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INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

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Academic year: 2021

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Probabilidade de Erupção dos Terceiros Molares

Inferiores a Partir da Distância Xi-D7 em

Pacientes na Faixa Etária de 8-10 Anos Naturais

de Teresina-PI

Cephalometric Analysis of the Probability of Lower Third Molar

Eruption in Patients 8 to 10 Years of Age from Teresina - PI

Ary dos Santos-Pinto*

Marina de Deus Moura** Wagner Leal de Moura***

Paulo Vasconcelos de Carvalho**** Barbara Lorenzon Bohrer*****

Santos-Pinto A dos, Moura M de D, Moura WL de, Carvalho PV de, Bohrer BL. Probabilidade de erupção dos terceiros molares inferiores a partir da distância Xi-D7 em pacientes na faixa etária de 8-10 anos naturais de Teresina-PI. J Bras Ortodon Ortop Facial 2004; 9(51):263-9.

Os terceiros molares constituem-se em uma das grandes preocupações do Cirurgião-dentista. Tendo em vista a alta prevalência desses dentes impactados ou inclusos, cabe, principalmente aos Ortodontistas, a decisão sobre extrações, enucleações, bem como a idade ideal para tais procedimentos. O propósito deste trabalho foi avaliar a freqüência de cada uma das três situações propostas por Turley, para a previsão de erupção dos terceiros molares inferiores, a partir da distância Xi-Distal dos segundos molares (D7), em pacientes naturais de Teresina, PI, na faixa etária de 8-10 anos, bem como associar essa probabilidade de erupção ao padrão facial. Foram utilizadas telerradiografi as cefalométricas de 113 pacientes, sendo 51 do sexo masculino e 62 do sexo feminino, e os traçados e mensurações foram obtidos através do método computadorizado Radiocef 1.0. Os resultados mostraram que 95,58% dos pacientes apresentaram a distância Xi-D7 menor que 20mm, indicando a impossibilidade de erupção; 4,42% apresentaram Xi-D7 maior que 20 e menor que 30, o que signifi ca possibilidade parcial de erupção e nenhum paciente mostrou previsão de erupção normal dos terceiros molares (Xi-D7 maior que 30). Observou-se, ainda, a ausência de associação entre os espaços medidos para os terceiros molares e o padrão facial.

PALAVRAS-CHAVE: Impacção; Terceiros molares; Probabilidade de erupção; Padrão facial.

*Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil – Disciplina de Ortodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP; Rua Humaitá, 1680 – CEP 14801-903, Araraquara-SP; e-mail: spinto@foar.unesp.br

**Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Araraquara; Estagiária do Departamento de Clínica Infantil – Disciplina de Ortodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP

***Professor Adjunto IV do Departamento de Patologia e Clínica Odontológica – Disciplinas de Ortodontia e Clínica Integrada Infantil – Universidade Federal do Piauí – UFPI

****Professor Adjunto IV do Departamento de Patologia e Clínica Odontológica – Disciplina de Radiologia – Universidade Federal do Piauí – UFPI

*****Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia – Associação Paulista de Cirurgiões-dentistas – Araraquara; Estagiária do Departamento de Clínica Infantil – Disciplina de Ortodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

Os terceiros molares, como resultado do processo evolutivo da espécie humana, constituem-se em uma das grandes preocupações do

Cirurgião-dentista e notadamente dos Orto dontistas, que mais freqüentemente são postos diante da decisão sobre extrações, enucleações ou manutenção dos mesmos. Nos dias atuais, deparamo-nos com um

grande número desses dentes impactados e, quan-do é chegada a idade na qual o processo eruptivo se inicia, não resta alternativa que não seja a sua eliminação, quase sempre traumática, pois embora exista a controvérsia sobre possíveis apinhamentos que esses dentes poderiam provocar, outros

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vos profi láticos, como infecção, dor, cáries, reabsorção radicular, apinha mento dentário, processos císticos e tumores odontogênicos benignos ou malignos justifi cam a não-manutenção de terceiros molares inclusos ou malposicionados nas arcadas dentárias.

Punwutikorn et al. (1999), através de um estudo retrospectivo, avaliaram os principais sinais e sintomas associados aos terceiros molares completa ou parcial-mente impactados. Concluíram que dor e pericoronarite foram os problemas mais comumente relacionados a esses dentes.

