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LÁCTEOS: PERSPECTIVAS PARA O SETOR EM 2010 / 11

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LÁCTEOS: PERSPECTIVAS PARA O SETOR EM 2010 / 11

Maria Helena Fagundes Outubro/2010

1. Mercado internacional

1.1 Principais países produtores

De acordo com as informações do United States Department of Agriculture/Foreign Agricultural Service (USDA/FAS), Dairy: World Markets and Trade, a produção de leite de países selecionados, os quais representam, de acordo com estimativas da Food and Agriculture Organization (FAO), 61,5% da produção mundial em 2010, evoluiu a uma taxa de + 1,2% aa entre 2005 e 2009 (+ 1,7% em 2010), devendo alcançar 437,6 milhões de t, sendo que, nos principais países/blocos exportadores essa taxa situou-se em: União Européia - 0,2 % aa (+ 0,2% em 2010); Nova Zelândia + 3,4% aa (+ 0,8% em 2010); Austrália - 1,9% aa (- 4,9% em 2010); Estados Unidos + 1,7% aa (+ 1,0% em 2010); e Argentina + 1,5% aa (+ 2,0% em 2010) (Tabela 1).

A taxa de crescimento da produção na China, após uma redução de - 17,1% em 2009, deverá se recuperar em + 10,0% em 2010, devendo alcançar 31,2 milhões de t . De acordo com as projeções da Organization for Economic Cooperation and Development e da Food and Agriculture Orgnization (OECD/FAO), Agricultural Outlook 2010 – 2019, a produção chinesa de leite deverá aumentar a uma taxa média

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de + 5,7% aa nos próximos dez anos.

A UE (27) deverá produzir 134,0 milhões de t de leite em 2010, com exportações estimadas em 6,4% de sua produção, mantendo a sua decisão de abolir o sistema de quotas de produção até 2015. A produção deverá aumentar em + 0,4% aa nos próximos dez anos

Dessa forma, de acordo com dados da FAO, Food Outlook – Global Market Analysis, de junho/2010, estima-se uma recuperação da participação da UE (27) nas exportações mundiais de lácteos de 22,6% em 2009 para 23,1% em 2010.

Nos Estados Unidos, a produção diminuiu - 0,3% em 2009 e deverá aumentar + 1,0% em 2010, devendo alcançar 86,7 milhões de t, devido à melhora na relação preço do leite/preço da ração. De acordo com a FAO, as importações norte-americanas de lácteos, em equivalente leite, se reduziram de uma média de 3,5 milhões de t no período 2006 – 08, para 2,9 milhões de t em 2009, devendo ser de 3,2 milhões de t em 2010.

A participação dos Estados Unidos nas exportações mundiais se reduziu de 8,8% no período 2006 – 08, para 6,9% em 2009, prevendo-se uma participação de 7,5% em 2010, principalmente de leite em pó desnatado, equivalente a 26,0% do total mundial das exportações dessa commodity.

Em 2010, a produção de leite na Austrália (terminada em junho) foi prejudicada pela seca e redução do rebanho, havendo alcançado 9,2 milhões de t em 2010, representando 7,9% das exportações mundiais (38,6% de sua produção), principalmente de leite em pó desnatado, integral e queijo.

A produção na Nova Zelândia enfrenta seca, principalmente na Ilha Norte, estimando-se uma produção de 16,7 milhões de t em 2010, podendo representar 31,6% do total das exportações lácteas mundiais (25,9% em 2008 e 30,5% em 2009). O país é um grande exportador de todas as commodities lácteas: 45,0% (884 mil t) do total das exportações mundiais de leite em pó integral; 36,9% (276 mil t) das de manteiga; 30,4% (426 mil t) das de leite em pó desnatado; e 15,6% (308 mil t) das de queijo.

O Brasil, sexto maior produtor mundial, tem aumentado sua produção de leite a um ritmo de + 3,8% aa no período 2005 a 2009, estimando-se haver alcançado 29,4 milhões de t em 2009, quando apresentou uma taxa de crescimento de + 3,5% em relação ao ano anterior.

Em 2010, a produção poderá aumentar + 5,0%, alcançando o quantitativo de 30,9 milhões de toneladas, mesmo em um cenário de déficit na balança comercial de lácteos. Para os próximos dez anos a taxa média anual estimada de aumento da produção é de 2,6% aa, um pouco inferior ao desempenho dos últimos cinco anos.

