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Atendimento educacional especializado com estudantes surdos na escola estadual professor Gerson Lopes

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

KÁTIA THAÍS FERNANDES GURGEL

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM ESTUDANTES SURDOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GERSON LOPES

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CARAÚBAS 2018

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KÁTIA THAÍS FERNANDES GURGEL

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM ESTUDANTES SURDOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GERSON LOPES

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade à distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do professor Drº. Bruno de Oliveira Lima.

CARAÚBAS 2018

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM ESTUDANTES SURDOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GERSON LOPES

KÁTIA THAÍS FERNANDES GURGEL

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade à distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Profº. Drº. Bruno de Oliveira Lima (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________ Profª. Drª. Leticia dos Santos Carvalho (Examinadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________ Profª. Drª. Zildenice Matias Guedes Maia (Examinadora)

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM ESTUDANTES SURDOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GERSON LOPES

RESUMO

O presente artigo versa sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) com estudantes surdos na Escola Estadual Professor Gerson Lopes, no município de Apodi/RN. O objetivo geral da pesquisa é saber sobre o funcionamento e a eficácia do AEE em uma escola pública da rede estadual.Metodologicamente fizemos uso da entrevista e da pesquisa bibliográfica. Tendo em vista ser um tema ainda pouco estudado, consideramos a pesquisa relevante. Em relação a revisão teórica utilizamos Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (1996); Damázio (2007);Mantoan (2003). Ao fim do estudo constamos que a referida escola presta os serviços de AEE e o mesmo é destinado a alunos com necessidades educacionais especiais, da própria escola e de outras instituições de ensino. E é uma ação que enfrenta muitas dificuldades para a sua realização, mas que os professores fazem de tudo para dar uma educação de qualidade a esses alunos que tanto necessitam, tornando-os cidadãos independentes capazes de mudar o mundo e de trilharem os seus próprios caminhos e construir a sua própria história.

PALAVRAS-CHAVE: Atendimento Educacional Especializado. Sala de Recursos

Multifuncionais. Surdez.

ABSTRACT

This article deals with the Specialized Educational Assistance (AEE) with deaf students at the State School Professor Gerson Lopes, in the municipality of Apodi / RN. The general objective of the research is to know about the functioning and effectiveness of ESA in a public school of the municipal network. Methodologically, we used the interview and bibliographic research. In order to be a topic that has not yet been studied, we consider the research relevant. In relation to the theoretical revision we use the National Policy of Special Education in the Perspective of Inclusive Education (2008); Law of Guidelines and Bases of National Education - LDB (1996); Damázio (2007); Mantoan (2003). At the end of our study, we find that the school provides the services of ESA and it is intended for students with special educational needs, the school itself and other educational institutions. And that it faces many difficulties for its realization, but that teachers do everything to give a quality education to those students who so badly need them, making them independent citizens capable of changing the world and of treading their own ways and build your own story.

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1. INTRODUÇÃO

A atenção ao estudante com deficiência no âmbito da educação escolar apresenta, na contemporaneidade, duas abordagens: a Educação Especial e a Educação Inclusiva, ambas importantes no processo educacional e na escolarização dos alunos com deficiência.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) define a Educação Especial como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, que disponibiliza recursos, serviços e o atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar, aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no ensino regular.

A Educação Especial direciona suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos no processo educacional, nas escolas regulares. Orientando a organização de redes de apoio à formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento de práticas colaborativas (BRASIL, 2008).

Já a segunda abordagem, a Educação Inclusiva, tem como objetivo transformar a sociedade. Segundo a Declaração de Salamanca (1994), o princípio básico da Educação Inclusiva é que todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e entre outros, sejam atendidos nas escolas de ensino regular.

A aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996, afirma no seu 5° artigo, que a educação é um direito de todos os cidadãos:

O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo (BRASIL, 1996).

Assim como consta na Lei nº 9.394/1996, a escola deve proporcionar o ingresso e a permanência do aluno no ambiente escolar, com atenção à aprendizagem e ao desenvolvimento dos mesmos. É dever da Educação Inclusiva desenvolver a socialização de alunos com deficiência proporcionando assim a sua inserção no ambiente escolar.

Diante da necessidade de uma educação, que viabilize o acesso e a permanência dos alunos com deficiências das escolas do Brasil, foi desenvolvido um novo serviço voltado para a educação, com o propósito de amenizar os problemas de exclusão enfrentados pelas escolas, foi criado assim: O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da educação especial, que tem:

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A função de identificar, elaborar, e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela (SEESP/MEC, 2008).