Dentre os pesquisadores que isentam os terceiros molares de provocarem apinhamentos, destaca-se Bro-adbent (1943). Baseado nas evidências cefalomé tricas do estudo de Bolton, este afi rmou que a impacção dos terceiros molares não ocasiona apinhamento nos incisivos inferiores, mas deve-se ao crescimento man-dibular tardio. Essas afi rmativas são corroboradas por Hixon (1972) e Bjork, Srieller (1972), que, estudando o desenvolvimento facial e a irrupção dos dentes no pe-ríodo circumpuberal, não relacionaram o apinhamento dos incisivos inferiores com a irrupção dos terceiros molares.

Contrariando as afi rmações acima, Vego (1962), utilizando registros seriados de casos sem tratamento da Fundação Bolton, verifi cou que a perda do perí-metro do arco aconteceu por volta de 0,8mm, mais nos casos com terceiros molares do que naqueles com agenesia desses dentes. Segundo o autor, esse valor demonstrou ser estatisticamente signifi cativo. O trabalho mostrou ainda que a probabilidade de uma perda de mais de 3mm acontecia em 8% dos casos sem terceiros molares, essa probabilidade era de 33%, ou seja, quatro vezes maior.

Independentemente de provocarem ou não api-nhamento, é fato notório que há alta incidência de terceiros molares impactados. Bjork (1969) considera que, dentre os pacientes que apresentam os terceiros molares, cerca de 45% fi cam impactados. Mesmo entre os que chegam a irromper, são comuns complicações periodontais, interferências oclusais e pericoro narites, restando uma pequena parcela da população com os terceiros molares em condições favoráveis, sem neces-sidade de extração.

Parece não haver dúvida sobre a necessidade de extração dos terceiros molares na grande maioria dos pacientes. Existem, porém, duas importantes questões pertinentes: a primeira é qual a melhor época para a extração, e a segunda é se é possível prever precoce-mente, dos 8-9 aos de idade, a futura impacção desses dentes. A resposta para a primeira questão pode ser dada pela experiência de Ricketts (1983), que considera a enucleação dos germes dos terceiros molares entre os 8 e 9 anos de idade muito menos traumática do que se aguardasse o desenvolvimento total do dente e sua impacção. Ganss (1993) afi rma ainda que a remoção

precoce desses dentes apresenta muitas vantagens, como: desenvolvimento radicular incompleto, espaço pericoronário amplo, grande distância do dente ao nervo alveolar inferior ou seio maxilar e menor chance de complicações pós-operatórias, como infecções e problemas sistêmicos.

Quanto ao segundo questionamento, vários au-tores apresentaram métodos para a previsão de espaço para os terceiros molares, porém o que tem sido mais utilizado é o método de Ricketts (1983), apresentado por Turley (1974) apud Olive, Basford (1981), que uti-lizou a distância entre o centro do ramo mandibular, representado pelo ponto Xi, e a superfície distal do 2º molar inferior. Em seu trabalho, o autor concluiu que as distâncias médias foram: 21mm para dentes que fi cariam retidos; 25mm para dentes que irromperiam parcialmente ou malposicionados; e 30mm para os irrompidos em boa oclusão. O autor ainda pôde com-provar uma boa relação entre as retenções previstas e as realmente observadas.

Mollaoglu et al. (2002), através da utilização de radiografi as panorâmicas estandardizadas, compararam diferentes parâmetros de pacientes com terceiros mola-res erupcionados e não-erupcionados. Foram avaliados: angulação do dente, nível de erupção, desenvolvimento da raiz, profundidade mésio-distal da coroa, espaço retromolar e ângulo goníaco. Concluíram que a angu-lação mésio-distal dos terceiros molares foi signifi cati-vamente maior, enquanto que o espaço retromolar foi signifi cativamente menor no grupo impactado. O valor médio do espaço retromolar para o grupo impactado foi de 9,4mm (DP±2,8mm) e, para o grupo erupcionado, foi de 15,3mm (DP±2,4mm), sendo que a diferença de 5,9mm foi considerada estatisticamente signifi cante (p<0,05).

