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Metáforas conceituais nas denominações de jogos e brincadeiras do universo infantil do Nordeste do Brasil

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Academic year: 2021

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Metáforas conceituais nas denominações de jogos e brincadeiras

do universo infantil do Nordeste do Brasil

Flávia Pereira Serra

Universidade Federal do Maranhão flaviapserra@gmail.com

Theciana Silva Silveira

Universidade Federal do Maranhão thecisilveira@gmail.com

Luís Henrique Serra

Universidade Federal do Maranhão / Universidade de São Paulo luis.ufma@gmail.com

Resumo

A metáfora, segundo os estudos da Linguística Cognitiva, tem revelado muitas especificidades do papel da cognição no processo de uso e de concepção da linguagem. Nesse sentido, a metáfora é um interessante meio pelo qual a for-ma de ver e entender o mundo ficam bastante evidentes. Assim, este estudo é uma investigação do universo con-ceitual das brincadeiras infantis do Nordeste, sobretudo, do Maranhão. Desse modo, foram utilizados corpora de diferentes pesquisas sobre o português falado no Nordeste, principalmente no Maranhão, como o Atlas Linguístico do

Brasil e o trabalho de Souza (2007), e os três principais

di-cionários da Língua Portuguesa em sua variante brasileira:

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009), Novíssi-mo Aulete Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa

(2011) e Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2010). Os dicionários serviram para auxiliar nas pistas sobre a ori-gem e a presença das lexias em território brasileiro. Como base teórica, levaram-se em consideração os trabalhos pro-duzidos no campo da Metáfora Cognitiva, sobretudo, os trabalhos de Lakoff e Johnson (2003), Berber Sardinha (2007) e de Kövecses (2010). O resultado mostra que as metáforas são muito utilizadas pelas crianças do Nordeste na denominação de seus brinquedos e jogos infantis. Foi possível organizar as denominações das brincadeiras e dos jogos em três grandes grupos: metáforas de objetos, de ani-mais e de parte dos brinquedos e dos aniani-mais.

Palavras-chave

Metáforas, jogos e brincadeiras infantis, animais, objetos

Abstract Metaphor, according to the studies of Cognitive Linguis-tics, has revealed many specificities regarding the role of cognition in the process of use and conception of langua-ge. Therefore, the metaphor is an interesting mechanism by which the way of seeing and understanding the world is quite evident. Hence, this study is an investigation into the conceptual universe of Northeast Brazilian children’s games, especially on the reality of Maranhão. This study therefore refers to corpora of different studies on the Portu-guese spoken in the Brazilian Northeast, especially in the state of Maranhão, such as the Atlas Linguístico do Brasil –

ALiB (Linguistic Atlas of Brazil), the work of Souza (2007),

and the three main dictionaries of the Portuguese langua-ge in its Brazilian variant, which are Dicionário Houaiss

da Língua Portuguesa (2009), Novíssimo Aulete Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa (2011) and Dicioná-rio Aurélio da Língua Portuguesa (2010). Dictionaries have

been used as part of the search for the origin and presence of lexies in Brazil. As a theoretical basis, we considered the works produced in the field of Cognitive Metaphor, mainly the work of Lakoff and Johnson (2003), Berber Sardinha (2007) and Kövecses (2010). The results show that the metaphors are constantly used by children from the Brazilian Northeast in the denomination of toys and children’s games. It was possible to arrange the names of toys and games in three large groups: metaphors of objects, animals and parts of toys and animals.

Keywords Metaphor, toys and children’s play, animals, objects Conceptual Metaphors on the Denominations of Children’s toys and Games in the Infant Universe of Northeast Brazil

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1. Introdução

O universo infantil nordestino é um cosmo bastante curioso, visto que os elementos que o compõem são um conjunto de elementos próprios e universais. Nesse sentido, o léxico, como nível linguístico em que a cultura e a língua se fazem muito mais expressi-vas, é um modo de se perceber tais elementos regionais e universais. Assim, uma inves-tigação linguística nesse universo é um importante meio de se estudar a cultura da re-gião nordestina do Brasil. Uma rápida exposição ao universo das brincadeiras infantis nordestinas permite ver como as denominações metafóricas são muito utilizadas por esse povo para a produção das unidades lexicais desse âmbito da cultura nordestina.

O presente trabalho objetiva colocar em evidência o processo de comparação entre entidades diferentes para a denominação das brincadeiras infantis no Nordeste do Brasil. Parte-se do pressuposto que, no universo infantil, o povo do Nordeste bus-ca outros universos conceituais para compreender os elementos desse universo. Nesse sentido, para entender qual a ligação feita entre os diferentes conceitos, comum no processo de metaforização, buscou-se a dicionarização dessas lexias nos principais dicionários gerais da língua portuguesa.

