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Profa. Msc. Larissa Castro

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Profa. Msc. Larissa Castro

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Controle de Constitucionalidade

ž consiste no conjunto de instrumentos criados com o objetivo de assegurar a supremacia da constituição, princípio este que tem por decorrência o da

compatibilidade vertical das normas do ordenamento jurídico, segundo o qual uma norma inferior só é válida se produzida de acordo com a norma superior que é o seu fundamento de validade.

.

Fundamentos do Controle de Constitucionalidade ž 

Supremacia, rigidez e força vinculante da

Constituição.

ž A constituição pode ser analisada sobre o prisma material e formal.

ž Supremacia material: decorre do fato da

constituição consagrar os fundamentos no estado de direito, atributo este que toda a constituição tem. ž Supremacia formal: decorrente da sua rigidez, se

expressa na sua superioridade em relação às demais normas produzidas no interior do ordenamento jurídico, exigindo uma fiscalização por parte de determinados órgãos, e a existência de mecanismos aptos a invalidar os atos infraconstitucionais que não se conformarem com a lei maior.

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.

SUPREMACIA CONSTITUCIONAL ž O princípio da supremacia constitucional é a

sustentação do Direito Público do Estado Moderno. ž As normas constitucionais põem-se acima das

demais normas jurídicas – hierarquia – convalidando em sua superioridade sobre as demais

ž Força Normativa da Constituição – Konrad Hesse. ž As normas constitucionais não são somente

produtoras de direitos, mas, sim, a expressão vitoriosa do Direito, fruto das conquistas históricas, sociais, políticas, econômicas, geográficas,

axiológicas;

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Bloco de Constitucionalidade: Parâmetro, norma de referência ou paradigma de controle ž Esta expressão surgiu no direito francês - Louis

Favoreu - normas com status constitucional.

ž não é apenas a CF/francesa de 1958 que é aplicada no controle, existem outras normas, a exemplo do preâmbulo da Constituição de 1946 e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

ž Foi introduzida no Brasil pelo Min. Celso de Melo: Ver ADI 595-ES.

.

Parâmetro, norma de referência ou paradigma de controle ž  Normas formalmente constitucionais: normas que se

encontram no bojo da constituição ou tenham hierarquia constitucional;

ž  Não é a mesma coisa que objeto (lei que é questionada em

face da constituição).

ž  Parâmetros: (Bloco de Constitucionalidade no Brasil) — art. 1º ao 250: todos são formalmente constitucionais e

servem de parâmetro;

— ADCT: também serve de parâmetro;

— EC: artigos constantes em EC que não foram incorporados ao texto da CF também servem de parâmetro

— após a EC 45 os Tratados Int. de Direitos Humanos incorporados pelo rito de EC também servem. ž  Preâmbulo: não serve como parâmetro;

ž  Para servir de parâmetro as normas podem ser expressas ou

implícitas;

.

ž TRATADOS INTERNACIONAIS

ž Após ingressarem no ordenamento jurídico brasileiro os tratados internacionais podem ter hierarquia de: ž Norma constitucional – TIDH aprovados conforme o

§3º, do art. 5º (EC 45/04)

ž Norma supralegal - TIDH (STF - RE 466343) ž Lei ordinária – Tratados comerciais, tributários, etc.

ž Os tratados internacionais podem ser objeto de controle concentrado?

ž Os tratados internacionais podem ser paradigma normativo de controle concentrado?

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ž Histórico:

ž Sieyès – Jury Constitutionnaire, rejeitado pela Constituinte de 1795

ž Marshal - Marbury v. Madison -1803

ž Jellinek - "Um tribunal constitucional para a Áustria", 1885

ž Hans Kelsen - anteprojeto da constituição austríaca de 1920

ž Constituição da Tchecoslováquia – 1920

ž  Fundamentação do controle jurisdicional - Marshall:

ž  Premissa 1: O dever do Judiciário é aplicar a lei.

ž  Premissa 2: Se há duas leis contraditórias, a aplicação de uma

delas exclui a aplicação da outra.

ž  Premissa 3: A constituição é a lei suprema e define quais

outras normas são juridicamente válidas.

ž  Premissa 4: A supremacia da constituição implica que, nos

casos de conflito entre a constituição e uma lei ordinária, esta última deixa de ser válida.

ž  Premissa 5: Se a premissa 4 não fosse verdadeira, o

legislador ordinário poderia modificar a constituição por meio de lei ordinária, o que significaria que a constituição deixaria de servir como limitadora da ação do legislador ordinário. ž  Premissa 6: O legislador ordinário é limitado pela constituição.

ž  Prem 7: Se uma norma não é válida, não tem força vinculante.

ž  Conclusão: se uma lei ordinária é contrária à constituição, ela

não vincula o Poder Judiciário.

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ž Sistema francês

ž o controle francês não é um controle judicial de constitucionalidade, é político;

ž o Conselho Constitucional é quase uma terceira casa legislativa;

ž os membros do Conselho Constitucional são políticos, indicados diretamente pelo presidente da República, pelo presidente da Assembléia Nacional e pelo presidente do Senado;

ž é uma tentativa de conciliação entre a tradição francesa de soberania parlamentar e uma eventual necessidade de controle;

ž decide como órgão político, sem que haja grandes motivações, e tem em geral no máximo um mês para decidir.

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Evolução do Controle de Constitucionalidade no Brasil

ž 

1824 - controle exercido, pelo menos em

tese, pela Assembléia Geral do Império

(Legislativo). Poder Moderador. Teve como

parâmetro o constitucionalismo inglês e a

constituição francesa

ž 

1891 – o controle surge com proclamação da

República, inspirado claramente no modelo

norte-americano.

— Difuso e posterior

— juízes ordinários e STF hesitavam em exercer a sua competência de controle - afronta à separação de poderes.

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.

Evolução do Controle de Constitucionalidade no Brasil

ž 

1934: Teve como fundamento a Constituição de

Weimar.

— primeira forma de ação direta de inconstitucionalidade: Representação Interventiva

— declaração de inconstitucionalidade por maioria absoluta dos membros dos tribunais. Resolução do Senado suspendia a execução da norma.

ž 1937: Inspirado na constituição polonesa de 1934.

— Se o STF reconhecesse a inconstitucionalidade da lei, o CN por 2/3 dos votos poderia dispor ao contrário, e este estando fechado, tal competência caberia ao Presidente da República – retrocesso.

ž 

1946: Volta à democracia;

— Trouxe as mesmas previsões do sistema difuso,

adotados pela CF/34;

.

ž 

1965 (EC 16 à Constituição de 46):

representação de inconstitucionalidade, em

abstrato, de uma lei.