As projeções da OECD/FAO para o crescimento da produção mundial nos próximos dez anos indicam um aumento de + 22,2% entre 2010 e 2019, a uma taxa média anual de + 2,5% aa, evoluindo de 694,1 mil t para 848,5 mil t no final do período. Em 2019, a produção de leite nos países não pertencentes à OECD deverá representar 60,7% da produção mundial e a dos países da OECD, 39,3%. Esses percentuais são de 55,5% e de 44,5% em 2010, respectivamente.

No que se refere aos derivados lácteos, a produção mundial de leite em pó integral aumentará + 25,1% entre 2010 e 2019, alcançando 5.585,6 mil t no final do período; a de leite em pó desnatado, + 10,5%, alcançando 3.721,9 mil t; a de manteiga,

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+ 22,8%, alcançando 12.380,7 mil t; e a de queijo aumentará + 17,3%, alcançando 23.223,7 mil t em 2019.

O percentual da produção mundial que é exportada situa-se em torno de 6%. As projeções do Food and Agricultural Policy Research Institute (FAPRI), no relatório US and World Agricultural Outlook 2010, prevêem um aumento das exportações líquidas dos países modelados, nos próximos dez anos: leite em pó integral (+ 16,5%, 1.859,6 mil t em 2019); leite em pó desnatado (+ 39,9%, 1.535,2 mil t em 2019); manteiga (+ 25,2%, 758,2 mil t em 2019); e queijo (+ 40,3%, 1.377,6 mil t em 2019).

A commodity mais comercializada no mercado mundial é o leite em pó integral (43% da produção no período 2007 – 09); seguida pelo leite em pó desnatado (34,0% da produção); queijo (9,0% da produção); e manteiga (8,5% da produção).

1.2 Preços internacionais: ao produtor e commodities

Os preços pagos ao produtor nos principais países produtores mostram a competitividade da produção na Nova Zelândia, que paga US$ 19,6/100 kg aos seus produtores. Seguidos por Argentina e Uruguai, em torno de US$ 32,0/100 kg; Estados Unidos US$ 37,0/100kg; EU (27) US$ 41,1/100kg e Brasil US$ 40,28/100 kg, dados para o mês de setembro.

Esses preços são influenciados pelas políticas cambiais dos países e a competitividade das exportações irá depender de outros fatores como os demais itens do custo de produção e o comportamento dos preços internacionais das principais

commodities.

No que se refere aos preços internacionais nominais das commodities

lácteas, após o grande aumento do final de 2007 e 2008 e redução subsequente, os mesmos passaram a situar-se em um novo patamar. Projeções da OECD/FAO estimam uma média anual de US$ 2.808/t em 2010 para o leite em pó integral; US$ 2.530/t para

Gráfico 1 Preços internacionais pagos ao produtor na UE (27), Nova Zelândia,

Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai, 1999 a set/2010 Em US$/100 kg 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 1999200120032005 2007

/janmar mai jul setnov 2008

/janmar mai jul setnov 2009

/janmar mai jul setnov 2010

/janmar mai jul setnov

Fonte: LTO, SAGPyA, DIEA, CEPEA e USDA. MHF/out 10. U S $/ 10 0 kg UE (27) Nova Zelândia USA Brasil Argentina Uruguai

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o leite em pó desnatado; US$ 3.716/t para os queijos; e US$ 3.042/t para a manteiga (Gráfico 2).

A média dos preços reais para os próximos dez anos (2010 –19) mostra um aumento entre + 16 e 45% quando comparado ao período 1997 –2006, com a manteiga apresentando os maiores ganhos. O comportamento da demanda internacional, a desvalorização do dólar frente às principais moedas aliados ao modesto aumento da produção mundial, explicam o comportamento desses preços.

1.3 Mercosul

A região do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) aumentou a sua produção a uma taxa de + 3,5% aa no período 2005 – 2009, quando a produção do bloco passou de 37,4 bilhões de litros para 42,9 bilhões de litros (estimativa para os dois últimos anos) (Tabela 2). Para 2010, estima-se que a produção do bloco alcançará 44,6 bilhões de litros, um crescimento de + 4,0%, acima, portanto, da média dos cinco anos anteriores, de + 3,5% aa.

