEÓRICO...18

2.1 Fruticultura e Desempenho Econômico...20

2.2 Culturas...24

2.2.1 A cultura da Acerola...24

2.2.2 A cultura da Goiaba...31

2.2.2 A cultura da Manga...39

2.3 Análise de Viabilidade Econômico-Financeira...46

2.3.1 Fluxo de caixa em projetos de investimentos...46

2.3.1.1 Critérios para tomada de decisão...47

2.3.1.2 Elementos do fluxo de caixa...48

2.3.2 Métodos utilizados para análise...49

2.3.2.1 Valor Presente Líquido (VPL)...50

2.3.2.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)...52

2.3.2.3 Método do Payback...53

2.3.3 Métodos utilizados para análise de risco...54

3. METODOLOGIA...56

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA...56

3.2 ÁREA DE ESTUDO...57

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS...59

3.3.1 Estimativa dos elementos de custo...59

3.3.2 Estimativa dos elementos de receita...59

3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISES...60

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...60

4.1 Análise de viabilidade econômico-financeira da Acerola...61

4.2 Análise de viabilidade econômico-financeira da Goiaba...68

4.3 Análise de viabilidade econômico-financeira da Manga...74

4.4 Análise Comparativa entre as culturas...81

4.5 Análise de sensibilidade das culturas...82

5 CONCLUSÃO...87

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...87

6.1 Limitações do Trabalho...88

6.2 Sugestões de trabalhos futuros...89

7. REFERÊNCIAS...90

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e Formulação do Problema

O Estado do Rio Grande do Norte apresenta condições ideais para o desenvolvimento da fruticultura irrigada, envolvendo localização geográfica, água, energia elétrica e sol praticamente o ano inteiro. O estado já é o segundo maior produtor de frutas do país, ficando atrás apenas da Bahia, segundo informações do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), chegando a produzir mais de 937 mil toneladas de frutas todo ano (Coex, 2018).

No primeiro bimestre de 2019, o setor da economia que apresentou maior peso na balança comercial do Rio Grande do Norte foi o da fruticultura, que sozinha respondeu por US$ 57,3 milhões de um total de US$ 92,4 milhões de produtos exportados, representando cerca de aproximadamente 62% do total. Isso fez com que a balança comercial do estado começasse o ano com um superávit de US$ 69,2 milhões em relação ao mesmo período de 2018 (Sebrae, 2019).

No Brasil, a introdução da Aceroleira ocorreu na década de 50, mas somente nos anos 80, é que se difundiu o plantio (NONINO, 1997). A área cultivada no Brasil é estimada em cerca de 10.000 ha. A cultura da acerola (Malpighia emarginata D. C.) vem se constituindo numa boa perspectiva para fruticultura do Rio Grande do Norte, o estado contribui com 8,13% da produção nacional (IBGE, 2016).

A Goiaba (Psidium guajava) é explorada em escala comercial em quase todas as regiões do país. É amplamente cultivada em áreas irrigadas do Nordeste com uma produção de cerca de 40% do total, situando-se entre uma das fruteiras de maior valor econômico para região (Freitas & Alves, 2008; Choudhury et al., 2002).

Estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) mostram que a Manga (Mangifera indica) é a segunda fruta mais exportada no país em termos de volume, e a primeira em termos de receita. Entre as frutas exportadas pelo Brasil, a manga foi tricampeã na geração de receita. No estado do RN, 44.253 toneladas foram produzidas (IBGE, 2017).

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Apesar de todo este potencial para o Estado, ainda há pouca informação sobre o desempenho econômico dessas culturas, principalmente no que se refere à viabilidade de implantação de projetos de investimento. Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas para a determinação da viabilidade dos projetos, principalmente quando o objetivo é determinar a viabilidade econômico-financeira, um método de avaliação de investimentos baseado no fluxo de caixa projetado do projeto.

Neste contexto de importância da fruticultura para o estado e crescimento da produção, surge a seguinte questão de pesquisa: Qual a viabilidade econômico-financeira, além do seu risco, da produção destas três culturas frutíferas no município de Macaíba/RN?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é avaliar, do ponto de vista econômico-financeiro, a viabilidade da produção de Acerola (Malpighia emarginata), Goiaba (Psidium guajava) e Manga (Mangifera indica) no município de Macaíba/RN.

1.2.2 Objetivos específicos

No sentido de detalhar o objetivo geral deste trabalho, tem-se como objetivos específicos:

 Analisar os indicadores da viabilidade econômico-financeira, com o

objetivo de atestar se o projeto é viável economicamente;

 Fornecer, por meio das análises de sensibilidade, maiores informações para tomada de decisão por parte dos produtores rurais do município de Macaíba/RN.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Contemporaneamente, cada vez mais se vê uma expansão de áreas produtivas com fruticultura irrigada no estado do Rio Grande do Norte e devido às condições edafoclimáticas favoráveis, o município de Macaíba possui uma grande potencialidade para a produção de frutas, assim havendo uma perspectiva de novas áreas de produção no município.

A geração de lucro é o principal elemento que justifica a existência de uma organização ou da realização de um projeto de investimento. Para os investidores, porém, não basta que o projeto tenha um resultado positivo. Para um projeto de investimento ser atrativo, é preciso que a quantidade de lucro gerado, o retorno do projeto, seja melhor do que aquele que a empresa poderia obter com outros investimentos, por exemplo, aplicando no mercado financeiro. Portanto, a essência da avaliação econômico-financeira é medir o retorno do projeto de maneira comparável com outros investimentos (ROZENFELD et al., 2006). Segundo Bischoff (2013), um projeto pode ser um conjunto de informações reunidas e processadas a fim de que simulem uma alternativa de investimento para testar se será viável para a empresa.

Para isso, propõe-se um estudo de caráter descritivo e exploratório. Descritivo, pois visa descrever os métodos e os procedimentos que envolvem a exploração de culturas frutíferas no município de Macaíba/RN. Considera-se como exploratória, visto que não foi constatada a existência de estudos anteriores que abordassem a exploração dessas culturas no mesmo município. Ao final deste trabalho, espera-se um maior conhecimento do processo produtivo a cerca das presentes culturas agrícolas, fornecendo um maior embasamento para futuros investidores, havendo assim possibilidade de crescimento e expansão dessa atividade econômica, que ocorre em algumas regiões do território potiguar, com isso produzindo grande impacto sobre o desenvolvimento regional e local.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

A partir dessa introdução e contextualização a cerca do tema abordado, o presente trabalho tem sequência no tópico dois com um Referencial teórico a

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cerca da fruticultura e o seu desempenho no estado, além de uma revisão sobre as culturas frutíferas embasando o estudo proposto e um tópico a cerca da análise de viabilidade econômico-financeira, a fim de compreender alguns conceitos fundamentais para o pleno entendimento do trabalho, como Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback.