— Competência: PGR

— inconstitucionalidade de lei ou ato municipal

ž 

1967: sem grandes inovações.

ž 

1988: ampliação do controle de

constitucionalidade abstrato concentrado no

STF

— Criação da ADI, ADO, ADPF, MI, HD

— ampliação dos legitimados

— 1993: ADC

— 1999: leis 9.868 e 9.882

— 2004: SV e repercussão geral

.

Formas de Inconstitucionalidade

Quanto a conduta do poder público

ž Inconstitucionalidade por ação: há um fazer incompatível com a constituição. O legislador cria uma lei inconstitucional, quando deveria ser constitucional. Podem ser propostas a ADC, ADI e ADPF no controle concentrado.

ž Inconstitucionalidade por omissão: o poder público não pratica a conduta exigida pela constituição, ou toma uma medida insuficiente para assegurar a efetividade da norma constitucional. Ocorre em face de normas de eficácia limitada. A omissão pode ser total ou parcial (esta última deve se atentar à proibição de insuficiência).

— ADO (controle abstrato) e MI (controle concreto).

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Quanto à norma constitucional ofendida ž Preocupação com o parâmetro/aspecto ofendido. ž Formal/nomodinâmica: viola o procedimento, forma

de elaboração da norma. Não atinge normas anteriores a CF/88. Subdivide-se em:

— Formal subjetiva: sujeito não é competente para

praticar o ato.

— Ex.: art. 61, §1º, CF/88 - um deputado federal toma a

iniciativa.

— Súmula nº 5 do STF - superada. Hoje, prevalece que

o vício de iniciativa é insanável, não adiantando o Presidente de República sancionar a lei. - ADI 3267

(5)

ž 

Formal objetiva ou Propriamente dita: está

ligada ao procedimento legislativo em si.

Ex: desrespeito ao quorum.

ž 

Formal Orgânica: ocorre no caso de violação de

norma que estabelece competência de um ente

para legislar sobre determinado tema, mas essa

competência é usurpada por outro ente. Ex:

Estado edita norma de D. Penal.

ž 

Por violação de norma que estabelece

pressupostos objetivos

— Ex: art. 62,CF: Em caso de relevância e urgência, o

Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

ž II. Material/nomoestática: violação do conteúdo da CF, princípios e regras. Sempre que uma

determinada lei viola um direito fundamental essa inconstitucionalidade é material. Pelos princípios da unidade do ordenamento jurídico e supremacia da constituição, a legislação infraconstitucional deve guardar coerência com o texto da lei maior

ž OBS: A INCONSTITUCIONALIDADE PODERÁ SER CHAPADA (tresloucada ou desvairada) OU SEJA, FORMAL E MATERIAL AO MESMO TEMPO.

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ž III. Por ofensa ao decoro parlamentar – Violação dos

Princípios da representatividade e Republicano. Se o Presidente da República compra alguns parlamentares pagando determinado valor para que votem dessa ou daquela forma, a aprovação dessa lei será

inconstitucional.

ž IV. Vertical: ocorre quando a constituição federal é

analisada de cima para baixo, ou seja, o objeto de

controle é hierarquicamente inferior ao parâmetro;

ž V. Horizontal: o objeto de controle é hierarquicamente

igual ao parâmetro, como por exemplo, uma EC ou art. 5º, par. 3º

ž OBS: A NORMA CONSTITUCIONAL ORIGINÁRIA NÃO

PODE SER INCONSTITUCIONAL, POIS NÃO

ACEITAMOS A NORMA CONSTITUCIONAL

INCONSTITUCIONAL. NO ENTANTO, A EC, QUE NÃO É OBRA DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO PODE SER OBJETO DE CONTROLE CONCENTRADO.

.

ž 

Quanto à extensão da constitucionalidade

ž 

Com redução de texto: neste caso, o STF

atua como legislador negativo, declarando a

inconstitucionalidade;

— Total: toda a lei ou todo o ato são incompatíveis

com a constituição. Em regra, a

inconstitucionalidade total advém de uma inconstitucionalidade formal.

— Parcial: é quando eu tenho apenas uma parte da

lei, ou uma parte do ato declarado

inconstitucional. Normalmente, decorre de uma inconstitucionalidade de conteúdo, material.

(6)

.

ž A declaração de inconstitucionalidade parcial pode

apenas incidir sobre uma palavra ou expressão. Ex.:

CESP e CEMG: o TJ tem competência para julgar lei ou ato normativo estadual e municipal em face da CE e da CRF. STF: a expressão “e da Constituição da

República” é inconstitucional. Ou seja, pode incidir sobre uma palavra. Todavia, a inconstitucionalidade

de uma palavra não pode alterar o sentido da frase, ou seja, a palavra deve ser autônoma em relação ao restante da frase

.

ž Não confundir com veto parcial: Art. 66. A Casa na qual

tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o

sancionará. § 2º - O veto parcial somente

abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de

inciso ou de alínea.

.

Quanto à extensão da constitucionalidade ž Sem redução de texto: é a hipótese de

interpretação conforme, onde o STF dá um

entendimento acerca de determinada norma, sem que haja retirada de validade jurídica da norma. Neste caso, a norma é inconstitucional se for interpretada da maneira que não atende aos

preceitos constitucionais. Declara-se inconstitucional determinada interpretação (interpretação conforme). O STF admite a interpretação conforme no controle difuso e no controle abstrato. Não pode, todavia, as técnicas de declaração sem redução ou com redução de texto criar terceira norma.

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Quanto ao momento em que ocorre a violação da Constituição

ž Originária: o marco temporal é 05/10/88. Se a lei for feita após essa data, e o seu texto é incompatível com a constituição, ela é originária.

ž Superveniente: o ato nasce constitucional, mas em razão da mudança de parâmetro, ele passa a ser incompatível com a constituição – gerando a revogação do ato normativo.

ž As leis anteriores à CF não podem ser objeto de controle concentrado através de ADI/ADC, somente ADPF. Se a lei é anterior à CF/88, ela é recepcionada ou não recepcionada.

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Constituição e direito intertemporal

ž Recepção: a lei compatível com a nova ordem

constitucional continua em vigor. A recepção pode se dar com a mesma roupagem ououtra, ou com outra roupagem ou natureza. Exemplo: CP: parte especial do código penal é um decreto lei, e foi recepcionada com lei ordinária;

ž Desconstitucionalização: significa que uma norma

constitucional, sob a ótica da nova constituição, passa a ser norma infra-constitucional, se a nova ordem constitucional assim dispuser;

ž Repristinação: é o instituto jurídico pelo qual a norma

revogadora de uma lei, quando revogada, traz de volta a vigência daquela que revogada originariamente,

expressamente. (Não confundir com o efeito repristinatório do controle abstrato)

ž LINDB: Art. 2º, 3º Salvo disposição em contrário, a lei

revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

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FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

ž 1. Quanto à natureza do órgão

ž a) controle jurisdicional: é aquele feito por um órgão do Poder Judiciário.