Para tanto, é necessário entender que o conhecimento da realidade linguística de uma comunidade nos dá importantes informações sobre o pensamento e a orga-nização do universo humano. Como já afirmado, na língua, sobretudo no campo do léxico, podemos encontrar, mais evidentemente, marcas peculiares de cada sociedade. O estudo dos processos de formação de palavras, bem como o recorte do léxico do universo humano de uma determinada localidade fornecem corpora indispensáveis para o estudo do homem. Nesse sentido, no âmbito das brincadeiras infantis, o léxico guarda peculiaridades da realidade física e cultural de um povo, visto que é nele que a memória cognitiva e cultural se armazena.

Em se tratando de Brasil, país de extensão continental, essas peculiaridades se apresentam de forma bastante significativa, sobretudo na região Nordeste, região contemplada nesta investigação. Para esta averiguação, foi feita uma busca nos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil, mais especificamente, no Atlas Linguístico do Brasil – ALiB, publicado em 2014, e no Projeto Tesouro do léxico patrimonial gale-go e português, em sua vertente maranhense, com o trabalho monográfico de Souza (2007), um glossário de termos que fazem parte do universo infantil.

A partir do corpus selecionado e analisado, foi possível observar o grande núme-ro de lexias metafóricas que fazem associação ao universo animal e objetos, por meio

Sumário

1. Introdução. 2. Metáfora: desvendando o olhar do outro. 2.1. O léxico metafórico. 3. Os dados e a análise. 4. As me-táforas das brincadeiras maranhenses. 4.1. Campo objeto. 4.2. Campo animal. 5. Considerações finais.

Contents 1. Introduction. 2. Metaphor: uncovering the other’s gaze. 2.1. The metaphoric lexicon. 3. Data and Analysis. 4. The metaphor of Maranhão children’s games. 4.1. Field object. 4.2. Field animal. 5. Final Considerations.

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de traço/características presentes nesses universos que, de algum modo, podem repre-sentar o universo das brincadeiras infantis. Buscou-se ainda o registro dessas lexias em dicionários gerais da língua portuguesa. A investigação em dicionários gerais da língua foi feita para que se possa ver o nível de regionalidade dessas unidades lexicais.

Os diferentes tópicos do trabalho aqui apresentado expõem reflexões sobre as metáforas e as diferentes formas de compreender o processo metafórico, sobretudo, pelo viés da Linguística Cognitiva e a sua importância na composição do acervo lexi-cal do falante. O trabalho organiza-se em quatro partes: na primeira, são apresentadas as diferentes formas de conceber a metáfora e seu papel na criação lexical; na segunda, são abordadas questões relativas aos processos metodológicos adotados para seleção e análise do corpus; na terceira, são analisadas as lexias metafóricas e, na quarta (e última parte), são expostas reflexões acerca das discussões apresentadas em todo o trabalho sobre as metáforas.

2. Metáfora: desvendando o olhar do outro

No pensamento comum, a metáfora é vista como um recurso embelezador da lingua-gem. Em algumas áreas do conhecimento humano, a metáfora é concebida como um recurso de disfarce e de facilitação do discurso para ouvintes leigos. Na escola, para a gramática tradicional, a metáfora é uma figura de pensamento que consiste na compa-ração ou concepção de uma entidade por outra entidade que, aparentemente, não tenha alguma relação. Há algumas abordagens que entendem que a metáfora estaria ligada às expressões comparativas baseadas nos termos como, é igual a, é parecido com. Para alguns, a metáfora é um recurso retórico excessivamente difícil de ser usado, e, portanto, só as pessoas muito preparadas ou intelectualmente avançadas sabem utilizar esse recurso, como os poetas e os sofistas. Por outro lado, no âmbito da Linguística, a metáfora rece-be um tratamento cognitivista, profundamente marcado pelas propostas cognitivistas que deram origem as muitas teorias linguísticas, como o gerativismo e as diversas abor-dagens comportamentais que a Linguística concebeu ao longo de sua história.

Nessa nova abordagem cognitivista, a metáfora saiu do tradicional âmbito discursivo e foi concebida como um recurso cognitivista pelo qual o homem concebe e percebe as coisas, sejam elas abstratas ou não. Desse modo, a comparação passou a ser um recurso cognitivo com o qual o homem concebe o universo e entende o mundo. Nessa outra perspectiva, a metáfora saiu do estrito âmbito do texto e passa a figurar no diverso âmbito da linguagem, abordando, com isso, os gestos, as cores en-tre outros âmbitos semióticos da realidade humana. Nesse sentido, a metáfora deixa de ser um recurso raro e passa a ser percebida no cotidiano. Essa nova abordagem passou a ser conhecida como Teoria da Metáfora Conceitual. Sobre a teoria, escreve Kövecses (2010: X):

