\v\¿,7'L'}
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
,`cENTRo
DE
c1ENcIAs
AGRARIAS
5+
1CURSO DE
AGRONOMIA
DEPARTAMENTO
DE
FITOTECNIA
P@fl%WWMMMü&$lEMMWfiM%¶fiUENflWfimW?
N
O¿I5%QÔ%
7VW
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina para obtenção
. do Título de Engenheira
Agrônoma
-
vv
EsTAGIÁRIAz
JULIANA
MQREIRA
DE
NEGREIROS
Ú
FLoRLANo1>oLIs,sETEMBRoDE1998.
/aí@25i~
, ‹.
.\_
- l_
M
VIDENTIFICAÇAOÍ
_Nome
da estagiária : Juliana Moreira de Negreiros ¿_Matrícula:
9418629-4
" ' « Z Í I V ' ' iArea
de atuação:Manejo
Sustentadoem
Plantas MedicinaisPefíododefisiâgioz
15/oiao1/o'3/
1998 H ~a `
Local:
Fazenda
Intervales ~`Sete Barras/
SP
* 'Orientador: Prof.` Dr. .Maurício Sedrez dos Reis Supervisor: Eng.
Agrônomo
Alexandre Mariot› _
.)_ _.
1
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. Dr. Maurício Sedrez dos Reis, pela orientação prestada durante todo o período deestágio e relatório;
Ao
EngenheiroAgrônomo
Alexandre Mariot, pela supervisãodo
estágio e pela contribuiçãona
confecção deste relatório;Ao
EngenheiroAgrônomo
AdelarMantovani
, pelo apoio e amizade durante todo períodode graduação; '
V
.
`Aos
amigos
Elefor, Rudimar, Jeferson e Érica, pela contribuição no processo de coleta dedados à
campo;
_À
Fundação
Florestal-
Fazenda Intervales e aos funcionáriosda
Sede pela possibilidade derealização
do
estágio;Aos
amigos
da graduaçãodo
curso deAgronomia/
UFSC,
pelocompanherismo;
A
minha
família, peloamor
e apoiodado
durante toda aminha
vida; _Ao
Cláudio Vitovski, pelo carinho ecompreensão
demeu
trabalho. -Todo
omeu
carinho' e gratidão1
ÍNDICE
LISTA
DE
TABELAS
-z
ieii
LISTA
DE
FIGURAS
‹ iii1.
APRESENTAÇÃO
E
1
2.
INTRODUÇÃO
~8
CARACTERIZAÇÃO
DO
VALE
DO
RIBEIRA
ICARACTERIZAÇÃO
DO
VALE.
E ' -.2
COLONIZAÇÃO DO
VALE. ~' `
.3
DESENVOLVIMENTO
SÓCIO-ECONOMICO.
.4FORMAÇÕES
VEGETAIS.1.5
CLIMA
DA
REGIÃO. .2.1.6
GEOMORTOLOOIA.
_'-
2.1.7
SOLOS
ECAPACIDADE DE USO DAS
TERRAS.A
2.1.8
HIDROGRAFIA
ERECURSOS
HÍDRICOS'DE
SUPERFÍCIE.2.1.9
UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
A
2.2.
FLORESTA
OMBRÓEILA
DENSA
2.3
CARACTERIZAÇÃO DA FAZENDA
INTERVALES
2.4
PLANTAS
MEDICINAIS
` 2.5MANEJO
SUSTENTÁVEL
2.6Uso MÚLTIPLO
!°?°!°!°!`°!° ›-li-II-hp-fli-L 3.METODOLOGIA
›--4--›-1»-s›-4 l\)|\¡Í\)›-nv-fl\OO°O0x 13 13 15 ..l6 19 " 2223
4.RESULTADOS
' ‹254.1
APEPA-
JUÃN
-
PIPER sr4.2
JABORANDI
-
PIPEROAUDICIIAUDIANUM
4.3
PARIPAROBA
- PIPER SP. .4.4
ESPINHEIRÁ
SANTA
-MAVTENUS
AQUIEOLIA
4.5
CANA
DO
BREJO
'-COsTus
SPIRALISRosc.
_4.6
ABUTA-
CISSAMPELOS PAREIRA
LINNAEIIS4.7
QUINA CRUZEIRO
`-STRYCIINOS
TRINERVISMART.
25 32 * 36
41
: 48 52' 55l 5.
D1scUssÃo
6.CONSIDERAÇOES
FINAIS
'- 7.REFERÊNCIAS
Bmu0GRÁF|CAs
8.ANEXOS
tLlSTA
DE
'TABELAS
TABELA
1 :O
uso deTenas
até 1983.TABELA
2 1 Características das plantas de Piper sp (Apepa- ruã) levantadas nas parcelasda
Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, I998.TABELA
3 1 Regeneração natural da espécie Piper sp (Apepa- ruã)- levantadasna Fazenda
Intewales, Sete Barras/ SP, 1998.
TABELA
4 : Distribuição de ramos/ hectareem
relação acopa
e altura, levantadasna Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, l998.
TABELA
5 : Total de biomassa/ha
em
relação acopa
e altura, levantadasna Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998. _
TABELA
6 :Combinações
possíveis e rendimentos paramanejo
de Piper sp (Apepa- ruã), em.função
do
total de biomassa de ramos/ hectare.'
TABELA
7
:Rendimentos
de diferentescombinações
paramanejo da Apepa-
ruãem
funçãodo
total de folha dos ramos. -
TABELA
8 : Características da espécie Jaborandi-
Piper sp, levantadas na Fazenda Intervales,Sete Barras/ SP.
TABELA
9 :Regeneração
natural da espécie Jaborandi- Piper sp~
levantadasna Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998.
TABELA
10 : Distribuição de ramos/ha da
espécie Piper spem
relaçãocopa
e altura.TABELA
11 : Relaçãodo
número
total folhas/ha
em
função da altura e porcentagem depoda
em
espécies de Piper sp- Jaborandi, levantadas naFazenda
Intervales, Sete Barras/`
SP, 1998. -
TABELA
12 : Característicasda
espécie Piper sp (Pariparoba), levantadana Fazenda
H
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998. '
TABELA
13 : Relação enter 0número
total de folhas/ha da
espécie Piper sp- Pariparoba e aaltura das plantas levantadas na área inventari ada.
TABELA
14 : Principais diferenças entre a verdadeira Espinheira Santa (Maytenus iliczfolia)_eas demais espinheiras
também
aplicadas na medicina popular.TABELA
15 : Característicasda
espécieMaytenus
aquifolia-
Espinheira Santa, levantadas naFazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, l998.'