No tópico seguinte são tratados aspectos referentes à metodologia, em busca de relatar e explicar como foi conduzida a pesquisa, demonstrando como foram alcançados os objetivos gerais e específicos propostos e permitirá a análise dos resultados pretendidos. Em seguida são mostrados os resultados alcançados com o estudo, trazendo discussões pertinentes a cada variável envolvida na pesquisa, além de um tópico tratando das limitações do trabalho e outro tópico em que serão propostos temas de trabalhos futuros para serem realizados utilizando este como fonte de dados.

E, por fim, a lista de referências bibliográficas utilizadas no estudo, em que fundamentam o presente documento. A estrutura do trabalho pode ser visualizada através da figura 1.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem por objetivo apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, já realizados por outros autores. Faz-se uma revisão da literatura existente, que implica a seleção, leitura e análise de textos relevantes ao tema de estudo, seguida de relatos por escrito. (ZAMBERLAN, 2014).

O referencial teórico segundo com Vergara (2004) apresentam as seguintes funções:

 Permite que o autor tenha maior clareza na formulação do problema de pesquisa;

 Facilita a formulação de hipóteses e de suposições;

 Sinaliza para o método mais adequado à solução de problemas;

 Permite identificar qual o procedimento mais pertinente para a coleta e o tratamento de dados, bem como o conteúdo do procedimento escolhido;  É de acordo com o referencial teórico que, durante o desenvolvimento do projeto, são interpretados os dados que foram coletados e tratados.

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Figura 1. Estrutura analítica do trabalho.

(20)

2.1 Fruticultura e Desempenho Econômico

A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica, envolve mais de seis milhões de empregos diretos, ou 27% do total gerado pela produção agrícola nacional, ocupando apenas 2,4 milhões de hectares. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas segundo a FAO (2018), atrás apenas da China e da Índia, com colheita em torno de 45 milhões de toneladas ao ano (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2018).

Apresenta-se como uma atividade mais atrativa economicamente, comparada a outra atividade como a produção de grãos. Em 2017, segundo o IBGE, o valor da produção da produção frutífera no Brasil foi de R$38.921.429, fato esse condicionado a diversidade climática e de novas tecnologias possibilitando a produção durante todo o ano (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2018)

Segundo o IBGE, a área plantada com culturas frutíferas no Brasil em 2017 foi de 2.627.808 ha, enquanto a área colhida foi de 2.591.240 ha. A área plantada com plantas frutíferas no Brasil está distribuída em 1.397.52 ha com frutas tropicais, 978.552 ha com frutas subtropicais e 251.732 ha com espécies de clima temperado (IBGE, 2017). No Brasil, a região Nordeste é responsável pela maior parte da produção das principais frutas tropicais desde o início do

século. (FACHINELLO et al. 2011).

A grande variedade de espécies plantadas pela fruticultura brasileira permite ofertar frutas frescas durante o ano todo. Quanto aos polos emergentes, são mencionados principalmente o Rio Grande do Norte, o Ceará, e o Vale do São Francisco, todos inclusos no Nordeste Brasileiro. As razões para crescimento nesses pontos estão relacionadas às condições de clima e relevo, uso de tecnologias, valor da terra, incentivos e a própria expansão da demanda (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2018).

Segundo o BNB (2018), a região nordeste responde por 27% da produção nacional de frutas, destacando-se em diversos cultivos como coco, goiaba, mamão, manga, acerola, maracujá, abacaxi e melão. Segundo Cardoso; Souza (2010) a região nordeste é a primeira produtora de caju (96,5%), melão (93,1%), coco-da-baía (79,1%), cajá (73,4%), acerola (69,6%),

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graviola (69,1%), mamão (52,4%), manga (49,8%), maracujá (44,1%), melancia (39,4) e banana (37,4%). Além disso, ocupa o segundo lugar na produção de abacaxi (30,1%), goiaba (21,1%), limão (11,4%) e laranja (6,1%).

Segundo a Secretária de Planejamento, no período de Janeiro a Setembro do corrente ano, as exportações de frutas do Rio Grande do Norte cresceram 61%. O Estado vendeu para o mercado externo cerca de 109,1 milhões de dólares, fazendo com que o estado assumisse a liderança nacional como principal exportador de frutas do país, conforme mostrado na Figura 2. (Seplan, 2019)

Figura 2. Exportações de frutas no RN de Janeiro a Setembro de 2019

Fonte: Seplan, 2019

O Anuário Brasileiro da Fruticultutra (2015) informa que o setor de fruticultura no Brasil se encontra em um momento de expansão, fator esse atribuído a diversidade de fatores climáticos e ao potencial de modernização das técnicas utilizadas no plantio e colheita, além do fato da crescente demanda por alimentação saudável no mundo, o que faz com que o Nordeste e o RN produzam cada vez mais frutas e atenda cada vez mais mercados consumidores diferentes.

Segundo o SEBRAE (2018), quando se trata de exportação, dentre os principais produtos que compuseram a pauta exportadora potiguar em 2016, a fruticultura está entre os primeiros colocados no ranking entre os 10 maiores produtos exportados. Apesar das dificuldades enfrentadas em decorrência da seca, houve crescimento da participação das frutas na pauta exportadora potiguar. Elas representaram 35,7% dos valores totais exportados, em 2015, e em 2016 tiveram crescimento de 21,4%%. (SEBRAE, 2018).

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Os produtos potiguares da fruticultura são competitivos e buscam cada vez mais a melhoria e a confiança no mercado internacional, pois esse mercado é bastante exigente e impõe que a produção seja feita da melhor maneira possível, para que esse produto seja bem aceito principalmente do continente europeu, já que é o principal destino.

Em virtude dessas grandes exigências por parte do mercado e comércio internacional, o governo brasileiro criou o PIF, que é o programa integrada de frutas que tem como objetivo a elevação no padrão de qualidade, em que esse sistema age no sistema de rastreamento das frutas, dando ao agricultor um selo de qualidade e certificação da fruta, fazendo com que esse procedimento agregue cada vez mais valor aos produtos nacionais e tenham confiança no mercado, muito devido também em relação ao uso dos produtos fitossanitários de maneira adequada, visando o bem estar do consumidor e do ambiente (RAULINO & MEIRELES, 2009)

Com o objetivo de proporcionar a promoção da fruta brasileira no mercado externo, a Agência de Promoção de Exportações brasileira (Apex), com a colaboração do IBRAF (Instituto Brasileiro de Frutas) criou o Brazilian Fruit, um programa tem por objetivo de promover a participação das frutas brasileiras nas principais feiras internacionais (Alves, 2017). O Brazilian Fruit é uma feira que mostra as suas frutas para o mercado internacional através de distribuição de folhetos, e incluindo a participação em rodadas de negócios.