ž b) controle político: é o controle feito por um órgão que não tem natureza jurisdicional - Executivo e Legislativo.

ž 2. Quanto ao momento em que o controle é exercido ž a) Controle preventivo: feito durante o processo de

elaboração do ato normativo. É forma de prevenir que ocorra a lesão à CF. O principal órgão encarregado desse controle é o Poder Legislativo.

ž Legislativo: o principal órgão encarregado de exercer o

controle é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O plenário do Legislativo também exerce o controle (a CCJ pode considerar constitucional e o plenário não)

ž Art. 58, § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

ž I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

.

ž Executivo: exerce o controle preventivo por meio do veto jurídico (analisa se o projeto de lei é

juridicamente compatível com a CF ou não – art. 66,§1º,CF).

ž § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto (ainda não é lei, só vira lei após a sansão), no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

.

ž Poder Judiciário: exercerá o controle de

constitucionalidade preventivo em única hipótese: MS impetrado por parlamentar por inobservância do devido processo legislativo constitucional.

ž O STF entende que somente o parlamentar da casa na

qual o projeto esteja em tramitação pode impetrar o MS, o Presidente da República não pode.

ž Tem como finalidade principal proteger o direito subjetivo

a observância do devido processo legislativo constitucional do parlamentar e não assegurar a

supremacia da CF. Ele é controle incidental ou concreto. Ex: violação do art. 60, §4º, CF.

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.

ž  b) Controle repressivo: feito após a lesão da

Constituição (após a conclusão definitiva do processo legislativo - promulgação e publicação, não cabe no vacatio legis). O principal órgão encarregado desse controle é o Poder Judiciário - sistema jurisdicional. ž Judiciário: pode exercer esse controle de forma

difusa ou concentrada.

ž Legislativo: pode exercer o controle repressivo em três situações:

ž a) art. 49, V: art. 68, par. 3 e art. 84, IV ž b) art. 62

ž c) Súmula n. 347\STF

.

ž Art. 49, V, da CF: hipótese de lei delegada (art. 68 da CF)

e de decreto e regulamentos (art. 84, IV). Caso o

Presidente exorbite os termos da delegação, o Congresso Nacional editará um decreto legislativo sustando a parte da lei delegada que exorbitara os limites da delegação. Em relação ao decreto regulamentar a hipótese é

semelhante. Ou seja, o Congresso Nacional poderá editar um decreto legislativo sustando a parte do regulamento do executivo que tenha exorbitado os limites legais.

ž Art. 62 da CF: Medidas provisórias - o Congresso

Nacional poderá analisar os pressupostos constitucionais objetivos (relevância e urgência) (i), se as matérias tratadas não são vedadas pela CF (art. 62, §1º) (ii) e sobre as limitações formais (uma MP rejeitada em uma sessão legislativa não pode ser reeditada na mesma sessão legislativa) (iii).

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ž O controle é repressivo porque a medida provisória produz efeitos desde a sua edição, não precisa ser convertida em lei.

ž Pressupostos constitucionais de relevância e urgência: o STF, em princípio, não faz a análise destes pressupostos constitucionais. No entanto, quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva, o poder judiciário poderá fazer a análise. ž Proposta uma ADI, cujo objeto seja uma MP, se antes

do julgamento, entretanto, a MP é convertida em lei basta o aditamento da petição inicial.

ž Súmula nº 347/STF. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público (em discussão no RE 441.280).

.

ž Poder Executivo: o chefe do Executivo pode negar

cumprimento a uma lei que entenda ser inconstitucional. Sendo o ato motivado (razões pelas quais entende que a lei é incompatível com a com a Constituição) e público (por meio de decreto executivo) não há se falar em crime de responsabilidade.

ž Parte da doutrina entende que após a CF\88, que passou

a consagrar a legitimidade ativa do Presidente e dos Governadores para propor ADI, não se justifica mais a negativa de cumprimento.

ž STF (ADI 221 MC\DF) quanto o STJ (Resp no

23.121\GO) possuem decisões, pós CF/88, no sentido de que o Executivo pode deixar de aplicar a lei que entende inconstitucional.

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ž Posicionamentos:

ž 1º: parte da doutrina diz que após a CF\88, não pode. ž 2º: STF e STJ que diz que mesmo após a CF\88,

pode negar cumprimento se entender que a Lei é inconstitucional. STF (ADI 221 MC\DF), STJ (Resp 23.121\GO)

ž 3º: após a CF\88 o Chefe do Executivo pode negar cumprimento, mas por uma questão de coerência deve simultaneamente ajuizar uma ADI - Min. Gilmar Mendes

ž No caso de Prefeito, que não tem legitimidade para propor ADI, basta que ele negue cumprimento.

Quanto à finalidade principal do controle

ž a) Controle concreto (incidental ou por via de

exceção ou por via de defesa): é aquele que surge a partir de um caso concreto e que tem como

principal finalidade a proteção de direitos subjetivos. ž A supremacia da CF fica em 2º plano. É um processo

constitucional subjetivo: a inconstitucionalidade não é o objeto do pedido, mas apenas a causa de pedir. O pedido feito pela parte é a proteção de determinado direito.

ž No dispositivo, o juiz irá julgar o pedido procedente ou improcedente. Na fundamentação da decisão é que a inconstitucionalidade será apreciada como questão incidental, e por isso pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.

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ž 2) Controle abstrato (por via de ação ou direta ou

principal ): a principal finalidade é a proteção da ordem constitucional objetiva. É assegurar a

supremacia da CF. A pretensão é deduzida em juízo por meio de um processo constitucional objetivo. O pedido é a própria declaração de

inconstitucionalidade. Logo, no dispositivo da decisão é que a lei será declarada constitucional ou

inconstitucional. Julgando procedente a ADI, o STF declarará a inconstitucionalidade da lei. No controle abstrato, como a finalidade principal do pedido é o controle de constitucionalidade, este não poderá ser feito de ofício.

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Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade ž Efeitos objetivos/subjetivos:

ž Controle concreto: inter partes. A

inconstitucionalidade é apreciada na fundamentação e não no dispositivo, ou seja, é uma questão

incidental, pois o dispositivo julga a ação procedente ou não.

ž Controle abstrato: Erga omnes: particulares e poder público. Inconstitucionalidade é declarada no

dispositivo da decisão.

