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Associação entre estresse, depressão e tontura: uma breve revisão

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Academic year: 2021

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Associação entre estresse, depressão e

tontura: uma breve revisão

Association between stress, depression and

dizziness: a brief review

Resumo

Estresse e depressão são condições patológicas muito comuns e freqüentes no mundo contemporâneo. A depressão é um transtorno afetivo envolvendo a redução nos níveis cerebrais das monoaminas noradrenalina e/ou de serotonina, um mecanismo neuroquímico que ainda permanece controverso. Esses neurotransmissores estimulam o sistema límbico a aumentar a sensação de bem-estar, promover felicidade, contentamento, e outras funções. O estresse está associado a inúmeras doenças e pode predispor os indivíduos à depressão; as respostas do organismo aos estressores têm início no cérebro, que comanda um conjunto de reações adaptativas desencadeadas a partir dos eixos neuroendócrinos. Por sua vez, as queixas relacionadas ao equilíbrio corporal resultam de alterações nos sistemas envolvidos com esta função, ou seja, o sistema vestibular, o proprioceptivo e o visual. Um dos sintomas vestibulares mais comuns é a tontura, que se caracteriza como uma sensação de desequilíbrio que pode estar presente em várias condições. A tontura pode afetar indivíduos em qualquer faixa etária, apesar de ocorrer principalmente em adultos e idosos. A tontura pode estar associada à depressão e ao estresse e ambos podem coexistir, ou ser causa ou conseqüência dessa queixa; portanto, tais condições patológicas devem ser investigadas para a realização do diagnóstico e tratamento dos distúrbios vestibulares.

Palavras-chave: Estresse. Depressão.

Tontura. Vertigem. Célia Aparecida Paulino1

Andrea Oriani Prezotto2 Rosilene Farias Calixto2

1 Professora Doutora do Programa

de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e

Inclusão Social da Universidade

Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil).

2 Alunas de Iniciação Científica do

Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil).

Autor para correspondência: Célia Aparecida Paulino Rua Maria Cândida 1813, São Paulo, CEP: 02.071-022 E-mails:

celiapaulino@yahoo.com.br cpaulino@uniban.br

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Aspectos neurobiológicos do estresse e depressão

O estresse e a depressão são problemas que afligem a humanidade desde muito tempo e que se destacam no mundo contemporâneo, seja pelas respostas do organismo, sobretudo as indesejáveis, frente a diferentes estressores, seja como condições patológicas importantes do ponto de vista da saúde coletiva.

O estresse pode ser definido como uma reação psicofisiológica complexa desencadeada por eventos bioquímicos, frente a estressores ou desafios de origens variadas. Tal reação ocorre no sentido do organismo se defender ou resistir às possíveis e alterações da sua homeostasia interna, a partir da ação de estressores aversivos ou agressivos, como definido pelo médico austríaco Hans Selye. Quando é excessivo, o estresse pode causar inúmeras conseqüências para o indivíduo, no que diz respeito às suas relações familiares, profissionais e sociais, e até para a sociedade, que depende das habilidades e da qualidade de vida dos seus cidadãos para o seu desenvolvimento1.

A depressão é um transtorno afetivo ou do humor que envolve funções orgânicas, humor e pensamento, sendo caracterizado, principalmente, por sentimentos de tristeza, ansiedade, culpa, baixa auto-estima, distúrbios do sono e do apetite, fadiga, dificuldade de concentração e outros sintomas, que podem durar semanas, meses ou anos. A depressão pode ser decorrente do consumo de drogas, de alguma condição clínica, ou de algum evento estressante, além de causas ainda desconhecidas2.

O termo depressão, na verdade, não é tido como sinônimo de infelicidade ou tristeza, apesar da infelicidade ser um componente comum do humor depressivo. A depressão pode se manifestar como um sintoma, ou como um transtorno ou uma síndrome, quando um grupo de sintomas se manifesta conjuntamente, tais como, a tristeza associada a outros problemas, entre os quais, a perda de interesse durante as atividades desenvolvidas, o sentimento de desvalia, as perturbações no ritmo de sono, as alterações no apetite e outros sintomas3.