A fruticultura tem garantido alguns benefícios tanto para os brasileiros, na geração de emprego, renda, desenvolvimento e qualidade de vida, como também para os consumidores estrangeiros, ao se deliciarem com frutas saborosas e nutritivas (Alves, 2017). O estado do RN gera muitos empregos na área da agricultura, dando ênfase na área frutícola. Estima-se que só trabalhando diretamente com a cultura do melão, o RN gerou no ano de 2017 o equivalente de 16 mil empregos (SEBRAE, 2018).

O estado do Rio Grande do Norte possui cerca de 290 mil hectares produtivos, em que neles se concentram as principais culturas frutícolas como abacaxi, banana, coco, goiaba, castanha de caju, melão, mamão, maracujá, manga e melancia. Os principais destinos dessas frutas são os países da Holanda, Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal, França, Bélgica, Canadá, Estados Unidos e México. A fruticultura no estado é tão forte que mais da

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metade de suas exportações são da fruticultura, cerca de 62% do volume potiguar são frutas e a exportação dessas frutas no estado chegam a ultrapassar a marca de 227 mil toneladas no ano de 2017, com volume comercializado em valores de 178 milhões de dólares (SEBRAE, 2018).

Com relação a evacuação da produção potiguar, o porto de Natal é o principal acesso para que essas mercadorias sejam exportadas. O estado leva certa vantagem competitiva, tendo em vista que possui uma logística facilitada, através de sua localização geográfica próxima aos países europeus, o que facilita a sua comercialização. O porto fica localizado na capital, em que as mercadorias que serão exportadas vêm de todos os lugares do estado por meio das rodovias, veiculados por caminhões com contêineres, devidamente climatizados. O porto é de suma importância para a exportação da produção potiguar. (OLIVEIRA, 2018)

A produção frutícola do RN apresenta grandes avanços tecnológicos e de pesquisa, os produtos que são produzidos através dessa ação modernizadora vem evoluindo muito, enquanto atividade produtiva tem se mostrado de uma qualidade muito alta, conquistando mercados internacionais e se destacando na região. Entretanto, apesar nos investimentos em pesquisa e tecnologia não mostra o suficiente para o crescimento de forma sustentável e com maior velocidade, pelo fato desse investimento ser modelo de investimentos privados, porém, investir na fruticultura potiguar tem sido bastante atrativo para as empresas privadas, mesmo não tendo incentivos suficientes para que pudesse expandir cada vez mais o agronegócio.

A acerola, a goiaba e a manga são frutas apreciadas não só por suas características sensoriais, mas também pela sua qualidade nutricional e potencial funcional. A acerola é reconhecidamente uma das maiores fontes naturais de vitamina C até hoje descobertas, além de possuir concentrações importantes de carotenoides e licopeno (MEZADRI et al., 2008). A goiaba é fonte de vitaminas A e C, de fibras, pectina e de potássio (MARTÍNEZ et al., 2012). A manga é umas das principais fontes de vitamina C e provitamina A entre as frutas.

No Brasil, a goiaba é explorada em escala comercial em quase todas suas regiões, e amplamente cultivada em áreas irrigadas do semiárido

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nordestino, situando-se entre uma das fruteiras de maior valor econômico para região Nordeste brasileira (Cavalcante et al., 2010; Freitas & Alves, 2008).

Em estudo realizado por (VITAL & SAMPAIO, 2007) no Nordeste, a fruticultura irrigada tem sido beneficiada pela logística de transporte no escoamento da produção, através de investimentos governamentais e por tecnologias desenvolvidas ou adquiridas por grandes empresas vinculadas a exportação de frutas.

Segundo o IBRAF (2013), 53% do total de frutas produzidas no Brasil são comercializadas em sua forma fresca e 47% é destinado ao setor agroindustrial para sua transformação em produtos industrializados.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, as exportações devem atingir a cifra dos US$ 120 milhões no estado do Rio Grande do Norte. (Abrafrutas, 2019)

2.2 Culturas

2.2.1 A cultura da Acerola

A acerola (Malphigia emarginata D. C.) é uma planta frutífera originada das Antilhas, norte da América do Sul e América Central. Também conhecida como “cereja tropical”, começou a ser cultivada em escala comercial a partir de 1946, através do Instituto de Bioquímica da Universidade de Porto Rico, onde foram despertados o interesse e os estudos sobre suas potencialidades econômicas, em que cientistas porto-riquenhos encontraram na porção comestível da fruta altos teores de vitamina C e, por ser uma planta rústica e resistente, propagou-se naturalmente e com facilidade por todo mundo (BERY et al., 2014; ÉDER, 2007).

A aceroleira é uma árvore de dois a quatro metros de altura, com ramificação compacta ou espalhada, conforme mostrada na Figura 3. Cresce e produz satisfatoriamente em clima tropical e subtropical com temperaturas próximas à 26ºC e quando as chuvas variam entre 1200 e 1600 milímetros anuais bem distribuídos. Adapta-se a diferentes tipos de solo, entretanto, os solos mais adequados ao seu cultivo são os de fertilidade mediana e os argiloarenosos. (SEBRAE, 2016; EMBRAPA, 2012).

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Figura 3. Aceroleira (Malphigia emarginata D. C) com fruto.

Fonte: Embrapa, 2012.

As propriedades nutricionais da acerola dependem da espécie, grau de maturação e época de colheita. É composta por vitaminas e minerais como fósforo, ferro, magnésio e cálcio, mas destaca-se por seu alto teor de vitamina C, o qual chega a alcançar valores centenas de vezes maiores quando comparado aos teores da laranja e outras frutas. Devido a presença da vitamina C e das antocianinas, a acerola atua como antioxidante, neutralizando a ação de radicais livres que contribuem para o desenvolvimento do câncer, doenças do coração e do envelhecimento precoce. As propriedades da acerola também previnem o fotoenvelhecimento da pele, auxilia na absorção de ferro contido nos alimentos de origem vegetal e promove a melhora do sistema imunológico, atribuindo resistência a infecções (DORAZIO, 2018).

O Brasil é um dos poucos países que cultivam comercialmente a acerola, que foi, inicialmente, introduzida no estado de Pernambuco, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 1955, por meio de sementes oriundas de Porto Rico, de onde se espalhou para o Nordeste e para outras regiões do País. Atualmente é cultivada em todos os Estados brasileiros, com limitações na Região Sul por suas temperaturas extremamente baixas no inverno (RITZINGER; HELENA, 2011).