ž Vinculante: vincula o Poder Judiciário, a

Administração Pública de todos os entes políticos, exceto no que se refere à iniciativa de lei, pois legislador e o plenário do Supremo não ficam vinculados pela decisão - para evitar o fenômeno da

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.

ž Diferenças entre efeitos erga omnes e vinculante: ž Erga omnes: Refere-se ao dispositivo da decisão.

Apenas a norma analisada é atingida pela decisão.

ž Vinculante: Refere-se não apenas ao dispositivo, mas

também à “ratio decidendi” (motivos que determinaram a decisão) - Efeitos transcendentes dos motivos

determinantes da decisão, ou seja, a extensão dos efeitos vinculantes da decisão. Não se confundem com questões chamadas “obter dictum” (questões apenas de passagem, não são questões determinantes, mas sim secundárias), que não são vinculantes.

ž Teoria extensiva: entende que o efeito vinculante alcança

a fundamentação, havendo decisões do STF neste sentido.

ž Atinge, não só a lei questionada, como as chamadas

normas paralelas (normas de outros estados da

federação que tem o mesmo conteúdo daquela declarada inconstitucional, impedindo-se de aplicá-las).

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ž Efeito temporal

ž Em regra, a norma será inconstitucional desde a data de sua criação, a declaração tem efeitos ex tunc – Teoria da Nulidade.

ž Modulação temporal dos efeitos: “ex nunc” ou “pro futuro”. Essa modulação ocorrerá, tanto no controle difuso ou concentrado, quando houver motivos, conforme art. 27 da Lei nº 9868/99:

— Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

ž Pro futuro: RE 197917-SP

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ž É possível, em sede de embargos de declaração a modulação de efeitos temporais em ADI, conforme Inf. 543 do STF.

ž Inconstitucionalidade progressiva (ou norma ainda constitucional) é uma situação intermediária entre a constitucionalidade plena e a

inconstitucionalidade absoluta; em razão das questões fáticas a norma ainda é constitucional; v.g. art. 134 da CF; nesses casos o Poder Judiciário faz um “apelo ao legislador” para corrigir uma situação antes que ela se torne inconstitucional;

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Tendência de abstrativização do controle concreto Reforça o caráter de Corte Constitucional do STF. Suas decisões devem servir a todos (verticalização). A idéia principal é a extensão dos efeitos do controle abstrato ao controle concreto: as decisões do STF, no controle concreto, possuam os mesmos efeitos das decisões no controle abstrato - RE no 197.917 (onde se decidiu sobre o número exato de vereadores por Município); HC 82.959 e RCL 4.335 (vedação da progressão do regime nos crimes hediondos); MIs 670, 708 e 712. O efeito reconhecido nestes casos foi foi erga omnes.

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ž Súmula vinculante (art. 103-A da CF)

ž Repercussão geral para admissão de RE (Lei no

11.417/06 e Lei no 11.418/06.): a questão deve ter interesse geral, isto é, repercussão econômica, social,

política ou jurídica.

ž Incidente de Resolução de demandas Repetitivas

(IRDR) - Art. 976 do CPC

ž Precedentes vinculantes - Art. 927do CPC ž Argumentos contrários à tendência de

abstrativização: Os tribunais inferiores e os juízes de 1º

grau são órgãos mais apropriados para proteção de direitos subjetivos porque, estão mais próximos dos casos concretos. E os tribunais superiores têm uma tendência maior de se acomodar com as políticas governamentais. Ou seja, preocupam-se mais com questões político-governamentais e menos com os casos concretos.

ž Argumentos favoráveis: Sendo o STF o guardião da

Constituição, cabe a ele a última palavra sobre como esta deve ser interpretada. Interpretações divergentes

enfraquecem o princípio da força normativa da CF.

ž Segundo Gilmar Mendes, esse sistema atual viola o

princípio da igualdade. Diz que o controle difuso é o adotado nos países que adotam o sistema ‘common law’ e o controle concentrado é adotado no países que adotam o sistema ‘civil Law’.

ž O stare decisis é uma teoria segundo a qual deve ser

dado o devido peso ao precedente judicial. Por meio dele, os tribunais inferiores devem seguir as posições dos tribunais superiores (Common Law). A este efeito vinculante dá-se o nome de binding effect. Como as decisões no sistema ‘common law’, embora difusas, são extensivas a todos, com base no instituto stare decisis, no Brasil, a omissão do Senado em suspender a execução das leis declaradas inconstitucionais, no sistema difuso, violaria o princípio da igualdade.

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ž  Classificação quanto à competência do Poder Judiciário

ž a) Controle difuso ou aberto: pode ser feito por

qualquer órgão do judiciário, seja juiz de 1º grau, seja

tribunal, desde que dentro de sua competência.

ž  Surgiu nos EUA, em 1.803, no caso Marbury x Madison,

onde o juiz John Marshall teria exercido esse tipo de controle. Ficou conhecido como sistema norte-americano de controle.

ž b) Controle concentrado ou reservado: é aquele cuja

competência é reservada a apenas a determinado órgão do Poder Judiciário.

ž No Brasil, tendo como parâmetro a CF/88 somente o

STF pode exercê-lo (as ações são ADI, ADC, ADO e

ADPF). Tendo como parâmetro uma Constituição Estadual poderá ser exercido pelo respectivo Tribunal de

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CONTROLE DIFUSO

ž Aspectos gerais

ž Todo controle difuso no Brasil é também um controle

concreto ou incidental. Regra: controle difuso concreto e controle concentrado abstrato. Exceções: ADI interventiva e ADPF incidental (controle concentrado concreto).

ž Competência: qualquer órgão do Judiciário.

ž Legitimidade: qualquer pessoa que tenha o direito

subjetivo violado por um ato do Poder Público incompatível com a Constituição.

ž Parâmetro: qualquer norma formalmente constitucional,

mesmo revogada, porque durante o período que estava em vigor ela produziu efeitos, concedendo direitos subjetivos (tempus regit actum).

ž No controle difuso concreto o que deve ser levado em

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.

ž Finalidade: assegurar direitos subjetivos. ž Objeto: no controle difuso concreto não existe

qualquer restrição em relação a natureza do ato impugnado.

ž Ação Civil Pública

ž Tanto o STJ quanto o STF admitem a ACP como instrumento de controle difuso concreto da constitucionalidade: o argumento da

inconstitucionalidade compõe apenas a causa de pedir ou o fundamento do pedido, como uma questão incidental, a ACP não pode ser instrumento de controle abstrato da constitucionalidade. Se isso ocorrer caberá reclamação ao STF.

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ž Cláusula da Reserva de Plenário

ž Também conhecida como regra da “Full Bench”, aplica-se

tanto ao controle difuso quanto ao controle concentrado.

