ANÁLISE
DE
UMA
METODOLOGIA
UTILIZADA
Programa
de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
PROJETO
ALTERNATIVO DE
EDUCAÇÃO SERRA DO
MEL:
ANÁLISE
DE
UMA
METODOLOGIA
UTILIZADA
II
educação Ac. 8623 ÕI (N OO .-‹ 7 UFSC PEPS zabe erna de 52 C VO 5 .-‹ *"¢_z .-4 z ETD uE
H
eoa 544' ó.. ..-._O
O
E
O
O
OE
E
.O
-O
E
EO
--O
as
O
EO
O
-E
OO
HO.
-O
EE
O
O
O
OO
-C Fm Pm 97 N.C am Autor: uo ; _. 3-ICETD CETD UFSC
T
PEPS 1822 Ex. BC UFSC BC CETD É 1.1 lElizabete Alves
de
Freitas 'Dissertação
apresentada
ao Programa de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarinacomo
requisito parcial para
obtenção do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de Produção
Florianópolis
ANÁLISE
DE
UMA
METODOLOGIA
UTILIZADA
Esta dissertação foi julgada e
aprovada
para aobtenção
do
títulode Mestre
em
Engenharia
de
Produção
no
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção da
Universidade Federal
de Santa
CatarinaFlorianópolis, 02_de
mar
odáf.
Prof. ` ardo Nfiranda
B
rcia, Ph.D.Coordenador
Curso
BANCA
1XAMINADORA
Prof.Ra
¡~›- ei Wazlawick, Dr. /_. 'O
-tor
I,
‹i5ÍÊè'«.í11¿1zÚg4ø›§ff
f
, Pmfë. EdisMm,
Dr. , ¶yérof“. Edla~
A
Deus,
como
uma
pequena
retribuiçaoa
todas
as
graças e oportunidades recebidas.A
meus
pais,Agenor
e
Luci,e
a
meus
filhos,Pedro
e Maria Carolina,Aos
meus
familiares.Ao
CEFET-RN
eà
UFSC,
especialmenteaos
profissionaisdessas
duas
instituições que,desde
o
início,se
envolveram
com
a realizaçãodesse
Mestrado.Ao
professor Raul Sidnei Wazlawick,pela orientação séria, criteriosa e paciente.
Aos
professores e colegasdo
Curso de Pós-Graduaçao.
Aos
colegasdo
CEFET-RN.
À
Maria Lúcia Leite Pinto eaos
demais
entrevistados.Aos
docentes
de
Serrado
Mel.Enfim, a todos
que
colaboraram
parao desenvolvimento
esuMÁR|o
Listade
Figuras ... ... _. Listade
Quadros
... ... ._ Listade Tabelas
... _. Listade
Reduçoes
... _. vi vi vi viiResumo
... __ viii Abstract ... ___. ... .__ ... ._ 1INTRODUÇAO
... ... ._ 1.1Antecedentes
eÂmbito
do
Problema
... ... __Objetivos,
Delimitação
eImportância
do
Estudo
... _.NN|g_¡_\_.\_\
N-B
OI-bwlü
Questões
... __Organização
eEstruturação
do
Trabalho
... ._REFERENCIAL TEORICO
... __ ... ._Conceitos
de
'Educação
a Distância' ... ._Algumas
iniciativasde
Educação
a Distânciano
Brasil ... ._Definição
de Termos/Conceito
...ooo>o¬¬c.oo-›-›§'
8
.15
3
CONTEXTUALIZAÇÃO
DA
EXPERIÊNCIA
DE
SERRA DO MEL
... ._23
3.1
Origem
do
Município:O
Projetode Colonização
... .__23
3.2 Estrutura Inicial
do
Sistema
Educacional
... _.25
3.3 Projeto Alternativo
de
Educação
a Distância ... __4
APRESENTAÇÃO
E
ANÁLISE
DOS
DADOS
... __4.1
Metodologia Aplicada
na Pesquisa
...4.2
A
aplicação
do
Questionário
... ... .__
34
_44
_44
_46
4.3
Apuração
das Respostas
Obtidas
nos
Questionário
... ._46
4.3.1 Informações Obtidas
no Cabeçalho
... ._4.3.2 Informações Obtidas
no
Corpo do
Questionário ... ._4.4
Análise
dos
Resultados
... __5
CONCLUSÕES
... __ 5.1Forma
Como
os Docentes
Percebem
o
Trabalho Desenvolvido
_
47
_49
_63
_
66
por
Eles ... _.66
5.2 Efeitos
do
Uso
da
Metodologia
no
Trabalho
Docente
... .__67
5.3
As
Condições de
Trabalho
do
Professor Orientador
...68
5.4
Mudanças
Necessárias
... _.5.5
Adequação
da
Metodologia
... ... __5.6
Sugestão
para Trabalhos Futuros
... .__
69
_70
_70
6FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
_______________________________________________________________ _.72
6.1Referências
Bibliográficas ...72
6.2 Bibliografia ... ._7
ANEXOS
... 6.1 Entrevista-
Fichamento
... __; _________________________________________________________ ._ 1Fichamento da
Entrevista 1 ... _2Fichamento da
Entrevista 2 ... ._ _3Fichamento
da
Entrevista 3 ... _. _4Fichamento da
Entrevista4
... ._ _5Fichamento da
Entrevista 5 ... ._ 7.1.6Fichamento da
Entrevista 6 ... _. .\'_\¡_`¡.\¡.`¡ -\_L._\_\._-X _74
_78
78
_78
_79
_ 81 _83
_84
_84
7.2Questionário
____________________________________________________________________________________ _.86
Fig.1 Fig.