Os frutos são drupas compostas pelo epicarpo (casca externa) constituído por fina película, mesocarpo que inclui a polpa propriamente dita e endocarpo, que corresponde a três caroços unidos. (ESCOLÁSTICO, 2012). O mesocarpo ou polpa representa 70 a 80% do peso total do fruto. A acerola possui tamanhos que variam de 3 a 6 centímetros de diâmetro e massa entre 3g e 16g, e a forma do fruto pode ser redonda, oval ou achatada. Segundo

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Moreira et al. (2006) apenas as sementes pesam em média de 0,01g a 0,06g. A superfície do fruto pode ser lisa ou apresentar, entre os carpelos, sulcos rasos ou profundos (RITZINGER; HELENA, 2011). A coloração externa do fruto varia do alaranjado ao vermelho intenso quando maduro com polpa carnosa e suculenta, conforme mostrado na Figura 4, levando 22 dias desde a floração até a maturação. (EMBRAPA, 2012).

Figura 4. Acerola da espécie Malphigia emarginata D. C.

Fonte: Hortiescolha, 2017.

A acerola é uma das mais importantes fontes naturais de ácido ascórbico, apresentando uma alta concentração de vitamina C (AMORIM, 2016). No mercado brasileiro, a acerola é comercializada na forma in natura congelada e como sucos engarrafados e polpa congelada, processados industrialmente. Porém, no mercado externo há uma maior demanda pela polpa concentrada industrial e de diferentes produtos como o pó de acerola e as capsulas de suplementação em vitamina C (IBRAF, 2013; AMORIM, 2016). A comercialização dessa fruta no formato de polpa congelada permite seu consumo na entressafra já que a acerola é muito perecível.

O Brasil é considerado o maior produtor, consumidor e exportador mundial de acerola, possuindo uma produtividade média estimada de 150 mil toneladas da fruta por ano, sendo aproximadamente 64% desse total produzido na região Nordeste. Quanto ao destino da produção, cerca de 60% permanecem no mercado interno e 40% vão para o mercado externo, especialmente para o Japão, Europa e Estados Unidos (FREITAS et al., 2006).

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Atualmente, 46% da comercialização de acerola no mercado interno destina-se à indústria de processamento e 54% ao mercado de consumo da fruta fresca (EMBRAPA, 2012).

A região nordeste é responsável pela maior parte da produção nacional de acerola, com destaque para os estados de Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte. Para isso, essa região proporciona ótimas condições de solo e clima para uma produção de frutos de excelente qualidade durante quase todos 365 dias no ano, inclusive no período no qual o mercado externo está desabastecido.

Sistema de Produção do Projeto

Dentro dos insumos necessários para a implantação da cultura da Acerola está a aquisição de mudas, em que as mudas serão necessárias para formar o estande do pomar. Faz-se importante o acréscimo de 10% o total de mudas para realizar o replantio, caso necessário, visto que as plantas podem não se adaptar ao novo local de cultivo.

A cultura da acerola se adapta a diferentes tipos de solos. Entretanto, os solos mais adequados ao seu cultivo são os de fertilidade mediana. A faixa de pH considerada como ótima para Aceroleira está entre 5,5 e 6,5, assim faz-se importante a correção com calcário. (EMBRAPA, 2012)

A fertilização é uma das práticas mais importantes para o aumento da produtividade. Com isso deve-se realizar a correção de solo com fertilizantes como a Uréia, o Superfosfato Simples e o Cloreto de Potássio, em que os níveis de NPK sejam os adequados para a cultura. Além disso, deve-se realizar a aplicação de fertilizantes que ofereçam quantidades adequadas de Micronutrientes. Em caso de adubações via solo, recomenda-se utilizar 50 g/cova de F.T.E. BR-12, juntamente com os outros adubos químicos. (EMBRAPA, 2012)

A adubação orgânica dos pomares de Acerola também deve ser realizada para elevar a qualidade da produção. Com isso, no sistema produtivo adotado nesse projeto será utilizado o esterco bovino, aplicado uma vez por ano. (EMBRAPA, 2012)

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Ao se produzir a cultura da Acerola é necessário que os produtores disponham de meios mínimos para controlar quimicamente as pragas que ocorrem na cultura, mesmo para uso em último caso, visto que os insetos podem comprometer a produção. Para que isso não aconteça, lança-se mão de determinadas ferramentas que procuram manter a população de pragas abaixo do nível de dano. Uma das pragas que atacam a cultura da Acerola são as formigas. O Sulfuramida é um eficiente Formicida para o controle de formigas cortadeiras, uma das principais pragas das culturas frutíferas. (EMBRAPA, 2012)

O monitoramento pela inspeção da lavoura pode detectar as épocas de ocorrência de insetos-praga e avaliar a necessidade ou não de se tomar medidas de controle. A poda e a destruição de galhos e ramos infectados por cochonilhas e pulgões em alta infestação são medidas que reduzem as populações dessas pragas. (EMBRAPA, 2012)

O uso adequado de adubação, a irrigação e o manejo das plantas daninhas são muito úteis na manutenção do equilíbrio das populações de inimigos naturais. A coleta e o enterrio de frutos atacados pela mosca-das-frutas (Ceratis capitata) quebra o ciclo da praga, em caso de alta incidência deve-se realizar o controle dessa praga através de inseticida registrado, em que as plantas são pulverizadas. (EMBRAPA, 2012)

O Besouro-amarelo, Vaquinhas e Percevejos são outras pragas que atacam a cultura da acerola, como medida de controle, devem ser feitas pulverizações à base de óleo mineral. (EMBRAPA, 2012)

A Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) é a doença mais difundida nos plantios de acerola no Brasil. O patógeno afeta folhas, hastes, botões florais e frutos. O controle dessa doença pode ser realizado com o uso de fungicidas a base de cobre, a exemplo do Oxicloreto de Cobre. A maioria dos patógenos que infectam a Aceroleira podem ser controlados com esse fungicida e/ou com a eliminação de ramos, como o causador da Mancha de Cercosporidium, da Verrugose e da Podridão seca dos ramos. (EMBRAPA, 2012)

A utilização de espalhante adesivo é importante para uma melhor eficiência de aplicação de produtos fitossanitários e fertilizantes líquidos.

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As mudas após o plantio são tutoradas e amarradas com fitilho, com o objetivo de aumentar a sustentação mecânica das plantas, em função da ação danosa do vento. (EMBRAPA, 2012)

Segundo a Embrapa (2012), para o preparo do solo na implantação de um pomar de Acerola, recomenda-se a realização de uma aração profunda seguida de uma gradagem. A aração pode ser realizada com Trator de pneus, do tipo 4X4, com potencia entre 50 e 70CV acoplado com um implemento arado. A gradagem pode ser realizada com o mesmo trator utilizado para a aração, porém utilizando como implemento uma grade intermediária.