TABELA
16 : Característicasda
espécie Espinheira Santa-
Zollernia ilicifolia (Leguminosa),TABELA
,17 : Característicasda
espécie Espinheira Santa-
Sorocea bomplandii (Morácea),levantadas
na Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998. _ _H
TABELA
18 :Regeneração
natural da espécieMaytenus
aquifolía-
Espinheira Santa,levantadas
na
Fazenda Intervales, Sete Barras/ SP, 1998.TABELA
1.9 2 Regeneração natural da espécie~ Espinheira Santa, Sorocea bomplandii(Morácea), levantadas na Fazenda Intervales, Sete Barras/ SP, 1998. _
TABELA
20
:Regeneração
natural da espécie- Espinheira Santa, Zollernia iliciƒolia(Leguminosa), levantadas na
Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998.TABELA
21 : Relação entre 0número
total de folhas/ ha e diferentes porcentagens depoda da
espécie
Maytenus
aquifolia. 'TABELA
22
: Características da espécie Costus spiralis- Cana
do
brejo, levantadas naFazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998.TABELA
23 :Regeneração
natural da espécie Costas Spiral/Ís-
Cana
do
brejo, levantadasna
Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, 1998. _TABELA
24
:Rendimentos
possíveisda
espécieCana
do
Brejo,com
cortes de 25, 50 e100%
das plantas por hectare, levantadas
na
área inventariada.`
TABELA
25 1 Característicasda
espécie (Íissampelos pareira-
Abuta, levantadas naFazenda
Intervales, 'Sete Barras/ SP, 1998. _
”
-.
TABELA
26: Características da espécie Stryclmus trinervis¬
Quina
cruzeiro, levantadas na.
Fazenda
lntervales, Sete Barras/ SP, 1998.l
l
LISTA
DE
FIGURAS
`FIGURA
l-Rendimentos
de plantas de Piper spem
função da altura (in), porcentagem depoda
e total de biomassa/ ha.
`
FIGURA
2-Rendimento
de plantas de Piper spem
funçãodo número
total de folhas/ ha eporcentagem de poda. _
FIGURA
3- Representação esquemática da parcela utilizadano
inventário Iloreslal.Fazenda
Intervales, Sete Barras/ SP, I998.
FIGURA
4-Remanescentes
da Floresta Tropical Atlântica. _FIGURA
5-Fazenda
Intervales. Localizaçãoda Base
Saibadela: local de estágio. Sete Barras/ SP, 1998.F
IGURA6-
Localizaçãoda Fazenda
Intervales. Sete Barras/ SP,_ 1998.FIGURA
7- Planta geral e perfildo Rio
Ribeira de Iguape.1.
APRESENTAÇÃO
'
O
presente trabalho descreve as atividades realizadas pela estagiária JulianaM.
Negreirosna
Região do
Valedo
Ribeira,São
Paulo. «A
pesquisa foi desenvolvida dentrodo
contexto deManejo
Sustentadoem
Plantas Medicinais,buscando
alternativaseconômicas
para a população da região, já que esta é caracterizadacomo
uma
das regiões pobresdo
Sul e Sudestedo
País.Como
as atividades econômicas da populaçãodo
Valedo
Ribeira se limitam as culturasda
banana
edo
chá, e a exploração predatória da Floresta OmbrófilaDensa
em
palmiteiros(Euterpe edulis) e espécies de uso medicinal, o trabalho busca apresentar potencialidades de
manejo
sustentadoem
plantas medicinais, visando a exploraçãocom
um
retornoeconômico
e apreservação dos recursos naturais.
Sendo
assim, a proposta aquimencionada
objetiva novasaltemativas de exploração,
mantendo
um
retorno consecutivo emelhorando
a qualidade de vidada
população. 'H i
Para que
o
trabalho desenvolvido localizasseno
contexto dos objetivos propostos, foi realizadoum
levantamentoda
densidade das espécies consideradas mais importante para exploração,identificadas pelos “mateiros”
da
região;uma
revisão bibliográfica apresentando ias características
da
Floresta OmbrófilaDensa
edo
Valedo
Ribeira, a importância das plantas medicinais,da
proposta demanejo
sustentável e uso múltiplo e sobre as espécies caracterizadasno
levantamento. Através desses dados foi realizadouma
análiseeconômica,
avaliando aspotencialidades das plantas dentro
da
Floresta Ombrófila.2.
INTRODUÇÃO
2.1
CARACTERIZAÇÃO
DO
VALE
DO
RIBEIRA
2.1.1
CARACTERIZAÇÃO
Do
VALE.
A
regiãodo
Vale está localizada a sudestedo
Estado deSão
Paulo, entre oOceano
Atlântico e aSerra
do
Mar. Possuiuma
áreaaproximada
de 16.327 km2, sendo consideradacomo
um
dospontos
mais
antigosda
colonizaçãodo
país(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). -A u
_
O
Valedo
Ribeira é a regiãocom
maio
indice de cobertura florestaldo
estado deSão
Paulo,abrigando a últimas reservas de Floresta Ombrófila Densa,
com
aproximadamente
70%
dos5%
existentes dacobertura original
(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). _ -- -
V
-I
Segundo o
IBGE
(1985) citado por Ribeiro (1993), a estrutura fundiária desta região é divididaem
duas categorias principais, sendo a primeira estabelecimentoscom
área inferior a50
hectares,
ocupados
por pequenos agricultores, sitiantesou
pequenas empresas rurais,perfazendo
81%
do
total de propriedades,com
apenas20%
da área.Do
outro lado estão aspropriedades
com
área superior a 50 hectares, representando1,8% do
total das propriedades,ocupando
44%
de toda a área.Há
estimativas deque 700
mil hectaresdo
total de 1,6 milhões dehectares são terras devolutas. .
'
I
2.1.2
Colonização
do
Vale.Inicialmente foram fundados, pelos colonizadores portugueses, dois pequenos núcleos
~
Cananéia e Iguape,
que
funcionaramcomo
“pontes” na penetração para o interior, isto devido asua localização. ' ' f ' . -_
Essa articulação
com
o
interior, atravésdo
Vale doiRibeira, levou* à formaçãode
outrospequenos
núcleos que tinham por objetivo a procura de metais preciosos.Coma
descobertado
ouro na região
da
Serra de Paranapiacaba, a navegaçãono
Ribeira ue seus afluenteaumentaram,
facilitando ainda mais a colonização de portugueses e espanhóis, ocorrendo maior penetração para o interior pelas vias fluviais, originando assim 'as cidades de Registro, Eldorado Paulista,
Juquiá, Jacupiranga e Sete Barras
(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). _As
primeiras rodovias surgiramsomente no
iniciodo
séculoXX
e ligavam os principaisnúcleos localizados
no
centro eno
norteda
região e destacom
a capital regional (Iguape).Porém
essas vias, «sujeitas a todas as intempériesdo
climada
região,nem
sempreconseguiram
resolvero problema do
transporte da produção.Em
l9l4 foi construída a Ferrovia Santos- Juquiá, auxiliandono
deslocamentodo
eixoeconômico da
região para o centro e o norte,passando a intercambiar
com
Santos eSão
Paulo,oque
não foi suficiente para reerguer odesenvolvimento da região
(MIRABELLI
&
VIEIRA,
l992).O
subdesenvolvimento da regiãoque
sintetiza os quatro séculos passados, se dá pela faltacompleta de boas estradas principais e vicinais para
escoamento da
produção regional; falta deconservação
adequada
das poucas estradas existentes; falta de transportes para escoar aprodução; ausência de assistência
médica
e sanitária à população; falta de infra-estruturaem
todos os setores básicos
do Vale
edo
litoral; falta de técnico e assistência à agricultura; falta dedocumento
que legalizem a posse das terras, e as enchentesdo Rio
Ribeira de Iguape(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). -Com
o 'iniciação ao processo de industrialização daforma
mais desordenada possível, o Valeenfrenta hoje outros problemas,
como
o crescimento desordenado, aliado auma
política imobiliária,que
está levando à devastação da mata, principalmente nos municípios deCananéia
e Iguape. Isto caracteriza o Vale
como
região mais pobredo
Sudeste e Suldo
Brasil(MIRABELLI
&
VIEIRA,
l992).2.1.3
Desenvolvimento
sócio-econômico.
