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Análise bibliométrica da produção científica sobre plantas alimentícias não convencionais (PANC) nos cursos de pós-graduação do Brasil

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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO

CIENTÍFICA SOBRE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO

CONVENCIONAIS (PANC) NOS CURSOS DE

PÓS-GRADUAÇÃO DO BRASIL

REBECCA MACÊDO FERNANDES DE ARAÚJO

NATAL/RN 2018

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REBECCA MACÊDO FERNANDES DE ARAÚJO

ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO

CIENTÍFICA SOBRE PLANTAS ALIMENTÍCIAS

NÃO CONVENCIONAIS (PANC) NOS CURSOS DE

PÓS-GRADUAÇÃO DO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do

grau de Nutricionista.

BANCA EXAMINADORA

Profa.Drª. Michelle Cristine Medeiros Jacob Orientadora

Mestrando Sávio Marcelino Gomes 2º membro – Co-orientador

Prof.Dr. Thiago Perez Jorge 3º membro

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Dedico este trabalho a todos aqueles que dedicam suas vidas ao cuidado e proteção de outras vidas mais vulneráveis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha mãe, Shirlene e ao meu pai, Josué, que estiveram presentes durante toda a minha vida, que me tornaram uma pessoa humana da qual posso me orgulhar. Também ao meu companheiro, Alexandre e a meus amigos, em especial, Martina, Baman, Danielle e Juliana, que me acompanharam em cada etapa desse trabalho, me apoiaram emocionalmente nos momentos mais difíceis dessa produção, que me aconselharam nos momentos em que não consegui enxergar com clareza a solução dos problemas que enfrentei, e em empenho nos mesmos quesitos à Thayrys que além disso dividiu comigo as frustrações acadêmicas.

Agradeço a UFRN por me proporcionar um mundo de conhecimentos e as ferramentas necessárias à minha formação profissional, política e humana.

Aos professores que construíram junto a mim os conhecimentos necessários à minha formação, em especial à minha professora orientadora, Michelle Jacob, que me auxiliou da forma mais completa e preparada para realizar essa produção, sem ela esse trabalho não seria possível, ao nutricionista mestrando Sávio Gomes que também me orientou nessa jornada, e ao professor Thiago Perez que além de ter aceitado colaborar como terceiro membro da banca, ainda me apoiou durante todo o processo de produção e me proporcionou experiências em sala de aula inovadoras e humanas.

O trabalho a seguir foi elaborado na modalidade artigo e será submetido à Revista Brasileira de Plantas Medicinais.

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RESUMO

As plantas alimentícias não convencionais (PANC) oferecem a oportunidade de superação de desafios gerados pela globalização dos sistemas alimentares, que resultam de modelos agrícolas e de consumo altamente padronizados em todo o mundo. O Brasil, por exemplo, é um dos países mais ricos em biodiversidade do planeta. Todavia, a escassez de estudos sobre essa diversidade atua como um grande gargalo na determinação da sua importância para a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). O presente trabalho objetivou diagnosticar a abordagem do tema das PANC pela comunidade científica brasileira, a fim de traçar linhas estratégicas para estudo. Para isso, foi realizada uma revisão bibliométrica, a partir de buscas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, nos últimos 20 anos. As buscas resultaram em 15 trabalhos, de autoria de biólogas e nutricionistas, do sexo feminino (73%), em instituições públicas (93%), nas regiões sul e sudeste (60%), as maiores responsáveis pela produção. Ainda que nos últimos anos tenha ocorrido um aumento nos estudos sobre o tema, a produção científica brasileira ainda se apresenta incipiente e com acentuada desigualdade regional na distribuição dos recursos científicos e tecnológicos para pesquisa. Dada sua importância para SAN, a sistematização do conhecimento sobre PANC deve ter papel de relevo na agenda pública de pesquisa brasileira.

Palavras-chave: Plantas Alimentícias; Biodiversidade; Biblíometria; Segurança Alimentar e Nutricional.

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ABSTRACT

Unconventional food plants (UFP) offer the opportunity to overcome the challenges generated by the globalization of food systems, which result from highly standardized agricultural and consumer models worldwide. Brazil, for example, is one of the richest countries in biodiversity on the planet. However, the scarcity of studies on this diversity acts as a major bottleneck in determining its importance for Food and Nutrition Security (FNS). The present work aimed to diagnose the approach of the UFP theme by the Brazilian scientific community, in order to draw strategic lines for study. For this, a bibliometric review was carried out, based on searches in the Biblioteca Digital Brasileira de Teses and in the Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, in the last 20 years. The researches resulted in 15 works by biologists and nutritionists, female (73%), public institutions (93%), southern and southeastern regions (60%), most responsible for production. Although in recent years there has been an increase in studies on the subject, Brazilian scientific production is still incipient and with marked regional inequality in the distribution of scientific and technological resources for research. Given its importance for FNS, the systematization of knowledge about UFP should play a prominent role in the Brazilian public research agenda.

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LISTA DE ABREVIATURAS

BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior CNPq - Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

MMA - Ministério do Meio Ambiente

PANC - Plantas Alimentícias Não Convencionais SA - Soberania Alimentar

SAN - Segurança Alimentar e Nutricional

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LISTA DE FIGURA, QUADROS E TABELAS

Quadro 1- Desenhos de estudo abordados e suas definições...16

Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção de teses e dissertações...17

Tabela 1 - Tabela geral de resultados...18

Gráfico 1 - Frequência de publicações por ano...22

Tabela 2 - Frequência de formação dos autores...24

Tabela 3 - Frequência de publicações por área de avaliação da CAPES...26

Gráfico 2 - Plantas pesquisadas por bioma...28

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Sumário APRESENTAÇÃO ... 10 Introdução ... 12 Metodologia ... 15 Critérios de seleção ... 15 Bases de dados ... 15 Busca ... 15 Seleção de estudos ... 16 Variáveis do estudo ... 16 Resultados e discussão ... 17 Considerações finais ... 33 Referências bibliográficas ... 35

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APRESENTAÇÃO

Durante a academia sempre me mantive muito voltada ao cumprimento da minha grade curricular. Resolvi escrever meu trabalho de conclusão de curso no sexto período, até então eu ainda não havia descoberto o que de fato me interessava de forma especial dentro do curso. Então no sexto período conheci a nutrição esportiva e com ela a proposta de um projeto que começou a ser idealizado, participei desse processo, porém, infelizmente, o projeto não chegou a ser executado devido ao afastamento da docente responsável para realização de seu doutorado.

Foi aí que passei a procurar outro meio de realizar meu trabalho de conclusão de curso e, consequentemente, outra professora orientadora. Nessa altura eu já estava no sétimo período, foi aí que no último dia encontrei alguém disponível. Eu havia desenvolvido no período anterior, junto a minha mãe, Shirlene Alves de Macêdo, laureada em gastronomia pela UnP (Universidade Potiguar), uma receita de brownie funcional que eu vendia na universidade para tentar sanar alguns problemas financeiros que estávamos, eu e minha família, vivendo naquela época. Estava, portanto, procurando alguma docente disposta a me orientar em um trabalho desenvolvido com base nesse brownie.