Após o preparo do solo, executam-se a marcação e a abertura das covas de plantio, seguindo as recomendações de espaçamento entre covas e entre linhas, no caso da Aceroleira o espaçamento adotado será de 4,0 m x 4,0 m. As covas, quando feitas manualmente, devem adotar as dimensões de 40 cm x 40 cm x 40 cm. (EMBRAPA, 2012)

É importante considerar os custos de transporte interno de insumos e outros materiais, visto que essa atividade é necessária e representa um custo na operação de plantio. A adubação em fundação é uma atividade manual, que deve ser realizada baseada na correção dos teores dos nutrientes, o adubo mineral deverá ser aplicado ao lado da muda plantada, enquanto a adubação orgânica é realizada com a mistura homogênea do solo oriundo do coveamento na proporção de 1/3 do volume de terra extraído. (EMBRAPA, 2012)

Para a execução do plantio, a distribuição das mudas é realizada manualmente, e cobre-se a cova com o volume de terra extraída, em caso de falha no plantio e/ou na adaptação das mudas deve-se realizar o replantio. O plantio é realizado preferencialmente, nas horas mais frescas do dia. (EMBRAPA, 2012)

A poda de condução é um trato cultural importante para a Aceroleira, após o “pegamento” da muda no local definitivo, são necessárias podas de formação, conduzindo-a em haste única, até a altura de 50 cm a 60 cm do solo. Em plantas adultas bem formadas e já em produção, as podas são feitas para reduzir a altura da copa, que não deve ser superior a 3 m, pois dificulta e onera a colheita. Cortam-se os galhos muito vigorosos e mal localizados, que prejudicam tanto a operação de colheita como qualquer outra prática cultural.

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Para a realização das podas é necessário a aquisição de tesouras de poda. (EMBRAPA, 2012)

As plantas invasoras interferem no desenvolvimento das Aceroleiras, sobretudo em pomares recém-instalados, pois competem por água, nutrientes, espaço e luz. As plantas daninhas presentes na área dificultam o manejo, especialmente as operações de irrigação, adubação, poda e colheita. Além disso, as plantas invasoras podem ser hospedeiras de pragas, doenças e nematoides. A Aceroleira é uma planta rústica, contudo, deve-se manter o pomar livre da concorrência de plantas daninhas. Em áreas infestadas por plantas daninhas, pode-se adotar o método mecânico de controle, seja o manual (capina) ou o mecanizado (uso de equipamentos motorizados). Recomenda-se fazer o coroamento manual das plantas com enxada. Deve-se fazer o coroamento em um raio de 1 m ao redor da muda recém-plantada. Quando a Aceroleira já está formada, deve-se fazer a capina até 1 m além da projeção da copa. (EMBRAPA, 2012)

A análise de solo e a análise foliar são importantes visando o desenvolvimento das mudas implantadas e a manutenção do pomar, visto que analisar a fertilidade do solo onde será realizado o plantio tem o objetivo de corrigir deficiências da fertilidade do solo, oferecendo nutrientes necessários ao desenvolvimento das mudas, e a análise de folhas quando associada à análise de solo, proporciona orientação segura no manejo dos nutrientes.

Apesar de ser considerada uma planta que tolera a seca, a Aceroleira, quando irrigada, apresenta aumento significativo da produtividade. A irrigação, aliada a outras técnicas de manejo, proporciona a colheita de duas safras anuais, sendo possível, também, ajustar a época da colheita de acordo com os períodos de maior demanda de mercado. A prática da irrigação consiste no fornecimento de água às culturas, de maneira adequada e em quantidade suficiente para atender às necessidades hídricas das plantas, em suas diferentes fases de desenvolvimento. De modo geral, a cultura da Acerola adapta-se a diversos sistemas de irrigação, mas a irrigação localizada facilita o manejo de água. É importante considerar os custos de depreciação do sistema de irrigação, em que a cada ano a depreciação fica em torno de 5% do valor dos equipamentos. (EMBRAPA, 2012)

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Em período de produção plena, a colheita, que é manual, deve ser feita de duas a três vezes por semana, podendo até ser diária, dependendo da quantidade de frutos produzida. A realização de colheitas frequentes previne a queda dos frutos, que ocorre naturalmente quando atingem determinado ponto de maturação. (EMBRAPA, 2012)

Durante a colheita, o produtor pode utilizar caixas de PVC de tamanho pequeno (como, por exemplo, caixas para transporte de sacos de leite pasteurizado), que permitam até 15 cm de altura de frutos. Pelo fato de serem bastante perecíveis, recomenda-se que os frutos sejam levados ao seu destino logo após a colheita. (EMBRAPA, 2012)

Segundo dados obtidos pela EMBRAPA (2012), a produtividade média do cultivo da acerola com irrigação no nordeste no primeiro ano é de 0 t/ha, no segundo ano, 12 t/ha, no terceiro, 15 t/ha, no quarto ano e ano seguinte, 20 t/h e com produtividade média de 25 t/ha a partir do sexto ano (EMBRAPA, 2012)

A maioria das unidades produtivas possui pelo menos um trabalhador permanente, e todas as unidades contratam trabalhadores temporários para as atividades que demandam muita mão de obra, como capina, poda, desbrota e colheita. Com relação às atividades mecanizadas, todas são executadas pela locação de máquinas e implementos. O projeto de investimento, por ser uma atividade de risco, é necessário possuir assistência técnica através de um Engenheiro Agrônomo para buscar a máxima eficiência produtiva. O Custo de oportunidade do uso da terra deve ser considerado para fins de custo operacional total.

2.2.2 A cultura da Goiaba

A goiabeira (Psidium guajava L.) é originária da América Tropical, e cultivada em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo. A goiaba é uma das frutas de maior importância nas regiões subtropicais e tropicais, não só devido ao seu elevado valor nutritivo, mas pela excelente aceitação do consumo in natura, além de ser apreciada por suas características de sabor e aroma (MAIA; FIGUEIREDO; SANTOS, 2002)

A goiabeira pertencente à família Myrtaceae é uma árvore de pequeno porte, em pomares adultos conduzidos sem poda, pode atingir de 3 a 8 m de

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altura. As folhas são opostas, grossas, coriáceas, de coloração verde-amarela, conforme mostrado na Figura 5 (SAMPAIO, 2011). Seu sistema radicular apresenta raízes adventícias primárias, concentrando a uma profundidade de 30 cm do solo. A planta de goiabeira propagada via semente apresenta raiz pivotante, já as mudas propagadas através de estacas têm apenas raízes secundárias e não atingem grandes profundidades (NETO, et al., 2001).

Suas flores são brancas, hermafroditas, e surgem em botões isolados ou em grupos de dois ou três botões, sempre na axila das folhas, que brotam em ramos maduros após a poda ou naturalmente. Seus frutos são bagos que têm tamanho, forma e coloração de polpa variáveis, conforme a variedade. A frutificação começa no 2º ou no 3º ano, em pomares propagados via semente. Quando o pomar é implantado com mudas propagadas vegetativamente, por estaca ou por enxerto, iniciam a floração de 7 a 8 meses de idade, após implantação no local definitivo (NETO, et al., 2001)

A goiabeira é uma planta que, de acordo com Freitas (2007), beneficia-se mais da polinização cruzada, pois esta incrementa sua produção em até 39,5%. A planta é um arbusto de árvore de pequeno porte, que pode atingir de 3 a 6 metros de altura, com casca lisa, delgada que se desprende em lâminas. O fruto apresenta forma arredondada ou baga globosa, ovoide ou piriforme, de 4 até 12 cm de comprimento.