2
3
4
5 6 7 8 Fig Fig Fig Fig. Fig FigQuadro
1Quadro
2Quadro
3Quadro 4
Quadro
5Quadro
6
Quadro
7
Quadro
8
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
LISTA
DE FIGURAS
Ferramentas
da
EAD
... __ p.21Disposição Gráfica
das
Vilas e Centro Administrativode
Serra p.24do
Mel ... __Vista parcial
da
E. Estadual Pe. J.de
Anchieta ... _. p.26Número
de
alunos matriculados e evadidos por telessala ... _. p.48Índice
de
evasão
por vila ... __ p.48Respostas dos docentes
paraa questão 3
... __ p.50Tipo
de
metodologia utilizada pelos orientadores ... __ p.51Classificação
da
metodologiado PED,
pelos orientadores ... _. p.52LISTA
DE
QUADROS
Fatos
que
desencadearam
diversosproblemas
em
Serrado
Mel ... _. p.25
Órgãos
executoresdo
PDRI/Serra
do
Mel (Educação)
... _. p.27Órgãos
convenentes
e respectivas atribuições ... _. p.35Ações do
Projeto Alternativode Educação de
Serrado
Mel... p.35Metas
do
Projeto Alternativode educação
a
Distânciade
Serra
do
Mel ... __ p.35Exemplo
de
uma
aulade
L.Portuguesa
com
base nos
princípios
da
interdisciplinaridade ... ._ p.38Cronograma do
19 período letivodo
PED
______________________________ _. p_42
Objetivo
de
cada questão
_______________________________________________________ _. p.91LISTA
DE
TABELAS
O>U'I-I>~(»)l\)-I~ 93939392939)
Número
de
orientadores consultados, por vila _________________ __ p_47Data
de
ingressodos
orientadoresno
Projeto _________________ _. p_47Classificação
das
respostas obtidasna a questão
1 ________ __ p.49Tipo
de
contribuiçãoda
metodologia utilizadano
Projeto __ p_54Respostas
obtidasna questão
10 ____________________________________ _.'
p.59
Dificuldades
na
aplicaçãoda
metodologia.. ______________________ ._ p.60Classificação
dos conteúdos
do
TC,
por disciplinas _________ __ p.60Classificação
do
localde
exibiçãodas
teleaulas ______________ __ p_61Descrição
da
instalação e posiçãoda
TV
_________________________ ._ p_61Distância
dos
alunosem
relação àTV
_____________________________ __ p_61Existência
da
revisão periódicados equipamentos
... ._ p_61Proteção
dos equipamentos
com
capas após o uso
_________ _. p_61Materiais
usados no processo ensino/aprendizagem
______ __ p.62Materiais necessários e
não
disponíveis __________________________ __ p.63Sugestões de
mudanças
no
PED
____________________________________ __ p.647 8
a
a
a 9a10
a11
a12
a13
a14
a15
CIDA
9
Companhia
Integrada de Desenvolvimento AgropecuárioCNAE
9
Companhia
Nacional de Atividades EspaciaisCNBB
9
Confederação Nacional dos Bispos do BrasilCONTEL
9
Conselho Nacionalde
Telecomunicações -DENTEL
9
Departamento Nacional de TelecomunicaçõesEEPJA
9
Escola Estadual Padre José de AnchietaEMBRATEL
9
Empresa
Brasileira de TelecomunicaçõesEXERN
9
Experimento Educacional do RioGrande
do NorteFASSO
9
Faculdade de Serviço Social(URRN,
Mossoró -RN)
FCBTVE
9
Fundação
Centro Brasileiro de Televisão EducativaFIESP
9
Federação da Indústrias deSão
PauloFRM
9
Fundação
Roberto MarinhoGEAS
9
Grupo
de Estudos eAção
SocialINPE
9
Instituto Nacionalde
Pesquisas EspaciaisMEB
9
Movimento deEducação
deBase
MEC
9
Ministério daEducação
e do DesportoNURE
9
Núcleo Regional deEducação
OEA
9
Organização dos Estados AmericanosPAEM
9
Programa de Assistência aos Estados e MunicípiosPCN
9
Parâmetros Curriculares NacionaisPRONTEL
9
Programa Nacional de TeleducaçãoPSMN
9
Prefeitura Municipal de Serrado
MelSACI
9
SatéliteAvançado
deComunicações
InterdisciplinaresSE1
9
Subcoordenadoria do Ensino de 1°Grau
SEC/RN
9
Secretaria deEducação
e Cultura do RioGrande
do NorteSECD/RN
9
Secretaria de Educação, Cultura e Desporto do R. G. do NorteSENAC
9
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 'SESC
9
Serviço Socialdo
Comércio -SITERN
9
Sistema de Teleducação do RioGrande
do NorteTC
9
TelecursoTC2000
9
Telecurso2000
TELEBRAS
9
Telecomunicações BrasileirasURRN
9
Universidade Regional do RioGrande
do NorteSIGLAS
DE
ESTADOS
BRASILEIROS
- (nadécada
de
70)AC
AcreAL
AlagoasAM
Amazonas
BA
BahiaCE
Ceará
EST Espirito Santo
GB
Guanabara
GO
Goiás 'MA
Maranhão
MG
Minas GeraisMT
_ Mato Grosso Pará ' ParaíbaPernambuco
Piauí Paraná Rio de janeiroRio
Grande
do Norte RioGrande
do SulSanta Catarina
Sergipe
FREITAS,
Elizabete Alves de. Projeto Alternativode
Educação de
Serra
do
Mel: análise
de
uma
metodologia utilizada. Florianópolis, 2001,90
f.Dissertação (Mestrado
em
Engenharia de Produção)
-
Programa
de
Pós-
Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2001
_. .Palavras-chave: Tecnologia;
Educação
a distância;Vídeo e
TV.RESUMO
AO
presente trabalhotem
como
objetivo analisar a metodologiado
ProjetoAlternativo
de Educação
de
Serrado
Mel,no
RioGrande do
Norte, a partirde
uma
investigação sobreos
efeitosno
trabalhodo
docente.Essa
investigação foi desenvolvida atravésda
aplicaçãode
questionárioscom
o
corpo docente,da
realizaçãode
entrevistase
de
uma
revisãobibliográfica
que
descreve algumas
experiênciasde educação
a distância.Um
breve histórico sobre
o
municipiotambém
foi feito para ajudarnas
análises.Esperamos que
esse
trabalhopossa
ser útilem
futuras avaliaçõese
no
desenvolvimentodessa
experiênciaou de
outra semelhante.FREITAS,
Elizabete Alves de. ProjetoAltemativo
de
Educação
de
Serra
do
Met: análise
de
uma
metodologia utilizada. Florianópolis, 2001,90
f. Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção)
-
Programa
de
Pós-
Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2001. _Key-words: Technology; Distance education; Video. _
ABSTRACT
'The
objective of thiswork
is to analyze themethodology
applied in theAlternative Project of
Educationin
SERRA DO
MEL,
RioGrande do
Norte,by
the investigation of its effects in teachers
work
practices _This investigation
was
carried outbased
on
questionnzaires applied toteachers, interviews
and
bibliographic review that describesome
distanceeducation experiments.