O AEE foi criado pelo Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, revogado pelo Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Trata-se de um conjunto de atividades e recursos de acessibilidade e pedagógicos que tem o objetivo de dar apoio e suporte ao ensino regular identificando, elaborando e organizando métodos pedagógicos que derrubem as barreiras encontradas pelos alunos, sempre considerando suas especificidades (BRASIL, 2011). Conforme afirma o Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011:

Art. 2º A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata o caput serão denominados atendimento educacional especializado, compreendido como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas:

I - complementar a formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos multifuncionais; ou II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.

§ 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas (BRASIL, 2011).

É um programa desenvolvido pelo governo federal nas escolas públicas, estaduais e municipais do nosso país. Uma ferramenta imprescindível para os alunos com deficiência, trazendo avanços significativos na aprendizagem, segundo Menezes (2016) o AEE favorece o desenvolvimento escolar e social dos alunos, sendo visto como um complemento ou suplemento à formação. Esse atendimento acontece em sala específica chamada de Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), que tem o seguinte significado:

Os sistemas de ensino na implantação de salas de recursos multifuncionais, com materiais pedagógicos e de acessibilidade, para a realização do atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar à escolarização. A intenção é atender com qualidade alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, matriculados nas classes comuns do ensino regular (BRASIL, 2001).

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No município de Apodi/RN existem vinte e sete unidades educativas (escolas e núcleos) atualmente, mas, apenas duas são contempladas com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para pessoas com surdez. São elas: A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres e a Escola Estadual Professor Gerson Lopes, esta última é o nosso objeto de pesquisa.

Essas unidades são acessíveis para todos os alunos matriculados em escolas tanto municipais como estaduais. Na Gerson Lopes esse atendimento é acessível para todos da comunidade, na qual a escola está inserida, uma vez que a escola recebe todos os alunos que queiram participar das aulas de AEE para surdos. Segundo o Conselho Nacional de Educação, através da Resolução CNE/CEB nº 4/2009 e institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, em seu artigo 5º:

O AEE é realizado, prioritariamente, nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, em centro de atendimento educacional especializado de instituição especializada da rede pública ou de instituição especializada comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a secretaria de educação ou órgão equivalente dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios (BRASIL, 2009).

Por se tratar de uma temática pouco estudada, é importante a realização da pesquisa sobre o AEE, pois só assim conseguimos identificar como vem sendo trabalhada essa política na rede pública do município. Dessa forma, contribuímos para uma melhor qualificação da comunidade e dos profissionais da educação que futuramente poderão se deparar com alunos do AEE em suas escolas e devem conhecer o contexto crítico desta realidade, para que assim consigam atender esses alunos.

O objetivo principal do artigo é estudar o atendimento educacional especializado destinado aos estudantes surdos da escola estadual professor Gerson Lopes. Trata-se de uma pesquisa exploratória, com o objetivo de verificar como ocorre o funcionamento do AEE para alunos surdos e como estar organizada a sala de recursos multifuncionais (SRM) na Escola Estadual Professor Gerson Lopes, localizada no município de Apodi/RN, e os problemas que a mesma enfrenta no contexto da inclusão como: a falta de investimento das lideranças e a falta de professores adequados para estarem prestando o serviço de AEE dentro da referida escola.

Para esclarecer nossos questionamentos, utilizamos como técnicas metodológicas a pesquisa bibliográfica e documental, a partir de um olhar crítico e científico buscamos levantar os dados e fazer a respectiva análise comparando a teoria e a pratica do AEE na escola pública da rede que envolve rede estadual e municipal. Uma outra ferramenta utilizada foi a pesquisa de campo (GIL, 2008), pela qual fomos até a escola e entrevistamos os professores, alunos

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envolvidos, para que assim pudéssemos de fato conhecer a realidade da escola e, dessa forma, coletar os dados com mais economia e rapidez.

Em relação a revisão teórica utilizamos Mantoan (2003), que em sua teoria defende a ideia da inclusão dos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (PNEE) na escola regular, respeitando as diferenças e garantindo a todos o direito a educação. Lacerda (2006) em seu estudo também afirma que as escolas devem atender os alunos surdos e que as mesmas devem ser modeladas para a realização desse atendimento, respeitando as singularidades e promovendo espaços de convivência e conhecimento mútuo para esses alunos.