É descrito que o sintoma depressivo pode ocorrer em diferentes quadros clínicos, como o transtorno de estresse pós-traumático e em resposta a estressores psicossociais. Enquanto isso, a síndrome depressiva inclui alterações de humor e alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas. Ainda, como doença, a depressão recebe a seguinte classificação: transtorno depressivo maior, menor, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar e outros quadros patológicos4.

A depressão é definida pela psiquiatria como um transtorno mental caracterizado por desânimo, sensação de cansaço e, muitas vezes, ansiedade, em grau maior ou menor. Mas, apesar das inúmeras pesquisas já realizadas, a depressão ainda carece de um melhor entendimento do ponto de vista psicológico, etiológico e farmacológico, o que a torna uma doença bastante complexa5.

Os transtornos de humor, como a depressão, são as psicopatologias mais comuns na população e, aparentemente, não apresentam variação racial e são mais prevalentes em indivíduos com menos de quarenta e cinco anos.

P au lin o et al , 2 00 9

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Dentro da população geral, cerca de 10% a 25% das pessoas desenvolvem algum episódio de depressão significativo em alguma época de suas vidas, e cerca de 4% apresenta síndrome depressiva grave6.

Além disso, as pesquisas populacionais revelam que as mulheres apresentam aproximadamente duas vezes mais depressão que os homens, sendo que os adultos jovens são os mais propensos a sofrerem este transtorno. A idade inicial dos transtornos depressivos está entre 20 e 40 anos, embora possam também ocorrer em crianças. Indivíduos com baixa escolaridade e renda apresentam maior prevalência de transtornos mentais. A depressão parece ser mais freqüente entre pessoas divorciadas ou separadas e, especialmente, entre viúvos recentes, e há maior risco para depressão entre as pessoas que moram sozinhas7.

A síndrome depressiva é caracterizada pela redução do humor acompanhada por diminuição na atividade geral e na energia do indivíduo deprimido (a chamada anedonia), ou seja, incapacidade de apreciar o que antes lhe dava prazer. Em adição, é possível o indivíduo manifestar redução da libido e do apetite, abandono das atividades rotineiras, insônia, visão negativa de si próprio, do mundo e do futuro, retardo psicomotor, fala e pensamentos negativos, preocupações, sentimentos de culpa e, com o agravamento do caso, podem aparecer idéias de morte ou ideação suicida, culminando em tentativas de suicídio8.

A causa da depressão ainda não é totalmente esclarecida, mas, parece estar relacionada com eventos bioquímicos ligados à neurotransmissão monoaminérgica, já que ocorre redução dos níveis de aminas biogênicas (monoaminas), como a noradrenalina e a serotonina em certas regiões cerebrais2.

A teoria bioquímica da depressão baseada na hipótese das monoaminas tem respaldo nos efeitos desencadeados por vários fármacos, que causam ou amenizam os sintomas da depressão e seus efeitos neuroquímicos; todavia, os resultados de pesquisas clínicas e de estudos post-mortem são ambíguos e não elucidam totalmente essa hipótese. Não obstante a importância fisiológica da serotonina e da noradrenalina no organismo, até o momento as evidências farmacológicas não distinguem claramente o papel dessas monoaminas na depressão. Do ponto de vista clínico os fármacos inibidores da recaptação tanto de noradrenalina como de serotonina são igualmente eficazes como antidepressivos, apesar das diferenças individuais nas respostas terapêuticas a tais medicamentos9.

Contudo, outros neurotransmissores também estão relacionados com as mudanças de humor; assim, um aumento na atividade colinérgica aumenta os sintomas depressivos, e o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), que é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, tem sua atividade diminuída na depressão8. Pesquisas clínicas evidenciaram uma diminuição da função gabaérgica em estados depressivos e certos fármacos agonistas gabaérgicos são utilizados no tratamento da depressão. Corroborando tais achados, níveis plasmáticos reduzidos de GABA foram detectados em pacientes bipolares durante o episódio depressivo10.

Em complementação, a etiologia da depressão está centrada na genética e em fatores neurobiológicos e ambientais. No tocante à causa genética, a

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partir da observação psiquiátrica de que certas famílias apresentam mais freqüentemente este distúrbio, a ciência tem procurado confirmar a existência de um componente genético relacionado ao aparecimento da depressão11.

