Histórico:
◊ 300 A C -Árabes introduziram
◊ 1806 Foi isolada a Morfina (Morfeus)
◊ 1832/1848 Isolaram Codeina e Papaverina ◊ 1972 Naloxano reverte analgesia
◊ 1973 Sítios de ligação no cérebro ◊ 1976 Endorfinas foram isoladas
Histórico:
Muitas substâncias com grande atividade farmacológica podem ser extraídas de uma planta chamada Papaver somniferum, conhecida popularmente com o nome de papoula do oriente. Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando ainda verde, obtém-se um suco leitoso, o ópio (a palavra ópio em grego quer dizer suco).
O extrato de papoula foi inicialmente empregado para controlar diarréias, entretanto suas propriedades analgésicas logo foram observadas.
Quando seco este suco passa a se chamar pó de ópio. Nele existem várias substâncias com grande atividade. A mais conhecida é a Morfina (60%), palavra que vem do deus da mitologia grega
Morfeu, o deus dos sonhos. Outra substância também presente no ópio é a Codeína (0,3 a 3,0%).
Analgésicos OPIÓIDES
Introdução:
Todas as drogas tipo opiáceo ou opióide têm basicamente os mesmos efeitos no SNC: diminuem a sua atividade. As diferenças ocorrem mais num sentido quantitativo, todas produzem os mesmos efeitos; tudo fica então sendo principalmente uma questão de dose.
Todas produzem uma analgesia e uma hipnose (narcóticos), deprimem os centros da tosse, deprimem os centros respiratórios, os batimentos cardíacos e pressão arterial
Facilmente desenvolvem dependência química
(principalmente belo “bem estar” que estes fármacos produzem.
A suspensão do uso do ópio determina um violento e doloroso processo de abstinência: com náuseas e vômitos, diarreia, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc, que pode durar até 8-12 dias.
Definição:
São substâncias naturais ou sintéticas que produzem efeitos semelhantes aos da Morfina. Quando se ligam aos receptores
opióides produziram os mesmos efeitos que os opióides endógenos (neurotransmissores): Endorfina e Encefalina.
A principal indicação terapêutica é no alívio da dor intensa e da ansiedade que a acompanha.
Receptores:
Estão presentes em células do SNC e do Trato gastrointestinal e todos os receptores inibem a atividade da célula-alvo.
Os receptores opióides são polipeptídios transmembranas e acoplados a Proteína G.
São reconhecidos 3 Tipos de Receptores: • µ (míu): µ1 e µ2 • k (kappa) • δ (delta)
Analgésicos OPIÓIDES
Todos Antagonizados
pela Naloxona
Receptores:
Quando o ligando se liga ao receptor induz mudanças conformacionais que permitem o acoplamento intracelular a
diferentes formas da proteína G. Por acoplamento à proteína G, os 3 tipos de receptores opióides inibem a adenilciclase diminuindo o níveis celulares de AMPc o que afeta as vias de fosforilação das proteínas e dessa forma a função celular.
Por outro lado, e por acoplamento à proteína G atuam
diretamente sobre os canais iónicos ativando as correntes de K+
ligadas ao receptor e inibindo as correntes de Ca2+ .
Ao reduzir o influxo de Ca2+ reduzem a excitabilidade neural e/ou a libertação de neurotransmissores enquanto que na membrana pós-sináptica, os receptores opióides mediam a hiperpolarização através da abertura de canais de K+, impedindo excitabilidade
neuronal e/ou propagação dos potenciais de acção.
Receptores:
Receptores:
Estão presentes em células do SNC e do Trato gastrointestinal e todos os receptores inibem a atividade da célula-alvo.
Os receptores estão presentes em áreas do SNC envolvidas na integração de informações sobre a dor:
• Tronco cerebral: respiração, tosse, vômito, manutenção da PA, diâmetro pupilar e secreção gástrica;
• Tálamo: dor profunda, influenciada pelas emoções; • Medula espinhal: atenuação de estímulos dolorosos;
• Sistema límbico: comportamento emocional, não exercendo ação analgésica;
• Periferia: inibição da liberação de substâncias inflamatórias (substância P).