ž Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus

membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

ž P. da presunção de constitucionalidade das leis: para

declarar a constitucionalidade de ato normativo o próprio órgão fracionário poderá fazê-lo.

ž Sendo a norma anterior à CF/88, como no exemplo do

art. 68 do CPP, o caso será de não recepção. Logo, não se aplica a cláusula de reserva de plenário.

ž A inobservância da reserva de Plenário gera a nulidade

absoluta da decisão.

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ž Súmula Vinculante no 10: Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. ž Exceções previstas no parágrafo único do art. 481 do

CPC: Se a alegação (de inconstitucionalidade) for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.

ž Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

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Controle Concentrado

ž  ADI genérica (Ação Direta de Inconstitucionalidade)

ž  ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade)

ž  ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão)

ž  ADI interventiva

ž  ADPF (Argüição de descumprimento de preceito fundamental)

Pontos comuns (Exceto quando o controle é concentrado, porém concreto: ADI Interventiva e ADPF Incidental) ž  Conceito: É um controle feito em tese, não precisando de

caso concreto levado a juízo.

ž  Objetivo: Processo constitucional objetivo. A finalidade

principal é a ordem constitucional objetiva. Visa assegurar a supremacia da constituição por meio da retirada, do

ordenamento jurídico de lei ou ato normativo que a contrarie. Marcado pela generalidade, abstração e impessoalidade.

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ž  Competência: STF (federal) e TJ (estadual)

ž Partes: Não há autores ou réus, mas,

legitimados.Trata-se de processo objetivo, podendo legitimados.Trata-ser instaurado legitimados.Trata-sem a demonstração de um interesse jurídico específico.

ž A causa petendi não se adstringe aos fundamentos

constitucionais invocados pelo requerente, mas abarca todas as normas que integram a constituição. Contudo, se o pedido é no sentido de declaração de

inconstitucionalidade formal, e não havendo qualquer argumentação relativa a eventuais vícios materiais de constitucionalidade da norma, não é possível analisar a inconstitucionalidade material.

ž Não se sujeita a prazos prescricionais ou decadenciais;

ž Princípios como contraditório, ampla defesa, duplo grau

de jurisdição não se aplicam a essas ações.

ž A ADC nada mais é do que uma ADI com sinal trocado. É

o denominado caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, da Lei 9.868\99). ADC declarada improcedente equivale a uma ADI julgada procedente.

ž Não se admite assistência (RI do STF), desistência, nem

intervenção de terceiros. Alguns ministros entendem que a intervenção do amicus curiae é intervenção de terceiro, mas há divergência.

ž Não cabe desistência porque tais ações não têm partes.

Assim, não há interesse próprio defendido.

ž A decisão tem natureza híbrida (judicial e legislativa). O

tribunal constitucional atua também com natureza legislativa negativa.

ž A decisão de mérito é irrecorrível, salvo embargos de

declaração.

ž Não cabe ação rescisória.

.

ž O STF NÃO PODE DE OFÍCIO DECLARAR A

INCONSTITUCIONALIDADE. ADI 2182

ž OBS: NO CONTROLE DIFUSO, A DECLARAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE É INCIDENTAL, PODENDO O JUIZ OU TRIBUNAL DE OFÍCIO RECONHECER A INCONSTITUCIONALIDADE, MESMO NÃO SENDO PROVOCADOS.

ž Legitimidade ativa:Art. 103 da CF. O rol de legitimados

previsto pela CF é exaustivo.

ž Universais: não precisam demonstrar pertinência temática.

ž Especiais: precisam demonstrar pertinência temática

(demonstração do nexo de causalidade entre a norma impugnada e o interesse que ele representa. Ex. CFM).

ž Toda autoridade federal será legitimada ativa universal. Toda autoridade estadual será legitimada ativa especial.

.

ž O vice-presidente ou o vice-governador só possuirão

legitimidade se estiverem no exercício do cargo de Presidente ou de Governador.

(14)

.

ž A legitimidade do partido político deve ser analisada no

momento da propositura da ação, de modo que, a ação prosseguirá caso o partido político com um único representante no Congresso Nacional venha a perdê-lo. Antes de 2004 o STF não adotava esse entendimento.

ž A entidade deve ser representativa de uma determinada

categoria profissional, social ou econômica; para ser de âmbito nacional ela deve estar presente em pelo menos 1\3 dos Estados - 9 Estados - Lei 9.096\95, art. 7º). Exceção: quando a atividade desempenhada pelo legitimado possui relevância nacional

ž O STF admite entidade de classes formadas por pessoas

jurídicas. São as chamadas “associações de

associações”.

ž Segundo o STF, de todos os legitimados, os únicos que

não possuem capacidade postulatória (vão precisar de advogado) são os partidos políticos, as confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito nacional.

.

ž Objeto: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: ž I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de

inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

ž O ato deve ser, em regra, ato normativo primário, geral e

abstrato, federal ou estadual. O STF tem aceitado que o ato também seja específico ou concreto, importando, apenas, que a controvérsia seja suscitada em abstrato. Para que o ato seja objeto desta ação, o ato deve estar ligado diretamente à constituição federal/estadual:

ž  - EC, LO, LC, LD, MP, DL, RS, Tratados internacionais,

Regimento Interno dos Tribunais Superiores, atos do poder executivo com força normativa, decretos autônomos e decreto do Presidente da República que aprove tratado ou convenção internacional.

.

ž O STF não admite que sejam objetos de controle: ž I – atos tipicamente regulamentares (só serão objetos

de controle os ANP e não os ANS;

ž II – questão interna corporis do legislativo. ž III – normas constitucionais originárias.

ž IV – lei municipal em face da CF (exceto na ADPF); ž V – lei do DF com conteúdo municipal em face da

constituição federal (Súmula 642 – STF - NÃO CABE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI DO DISTRITO FEDERAL DERIVADA DA SUA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL). ž VI – Súmulas

ž OBS: SÚMULA VINCULANTE NÃO É OBJETO DE CONTROLE, POIS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DEU-LHE FORMA ESPECÍFICA À SUA REVISÃO.

.

ž Limitações

ž  - espacial: se refere ao espaço em que o ato foi editado. Só podem ser objeto de ADI genérica a Lei ou ato normativo federal, estadual, quando o parâmetro for a CF (exceto ADPF), ou lei estadual e municipal, quando o parâmetro for a CE.

ž - temporal: somente as normas que foram editadas a partir de 05/10/88 podem ser objeto de ADI genérica, considerando que o parâmetro vem da Constituição, podendo ser norma originária ou emenda à constituição.