Acabei encontrando uma professora que estava trabalhando com resíduos alimentares, modifiquei a receita do meu brownie, utilizando farinha da casca do melão, a fim de encaixar meu estudo na área de interesse da docente em questão. Porém, por motivos pessoais da docente, esse projeto não pôde ser continuado, depois disso ainda cheguei a iniciar o projeto de uma coleta de dados com a mesma docente, que, infelizmente, também não chegou a ser concluído.

Foi então que em 2018.1, nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo do curso, eu estava procurando matérias optativas interessantes para completar minha carga-horária de optativas, quando uma amiga me apresentou a nova matéria ofertada de Sistemas Alimentares Sustentáveis para Segurança Alimentar e Nutricional, resolvi pagar essa matéria, despretensiosamente, apenas por ter chegado à conclusão de que o curso não abordava bem

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especificamente a questão da sustentabilidade, como eu gostaria de explorar, na coleta de dados que não havia concluído anteriormente.

Pagando essa matéria me apaixonei pela abordagem da sustentabilidade no curso, me engajei e me encontrei com meu primeiro sonho da vida profissional, foi aí que uni o útil ao agradável (a necessidade à recém paixão) e consegui começar esse trabalho de conclusão de curso com a professora Dra. Michelle Jacob, que também era docente da matéria de sistemas alimentares e foi quem me apresentou a todos os encantos.

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Introdução

São cada vez mais insurgentes os relatos e estudos comprovando os males trazidos pelos sistemas alimentares atuais: como a revolução verde, que trouxe a motomecanização do campo, os melhoramentos genéticos, os pesticidas e herbicidas, entre outros insumos e tecnologias agrícolas que trouxeram vários impactos negativos à saúde humana, ambiental, econômica e social (Azevedo, 2011; IPES-Food, 2017).

Os problemas abrangem, por exemplo, alterações no clima global, sendo os sistemas alimentares atuais responsáveis por 30% das emissões de gases de efeito estufa (Niles et al., 2017) e a agricultura responsável pelo gasto de 70% da água utilizada no planeta (FAO, 2011), e ainda pela contaminação do solo por pesticidas, nitrito, fósforo e a poluição patogênica do solo e da água (Parris, 2011), contribuindo para perdas da biodiversidade silvestre em todo o mundo (Scherr e McNeely, 2012). Os limites do sistema alimentar vigente estendem-se ainda às questões econômicas e sociais, onde pequenos agricultores encontram-se vivendo apenas um nível de subsistência sem acesso a ferramentas básicas para a produção no modelo atual, como crédito e insumos agrícolas (FAO, 2004; Graeub et al., 2016).

No âmbito da saúde humana, destaca-se a crescente prevalência de obesidade, aumento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e condições de saúde diretamente relacionadas aos padrões alimentares não saudáveis, característicos de nossos sistemas (Butland et al., 2007; IPES-Food, 2017; wang et al., 2011; Kaveeshwar e Cornwall, 2014). Além disso, os trabalhadores do setor agrícola encontram-se expostos a mais riscos de lesões e mortes do que em qualquer outro setor (Niosh, 2012), pois há riscos de envenenamento por pesticidas, doenças zoonóticas, exposição a químicos de baixa dose, entre outros (IPES-Food, 2017).

Os modelos agrícolas e de consumo altamente padronizados são sujeitos da globalização dos sistemas alimentares que geram esses desafios. Acredita-se que uma das vias de enfrentamento deste cenário resida na utilização da biodiversidade local para fins alimentícios. Essa biodiversidade alimentar refere-se à diversidade de plantas, animais e outros organismos que são utilizados para alimentação (United Nations, 2016). Um dos limites

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encontrados para essa abordagem é a carência de dados sobre espécies subutilizadas. Estas são definidas como aquelas com potencial subexplorado para contribuir para a segurança alimentar e nutricional,1 geração de renda e integridade ambiental, sua definição depende de aspectos geográficos, sociais, econômicos e temporais e inclui uma ampla gama de alimentos selvagens, tradicionais, indígenas e locais (Global Facilitation Unit for Underutilized Species, 2017).

Recentemente, Valdely Kinupp, estudioso da diversidade vegetal brasileira, cunhou o acrônimo PANC, para Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), termo utilizado neste trabalho com significação análoga a espécies subutilizadas. Kinupp é o responsável pela difusão desse tema no meio científico brasileiro e por sua consequente popularização em outras instâncias da sociedade (Kinupp & Lorenzi, 2014).

Evidências científicas apontam que a riqueza de espécies da dieta, serve como um avaliador de sua adequação nutricional (Lachat et al., 2017). Barreira et al. (2015) comentam ainda que as PANC podem servir como estratégia para uma maior biodiversificação alimentar, realizando ainda uma manutenção da floresta e, se cultivadas de maneira sustentável, podem contribuir com a conservação ambiental.

Chivenge et al. (2015) demonstram que espécies negligenciadas e subutilizadas vêm sendo largamente utilizadas com potencial de resistência a secas e mudanças climáticas, representando uma alternativa de subsistência para comunidades rurais (Nesbitt et al., 2010), pois estas podem se desenvolver espontaneamente. Assim, acredita-se que a avaliação da biodiversidade alimentar dos sistemas forneça uma oportunidade única para atravessar duas dimensões críticas do desenvolvimento sustentável - saúde humana, daqueles que produzem e dos que consomem alimentos, e ambiental (Mason & Lang, 2017).

O Brasil possui mais de 20% do total de espécies que existem na terra, sendo conhecidamente o país mais biodiverso do mundo, com uma flora estimada em 41.000 espécies (Martinelli & Moraes, 2013), sendo um cenário

1 “Realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em

quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo

como base práticas alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e

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privilegiado para estudos de biodiversidade alimentar. Todavia, além de essa ser uma discussão recente no país, encontra-se fragmentada em diversas áreas do conhecimento e sua literatura limitada (Chivenge et al., 2015), fazendo-se necessário conhecer as áreas que publicam e como vem se desenhando estes estudos no Brasil.

Portanto, com a finalidade de diagnosticar a abordagem feita deste tema até o momento pela comunidade científica brasileira, com o intuito de traçar linhas estratégicas para aprofundamentos futuros, é que o presente artigo apresenta uma revisão bibliométrica sobre essa temática no âmbito da pós-graduação brasileira.

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Metodologia

Foi realizada uma revisão bibliométrica. Este tipo de revisão é caracterizada como uma investigação estatístico matemática a fim de produzir um portfólio das pesquisas cientificas realizadas sobre um determinado tema, quantificando a comunicação escrita. Este modelo de revisão é especialmente útil para a realização de estudos sobre temas recentes com pouca produção científica (Treinta, et al., 2014), permitindo avaliar tendências e o desenvolvimento da sociedade, das disciplinas científicas e do consumo e das áreas de produção (Bufrem & Prates, 2005).