Em sua pesquisa sobre o AEE para pessoas com surdez Damazio (2007) relata sobre as diversas possibilidades para que o aluno surdo frequente e aprenda nas turmas comuns de ensino regular e ainda nos fala que esse atendimento deve ser prestado de modo que venha romper com as barreiras linguísticas e pedagogicas que interferem na inclusão desses alunos nas salas de aula comuns. Para Almeida e Tavares (2009) o brincar pode ser uma importante ferramenta a ser utilizada na sala de aula para incluirmos esses alunos no ambiente escolar, pois é por meio da diversão que favorecemos a interação da criança com deficiência com o meio no qual convive, oportunizando-a ao desenvolvimento integral e social.

No primeiro capítulo tratamos sobre as perspectivas teóricas a respeito do AEE, no segundo sobre o seu funcionamento na escola estadual professor Gerson Lopes, no qual relatamos sobre a instituição de ensino, a proposta do AEE nesta instituição e o seu funcionamento para com os alunos surdos, e ainda descrevemos analiticamente sobre as salas de recursos multifuncionais (SEM) e os professores do AEE. Por fim, as considerações finais, nas quais sugerimos novos e importantes horizontes de pesquisas correlatos à temática aqui abordada, finalizando-se com as Referências bibliográficas.

2 PERSPECTIVAS TEÓRICAS SOBRE AEE

Durante muito tempo as pessoas com deficiência eram vistas como seres incapazes e sem valor para a sociedade e para a própria família. A partir da década de 1960 essas pessoas passaram a integrar-se no ambiente escolar e nos sistemas gerais da sociedade. Mas, somente a partir da década de 1990 com a Declaração de Salamanca (1994), surge a inclusão escolar, rompendo os paradigmas educacionais existentes na época, sendo reconhecidas como cidadãos e que nos trouxe como principais diretrizes para construção de uma escola inclusiva, algumas ideias, tais como:

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Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provê em uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).

Sabemos que a exclusão existe em todos os lugares e até mesmo na escola, pois muitas delas deixam de receber esses alunos com deficiência por acharem que eles não são capazes de desenvolver seu aprendizado e ainda há outras instituições que os recebem, porém, os tratam de forma diferenciada, o que em nada ajuda no seu desenvolvimento escolar e social. É o que Mantoan (2003), nos relata, “A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar” (MANTOAN, 2003, p.13). Portanto, muitas unidades educacionais ainda excluem esses alunos, ao invés de recebê-los e incluí-los no ambiente escolar no qual estão inseridos.

Para Mantoan (2003, p, 13), “é a escola que tem de mudar, e não os alunos, para terem direito a ela!”. Para ela, a inclusão só acontecerá quando entendermos o que é a educação escolar e qual o seu papel na sociedade de hoje, pois “a escola se entupiu do formalismo da racionalidade e cindiu-se em modalidades de ensino, tipos de serviço, grades curriculares, burocracia” (MANTOAN, 2003, p. 12), tornando-se uma barreira, impedindo que a inclusão aconteça, pois nosso modelo de educação está ultrapassado e precisamos transformá-lo para que assim a escola possa fluir novamente e a educação realmente aconteça.

Para Damázio (2007, p. 14), “a inclusão de pessoas com surdez na escola comum requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional Especializado”. O AEE para alunos surdos ainda é muito debilitado, pois não há uma qualificação profissional e estrutural das escolas para atender esses alunos, o que tardia o ensino, prejudicando o desempenho escolar e social com o meio em que vivem. Ainda segundo Damázio:

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A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país (DAMÁZIO, 2007, p. 14).

Em sua abordagem sobre o AEE para surdos Damázio (2007) afirma que a proposta de inclusão deve atender três requisitos didático-pedagógicos fundamentais para a sua realização e o seu sucesso com os alunos do AEE. O primeiro deles é o AEE na escola comum, através do qual é possível trabalhar os conteúdos curriculares estudados na sala de aula comum. Para Damázio (2007):

Favorece ao aluno com surdez a compreensão desse conteúdo. Nesse atendimento há explicações das ideias essenciais dos conteúdos estudados em sala de aula comum. Os professores utilizam imagens visuais e quando o conceito é muito abstrato recorrem a outros recursos, como o teatro, por exemplo. Os recursos didáticos utilizados na sala de aula comum para a compreensão dos conteúdos curriculares são também utilizados no Atendimento Educacional Especializado em Libras (DAMÁZIO, 2007, p. 29).