Gráfico 2 Preços internacionais nominais, históricos e estimados, para a

manteiga, queijo, leite em pó desnatado e integral, 2005 a 2019 - Em US$/t

1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 200520062007200820092010201120122013201420152016201720182019 Fonte: OCDE/FAO. MHF/out 10. U S $/ t Manteiga Queijo LP Desnatado Lp Integral 2010

Preços médios em 2010 (est); Queijo: US$ 3.716/t Manteiga: US$ 3.042/t LP Desnatado: US$ 2.530/t LP Integral: US$ 2.808/t Perspectivas p/ 2019 (base 2010): Queijo: - 2,8 % (- 0,3% aa) * US$ 2.958/t Manteiga: - 2,0 % (- 0,2% aa) * US$ 3640/t LP Desnatado: + 18,65 % (+ 1,9% aa) * US$ 3.000/t LP Integral: + 8,3% (+ 0,9% aa) * US$ 3.042/t

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Em 2010, de acordo com a previsão do USDA/FAS, estima-se que a produção da Argentina deverá crescer + 2,4%, alcançando 10,3 bilhões de litros, devendo exportar, de acordo com a FAO, 13,1% de sua produção, principalmente na forma de leite em pó integral, soro e leite em pó modificado.

O Uruguai deverá aumentar a sua produção em + 3,0% em 2010, após haver reduzido em - 2,5% em 2009, devendo alcançar 1,8 bilhão de litros. Os produtores do Uruguai e da Argentina enfrentam dificuldades financeiras devido aos baixos preços pagos ao produtor, altos custos da ração e seca em 2009.

O Brasil, país maior produtor do bloco, estima-se haver aumentado a sua produção total de leite em + 3,5% em 2009, alcançando 28,5 bilhões de litros. Em 2010, o Brasil deverá aumentar a sua produção em + 5,0%, devendo alcançar 29,9 bilhões de litros. Brasil e Argentina devem direcionar a sua produção para o atendimento ao crescente mercado interno.

As informações da FAO para a produção de leite no Paraguai indicam que a produção cresceu + 0,2% aa entre 2005 e 2008. Na Venezuela, país em processo de incorporação ao bloco desde 2006 e cujo protocolo de adesão foi aprovado pelo parlamento brasileiro em 2009, a produção foi, em 2008, de 2,2 bilhões de litros e constituiu-se, em 2009, no principal mercado exportador para os produtos lácteos brasileiros.

Enquanto a Argentina e o Uruguai deverão ter um desempenho estimado de sua produção nos próximos dez anos acima da verificada nos últimos cinco aos, o Brasil deverá reduzir a sua taxa média anual de crescimento da produção para + 2,6% aa entre 2010 e 2019.

2. Mercado nacional

2.1 Produção: quadro de oferta e demanda

A Tabela 3 apresenta o quadro de oferta e demanda de leite entre 2004 e

2010, sendo estimativas as informações para os dois últimos anos.

A produção nacional de leite cresceu a uma taxa média anual de + 4,0% aa entre 2004 e 2009, quando evoluiu de 23,4 bilhões de litros para 28,5 bilhões de litros (estimativa para o último ano). Em 2010, estima-se um crescimento da produção em 5%, podendo alcançar 29,9 bilhões de litros.

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No mesmo período a produção sob inspeção aumentou a uma taxa média anual de + 6,2% aa, alcançando 19,5 bilhões de litros em 2009. Espera-se um aumento de + 5,0% em 2010, ou seja, uma produção de 20,5 bilhões de litros.

Entre 2004 e 2009, as exportações se reduziram de 385,0 milhões de litros equivalente leite para 343,0 milhões de litros equivalente leite, uma redução de - 2,3% aa, após haver alcançado 1,0 bilhão de litros de equivalente leite exportados em 2008.

No mesmo período, as importações aumentaram + 126,3%, a uma taxa média anual de + 17,7% aa. Os saldos positivos na balança comercial de lácteos verificados em 2004, 2005, 2007 e 2008 foram revertidos em 2009 e em 2010 (estimativa).

O consumo per capita nacional de equivalente leite aumentou + 23,7% entre 2004 e 2009, a uma taxa de + 4,3% aa, evoluindo de 129,4 litros/per capita/ano para 151,4 litros/per capita/ano, ainda bastante inferior ao consumo aparente, por exemplo, em 2009, na Argentina, de 200,9 litros/per capita/ano ou do Uruguai de 230,0 litros/per capita/ano. O consumo per capita nacional poderá alcançar 154,7 litros/ano em 2010, um aumento de + 2,1% na comparação com o ano anterior.