Receptores:
Vias Nociceptivas – Mecanismo da Dor
Estímulo Nocivo Atividade Fibras nervosas PMN – fibras lentas do tipo C Despolarização Neuronal DOR Sódio VOC Sódio ROC Repouso Potássio Cloreto Repouso Liberação de Mediadores: BK, 5-HT, PGs, Histamina, Tromboxano, Substância P Analgésicos Produção de NGF Liberação de Neuropeptídeos Encefalinas GABA Inflamação (-) Formação de NO (+) (-) (-) (+) Opióides (Morfina) (-) Anestésicos LocaisAnalgésicos OPIÓIDES
Lesão Tecidual - Mediadores químicos periféricos da dor e
da hiperalgesia
Tecido Lesão Produz Edema Mastócito Bradicinina Potássio Prostaglandinas Histamina Sinal Nocivo Vaso Medula Espinhal Substância P Substância P Sinal NocivoAnalgésicos OPIÓIDES
Analgésicos – Sistema de Analgesia Intrínseca Via Opióides
Córtex Cerebral
Substância Cinzenta Periaquedutal mesencéfalo
Hipotálamo Tálamo
Núcleo da Rafe Magna
tronco cerebral Locus ceruleus tronco cerebral
Corno Dorsal Periferia
NA 5-HT Encefalina Núcleo Reticular Paragigantocelular tronco cerebral OPIÓIDES (++) (-) (-) (-) OPIÓIDES (+) OPIÓIDES (-) OPIÓIDES (-)
Analgésicos OPIÓIDES
Classificação:
• Quanto a Origem
• Quanto ao Mecanismo de Ação
Classificação:
• Quanto a Origem: Natural: o Morfina o Codeína o Papaverina Semi-sintético: o Heroina o Metadona o Zipeprol Sintético: o Meperidina ou Petidina o Profexeno o FentanilAnalgésicos OPIÓIDES
Classificação:
• Quanto ao mecanismo de Ação: Agonista Forte
Agonista Moderado Agonista Parcial
Antagonista
Classificação:
• Quanto ao mecanismo de Ação: Agonista Forte: o Morfina o Heroina o Meperidina o Metadona o Fentanil o Sufentanil Agonista Moderado: o Codeína
Analgésicos OPIÓIDES
Classificação:
• Quanto ao mecanismo de Ação: Agonista Parcial o Nalorfina o Levalorfan Antagonista: o Naloxona o Nalorfina: o Naltrexona
Analgésicos OPIÓIDES
Classificação:
• Morfina: Ações:
o Analgesia: alívio da dor, alterando a percepção cerebral. o Euforia: contentamento e bem-estar.
o Respiração: leva à depressão respiratória, podendo causar parada respiratória.
o Depressão do reflexo da tosse: propriedades antitussígenas o Constrição pupilar (miose): importante para o diagnóstico de intoxicação por heroína/morfina.
o Emese: estímulo do náuseas e vômito.
o TGI: alivia diarreia pois diminui a motilidade da musculatura. o Liberação de histamina: urticária, sudorese e vasodilatação.
Classificação:
• Morfina:
Uso Terapêutico:
o Analgesia: alívio da dor intensa. Induzindo ao sono o Alivio da Tosse
o Tratamento da diarreia
Via de Administração:
o IM, SC ou EV
Classificação:
• Morfina:
Reações Adversas:
o Depressão respiratória severa o Náusea e Vômitos
o Retenção urinária aguda
o Broncoconstrição: diminuição das trocas gasosas o Hipotensão arterial
o Urticárias e prurido o Constipação
Tolerância:
A estimulação contínua de um receptor por um
agonista resulta em um estado de Dessensibilização, também conhecido como Refratariedade.
Dependência Física e Síndrome de Abstinência Severa
Classificação:
• Meperidina:
Uso Terapêutico:
o Analgesia de qualquer dor severa e aguda o Não tem efeito na tosse e nem na diarreia o Administração: VO ou IM
• Metadona:
Uso Terapêutico:
o Potência semelhante a Morfina
o É utilizado no controle de retirada da Morfina e Heroina em viciados o Administração: VO
Classificação:
• Fentanil:
Uso Terapêutico:
o Analgesia é de 80 vezes maior que a Morfina
o Utilizado na anestesia: efeito rápido e curta duração o Administração: EV
• Codeína:
Uso Terapêutico:
o Analgésico menos potente que a Morfina
o Alta atividade antitussígena em doses que não causam analgesia o Menos potencial de vícios
o Menos euforia
o Raramente causa dependência o Administração: VO
Classificação:
• Naloxona:
Uso Terapêutico:
o Está indicado para reverter os efeitos das drogas opióides
o Reverte quadro clínico de estado de coma e depressão respiratória o Em indivíduos normais não apresenta qualquer efeito importante o Administração: EV, reverte o quadro tóxico em 30 segundos após
• Inibidores da Encefalinase – Tiorfan – Inibem a degradação dos opióides endógenos ao nível do TGI.
• Somatostatina, calcitonina – Via Intratecal. • Antagonistas da Substância P.