O segundo requisito didático-pedagógico fundamental para a realização do AEE para surdos segundo Damázio (2007) é o AEE e o ensino de Libras, pelo qual o instrutor/ ou professor surdo deverá ensinar libras para os alunos surdos na sala de SRM, que ocorre sempre no horário contrário ao da sala de ensino comum.

O professor e/ou instrutor de Libras organiza o trabalho do Atendimento Educacional Especializado, respeitando as especificidades dessa língua, principalmente o estudo dos termos científicos a serem introduzidos pelo conteúdo curricular. Eles procuram os sinais em Libras, investigando em livros e dicionários especializados, internet ou mesmo entrevistando pessoas adultas com surdez (DAMÁZIO, 2007, p. 32).

E segundo Damázio (2007) o terceiro requisito didático-pedagógico fundamental para a realização do AEE para surdos é o AEE e o ensino de língua portuguesa, por meio do qual o professor (formado em Língua Portuguesa) deve trabalhar em conjunto com os demais professores, tanto o de Libras quanto com os professores da sala de aula comum, para que assim possam analisar o desenvolvimento dos alunos surdos.

O Atendimento Educacional Especializado para aprendizagem da Língua Portuguesa exige que o profissional conheça muito bem a organização e a estrutura dessa Língua, bem como, metodologias de ensino de segunda língua; O uso de recursos visuais é fundamental para a compreensão da Língua Portuguesa, seguidos de uma exploração contextual do conteúdo em estudo; O atendimento diário em Língua Portuguesa,

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garante a aprendizagem dessa língua pelos alunos; Para a aquisição da Língua Portuguesa, é preciso que o professor estimule, permanentemente, o aluno, provocando-o a enfrentar desafios; O atendimento em Língua Portuguesa é de extrema importância para o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com surdez na sala comum; A avaliação do desenvolvimento da Língua Portuguesa deve ocorrer continuamente para assegurar que se conheçam os avanços do aluno com surdez e para que se possa redefinir o planejamento, se for necessário (DAMÁZIO, 2007, p. 45).

Portanto o AEE para surdos oferece essas três fases com o objetivo de oportunizar momentos de aprendizagens em que os alunos surdos se beneficiem com uma educação de qualidade em um ambiente inclusivo de aprendizagem, tudo isso dentro da sala comum de ensino, bem como na SRM.

A inclusão escolar para Lacerda (2006) é um processo dinâmico e gradual, o que nos leva a crer que o sistema linguístico não existe, pois é ele que dificulta a interação dos alunos surdos com os membros da escola fazendo assim com que a sua aprendizagem seja prejudicada. Para a autora, o processo de aprendizagem deve variar de acordo com a necessidade dos alunos e o professor nada mais é do que o responsável por mediar a construção do conhecimento, por meio da interação entre os educandos e seus colegas.

A inclusão apresenta-se como uma proposta adequada para a comunidade escolar, que se mostra disposta ao contato com as diferenças, porém não necessariamente satisfatória para aqueles que, tendo necessidades especiais, necessitam de uma série de condições que, na maioria dos casos, não têm sido propiciadas pela escola” (LACERDA, 2006, p. 04).

As palavras de Lacerda (2006) deixam evidente que somente o interprete de Libras não é suficiente para a inclusão. É necessário que esse aluno seja atendido adequadamente e para isso é importante que a escola e os responsáveis por essa educação realizem mudanças nos aspectos didáticos e metodológico para o ensino de Libras. Também é necessária uma adequação curricular para que o aluno seja incluindo de fato na escola, além de conhecimentos sobre a surdez e a língua de sinais (Libras) importante ferramenta para a educação do surdo.

A escola, além de incluir esse aluno surdo, deve proporcionar uma educação em que ele possa ter total domínio sobre o código linguístico, para que assim possa estar apto a desenvolver-se socialmente com os colegas, professores e comunidade escolar além de prepará-los para interagir com o mundo e de trilharem seu próprio caminho sem medo do que irá encontrar futuramente ao ingressar no mercado de trabalho. E é isso que Mantoan (2003), Damázio (2007) e Lacerda (2006) relatam em seus estudos sobre a educação do surdo. Esses

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autores defendem que o surdo deve ser incluído e que as escolas têm total responsabilidade de alcance deste objetivo.