De acordo com as projeções da OECD/FAO, a produção brasileira de leite deverá aumentar a uma taxa média anual de + 2,6% aa até 2019, alcançando 35,1 bilhões de litros no final do período.

No que se refere aos derivados lácteos, o Food and Agricultural Policy Research Institute (FAPRI), estima um crescimento da produção brasileira de derivados lácteos, entre 2010 e 2019, de + 54,1% para o leite em pó integral; de + 46,5% para os queijos; de + 78,1% para o leite em pó desnatado; e de + 24,4% para a manteiga (Gráfico 3).

2.2 Preços pagos ao produtor e quantidades adquiridas pelos laticínios

O Gráfico 4 apresenta os preços nominais, reais (corrigidos pelo IGP-M, base set/2010) e as quantidades produzidas de leite sob inspeção no Brasil entre janeiro/2005 e setembro/2010.

G rá fic o 3 B ra s il: P ro d u ç ã o , h is tó ric a e e s tim a d a , d e m a n te ig a , q u e ijo , le ite e m p ó d e s n a ta d o e in te g ra l, 2 0 0 5 a 2 0 1 9 - E m m il t 0 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 0 0 6 0 0 7 0 0 8 0 0 9 0 0 1 .0 0 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 F o n te : F A P R I. M H F /o u t 1 0 . M il t M a n te ig a Q u e ijo L e ite e m p ó d e s n a ta d o L e ite e m p ó in te g ra l 2 0 1 0 P e rs p e c tiv a s p / 2 0 1 9 (b a s e 2 0 1 0 ) M a n te ig a : + 2 4 ,4 % (+ 2 ,5 % a a ) * 1 0 2 ,3 m il t Q u e ijo : + 4 6 ,5 % (+ 4 ,3 % a a ) * 9 4 6 ,8 m il t L P d e s n a ta d o : + 7 8 ,1 % (+ 6 ,6 % a a ) * 2 4 8 ,2 m il t L P in te g ra l: + 5 4 ,1 % (+ 4 ,9 % a a ) * 8 1 6 ,4 m il t

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O período janeiro/09 a setembro/10 comparativamente ao período janeiro/05 a setembro/06 (anterior ao pico de preços de 2007 e 2008) mostra que houve um aumento médio de + 36,3% nos preços nominais pagos ao produtor; de + 11,0% nos preços reais; e um aumento da captação média mensal em + 23,7%, na comparação entre os dois períodos. A captação de leite e os preços pagos ao produtor apresentaram, portanto, uma mudança significativa de patamar após o pico de preços.

O bloco Mercosul aumentou a Tarifa Externa Comum (TEC) para 28%

ad valorem para onze produtos lácteos que estavam na Lista de Exceção à TEC no Brasil. Adicionalmente, o Brasil estabeleceu um acordo com a Argentina de quantidades máximas de importação (3 mil t/mês) e de preços FOB de importação vinculados aos preços internacionais. Essas duas medidas têm como objetivo evitar a internalização de produtos com preços subsidiados na origem e amparam a continuidade da produção nacional de leite e derivados.

Em 2001, o país havia adotado medidas de defesa comercial contra importações subsidiadas na origem, com a aplicação de medidas anti-dumping para os produtos oriundos da União Européia e Nova Zelândia, as quais permanecem em vigor até fevereiro de 2012.

Os preços internos dos derivados lácteos no atacado apresentam grande aderência ao movimento dos preços pagos ao produtor de matéria-prima. A administração de margens entre atacado e varejo é feita, preferencialmente, em benefício do varejo.

A estimativa de preço de paridade de exportação situou-se, em agosto, em R$ 0,4419/l; o de importação em R$ 0,6363/l; preço mínimo em R$ 0,54/l; e o preço pago ao produtor, em São Paulo, em R$ 0,7391/l (Gráfico 5).