A
brief historical description of theborough
was
alsomade
in order to help the analyses.We
expect that thiswork can
help future1
|NTRoDuçÃo
1.1
Antecedentes
e
Âmbito
do
Problema
Ao
finalda
década de
80, cercade
43%
da
população
ruralna
Região
Nordeste era
formada
por analfabetos.No
RN
os
números
não
seapresentaram
menos
preocupantes.O
índice geralde
analfabetos,no
mesmo
período,na população de
todoo
estado,chegava
a41,62%,
“dos quais57,72%
se
concentram na zona
rural” (Projeto Serrado
Mel
- Propostade
Implantação, jul/93).Em
Serrado
Mel,a
situaçãonão
semostrava
diferente.Nesse
Município,no
inícioda década
de
90,no
setor educacional, diversos problemas,como
ainsuficiência
do número de
professores para atendera
redede
ensino eum
número
considerávelde
alunoscom
faixa etária elevada, aliados àsmás
~ _.
condiçoes
de
conservaçao,também
afetavam
o
sistemade
ensino local,gerando
registros constantesde evasão
do
alunado
e desestímulo por partede
toda
a comunidade
escolar.A
maioriados
professores, pertencentesao
quadro
de
ensinode
Serrado
Mel,
vinham de Mossoró ou de
cidades vizinhas, elevavam
muitotempo
paraperfazer
o
trajeto, entre as cidades, sobrea
estradade
barro. Muitasvezes
chegavam
atrasadosou
faltavam porcausa das
irregularidadesnos
horáriosdo
transporte devido aproblemas gerados
poressa
estrutura viária,que
também
`
._
era
mais
um
desestímulo à vindade novos
professores paraa
regiao eagravava a
sua
insuficiêncianas turmas
de
5aa
8a' séries.~
Alguns,
com
mais
condiçoes, iam estudarem
outra localidade.Diante
dessas
dificuldades,o
então Prefeito, Sr.José
de
Anchieta, solicitouuma
ajudado -Governo
do
Estado, atravésda
Secretariade Educação
eCultura,
que
decidiu lançaruma
parceriacom
a
Prefeitura,em
um
Projetoque
utilizaria videoaulas.
~
Foram
analisadasduas
programaçoes de
videoaulas. Primeiramente,um
programa de
videoensino elaboradono
Ceará. Posteriormente, foi analisadoo
Telecurso, produzido pela
Fundação
Roberto Marinho,que
nessa
época
estavana sua
segunda
versão (revisada pelaFundação
Bradesco).~
Encaminharam-se
reunioes entrea
SEC/RN,
a
Prefeiturade
Serrado
Mel
(PMSM)
ea
Fundação
RobertoMarinho
(FRM), atravésdas
quaisaprovou-se
uma
parceria entre as três instituições, paraque
se
implantasseum
programa
de
Educação,
baseado
no uso das
aulasdo
Telecurso (de 1° e 2° graus),visando oferecer
um
atendimento diferenciado eadequado
à
realidadeda
comunidade
escolardo
município para suprir a carênciade
professores(Entrevistas 2,
4
e 5).Após
assinadoo
convênio,algumas
atitudeseram
necessárias.Antes
do
início
das
aulas foi precisoadequar a
metodologiade
utilizaçãodas
videoaulasàs condições e
necessidades
de
Serrado
Mel,desenvolvendo-se
também
uma
dinâmica específica para a sala
de
aula (Projetode
Educação
de
Serrado
Mel
-
Propostade
Implantação, jul/93).“A
EAD
se apresenta hojecomo
uma
modalidade
de educação que
possibilita
a
inovaçãodos procedimentos de
ensino (...)"(Zamudio
apud
Leite emodalidade
de
educação
oferece, é necessário cautelana
estruturação (ou reestruturação)de
um
projeto educacionalque
tem
como
base
essa
modalidade
de educação.
Na
implantaçãode
projetosde EAD,
écomum
a preocupação
com
os
recursos tecnológicos
que
serão utilizados,a adequação
desses
recursosaos
objetivos
da
propostapedagógica adotada
e,conseqüentemente, os
custosenvolvidos,
porém
nem
sempre
é feitauma
análise sobre os efeitosda
metodologia adotada,
nem
mesmo
da
sua adequação.
1.2
Objetivos,
Delimitação
e
Importância
do
Estudo
O
objetivo geral deste trabalhoé
analisar a metodologiade
ensinodo
~ `
Projeto Alternativo
de
Educaçao de
Serrado
Mel, atravésdos
efeitosdecorrentes
do uso dessa
metodologia,no
trabalho docente.Especificamente este trabalho se
propõe
a:* detectar
em
que medida
essa
contribuições metodológicas interferem einterferiram
no
trabalhodo
professor/orientador,como
a formação
nelee
no
alunode novas
atitudes, competências, habilidades e hábitosnesse
Projeto
de Educação;
,* detectar
as
dificuldades enfrentadas pelo corpodocente
do
referido Projeto parao desenvolvimento
do
seu
trabalho,no uso
dessa
metodologia; .