Critérios de seleção

Os critérios de inclusão que guiaram a seleção das teses e dissertações foram: (i) teses e dissertações defendidas em português, inglês e espanhol entre 1998 e 2018; (ii) estudos que abordem a temática das plantas alimentícias não convencionais, subtutilizadas e/ou negligenciadas.

Bases de dados

Foram utilizadas duas bases de dados na pesquisa, que aconteceu entre os meses de agosto e novembro do ano de 2018, sendo elas a BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações) e o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, uma vez que o presente trabalho intentou demonstrar o retrato das produções científicas brasileiras em relação as suas áreas de conhecimento. Por fim, foi realizada a checagem manual das referências selecionadas.

Busca

As buscas nas bases de dados foram efetuadas com o uso do descritor genérico “Plantas alimentícias”, como forma de ampliar o número de estudos que retornem na busca, visto que o acrônimo utilizado no presente trabalho, PANC, só passa a constar na produção científica e bibliográfica brasileira a partir de 2008. Utilizá-lo poderia limitar os resultados da revisão. Assim, o trabalho de checagem manual apoiou a seleção dos estudos a serem incluídos

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na pesquisa por se tratarem de espécies subutilizadas, negligenciadas ou não convencionais.

Seleção de estudos

As teses e dissertações obtidas foram dispostas no gerenciador de referências Mendeley, que auxiliou na organização dos títulos.

Variáveis do estudo

As seguintes informações foram extraídas dos artigos e compiladas em planilha: gênero dos autores a partir de seus cadastros na base CNPq/Capes; ano de defesa e local onde foi desenvolvida a tese ou dissertação, coletadas em leitura dos textos selecionados; área de avaliação do programa de pós-graduação, através de consulta à plataforma Sucupira; natureza do trabalho, tese ou dissertação, através de consulta aos textos; desenho do estudo, coletado a partir da leitura das metodologias dos estudos analisados (quadro 1); formação dos autores, coletada a partir de consulta ao curriculum lattes dos mesmos; natureza da instituição, pública ou privada, coletada a partir de consulta aos textos; plantas estudadas, através de leitura das metodologias dos estudos; e biomas aos quais pertencem as plantas estudadas, através de consultas à literatura científica.

Quadro 1. Desenhos de estudo abordados e suas definições.

Desenho de estudo Definição Autor

Pesquisa Qualitativa

Pesquisa interpretativa relacionada aos

significados que as pessoas dão às

experiências no mundo social e como elas entendem o mundo.

Uchôa, 2012.

Estudo Experimental

Estudos em que o pesquisador interfere diretamente nos estudos das variáveis, manipulando o fator de exposição ao qual indivíduos alocados aleatoriamente serão expostos em diferentes graus.

Block & Coutinho, 2009; Lyra et al., 2012.

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Resultados e discussão

A busca das bases de dados levou à recuperação de 314 estudos (216 na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e 98 no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES). Foram excluídos 21 registros duplicados, 257 por não atenderem aos critérios de inclusão e, após a leitura de resumos e textos completos, foram excluídos mais 21 pela não adequação ao objetivo do estudo, restando, portanto, 15 estudos, entre teses e dissertações, representados na figura 1 e descritos na tabela 1.

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção.

Inclu são Elegi bilid ade Sele ção Iden tific açã o Estudos identificados (n=314)

Estudos após eliminação de duplicatas

(n=293)

Estudos incluídos (n=293)

Estudos excluídos por incompatibilidade

(n=257)

Estudos em texto completo avaliados para

elegibilidade (n=36)

Estudos em texto completo excluídos por

incompatibilidade (n=21)

Estudos incluídos em síntese qualitativa

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A tabela 1 a seguir apresenta os resultados gerais extraídos dos registros analisados.

Tabela 1. Tabela geral de resultados.

Variável n %

Gênero dos pesquisadores

Masculino 4 27 Feminino 11 73 Natureza do trabalho Tese 5 33 Dissertação 10 67 Desenho do estudo Pesquisa Qualitativa 6 40 Estudo experimental 9 60

Natureza da instituição proponente

Pública 14 93 Privada 1 7 Região da Publicação Norte 2 13 Nordeste 3 20 Centro-oeste 1 7 Sudeste 4 27 Sul 5 33

Fonte. Organizado pela autora

A tabela acima mostra que o tipo de estudo mais realizado é de caráter experimental, representando 60% dos estudos analisados, onde os autores realizaram, sobretudo, analises de composição centesimal, bromatológicas, sensoriais, fitotécnicas, entre outras. A maior parte dos estudos realizados têm o objetivo de caracterizar alguma espécie particular de PANC. Outros ainda se propõem ao desenvolvimento de produtos a partir das PANC. E os 40% que se tratam de pesquisas qualitativas realizam levantamentos etnobotânicos e de saberes e práticas alimentares por comunidades estudadas, através da técnica de entrevistas.

A etnobotânica consiste no estudo das interações das sociedades humanas, no decorrer do tempo, com as plantas, interações essas que podem ser genéticas, culturais, ecológicas, entre outras (Alves, 2007). São

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necessários mais estudos desse tipo para que haja o resgate da utilização de PANC que já é feito pela população, sobretudo, aquelas de comunidades e populações tradicionais. É urgente a tarefa de resgatar os conhecimentos tradicionais associados a essas plantas, pois esse conhecimento vem diminuindo e correndo o risco de desaparecer, devido a homogeneização dos padrões de cultivo que acabam prejudicando a transmissão de saberes (Rauber, 2016).

As regiões responsáveis pelo maior número de publicações foram as regiões sul e sudeste, com 33% e 27% dos registros, respectivamente, seguidas da região nordeste com 20%, norte com 13% e centro-oeste com 7% (Tabela 1). Essa tendência pode ser explicada por serem as regiões sul e sudeste os grandes centros de produção do conhecimento científico no Brasil.

De acordo com Sidone et al. (2016), em estudo de análise espacial sobre produção científica nas regiões do país, Sul e Sudeste responderam por mais de três quartos do total da produção brasileira no período entre 2007 e 2009, para os autores, essa desigualdade está estreitamente associada às acentuadas disparidades na distribuição dos recursos científicos e tecnológicos, sendo as regiões Sudeste e Sul favorecidas pela concentração de universidades e institutos de pesquisa historicamente consolidados. Assim, ressalta-se a importância do fomento à pesquisa em outras regiões, sobretudo porque grande parte da biodiversidade brasileira encontra-se atrelada aos biomas da Floresta Amazônica, Cerrado e Caatinga, bem representados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente.

O maior número de produções sobre o tema é realizado por mulheres, responsáveis por 73% das produções analisadas, o que converge, portanto, com a relação histórica do feminino às temáticas do cuidado e ligação com a terra, como comenta Shiva (2004), que no período anterior à revolução agrícola do Neolítico as mulheres eram responsáveis pela coleta de plantas e com isso iniciaram os primeiros sistemas de cultivo.