Em busca da inclusão escolar das pessoas com deficiência é importante tecermos um debate a respeito da formação e do papel do professor para lidar com essa realidade. Assim, diante do grande avanço da inclusão no ensino regular surgiu a necessidade de formar professores para atender a demanda desses alunos. Como relata a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, art. 12 “para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial” (BRASIL, 2009, p. 3). É dito ainda que é de sua total responsabilidade a elaboração e a execução do plano de ensino do AEE para atuarem na sala de SRM. Como consta no artigo 9° da Resolução CNE/CEB nº 4/2009:

A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento (BRASIL, 2009).

De acordo com o CNE/CEB, os profissionais da AEE devem trabalhar de forma conjunta com toda comunidade escolar, ou seja, pais, instituições de assistência ás crianças/adolescentes com necessidades especiais, bem como todas asa entidades que integram este cenário, pois o trabalho com este público alvo exige parcerias firmadas com todos os espaços onde os sujeitos envolvidos estão inseridos, somente assim podemos obter frutos do trabalho desenvolvido.

Para uma educação de qualidade, a formação do professor é fundamental, a Resolução nº 004/2009 descreve no seu Art. 13 sobre as atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado.

São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:

I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;

II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais;

IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;

V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;

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VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno;

VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação;

VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares (BRASIL, 2009).

Neste sentido, a referida Resolução destaca a atuação efetiva do profissional de AEE como protagonista responsável pelas atribuições e realização dos projetos pedagógicos, elaboração de planos e métodos que venham a garantir a comunicação e participação social dos educandos com necessidades especiais, aos quais possam garantir sua identidade e autonomia e condições efetivas de inclusão e participação no seu convívio social tanto nos espaços educativos como nos demais onde estão inseridos.

A atuação dos professores tradutores/intérpretes na sala de AEE envolve também a comunicação com diversas atividades realizadas dentro da escola, e deve ter como base a consciência de sua responsabilidade social, deve estar sempre atento às necessidades dos professores e dos alunos da comunidade escolar, promovendo assim a inclusão social.

3 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GERSON LOPES

Fundada no dia 15 de março de 1984, a Escola Estadual Professor Gerson Lopes, está localizada na Praça Getúlio Vargas, nº 21 – Apodi-RN, atendendo alunos da zona rural e da zona urbana da cidade, no Ensino Fundamental do 6° ao 9° ano, nos turnos matutino e vespertino, comportando o quadro de 45 funcionários ativos e 297 alunos matriculados, sendo 10 destes com diagnóstico de deficiência e já estão incluídos nas turmas regulares da escola, e do número de alunos com deficiência, apenas 1 tem deficiência auditiva, no 7° ano do ensino fundamental.

Segundo o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, é através de gincanas culturais e projetos de leitura que a instituição de ensino e aprendizagem visa melhorar as condições educacionais da população assistida, prestando serviços de qualidade, garantindo o acesso e a permanência dos alunos na sala de aula, contribuindo para a formação integral dos mesmos para que possam agir na transformação do meio em que vivem.

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A escola Estadual Professor Gerson Lopes foi uma das escolas contempladas com o serviço da educação especial, que ajuda no desenvolvimento escolar de vários alunos. O AEE vem sendo desenvolvido na mesma desde setembro de 2013. No início o AEE na escola era desenvolvido para atender alunos com outros tipos de deficiências, mas há dois anos a escola desenvolve o programa apenas com estudantes surdos.

O ensino regular da escola e o AEE devem caminhar juntos, para que tenha um bom desenvolvimento e resultados positivos no ensino das crianças. Na escola Gerson Lopes o AEE acontece quatro vezes na semana, de segunda-feira a sexta-feira no turno vespertino das 14h00min horas às 15h30min horas.

As aulas de AEE são bem dinâmicas, sempre havendo interação entre a teoria e a prática, momento em que o professor, após ministrar a aula para os alunos, em seguida, juntos eles realizam atividades relacionadas com o assunto que foi ministrado, às vezes por outros professores e de diversas áreas. Os alunos ainda utilizam jogos educativos: jogo da memória, quebra-cabeça e alfabeto manual, todos os jogos em libras, facilitando assim a aprendizagem dos alunos, pois de acordo com o MEC e SEE – Secretaria de Educação Especial:

(...) nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança (BRASIL, 2008 p. 16).