V contribuir para
a
melhoriadesse
Projeto,enquanto
instrumentode
pesquisa ede
caracterizaçãodo
mesmo.
primeira e
segunda
fase (correspondentesao
ensinode
5aa
8§ sériesdo
ensinofundamental), através
da
participaçãodesse
profissionalna
investigaçãosobre
diversos
elementos
do
Projeto, taiscomo:
dados
sobreevasão no ano
letivode
2000,
a forma
pela qual estão dispostosos equipamentos de
vídeo eTV
em
sala
de
aula e estratégiasmais
utilizadas pelos orientadores parao
desenvolvimento
das
atividades.Um
dos
aspectos importantes deste trabalho é o diagnósticoque
aquise
desenvolve
sobreos
efeitosda
metodologiade
ensinode
um
projetoeducacional,
podendo
esse
diagnóstico sen/irde
parâmetro
parauma
futuraavaliação
do
referido Projetode
Educação
como
um
todo.1.3
Questões
_Algumas
questõesdevem
ser respondidasao
longodo
presente trabalho:~
*
Quais sao
os efeitosno
trabalhodocente
do
uso
da
metodologia utilizadano
Projeto Alternativo
de Educação de
Serrado Mel?
V
De
que
forma
esses docentes
percebem
o
trabalho realizado por eles?>
Essa
metodologia interferiuna formação de
hábitos, atitudes, habilidades ecompetências
dos
alunos edo
professor/orientador?De
que
forma
issoocorreu?
V
O
Projeto Alternativode
Educação
a
Distância Serrado
Mel precisa sermelhorado
para atenderas
mudanças
ocorridas durantea
sua
implementação?
Em
que
pontospode
ser realizadaalguma
mudança?
De
~
*
As
condiçoes de
trabalhodo
professor orientador é favorávelpara
o
desenvolvimento
dessa
metodologia?V
Essa
metodologia,da forma que
foi concebida, atendeas necessidades
ecaracterísticas atuais
da
rede escolarde
Serrado
Mel?
1.4
Definiçao
de Termos/Conceitos
- “Telecurso” é
o termo
utilizadoem
todo
o
trabalho, referenteao
produto desenvolvido pelaFundação
RobertoMarinho
em
parceriacom
algumas
instituições, e
que tem
sua
aplicaçãono
Projeto Alternativode
Educação de
_.
Serra
do
Mel,desde
o iníciode sua
implantaçao,no
ano
de
1993.É
composto
por videoaulas,com
uma
programação
que
envolveconteúdos
de
Matemática, Língua Portuguesa, Inglês, Ciências, Geografia e História,para
suplementação dos
estudos correspondentesao
EnsinoFundamental
eEnsino
Médio.
Duas
versõesdesse
produto já foram utilizadasno
Projeto: a produzidaem
~
parceria
com
a Fundaçao
Bradesco, e a atual (de 1994), produzidaem
parceriacom
a
FIESP
(entrevista 4). «No
Projeto Serrado
Mel, atualmente,o
Telecurso só é utilizadocomo
material
de
uso fundamental no
ensinode
5§a
8ê séries.No
Ensino Médio,é
utilizado esporadicamente,
como
mais
um
materialde
apoio,desde o
afastamento
do
PED
desses
segmento
da
rede escolardo
Município.~ ~
- “Telessala” é
o ambiente
(adaptadoou
nao),onde
se processa a exibiçaodos
desenvolvimento
não
simultâneode
algum
recursode
motivação,ou
de
atividades individuais
ou
em
grupo,sejam
elas escritasou
não, para aefetivação
do
processo ensino/aprendizagem.- “Orientador”, “professor/orientador”
ou
“monitor”são
-termosutilizados
como
equivalentes, e se referem
ao
docente
- responsável pela viabilizaçãodo
processo ensino/aprendizagem.É
omediador
entre o aluno e o professorda
área específica.
Também
chamado
de
tutorou
orientadorde
aprendizagem. “Émuito mais
um
animador, (...)um
conselheiro e organizadorde
oportunidadesindividuais e coletivas
de
aprendizagem”, afirma Matarelli (2000).-
“SEC/RN” ou
“SECD/RN”
são
duas
siglasque
se referem aum
mesmo
órgãodo Governo do Estado do
FlN-
a
Secretariade
Educação
-que
recebe, nestetrabalho,
duas
diferentesdenominações
e respectivas siglas,de acordo
com
adata
dos
eventos relacionadosa cada
uma
dessas denominações.
A
primeiradenominação,
utilizadana
época da
implantaçãodo
Projetoeducacional, é a
de
Secretariade Educação
e Culturado
RioGrande
do
Norte,ou
SEC/RN.
A
segunda,em
outra fase político/administrativado
Estado,também
utilizadanos
dias atuais, é ade
Secretariade
Cultura e Desportodo
Rio
Grande do
Norte, ouSECD/RN.
1.5
Organização
e Estruturação
do
Trabalho
O
segundo
capítulo apresenta o referencial teóricoem
duas
partes.Na
primeira parte, alguns conceitos
de
educação
a distância;na
segunda,algumas
O
terceiro capítulo apresentauma
descriçãodo
Projeto Alternativode
Educação
de
Serrado
Mel, incluindo auma
revisão histórica sobre o Município,desde
a implantaçãodo
Projetode
Colonizaçãode
mesmo
nome
até o Projetoeducacional atual, e a metodologia
de
ensino aplicadano
referido Projeto.No
quarto capítulo, serão apresentados a metodologia utilizadana
pesquisa, os
dados
obtidoscom
a aplicaçãodo
questionário juntoaos
professores/orientadores e
uma
análisedesses
dados.No
quinto capituloteremos
as conclusõesdo
trabalho e sugestões para ostrabalhos futuros.
No
sexto capitulosão apresentadas
as fontes bibliográficasque
foramdivididas
em
referências bibliográficas e bibliografia.No
sétimo capítulo estão incluídoscomo
anexos
os fichamentosdas
entrevistas, o questionário aplicado junto
aos
docentesem
Serrado
Mel(com
comentários inclusos
em
cada
questão sobre as orientações verbaisdadas no
2
REi=ERENc|A|.