Boff (2004, p.82) traz o cuidado como essência humana e pontua que a característica do modo-de-ser-cuidado pertence ao feminino contido no humano, ao qual ele chama de anima, que seria a dimensão voltada para o cuidado com a terra e tudo que a compõe, inclusive o próprio ser humano que é parte dela. Ainda que as representações arquetípicas de anima e animus

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citadas por Boff excedam a leitura do gênero, é importante citar que os grandes marcos da discussão sobre sustentabilidade ligada à alimentação no mundo foram representados por mulheres.

Na década de 70, por exemplo, o trabalho de Donella Meadows, cientista ambiental americana, foi de grande relevo na discussão sobre os limites do ecossistema terrestre. Em resposta à célebre frase, representativa do modo de gestão de Ronald Reagan, de que não havia limites para o desenvolvimento, Donella desenvolveu um modelo computacional, o World3, que simulava as interações entre população, crescimento industrial, a produção de alimentos e os limites dos ecossistemas da Terra. O seu trabalho serviu como base para seu livro, hoje best-seller traduzido em mais de 30 idiomas, “Os limites do crescimento”. Esse livro, foi um dos motores da I Conferência sobre Ambiente Humano das Nações Unidas, em 1972 (Meadows et al., 2007).

Na década de 80, Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra norueguesa, chefiou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, retomando o debate sobre as questões ambientais no âmbito mundial. O documento final de seu grupo, apresentado em 1987, foi intitulado Nosso Futuro Comum também conhecido como Relatório Brundtland. Nele foi proposta a definição de desenvolvimento sustentável como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”. Brundtland propôs com o relatório a rediscussão sobre o cuidado com o planeta e sua biodiversidade, com os mais pobres e, por fim, sobre o consumo (Brundtland et al., 1988).

Ainda na década de 80, em território brasileiro, pode-se citar o lançamento do clássico, “Manejo Ecológico do Solo: agricultura em regiões tropicais”, de Ana Maria Primavesi, engenheira agrônoma brasileira, considerada a mãe da agricultura sustentável, que deu grande contribuição para a base científica da Agricultura Sustentável e para o movimento agroecológico brasileiro. Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios de reconhecimento, tais como o One World Award da IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements) e títulos de doutor honoris causa em diversas universidades (Primavesi, 2002).

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Também merece destaque no âmbito internacional o trabalho da indiana, física e ativisita ambiental, Vandana Shiva. Na década de 90, com o lançamento de seu livro “Monocultura da mente: biodiversidade, biotecnologia e agricultura”, que examina as ameaças correntes à biodiversidade do planeta advindas da produção monocultural, ela mostrou como os interesses políticos em torno da produção de alimentos podem ser danosos à manutenção da vida na terra. Além disso, na mesma década de 90 escreveu um relatório para a FAO sobre Mulheres e Agricultura intitulado “Most farmers in India are women”, destacando o relevo das mulheres na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional na Índia e também no mundo e, ao mesmo tempo, denunciando a invisibilidade das mulheres neste processo (Shiva, 2003).

Nesta pesquisa, a produção sobre plantas alimentícias, no recorte da Segurança Alimentar e Nutricional, foi feita majoritariamente por mulheres, podendo ser sugestivo do seu papel de relevo na abordagem de temas mais ligados ao cuidado com o planeta e suas espécies. Alvarez e Lovera (2016) confirmam esta tese, destacando seu papel central na conservação da biodiversidade. Destacam como alguns fatores culturais que podem estar associados a este fenômeno o fato de que precisam garantir a disponibilidade de recursos a longo prazo para elas e para a subsistência de suas famílias, utilizando para isso uma gama de plantas medicinais e, associadas a outros valores culturais e espirituais.

O número de produções de mulheres sobre o tema torna-se ainda mais expressivo se considerarmos que, a ciência é um campo em que as mulheres se encontram em desvantagem, pois além de acumularem funções domésticas que inviabilizam sua ampla concorrência no campo, são frequentemente invisibilizadas e muitas vezes não têm sua participação reconhecida, não aparecendo como protagonistas das produções (Rogeria, 2016). A autora, confirmando a teoria proposta aqui, afirma que as mulheres são, historicamente, maioria, por exemplo, nos cursos de Nutrição, evidenciando o imaginário social da mulher como cuidadora.

A produção de teses e dissertações sobre PANC no Brasil ainda é muito pequena, visto que, de 1998 a 2018, período de análise proposto na metodologia, foram produzidas apenas 5 teses e 10 dissertações no país sobre esse assunto. O período encontrado de produção sobre o tema foi de 2007 a

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2018, como mostra o Gráfico 1. Os anos que apresentaram maior número de publicações foram 2017 com 5 publicações (33%), seguido dos anos de 2014 e 2016 com 3 publicações por ano (20%).

Gráfico 1. Frequência de publicações por ano.

Fonte. Elaborado pela autora.

Em paralelo, alguns marcos podem ser considerados impulsionadores do interesse social pela temática, partindo de 2006, quando um importante nome na discussão e divulgação de PANC no Brasil iniciou seu blog intitulado “Come-se”, onde a nutricionista consultora Neide Rigo começou a introduzir informações e receitas sobre uma variedade de plantas subutilizadas (Rigo, 2006).

Em 2006 ocorreu ainda o lançamento da Lei n° 11.346 de 15 de setembro deste ano, que define o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. A lei aponta a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos como parte do conceito de SAN ao abordar a sustentabilidade como uma de suas dimensões (Brasil, 2006).

Em 2007, Kinupp & Barros (2007) cunharam o termo Plantas alimentícias não convencionais pela primeira vez com a publicação de um

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artigo intitulado “Riqueza de Plantas Ailmentícias Não-Convencionais na Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul”.

A discussão no âmbito governamental foi reforçada quando, em 2012, houve o lançamento do Decreto 7794 que regulamentou a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, visando o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população através de uma produção de base agroecológica visando espécies e produtos da sociobiodiversidade (Brasil, 2012). E ainda a conferência intitulada Rio+20, que discutiu principalmente a economia verde no desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza e ainda a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável (Rousseff et al., 2012).

Ainda em 2012 o Brasil tornou-se um dos países integrantes da iniciativa da Biodiversity for Food and Nutrition que trouxe as espécies nativas para o centro das políticas de desenvolvimento sustentável. Esse trabalho culminou com a publicação da lista oficial de espécies comestíveis subutilizadas da biodiversidade brasileira como forma de orientar programas de aquisição de alimentos, objetivando estimular a produção e consumo dessas plantas (International, 2018).

Em 2014 a publicação do livro de Kinupp & Lorenzi (2014) intitulado “Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil”, foi um marco da discussão do tema no país. O livro é resultado de 10 anos de estudo dos dois autores e se comporta como uma espécie de glossário apresentando várias espécies de plantas e trazendo formas de utilização das mesmas.

Neste mesmo ano, ocorreu a publicação da "Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção”, contendo o grau de risco de extinção de cada espécie do Brasil, divulgada na Portaria MMA n° 443, de 17 de dezembro de 2014 (Brasil, 2014). Um dos desdobramentos foi o lançamento da portaria interministerial n° 163, de 11 de maio de 2016, que lista as espécies consideradas da sociobiodiversidade para comercialização in natura e/ou de seus produtos derivados (Brasil, 2016).

