À
~
A/IOAWI
E
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
*
Centro
de
Ciências
da
Saúde
Departamento de
Tocoginecologia
SÍNDROME
DE
TURNER
ESTUDO
DA
CORRELAÇÃC
CLÍNICA E
CITOGENÉTICA
EM
OITO
PACIENTES
Ivan
Carlos
da
Fonseca
lvan
Carlos
da
Fonseca
SÍNDROME
DE
TURNER
ESTUDO
DA
CORRELAÇÃO
CLÍNICA E
CITOGEÊÍNÉTICA
EM
OITO
PACIENTES
ÀTrabalho
de
conclusão
do
Curso
de
Graduação
em
Medicina
apresentado
ao
Departamento
de
Tocoginecologia
do
Centro
de
Ciencias
da
Saúde
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina, orientado pela
Professora
Clarice S.
Fontana.
1
AGRADECIMENTOS
À
Doutora Clarisse S. Fontana, porsua
orientaçãodedicada
e inestimávelna
realização deste trabalho.ll
ABSTRACT
A
group
of eight patients from the GeneticsAmbulatory
ofThe
FlorianópolisUniversity Hospital presenting a clinic
and
cytogenetics diagnosis of the TurnerSyndrome were
clinically studied through a retrospective analysis.This
group
consisted of fourcases showing
lack ofone
“X”chromosome
(karyotype
was
45,XO), twocases
ofmosaicism showing
lack ofone
“X”chromosome
associated to a ring “X”chromosome
(karyotypewas
45,XO/46X
r(X)),one
case
ofmosaicism showing
lack ofna
“X”chromosome
associated to a longarm
“X”
chromosome
(karyotypewas
45,XO/46,X
i(Xq)).
And
one
case
ofmosaicism
showing
lack ofna
“X”chromosome
associated to a normal “X”chromosome
(karyotype
was
45,XOI46XX).
The
majority of the patients mainlycomplained
about short stature (fourcases), primary
amennorhea
(four cases)and
twocases proceed
for investigation ofthe Turner
Syndrome.
Moreover, there
was
alsoan
attempt to develop here a correlation of thephenotype
aspectsand
thecomplementary
exam
results with the lostchromosomal
-iii
RESUMO:
Foram
estudadas
clinicamente,numa
análise retrospectiva,um
grupo
de
oitopacientes atendidas no ambulatório
de
genéticado
Hospital Universitáriode
Florianópolis,com
diagnóstico clínico e citogenéticode Síndrome de
Turner.Neste
grupo
foram
encontrados: quatrocasos
com
ausênciade
um
cromossomo
X
(cariótipo-› 45,XO), dois
casos
de mosaicismo
com
ausênciade
um
cromossomo
X
associado a
cromossomo
X
em
anel (cariótipo-›45,XO/46X
r(X)),um
caso de
mosaicismo
com
ausênciade
um
cromossomo
X, associado aisocromossomo de
braço longo
de
X
(cariótipo-›45,XO/46,X
i(xq)) eum
caso
de mosaicismo
com
ausênciade
um
cromossomo
X
associado acromossomos de
x normais (cariótipo-›45XO/46XX).
_A
maioria apresentoucomo
queixa principal a baixa estatura (4 casos),amenorréia
primária (4 casos) eem
2casos
foramencaminhadas
para investigaçãode
Síndrome
de
Turner. iUma
tentativade
correlacionar aspectos fenotípicos e resultadosde
exames
complementares
com
o materialcromossômico
perdido destas pacientesé
aquiOBJETIVOS
1) Estudar
uma
síndrome
clínica associada auma
alteração genética,pouco
freqüentenos
consultórios médicos.2)
Desenvolver
um
trabalho científico visando tornar maiscompleta minha formação
acadêmica.
suMÁR|o
Agradecimentos
i Abstract iiResumo
iii Objetivos iv AsiNDRoME
DE
TURNER
ESTUDO
DA
coRRE|.AÇÃo
CLÍNICA E
ciToGENÉT|cA
EM
o|To
PAc|ENTEs
1 Introdução O1
2 Aspectos
Clínicosda Síndrome
O2
3 Materiais
e
Métodos
O4
4 Apresentação dos
Casos
O5
5 Resultados
O7
6
Discussão
10
7
Conclusão
138 Bibliografia 14
9
Anexo
l - Protocolode Pesquisa
17O
1
1
iNTRoDuçÃo
Em
1938 Henry
Turnerdescreveu
pela primeiravez
um
grupode mulheres
com
amenorréia
primária e infantilismo sexual, associado a malformações
fenotípicas
com
baixa estatura, "pterygium coli”e
cubitus valgus entre outras1,reconhecido
mais
tardecomo
Síndrome de
Turner.A
Síndrome de
Turner é determinada poruma
desordem
envolvendo
um
cromossomo
sexual, o qualpode
apresentar-seausente
(aneuploídias),ou
aindadevido à
uma
anomalia
estruturalde
um
cromossomo
X, originando as aberraçõescromossõmicas.