G ráfico 4 B rasil: P reços nom inais e reais(IG P -M base set 10)pagos ao produtor e

quantidades adquiridas pelos laticínios (est. C E P E A p/os últim os d ois m eses), jan/2005 a

set/2010 - E m R $/l e m il litros 0,35 0,45 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95 1,05 2005 /jan mai set 2006 /jan mai set 2007 /jan mai set 2008 /jan mai set 2009 /jan mai set 2010 /jan mai set Fonte: IBG E e C E P EA . M H F/out 10. R $/ l 0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 1.600.000 1.800.000 2.000.000 M il lit ro s

P reços nom inais P reços reais

Q uantidade adquirida

jan 09 a set 10 / jan 05 a set 06 var. % :

P reços nom inais: + 36,3% P reços reais: + 11,0% C aptação sob inspeção: + 23,7%

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2.3 Balança comercial de lácteos

Entre janeiro e agosto de 2010, as exportações nacionais de lácteos (NCMs 0401 a 0406), em valores, diminuíram - 22,5% e as importações aumentaram + 8,5%, em valor, relativamente ao mesmo período do ano anterior, aumentando o déficit comercial no período de US$ 66,7 milhões para US$ 106,2 milhões.

Nesse mesmo período, foram importadas 25,8 mil t de leite em pó integral a um valor médio de US$ 3.292,0/t (representando 44,7% do valor total das importações de lácteos) enquanto que, no mesmo período do ano anterior, foram importadas 42,8 mil t dessa mesma commodity a um valor médio de US$ 2.063,0/t (representando 50,3% em valor do total das importações lácteas).

Gráfico 5 São Paulo (interior): Preços de paridade importação (base FOB Mercosul, LPI) e

exportação (base FOB Norte da Europa, LPI), preço pago ao produtor em SPe preço

mínimo, jan/2005 a ago/2010 - Em R$/l

0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 2005

/janmarmai julsetnov 2006

/janmarmai julsetnov 2007

/janmarmai julsetnov 2008

/janmarmai julsetnov 2009

/janmarmai julsetnov 2010

/janmarmai julset

Fonte: USDA, CEPEA e Conab. MHF/out 10. R $/ l Paridade importação Paridade exportação Preço pago ao produtor Preço mínimo

PPP: R$ 0,7391/l Preço mínimo: R$ 0,54/l Paridade exportação: R$ 0,4419/l Paridade importação: R$ 0,6336/l

G ráfico 6 Balança com ercial de lácteos: Exportações, im portaçõe e saldo

(NCM s 0401 a 0406), 1996 a 2010 (ago) - Em US$ m ilhões

0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 Fonte: MDIC. MHF/out 10. U S $ m ilh õe s -600,0 -500,0 -400,0 -300,0 -200,0 -100,0 0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 U S $ m ilh õe s Exportações 19,3 9,4 8,1 7,5 13,4 25,0 40,3 48,5 95,4 130,1 138,5 273,3 509,3 147,8 108,9 84,4 Im portações 514,3 454,7 508,8 440,0 373,2 178,6 247,6 112,3 83,9 121,2 154,7 150,8 211,6 261,9 175,7 190,6 Saldo -495,0 -445,3 -500,7 -432,4 -359,8 -153,6 -207,2 -63,8 11,5 8,9 -16,2 122,5 297,7 -114,1 -66,7 -106,2 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2009 (até ago) 2010 (até ago)

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Somente em agosto deste ano, as importações totais de leite em pó integral foram de US$ 6,9 milhões (1,8 mil t), sendo 90,7% com origem na Argentina (US$ 3.734,43/t em um total de 1,6 mil toneladas importadas); e 9,3% com origem no Chile (US$ 3.222,0/t em um total de 200 toneladas importadas).

O segundo produto mais importado foi o soro em pó (15,6% do total em valor); seguido pelo queijo massa semi-dura (8,3% do total); e queijo mussarela (7,8% do total).

No que se refere às exportações, entre janeiro e agosto de 2010, foram exportadas 16,4 mil t de leite condensado, no valor de US$ 31,0 milhões (36,8% do total) enquanto no mesmo período do ano anterior foram exportadas 23,2 mil t, no valor de US$ 36,1 milhões (33,2 % do total), uma redução, em valor, de - 13,9%.

Somente em agosto, o creme de leite foi o produto mais exportado, representando 30,3% do total em valor do total exportado; seguido pelo leite condensado (28,9 % do total); queijo fundido (15,2% do total); e manteiga (8,2% do total).