Outro aspecto que pode reforçar as tentativas de previsão é a análise do padrão facial do paciente. Sabe-se que os pacientes com padrão vertical – ou dolicofaciais – apresentam maiores probabilidades de impacção dos terceiros molares. Essas afi rmações foram confi rmadas por Forsberg (1988).

Ledyard (1953), estudando radiografi as cefalomé-tricas laterais, concluiu que, após os 14 anos, pode ser esperado um aumento menor que 2mm no espaço entre o segundo molar e o ramo e que, após os 16 anos, esse aumento é insignifi cante.

Em um estudo com 134 pessoas, Hattab et al. (1999) investigaram variáveis nos terceiros molares e nas dimensões dos arcos, relacionadas com a impac-ção dos terceiros molares. Foram avaliados: inclinaimpac-ção mésio-distal dos terceiros molares, nível de erupção, profundidade mésio-distal da coroa, quantidade de formação radicular, espaço retromolar, proporção de profundidade espaço/coroa, ângulo goníaco. Esses au-tores concluíram que espaço insufi ciente é a variável mais associada com a impacção desses dentes.

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Etária de 8-10 Anos Naturais de Teresina-PI

O efeito da extração de pré-molares no espaço para os terceiros molares inferiores também foi ampla-mente estudado. Herzberg (1960) apud Freitas (1989) escreveu que, mesmo com a extração dos pré-molares, muitas vezes falta espaço para os terceiros molares, porém eles erupcionam com mais freqüência que nos casos sem extração. Perlow (1964) argumentou que, com a extração de pré-molares, o segmento lateral do arco se movimenta para frente durante o tratamento e, dessa forma, permite maior espaço para os terceiros molares inferiores. Por outro lado, McCoy, em 1965, relatou que, na maioria dos casos observados, os terceiros molares permaneceram impacta dos mesmo com a extração dos terceiros molares. Em sua opinião, os terceiros molares inferiores deveriam ser extraídos assim como os superiores, já que estes últimos não teriam com que ocluir.

Esta breve revisão de literatura deixa claro que os terceiros molares são, no mínimo, uma preocupação; que o grande número de pacientes com esses dentes impactados ou apresentando qualquer outra irregularidade justifi ca as tentati-vas de previsão do espaço disponível, para que, pelo menos naqueles casos de extrema falta de espaço, possam ser realizadas as enucleações, que, sem dúvida, são muito menos traumáticas, já que os germes se posicionam bem mais su-perfi cialmente em relação ao mesmo dente totalmente calcifi cado, o qual, muitas vezes, pode já ter causado danos ao paciente.

PROPOSIÇÃO

1. Avaliar a incidência de cada uma das três situações propostas por Turley, para a previsão de erupção dos terceiros molares inferiores, a partir da distância Xi-D7 em pacientes naturais de Teresina-PI, na faixa etária de 8-10 anos.

2. Associar a probabilidade de erupção dos terceiros molares ao padrão facial, representado pelo eixo Y (NS-Gn), bem como pela classifi cação emitida pelo programa Radiocef 1.0, em dolico, meso ou braquifacial.

MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizadas telerradiografi as cefalométricas em norma lateral de 113 pacientes, na faixa etária de 8 a 10 anos, naturais de Teresina, Piauí. A imagem radiográfi ca foi escaneada utilizando-se o escaner Agfa Snap Scan 12361 e o programa Radiocef 1.0. Os pontos necessários para obtenção dos dados foram digitaliza-dos diretamente na tela do computador, com auxílio do

mouse e seguindo as defi nições contidas no programa

Radiocef 1.0. Os dados referentes ao eixo Y e classifi -cação dos tipos craniais foram obtidos pelo programa,

assim como a distância Xi-D7. Para a classifi cação do padrão facial (dolico, meso ou braqui), foram utilizados os ângulos basal superior, basal inferior, plano palatal. SN, SN.Ba, SN-GoGn (Tabela 1). Os dados foram submetidos a tratamento estatístico para: 1) verifi car a distribuição da distância Xi-D7; 2) verifi car a associação entre distâncias Xi-D7 e tipos craniais por meio de teste qui-quadrado; 3) verifi car a associação entre a distância Xi-D7 e eixo Y por meio de teste qui-quadrado