As
aneuploídiaspodem
ocorrer devido auma
não
disjunção,que
seria
uma
falhana
separação de
dois paresde
cromossomos
homólogos
durante adivisão meiótica
da gametogènese
ou
nas divisões mitóticasdo
zigoto.Também
pode
acontecer durantea anáfase
por perdade
um
cromossomo,
sendo
istopossível ocorrer
em
uma
ou
ambas
as célulasem
divisãoz.As
aberrações
estruturaisde
X, seriamconseqüência
de
uma
orientaçãocromossõmica
anõmala
durante
`a divisão celular,como
por exemplo, oisocromossomo
de
braço longode
X
(ixq)que
surge devido auma
divisãotransversal
ao
invésde
uma
divisão longitudinal corretado
centrõmeroou
por deleçãode
uma
porção de
X3,podendo
formarcromossomos
aberrantes,como
ocromossomo
X
em
anel, entre outros.Estes
adventos acontecendo
em uma
divisão celular tardiade
um
zigoto'
\
levará
a formação
de
cliferentes linhagens celularesem um
mesmo
indivíduo,2
2
ASPECTOS
cLíN|cos
DA síNDRoME
A
maioriadas
gravidezes cujosconceptos
possuem
anormalidades
cromossômicas
de
X
evoluem
para o abortoespontâneo
(99%),usualmente
ao
finaldo
1° trimestrede
gravidez.O
restante(1%) são
responsáveis pela incidênciade
cariótipo 45,
X
estimadaem
cercade
112500 criançasdo sexo
feminino nascidasvivas* 5.
`
Clinicamente características fenotípicas
como
a baixa estatura, 'ouuma
estatura
média
entre143
à150
cm,na
idade adulta, se apresentacomo
um
aspectofreqüente, nesta Síndrome.
Também
apresença de
gônadas
em
faixas (“streak”),conseqüente a
disgenesia gonadal determina ohipogonadismo
hipergonadotrópico,com
taxade
estrogënio baixa e valoresde
FSH
eLH
elevadass, resultandoem
um
infantilismo sexual
e
desenvolvimento sexual secundário incompleto,com uma
genitália externa
bem
diferenciada,porém a
vagina e os derivados müllerianospermanecendo
pequenos.
Os
pêlos axilares falham e sedesenvolvem na
quantidade normal,
aparentando
escassos,dependentes
apenas
da
adrenarca,que
ocorre
em
idade normalna
puberdade.Os
seioscontém
pouco
tecidoparenquimatoso,
sendo
que
o tecido areolar estáapenas
discretamentemais
enegrecido
que
a pele circunvizinhas' 5' 14.Anormalidades
esqueléticassão freqüentemente
reconhecidascomo
oencurtamento
do
4° metacarpiano (sinalde
Archibald), o cubitus valgusque
sedesenvolve
após
o
nascimento,e
também
a
escoliosena
coluna vertebral, oque
pode
acontecer, entretantonão é
em
geral graveou
progressivas.Entre
os
aspectos crânio-faciaissão
freqüenteso
palatocom
arco elevado associadoa mal formações
dentárias, micrognatia, pregas epicânticas, localização3
baixa
ou
deformada das
orelhas,pescoço
curtocom
linhade
implantaçãodos
cabelos baixa
e
palmura, “pterygium coli” 55"Alterações
em
estruturas renais, taiscomo
rimem
ferradura, aplasia renalunilateral, sistema coletor duplo, ureter retrocavio e
má
rotação renalsão
observadas5. `
Anormalidades
cardiovascularesenvolvendo
o ladoesquerdo do
coração, talcomo
coartaçãoda
aorta, estenose e valvas aórticas bicúspides,podem
se fazer presentess' 7.É
alta a incidênciade
diabetes melito nestas pacientes,DM
tipo ll,sendo
que
a freqüência
de
diabetesnos
familiaresde
pacientescom
asindrome
igual aexistente
nos
familiaresde
diabéticos comprovados1.Essas
pacientespodem
ainda desenvolver tireoidite autoimune de Hashimoto
em
idade geralmentemais
precoces.Também
havendo
relatosna
literaturade casos de
doença de
Graves.A
maioriadas
pacientesapresentam
inteligência normal,porém
existeuma
probabilidade maior
de
exibirum
discreto retardo mental,comparado
com
uma
pessoa
normal5.Todavia
apresentam,em
geral,um
defeito cognitivo caracterizadopor habilidades
de
processamento
espaciais deficitários (cegueira paraformas
espaciais)'.