As importações brasileiras de lácteos se originam, em sua maioria, na Argentina e Uruguai. Já as exportações são destinadas, principalmente, à Venezuela, Argélia, Angola, Filipinas, Colômbia, Estados Unidos, entre outros.

As últimas projeções do FAPRI para as exportações líquidas de lácteos do Brasil mostram um cenário de recuperação das exportações a partir de 2010: leite em pó integral (130,3 mil t em 2019), queijos (91,5 mil t em 2019); leite em pó desnatado (60,3 mil t em 2019); e manteiga (9,9 mil t em 2019) (Gráfico 7).

3. Atuação Governamental

3.1 Compras de leite em pó pela CONAB: leilões e PAA/CDAF

A Conab não adquiriu leite em pó integral em 2009 e até setembro de

Gráfico 7 Brasil: Exportações líquidas, históricas e estimadas, de

manteiga, queijo, leite em pó desnatado e integral, 2005 a 2019 - Em mil t

-100 -50 0 50 100 150 Fonte: FAPRI. MHF/out 10. M il t Manteiga 0 0 2 3 -6 -0,82 1,64 1,91 2,49 2,51 3,5 4,86 6,29 8 9,9 Queijo 4 -1 4 2 -3 -0,21 13,71 19,78 28,92 40,06 51,37 61,62 72,54 81,9 91,56 LP desnatado -2 -5 0 -6 -10 2,41 2,64 6,05 11,54 12,79 19,53 28,82 37,93 48,62 60,31 LP integral 1 -14 23 60 -52 -16,1 13,01 22,6 33,72 43,75 59,56 77,23 96,37 112,7 130,3 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2010

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demandas de convênios de fornecimento de alimentos junto aos Ministério da Integração Nacional (MIN) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS (Tabela 4).

No âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos/Compras Diretas da Agricultura Familiar (PAA/CDAF), foram adquiridas 10,0 mil t, no valor de R$ 62,8 milhões, um acréscimo de + 317,6% em termos de quantidade e de + 245,0% em termos de valor, relativamente ao ano anterior (Tabela 5).

Do total das aquisições em 2010, até outubro, 98,9% do total, em valor, foram realizadas no Rio Grande do Sul e 1,1% na Bahia, ao preço de R$ 7,50/kg.

3.2 Empréstimos do Governo Federal (EGF)

A Tabela 6 apresenta os valores dos Empréstimos do Governo Federal, instrumento pertencente à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), entre 2005 e 2009. Esse instrumento de comercialização foi implementado em outubro/2002, sendo que as operações bancárias foram iniciadas em 2003.

Ano Q uant Valor Total de aquisições / Part.

(t) (R $ m il) todos os produtos (R $ m il) %

2003 654,39 4.870,93 48.483,89 10,0% 2004 562,63 4.564,99 31.659,94 14,4% 2005 710,91 5.076,12 47.950,71 10,6% 2006 608,27 4.260,03 71.457,33 6,0% 2007 1.688,79 16.031,11 45.659,36 35,1% 2008 1.561,35 12.731,47 111.307,94 11,4% 2009 - - 37.700,11 -2010 (set) ¹ - - 21.898,42 -Fonte: C onab.

¹ P rodutos (2010): açucar cristal (kg), arroz (K g), m acarrão (fardo e kg), fubá (kg) e flocos de m ilho (kg), óleo de soja (lata), farinha de m andioca (kg), rosquinha de coco (pct. 400 gr), em balagens/sacaria (unidade).

T abela 4 CO N AB: Aquisições de Leite em Pó Integral

2003 a 2010 (set) - E m t e R $ m il M H F/out 10. A n o t V a lo r 2 0 0 3 1 8 0 , 0 -2 0 0 4 8 9 9 , 3 -2 0 0 5 2 . 0 5 8 ,7 -2 0 0 6 2 . 2 1 7 ,5 -2 0 0 7 - -2 0 0 8 2 . 4 1 2 ,0 1 8 .2 1 6 , 3 3 2 0 0 9 1 0 . 0 7 3 , 6 6 2 .8 4 0 , 2 2 2 0 1 0 ( o u t ) 2 . 2 1 5 ,6 1 6 .6 1 6 , 7 2 F o n t e : C o n a b . M H F /o u t 1 0 . T a b e la 5 L e it e e m p ó in t e g r a l C o m p r a s D ir e t a s d a A g r ic u lt u r a F a m ilia r ( P A A /C D A F ) 2 0 0 3 a 2 0 1 0 ( o u t ) - E m t e R $ m il

(11)

Em 2009, os EGFs para o setor lácteo representaram 98,2% do total de EGFs destinados à pecuária e 14,6% do total de EGFs concedidos para a agricultura e pecuária. Durante o ano, foram realizados 499 contratos de EGF para o setor pecuário e 16.504 contratos para o setor agrícola.