Figura 5. Goiabeira (Psidium guajava L. cv. Paluma) com fruto.

Fonte Youtube, 2016.

Do ponto de vista nutricional, a goiaba é considerada excelente fonte de vitaminas, minerais e fibras; carotenoides e compostos fenólicos, muito embora o consumo da goiaba in natura ainda seja baixo no Brasil (aproximadamente 300g/hab/ano). (TASCA, 2007).

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Considera-se ainda uma fruta rica em zinco, niacina e vitamina E, e cada um destes desempenha papel significativo na manutenção da saúde humana. Além destes, elevados teores de selênio, cobre, fósforo, magnésio, cálcio, ferro, ácido fólico e vitaminas A, B1, B2 e B6, também quantidades satisfatórias de compostos fenólicos representados pelos taninos, quercitina, rutina, miercitina, apigenina, ácido elágico e antocianinas como descreve Thomaz (2014).

O Brasil é um dos principais produtores mundiais de goiaba. Em 2018, foram produzidas cerca de 580 mil toneladas. A região Nordeste lidera a produção com 50,74% deste total. Sendo assim a Goiaba situa-se entre uma das frutíferas de maior valor econômico para região Nordeste. (IBGE, 2018)

De acordo com o Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu em torno de 458 mil toneladas de goiaba neste mesmo ano. A Tabela 1 apresenta a produção de goiaba em alguns estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Norte. Os estados de São Paulo e Pernambuco são os maiores produtores nacionais, somando juntos 65,4% de toda a produção do país. O Rio Grande do Norte aparece na 12ª posição com aproximadamente 5.237 toneladas produzidas. (SIDRA/IBGE, 2017)

Tabela 1. Produção Nacional e Municipal de Goiaba em 2017.

Posição Brasil e Unidade da Federação Quantidade produzida (Toneladas)

Brasil 458046

São Paulo 173926

Pernambuco 125640

Bahia 42073

Ceará 17698

13º Rio Grande do Norte 5237

Fonte: (Adaptado de IBGE, 2018)

No nordeste brasileiro principais variedades de goiabeira cultivadas são a Paluma, a Pedro Sato e a Rica. A seleção de uma delas e a adoção do sistema produtivo adequado depende, principalmente, da destinação da produção ou do mercado que o produto irá atingir. Atualmente, na produção de frutas para consumo in natura no Nordeste, usa-se a variedade Paluma. Já no

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processamento industrial, indicam-se as variedades Paluma, Pedro Sato e Rica. (Embrapa, 2011)

A cultivar Paluma apresenta entre suas características, dupla finalidade, consumo in natura e industrialização, sendo esse um dos fatores marcantes de sua exploração. Outro fator relevante é a capacidade para alcançar elevadas produtividades (Pereira & Nachtigal, 2009)

A cv. Paluma (Figura 6) tem cor de polpa vermelho-intensa, sabor agradável e pequena quantidade de sementes, além de rendimento de polpa em torno de 94%. (BARSOSA; LIMA, 2010).

Figura 6. Goiaba da espécie Psidium guajava L. cv. Paluma

Fonte: Sementes Arbo Center, 2018.

A goiaba é uma fruta considerada muito importante dentro do contexto da fruticultura brasileira, encontrando-se em expansão. Embora a sua produção no Brasil represente aproximadamente 570 mil toneladas, concentradas nos meses de fevereiro e março, a comercialização da fruta ocorre o ano todo (ZANATTA; ZOTARELLI; CLEMENTE, 2017).

O aumento no consumo está associado à grande divulgação das qualidades nutricionais da fruta. Por se tratar de uma fruta altamente perecível, o conhecimento de sua fisiologia pós-colheita é fundamental para o emprego adequado de tecnologias, visando aumentar o período de conservação. Após a colheita de frutas e hortaliças inicia-se uma série de processos degradativos que aceleram a senescência, causando perdas de grande parte da produção. Diversas dessas perdas podem ser atribuídas à ação de enzimas durante a pós-colheita (ZANATTA; ZOTARELLI; CLEMENTE, 2017).

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Uma característica importante da goiabeira cultivada com irrigação e com poda de frutificação no Nordeste é que, além da alta produtividade, produz o ano inteiro (GONZAGA NETO, 2007).

Sistema de Produção do Projeto

Dentro dos insumos necessários para a implantação e/ou a manutenção da cultura da Goiaba está a aquisição de mudas, as quais são necessárias para formar o estande do pomar. Faz-se importante o acréscimo de 10% o total de mudas para realizar o replantio, caso necessário, visto que as plantas podem não se adaptar ao novo local de cultivo.

A goiabeira é uma planta pouco exigente em fertilidade do solo, podendo desenvolver-se em solos com pH de 4,5 a 8,0, com faixa ótima de desenvolvimento entre 5,0 e 6,5, assim faz-se importante a correção com calcário. No entanto, para a obtenção e a manutenção de boas produtividades em pomares comerciais, é necessário manter níveis adequados de fertilidade. Com isso deve-se realizar a correção de solo com fertilizantes como Uréia, Superfosfato simples e Cloreto de Potássio, em que os níveis de NPK sejam os adequados para a cultura. Além disso, deve-se realizar a aplicação de fertilizantes que ofereçam quantidades adequadas de Micronutrientes. Em caso de adubações foliares, recomenda-se utilizar o fertilizante Fertamin. (EMBRAPA, 2010)

Adubação orgânica dos pomares de Goiabeira também deve ser realizada para elevar a qualidade da produção. Com isso, no sistema produtivo adotado nesse projeto será utilizado o esterco bovino, aplicado uma vez por ano. (EMBRAPA, 2010)

Ao se produzir a cultura da goiaba é necessário que os produtores disponham de meios mínimos para controlar quimicamente as pragas que ocorrem na cultura, mesmo para uso em última estância. O Sulfuramida é um eficiente Formicida para o controle de formigas cortadeiras, uma das principais pragas das culturas frutíferas. A Mosca-das-Frutas (Anastrepha fraterculus) é a principal praga que ataca a goiabeira, o controle químico utilizando o inseticida Decis 25 CE (Deltamethrin) é uma boa alternativa para diminuir as perdas de produção. Segundo a Embrapa, ao se controlar a Mosca-das-Frutas

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pode-se utilizar também o mesmo produto para o controle do psilídeo-da-goiabeira (Triozoida sp.). (EMBRAPA, 2010)