Outras características incluem
o
Iinfedemaem
membros
inferioresao
nascimento, tórax
em
escudo, hipertelorismomamário
etambém
apresença de
nevus, estes
menos
freqüentesna
infânciae
em
maior quantidade a partirdos
10 anos.Ocorrendo
em
50%
dos
casos,são
escuros e localizados preferencialmentena
face, braços e tórax.Há também
uma
tendênciaaumentada
paraformação de
4
3
MATERIAIS
E
MÉTODOS
Foram
analisados os registrosde
oito pacientescom
o diagnósticode
Síndrome
de
Turner,que apresentavam no
cariótipo aberraçõesnuméricas
e/ou estruturasdo
cromossomo
X.Os
casos
aqui discutidossão de
pacientes atendidosno
ambulatóriode
genéticado
Hospital Universitáriode
Florianópolis.Seguiu-se,
em
todos os casos,um
questionáriocomia
queixa principal,que
as motivou a procurar o serviço médico, e
um
roteiro para investigaçãoda
históriagestacional, neonatal, desenvolvimento neuropsicomotor
(DNPM),
aspectos5
4
APRESENTAÇÃO DOS
CASOS:
-
Caso
n° 1:Descrição clínica: apresentava
na
primeira consulta 18 anos. Tinhacomo
queixa abaixa estatura.
Não
haviadados
quanto à idadematerna ao
nascimento,assim
com
dados
sobreas
condiçõesde
gestação, parto eDNPM.
Apresentava
dificuldadesde
aprendizado.
Audição
normal.-
Caso
n° 2:Descrição clínica: apresentava
na
primeira consulta 17anos
e tinhacomo
queixa amenorréia primária.Sua
mãe
tinha25
anos ao
nascimento,gestação
a termo, parto domiciliar,sendo
relatado linfedemaem
membros
inferiores.Não
haviadescrição sobre o
DNPM.
Audição
normal.-
Caso
n° 3:Descrição clínica: apresentava 18
anos de
idadena
primeira consultae
tinhacomo
queixa
amenorréia
primária.Sua
mãe
tinha 19anos
ao
nascimento,gestação
atermo,
não
havia descrições sobre oDNPM.
Aprendizado
normal; várias otitesdurante a infância,
porém
com
audição normal. ,-
Caso
n° 4:Descrição clínica:
apresentava 39'anos na
primeira consulta e foiencaminhada
parainvestigação
de
estigmasde
Turner. Ignorava idadematerna ao
nascimento,dados
sobre gestação, parto,
DNPM,
não
estudou.Audição
normal.Também
erasabidamente
diabética(DM
tipo ll)e
com
dislipidemia.õ
-
Caso
n° 5:Descrição clínica: apresentava 13
anos na
primeira consulta e tinhacomo
queixa abaixa estatura.
Sua
mãe
tinha26 anos ao
nascimento, gestação a termo, partocesareana,
não
apresentou Iinfedemaem
membros
inferiores.O
DNPM
foi normal, crescimento lento,com
dificuldadesde
aprendizado.-
Caso
n° 6:Descrição clínica: apresentava 14
anos na
primeira consulta e tinhacomo
queixa abaixa estatura.
Sua
mãe
tinha37 anos ao
nascimento, gestação a termo,apresentou Iinfedema
de
membros
inferiores.O DNPM
foi normal, crescimento lentoe
dificuldadesde
aprendizadotambém
foram relatados.Audição
normal.-
Caso
n° 7:Descrição clínica: apresentava
6 anos na
primeira consulta,sendo encaminhados
para investigação
da
síndrome.Sua
mãe
tinha39 anos ao
nascimento, gestação atermo, apresentou Iinfedema
em
membros
inferiores.O DNPM
foi normal, tendo audição normal.-
Caso
n° 8:Descrição clínica: apresentava 1'8
anos na
primeira consulta, tinhacomo
queixa abaixa estatura.