Além do mais, um estudo realizado numa população idosa revelou que a depressão ocorre com freqüência e é um problema grave. Em relação aos fatores de risco, foram identificados 19 fatores preditores de quadros depressivos em idosos residentes na comunidade, dentre os quais, a idade avançada, o baixo suporte social e a presença de eventos estressantes da vida, entre outros4. Da mesma forma, os estressores psicossociais e a presença simultânea de outros transtornos psiquiátricos, ou até mesmo de certas doenças crônicas como o diabetes, são fatores de risco importantes para o desenvolvimento da depressão em crianças e adolescentes12.

Estudos epidemiológicos revelam que eventos negativos da vida que afetam o bem estar estão associados à depressão maior, podendo ser citadas aquelas condições que geram estresse crônico, tais como, as dificuldades financeiras e nas relações interpessoais, além das ameaças permanentes à segurança do indivíduo. Ainda, fatores sócio-ambientais podem modificar o efeito dos estressores sobre os indivíduos, de tal forma que, a presença de suporte social (como, por exemplo, a interação social) pode habilitar essas pessoas a lidar com os estressores ambientais7.

De fato, o estresse é um dos principais fatores ambientais que predispõem os indivíduos à depressão, sendo que a maioria dos casos de depressão é precedida por situações estressantes, principalmente aquelas de origem psicossocial. Os mecanismos envolvidos nesta relação, no entanto, ainda são pouco conhecidos, mas algumas evidências sugerem a participação do hipocampo. O estresse pode causar alterações plásticas como a remodelação dendrítica e a inibição de neurogênese na área hipocampal. Quando repetido e intenso, o estresse reduz o número e a função de receptores serotoninérgicos no hipocampo, e há possibilidade desse efeito ser mediado por glicocorticóides13.

Uma pesquisa experimental em ratos submetidos ao modelo de estudo comportamental baseado no paradigma da dominância social (evento estressor) revelou que um simples episódio de estresse psicossocial induzido nos animais provocou uma intensa redução na sobrevivência das células hipocampais dos animais estressados, quando comparados com aqueles do grupo controle14. Além disso, o déficit na neurotransmissão gabaérgica também está envolvido na etiologia da ansiedade e vários transtornos do humor. Estudo experimental, agora conduzido em camundongos, mostrou que a redução da função do receptor GABA-A pode estar relacionado com o comportamento ansioso e com estados de humor depressivo15. Por tudo isso, as novas estratégias para o tratamento da depressão têm se voltado para a busca de fármacos que promovam a neurogênese e que regulem o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal2.

No mesmo sentido, vários estudos associam o hipocampo à neurogênese e à resposta ao estresse e, este último, pode levar à depressão. Algumas pesquisas corroboram o fato de que alterações morfológicas no hipocampo estão relacionadas à depressão; por exemplo, estudos de neuroimagem mostram uma diminuição do volume hipocampal em mulheres idosas depressivas quando comparadas a mulheres da mesma faixa etária e sem a

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referida doença. Além disso, o estresse provoca a liberação excessiva de glicocorticóides, gerando neurotoxicidade e conseqüente perda neuronal, o que provocaria episódios depressivos recorrentes. Há relatos, também, de que a atrofia do hipocampo apresentada pelos indivíduos deprimidos esteja relacionada com o tempo de duração da doença e não com a idade dos pacientes16.

Para comprovação desses fatos, muitos estudos farmacológicos, morfológicos, eletrofisiológicos e moleculares têm demonstrado que as funções e a morfologia do hipocampo podem ser alteradas pela exposição a estressores importantes. E tudo indica que essa estrutura neuroanatômica tem um papel importante na mediação dos efeitos terapêuticos dos tratamentos antidepressivos13.