Embasadas no que dizem os referenciais do MEC e da SEE, as atividades lúdicas favorecem as relações interpessoais e as capacidades cognitivas das crianças e adolescentes. Assim, os mesmos, por meio de jogos de raciocínio lógico e de memória podem se comunicar de forma prazerosa e atrativa, facilitando o seu aprendizado e adquirindo novas formas de conhecimentos.

Também são realizadas outras atividades de forma oral e escritas, uma vez que ao ensinar determinadas palavras ou frases para os alunos, eles treinam a leitura oral, a entonação e também são estimulados a escrever. A prática acontece por meio de um diálogo onde há uma repetição de informação das palavras dialogadas. Nestes momentos, tanto os professores como os alunos as repetem de forma oral, e por meio de atividades impressas que tanto são realizadas em sala como em casa. As atividades sempre são contínuas e referentes ao que foi ministrado anteriormente em sala de aula, sempre priorizando atividades de leitura (português e datilologia) e atividades escritas, bem como atividades em que os alunos utilizam os computadores para escreverem textos e fazerem publicações nas redes sociais.

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A proposta de ensino do AEE deve estar dentro do PPP da escola e o mesmo deve estar bem elaborado e contemplando todos os requisitos básicos para uma boa execução. Segundo a Resolução nº 004/2009:

Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua organização:

I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;

II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola;

III – cronograma de atendimento aos alunos;

IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; V – professores para o exercício da docência do AEE;

VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção;

VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.

Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos público alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessários (BRASIL, 2009, p. 2- 3).

De acordo com o PPP da escola estudada, antes de começarem a empregar a proposta de AEE na referida instituição, foi realizado um estudo dos alunos atendidos, para que assim, os professores pudessem escolher os recursos de apoio necessários e adequados para a ministração das aulas que viriam a eliminar ou minimizar barreiras que impedem o aluno de ter acesso ao que lhe é ensinado na sua turma da escola regular. Neste caso, os mais utilizados são jogos educativos em libras, computadores e apostilhas específicas para a realização dos trabalhos formativos e pedagógicos. É desta forma que os educadores interpretes de libras da SEM utilizam esses materiais como fonte e recursos que facilitam, e muito, a aprendizagem desses alunos.

Para um funcionamento do AEE de qualidade é necessário colocar em pratica todos os requisitos básicos para o seu funcionamento e que os profissionais, pais e alunos tenham compromisso de trabalhem em conjunto. A sala de AEE da Gerson Lopes necessita de mais apoio dos seus idealizadores para conseguirem realizar um AEE de qualidade, pois, a falta de investimento na escola, de profissionais qualificados são os motivos principais para que a qualificação do AEE não aconteça. O AEE é realizado tanto com os alunos matriculados no ensino regular da escola, como também com alunos de outras instituições de ensino e ainda outros que já tenham terminado os estudos e que precisam do atendimento.

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A política de inclusão é uma realidade cada vez mais presente para alunos surdos e na perspectiva desta, o AEE para Surdos na Gerson Lopes acontece no contra-turno da classe comum, e durante essas aulas os alunos aprendem Libras e a Língua Portuguesa. De acordo com o Decreto nº 5.626, de 5 de dezembro de 2005:

As pessoas com surdez têm direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo (BRASIL, 2005).

O planejamento das aulas de AEE acontece toda sexta-feira, no Centro de Educação Especial de Apodi/RN, onde os instrutores e coordenadores de todas as escolas que são contempladas com o AEE se reúnem para discutir sobre os avanços, e sobre os trabalhos vindouros.

Para a realização do atendimento especializado e a fim de incluir os alunos PNE na escola regular, foi criada a sala de recursos multifuncionais (SEM). Segundo Menezes “as SRM são ambientes bem equipados com mesas, cadeiras, e equipamentos de informática e materiais pedagógicos, ou seja, tudo adaptado para atender o alunado desenvolvendo assim aprendizagens significativas” (2016, pg. 07). As SRM são espaços adaptados para a realização do AEE dentro da própria escola.

Os sistemas de ensino na implantação de salas de recursos multifuncionais, com materiais pedagógicos e de acessibilidade, para a realização do atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar à escolarização. A intenção é atender com qualidade alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, matriculados nas classes comuns do ensino regular (BRASIL, 2001).

Portanto, as SRM devem estar bem organizadas com os materiais necessários para auxiliar na escolarização, do público alvo da educação especial, extinguindo as barreiras existenciais que os impedem de serem sujeitos ativos, de direitos e deveres tanto no ambiente educacional como no social, tornando-os participantes autônomos e independentes, favorecendo estratégias de aprendizagem, que os auxilia na construção do conhecimento, subsidiando-os a um novo fazer pedagógico.