Atualmente, segundo a Embrapa (2010), a doença mais severa nas regiões semiáridas é a meloidoginose da goiabeira, causada pelo Meloidogyne

enterolobii. Para o controle dessa doença recomenda-se a aplicação do

produto comercial NIMITZ EC em uma dosagem de 1000-2000 ml/ha. A aplicação deve ser na superfície do solo em faixas de 100 cm de largura em ambos os lados da planta. A época ideal para aplicação de NIMITZ EC é no início da época chuvosa, quando as plantas estão emitindo raízes novas, indica-se realizar uma aplicação por safra. (ADAMA, 2014)

A antracnose é uma doença que ataca os frutos da goiabeira, é causado pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, para o controle dessa grave doença é indicado a utilização do Cupravit Azul, fungicida a base de Oxicloreto de cobre. É indicado não realizar aplicação em frutos com tamanho superior a 1,5 cm de diâmetro, além de se fazer no máximo 3 aplicações por ciclo. Outras doenças que podem atacar a goiabeira são a Seca das Ponteiras (Erwinia

psidii), a Ferrugem (Puccinia psidii) e a Verrugose (Sphaceloma psidii). Para

realizar o controle podem-se utilizar os seguintes produtos: Dithane PM (Mancozeb) e o Kocide (Hidróxido de cobre). A utilização de espalhante adesivo é importante para uma melhor eficiência de aplicação de produtos fitossanitários e fertilizantes líquidos. (EMBRAPA, 2010)

As mudas após o plantio são tutoradas e amarradas com fitilho, com o objetivo de aumentar a sustentação mecânica das plantas, em função da ação

danosa do vento.

Segundo a Embrapa (2010), para o preparo do solo na implantação de um pomar de goiabeira, recomenda-se a realização de uma aração profunda seguida de uma a duas gradagens, cerca de dois meses antes do plantio. A aração pode ser realizada com Trator de pneus, do tipo 4X4, com potencia entre 50 e 70CV acoplado com um implemento arado. A gradagem pode ser realizada com o mesmo trator utilizado para a aração, porém utilizando como implemento uma grade intermediária. Após o preparo do solo, executam-se a marcação e a abertura das covas de plantio, seguindo as recomendações de espaçamento entre covas e entre linhas, no caso da Goiabeira o espaçamento

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adotado será de 7,0 m x 7,0 m. As covas, quando feitas manualmente, devem adotar as dimensões de 60 cm x 60 cm x 60 cm. (EMBRAPA, 2010)

É importante considerar os custos de transporte interno de insumos e outros materiais, visto que essa atividade é necessária e representa um custo na operação de plantio. A adubação em fundação é uma atividade manual, que deve ser realizada baseada na correção dos teores dos nutrientes, o adubo mineral deverá ser aplicado ao lado da muda plantada, enquanto a adubação orgânica é realizada com a mistura homogênea do solo oriundo do coveamento na proporção de 1/3 do volume de terra extraído. (EMBRAPA, 2010)

A análise de solo e a análise foliar são importantes visando o desenvolvimento das mudas implantadas e a manutenção do pomar, visto que analisar a fertilidade do solo onde será realizado o plantio tem o objetivo de corrigir deficiências da fertilidade do solo, oferecendo nutrientes necessários ao desenvolvimento das mudas, e a análise de folhas quando associada à análise de solo, proporciona orientação segura no manejo dos nutrientes.

Para a execução do plantio, a distribuição das mudas é realizada manualmente, e fecha-se a cova com o volume de terra extraída, em caso de falha no plantio e/ou na adaptação das mudas deve-se realizar o replantio. O plantio é realizado preferencialmente, nas horas mais frescas do dia.

A poda de condução é um trato cultural importante para a goiabeira, visto que essa atividade tem como objetivo orientar a planta de modo a se obterem ramos bem distribuídos, permitindo, assim, uma maior penetração da luz solar e favorecer a ventilação no interior da copa. Isso garantirá um controle fitossanitário mais eficiente. Goiabeiras destinadas principalmente à produção de frutas para consumo in natura devem ser podadas, visando ao escalonamento da produção. Sabe-se que a goiabeira responde bem à poda de frutificação, pois, independentemente da época do ano, as flores surgem somente nas brotações oriundas dos ramos maduros. (EMBRAPA, 2010)

Nos primeiros meses depois do transplantio das mudas, quando as

plantas ainda estão em fase de “pegamento” e as raízes podem ser

danificadas, recomenda-se fazer um coroamento manual ao redor das plantas, utilizando-se, para isso, de uma enxada. A capina mecanizada pode ser realizada com trator nas entrelinhas da cultura, impedindo que as plantas

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invasoras se desenvolvam e produzam sementes (COSTA; COSTA, 2003). A utilização de herbicidas, também pode ser feita na cultura da goiaba. (EMBRAPA, 2010)

A goiaba destinada ao consumo in natura deve apresentar uniformidade, no que diz respeito ao tamanho, à coloração da casca, à firmeza, ao peso, etc. Por essa razão, é aconselhável realizar o raleio de frutos quando ocorrer frutificação excessiva. O número de frutos deixados por planta após o raleio influi diretamente no tamanho e no peso final deles. Outra medida importante, que também faz parte do raleio, é a eliminação dos frutos danificados fisicamente ou que apresentem sinais de ataque de pragas e doenças. Portanto, só devem permanecer na planta os frutos com boa aparência, sem defeitos, capazes de assegurar o padrão de qualidade requerido pelo mercado consumidor. (EMBRAPA, 2010)

Apesar de ser considerada uma planta que tolera a seca, a goiabeira, quando irrigada, apresenta aumento significativo da produtividade. A irrigação, aliada a outras técnicas de manejo, proporciona a colheita de duas safras anuais, sendo possível, também, ajustar a época da colheita de acordo com os períodos de maior demanda de mercado. A prática da irrigação consiste no fornecimento de água às culturas, de maneira adequada e em quantidade suficiente para atender às necessidades hídricas das plantas, em suas diferentes fases de desenvolvimento. De modo geral, a cultura da goiaba adapta-se a diversos sistemas de irrigação, mas a irrigação localizada facilita o manejo de água. (EMBRAPA, 2010)

Os procedimentos adotados na colheita variam conforme o mercado de destino. Para o mercado de fruta fresca, o manuseio durante a colheita deve ser particularmente cuidadoso, para evitar danos aos frutos. As goiabas devem ser acondicionadas em caixas de plástico de 20 kg ou em outro recipiente que assegure proteção e sanidade, devendo ser mantidas à sombra até o momento do transporte para o galpão de embalagem ou a empacotadora. Cuidados também devem ser tomados durante o transporte, que deve ser feito em baixa velocidade e por estradas bem pavimentadas. Os cuidados devem se estender às operações realizadas no local de embalagem. (EMBRAPA, 2010)

A goiaba é uma fruta de alta perecibilidade, necessitando de um manejo pós- colheita que possa atrasar os processos de senescência. Para conseguir