TEÓRico
Desde
o
surgimentoda
xilogravura,da
primeira fotografia, ou,mais
recentemente,
do
rádio, da' televisãoe
dos meios
digitais, ahumanidade,
em
sua evolução
concomitante aesses meios de
expressividade,tem
tornado-osem
instrumentosde
apoio para, dentre outras coisas, facilitar acomunicação
entre
as
pessoas
(Armes,1999).De
modo
particular, isso ocorre entreprofessores
ealunos,
-noprocesso
de
ensino eaprendizagem,
quando
“aeducação é
fundamentalmente
um
processo
de comunicação, de
interação,de
relação-entre as
pessoas”
(Moran, 1993, p.9).Desde
o
iníciodo
século XX, até aSegunda
Guerra
Mundial, váriasexperiências foram adotadas, aprimorando-se
as
metodologias aplicadasao
ensino por correspondência que, depois, foram fortemente influenciadas pela
introdução
de
novos
meios
de
comunicação de massa,
principalmenteo
rádio,dando
origem a projetos muito importantes,notadamente no meio
rural (Nunes,1999).
No
Brasil,desde
a
década de
20,algumas
iniciativas isoladasvêm
aliandoo
uso da
tecnologia à criatividade para dinamizaro
setor educacional, tendoem
vista a
superação dos mais
diversos problemas.A
evolução desses
recursosse dá
em
paralelocom
a evoluçãodos
conceitosde Educação
a Distância-
inicialmente elaboradosa
partirdo
que não
eraEAD
(Nunes, 1999).2.1
Conceitos
de
Educação
a Distância
importância para atender
um
grande
número de
alunosde
forma
efetiva,sem
prejuízo
da
qualidadede
serviços oferecidos dianteda
ampliação da
clientelaatendida -
,
como
acontece
com
outros conceitos,demorou
muito ia firmar-sea
partir
de suas
próprias caracteristicas (Nunes, 1999).As
primeirasabordagens
conceituaisde educação
â distânciatomavam
um
referencial externo
ao
próprio objetoe
costumavam
conceituareducação
âdistância
a
partirdo que
não
eraeducação
a distância.Essa
tendênciapode
ser observada, até hoje,
no
Brasil, pois muitos preferem “tratar aeducação
adistância a partir
da comparação
com
aeducação
presencial,ou
mesmo
confundindo-a
com
educação
aberta” (idem, ibdem).Os
termos
educação
a
distância, ensinoa
distânciae
teleducação,em
português,são termos
utilizados para expressaro
mesmo
processo real.Contudo, ainda
há
alguma
confusão, por partede
alguns,ao
se
considerarteleducação
como
sendo
somente
educação
por televisão,mas
televem
do
grego e
significaa
distância. inclusiveé
bom
lembrar aquique educação
adistância
também
pode
ser escritacom
crase, poisnesse caso seu uso é
também
facultativo (idem, ibdem).Diante
dos
conceitosde
educação
a distância, elaborados por váriospesquisadores,
pode
serobservado o amadurecimento desses
conceitosao
passar
dos
anos, inclusive “estudosmais
recentesapontam
uma
conceituaçãomais
precisa, atémesmo
maishomogênea, do que
é
educação
â distância”(idem, ibdem).
Enquanto
G.Dohmem
(1967)descreve
educação
à distânciacomo
“uma
partir
do
materialde
estudoque
lheé
apresentado”, ressaltandoque
“educação
a
distância” é ooposto
de “educação
direta”ou
“face a face”; M.Moore
(1973)define ensino a distância
como
“uma
famíliade
métodos
instrucionais”onde
as
ações docentes são executadas
à partedas ações
discentes,com
acomunicação
entre professore
aluno facilitada pormeio
de
“impressos,eletrônicos,
mecânicos ou
outros" (Nunes, 1999).B.
Holmberg
(1977) apresenta“educação
a distância”como
váriasformas
de
estudo,nos
diversos níveisque
“não estãosob
a contínuae
imediata supervisãode
tutores presentescom
seus
alunos”; eKeegan
(1991)que
“aeducação_.`a distância
pode
proverum
programa
educativocompleto
paraambos,
criançase
adultos” (idem, ibdem).Se
um
cursoé
destinado a criançase
adolescentes,é fundamental
que
se
observem
as seguintesrecomendações
(Nunes, 1999): ,'
A
necessidade
de
um
forte apoio logísticoe
institucionalque
instituameios
permanentes de
estímulo social e motivação individual,quer
incorporando
as
instituiçoes sociais locais, querdando
fortedestaque
aos meios
de comunicação
com
apelo emotivo;'
A
mediação de
cursos por orientadores treinados a estimularos
jovensa
valorizar
sua aprendizagem
individual;' Exercícios
e
experimentos práticos, ligadosà
realidade «concretados
jovens,devem
seruma
constanteno processo
de
ensino.Sendo
o curso voltado parauma
população
adulta,é fundamental,desde o
início,
que
os projetostenham
“a perspectivade
valorizaçãoda
experiênciaO
centrodo
processo de
ensino,na
educação
à distância,passa
a sero
aluno, e,
no
que
se refere à preparaçãodos
materiais, é importanteque
uma
equipe
multidisciplinarltransdisciplinar sejaencarregada de
fazer aelaboração
desses. _
É
essencialtambém
que
se
procure ampliar gradativamenteas
possibilidades
de
escolhados
estudantes,oferecendo
visões alternativassobre
o
mesmo
problema e
materiaiscomplementares
que
auxiliemna
formação
de
um
pensamento
crítico e analítico.Gutiérrez
e
Prieto (1994)apresentam
como
vantagens da
educação a
distância: _._,
V
A
não
limitação geográfica; VO
menor
custo por estudante; VA
população
escolar diversificada; VA
individualizaçãoda
aprendizagem;V
Atendimento
em
quantidadesem
redução
da
qualidadedo
processo
de
ensino;
V
O
desenvolvimentoda
autodisciplinade
estudo.Porém
essa modalidade de
ensinotambém
oferece riscos,conforme os
mesmos
autores,como:
V
Ensino
industrializado pelaprodução massiva dos
materiaisinstrucionais;
V Ensino consumista, pela
venda
econsumo
desse
materialem
escalaindustrial;
responsabilidade
de
uma
instituição,e
não
dos
professores.A
presença
de
tutores minimizaesse
risco;V Ensino autoritário; * Ensino massificante.