O
Vale,no
século XVIII, iniciou a exploraçãodo
arroz,mas
não foi possível concorrercom
aprodução intemacional devido a falta de incentivo
do
govemo
brasileiro,que estava nestaépoca
interessado
na
mineração.Em
seguida, o Vale produziu café, não obtendo sucesso novamente,pois a rota
do
café não despertou a atenção das autoridadesgovemamentais
e as vias detransporte
não foram
construídas paraescoamento
da produção. Atualmente, oVale
produzbanana
e chá edepende da
incorporação da tecnologia e de insumos agrários paraque
suaprodução se incorpore ao processo produtivo nacional e gere as riquezas necessárias ao seu
próprio desenvolvimento. _
Apesar
das transformações nos processos' produtivos, estasnão
trouxeram à populaçãomelhores condições de vida.
A
população nativa, resultante dos núcleos de colonizaçãoforam
perdendo seu espaço e os antigos
donos
das terras,com
poucas exceções, tornaram-se posseirose depois assalariados da
banana
edo
chá.Nas
cidades, desaparecem os artesãos e dão lugar àassalariados de
uma
zona urbanasem
produção definida.Os
poucos que se transformaram nosgrandes proprietários e comerciantes concentram a
pequena
riquezaeconômica
da região(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). `_ i
-
O
uso inadequadodo
solo e 0desmatamento
das áreas mais elevadas causaram 0 assoreamentode rios, refletindo
em
enchentes desastrosas, redução da pesca e diñculdadesno
transportefluvial devido à diminuição da profundidade da calha dos rios
(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). ~
Além
disso, a produção de palmito, quase toda nativa, foi aos poucos se exaurindo e,embora
haja critérios específicos para corte (ResoluçãoSMA
de 16/ O6/ 1994), a coleta é feita defonna
predatória e clandestinamente. _
~
V _
`
Dentro da. utilização das terras
do
Vale, as planícies de restingado
litoral não apresenta grandespossibilidades de ampliação agrícola.
A
planície aluvial apesar de consideradauma
área idealpara 0 desenvolvimento de atividade agropecuária, grande parte encontra-se bloqueada pela
excessiva
umidade do
solo e, principalinente, pela violência das inundações.Assim
as terrasaluviais, devido as suas características, limita-se a produção
de
arroz, banana, ealgumas
h‹ma1içzs(M1RABELL1&_v1E1RA,
1992).'
-_
Há
na
região ainda a exploração da Caixeta (Tabebuia cassinoides), ResoluçãoSMA
de 13/ 04/ 1992, destinadaàfabricação de lápis(REIS
et al, 1997). .~ ' .- ' . A ,
Quanto
à pecuária, nãopode
ser caracterizadacomo
atividadeeconômica
significativa,apresentando rebanhos de baixa produtividade
(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). '.
Em
relação ao perfil socialda
região, aocupação
populacional apresenta baixa densidadedemográfica (14 _hab./ km2),
bem
menor
que
amédia
brasileira, _apesar das proximidades dascapitais dos Estados de
São
Paulo e Paraná(MIRABELLI
&
VIEIRA,
1992). `TABELA
1:O
uso de terras até 1983.vale do Ribeira _ 1.315.000 ha i0o%
' Planície aluvial 212.455 ha 11,71% - Terras inexploradas ' 209,955 ha 11,57% i Terras cultivadas 1 2.500 ha 0,14% " ~
2.1.4
Formações
Vegetais.A
regiãodo
Vale é representada porampla
formação vegetal, sendo entre elas, as praias, dunasem
primeiro esegundo
estágio de vegetação pioneira, ma.ngues,mata
de restinga, várzeas,Floresta
Ombrófila
Densa
(LEONEL,
1992). -A
FlorestaOmbrófila
Densa, nosso ambiente de estudo, localiza-se na Serrado
Mar
e na porçãooriental
da
Serrada
Mantiqueira, sendoo
Sudesteda
país a maior região de concentração damata
(LEONEL,
1992).Sua
descrição é citada mais adiante. ' “Os
campos
deVárzea
são constituídos de vegetação de porte baixo, cuja caracteristica ésuportar inundações periódicas por estar situada nas baixadas
que
margeiam
os rios.São
áreas-apropriadas para agricultura intensiva, devido a quantidade de material orgânico depositado,
aumentando
a fertilidade de seus solos. .A vegetação característica decampo
de várzea é a taboa(CRUSCO
et al, 1997).Os
mangues
são fonnações típicas de litoral,com
solos limosos de regiões estuarinas.Devido
ao
acúmulo
de material orgânico, garante alimento e proteção para reprodução de inúmerasespécies marinhas e terrestres. Possui diversidade muito restrita
(CRUSCO
et al, l997).A
vegetação de restinga, presente ao longodo
litoral brasileiro, ocorreem
mosaico e encontra-se
em
praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando de acordocom
o estágio dedesenvolvimento, estrato herbáreo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado
(CRUSCO
et al, 1997).2.1.5
Clima
da
região.O
Vale do_ Ribeira está localizado geograficamenteem
região subtropical,mas
devido a algunsfatores locais, a região é considerada tropical. Apresenta altos índices pluviométricos, relativamente
bem
distribuidos durante 0 ano,porém
com
maior concentração no verão emais
seco nos
meses
de abril a agosto,não
ultrapassando 50mm.
Há
dadosda
regiãoque
indicamem
altitudes maiores,um
volume
de 3.000mm/
ano;em
áreas de altitudes medianas, 2.000mm
anuais e nas áreas mais baixas da região, 1.500
mm
(LEONEL,
1992;URENIUK,
1992). -As
elevadas temperaturasque
predominam
durante a maior partedo
ano,em
função daslatitudes e
da
incidência dos raios solares, é característico da regiãodo
Vale,com
médias
mínimas
de 18°C
em
jun/ jul. emáximas
de 26°C
no
verão (dados de 1977 a 1986)(LEONEL,
1992;
URENIUK,
1992). 'i
z
2.1.6
Geomorfologia.
O
Vale
do
Ribeira apresenta compartimentações topográficas bastante distintas.Na
maior parteda
região, o relevo é montanhoso,com
declividadeacima
del5%
e encostascom
amplitudeslocais entre 100 e
300
m
(relevo de morros isolados) e amplitudes locais superiores a300
m
(relevo montanhoso).
A
porção central, junto à fozdo
rio Juquiá, é caracterizada poruma
áreade relevo suave, correspondente às planícies desenvolvidas ao longo dos rios Ribeira, Juqguiá e
Jacupiranga.