De acordo com as entrevistas realizadas com os professores do AEE e a gestão escolar, a SRM da escola Gerson Lopes, que funciona desde o ano de 2013, no início foi difícil à condução desse processo, por se tratar de um programa novo, que a escola não se via preparada

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para atuar com tamanha responsabilidade. Hoje, na referida sala há 04 profissionais trabalhando nas aulas de Libras, 02 instrutores (professores) surdos-mudos e 02 interpretes (estudantes de Libras).

As entrevistas foram realizadas com o Coordenador do AEE e os dois professores intérpretes em libras da SRM, os quais na ocasião foram questionados sobre a metodologia do trabalho executado, de como desenvolvem a política de atendimento deste público alvo e como a instituição mantém esses serviços aos seus usuários. Em relação aos intérpretes, os questionamentos se voltaram para as necessidades dos educandos, quanto às dificuldades e como são superados os limites de acesso e comunicação social entre surdos/surdos e surdos/ouvintes.

O trabalho acadêmico foi desenvolvido com duração de uma semana, na qual durante os 4 dias foram acompanhados os trabalhos realizados. Na ocasião foi realizado, no primeiro dia, a entrevista com o coordenador e no segundo dia com os professores de AEE. Mediante os dados coletados, foi constatado que o coordenador tem conhecimento das políticas públicas da área, estuda e sobre os direitos que os surdos devem ter acesso, buscando meios e parcerias de superar as dificuldades que a intuição enfrenta quanto aos recursos financeiros e parcerias para garantir a continuidade dos trabalhos.

No segundo dia foi o momento de entrevistar os professores de AEE. Na ocasião os dois professores entrevistados relataram que o método ofertado tem dado bons frutos em relação a comunicação tanto em libras como em português, especialmente na questão de leitura, sendo esta a principal dificuldade encontrada pelos alunos. As informações foram prestadas pela intérprete presente em sala de aula, a qual facilitou a comunicação durante a entrevista. Observa-se que os professores têm domínio fluente na metodologia aplicada e que se comunicam facilmente com os educandos.

Quanto aos educandos assistidos pela sala de aula, percebe-se um público comunicativo e participativo entre si e com os professores. Apresentam características de crianças/adolescentes calmos e demostram interesse pelas atividades. Foi visível que o trabalho executado traz bons resultados para a turma. Foi destacado durante este momento que as crianças que participam deste espaço têm maior desenvoltura nas salas de aulas normais, fato constatado nessas crianças/adolescentes durante o período observatório.

Ainda foi percebido durante a observação que os pais participam e interagem com os professores e os trabalhos escolares e que existe uma parceria entre família/escola, fato que contribui para garantir a inclusão social dos alunos, melhorando assim sua autoestima. Mesmo diante das dificuldades, os professores de AEE se esforçam para dar aos alunos a melhor

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aprendizagem possível, pois ao saírem da SRM eles já conseguem fazer a leitura de palavras e frases na língua portuguesa, como também em libras, fazendo assim com que se desenvolvam e ingressem na sociedade.

A SRM dispõe de vários equipamentos para ajudar no desenvolvimento educacional desses alunos, como jogos, computadores, data show, livros/apostilhas, cadernos e o alfabeto/números em libras e em português, todo o material para atender de forma satisfatória a todos os alunos. A tabela 1 mostra os materiais disponíveis na sala de SRM, conforme adquiridos na escola.

Tabela 1 – Materiais disponíveis na Sala de Recursos Multifuncionais-SEM.

MATERIAIS DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS – SEM

2 Notebooks 2 Computadores

1 Data Show Livros e Apostilas

Alfabeto/Números em Libras e Português (exposto na sala)

4 Jogos Educativos

2 Alfabeto em Libras

1 Jogo da Memória em Libras 1 Domino em Libras

Fonte: Documentos fornecidos pela escola

Figura 1: Jogos Educativos utilizados pelos professores de AEE nas aulas.

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Na sala de AEE há quatro jogos que são utilizados pelos alunos durante as aulas, são eles: 2 alfabetos em libras, 1 jogo da memória em libras e um 1 domino em libras, como mostra a figura 1. Os jogos desenvolvidos em sala de aula trazem aprendizagens conceituais, os quais o professor pode realizá-los em conjunto com outras atividades, enriquecendo a aprendizagem desses alunos.