Para se
minimizaresses
riscos,os
autorespropõem
uma
forma
alternativade educação
a distância. r ›A
expressão
alternativopassou
a
serusada
inicialmentena América
Latinanos
últimosanos da
década de
1970,e
o conceito,no
campo
da comunicação,
foi se ampliando.
A
alternatividadedo
conteúdo
foi acrescidacom
ada
forma,e
assim
.veioo reconhecimento
de
processos
alternativosde
produçao,distribuição e leitura (Gutiérrez
e
Prieto, 1994).Uma
propostade
educação
a distância, alternativa,segundo
Gutiérreze
Prieto (1994),
deve
sercapaz
de:V “Educar para assumir incertezas”
que
estão presentesno
cotidianode
cada
um
-
educar
para localizar, reconhecer, processar e utilizar ainformação; para criar, recriar e utilizar os recursos tecnológicos
em
escala
humana;
para questionarde
formapermanente
a realidadede
cada
diasem
ensinar respostas pré-fabricadas; para resolver problemas;e
para reconhecer, desmitificar e ressignificaras
propostasmágicas
de
certeza;
V “Educar para gozar
a
vida”-
gerarentusiasmo
em
todas eem
cada
uma
das
atividades,dos
exercícios,das
práticas,dos
ambientes,das
relações,
dos
resultados,dos
progressose
inclusivedos
erros; mobilizardos
sentidos,da imaginação
eda
criação coIetiva”;*
“Educar
para a significação”-
dar sentidoao que
fazemos,
incorporarum
sentido próprioao
sentidoda
culturae
do mundo,
compartilhar, relacionare
contextualizar experiências entre outros significados;*
“Educar
para a expressão”-
educar
para odomínio
do tema
e
da
matéria discursiva, expressa
com
clareza, coerência, segurança, riquezae
belezano manejo
das formas
de
diferentes linguagens;*
“Educar
paraa
convivência”-
educar na cooperação
e participaçãocoletiva,
na
interaprendizagem (recriaçãoe produção
de
conhecimentos,pelaclinâmica e
a
riquezaque
se
apresenta pormeio
da
confrontaçãode
idéias e opiniões próprias
das
experiências préviasde
cada
um
dos
participantes
do
grupo);V
“Educar
pada
se
apropriarda
história eda
cultura”-
educar
pelaprodução
cultural, privilegiandoa
criatividade, o risco, a crítica, aimaginação,
a
intuição, necessárias paraque
uma
pessoa
possa
seragente da sua
própria história.Nos
Parâmetros
Curriculares Nacionais (Vol. Introdução, p.17), direcionadospara o ensino
de
5aa
8a séries,são
apresentadas
recomendações,
que
fundamentam
a
Educação
sobre quatro aspectos:no aprender
a conhecer;no
aprender
a fazer;no
aprender a vivercom
os outros;e
no
aprender a
ser.Para
um
sistema educativo permitira formação do
alunosobre esses
quatro“pilares”,
conforme
odocumento
acima
citado,deve
propiciaro
exercíciode
uma
prática educativaque
não
se esquivede
minimizaros condicionamentos
herdados
de
“sistemasengessados
de
ensino”.“Devem
conceber
aeducação
de
forma mais
ampla, sejaao
procederem
reformas educativasou
elaborarem
propostas curriculares”. `
~ ~
Numa
iniciativade
educaçao
a distâncianao
deve
ser diferente, poisconforme
Nunes
(1999), aeducação
a distânciae
aeducação
convencionalsao duas modalidades
do
mesmo
processo,podendo
contribuirsignificativamente,
como
mais
uma
modalidade
de
educação,
para o desenvolvimento educacionalde
um
país ede
uma
sociedade
com
as
características brasileiras.
Porém,
algunsproblemas
têm
impedido
ouso
em
massa
e
uma
maior
evolução
da
educaçao a
distância.Os
citados_porNunes
(1999) são:V
Organização
de
projetos-pilotosem
aadequada
preparação
das
pessoas
envolvidas;V Falta
de
critériosde
avaliaçãodos
programas-projeto;V
Ausência
de
uma
memória
sistematizadade
programas
desenvolvidos e
das
avaliações realizadas(quando
elas existiram);V Descontinuidade
dos programas
sem
qualquer prestaçãode
contasà
sociedade,
aos governos
eàs
entidades financiadoras;V Inexistência
de
estruturas institucionalizadas paraas
gerênciasdos
projetos ea
prestaçãode
contasde seus
objetivos;V
Programas
pouco
vinculadosàs
reaisnecessidades
do
país
e
organizados
sem
qualquer vinculação exatacom
programas
de
governo; VPermanência
de
uma
visão administrativae
políticaque desconhece
os
potenciais
e
as
exigênciasda educação
a distância,fazendo
com
que
qualificação técnica
e
profissional;*
Pouca
divulgaçãodos
projetos, inexistênciade
canaisde
interferênciasocial
dos
mesmos;
V
Organização dos
projetos-pilotoapenas
com
finalidadede
testagem
da
metodologia.