Em 2017, a publicação das “Diretrizes Sobre a Avaliação de Alimentos Biodiversos em Pesquisas Sobre Consumo Alimentar”, publicadas pelas Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, estimulou a modificação de inquéritos alimentares para registrar o consumo de espécies

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nativas, subutilizadas e negligenciadas, mostrando a importância da avaliação da biodiversidade no consumo alimentar (FAO & Bioversity International, 2017).

A tabela 2 a seguir apresenta a frequência de formação dos autores das publicações analisadas.

Tabela 2. Frequência de formação dos autores.

Formação dos autores Frequência

Nutrição 4 Ciências Biológicas 7 Farmácia 1 Agronomia 1 Gestão Ambiental 1 Agroecologia 2

Fonte. Organizado pela autora

As formações mais frequentes entre os autores das publicações sobre PANC foram Ciências biológicas e Nutrição. Os estudos conduzidos por Biólogos mostram uma maior preocupação com a biodiversidade da flora brasileira com potencial alimentício negligenciada e com o resgate de saberes tradicionais e práticas alimentícias tradicionais de diferentes comunidades do país. Já os estudos analisados que foram conduzidos por nutricionistas mostram uma preocupação com as características físicas, quantificações químicas e nutricionais de plantas específicas em análise, excetuando-se um estudo que foi conduzido por uma nutricionista que acumulava duas formações, a segunda também em Ciências Biológicas.

De acordo com as Diretrizes Curriculares do curso de Ciências Biológicas o profissional formado deve ser capaz de pautar-se nos princípios da ética democrática com responsabilidade social e ambiental, portar-se como educador na perspectiva socioambiental, utilizar de seus conhecimentos para compreender e transformar o contexto sócio-político e orientar escolhas e decisões que respeitem a diversidade étnica e cultural e a biodiversidade, entre outras capacidades (Brasil, 2002). Essas tendências acadêmicas refletem-se no objetivo dos estudos conduzidos pelos biólogos.

Esses apresentam ainda em seus estudos os conteúdos incentivados em sua formação, como diversidade biológica, a ecologia como relação entre

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os seres vivos e destes com o ambiente, assim como conservação e manejo da fauna e flora, traz ainda a preocupação com o conhecimento de fundamentos filosóficos e sociais, enfatizando dentre outras áreas a sociologia e a antropologia (Brasil, 2002), coincidindo com os conteúdos abordados nos estudos.

Da mesma forma, as Diretrizes Curriculares do curso de Nutrição justificam as produções baseadas nas análises químicas e nutricionais e produção de novos produtos a partir das plantas estudadas, trazendo como habilidades e competências a serem desenvolvidas no decorrer do curso a atenção à saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos, aplicando conhecimentos sobre composição, propriedades e transformações dos alimentos e seu aproveitamento pelo organismo humano. Dentre os conteúdos a serem contemplados pelo curso está a Ciência dos Alimentos que trata sobre composição, propriedades e transformações dos alimentos (Brasil, 2001), todos conteúdos abordados nos estudos avaliados.

Porém de acordo com o perfil previsto para o profissional de nutrição espera-se uma capacitação voltada para atuar visando a Segurança Alimentar e Nutricional. Percebe-se, portanto, que há uma ausência de outros tipos de estudos conduzidos por nutricionistas, que não aqueles focados nos nutrientes e como estes se comportam no corpo humano, estudos sobre PANC mais voltados para o resgate dos conhecimentos tradicionais, formas de preparo, de cultivo, estudos que estimulem essa produção e possam gerar mudanças nos padrões de consumo. Falta ainda uma preocupação na formação do nutricionista voltada para questões ambientais abordando a biodiversidade e a necessidade de sua preservação, no entanto, não há menção destas nas diretrizes curriculares do curso (Brasil, 2001).

Essa ausência de abordagem de preservação da biodiversidade, a qual é abrangência do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional trazido pela Lei N° 11.346 de 15 de setembro de 2006, entra em contradição com a Resolução CFN n° 599, de 25 de fevereiro de 2018, que traz como premissa na atuação do profissional de nutrição a Soberania e a Segurança Alimentar e Nutricional (Brasil, 2018).

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A referida resolução apresenta ainda que a atuação do profissional nutricionista deve ir além do significado biológico da alimentação, considerando todas as suas dimensões, inclusive a ambiental. Evidenciando, portanto, a falta de preparo do profissional na academia para lidar com uma questão primordial para a sua atuação profissional (Brasil, 2018).

Esta preocupação surge junto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em 2015, onde são traçados novos caminhos norteadores para as práticas que visam a saúde, sem mais ignorar o impacto da atividade humana no meio ambiente e no clima, no entanto, estas discussões que devem possuir caráter transversal em diversas áreas, como na nutrição (Fanzo et al., 2015), encontram-se, muitas vezes, ancoradas à determinadas áreas de conhecimento, como é possível observar na tabela 3.

Tabela 3. Frequência de publicação por área de avaliação da CAPES.

Área de Avaliação n

Interdisciplinar 1

Ciências Agrárias I 4

Ciência dos Alimentos 1

Farmácia 1 Ciências Ambientais 3 Nutrição 1 Ciências Biológicas II 2 Biodiversidade 1 Ensino 1

Fonte. Organizado pela autora

O tema das PANC foi mais abordado por estudos pertencentes as seguintes áreas de avaliação: Ciências Agrárias I com 26,7% dos estudos publicados, em seguida Ciências Ambientais com 20% das publicações e Ciências Biológicas II com 13,3% das publicações e por fim Interdisciplinar, Ciência dos Alimentos, Farmácia, Nutrição, Biodiversidade e Ensino com apenas 6,7% das publicações sobre o tema.

Estas áreas, organizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), conduzem a comunicação entre pares no

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Brasil e demonstram o lócus da produção científica de interesse de determinado campo, pertinente à propostas de financiamento, parcerias e oportunidades de desenvolvimento de pesquisas, na medida em que o interesse por determinado assunto cresce dentro de sua área.

Há 4 estudos realizados por profissionais de Nutrição, destes apenas um foi desenvolvido na área de conhecimento de nutrição. Isso revela uma necessidade dos profissionais de nutrição de migrar da própria área de conhecimento para poder dialogar com questões que também são de interesse da nutrição mas que esta por si só ainda não dá subsídios suficientes para a pesquisa neste campo, o que se caracteriza como uma preocupação global para o mundo pós-2015 e o cumprimento dos objetivos do milênio (Fanzo et al., 2015).

A maior parte dos estudos, portanto, ficou na área de conhecimento de Agrárias, apontando que, no momento, é nessa área de conhecimento que reside a maior aceitabilidade do tema das PANC.