(15)

Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI ou ADI

ž Objeto: Art. 102. I, : a) a ação direta de

inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Procedimento - Lei 9.868/99:

ž Inicial indicará o dispositivo de lei ou do ato normativo

impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido, bem como o pedido e suas especificações.

ž Se subscrita por advogado, deverá vir acompanhada de

instrumento de procuração (poderes específicos ADI 2187), apresentada em 2 vias, com cópias do ato normativo impugnado e documentos necessários para comprovar a impugnação.

ž O Relator poderá indeferir liminarmente a inicial inepta,

não fundamentada e a manifestamente improcedente – cabe AR em 5 dias.

ž Pedido de informações aos órgãos ou autoridades das

quais emanou o ato normativo impugnado - prazo de 30 dias.

ž Até o pedido de informações cabe aditamento da inicial.

ž Oitiva do AGU e do PGR - prazo de 15 dias.

ž “Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a

inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado” (art. 103, §3º da CF).

ž Intervenção do PGR, como custos constitutionis, quando

não for o requerente.

ž Vencidos os prazos, o Relator lança o relatório, com cópia

a todos os Ministros e pede dia para julgamento.

ž Perícia, informações e audiência pública (prazo de 30

dias): apuração de questões fáticas?

ž O Relator poderá, ainda, solicitar informações aos

Tribunais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.

.

Medida cautelar em ADI

- competência originária do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “p” da CF).

ž  Na inicial, destina-se um capítulo à medida cautelar com seus

fundamentos “fumus boni iuris” e “periculum in mora” ž  Concedida, após audiência do requerido, através de maioria

absoluta do Plenário, observado o quórum de instalação e gerará a suspensão da eficácia da lei ou ato normativo impugnado, tornando aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. ž  Audiência dos órgãos ou autoridades que emanaram a lei ou

ato normativo impugnado - prazo de 5 dias (art. 10 ). ž  Recesso: o Presidente do Supremo pode conceder a liminar

monocraticamente, mas depois será submetida ao Plenário. ž  PGR e AGU - podem ser ouvidos no prazo de 3 dias.

ž  Exceção: cautelar concedida “inaudita altera parte” em caso

de excepcional urgência (art. 10, §3º ).

ž  Eficácia da cautelar: erga omnes, “ex nunc”, salvo se o

Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. O indeferimento da cautelar não significa a confirmação da

.

ž 

Procedimento sumário em ADI

- havendo pedido de cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do AGU e do PGR, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo

diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.

ž Declaração de inconstitucionalidade: proferida pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (Pleno), desde que presente o quórum de instalação (8 ministros - art. 22 ) - declara o ato como nulo e comunica a autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. Não cabe recurso da decisão,

(16)

.

Efeitos da Decisão no controle abstrato

ž Erga omnes: particulares e poder público.

ž Vinculante: vincula o Poder Judiciário, a Administração

Pública de todos os entes políticos, exceto no que se refere à iniciativa de lei, pois legislador e Supremo não ficam vinculados pela decisão - para evitar o fenômeno da fossilização da Constituição.

ž Efeito temporal: em regra, ex tunc.

ž Modulação: tendo em vista razões de segurança

jurídica ou de excepcional interesse social, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

ž Não cabe recurso da decisão, exceto embargos de

declaração.

.

ž Procurador-Geral da República

ž Art. 103. § 1º - O Procurador-Geral da República deverá

ser previamente ouvido nas ações de

inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

ž O PGR atua em todas as ações de controle concentrado

abstrato: ADI, ADC, ADPF, ADO, como “custo

constitutionis”

ž O PGR, uma vez proposta a ação, dela não poderá

desistir. Nada impede, entretanto, que ofereça, posteriormente, parecer em sentido contrário.

ž Advogado-Geral da União

ž Art. 103. § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal

apreciar a inconstitucionalidade, em tese (controle abstrato), de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

.

ž Função de “defensor legis” - curador da

constitucionalidade (de atos federais e estaduais), função

especial, que não se confunde com a função geral por ele

desempenhada enquanto chefe da AGU (art. 131 da CF).

ž Embora a CF se valha da expressão “defenderá”,

segundo o STF, o AGU não é obrigado a defender o ato quando a tese jurídica discutida já tiver sido considerada inconstitucional pelo próprio STF e nos casos em que o interesse da união coincide com os do autor da ADI (novo posicionamento)

ž ADI 4.309: “Entendeu-se ser necessário fazer uma

interpretação sistemática, no sentido de que o § 3º do art. 103 da CF concede à AGU o direito de manifestação, haja vista que exigir dela defesa em favor do ato impugnado em casos como o presente, em que o interesse da União coincide com o interesse do autor, implicaria retirar-lhe sua função primordial que é a defender os interesses da União (CF, art. 131)” (Informativo, STF 562).

.

ž Na ADC não é obrigatória a citação do AGU – e o caráter dúplice?

ž O AGU não é citado, ainda, na ADPF, porque a própria autoridade responsável pela elaboração do ato é quem irá defendê-lo.

ž Na ADO o relator poderá solicitar a manifestação do AGU (art. 12-E, §2º)

ž Observe que em todas essas ações, o AGU poderá ser ‘intimado’ para manifestação, com o intuito de ser ouvido, mas não será ‘citado’ para defender o ato. ž Prazos são: 15 dias na ADI, ADO e na ADC; e 5 dias

(17)

ž Amicus curiae - “amigo da Corte”, alguém que

contribuirá para a decisão do Tribunal, pluralizando o debate constitucional, tornando-o mais democrático e conferindo maior legitimidade social à decisão do STF. Sociedade aberta de interpretes da Constituição (Peter Häberle)

ž Originário dos EUA, existe, no direito brasileiro, desde a

década de 70 (Lei no 6.385/76, art. 31 – CVM e Lei no

8.884/94 - CADE). O art. 482, §3º, do CPC, trata da participação do amicus curiae no controle difuso concreto.

ž Natureza do amicus curiae:

ž 1ª corrente (aparentemente majoritária no STF): espécie

de intervenção de terceiros;

ž 2ª corrente: espécie de assistência qualificada (Edgar

Silveira Bueno).

ž 3ª corrente: auxiliar do juízo - Diddier e Gilmar Mendes,

que diz não ser hipótese de intervenção de terceiros.

ž Na ADI, a previsão está na Lei no 9.868/99, Art. 7o Não se

admitirá intervenção de terceiros no processo de ADI.

ž § 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a

representatividade dos postulantes, poderá, por

despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos

ou entidades.

ž Pode ser convidado ou peticionar a participação. Caberá

ao Relator analisar a presença de dois requisitos:

ž 1) Requisito objetivo: é a relevância da matéria; ž 2) Requisito subjetivo: representatividade dos

postulantes.