2.2
Algumas
Iniciativasde
Educação
a Distância
no
Brasil
Após
a instalaçãoda
Rádio
Sociedade do
Riode
_Janeiro,em
1923
(posteriormente transformada
em
Rádio
MEC,
em
1936),é
iniciadauma
sériede
eventos
favoráveisà superaçao do
perfil educacionaldo povo
brasileiro.Desde
a fundação
dessa
Rádio, por Roquette Pinto, diversosprogramas foram
ao
ar,com
o
objetivode
melhorar a qualidadede
vidado
trabalhador brasileiro,inclusive o residente
na
zona
rural.Nesses
programas
eram
veiculadas aulasde
Literatura, Radiotelegrafia e Telefonia,de
Línguas, Literatura Infantile
outras
de
interesse comunitário (LeaI,1999), (Niskier, 1999).No
Brasil,a
idéiade
utilizar o rádiona
alfabetizaçãode
adultos surgiunos
anos
40. Idéiasessas
_“defendidas poradeptos
e
simpatizantesdo
ensinoradiofônico,
porém de
forma
desvinculada”em
iniciativas elaboradasde forma
isolada, inviabilizando
a
sistematizaçãoe
coesão de
esforços, necessáriasà
divulgação
e
concretizaçãodas
experiências (Pinto, 1989, p.104).`
Em
1946, o ProfessorJoão
Ribas elaborouum
planode
Educação
Fundamental
pelo rádiotambém
direcionado à alfabetizaçãode
adultos,mas
suas
idéiasde
Escolas Radiofõnicas,não
conseguiram
despertaro
interesseDentre
as
primeiras iniciativas concretizadas,pode
ser citada ;aUniversidade
do
Ar, criadaem
1947,em
Sao
Paulo, pelo Serviço Nacionalde
Aprendizagem
Comercial -SENAC
-e
Serviço Socialdo
Comércio
-SESC
_-,
com
o objetivode
atender prioritariamenteos
comerciáriosdo
interiordo
estado
(idem, p.104l105). '
Uma
outra experiênciaque pode
ser citada _é a instalaçãodo Curso
de
Alfabetização pelo rádio,
no
ano de
1950,no
RJ, atravésda
Emissora
de
Marquês
de_Valença, pelo Professor Januzzi, destinadoao
atendimentoda
população urbana da
região.O
interesse poresse
tipode
educação,
atravésdo
rádio,
porparte das
autoridadesgovemamentais, fica mais
evidenciadoapós a
visita
do
Monsenhor
Salcedo,em
1953, paraa
divulgaçãode
uma
experiênciainiciada seis
anos
antes, vistacomo
“uma
forma
de educar
ohomem
do
campo”
(idem, p. 1 O5). _A
experiênciadas
Escolas Radiofônicasde
Sutatenza,na
Colômbia, foidivulgada
nas
reuniões episcopais e ficou conhecidaem
vários pontosda
América
Latina eRoma.
Essa
experiência despertouaos
poucos
o
interesseda
Igreja Católica
do
Brasil e, posteriormente,de
órgãosgovernamentais
(idem,p.106).
Surgem,
assim, as primeirassementes
para a implantaçãodas Escolas
Radiofônicas
que
foramao
ar,em
20 de
setembro
de
1958
(idem, p.114),através
da
Emissora
da
Rádio
Rurale
várias unidades escolares receptoras.Nessa
data,emissora
foi sintonizada por69
escolas localizadasem
diversas localidadesque
faziam parteda
Arquidiocesede
Natal.Esse evento é mais
um
A
experiênciadas
Escolas Radiofônicasempregou
o
rádionão
apenas
para
a alfabetização
de
adultos.Esse
papel foisuperado
quando
as
referidasescolas
passaram
a“promover
a organizaçãoda
comunidade”, a“formação
de
líderes”
e
a“promoção do uso de melhores
técnicas agrícolas nomeio
rural”(Pinto, 1989, p.113).
Tendo
também
como
base
a radioeducação, surgiu oMovimento
de
Educação de Base
(MEB),que
assumiu as
Escolas Radiofônicasno
inícioda
década de
60,com
o
apoioda
CNBB
(Confederação
Nacionaldos
Bisposdo
Brasil),
em
dois estados-
Sergipe e RioGrande do
Norte -, vindoa
seexpandir, _.posteriormente, por vários outros
no
Norte e Nordeste brasileiros(Oliveira, 1983), (Pinto, 1989).
_
“Desde seus
primeirosmomentos,
oMEB
distinguiu-se pela utilizaçãodo
rádio e
montagem
de
uma
perspectivade
sistema articuladode
ensinocom
as
classes populares”,
afirma
Nunes
(1999).O
rádio já haviase
firmado
como
altemativade educação
no
Brasilquando
aqui inicia-se a criação
de
várias instituições (paraa
consolidaçãode
um
sistema brasileiro
de
telecomunicaçoes).Na
década
de
60, é instituídoo
Conselho
Nacionalde
Telecomunicações
-CONTEL;
o Departamento
Nacionalde Telecomunicações
-DENTEL;
aEmpresa
Brasileirade
Telecomunicações
-EMBRATEL;
a
criaçãodo
Ministériodas Comunicações
eda
Companhia
Nacional
de
Atividades Espaciais -CNAE
-, posteriormente transformada
em
Instituto Nacional
de
Pesquisas Espaciais - INPE;e na
década de
70
a
Telecomunicações
Brasileiras -TELEBRÁS
(Oliveira,1983).uma
modalidade
não
convencionalde
educação, capaz
de
“atendercom
grande
perspectivade
eficiència, eficáciae
qualidadeaos
anseiosda
universalização
do
ensino” e,também,
como uma
forma
adequada
para apermanente
atualizaçãodos conhecimentos
gerados,cada vez mais
rapidamente, pela ciência e cultura
humanas
(Nunes, 1999).Paralelamente,
surgem
mais discussões sobre as novas
tecnologiaseducacionais
no
Brasile
como
o
seuuso
poderia otimizaro
sistemade
ensinobrasileiro,
ao
mesmo
tempo
atendendo a
um
número
muito maiorde
pessoas,beneficiando-as
com uma
forma de
educação que
utilizeessas
tecnologias.A
importação; dessas
tecnologias, muitas vezes, foi realizadasem
muitapreocupação
de
sua
adequação
às realidades locais,onde
passariam
a
seraplicadas (Oliveira, 1983).