Reforçando a hipótese da depressão no adulto estar relacionada com a diminuição da neurogênese hipocampal, pesquisas têm mostrado que novos neurônios podem proliferar a partir de células progenitoras no hipocampo. Este processo é reduzido por hormônios de estresse, como os glicocorticóides, e pode ser aumentado pelo uso de antidepressivos. Assim sendo, é possível que a neurotransmissão monoaminérgica alterada em regiões cerebrais específicas possa reduzir a expressão de fatores de transcrição ou de crescimento, necessários para a manutenção da neurogênese, resultando na depressão. Esses achados ganham respaldo nos estudos post-mortem realizados por meio de técnicas de imagem mostrando perda neuronal e redução do volume do córtex pré-frontal e hipocampo em pacientes depressivos; parte dessas alterações pode ser revertida por fármacos antidepressivos2.

De igual modo, sabe-se que o estresse ativa a liberação de neuropeptídeos do hipotálamo, o que leva à liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) na circulação, e a conseqüente liberação de hormônios glicocorticóides das glândulas adrenais. Por sua vez, os glicocorticóides atuam em vários tecidos, incluindo o tecido cerebral, por meio da sua ligação em receptores presentes no hipocampo, o que afeta a cognição e pode até contribuir para a atrofia do hipocampo3.

Em adição, alterações específicas nas áreas temporais vêm sendo estudadas na depressão, em grande parte pela correlação entre a depressão e a mudança na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal; isso leva a efeitos adversos provocados pelos hormônios do estresse sobre o hipocampo e a amígdala, regiões amplamente relacionadas com a área pré-frontal. Assim, a alteração de memória observada em pacientes com depressão estaria relacionada a uma desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando a efeitos adversos provocados pelos hormônios do estresse sobre o hipocampo17.

A ativação persistente do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal pode aumentar a vulnerabilidade do organismo a variadas doenças, entre elas, as doenças mentais, como a depressão. Um estudo a partir de um modelo de estresse psicossocial mostrou que adolescentes deprimidos manifestaram uma maior e mais prolongada resposta adrenal (secreção de cortisol), quando comparados com adolescentes do grupo controle, o que reforça o papel das respostas do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal no desenvolvimento dos transtornos de humor. Entre as experiências de vida avaliadas no estudo, as

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adversidades na infância e o estresse crônico durante a adolescência foram os aspectos mais importantes para a resposta adrenal apresentada18.

As respostas ao estresse têm início quando o cérebro percebe um agente estressor, isto é, um estímulo e/ou situação, positivo ou negativo, que produz um conjunto de reações fisiológicas. Assim, o organismo desencadeia respostas moleculares e comportamentais rápidas por meio de mudanças na função e na expressão gênica neuronais, a fim de restabelecer o equilíbrio funcional; tais respostas são desencadeadas por vários circuitos neurais interligados, incluindo o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e o sistema límbico19.

Estresse, depressão e equilíbrio corporal

Os efeitos do estresse sobre o equilíbrio corporal são descritos há cerca de 50 anos, uma vez que, hormônios do estresse podem agir no sistema vestibular, modificando funções e afetando os eixos hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise-tireóide e hipotálamo-hipófise-gonadal, que funcionam de modo interativo e interdependente. As alterações produzidas pelo estresse em cada um desses eixos também podem causar repercussões importantes sobre as funções vestibulares, mediadas por hormônios produzidos e regulados por estes eixos neuroendócrinos20.

O aparelho vestibular é responsável pela detecção das sensações de equilíbrio corporal, e é essencial no relacionamento espacial do organismo com o ambiente; deste modo, é imprescindível a perfeita integração entre o sistema proprioceptivo, a visão e o sistema vestibular21. O sistema proprioceptivo informa sobre o posicionamento das partes do corpo no espaço em determinado momento, a visão é responsável pela sensação de profundidade e pela assimilação rápida do movimento corporal e o sistema vestibular informa sobre os movimentos corporais lineares e acelerações angulares da cabeça nos diversos planos do espaço. Para manutenção do equilíbrio corporal, estas informações captadas são enviadas ao sistema nervoso central para análise, comparação e integração22, 23.

Portanto, o equilíbrio corporal humano é uma atividade motora complexa, na qual estão envolvidas a detecção sensorial dos movimentos do corpo, a integração das informações sensoriomotoras no sistema nervoso central, e a execução adequada das respostas músculo-esqueléticas. Através dos movimentos oculares, o sistema vestibular estabiliza o eixo visual, evitando o deslocamento das imagens na retina21.