Há
nesta área presença de maciços rochosos e morros isolados, cujas declividadesmédias
ultrapassam al5% (LEONEL,
l992;URENIUK,
l992). E "H
2.1.7
Solos
e
capacidade
de uso das
terras.Os
solos são de origem granítica,com
classes B- textural e origem' aluvial, caracterizado porpequenas
áreas de solos adequados à agricultura e extensas áreas de solos regulares porapresentarem,
com
frequência oproblema
de- excesso de água, fertilidade natural' muito baixa,relevo
extremamente
acidentado,além
de solos inadequados à agricultura(LEONEL,
1992;URENIUK,
1992).Quanto
a capacidade de uso das terras, a Delegacia Agrícola de Registro conduziu as seguintesporcentagens
em
cada classe de uso:i
. '
° Classes I, Ile Ill (terras aráveis)
-
6,28%. ._
~ Classes
IV
e Vl. (terras para culturas permanentes)-
12,18%.° Classe V`(terra para pastagem)
-
l0,97%.f Classe VII (terras para pastagens ocasionais e reflorestamento)
-
46,19%. Í pi
~ Classe VIII (terras inaproveitáveis para exploração agropecuárias e florestais)
+ 24,37%
(LEQNEL,
1992;UREN1u1<,
1992). . .'
.
2.1.8 Hidrografia
e recursos
hídricosde
superfície. OA
regiãodo
Valedo
Ribeira contacom uma
bacia hidrográfica mais ricaem
recursos hídricos. J
que,
mesmo
nas épocas de maiores estiagens, é cerca de 170 vezes maiordo
que ademanda
na
região
(URENIUK,
l992). i_ i
. -
A
Baciado Rio
Ribeira abrange as regiões sudestedo
Estado deSão
Paulo e lestedo
Estadodo
Paraná,
com
cerca de 25.000km2 (30%
no
Estadodo
Paraná)(URENIUK,
1992). _ 4, «
-_ _- .
Apesar' das caracteristicas descritas
da
bacia de Iguape, os recursos hídricos'tem
baixoaproveitamento
na
região e abundanteem
locais externos a esta, não recebendonenhum
-4 '
retorno sócio-
econômico
para o Vale. _' `
Í
2.1.9
Unidades de
Conservação
O
Valedo
Ribeira dispõe de unidades de conservação, taiscomo
Ó Parque Estadual CarlosBotelho, com_ área de 37.000 ha aproximadamente;
Fazenda
lntervales,com
34.000 ha; EstaçãoEcológica Xituí (3.000 ha);
Fazenda
Nova
Trieste (30.000 ha), Xiririca (ll.000 ha); ParqueEstadual Turístico Alto Ribeira
-PETAR
(36.000 ha), entre outras,com
objetivo de preservaçãoda
biodiversidade e o desenvolvimento sustentávelda
região(LINO
et al, l992)._ ' .V ` ' , l2.2
FLQRESTA
OMBRÓMLA
DENSA
A
Floresta Tropical Atlânticavem
sofrendo desflorestamento desde inicio de nossa colonizaçãocom
aformação
dos povoados, lavouras, pastagens, exploração de madeiras e a extração derninerais.
Da
cobertura inicialcomposta
por esta vegetação, segundo oFIBGE
(1990), restamapenas 5
%.
A
intensa exploração destas florestas afeta milhares de pessoascom
enchentesperiódicas, erosão dossolos, assoreamento dos cursos d°água,
mudanças no
clima regional e global,além
da extinção denumerosas
espécies de plantas e animais de ambientes naturais(DAVIDE,
1994).`
'
z « '_
Essa tipologia florestal, rica
em
espécies vegetais e ambientes diversificados,tem
recebidodiversas denominações,
como
Floresta Perenifólia .Higrófita Costeira, Floresta TropicalAtlânticaeMataPluvialTropical(FIBGE,1.990). i _ ' f “ . ,. ~. l3
r
O
Decreto n.° 750, de l0 de fevereiro de 1.993 estabelece as seguintes formações florestais eecossitemas associados à Floresta Tropical Atlântica: Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta
Estacional Decidual, manguezais, restingas,
campos
de altitude, brejos interioranos e encravesflorestais
do
nordeste.Em
nosso trabalho, serádado
ênfasena
Floresta Ombrófila Densa, jáque
nesta foi realizado a pesquisacom
plantas medicinais.H
A
Floresta Ombrófila Densa, caracterizada por estratos superiores, árvores de 25 a30
metros dealtura, desprovidas de proteção à seca e às baixas temperaturas, estende-se pela costa atlântica
desde o sul de Natal,
no
RioGrande do
Norte, até 0 Espirito Santo, entre o litoral e as serraspré- cambrianas marginais
do
oceano, ampliando a sua área de ocorrência sobre as encostas atéOsório,
no Rio Grande do
sul(FIBGE,
l.990). _A
principal área da Floresta Ombrófila ocorre nas elevações costeiras,como
a Serrado
Mar
eda
Mantiqueira.É
caracterizada por diversos ambientes, cada,um
com
suas espéciespredominantes e interações.
Os
ambientes mais expressivos desta região encontram-se entre30
e 1.000 metros de altitude,
compreendendo
as formaçõessubmontanas
e montanas, abrigandouma
quantidade inestimável de espécies, entre elas a canela preta (()cotea cai/zarinensis),laranjeira- do-
mato
(Sloanea guianensis), peroba vermelha (Aspidosperma olivaceum), pau- óleo (Copaifera trapezifolia), canela sassafrás (Ocotea preiiosa), canela amarela (Nectandralanceolata), palmiteiro (Euterpe edulis), entre outras,
marcando
significativamente a fisionomia.Na
floresta ocorreem
abundância bromeliáceas de diversas espécies,como
Vriseavagans, V. allodasserrae,
Alchnea
cylindrata, A. caudaia, Nidularíum irmacentii; cactáceasdo
genêro Rhipsalis; orquidáceas
como
Catileya intermedia, Epidendruriiz elliptícum, Laeliapurpurata, etc; lianas,
como
abuta (Abuta selloana; Cissampelos sp), cipó- pau (Clytostamascuiripabuluem), unha- de- gato
(Doxanlha
unguis cati), cipó escada- de-macaco
(Bauhiniamicrosiachya) e cipó- cravo (Cynnanthus elegans); aráceas
do
genêro Pliiladendrum eAnthurium; pteridófitas terrestres herbáceas,
como
as aspid/Íácieas e polipodiáceas, epteridófitas arborescentes dos genêros Cyathea,
Nephaelea
e Alsopliiila(FIBGE,
l.990).Em
locais mais baixos,aproximadamente
30m
de altitude, sujeito às inundações,ocorrem
agrupamentos florestais de espécies mais adaptadas a estas condições,
como
a figueira de folhamiúda
(F
icus organensis), ipê amarelo (Tabebuia umbellata),baguaçu (Talauma
ovata), entre outras. .Eem
ambientescom
altitudes superiores a l.000m,
saturados deumidade
e médiascom
indivíduos tortuosos,ramiñcados
e revestidos de epifitos, musgos, hepáticos,_como _ocambuí
(Síphoneugena reitzii), quaresmeira (Tibouchina. sellowíàna), jabuticabado
campo
(Eugenia pluriƒlora),
guamirim
(Eugenia oblecta), entre outras, concluindo assimque
_adiversidade ambiental pennite que certos grupos de espécies sejam estimulados a se difundirem
em
detrimento deoutros(FIBGE,
1990). V --1
, .