RESULTADOS

Situação 1 – Distribuição da distância Xi-D7

Conforme resumido na Tabela 2 e Gráfi co 1, não se encontrou na amostra nenhum caso em que a distância Xi-D7 fosse maior que 30mm. Dos pacientes, 95,58% apresentaram a distância Xi-D7 menor que

Ângulo Pontos Braqui Meso Dolico

Ângulo basal superior Cls Cli. Ena Enp <60o 60 a 71o >71o

Ângulo basal inferior GoMe. Enp Ena <15o 15 a 31o >31o

Plano palatal. SN Ena – Enp.SN <4,5o 4,5 a 11,5o >11,5o

SN.Ba SN.Ba <122o 122 a 136o >136o

SN.GoGn SN.GoGn <24o 24 a 38o >38o

TABELA 1: Ângulos utilizados para a classifi cação do padrão facial.

20mm e, quando distribuído por sexo, o percentual fi -cou em 94,12% para o sexo masculino e 96,77% para o feminino. O resultado mostrou que, na distribuição por idade, os pacientes de 8 anos representaram 96,67%; os de 9 anos, 97,50%; e os de 10 anos, 93,02%, com a distância Xi-D7 igual ou menor que 20mm.

Os pacientes cuja distância Xi-D7 está compreendi-da entre 20 e 30mm representam 4,42% compreendi-da amostra. Nesse mesmo grupo, quando distribuído por sexo, o resultado foi 5,88% para o masculino e 3,23% para o feminino. Na distribuição por idade, encontraram-se 3,33% nos de 8 anos, 2,5% nos de 9 anos e 6,98% nos de 10 anos.

Situação 2 – Distância Xi-D7 associada aos tipos craniais

A Tabela 3 e o Gráfi co 2 mostram que 14,16% dos casos têm o tipo dolicofacial; 80,53%, mesofa-cial; e 5,3%, braquifacial. Quando esses valores se confrontaram com as distâncias Xi-D7 encontradas através do chi-square-test, não foi encontrada a referida associação.

Situação 3 – Distância Xi-D7 associada ao eixo Y (NS-Gn)

O exame da Tabela 4 e do Gráfi co 3 mostrou a seguinte distribuição para o eixo Y (NS-Gn): 26,55%

dos pacientes com Y maior que 69°;46,9% com Y=67

mais ou menos 2; e 26,55% com esse ângulo medindo valor inferior a 65°. A associação desses valores com as medidas encontradas para a distância Xi-D7 não

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existiu, segundo o método estatístico utilizado, o

chi-square-test.

DISCUSSÃO

Os terceiros molares inferiores são os dentes

que mais freqüentemente permanecem impactados. A incidência de impacção desses dentes varia consi-deravelmente entre as diferentes populações (de 9,5 a 39%). O desenvolvimento dos terceiros molares e sua infl uência no arco dentário representam preocupação na clínica ortodôntica. Terceiros molares impactados ou

EIXO Y

Y>69° Y=67º ± 2 Y<65º Total

% % % % SEXO Masculino 14 27,45 30 58,82 7 13,73 51 100 Feminino 16 25,81 23 37,10 23 37,10 62 100 Total 30 26,55 53 46,90 30 26,55 113 100 8 anos 9 30,00 11 36,67 10 33,33 30 100 IDADE 9 anos 10 25,00 20 50,00 10 25,00 40 100 10 anos 11 25,58 22 51,16 10 23,26 43 100 Total 30 26,55 53 46,90 30 26,55 113 100

TABELA 4: Eixo Y (NS-Gn), segundo o sexo e faixa etária. Teresina (PI), 1991-2001.

TIPO CRANIAL

Dolico Meso Braqui Total

% % % % SEXO Masculino 6 11,76 44 86,27 1 1,96 51 100 Feminino 10 16,13 47 75,81 5 86,06 62 100 Total 16 14,16 91 80,53 6 5,31 113 100 IDADE 8 anos 4 13,33 26 86,67 0 0 30 100 9 anos 6 15,00 31 77,50 3 7,50 40 100 10 anos 6 13,95 34 79,07 3 6,98 43 100 Total 16 14,16 91 80,53 6 5,31 113 100

TABELA 3: Tipo cranial segundo o sexo e faixa etária. Teresina(PI), 1991-2001.