Diante disso, os distúrbios do equilíbrio corporal resultam de afecções vestibulares (centrais ou periféricas), cerebelares, proprioceptivas ou nas diversas vias de integração destas áreas com o restante do sistema nervoso central. As vestibulopatias periféricas compreendem as afecções do ouvido interno e/ou do ramo vestibular do oitavo nervo craniano. E as vestibulopatias centrais são as que compreendem estruturas, núcleos, vias e inter-relações vestibulares no sistema nervoso central24.

O labirinto é sensível aos distúrbios originados em outras regiões do organismo, e a tontura pode surgir antes dos sintomas da doença causal. Muitas enfermidades podem causar labirintopatia, provocando sintomas

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vestibulares e/ou auditivos; desta forma, o indivíduo que possuir esta doença pode apresentar vertigem e outros tipos de tontura, zumbido, perda auditiva, além de reações adicionais. Os sintomas vestibulares mais comuns são as tonturas e o desequilíbrio; assim, vestibulopatia é a designação para os distúrbios do equilíbrio corporal, localizados no sistema vestibular central e/ou periférico, podendo haver ou não acometimento do sistema auditivo. De fato, uma pesquisa mostrou que indivíduos com zumbido neurossensorial, assintomáticos em relação ao equilíbrio apresentavam vestibulometria alterada em 70% dos casos25.

A literatura aponta que o principal distúrbio do equilíbrio corporal é a tontura, que pode ser ou não de origem vestibular, sendo a distinção realizada pelo exame otoneurológico. As alterações de audição (disacusias) e os ruídos (tinnitus) nos ouvidos podem estar associados aos problemas vertiginosos, que são representados pelas tonturas rotatórias26. A tontura é um sintoma que pode ser causado por uma disfunção em algum dos sistemas relacionados ao equilíbrio corporal, sendo caracterizada pela ilusão de movimento do próprio indivíduo ou do ambiente que o circunda. A tontura tem várias etiologias e a causa mais comum da vertigem (tontura rotatória) é o dano ao sistema vestibular23.

A tontura pode atingir indivíduos em qualquer faixa etária, apesar de ocorrer principalmente em adultos e idosos, o que faz com que a alteração do equilíbrio corporal seja a segunda maior causa de consultas médicas22. Realmente, a tontura pode interferir na qualidade de vida, já que pode levar à incapacitação parcial ou total do indivíduo no desempenho de suas atividades; a tontura pode gerar insegurança física e, como conseqüência, causar insegurança psíquica, pânico, ansiedade e até depressão, requerendo, portanto, intervenções terapêuticas apropriadas, entre elas, a reabilitação vestibular24.

As queixas de tontura podem estar associadas a sintomas psicológicos como depressão, ansiedade e medo, o que piora consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Uma investigação realizada com pacientes que relatavam queixas de vertigem revelou a associação entre vertigem e sintomas psicológicos em cerca de 56% dos casos, com predomínio de angústia, seguida por ansiedade, medo, depressão e distúrbios de memória. Isso sugere a necessidade de estudos para se determinar quais os principais quadros psicológicos concomitantes à queixa de vertigem em pacientes otoneurológicos27.

Quando o início da tontura está associado a situações angustiantes, tais como brigas, morte, separações, abandonos, falências, entre outros, deve-se suspeitar que os sintomas vertiginosos sejam de origem psicogênica e ligados a conflitos emocionais profundos3. Neste sentido, é comum a ocorrência de tontura em pacientes com depressão, esquizofrenia, distúrbios paranóicos, hipocondria, entre outros. O desequilíbrio físico que gera uma insegurança psíquica em pacientes acometidos de tontura pode desencadear manifestações emocionais e neurovegetativas. Ainda, em casos de vertigem de origem exclusivamente psicogênica, o exame vestibular pode encontrar-se normal, pois não necessariamente ocorrem alterações no sistema vestibular28.