Atualmente, as florestas primárias representam
uma
pequena
partedo
ecossistema, sendo oextrativismo
o
principal fator destedesflorestamento(F1BGE,
1990). .`
Nas
formações secundárias, as espécieschamadas
de pioneiras de clareiras e espécies aptas asobreviverem
em
áreascom
níveis de restrição edáfica, são as responsáveis pela regeneração emanutenção
em
áreas revegetadas artificialmente, possibilitandouma
nova
dinâmicasucessional da vegetação. Entretanto, para
que
uma
área degradada seja recuperada é necessárioa incorporação das espécies vegetais e
manutenção
da fauna, garantindo a polinização edispersão de sementes para
aumento da
biodiversidade local, 'gerando assim um'eq_ui1íbriodinâmico entre flora/ fauna (REIS, 1.993).
I ' ' u , ` ~
2.3
CARACTERIZAÇÃO
DA
FAZENDA
INTERVALES
'_ ._
A
Fazenda
Intervalesocupa
uma
área de 38.000 hectares e está situada na Região Sudestedo
Estado de
São
Paulo, entre os municípios de Ribeirão Grande, Eldorado, Guapiara, Iporanga eSete Barras. Localiza-se
no
interiorda
área de proteção ambientalda
Serrado
Mar
e faz divisacom
outras três unidades de conservação, sendo ao nordeste o _Parque Estadual Carlos Botelho,a noroeste
com
a estação ecológica de Xitué e a sudoestecom
o Parque Estadual Turísticodo
Alto Ribeira
(PETAR),
num
total de 116.863 hectares(LEONEL
et al, 1992).'I H ~
`
Quanto
aitopografia, é bastante acidentada, tornando-se fator limitante para qualquer atividadeagrícola
ou
pecuária e determinandoum
padrão característico à vegetação natural.A
altitudemédia
da região éem
torna de 800 m. 'I .-H
De
acordocom
VELOSO
et al. (1991) a vegetaçãoda
Fazendapode
ser classificadacomo
Floresta Ombrófila
Densa da
Encosta Atlântica.A
característica ecológica principal dessaformação
é a sua tropicalidade, oque
significa a ocorrência de elevadas temperaturas (médiasde
25°C)
e de alta precipitaçãobem
distribuída durante oano
(1 .500mm/
ano)._ I
Í
E
Em
relação a administraçãoda
Fazenda, até 1987, esta pertenciaao Banespa
Mineração,uma
subsidiária
do
Banco
do
Estado deSão
Paulo. Esta 'entidade era encarregada pela¡
.
administração, vigilância, exploração de
uma
pequena
pedreira, extração de palmito, vendido inicialmente “in natura” e posteriormente industrializado e comercializado.Após
l987, aFazenda
passouia ser administrada pelaFundação
para aConservação
e a Produção Florestaldo
Estado de
São
Paulo,onde
a partir daí aFundação
Florestal desativou projetos desenvolvidospelo
Banespa Mineração
(LEONEL
et al, 1.992).A
sededa Fazenda
está situadano
municipio de Sete Barras/SP
e possui quatro sedes depesquisas e várias bases de vigilância distribuídas ao longo
da
divisa da fazenda.Na
basedo
Saibadela, nosso local de estudo,há
uma
casa para alojar pesquisadoresque
desejam realizarestudos relacionados a fauna e flora da região. _
A
escolhado
localcomo
fonte de pesquisas deve-se ao fato de existir l8 parcelas pemianentesimplantadas
na
área para estudodo
Palmiteiro (Euterpe edulis) eum
convênio da administraçãoda
Região
com
a Universidade Estadual de Botucatu e Universidade Federal de Santa Catarina,incentivando
a
pesquisa na Floresta Ombrófila Densa,como
alternativa de renda parapopulação local,
além
dapresewação
das reservas florestais.I
2.4
PLANTAS
MEDICINAIS
_
O
uso de plantas para fins medicinaistem
sido algo próprio das sociedades primitivas.Encontram-se registro
do
uso nos achados arqueológicos,além
de citaçõesna
Bíblia,em
poesias e mitologias de
Gregos
eRomanos
ou
a obra de Shakespeare.Desde
os primórdiosda
humanidade o
uso de ervas esteve bastante ligado à religião,como
o adventodo
cristianismo,onde algumas
plantas passaram a ser consideradas sagradas por terem sido abençoadas porsantos
ou
apóstolo.Os
primeirosdocumentos que
revelam o estudo científico de plantas,remontam
aos estudiososda
Grécia antiga e da antigaRoma,
os quais aindaenfocavam mais
0uso das plantas
que
suas diferenças botânicas.Devido
a estes estudos, o interesse 'pelas en/astomou-se
muito grande durante os séculosXV,
XVI
e XVII, o quepode
ser atestado pelomaterial escrito, pelo uso popular e pela difusão da jardinagem nos monastérios e reinos,
fazendo surgir'
na Europa
dicionários de ervasque
reuniam informações botânicas, instruçõespara o preparo
de
remédios, receitas e uso gerais, incluindotambém
instruções de propagação emedicina popular sofreu três influências prevalentes, sendo o colonizador português, os índios e
os negros trazidos
como
escravos(MATTOS,
1983).v
BRITO
et al (1997) colocaque
a riqueza de conhecimento indígenaem
plantas medicinais éresultado de várias experimentações, essencialmente da
soma
de testes empíricos de muitasvidas.
Devido
a isto,DI
STASI
et al (1996)menciona
a importância da etnobotânica eetnofannacologia
na
pesquisacom
plantas medicinais,onde
a primeira consisteno
estudodo
conhecimento
e conceituaçãono
mundo
vegetal, englobandocomo
o grupo social classifica asplantas e
como
se dá_ o uso destas, e a segunda na exploração científica interdisciplinar deagentes biologicamente ativos, tradicionalmente
empregados ou
observados pelohomem
(DlSTASI
et al, 1996). _Segundo
la mitologia, a origem das plantas medicinais,em
muitas civilizações antigas, estárelacionada ao poder divino.