Outras experiências foram desenvolvidas,
no
Brasil eno
RioGrande do
Norte,
desde
então,como
a aplicaçãodo Método de
Paulo Freire (o qualutilizava
elementos
que
já faziam parteda
vivência eda
experiênciado
alunopara alfabetizá-lo),
a
instalaçãodo Experimento
Educacionaldo
RioGrande do
Norte
(EXERN),
parte integrantedo
ProjetoSACI
(SatéliteAvançado de
Comunicações
Interdisciplinares)que
funcionoude
1967 a
1979, eaversão
“estadualizada”
do
projetoSACI denominada
como SITERN
(Sistemade
Teleducação
do
RioGrande
do
Norte).Essas duas
últimas experiências,o
SACI/EXERN
e o
SITERN,
utilizavamo
rádio ea
TV
como
instrumentosde
suporte para oprocesso
ensino-aprendizagem,e são
decorrentesda
intençãode se
desenvolverum
satélitedoméstico
-
que
objetivava viabilizara
difusãoNesse
mesmo
período,surgem
as
TVs
Educativasem
diversas capitaisbrasileiras, veiculando
programas
em
diversos níveis (de alfabetização,capacitação
e
requalificaçãodo
trabalhador brasileiro, dentre outros),na
tentativa
de
minimizar oquadro
de
grande
marginalização escolardas
comunidades
menos
favorecidaseconomicamente
(Oliveira, 1983).Alguns
eventosdesse
período tiveramdestaque
como
os
citados a seguir(Niskier, 1999):
V
Uso da
TV em
circuito fechado,a
partirdo
finalda década de
50, pela Universidade
de
Santa
Maria (RS),com
programas
destinadosa
estudantes
de
medicina;* Início
do
curso“Admissão
pelaTV”
(1961), preparatório para o ingresso
no
ensino médio,promovido
pela Secretariade Educação
de
São
Paulo
e
realizado pelos professoresOsvaldo
Sangiorgi, MaríliaAntunes
Alves,Elvira
Reale
eRaphael
Sansevero;V Início
da
emissão
de
aulas periódicas, pelaTV
Rio,
em
1962,preparadas
pela professora Alfredina Paiva
e
Souza
e sua
equipe, para aFundação
Joao
Batistado
Amaral;* Filiação
do
Brasila
OEA
(Organização dos Estados
Americanos),
em
1965,que
então atribuía prioridademáxima
aos programas
de
radiodifusão e televisão, e àformação
de
mestres nas
técnicasde
utilização
de
rádiose
TV
educativos;* Criação,
da Fundação
Centro Brasileirode
Televisão Educativa(FCBTVE),
no
Riode
Janeiro (1967),como
principal núcleo produtor;*
Inauguração da
TV
Universitária, Canal11,da
Pernambuco
(primeiraTV
educativado
Brasil),em
Recife (1968),e
'iniciadas
as
atividadesde
teleducaçãoda Fundação
Padre
Anchieta(1969) e
da
TV
Educativado
Maranhão
(1970);V Estipulação
de
um
tempo
gratuito e obrigatório,nas emissoras
comerciais
de
radiodifusão, atravésda
publicaçãoda
Portaria n°408,de
29
de
julhode
1970,do
Ministériode Educação
e
Cultura, e Ministériodas Comunicações,
destinado à “transmissaode
programas
educacionais,
com
30
minutos diáriosde
segunda
a sexta, ede 75
minutos
no
sábado";V Criação
do Programa
Nacionalde
Teleducação
(PRONTEL),
em
23 de
fevereiro
de
1972, esua
extinçãoem
1978;V
Algumas ações
governamentais
que
visavam
garantiro
estabelecimentode
uma
Política Nacionalde Educação.
Enquanto
a experiênciade
TV
Educativano
Brasil era ensaiada,em
outros países aTV
encontrou oseu caminho e
jáse
discutiamsuas
diversasformas
de
uso na
educação,afirma
Niskier (1999, p.167).Como
experiênciabem
sucedida, Niskier (1999), Matarelli (2000) e outroscitam o Telecurso,
que
surgiuem
1978,da Fundação
Roberto Marinho
(FRM)
em
convêniocom
a
Fundação
Padre
Anchieta,na
criaçãoda
primeira versão,denominada
“Telecurso 2° Grau”.De
lá para cá, surgiu o Telecurso 1°Grau
(em
1981),
uma
segunda
versão
do
Telecurso 2°Grau
(em
1982, revisada pelaFundação
Bradesco), eem
1994, toda aprogramação é
reestruturada,surgindo o Telecurso 2000,
em
convênioentre a
FRM
e a
FIESP
(Federação
das
lndústriasdo Estado
de
São
Paulo).A
evolução tecnológicatem
colaborado para oprocesso
de
maturação
da
educação
a distância, hoje consideradauma
modalidade
de
ensino regular,não mais
apenas
uma
alternativa (Leite e Silva, 1999).Hoje, a
EAD
também
é possível atravésdo
uso de
conferênciacomputadorizada, correio eletrônico, correio por voz,
acesso
direto àsbases
de
dados, e vários outros recursos disponibilizados através
de
redesde
computadores,
como
afirma Miller(apud
Bolzan, 2000).`
,.,. ~il`¡,:,l,:|i'l;1l"›'l:›*i.i.lh1 .I.. il*
, '
Fig. 1 - Ferramentas de EAD (Fonte: Moreira e Sormani Júnior, 2000).
Porém, a tecnologia
não
resolve todos osproblemas
da
educação.Em
todasessas
experiências,como
em
qualquer outra iniciativana
educação, épreciso fazer
um
grande
investimentotambém
na
capacitaçãodos
docentes, poiscom
ouso das
tecnologias,muda
o papeldo
professor: “o professor se transformaem
orientador-
elemede
a relaçãodo
alunocom
a tecnologia,ajuda-o a localizar e a filtrar a informação.
Para
isso eletem que dominar
a tecnologia" (Avanciniapud
Freitas, 1999).Ferrés (1996),
em
Vídeoe Educação,
fazalgumas recomendações
como
um
ângulomáximo
de
visualização (30°),e
distânciamáxima
entre aTV
e os
alunos (conforme o
tamanho
da
tela), e a disposiçãodesse equipamento sobre
um
fundo
claro.Na homepage
do
Telecurso,essas
informaçõesaparecem de
uma
forma
mais simples.