De igual modo, há relato de que pacientes acometidos da doença de Ménière apresentam mais agentes estressores diários e mais psicopatologias, tais

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como ansiedade e depressão, além de uma pior qualidade de vida, quando comparados com os pacientes do grupo saudável de referência; quanto mais grave esta situação, mais graves foram os sintomas apresentados. Segundo os autores, o perfil psicológico dos pacientes analisados parece comparável ao de pacientes com outras doenças crônicas, como ocorre em casos de indivíduos com enxaqueca e asma, que sofrem mais transtornos de depressão e ansiedade que outros sem essas doenças29.

Contudo, sabe-se que as desordens vestibulares de qualquer natureza causam prejuízos significantes aos pacientes. Além disso, a experiência clínica mostra que a tontura em particular pode acarretar conseqüências psicossociais a esses indivíduos. Além dos sintomas físicos gerados pela tontura, devem ser considerados o estilo de vida, as expectativas, as motivações e o estado psicológico de cada paciente. Neste sentido, condições psicológicas manifestadas como ansiedade e depressão, são fatores importantes na determinação do grau de prejuízo induzido pela vertigem30.

Em concordância, é descrito que pacientes com tontura subjetiva crônica têm algum transtorno primário de ansiedade; muitos deles apresentam esses transtornos desencadeados por doenças otoneurológicas ou coexistentes com as mesmas. Pacientes que sofrem de tontura subjetiva crônica classificada como psicogênica não apresentam alterações físicas nem história de algum distúrbio vestibular; na verdade, esses indivíduos desenvolveram a tontura durante o curso do seu transtorno primário de ansiedade. Segundo a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, os transtornos de ansiedade são as doenças psiquiátricas mais comumente identificadas, o que reforça a importância da relação entre a ansiedade e as queixas otoneurológicas 31.

Nesta direção, foi demonstrado que os fármacos inibidores seletivos da recaptação de serotonina são efetivos para os pacientes com ansiedade e tontura subjetiva crônica, embora nem todos tenham respostas igualmente boas a esse tratamento farmacológico. Aqueles pacientes com padrão otogênico e psicogênico de tontura subjetiva crônica foram os que apresentaram as maiores taxas de remissão completa, tanto da tontura como da ansiedade, em relação aos pacientes com padrão interativo, ou seja, que apresentavam a ansiedade antes de qualquer sintoma de tontura32.

De acordo com um estudo epidemiológico realizado a partir de uma amostra representativa da população alemã, a tontura estava presente em aproximadamente 16% dos participantes do estudo e, desses, cerca de 28% relataram sintomas de pelo menos um transtorno de ansiedade (ansiedade generalizada, fobia social, pânico). Os resultados indicaram o forte impacto da comorbidade ansiedade para os indivíduos que sofrem de tontura. De modo semelhante, outras pesquisas de cunho psicossomático têm mostrado a importância das comorbidades depressão e ansiedade em certas doenças, cuja etiologia pode estar envolvida com alguns fatores psicológicos (como a ansiedade ou depressão e o estresse psicológico), algumas condições internas e até mesmo fatores genéticos33.

Também, pesquisas em indivíduos adultos jovens com queixas relacionadas ao equilíbrio corporal e à audição, em desenvolvimento em nosso laboratório, detectaram estresse em 56% deles, sendo que a maioria era mulher e a fase de resistência prevaleceu em aproximadamente 91% dos

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indivíduos com sintomas de estresse.Dos sintomas de estresse relatados, os psicológicos foram os mais prevalentes, sobretudo na fase de resistência. Ainda, a sensibilidade emotiva excessiva e angústia/ansiedade diária foram alguns dos sintomas mais relatados pelas mulheres, enquanto a sensibilidade emotiva e irritabilidade excessivas foram alguns dos mais relatados pelos homens. Os resultados estatísticos preliminares desses estudos confirmaram a associação significante entre o estresse e algumas queixas vestibulares, tais como a tontura, a vertigem e o zumbido. Novas análises estatísticas estão sendo realizadas e não estão descartadas outras possíveis associações entre essas queixas e o estresse.