ž Alguns relatores exigem também a demonstração de

pertinência temática e não admitem a participação de

pessoas físicas, apenas de órgãos ou entidades (J. Barbosa).

ž O STF atualmente tem admitido sustentação oral do

amicus curiae.

.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADECON OU ADC)

ž Introdução: Fruto do poder de reforma (EC 3/93),

mesmo antes da regulamentação da ADC pela lei 9868/99, tal mecanismo pôde ser utilizado, pois o Supremo o entendeu como de eficácia plena.

ž Transforma a presunção relativa de constitucionalidade

em presunção absoluta.

ž A ADC nada mais é do que uma ADI com sinal trocado.

É o denominado caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, da Lei 9.868\99). ADC declarada improcedente equivale a uma ADI julgada procedente.

ž Pressuposto: a existência de controvérsia judicial

relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

.

ž Legitimados: De 1994 a 2004, havia apenas 4 legitimados (presidente, mesa da CD, do SF e PGR). Com a EC 45 igualou à ADI.

ž Competência: STF (art. 102, I, “a” da CF). ž Objeto: lei ou ato normativo federal.

ž Procedimento: é basicamente o mesmo da ADI genérica, todavia, o AGU não será citado. ž Efeitos: “erga omnes”, “ex tunc” e vinculante. ž Medida cautelar na ADC: O STF, por maioria

absoluta, poderá deferir pedido de medida cautelar, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objetivo da ação até seu julgamento definitivo – 180 dias.

(18)

.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO)

ž Introdução: a Constituição é uma norma jurídica super

imperativa, e sua não regulamentação leva ao que se denomina de Síndrome da Inefetividade das Normas Constitucionais.

ž Foram criados dois instrumentos para evitar sua

inefetividade, o Mandado de Injunção e a ADO, que visam suprir omissões inconstitucionais, concedendo plena eficácia às normas constitucionais não auto-aplicáveis (eficácia limitada), declarando a inconstitucionalidade da omissão do poder público quando este não toma as providências necessárias para torná-las efetivas.

ž Competência: STF ž Legitimação: idem ADI

.

ž Objeto do controle: Omissão do poder público, seja do

legislador, quando não legisla regulamentando normas constitucionais, ou do administrador, que não toma as providências cabíveis à regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada ou concretização de direitos (prazo de trinta dias, no caso de a omissão ser de órgão público administrativo).

ž Parâmetro: normas constitucionais de eficácia limitada. ž Procedimento: basicamente o mesmo da ADI, todavia o

Advogado-Geral da União não será citado, visto que não há ato ser defendido.

ž Medida cautelar: poderá consistir na suspensão da

aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de

processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.

.

ž Efeitos da Decisão de mérito:

ž Art. 103, §2º - visa dar ciência ao órgão ou poder competente acerca da omissão existente

determinando que se tomem as providências cabíveis. O STF não atua como legislador.

ž Em se tratando de órgão administrativo o prazo para suprir a omissão é de 30 dias. O STF não pode fixar prazo para que o legislador supra a omissão (ADI 3682 – 18 meses: prazo razoável).

ž Seus efeitos são erga omnes e ex tunc, em caráter mandamental.

ž Suspensão de aplicação da norma eivada de omissão parcial, quando não piorar a situação – salário

mínimo.

.

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADPF

ž Introdução: fruto do poder constituinte originário, a ADPF não foi utilizada até sua regulamentação pela Lei 9.882\99. Visa cessar efeitos de ato normativo, material ou decisões judiciais que violem preceitos fundamentais.

ž Art. 102, § 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

(19)

ž Pressupostos: A ADPF tem caráter subsidiário - só é cabível a ADPF quando não existir outro meio igualmente eficaz para sanar a lesividade (c/ mesma efetividade, amplitude e imediaticidade da ADPF, tais como ADI, ADC, pedido de revisão ou cancelamento da súmula (portanto não cabe ADPF para SV). ž É POSSÍVEL A CONVERSÃO DE ADPF EM ADI. ž Lei 9.882\99, art. 4º, §1º Não será admitida argüição

de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a

lesividade.

ž Competência: STF (art. 102, I, “a” da CF).

ž Legitimados: Lei 9.882, Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de preceito fundamental:

ž I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;

ž II - qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder Público. (vetado)

ž § 1o Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante representação, solicitar a propositura de argüição de descumprimento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os fundamentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo.

ž Objeto: qualquer ato do Poder Público (estadual, federal ou

municipal). Lei 9.882\99, art. 1º.

ž a) atos não normativos (decisões judiciais, veto);

ž b) leis ou atos normativos anteriores à CF;

ž c) leis e atos municipais.

ž Limitação Temporal: não há.

.

ž Causa petendi vinculante: a inicial deve indicar o

preceito fundamental violado.

ž Espécies: A noção de descumprimento de preceito fundamental é mais ampla do que a mera declaração de inconstitucionalidade. Pode se dar de duas formas:

ž a) ADPF Autônoma: tem por objeto a prevenção ou reparação de lesão resultante de ato do poder público (normativo ou não);

— instrumento de controle concentrado abstrato

— Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a

.

ž b) ADPF Incidental: pressupõe controvérsia

constitucional relevante sobre lei ou outro ato federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à CF, sendo um incidente processual.

— O art. 1º, § único, dispõe que só cabe essa ADPF

(objeto da ADPF) quando houver “controvérsia

constitucional”, que diz respeito a controvérsia relevante no âmbito do poder judiciário. Seu objeto são os atos do poder público, lei e ato normativo federal estadual ou municipal, anterior ou posterior.

— Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:

— I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

(20)

.

ž Parâmetro: Preceito fundamental é princípio ou regra que confere identidade e é imprescindível ao regime adotado pela constituição – normas

materialmente constitucionais. Cabe ao STF, enquanto guardião da constituição, definir quais são tais preceitos.

ž De acordo com o STF são preceitos fundamentais: ž  - princípios fundamentais;

ž  - forma federativa, voto direto, secreto, universal e periódico;

ž  - separação dos poderes; ž  - direitos e garantias individuais;

.

ž  Princípios do estado democrático: 1) cidadania;

2) soberania;

3) dignidade da pessoa humana; 4) valores sociais do trabalho; 5) livre iniciativa;

6) pluralismo político;

7) direitos fundamentais individuais e coletivos; 8) direitos sociais;

9) direitos políticos;

10) prevalência das normas relativas à organização político administrativa (organização do Estado e dos Poderes)

.

ž Procedimento:

ž - Proposição da inicial da ADPF por um dos legitimados. A

inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentada em 2 vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos, necessários para comprovar a impugnação.