Povos
como
os chineses, árabes, egípcios, incas, entre outros,apreciaram ot poder das ervas medicinais _
Na
IdadeMédia
e na EraModerna,
as escolas demedicina só
diplomavam
os alunos de profundo conhecimento sobre as plantas medicinais(BONTEMPO,
1994).Com
o desenvolvimentoda
indústria farmacêutica moderna, essa tradição foi perdidano
Ocidente,
mas
permaneceu
vivano
Oriente, principalmente naChina
e na India. Hoje, o uso deplantas medicinais ressurge
com
muita forçana
mundo
inteiro(BONTEMPO,
1994).Estudos realizados por
GEORG
EBERS,
citados porSELEÇÕES
DO
READER°S
DIGEST
(1983), revelaram a existência de práticas medicinais há cerca de 24 séculos a.C.,
o que
comprova
a existência deuma
medicina egípcia pelomenos
2.000 anos antesdo
aparecimentodos primeiros
médicos
gregos. Entretanto, o uso das ervas medicinais é substituídagradativamente pela quimioterapia,
com
0aumento da
industrialização dos fármacos(CARBONERA
&
WEILLER,
1987).A
utilização de plantas medicinais éuma
prática generalizadana
medicina popular,como
resultadodo acúmulo
secular de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais, pordiversos
gwpos
étnicos.No
Brasil,além
da assimilação dos conhecimentos indígenas, ascontribuições trazidas pelos escravos e imigrantes representaram papel importante para
o
surgimento de
uma
medicina popular rica e original,na
qual a utilização de plantas medicinaisocupa
lugar de destaque,onde
os motivos dessamudança
são citadas porSIMÕES
et al (1989)como
as expectativas exageradas pelos produtos da grande indústria, não atendendo satisfatoriamente os consumidores; os efeitos indesejáveis e prejuízos causados pelosmedicamentos
produzidos sob omanto
cientifico; o reconhecimento de que as pesquisas deplantas medicinais utilizadas na medicina popular apresentam 'perspectivas inegáveis e o
reconhecimento de que atualmente amplas
camadas da
populaçãonão tem
acesso aosmedicamentos,
além
do
espaço das plantas medicinaisna
medicina científica, que desenvolveu-se e impôs-se
no
início deste séculocom
as contribuições decisivas da fisiologia, dafannacologia,
da
química orgânica e da bioquímica. Entretanto, oaumento
do uso de ervas medicinaistem
causado conseqüências desastrosascomo
a exploração predatória dealgumas
plantas “milagrosas”em
moda,
colocando-asem
ricos de extinção,como
é oexemplo
dacancorosa de três pontas (Jodina rIz‹›mbr`f‹›Iia) e
do
Ipê roxo (Tabebuia avellanedae); asintoxicações atrebuiveis aos efeitos já conhecidas da planta
ou
ainda ao uso de planta errada, entre outros efeitos(SIMÕES
et al, l989).Para
CARBONERA
(1987), o Brasil possuiaproximadamente
12.000 espécies de plantascom
potencial terapêutico,
porém
apenas30%
dosmedicamentos
produzidos são a base de plantas.DI
STASI
et al (1996)comenta que no
país,20%
da
população utiliza produtos de origemnatural, especialmente plantas medicinais.
Quanto
a população mundial, segundo a OrganizaçãoMundial da
Saúde,80%
utiliza ervas medicinais.A
OMS
mantém
um
registro de cerca de 20.000 espécies de plantas medicinais, distribuídasem
73 paises.
Segundo
a estatística de plantas medicinais, o Brasil possui l20.000 espécies vegetaisdas 250.000 conhecidas
no
mundo,
sendo 70.000 medicinais,com
apenas l5.000 classificadas e10 aprovadas pelo
CEME
(SILVA
JR
et al, 1997).Os
critérios adotados pelaOMS
paraque
aplanta seja descrita
como
medicinal baseiam-sena
farmacopéia nacional, usoem
pelosmenos
cinco países e que esteja disponível comercialmente.O
país,além
de possuiruma
flora
bastantediversificada,
detém
caracteristicas peculiaresque
o habilitam a qualidade de francoconsumidor
de plantas medicinais devido a conjuntura sócio-econômica
baixada
maioria dosbrasileiros e a falência
do
sistema oficial de saúde pública(SILVA
JR. et al, 1997).Em
relação aomercado
das plantas de uso medicinal, o valor de comercialização anual giraem
tomo
de 14,5 bilhões de dólares, sendo que os maiores importadores são aAlemanha,
EUA
e0Japão.
O
mercado
brasileiro destaca-sena
exportação de ipê roxo, espinheira santa, erva debicho,
capim
limão, entre outros, sobretudo para osEUA
e Itália. Estima-seque
omercado
brasileiro
movimente
um
valor de pelomenos
meio
bilhão de dólares,com
produtos à base deplantas. Entretanto,
o
paistem
importado cerca de90
espécies medicinaisdo
exterior pelamá
qualidade dos produtos colhidos e/ou irregular oferta nacional(SILVA
JR. et al, l997).f
No
que diz respeito ao extrativismo de plantas medicinais, estetem
setomado
uma
práticaabusiva e indiscriminada, principalmente
em
paísescom
flora abundante.Algumas
espéciesnativas estão sofrendo erosão genética acelerada, principalmente pela perda de variabilidade,
conseqüência direta
do
altovolume
de extraçãoem
seus ambientes naturais, sendo evidenciadono
Estado deSão
Paulo a extração de inúmeras espécies medicinais, perfazendo.um
total de800- 900t/ mês. Entre as espécies mais procuradas
na
flora destacam-se a ipeca (Psychoiriaipecauanha), a quina (Chinchona sp), a espinheira santa (Maytenus ilicifolia), an pariparoba
(Pothomorphe
umbellata), a carqueja (Baccharis trimera), a erva- baleeira (Cordiaverbenacea), 0 jaborandi (Pilocarpus microphyllus), a pata de vaca (Bauhinia ƒbrficata), o
pacová
(Renealmia exalata) entre outras,ameaçadas
porum
conjunto de ações antrópicas(SILVA
JR. etal, 1997).Devido
ao extrativismo elevado de plantas medicinais, o 'altomercado
para estas espécies, aflora
abundanteno
país, oaumento do
uso pelos consumidores, entre outras característicasdesignadas às ervas medicinais, diversas Universidades e entidades estaduais e
govemamentais
tem'pesquisado as plantas medicinais, suas propriedades de uso, características agronômicas
para
manejo
e exploração, visando o resgate de espéciesem
extinção, preservação dasmesmas;
eliminando-os riscos de agressão ao
meio
ambiente,além da
contribuição à saúde, aeconomia
do consumidor
euma
altemativa rentável aos produtoresque
optarem por esta atividade,Um
sistema de
manejo
em
regime de rendimento sustentado se adequaria a esta situaçãocomo
forma
de preservação de germoplasma, e aomesmo
tempo
permitiria obtençãode
renda peloagricultor. ' `
2.5
MANEJQ
SUSTENTÁVEL
A
intensa exploração predatória de várias espécies, e a redução drástica das populaçõesnaturais de
algumas
plantas, taiscomo
Espinheira Santa,Erva
de Baleeira, Pata de vaca,Carquejae
Guaco
tem
indicado a necessidade e importânciada
obtenção de alternativas deutilização/ exploração mais racionais.
' Ç _ _ , 1 r ,_
z
‹Neste contexto,
o manejo
de rendimentos sustentávelpodeser
uma
opção para exploraçãocontinuada
que
se compatibilizacom
a conservação deste ecossistema.O
manejo
sustentáveltem
como
premissa básica o controle sobre o processo de exploração, procurando atendernecessidade sociais e econômicas,
mas
visando, principalmente, amanutenção do
recurso florestal para a continuidade de sua utilização.Um
sistema demanejo
em
regime de rendimento sustentado, apresentado porFANTINI
et al(1992) possui
um
objetivo básico: amanutenção
da biodiversidade e o estudo da autoecologiadas espécies,
ou
seja, só é permitido explorar a espécie quetem
seucomportamento
conhecidoe o
manejo
deve ser realizado defonma
diferenciada para cada espécie de interesse.A
proposta, segundoFANTINI
et al (1992), está baseadaem
dois alicerces: o caráter cíclico daexploração e o equacionamento
da
exploração de cada espécie individualmente. Para o autor,estas duas. condições
devem
ser respeitadas simultaneamente, para que obtenha o sucessoesperado
no
empreendimento.i
~
Os
pontos básicos de pesquisa dentrodo manejo
sustentável, que garantem a exploração deforma
cíclica, são a avaliaçãodo
estoque disponível, as taxas de incremento, a regeneraçãonatural e a biologia reprodutiva de cada
uma
das espécies aserem
exploradas.O
estoque disponível consiste na avaliaçãodo número
de indivíduos de determinada espécieexistentes
na
floresta,fomecendo
inicialmente a quantidade de biomassa passível de explorar.Contudo, para
que
a avaliaçãodo
estoque disponível seja mais consistente, érecomendado
novas análises
da
área a ser explorada, elaborando assimum
inventário florestal contínuo,que
fomece
subsídios para a obtenção de índices técnicos para a elaboração deuma
proposta demanejo
racional da floresta(FANTINI
et al 1992).Quanto
a taxa de incremento, é viabilizada atravésdo
conhecimentodo
crescimento da espécie,onde
o inventário florestal contínuo fornece informações seguras sobre o crescimento edemografia
da
espécie a ser manejada. ParaFANTINI
et al (1992), a taxa de incrementopermite a determinação
do
intervalo de corte (IC), a determinação dos incrementos corrente anual (IAC) emédio
anual(IMA)
deuma
espécie, permitindo estimar os pontos demáximo
incremento biológico e
máximo
retomo
econômico.A, regeneração natural e a dinâmica populacional das espécies constituem os fatores mais
importantes para a
compreensão
dasmesmas.