Esse quadro indica que pode estar faltando uma abordagem da nutrição mais voltada para a etapa de produção do nosso sistema alimentar e atenta ao desenvolvimento sustentável e agroecologia, a nutrição está focando no consumo, porém o que consumimos é dependente do que produzimos e como produzimos, portanto, a produção é, para a nutrição, tão importante quanto o consumo, assim como as demais etapas e questões dos sistemas alimentares.

Outra preocupante observação é a de que foi encontrado apenas um trabalho desenvolvido na área de conhecimento da biodiversidade e não há como trabalhar PANC sem trabalhar as questões da biodiversidade, já que as PANC compõem a biodiversidade terrestre e principalmente porque, como já foi mostrado anteriormente, a biodiversidade vem sendo constantemente ameaçada.

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A seguir, o gráfico 2 apresenta os biomas aos quais pertencem as PANC abordadas pelos autores dos estudos analisados.

Gráfico 2. Plantas pesquisadas por Bioma

Fonte. Organizado pela autora.

As Plantas estudadas nas publicações analisadas no presente trabalho se distribuíram entre os seguintes biomas: Mata Atlântica, contendo 8 das plantas estudadas, Caatinga, contendo 6 das plantas estudadas, Cerrado, contendo 4 das plantas estudadas, Pampa e Amazônia, contendo 3 plantas estudadas cada um e Pantanal contendo 2 plantas estudadas, no entanto, frequentemente uma mesma planta ocorre em mais de um bioma.

Localizada na faixa litorânea do país, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, a Mata Atlântica está presente em 17 estados brasileiros. Em sua extensão comporta a Floresta Ombrófila Densa, a Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, encraves de campo de altitude e brejos de altitude, associada também a ecossistemas costeiros de restinga, mussunungas e mangue (Almeida, 2016).

A Mata Atlântica é reconhecidamente acolhida como hotspot, uma prioridade na conservação de biodiversidade em todo o mundo, uma vez que seus remanescentes de vegetação nativa ocupam 27% de sua área original e

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apenas 8% de sua extensão original persiste de forma bem conservada (Almeida, 2016).

Por esse motivo, vem sendo considerada uma das florestas tropicais com maior risco de extinção no planeta, dado preocupante uma vez que ela abriga mais de 20.000 espécies, das quais 50% não existem em nenhum outro local do mundo. Das plantas abordadas nos estudos selecionados pelo presente trabalho, a maioria delas se encontra na Mata Atlântica. Se as 2.000 espécies não convencionais brasileiras seguirem essa tendência significa que perdemos boa parte dos exemplares dessas espécies (Pinto et al., 2006; Almeida, 2016). A Mata Atlântica também representa a maior parte do verde das regiões sul e sudeste, talvez por esse motivo foram essas as regiões que mais produziram sobre o tema, como mostrado anteriormente.

De origem Tupi-Guarani, Caatinga é caracterizada por ambientes áridos e semi-áridos, apresenta fauna e flora bem adaptadas a suas condições extremas e carências de chuva, tendo, portanto, alta taxa de endemismos, aquelas plantas que não existem em outros biomas (Leal, Tabarelli, Silva, 2005).

A Caatinga é o único bioma que só pode ser encontrado em território brasileiro, basicamente na Região Nordeste, inclui os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, oeste de Alagoas e Sergipe, região norte e central da Bahia e uma faixa que estende-se por Minas Gerais acompanhando o rio São Francisco (Leal, Tabarelli, Silva, 2005).

Atualmente é muito difícil encontrar remanescentes da vegetação nativa da Caatinga em áreas maiores que 10.000 hectares e as áreas de Caatinga mais expressivas estão na Bahia e no Piauí. Um agravante é que se trata da região natural menos protegida, as unidades existentes de conservação cobrem menos de 2% da área deste bioma. Além disso ainda é, proporcionalmente, o menos estudado dos biomas brasileiros (Leal, Tabarelli, Silva, 2005).

Assim como a Mata Atlântica, o Cerrado também foi eleito um dos hotspots do mundo. É o segundo maior bioma brasileiro, só perde em área para a Amazônia, ocupa 21% de todo o território do Brasil. Tem um clima estacional, que intercala períodos secos e chuvosos. Possui a flora mais rica

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dentre as savanas do mundo, com mais de 7.000 espécies, com alto nível de endemismo (Klink & Machado, 2005).

A preocupação gira em torno do desmatamento desse bioma, que tem, historicamente, taxas de desmatamento mais altas que a Amazônia e gera menores esforços para a conservação, apenas 2,2% de sua área faz parte de áreas legalmente protegidas, e estima-se ainda que 20% das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção não ocorrem nessas áreas legalmente protegidas. O agravante consiste no fato de que a agricultura do Cerrado é a mais lucrativa e abriga as produções da maior commoditie brasileira, a soja, além de grande parte da atividade pecuária do país, portanto não há indícios de desaceleração dessa produção e de tomadas de áreas do Cerrado para este fim (Klink & Machado, 2005).

Estudos realizados com imagens de satélites, de 2002, concluíram que 55% do Cerrado já havia sido, até aquele ano, desmatado ou transformado pela ação humana (Klink & Machado, 2005). Evidenciando a velocidade de destruição desse bioma.

Com relação às plantas estudadas, estas são apresentadas na tabela 4:

TABELA 4. Frequência de abordagem de espécies de PANC nas publicações.

Dos estudos que abordaram plantas específicas, as plantas mais abordadas foram a Pereskia aculeata, com 4 publicações, seguida da de gênero homônimo Pereskia grandifolia e da Amburana cearensis cada uma com 2 publicações cada.

PANC n % Pereskia aculeata 4 28,6 Pereskia grandifolia 2 14,4 Anredera cordifolia 1 7,1 Talinum paniculatum 1 7,1 Smallanthus sonchifolius 1 7,1 Tropaeolum majus L. 1 7,1 Pereskia bleo 1 7,1 Solanum sessiliflorum 1 7,1 Amburana cearensis 2 14,4

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As duas espécies mais abordadas do gênero Pereskia são popularmente chamadas no Brasil de “Ora-pro-nobis”, que significa “rogai por nós”, conhecida como carne de pobre pela combinação de seu alto teor proteico e fácil acesso (Kinupp, 2014). São resistentes devido à sua capacidade de adaptação a ambientes secos crescendo em ambiente de estresse ambiental (Harlev et al., 2012; Granner et al., 1999; Turra et al., 2007). Souza (2014) corrobora com essa afirmativa em seu estudo onde encontrou que as plantas do gênero Pereskia toleram grandes variações de temperatura e têm sua faixa ótima de temperatura para germinação em torno de 30° C.

Na medicina popular a P. aculeata é comumente utilizada para casos de queimadura, processo inflamatório e de cicatrização. Estudos apresentaram ainda conteúdo de esteróis, flavonoides e fenóis, atividade citotóxica, antioxidante e ação inibitória da proliferação de células cancerígenas (Souza et al., 2003; Hayashi et al. 2005; Barros et al., 2010; Agostini-Costa et al., 2012; Sharif et al., 2013; Pinto et al., 2012). Assim como foi constatado pelo estudo de Souza (2014) confirma-se a atividade antioxidante do gênero Pereskia, destacando ainda que essa atividade é superior quando utilizado o extrato de folhas a partir de etanol ou metanol.