Além de tudo, sabe-se que os hormônios esteroidais (como os glicocorticóides) fazem a mediação dos efeitos deletérios e facilitadores do estresse sobre a compensação vestibular, na dependência da qualidade e quantidade do agente estressor envolvido; entretanto, o papel do sistema endócrino na função vestibular ainda é pouco explorado34. Corroborando tal informação, uma investigação dos efeitos do estresse sobre a compensação vestibular após labirintectomia unilateral, em ratos Wistar, propôs um modelo biológico de recuperação da vertigem e mostrou que o estresse reduziu a compensação vestibular neste modelo; alterações nos níveis de hormônios esteroidais induzidas pelo estresse parecem estar, pelo menos em parte, relacionadas a esta redução. Apesar de tudo, ainda não se sabe como o estresse retarda a recuperação dos sintomas vestibulares em pacientes com vertigem35.

Assim sendo, alterações vestibulares, como as tonturas, podem interferir negativamente na vida diária dos indivíduos acometidos, o que requer uma reabilitação adequada. Esta situação leva a certo grau de dependência até mesmo para caminhar, o que gera a sensação de incapacidade e, muitas vezes, a depressão, reduzindo a qualidade de vida dos indivíduos36. E, como fatores psicológicos podem estar associados à tontura e retardar a recuperação do equilíbrio, sugere-se como medidas terapêuticas mais eficazes para estes casos, a fisioterapia combinada com a psicoterapia37.

Considerações finais

A depressão produz grande impacto social, pela sua conotação do ponto de vista de saúde pública, e também pela possibilidade de gerar incapacidade individual, sobretudo por ser um transtorno crônico.

Como os distúrbios psicológicos podem ocasionar sintomas labirínticos, observa-se que muitos casos de tontura estão associados à depressão. Os sintomas psicossomáticos não necessariamente representam a causa dos transtornos labirínticos, mas podem ser sintomas secundários, já que o desequilíbrio físico gera insegurança psíquica e pode desencadear manifestações emocionais e neurovegetativas.

A alta prevalência dos transtornos depressivos conduz os indivíduos deprimidos à procura e utilização intensa dos serviços de saúde. Esses fatos apontam para a necessidade de maior atenção no planejamento de políticas públicas de saúde voltadas para tais condições, pois a assistência médica constante gera altos custos financeiros e, muitas vezes, reduz o tempo de trabalho, prejudicando também a vida profissional dos pacientes.

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Acrescentando-se a isso a prevalência de sintomas de estresse em diferentes níveis, situação que pode levar à depressão, e a associação dessas condições às queixas vestibulares, tais como as tonturas, é possível supor um maior sofrimento individual e uma piora considerável da qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Então, a depressão deve ser investigada como possível sintoma psicológico associado ao estresse e à tontura, e deve ser igualmente considerada no diagnóstico, na terapêutica e no prognóstico dos pacientes otoneurológicos.

Por fim, deve ser enfatizado que o tratamento dos sintomas de estresse, do transtorno depressão e das queixas vestibulares associadas envolve não só o uso de medicamentos, que podem gerar um alto custo financeiro para o paciente e para os governos, mas, também, o uso de medidas de reabilitação para o caso das tonturas, ou de outras práticas terapêuticas não medicamentosas, que nem sempre estão amplamente disponíveis dentro do sistema público de saúde.

Abstract

Stress and depression are very common and frequent pathological conditions in the contemporary world. Depression is an affective disorder involving decreased monoamines norepinephrine and/or serotonin levels in the brain, a neurochemical mechanism that remains controversial. These neurotransmitters stimulate the limbic system to increase the sense of well-being, promote happiness, contentment, and other functions. Stress is associated with many diseases and can predispose individuals to depression. The body's responses to stressors begin in the brain that controls a set of adaptive responses triggered by the neuroendocrine axes. In turn, the complaints related to body balance resulting from changes in systems involved with this function, i.e., the vestibular, proprioceptive and visual systems. One of the most common vestibular symptoms is dizziness, which is characterized as a body balance sensation that can be present in several conditions. Dizziness can affect individuals at any age, although occur mainly in adults and elderly. The dizziness may be associated with depression and stress and both can co-exist, or be a cause or consequence of this complaint; therefore, they should be investigated for the diagnosis and treatment of vestibular disorders.

Key Words: Stress. Depression. Dizziness, Vertigo.

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Referências

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