O
estudo detalhado das oscilaçõesno
número
deindivíduos nos primeiros estádios
do
ciclo de vida (sementes e plântulas) deve ser prioritáriopara o conhecimento da biologia das espécies, já
que
acomposição
genética, a abundância edistribuição 'de plantas adultas
tem
forte dependência dos fatoresque determinam
asobrevivência das plântulas
(CASILLAS,
1985). Entretanto, o fator mais importante para\\:
.\
sementes,
que
irão garantir a presença de plântulas, pois, segundoCASILLAS
(1985), 0tamanho
potencial deuma
população é determinado pelo fluxo de sementesno
habitat.É
evidente portanto a importância
da
caracterizaçãoda
dinâmica da regeneração natural, pois é dela que dependerá a reposição de estoque, monitorada constantemente pormeio
de inventários florestais contínuos.No
estudoda
biologia reprodutiva, dois aspectosdevem
ser considerados: a diversidade genética e a interaçãocom
a fauna.A
diversidade genética, estimada através de testes decampo,
como
um
Teste de Procedência e Progênie, e/ou a caracterização genética daspopulações
com
marcadores bioquímicos e moleculares, variacom
os fatores ecológicosda
floresta.
Enfim
o
'inventário florestal contínuo, que constituium
instrumento importante para asilvicultura, principalmente
em
decorrência da necessidadedo
conhecimentodo
comportamento
das espécies florestais, e permite ainda o
acompanhamento
da dinâmica dasmudanças
que
ocorrem
num
período detempo
determinado.De
acordocom
NETTO
&
BRENA
(1993), aavaliação das
mudanças
edo
crescimento das florestas constituem instrumentos fundamentaispara o
manejo
racional,com
exploração da floresta deforma
sustentada.Concluindo,
um
sistema demanejo
em
regime de rendimento sustentado(SMRRS)
visaexplorar a floresta retirando
somente
o que será repostonum
determinado período de tempo,onde
o ponto principalda
exploração não é o quevamos
retirar, e sim o que ficará para garantira continuidade
do
processo, poisuma
exploração desordenadapode
levar a eliminaçãoda
estrutura genética das populações,
da
variabilidade genética, a extinção de agentespolinizadores, responsáveis pelo processo de fecundação de determinada espécie,
além
deoutros fatores de
suma
importância,como
odesmatamento
das florestas.Sendo
assim, omanejo
deve considerar ainda a necessidade de manter
adequadamente
a diversidade das plantas e acomunidade
animal. -Todos
os aspectos a serem levantados sobre a autoecologia das espécies são essenciais parapropor estratégias de exploração florestal sustentável.
O
retomo econômico
das áreasmanejadas de
forma
sustentável são de grande importância para o agricultor, pois oconhecimento do manejo
é o principal ponto de preservação, além de possibilitar uso múltiplo,ou
seja, a exploração de várias espécies simultaneamente, elevando assimo
rendimentoeconômico.
2l i
2.6
uso‹Múi,Tr_PLo
A
biodiversidade da FlorestaOmbrófila
Densa,com
um
número
elevado de espéciesmedicinais, permite altemativas de exploração
com
usos múltiplos. Diversas espéciesde
usomedicinal
ou
não (palmiteiro, madeiras nobres, etc.)podem
ser exploradas deforma
sustentávelsimultaneamente.
V
- '
i
O
manejo
sustentável deve ser realizado de forma individual para cada espécieem
questão,propondo
assim o uso múltiplo das plantas de interesse. i`
O
emprego do
uso múltiplo pemrite, atravésdo
manejo
sustentável, exploração/ preservação dediversas espécies, reduzindo a exploração de
fonna
predatória e clandestina; incentiva maioresestudos
com
plantas medicinais, avaliando as espécies já utilizadas e descobrindo outrascom
potenciais farmacológicas; e possibilitamaior
rendimento para os extratores defonna
contínua,entre outros motivos. »
A '
~
t
3.
METODOLOGIA
Com
o objetivode
avaliar a disponibilidade e densidade de plantas medicinais exploradasna
Região
do
Valedo
Ribeira, foram analisados 18 parcelas permanentesde
50 x50m,
jáimplantadas
na Fazenda
Intervales,Base do
Saibadela, localizadano
município de Sete Barras/SP, sendo a cobertura original a Floresta Ombrófila
Densa
de Encosta Altântica,em
estágioprimário.
As
parcelas são alocadas ao acaso e subdivididasem
subparcelas de IOx
l_0m,possuindo ainda duas faixas de 2 x
50m
em
forma
de “cruz”, para a regeneração natural.A
seleção das espécies medicinais para realizaçãodo
inventário florestal foi baseada noscritérios de importância para os extratores locais e a possibilidade de identificação inequívoca.
O
levantamento inicialcom
o objetivo de identificação das espécies de importância/ interessefitoterápico usualmente exploradas pelos “mateiros” da região foi realizado
num momento
anterior a este, o qual. não estive presente.Este levantamento inicial permitiu a identificação das seguintes espécies:
Apepa-
juan, Pariparoba, Falso Jaborandi,Cana
do
brejo, Espinlieira Santa, Abuta, Quina-cruzeiro,como
sendo as espéciesde maior interesse dos extratores pela
ampla
utilização da população e altoíndice de exploração e comercialização, por isso avaliadas neste trabalho.
As
plantas encontradas foram etiquetadascom
placas de alumínio,mapeadas
e avaliadas.Os
critérios de avaliação variaram entre as espécies, de acordo
com uma
possível relaçãocom
orendimento comercial: altura,
DAP
(diâmetro à alturado
peito),volume
aparente decopa
eestádio fenológico para cada ramo.
Nas
plantas de Pariparoba (Piper sp), Espinheiras (Maytenus, Sorocea, Zollernia), Apepa-juan(Piper sp) e Jaborandi (Pipericf
gaudichaudianum)
foram avaliados a altura,DAP,
diâmetroda
copa
e fenologia, para todos osramos da
planta.i
Para as espécies
Abuta
e Quina-cruzeiro forammedidos
apenas oDAP.