A P. aculeata possui elevados teores de proteínas, lipídios, fibras, minerais como ferro, cálcio, magnésio, manganês e zinco, e vitaminas como a vitamina A, C e o Ácido fólico. Comporta ainda o triptofano como aminoácido mais abundante, lisina e metionina (Martinevski et al., 2013; Takeiti et al., 2009; Souza, 2014; Santos, 2017; Guimarães, 2018).

As folhas da P. aculeata podem ser consumidas na forma de saladas, em preparações como pães e massas, refogados, entre outras. Suas flores servem ainda na produção de mel uma vez que são ricas em pólen e néctar (Dias et al., 2005; Brasil, 2010; Rocha et al., 2008; Bertoldi et al., 2010; Martinesviski et al., 2013).

A espécie P. grandifolia, além de ser também conhecida por “ora-pro-nobis”, recebe ainda nome de “jumbeba”, “cacto rosa” e “rosa-madeira” no Brasil.

Na medicina popular a P. grandifolia é geralmente usada no tratamento de canceres, diabetes, hipertensão, inflamação, reumatismos, como também

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para o alívio de dor de estômago e úlceras (Sri Nurestri et al., 2009; Goh, 2000). Essa espécie possui ainda alto teor de proteínas e mucilagens, possui alcaloides, tiramina, saponinas, compostos fenólicos, β-sitosterol, que vem sendo relatado com atividade antioxidante, junto de outros compostos que a planta também possui, como 2,4-di-tert-butilfenol e α-tocoferol.

Os autores dos estudos avaliados no presente trabalho que abordaram as duas PANC do gênero Pereskia encontraram que, se comparadas, a P. grandifolia contém maiores teores de proteínas, compostos fenólicos, magnésio e potássio e é uma boa fonte de cálcio e zinco. E a P. aculeata possui maiores teores de fibras e cálcio. Evidenciaram ainda que ambas apresentam bom aporte de vitamina C (Souza, 2014; Guimarães, 2018).

Santos (2017), ao elaborar uma barra de cereal funcional utilizando a ora-pro-nobis em sua formulação, obteve produto com alto teor de fibras e ferro, além de melhores concentrações de cálcio quando comparadas a barra controle, já comercializada no mercado. Detectou ainda boa aceitação sensorial.

A Amburana cearensis é uma árvore, popularmente conhecida como cumaru ou Imburana-de-Cheiro, uma leguminosa frequente no semiárido, especialmente na Caatinga (Farias et al., 2009). Na medicina popular, é utilizada no tratamento de reumatismo, afecções respiratórias como asma, bronquite, resfriados e gripes. É aplicada como broncodilatador, analgésico, anti-inflamatório e antirreumático devido as propriedades das cumarinas, flavonoides e glicosídeos fenólicos que possui (Almeida et al., 2010).

A Amburana é preparada na forma de chás, lambedores, xaropes, óleo essencial, empregada ainda na fabricação de móveis, sua madeira conhecida como cerejeira, utilizada também na fabricação de tonéis e barris para maturação de cachaças e cervejas (Almeida et al., 2010; Canuto et al., 2008; Souza et al., 2014; Dredge et al., 2013).

Diante do potencial e da variedade dessas plantas, preocupa o fato de apenas 14 plantas terem sido estudadas dentro de um período de 10 anos e dos estudos avaliados 6 deles abordarem apenas 2 espécies, enquanto temos aproximadamente 41.000 espécies diferentes só em território nacional, como foi comentado anteriormente (Martinelli & Moraes, 2013).

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Considerações finais

Conclui-se que há uma tendência crescente da produção científica sobre o tema, apesar de tímida. Ainda são poucas as espécies de PANC estudadas no Brasil, porém foram constatadas por muitos estudos, sua riqueza nutricional, capacidade de atividade nutricional, além de propriedades medicinais, muitas delas já conhecidas e utilizadas na medicina popular. E ainda a grande resistência e acessibilidade que apresentam, se mostrando com grande potencial de gerar segurança alimentar e nutricional e Soberania Alimentar.

Muitas dessas PANC pertencem a biomas que têm sua vegetação constantemente reduzida e merecem atenção, uma vez que as mesmas apresentam tantos benefícios e correm o risco de desaparecer junto com seus biomas.

Porém, a produção científica ainda se apresenta incipiente perto da biodiversidade alimentar a ser explorada no país e ainda diante dos tipos de estudos e abordagens dos sistemas alimentares que ainda podem e devem ser realizados, quanto a questões mais gerais de injustiças sociais e econômicas que assolam nossos sistemas alimentares.

Há necessidade de investimento de pesquisas nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. E ainda necessidade de investir nos gargalos dos estudos etnobotânicos (para diagnosticar a biodiversidade alimentar disponível), estudos de consumo que capturem a biodiversidade consumida e estudos de composição das plantas para que tenhamos tabelas de composição de alimentos representativas.

É necessário ainda que haja uma revisão das diretrizes curriculares do curso de nutrição, para que os profissionais sejam formados com a capacidade de desenvolver ações estimulando uma alimentação mais sustentável e visando a preservação da biodiversidade mundial como prevê o Conselho Federal de Nutricionistas.

O presente estudo se limita a um quadro de pesquisa da produção brasileira no âmbito da pós-graduação. Faz-se necessário que se realize a sistematização dos conhecimentos em outras formas de divulgação científica para se ter um quadro do que está sendo produzido sobre o tema, o que já

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sabemos sobre as PANC e as lacunas que precisamos preencher sobre o assunto em outros âmbitos.

A importância dessa sistematização do conhecimento consiste na possibilidade de avanço no enfretamento das fragilidades do nosso sistema alimentar para que se reduzam os impactos sobre a contaminação e erosão do solo, as questões das condições de saúde da população que produz e que consome, entre as outras questões já relatadas no presente trabalho.

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ANEXO - Normas da Revista

Revista Brasileira de Plantas Medicinais – RBPM

ISSN 1516-0572 versão impressa ISSN 1983-084X versão on-line

REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS PRÉVIAS

Revisões e Notas prévias deverão ser organizadas basicamente em: Título, Autores, Resumo, Palavras-chave, Abstract, Key words, Texto, Agradecimento (se houver) e Referência Bibliográfica.

Atenção especial deve ser dada aos artigos de Revisão evitando a citação Ipsis-litteris de textos, que configura plágio por lei.

ARTIGO CIENTÍFICO

Os artigos deverão ser organizados em:

TÍTULO: Deverá ser claro e conciso, escrito apenas com a inicial maiúscula,

negrito, centralizado, na parte superior da página. Se houver subtítulo, deverá ser em seguida ao título, em minúscula, podendo ser precedido de um número de ordem em algarismo romano. Os nomes comuns das plantas medicinais devem ser seguidos pelo nome científico (binômio latino e autor) entre parênteses.