TABELA 2: Previsão de erupção de 3os molares pelo método de Ricketts (Xi-D7), segundo o sexo e faixa etária. Teresina (PI),

1991-PROBABILIDADE DE ERUPÇÃO

Xi-D7 < 20 20<Xi-D7<30 Total

nº % nº % % SEXO Masculino 48 94,12 3 5,88 51 100 Feminino 60 96,77 2 3,23 62 100 Total 108 95,58 5 4,42 113 100 IDADE 8 anos 29 96,67 1 3,33 30 100 9 anos 39 97,50 1 2,50 40 100 10 anos 40 93,02 3 6,98 43 100 Total 108 95,58 5 4,42 113 100

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Etária de 8-10 Anos Naturais de Teresina-PI 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Masculino Feminino Braqui Meso Dolico

GRÁFICO 3: Tipo de crânio, segundo sexo. Teresina (PI),

1991-2001. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 8 anos 9 anos 10 anos 20 mm < Xi-D7 < 30 mm Xi-D7 menor ou igual a 20 mm

GRÁFICO 2: Previsão de erupção de terceiros molares – método

de Ricketts (Xi – D7), segundo a faixa etária. Teresina (PI), 1991-2001. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Masculino Feminino 20 mm < Xi-D7 < 30 mm Xi-D7 < 20 mm

GRÁFICO 1: Previsão de erupção de terceiros molares – método

de Ricketts (Xi – D7), segundo o sexo. Teresina (PI), 1991-2001.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

8 anos 9 anos 10 anos

Braqui Meso Dolico

GRÁFICO 4: Tipo cranial, segundo a faixa etária. Teresina (PI),

1991-2001. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Masculino Feminino Y < 65° Y = 65° a 69° Y > 69°

GRÁFICO 5: Eixo Y (NS-Gn), segundo o sexo. Teresina (PI),

1991-2001. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

8 anos 9 anos 10 anos

Y < 65° Y = 67°± 2 Y > 69°

GRÁFICO 6: Eixo Y (NS-Gn), segundo a faixa etária. Teresina

(PI), 1991-2001.

semi-impactados são associados a patologias, incluindo: pericoro narite, lesão cística, tumores, cáries dentais, periodontites, infecções periapicais e reabsorção de dentes adjacentes. Alguns autores acreditam, ainda, que os terceiros molares podem interferir no alinhamento dos incisivos e na estabilidade do tratamento ortodôntico. Por outro lado, a manutenção desses dentes no arco pode

ser benéfi ca como elemento adicional de ancoragem ortodôntica ou dente de apoio para próteses, e ainda ser utilizado para transplantação em áreas desdentadas.

Os Cirurgiões-dentistas geralmente têm difi cul-dade em decidir quando um terceiro molar

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assintomá-tico deve ser removido. O entendimento do processo eruptivo desses dentes e dos fatores que o infl uenciam torna-se essencial na decisão sobre a manutenção ou a extração desses dentes.

Segundo Hattab (1997), o espaço para o terceiro mo-lar deve-se ao movimento distal da dentição e à reabsorção da borda anterior do ramo mandibular. Entretanto, mesmo que o espaço presente seja sufi ciente, a erupção não pode ser garantida, pois outros fatores estão envolvidos. Entre estes, podem ser citados o padrão de crescimento esquelético, a direção de erupção da dentição, extrações dentárias efetuadas, a confi guração radicular e o estágio de maturação dos terceiros molares. Entretanto, o fator mais importante parece ser o espaço existente na região retromolar (distal ao segundo molar).

O processo de desenvolvimento dos terceiros molares, o estágio de impacção, as mudanças no seu posicionamento e formas de predição de erupção têm sido amplamente estudados. Henry, Morant, em 1936 (apud Murtomaa, Ylipaavalniemi, 1997), foram os primeiros a estudar a probabilidade de erupção dos ter-ceiros molares. Os estudos posteriores, na sua maioria, utilizaram dados obtidos de telerradiografi as cefalomé-tricas laterais, porém radiografi as inter proximais, antero-posteriores e periapicais também têm sido utilizadas.