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um alto rendimento nas operações de pós-colheita, o local onde a goiaba será embalada deverá ser dimensionado conforme o volume de frutas colhido diariamente, o número de funcionários envolvidos nas diferentes atividades e a movimentação das frutas antes e depois do processamento. O Transporte Interno da produção de Goiaba é realizado através de maquinários. (EMBRAPA, 2010)

Segundo a EMBRAPA (2010), a média histórica de produção irrigada de goiaba está acima de 120 kg/ planta/ano. A produtividade média da goiabeira com irrigação no nordeste no primeiro ano é de 0 t/ha, é de 7 t/ha no segundo ano, 12 t/ha no 3º ano, 20 t/ha no 4º ano e 26 t/ha no 5º ano e com produtividade média de 30 t/ha a partir do sexto ano (EMBRAPA, 2010)

A maioria das unidades produtivas possui pelo menos um trabalhador permanente, e todas as unidades contratam trabalhadores temporários para as atividades que demandam muita mão de obra, como capina, poda, desbrota e colheita. Com relação às atividades mecanizadas, todas são executadas pela locação de máquinas e implementos. O projeto de investimento, por ser uma atividade de risco, é necessário possuir assistência técnica através de um Engenheiro Agrônomo para buscar a máxima eficiência produtiva. O Custo de oportunidade do uso da terra deve ser considerado para fins de custo operacional total.

2.2.3 A cultura da Manga

A mangueira é uma dicotiledônea pertencente à família Anacardiaceae, gênero Mangifera, espécie Mangifera indica L., originária da Ásia Meridional e do Arquipélago Indiano, onde é cultivada há mais de 4.000 anos. Sua introdução no Brasil deveu-se aos portugueses, que no século XVI transportaram da África as primeiras plantas dessa espécie e implantaram na cidade do Rio de Janeiro, difundindo-se a partir daí por todo o país (SIMÃO, 1998).

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas do mundo, sendo a mangueira uma das frutíferas mais cultivadas (Anu. Bras. Frut., 2014). Em 2013, a manga foi a segunda fruta in natura mais exportada pelo Brasil e a que

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gerou a maior receita, cerca de 147,5 milhões de dólares (Anu. Bras. Frut., 2014).

É na região Nordeste do Brasil onde está a maioria dos pomares comerciais de mangueira, com destaque para o Vale do São Francisco (Pernambuco), Vale do Parnaiba (Piauí), Vale do Jaguaribe (Ceará) e o Polo Açu-Mossoró (Rio Grande do Norte) (IBGE, 2014).

A manga possui grande aceitação no mercado, pois além de ser rica em vitaminas A, B e C, possui quantidade significativa de sais minerais, como cálcio, ferro, potássio, cobre e magnésio (BRAZILIAN FRUIT, 2015). Atualmente é cultivado um grande número de variedades, no entanto, a “Tommy Atkins” é mais produzida com maior participação no volume comercializado, tanto no Brasil quanto no mundo, devido principalmente a sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte a longas distâncias (EMBRAPA, 2008a), enquanto a “Haden” ocupa o 2º lugar na produção interna (HARADA et al., 2008). A cultivar tommy Atkins pode ser visualizada a seguir, através da figura 7.

Figura 7. Mangueira (Mangifera indica L. cv. tommy atkins.) com fruto.

Fonte Jardim exótico, 2015.

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de produção de frutas segundo a FAO (2013), a região nordeste é uma das responsáveis por grande parte dessa produção, isso se deve às características de clima e irrigação, além de sua localização, que favorece o transporte de frutos para a América do Norte e Europa, deixando os custos de exportação menores (XAVIER et al., 2009)

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No tocante a produção de manga, especificamente, o Brasil ocupa um lugar importante em âmbito mundial. A produção brasileira de manga em 2018 foi de 1.319.296 toneladas em uma área de plantio de 76.568 hectares (IBGE, 2018; FAO, 2015). A região Nordeste lidera a produção com 76,30% deste total, com uma produção de 1.006.580 toneladas da fruta.

No Nordeste brasileiro, a manga é cultivada em todos os estados, em particular nas áreas irrigadas da região semiárida, que apresentam excelentes condições para o desenvolvimento da cultura e obtenção de elevada produtividade e qualidade de frutos. (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2013).

A Tabela 2 apresenta a produção de goiaba em alguns estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Norte. Os estados de Pernambuco e Bahia são os maiores produtores nacionais, somando juntos 66,3% de toda a produção do país. O Rio Grande do Norte aparece na 5ª posição nacional e na 3ª posição do Nordeste com aproximadamente 44.066 toneladas produzidas. (SIDRA/IBGE, 2017)

Tabela 2. Produção Nacional e Municipal de Manga em 2017.

Posição Brasil e Unidade da Federação Quantidade produzida (Toneladas)

Brasil 1319296

Pernambuco 496937

Bahia 378362

São Paulo 202328

Minas Gerais 83165

Rio Grande do Norte 44066

Ceará 42253

Fonte: (Adaptado de IBGE, 2018)

A variedade Tommy Atkins originou-se na Flórida, EUA, na década de 1920. Produz fruto com peso médio de 460 g, casca espessa e formato oval. Apresenta coloração da polpa laranja-amarela e casca vermelho-púrpura intensa. A polpa é firme, suculenta, com teor médio de fibra. A polpa é rica em vitaminas A e C. Possuem, ainda, em sua composição niacina e 19 tiamina, duas vitaminas do complexo B e sais minerais como fósforo segundo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA, 2015).

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Frutos de tamanho médio a grande (atingindo de 400 a 600 gramas), apresentando uma casca grossa, lisa e coloração do fruto atraente (laranja-amarela coberta com vermelho e purpura intensa), com teor de fibra médio, atingindo 17 ºBrix (Figura 8). Resistente ao manuseio e antracnose, porém muitos sensível ao colapso interno e malformação floral, apresenta alta produtividade e boa vida de prateleira, muito apreciada pelo mercado americano e asiático (FONSECA et al., 2006). A produção dessa variedade ocorre entre os meses de agosto a outubro para exportação e leva em torno de 150 dias após a floração.

Figura 8. Manga da espécie Mangifera indica L. cv. tommy atkins.

Fonte: Frutos da Horta, 2018.

A Tommy Atkins é a variedade mais produzida e a que possui a maior participação no volume comercializado no mundo, devido principalmente a sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte a longas distâncias, assim esta variedade possui excelente rendimento industrial por reduzir sensivelmente os custos de processamento durante o preparo, com consequente redução nos custos de produção (COSTA e SANTOS, 2004; BENEVIDES, et al., 2008).

Sistema de Produção do Projeto

Dentro dos insumos necessários para a implantação da cultura da Acerola está a aquisição de mudas, em que as mudas serão necessárias para formar o estande do pomar. Faz-se importante o acréscimo de 10% o total de

Referências

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