O
critério adotado paramedição
foi baseadona
exploração das espécies (raiz). Para a Cana-do-brejo, foimedido
aaltura de cada
ramo
da
planta.Na
regeneração natural, foram avaliados plantas inferiores à l,30m,
caracterizadascomo
menores
e maiores de 50cm
de altura, exceto para a canado
brejo, sendo considerado apenasplantas inferiores à 50
cm
de altura, pois para esta planta, a altura total raramente ultrapassa à1,3
m,
sendo explorada por inteiro, para obtençãodo
caule, independente de sua altura.I
Foram
coletados ainda folhas deApepa
e Jaborandi parapesagem
de material seco", e analisado a distribuição dessas folhas nos ramos. _ _ _~ u
Cada
espécie citada foi submetida à revisões bibliográlicasbuscando
as principais caracteristicas botânicas, ecológicas, químicas e farmacológicas. -'
r _ 1
Com
os dados coletados, foi caracterizado a disponibil_idade das espécies estudadas, 'analisandoa suficiência amostral, a variância, e possíveis rendimentos das plantas. . A
- A
-
Para as Piperáceas (Jaborandi, Apepa-juan, Pariparoba) e Espinheira Santa, foi analisado
o
rendimento de folhas/ hectare,
sendo
calculado o retornoeconômico
da espécieem
diferentesporcentagens de poda. Para a
Cana
do
brejo, foi avaliado onúmero
de indivíduos/ hectare eo
rendimento
econômico da
planta,com
cortes de 25, 50 el00%
das espécies na área. Para oscipós (Quina e Abuta) buscou-se alternativas de exploração,
sem
cortes da planta inteira, jáque
a parte
empregada na
medicina é a raiz. -A ' . - - ~ C i '
Através das análises, avaliou'-se as potencialidades de cada área, apresentando as possibilidades
de exploração/preservação das
mesmas.
'' u
I
4.
RESULTADOS
4.1
APEPA-
JUÃN
_
1»zp‹zz~ spA
familia Piperaceae, a qual pertence a espécie analisada,Compreende
cerca de dez a dozegêneros e 1.400 espécies distribuídas
em
todas as regiões tropicais, sendo consideradas plantasprimariamente tropicais.
No
Brasil, amesma
é representada por cinco gêneros .eaproximadamente 460
espécies(BARROSO,
1978;JOLY,
1977). 1.As
plantas desta família são geralmente ervas, sub-arbustos, trepadeiras e arbustos, raramenteárvores.
As
folhas são inteiras, predominantemente alternas, estipuladas,onde
estas,freqüentemente, apresentam-se soldadas simulando
uma
bainha. Caule articulado,em
sua maioria, e inflorescênciaem
geral espiciforme. Flores pequenas, sésseis, dispostasem
“espigasdensas e camosas,
com
ausência de perianto.São
geralmente unissexuadas,podendo
ocorrerflores aclamideas (ausência dos dois verticilos protetores) e andróginas, todas protegidas por
uma
ou
duas bractéolas pediceladasou
sésseis.Segundo .IOLY
(1977), as flores são,em
suamaioria, hermafroditas, raramente diclinas.
O
androceu écomposto
deum
a dez estames livres(comumente
dois),com
anteras bitecasou
unitecas, rimosas. Ováriocom
dois a cinco carpelos,súpero, unilocular, uniovulado, de
um
a cinco estigmas papilosos. Estiletecomumente
ausente.O
fruto é caracterizadocomo
pequeno, drupáceo, indeiscente (não se abrequando maduro)
e carnoso.A
semente possui perisperma eendosperma
escasso,com
embrião reduzido(JOLY,
1977;
BARROSO,
1978;GEMTCHÚJNICOV,
1976). .Segundo
JOLY
(1977), entre os gêneros representativos na flora brasileira, destacam-se o Pipere Peperomia. -
¿ ~
Quimicamente,
a família é caracterizada pela presença de amidas, ligninas e óleos voláteis(Roiucz, 1992).
' `
-. *
Diferentes espécies são
denominadas
como
Apepa-juan, entre elas: Piper elongatum, P.aduncum,
P. scabrum, P. celtidifolium, P. lanceolatum, P. arborenccns, Stephensia adunca,Artanthe adunca, di.ficultand.o a classificação botânica da planta analisada
no
Valedo
Ribeira(MATOS,
1987;BALBACH,
1.972). Assim, a Apepa-juan,em
nosso trabalho, será designadacomo
Piper sp.Na
descrição botânica da espécie citada, para Apepa-j uan, é caracterizadacomo
arbustode
.caulenodoso,
com
folhas alternas, estipuladas, curtamente pecioladas, elípticasou
lanceoladas, depontos transparentes.
A
inflorescência ocorreem
formade
espigas solitárias, dispostasem
oposição às folhas.
O
fruto, na espiga, é representado poruma
pequena
baga angulosa eachatada, aromática,
em
formato de espiga(MATOS,
1987;BALBACH,
1972).Dentre a constituição química da planta, os princípios ativos encontrados são a maticina e 0
ácido asiântico.
As
partesempregadas
como
medicinais são as flores, folhas e as sementes(MATOS,
1987;BALBACH,
1972).Segundo
os extratores da região do Vale, apane
empregada
uso medicinal ésomente
as folhas. 'Em
relação as propriedades de uso, apresenta ação estomacal, desobstruente e adstringente.Segundo
BALBACH
(1972), os frutos são diuréticos e resolutivos; as sementes são utilizadasna lavagem de
feridas,como
cicatrizantes; e as folhas,em
forma
de chá, sãoempregadas
contrahemorragias, diarréia, problemas de
figado
e blemorragia,além
do
uso contramau
hálito atravésdo mastigamento
de folhas, cascasou
raízes. ParaMATOS
(1987), a espécie apresentauso interno,
com
ométodo
de infusão, aplicados contra dispepsia,estômago
e fígado; e ainda uso externo,com
o cozimento de folhas,na forma
debanhos
em
feridas e úlceras.A
extensa classificação científica e o reduzidonúmero
de referências bibliográficas impossibilitauma
descrição botânica específica,devendo
ocorrer novas avaliações direcionadasà características
da
espécie.As
propriedades medicinaistambém
não
apresentam açõesfannacológicas comprovadas,
onde
o uso ocorre apenas da crença popular. Estudosrelacionados a este fator está sendo realizado
na
Universidadedo
Estadode São
Paulo,município de Botucatu/ SP.
A
avaliaçãoda
suficiência amostralbuscando
verificar se onúmero
de parcelas utilizadas ésuficiente para amostrar a área, é realizado através da fórmula descrita por
Husch
et al (1982):. N.
É
;-S2'/ N.(E_ X)2 +'t2.z S2- ,dndez
==
numero
de parcelas a serem levantadas;=
número
totais de amostras possíveis na área=
656;=
valor de distribuição de probabilidade-
ÍOSQ5, com n _ 1GL
= 2,1 1;S2
=
variânciado
parâmetro avaliado=
22.158,16 plantas;E
=
erro admissível (10 e20%);
'X
=
média do
parâmetro avaliado=
135,55 plantas/ha.Para
um
erro admissível de 10%,
onúmero
de parcelas necessárias para amostrar a área é de295, e para
um
erro de 20%,
é de 111 unidades.Admitindo
um
erro de30%,
0número
necessário é de 55 parcelas. Se considerarmos as 18 parcelas existentes na área, o erro de