Sua
mãe
apresentava35 anos ao
nascimento.Gestação
a termo,apresentou Iinfedema
de
membros
inferiores.O
DNPM
foi normal,sem
dificuldades5
RESULTADOS
7
S-
td
. . . _ao apresen
a os a seguir os resultadosda
investigaçao clínica (aspectosfenotípicos), citogenética e
exames
complementares
realizadosnas
oito pacientes, registradosem
seus
prontuários.(;A3Q N» Pescoço PALATo iNsERçÃo |MPLANTAçÃo PREGAS M|cRoGNAT|A
ALADO ARQUEADO BAIXA DAS BAIXA DOS EPICÂNTICAS
ORELHAS CABELOS |g_\ + + + 0) -À UI + + + + _ O) + `l + + + - 8 - Continuação
QASQ
N° cuBn'us TÓRAx H|PoP|_As|A Do Nevus UNHAS HIPERTELORISMOVALGUS EM 4° PIGMENTADOS HIPOPLÁSICAS MAMÁRIO
ESCUDO METACARPIANO -L + + + + + N + + + + hi + + + + -h + + + U1 + + + + + O) `I + + + W + + +
Tabela 1: Demonstração dos principais aspectos fenotípicos das pacientes.
cAso
N°cAR|ÓT|Po
1 45,×/4ô,×r(>_<) 2 45,X
0) 45,X
-U» 45, x/46,X
r(>_<) UI 45,X
Oi 46, XX/45,X
`I 45,X
s 45, x/46, ¡(×q)Tabela 2: cariótipo das
cAso
N°lDADE
cRoNoLÓG|cA
IDADEÓssEA ESTATURA
1 18ANOS
14ANOS
134cm
2 17ANOS
142cm
(D 18ANOS
143cm
-h 39ANOS
141Cm
U1 13ANOS
10ANOS
134cm
OD 14ANOS
12ANOS
137cm
N Í 2,5ANos
82cm
8 18ANOS
10ANOS
128cm
Tabela 3: correlação entre idade óssea, idade cronológica e estatura das pacientes no momento da primeira consulta.
*
sem
registro no prontuário; *"' não realizado + + 2N* N* N*
3 :> 0) :> 29 -À + +N
N N U1 :> :> O)N
N
N
3 :> N + + 8NN`N
+cAso
N° T3 T.,TsH
*FSH
LH 1 _ _ _ + Tabela 4: níveis séricos de T3, T4, TSH,FSH
e LH das pacientes estudadas.- Não havia 'indicação clinica para dosagem
+
Sem
registro de dosagem de FSH/LH* Paciente
em
uso de Tetroid há1 ano.
Legenda:
N
Normal. .TT Elevado.
cAso
N°MENARCA
EsPoNTÀNEA
cARAc. sE×uA|s
2°s1
NÃo
PRÉ-PUBERAL
2 iNÂO
PRÉ-PUBERAL
0) 'NÃo
PRÉ-PUBERAL
' ANÃo
-8>MENoPÁus|co
NÃo
UIPRÉ-PUBERAL
O)NÃo
PRÉ-PUBERAL
N PRÉ-|Nl=ANTlL* aNÃo
AUSENTE
Tabela 5: investigação de menarca espontânea e caracteres
sexuais secundários das pacientes no momento daprimeira consulta.