Os jogos e as brincadeiras são ótimos recursos pedagógicos. Eles ajudam no processo de inclusão, pois as crianças brincam independente de suas limitações físicas. É o que nos aponta Almeida e Tavares (2009), quando dizem que:

O brincar desenvolve a imaginação, estimula a atividade motora, faz criar cumplicidade entre aqueles que jogam e dançam juntos favorecendo a socialização, independente de seus graus de habilidades/capacidades e das necessidades educacionais especiais. O brincar é indispensável para o desenvolvimento do potencial de todas as crianças. É brincando que a criança experimenta situações e emoções da sua realidade (Almeida e Tavares, 2009, p. 164-165).

Os jogos são formas de aprender brincando, são métodos que vêm sendo usados nos últimos anos com o objetivo de desenvolver o cognitivo, afetivo e motor dos alunos, os jogos de Libras são ótimos para o reconhecimento das letras, ajudando-os na formação de palavras e frases.

A SRM ainda dispõe de alguns materiais expostos nas paredes da sala de aula, como o alfabeto em libras e em português, os números e as saudações, que são importantes na aprendizagem, pois é um grande facilitador para a compreensão do conteúdo ministrado durante as aulas de libras. Conforme mostram as figuras 2 e 3.

Figura 2: Alfabeto e Números exposto na SEM.

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Figura 3: Cartazes as saudações expostas na SEM.

A exposição desses materiais traz resultados significativos na vida e no cotidiano dos alunos, pois por meios destes os alunos podem desenvolver seu aprendizado, uma vez que os mesmos sempre podem recorrer a eles assim que acharem necessário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos materiais e dados coletados e estudados, observa-se que o AEE na escola Gerson Lopes, enfrenta muitas dificuldades para a sua realização, mas, mesmo diante de tanta dificuldade para mantê-lo, a escola não desiste da proposta de inclusão, pois sabe da importância das aulas de AEE para cada um daqueles alunos. Uma vez que antes de empregar essas aulas para surdos, a instituição, primeiramente fez um estudo dos alunos atendidos, descobrindo assim suas limitações e os problemas enfrentados dentro da sala de aula comum, pois só dessa forma poderia ajudar os professores a escolher os recursos de apoio necessários e adequados para a execução das aulas de AEE para surdos.

As aulas de AEE para surdos funcionam há apenas dois anos na escola, mas, já

trouxeram mudanças significativas na vida escolar e social de cada um dos alunos participantes, uma vez que antes de se integrarem à proposta, eles não tinham nenhuma noção de Libras e de Língua Portuguesa, e que agora os mesmos já desenvolveram a linguagem bilíngue. O AEE para surdos na Gerson Lopes veio para mudar a vida desses alunos, tornando-os cidadãos independentes capazes de tentar modificar muitos dos aspectos negativos do seu e do mundo social; e de trilharem os seus próprios caminhos e construir a sua própria história.

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Nossa pesquisa analisou a realidade do AEE em uma das escolas públicas brasileiras, mas, é preciso que estudos futuros possam identificar como é a realidade desta proposta em outras escolas, também nas instituições particulares, para sabermos como ela está inserindo o aluno surdo no ambiente de escolarização, qual o plano curricular que rege a escola, como ela trabalha com esses alunos dentro da sala de aula e assim vermos os dois lados. É importante saber comparar de forma mais justa e com base em dados trabalhados a partir da metodologia de pesquisa, quais instituições de ensino têm de fato trabalhado ou trabalham com a inclusão, se seus alunos estão realmente incluídos na escola.

A temática do AEE é muito ampla e como o seu desenvolvimento acontece em outras instituições de ensino seria impossível de colocar em poucas páginas de um arquivo. Daí a necessidade de uma pesquisa mais ampla que abranja todos os pontos que cercam o AEE e de como ele se desenvolve em cada uma das instituições de ensino existente no Brasil, tanto na rede pública como na rede particular.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Clarita Claupero; TAVARES, Helenice, Maria. O brincar da criança com

deficiência. Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 159-168, 2009. Disponível em: <

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BRAGA, Sheila Mayzanyela da R. Educação Especial: as dificuldades Encontradas no ambiente escolar para a Inclusão. Pedagogia. 2012. Disponível em <http://www.pedagogia.com.br/artigos/asdificuldadesdainclusao/index.php?pagina=0>. Acesso em: 07 de Mar. 2018.

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