Em 2009, o leite em pó integral representou 47,8% dos empréstimos concedidos (R$ 599,0 milhões), seguido pelo leite longa vida com 32,4% do total (R$ 405,5 milhões) e queijos com 13,7% do total (R$ 172,2 milhões). Em 2009, o leite condensado e o leite longa vida reduziram a sua demanda por EGF em - 58,3% e - 11,8%, respectivamente.

O EGF destinado ao setor lácteo é um importante instrumento de apoio à comercialização do setor, retirando os derivados do mercado durante a safra e possibilitando às empresas, além de pagarem seus débitos, aguardarem um melhor momento para as vendas no mercado interno ou para exportação.

4. Análise prospectiva

A produção mundial deverá crescer a uma taxa de + 2,5% aa nos próximos dez anos impulsionada pelo aumento do consumo, crescimento econômico e populacional e urbanização, principalmente nos países emergentes. A maior parte do aumento da produção, 83,9% do total, deverá originar-se nos países não-pertencentes à OCDE, como China e Índia. Preocupações com mudanças climáticas, respeito ao meio-ambiente e ao bem-estar dos animais tornam-se de grande importância para o desenvolvimento do setor, além de pressões de custos devido ao contínuo aumento dos preços do petróleo e da relação de preços leite/ração.

Os preços reais médios estimados dos derivados lácteos para a década 2010 – 19 estarão entre 16% a 45% superiores aos da década 1997 – 2006, antes do pico de 2007 – 08, sendo que a manteiga apresentará os maiores ganhos. As exportações mundiais devem aumentar, entre 2010 e 2019: leite em pó integral (+ 16,5%); leite em pó desnatado (+ 39,9%), manteiga (+ 25,2%); e queijo (+ 40,3%). Os países da Oceania e a UE (27) permanecem sendo os principais exportadores.

(12)

A demanda por lácteos aumenta nos países da Ásia, principalmente na China, e nos países exportadores de petróleo.

No cenário interno, o crescimento econômico e o aumento do consumo têm direcionado a produção de leite para o atendimento do mercado doméstico, mas com estimativas de aumento das exportações líquidas a partir de 2011 devido à previsão de desvalorização do real frente ao dólar. As exportações dos derivados deverão alcançar em 2019: 130,3 mil t de leite em pó integral; 91,56 t de queijo; 60,9 mil t de leite em pó desnatado; e 9,9 mil t de manteiga.

A produção nacional deverá aumentar a uma taxa média anual de + 2,6% aa entre 2010 e 2019, alcançando 35,1 bilhões de litros no final do período. O aumento da Tarifa Externa Comum para onze derivados lácteos nos países do Mercosul deverá evitar a redução dos preços pagos ao produtor e a internalização de produtos subsidiados na origem.

O aumento da volatilidade dos preços das commodities lácteas nos últimos anos pode ser atribuída a diversos fatores. Além das condições climáticas, escassez de água e pastagens, choque de custos, baixos ou nulos estoques, produtos substitutos/complementares e recessão econômica nos países desenvolvidos, também à crescente participação no mercado internacional da produção com base em pastagens e de pequenos produtores, sujeita de maneira mais intensa às variações climáticas.

As intervenções governamentais no mercado lácteo são realizadas pela publicação de preços de referência para a concessão de Empréstimo do Governo Federal (EGF), a taxas preferenciais, revisto anualmente e disponíveis para todos os produtores de derivados lácteos. Direcionado ao público específico de produção de leite em pó cuja matéria-prima tenha como origem os pequenos produtores de leite, foi implantado, em 2003, o Programa de Aquisição de Alimentos, na modalidade Compra Direta da Agricultura Familiar.

Adicionalmente, o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF) prevê uma redução nos empréstimos bancários sempre que os preços de mercado caírem abaixo do preço de referência, cuja diferença percentual se constitui na base para o desconto das amortizações mensais.

Referências

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