*
com
exceção da paciente do caso n°7, todas deveriam
CASO
N°USG
PÉLVICO
USG RENAL
1 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados
Rim direito deslocado medialmente. Rim
esquerdo normal
2 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados
Rins direito e esquerdo normais
3 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados de tamanho reduzido
não realizado
4 não realizado * Rim direito fusionado
com
rim esquerdoectópico
5 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados
Rins direito e esquerdo normais
6 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados
Rins direito e esquerdo normais
7 não realizado * Rins direito e esquerdo normais
8 Hipoplasia uterina. Ovários não
visualizados
não realizado
Tabela 6: ultrasonografia pélvica e renal das pacientes
em
estudo.*
Sem
descrição de laudo, ou filmes, no prontuário
"”*
Sem
indicação clínica para realização.Altura/ cm 190" 180* -170” 160* 150- 140- 130- i20" 110' 100* 90- 80.. 70~ sol 40' so ' ly/
l+2
u+1'oP
| 1 DP_--"""¡¡
-zzop
, z',~'
lu '/DP ,1[1
,I I/ IV 1 / O 0 , /1 O /I 1, ° °203
4
1/ ,I 5 6 z z Q 1 1 1 z' z' 8 1 I I I I I I I I Í 1 Í I I I I I I I 1 1 1 4 I | ¶ /¡/Õ
,/ ,, 7 //' i I l l I l l ! I 4 L.. ^12345676910111213_'14
Idadolanoø 15 16 17 ` pTabela 7: curva de crescimento para meninas segundo Marques, com os limites de normalidade
entre + 2,5 a - 2,5 desvio-padrão. Feito
uma
projeção da altura comparada à idade, todasto
6
DISCUSSÃO
l
O
quadro
clinicona Síndrome de
Turnerdepende
grandemente
do
tipode
anomalia
do
cromossomo
sexual,numérica
ou
estruturalde
X, epode
ser muitoou
pouco
característico,com
maiorou
menor
presença de
estigmas7.A
principal queixaque
motivou a procuraao
serviço médico, nesta pesquisa,foi para
4
pacientes a baixa estatura, para 2 a amenorréia primária e para outras2
ainvestigação
de
estigmas Turnerianos.S
Sete pacientes, e
não
somente
ascom
queixa,apresentavam
baixa estaturano
momento
da
primeira consulta,com
uma
alturamédia de 135
Í
7,5 cm, oque
na
curva
de
crescimento,segundo
a escalade
Marques
(Tabela n° 7), está abaixode
-2,5 D.P. (desvio-padrão)da
alturamédia
normal para idade e sexo correspondentes, oque
é característiconas
pacientescom
esta sindrome7' 4. Nestaanálise
não
foi incluidoo caso
n° 7,que aos 2 anos
emeio
de
idade tinha estaturade
82
cm
e se encontrava -2,5 D.P. Até a idadede
8 anos, a curvade
crescimentode
jovens afetadas sesobrepõe ao
limite inferiorda
curvade
crescirnentoznormals,ou
seja, -2,5 D.P..Segundo
Bernardo, a baixa estatura nestas pacientes estárelacionado a
uma
redução acentuada da secreção espontânea de
GH
(hormôniode
crescimento),a
partirdos
9 anos, sobretudona
amplitudedos
pulsosde GH,
(responsável pelo estirão puberal),
que
dependeriados hormônios
sexuais,onde
oestradial é
mediador
putativo, deste efeito,na
mulherg.Em
4
pacientes havia o relatode
linfedemade
membros
inferiores, resultadoda
hipoplasiados vasos
linfáticos superficiais,segundo
Benson
e
cols.°, etenderiam a
desaparecer
em
tomo
dos
doisanos
de
idade* 12.Também
pode
existir
ll
pescoço
alado, linhade
implantaçãodos
cabelos e orelhas baixase
cardiopatiascongênitas
envolvendo
o ladoesquerdo do
coraçãos,sendo
estas e outrasmalformações mais
freqüentemente associadasao
cariótipo ~› 45,XO.Embora
nas
pacientes
estudadas não houve
relato'de malformações
cardíacas, observou-seuma
maiorpresença de
estigmasnas
pacientescom
cariótipo -› 45,XO,e conforme
a
literatura, o cariótipo -›45,XO/46XX
(caso n° 6) apresentoumenos
estigmas,apenas
nevus
pigmentados1°. "Todas
as
pacientesem
que
foi feita aUSG
pélvicaapresentavam
hipoplasiauterina e
somente
no caso
n° 2 os ovários foram visualizados,de
tamanho
reduzido.A
dosagem
séricade
FSH
eLH
foi realizadaem
4
pacientescom
níveisacentuadamente
elevados; isto sedeve
à carênciade
estrogênios secretados pelosovárioss' 6' 7' 9' ".
A
causa
seriauma
degeneração
aceleradadas
células folicularesovarianas a partir
da décima
segunda
semana
de
gestação,podendo
não
haveroócitos por ocasião
do
nascimento,ou
estar presente tecido funcional suficientepara iniciar
a maturação
puberals.O
que não
ocorreucom
asnossas
pacientes,que
se
encontravam ou
estiveramem
idade puberal, poisnenhuma
apresentoumenarca
nem
o desenvolvimentode
caracteres sexuais secundários.Uma
paciente (caso n° 4) tinhana
USG
renale
urografia excretorao
diagnósticode
ectopia renal associadaa
rimem
ferradura.É
aanomalia
de
estrutura renalmais
freqüente nesta síndrome”.Na
população
em
geral, este tipode
anomalia
ocorrecom
uma
incidênciade
11500,enquanto
nestasíndrome pode
atingir
a
freqüênciade
20%”.