ž Requisitos da inicial: Art. 3o A petição inicial deverá conter:

— I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;

— II - a indicação do ato questionado;

— III - a prova da violação do preceito fundamental; — IV - o pedido, com suas especificações;

— V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado. (ADPF

Incidental)

.

ž - A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator,

quando não for o caso de ADPF, faltar algum dos requisitos prescritos na lei ou for inepta – cabe AR, no prazo de 5 dias. ž - Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as

informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de 10 dias.

ž - Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes

nos processo que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria. ž - O PGR, nas argüições que não houver formulado, terá

vista do processo, por 5 dias, após o prazo para informações.

ž Decorrido o prazo das informações, o relator lançará

relatório, com cópia aos ministros e pedirá dia para julgamento.

(21)

ž MEDIDA CAUTELAR EM ADPF

ž É cabível a medida liminar, devendo o deferimento da

maioria absoluta do STF, salvo quando houver extrema urgência, perigo de lesão grave ou recesso, hipóteses em que poderá ser concedida pelo relator “ad referendum” do Tribunal Pleno (art. 5º, §1º, Lei nº 9.882/99). O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o AGU, ou o PGR, no prazo comum de 5 dias.

ž Efeitos: ex nunc e erga omnes.

ž Art. 5o, § 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.

ž Amicus curiae: admitido pela jurisprudência do STF.

ž Efeitos da decisão de mérito:

ž Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou

órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação de preceito fundamental.

ž A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em

que o presidente do STF determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

ž Efeitos: erga omnes e vinculante aos demais órgãos do

poder público, bem como efeitos retroativos.

ž Modulação: razões de segurança jurídica ou de

excepcional interesse social, por maioria qualificada de 2/3, restrição dos efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado..

.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

NO ÂMBITO ESTADUAL

ž Fundamento: Federação – organização e auto-legislação.

ž Princípio da simetria - autonomia limitada por normas de reprodução obrigatória.

Quanto ao momento em que o controle é exercido 1 - Preventivo

- Legislativo: CCJ da assembléia legislativa e plenário; - Executivo: veto jurídico dos governadores;

- Judiciário: o TJ pode conhecer MS impetrado por parlamentar estadual discutindo violação ao devido processo legislativo.

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2 – Repressivo Jurisdicional: reconhece a incompatibilidade da lei em relação à Constituição Estadual e expurga a pseudo-lei do ordenamento jurídico. Controle jurisdicional misto: difuso e concentrado.

ž Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

ž § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

ADI GENÉRICA EM SEDE ESTADUAL 1- Legitimidade: depende de cada CE (autonomia

organizativa - art. 25 da CF), mas não podem estabelecer apenas um legitimado - norma central federal.

(22)

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ž Legitimados que devem constar na CE

ž - Governador: controle do legislativo realizado pelo

executivo;

ž - Mesa da AL: garante o direito das minorias;

ž - Mesa das Câmaras Municipais e Prefeito: mecanismo

que o município possui para discutir a lei estadual;

ž - PGJ: art. 129, IV da CF diz que o MP tem por atribuição

a defesa da Constituição;

ž - Conselho Estadual da OAB

ž Legitimados que podem constar na CE

ž - partidos políticos, federações sindicais, entidades de

classe, ou outros, ex. defensor geral do estado.

2- Objeto: somente lei ou ato normativo estadual ou municipal

3 – Parâmetro: CE

Controle na Constituição de Goiás

ž  Art. 60. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade

e a ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição

ž  I – o Governador do Estado, ou a Mesa da Assembleia

Legislativa;

ž  II – o Prefeito, ou a Mesa da Câmara Municipal;

ž  III – o Tribunal de Contas do Estado;

ž  IV – o Tribunal de Contas dos Municípios;

ž  V – o Procurador-Geral de Justiça;

ž  VI – a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás;

ž  VII – as federações sindicais ou entidades de classe de

âmbito estadual;

ž  VIII – os partidos políticos com representação na Assembleia

Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato municipais, na respectiva Câmara Municipal.

ž § 1º - O Procurador-Geral de Justiça deverá ser

previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Tribunal de Justiça.

ž § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de

medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

ž § 3º Quando o Tribunal de Justiça apreciar a

inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou de ato normativo, citará, previamente, o Procurador-Geral do Estado, que defenderá o ato ou texto impugnado, e, no caso de norma legal ou ato municipal, citará ainda o Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, para a mesma finalidade

ž § 4º - Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será

comunicada à Assembleia ou à Câmara Municipal.

ž 5º Somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do seu órgão especial o Tribunal de Justiça poderá declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato estadual ou municipal em face desta Constituição

ž § 6º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Tribunal de Justiça nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas estadual e municipal.

ž § 7º Os legitimados constantes nos incisos II, III, IV e VII do “caput” deste artigo deverão demonstrar que a pretensão por eles aduzida guarda relação de pertinência direta com os seus objetivos

(23)

.

ADI em âmbito federal ADI em âmbito estadual

Art. 102, I, a e par. 2º e art. 103 da CF

Art. 125, § 2° da CF

Competência: STF Competência: TJ

Parâmetro: CF Parâmetro: CE

Objeto: lei ou ato normativo federal e

estadual

Objeto: lei ou ato normativo estadual e

municipal

4- Efeitos da decisão: erga omnes, vinculante e ex tunc.

5 - ADI federal X ADI estadual

ž Se duas ADIs questionando a mesma lei estadual são propostas simultaneamente no TJ e no STF ocorrerá o sobrestamento da representação junto ao TJ até que o STF decida.

ž Se o STF julgar inconstitucional a lei haverá perda do objeto da ação perante o TJ, visto que a pseudo-lei será extirpada do sistema.

ž Se o STF julgar a lei constitucional esta decisão vincula o TJ, em regra, exceto perante outro parâmetro da CE.

.

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ESTADUAL

ž Legitimidade: qualquer pessoa física ou jurídica; ž Competência: qualquer juiz ou tribunal diante de um

caso concreto (lembrar da cláusula de reserva de plenário).

ž Objeto de controle: lei ou ato normativo estadual ou

municipal;

ž Parâmetro/paradigma de controle: CE e CF ž Efeitos da decisão: inter partes, ex tunc (em regra).

ž Para efeitos erga omnes, após o trânsito em julgado de lei

estadual o TJ remete para a AL e lei municipal para a CV. Exceções: CE do TO, AM, MS, RN, RS, SE: lei estadual ou municipal serão sempre suspensas pela AL (STF: as normas das CEs citadas são constitucionais - âmbito de autonomia organizativa do estado-membro)..

Referências

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