Ricketts (1983) defende que a probabilidade de impacção deve-se, basicamente, ao espaço existente na região retromolar. Estudando 74 casos tratados orto-donticamente, mostrou que deveria haver uma distância mínima do ponto Xi (ponto central do ramo mandibular) até a superfície distal do segundo molar inferior (D7), para que ocorresse a erupção dos terceiros molares. O valor crítico encontrado pelo autor foi de 25mm, valores acima de 30mm indicavam que os terceiros molares teriam chance de erupção em posição favorá-vel e valores abaixo de 20mm signifi cariam alto grau de probabilidade de que estes dentes permaneceriam impactados.

Os estudos de Ricketts (1983) e Schulhof (2003) mostraram ser possível predizer o crescimento mandi-bular e o espaço disponível na região retromolar numa idade precoce, aos oito anos, e sua remoção profi lática (germectomia) deveria ser realizada se a impacção fosse provável. Eles afi rmavam, ainda, que a remoção dos

terceiros molares numa idade precoce causava menos complicações cirúrgicas e pós-operatórias.

Numa análise dos principais resultados encontrados no presente estudo, pode-se observar que, na totalidade dos casos, inexiste, segundo o método estudado, possibi-lidade de erupção normal dos terceiros molares inferio-res, sendo que para 95,58% dos pacientes esses dentes tendem a permanecerem totalmente inclusos (Tabela 2 e Gráfi cos 1 e 2). Esses resultados, embora representem apenas previsões em pacientes que continuarão a cres-cer, reforçam as preocupações de diversos estudiosos do assunto, desde Bjork (1969), que já afi rmara existirem pelo menos 50% dos pacientes cujos terceiros molares resultariam impactados. Na literatura pesquisada, não encontramos estudos de percentuais semelhantes aos do presente trabalho, porém os resultados mostram valores que justifi cam as preocupações diárias dos Ortodontistas, indicando necessidade de extrações de terceiros molares na grande maioria dos seus pacientes.

Apesar de nossos resultados não haverem de-monstrado associação entre a probabilidade de erup-ção e o padrão facial, como afi rmou Capelli Jr. (1991), acreditamos que o assunto merece um estudo mais aprofundado e específi co.

CONCLUSÕES

1. Dentre os casos estudados, quase a totalidade (95,58%) apresentou valores medidos para Xi-D7, que demonstram total impossibilidade de erupção. Apenas 4,42% apresentaram possibilidade parcial de erupção. Nenhum caso mostrou possibilidade de erupção com bom posicionamento.

2. Pelo método estudado, não houve associação entre os espaços medidos para os terceiros molares e o padrão facial.

Santos-Pinto A dos, Moura M de D, Moura WL de, Carvalho PV de, Bohrer BL. Cephalometric analysis of the probability of lower third molar eruption in patients 8 to 10 years of age from Teresina – PI. J Bras Ortodon Ortop Facial 2004; 9(51):263-9.

The third molars represent one of the greatest concerns of the Dentist. Considering the high prevalence of these teeth impaction or inclusion, the Orthodontist should decide about extraction, enucleation, as well as the ideal age for these procedures. The purpose of this research was to evaluate the frequency of the three situations proposed by Turley, for the prediction of lower third molar eruption using Xi-D7 (distal of the second molars) distance, as well as the association of this prediction of eruption with the facial pattern. It was used lateral cephalometric radiograph of 113 patients (51 male and 62 female), 8 to 10 years of age, from Teresina, PI. The data were obtained through a computerized method (Radiocef 1.0 program), using scanned image and screen point determination. The results showed that 95,58% of the patients presented the distance Xi-D7 smaller than 20mm, which indicates no probability of eruption; 4,42% presented Xi-D7 between 20 and 30mm, showing small probability of eruption, and no patient showed favorable prevision of lower third molar eruption (Xi-D7 greater than 30mm). The results did not showed association between the Xi-D7 measurement and the facial pattern, neither.

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Etária de 8-10 Anos Naturais de Teresina-PI

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Recebido para publicação em: 22/11/02 Enviado para análise em: 05/12/02 Aceito para publicação em: 22/07/03

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