9Associado a
isso,a
paciente apresentavao
diagnósticode
Diabetes Mellitus tipo ll; a incidênciade
DM
ll estariaem
tornode
15%
nesta síndrome, a maioriados
12
aberrações estruturais
de
X
do
que
nos caso monossômicos,
oque
também
ocorreu nesta paciente,com
cariótipo -›45,XO/46,X
r(X).Em
4
pacientes havia adosagem
de
T3, T4,TSH,
com
níveis séricos normais,porém
em
uma, caso
n°2,apesar
de
normal tratava-secom
reposiçãode
hormônio
tireoideano (Tetroid),há 1 ano.A
ocorrênciade
hipotireoidismo nestasindrome
éfreqüentemente
observadas' 6' “,e há
descriçõesna
literaturade
associação entremonossomia
X
e
mosaicos, cariótipos -›45,XO/46XX,
com
Doença
de Graves”,
o13
7
CONCLUSÃO
1)
A
baixa estaturaou
um
retardode
crescimento foium
aspectocomum
a todas aspacientes.
Assim
como
a ausênciade
menarca
e desenvolvimentodos
caracteressexuais secundários,
nas
quais estesdeveriam
ter ocorrido.2)
O
cariótipo -›45,XO
foi omais
freqüentenessas
pacientes etambém
associado aum
maiornúmero
de
estigmas turnerianos.3)
O
cariótipo -›45,XO/46,XX
foi oque
apresentoumenor número de
estigmasturnerianos.
A
4) Diabetes Mellitus
(DM
tipo ll) e hipotireoidismoapresentam
uma
freqüênciamaior nesta síndrome, e
também
foram encontradosem
algumas das
pacientes estudadas.5)
A
idadematerna não
teve correlaçãocom
oaumento
da
incidência desta sindrome,nem
com
o desenvolvimentode
retardo mental,embora
em
quatro14
8
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15
-American
Academy
of Pediatrics, Comitteeon
Genetics. Health Supervision for17
ANEXO
lSÍNDROME
DE
TURNER
(Protocolode
Pesquisa) 1) Identificação: 'Nome:
Idade (18 consulta):Diagnóstico: A
2)
Queixa
Principal:3)
Dados de
História Pregressa:Idade
materna ao
nascimento:Gestação: Pré-termo( ) IG
A
termo ( )Linfedema
de
MMII ao
nascimento:Sim
( )Não
( )Desenvolvimento
neuro-psicomotor: Sustentação cefálica:Engatinhou:
Andou:
Falou las palavras:Nível
de
escolaridade: Dificuldadede
aprendizado: Audição: Otitesna
infância:Sim
( )Não
( )4) Características fenotipicas atuais:
Estatura: Avaliação
da
IdadeÓssea:
Pescoço
alado (“Pterygium coli”) Hipoplasiado
4° metacarpiano Pálatoarqueado
Nevus
pigmentados
inserção baixa
das
orelhasUnhas
hipoplásicasPregas
epicãnticasAnomalias
renais Micrognatia ''
Alterações esqueléticas
Cúbito valgus ›
Dores abdominais
Hipertelorismo
mamário
_ Hérnias inguinais,
Anomalias
cardiovasculares Dispareuniaou
dif. Rel. sexual. Coarctaçãoda
aorta Menarca:Sim
( ) Idade: ( )Não
( ) ` ' f^¬ z-¬ z^¬ z^¬ z^¬ f~¬›-¬ z*¬ z^¬ _J_v.`_.- -__.._.__.._.`v, /'¶Í¶Í¶f¶Í-`f-\Í'\/-\ \/\/\z\/\/\/\./z5)
Exames
solicitados (ou a ser solicitados):A Glicemia:
Ac
anti-tireoidianos: Índices hormonais: 4FSH:
LH:ESTROG:
T3: T4:TSH:
' Cariótipo: ' V ,.-...z ` .Q ›.. › ‹TCC
UFSC
TO
0144' Ex.l N-C¡\flm-TCC UFSC
TO
0144 Autor: Fonseca, Ivan Carl"Título: Síndromç de mmer estudo da cor IIHII I ||\|\\|II\I|| IIIH
9_72804`36l Ac. 254279