AUTORES: Começar pelo último sobrenome dos autores por extenso (nomes

intermediários somente iniciais, sem espaço entre elas) em letras maiúsculas, 2 linhas abaixo do título. Após o nome de cada autor deverá ser colocado um número sobrescrito que deverá corresponder ao endereço: instituição, endereço da instituição (rua e número ou Caixa Postal, cidade, sigla do estado, CEP, e-mail). Indicar o autor que deverá receber a correspondência. Os autores devem ser separados com ponto e vírgula.

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RESUMO: Deverá constar da mesma página onde estão o título e os autores,

duas linhas abaixo dos autores. O resumo deverá ser escrito em um único parágrafo, contendo objetivo, resumo do material e método, principais resultados e conclusão. Não deverá apresentar citação bibliográfica.

Palavras-chave: Deverão ser colocadas uma linha abaixo do resumo, na

margem esquerda, podendo constar até cinco palavras.

ABSTRACT: Apresentar o título e resumo em inglês, no mesmo formato do

redigido em português, com exceção do título, apenas com a inicial em maiúscula, que virá após a palavra ABSTRACT.

Key words: Abaixo do Abstract deverão ser colocadas as palavras-chave em

inglês, podendo constar até cinco palavras.

INTRODUÇÃO: Na introdução deverá constar breve revisão de literatura e os

objetivos do trabalho. As citações de autores no texto deverão ser feitas de acordo com os seguintes exemplos: Silva (1996); Pereira & Antunes (1985); (Souza & Silva, 1986) ou quando houver mais de dois autores Santos et al. (1996).

MATERIAL E MÉTODO (CASUÍSTICA): Deverá ser feita apresentação

completa das técnicas originais empregadas ou com referências de trabalhos anteriores que as descrevam. As análises estatísticas deverão ser igualmente referenciadas. Na metodologia deverão constar os seguintes dados da espécie estudada: nome popular; nome científico com autor e indicação da família botânica; nome do botânico responsável pela identificação taxonômica; nome do herbário onde a exsicata está depositada, e o respectivo número (Voucher Number); época e local de coleta, bem como, a parte da planta utilizada.

RESULTADO E DISCUSSÃO: Poderão ser apresentados separados, ou como

um só capítulo, contendo a conclusão sumarizada no final.

(40)

REFERÊNCIA: As referências devem seguir as normas da ABNT 6023 e de

acordo com os exemplos:

Periódicos:

AUTOR(ES) separados por ponto e vírgula, sem espaço entre as iniciais. Título do artigo. Nome da Revista, por extenso, volume, número, página inicial-página final, ano.

KAWAGISHI, H. et al. Fractionation and antitumor activity of the water-insoluble residue of Agaricus blazei fruiting bodies. Carbohydrate Research, v.186, n.2, p.267-73, 1989.

Livros:

AUTOR. Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora, Ano. Total de páginas.

MURRIA, R.D.H.; MÉNDEZ, J.; BROWN, S.A. The natural coumarins: occurrence, chemistry and biochemistry. 3.ed. Chinchester: John

Wiley & Sons, 1982. 702p.

Capítulos de livros:

AUTOR(ES) DO CAPÍTULO. Título do Capítulo. In: AUTOR (ES) do LIVRO. Título do livro: subtítulo. Edição. Local de Publicação: Editora, ano,

página inicial-página final.

HUFFAKER, R.C. Protein metabolism. In: STEWARD, F.C. (Ed.). Plant

physiology: a treatise. Orlando: Academic Press, 1983. p.267-33.

Tese ou Dissertação:

AUTOR. Título em destaque: subtítulo. Ano. Total de páginas. Categoria (grau e área de concentração) - Instituição, Universidade, Local.

OLIVEIRA, A.F.M. Caracterização de Acanthaceae medicinais conhecidas

como anador no nordeste do Brasil. 1995. 125p. Dissertação (Mestrado -

Área de Concentração em Botânica) - Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

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Trabalho de Evento:

AUTOR(ES). Título do trabalho. In: Nome do evento em caixa alta, número, ano, local. Tipo de publicação em destaque... Local: Editora, ano. página

inicial-página final.

VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Estudos etnobotânicos de espécies medicinais de uso popular no Cerrado. In: INTERNATIONAL SAVANNA SYMPOSIUM, 3., 1996, Brasília. Proceedings… Brasília: Embrapa, 1996. p.169-71.

Publicação Eletrônica:

AUTOR(ES). Título do artigo. Título do periódico em destaque, volume, número, página inicial-página final, ano. Local: editora, ano. Páginas. Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês (abreviado) ano.

PEREIRA, R.S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.326-8, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 18 abr. 2005.

Não citar resumos e relatórios de pesquisa, a não ser que a informação seja muito importante e não tenha sido publicada de outra forma. Comunicações pessoais devem ser colocadas no rodapé da página onde aparecem no texto e evitadas se possível. Devem ser também evitadas citações do tipo: Almeida (1994) citado por Souza (1997).

TABELAS: Devem ser inseridas no texto, com letra do tipo Arial 10, espaço

simples. A palavra TABELA (Arial 12) deve ser em letras maiúsculas, seguidas por algarismo arábico; já quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Tabela).

FIGURAS: As ilustrações (gráficos, fotográficas, desenhos, mapas) devem ser

em letras maiúsculas seguidas por algarismo arábico, Arial 12, e inseridas no texto. Quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Figura). As legendas e eixos devem ser em Arial 10, enviadas em arquivos separados, com resolução 300 DPI, 800x600, com extensão JPG ou TIFF, para impressão de publicação.

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Processo de avaliação: Os manuscritos são analisados por, pelo menos, dois

pareceristas, segundo um roteiro de análise baseado principalmente no conteúdo científico. Os pareceristas recomendarão a aceitação com ou sem necessidade de retornar; recusa, ou sugerir reformulações, e que, neste caso, o artigo reformulado retornará ao parecerista até que a avaliação seja concluída. Quando no mínimo 2 pareceristas aprovarem, sem necessidade de retornar, o artigo estará pronto para ser publicado e o autor receberá a carta de aceite bem como as instruções para pagamento dos custos de tramite (R$300 reais)*. Os nomes dos pareceristas permanecerão em sigilo, omitindo-se também perante estes os nomes dos autores.

* Somente os artigos aprovados que foram submetidos a partir de 1º de abril de 2013 terão custo para publicação.

Direitos autorais: Ao encaminhar um manuscrito para a RBPM os autores

devem estar cientes de que, se aprovado para publicação, o copyright do artigo, incluindo os direitos de reprodução em todas as mídias e formatos, deverá ser concedido exclusivamente para as Memórias.

ATENÇÃO: Artigos que não estiverem de acordo com essas normas serão

devolvidos.

Observação: São de exclusiva responsabilidade dos autores as opiniões e

conceitos emitidos nos trabalhos. Contudo, reserva-se ao Conselho Editorial, o direito de sugerir ou solicitar modificações que julgarem necessárias.

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Referências

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