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Their conception has become known as the “cognitive linguistic view of meta-phor.” Lakoff and Johnson challenged the deeply entrenched view of metaphor by claiming that (1) metaphor is a property of concepts, and not of words; (2) the function of metaphor is to better understand certain concepts, and not just some artistic or esthetic purpose; (3) metaphor is often not based on similarity; (4) metaphor is used effortlessly in everyday life by ordinary people, not just by special talented people; and (5) metaphor, far from being a superfluous though pleasing linguistic ornament, is an inevitable process of human thought and reasoning.1

Como se observa, a metáfora é um recurso natural que o homem utiliza no dia-a-dia e, por ela, é possível perceber quais os valores de uma cultura, ou seja, a metáfora tem por base a cultura e os valores de uma sociedade. A metáfora, nesse sentido, pode ser encontrada nos diferentes discursos e nos diferentes âmbitos em que a linguagem humana se faz presente. Um caso bastante emblemático da presença da metáfora no cotidiano é visto por meio das expressões que utilizamos no nosso dia-a-dia, como a percebida por meio da expressão não posso perder tempo com isso. A expressão permite observar que, na cultura ocidental, o tempo é concebido como dinheiro ou alguma coisa de valor que pode ser trocada por outra coisa de valor. Des-se modo, é possível obDes-servar uma metáfora primária, ou Des-seja, um tipo de atividade cognitiva humana que compara entidades abstratas por meio de entidades concretas, tempo é dinheiro, porque ele pode ser gasto com alguma coisa. Essa expressão, que é conhecida como expressão metafórica, fundamenta um outro grande número de expressões utilizáveis no cotidiano, como tempo é dinheiro, se eu perder tempo com você vou sofrer, vamos logo que não temos tempo a perder etc.

Por meio das expressões metafóricas, é possível fazer o mapeamento das me-táforas presentes em uma cultura. O mapeamento é a relação de duas entidades. A entidade de partida (input) é a entidade abstrata e a entidade de chegada (output) é a entidade concreta. Desse modo, a entidade abstrata (tempo, amor, saudade etc.) con-cebe ou substitui, cognitivamente, o conceito concreto (dinheiro, pedra, cadeira etc.). A teoria da Metáfora Conceitual distingue quatro principais tipos de metáfo-ra: estrutural, orientacional, ontológica e de personificação. O quadro 1 busca explicar essa tipologia.

1 Tradução para: Sua concepção tornou-se conhecida como “visão cognitiva da metáfora”. Lakoff

e Johnson desafiaram a visão profundamente enraizada da metáfora, alegando que (1) a metáfora é uma propriedade de conceitos, e não de palavras; (2) a função da metáfora é entender melhor certos conceitos, e não tem apenas um propósito artístico ou estético; (3) a metáfora muitas vezes não é baseada na similaridade; (4) a metáfora é usada sem esforço na vida cotidiana por pessoas comuns, não apenas por pessoas especialmente talentosas; e (5) a metáfora, longe de ser um su-pérfluo embora agradável ornamento linguístico, é um processo inevitável do pensamento e racio-cínio humano.

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TIPOS DE METÁFORA

ESTRUTURAIS OU PRIMÁRIAS São as metáforas que relacionam uma entidade abstrata com uma con-creta. Ex.: Amor é uma viagem. ORIENTACIONAIS São aquelas que envolvem direção: Ex.: Bom é para cima. / Mau é para baixo. ONTOLÓGICAS

São as metáforas que concretizam algo abstrato por meio da abstração com algo concreto, concebendo, este último, como uma coisa que pode ser concebida, fraccionada, medida ou personalizada. Ex.: Inflação em baixa.

PERSONIFICAÇÃO São as metáforas que são concebidas como uma pessoa ou um animal. Ex.: a teoria diz que... / os fatos defendem um ponto. QUADRO 1. TIPOS DE METÁFORAS (BERBER SARDINhA 2007)

As expressões metafóricas são o caminho pelo qual pode-se observar a presen-ça da metáfora e desses tipos de metáforas no nosso cotidiano. Nesse sentido, a de-nominação é um meio pelo qual pode-se perceber a presença da metáfora na cultura de um povo, tendo em vista que a denominação (ou seja, o léxico de uma língua) é um meio pelo qual a realidade é cristalizada. É o que assevera Biderman (2001: 13): “O léxico de uma língua natural constitui uma forma de registrar o conhecimento do universo”. Nesse sentido, no ato de denominar as coisas, a metáfora é um recurso cognitivo utilizado.

2.1. Criação lexical por meio das metáforas

O léxico é o caminho pelo qual se podem conhecer quais os valores que uma socie-dade possui. Nesse sentido, é importante pensar que a denominação das entisocie-dades do universo humano é uma forma que o homem encontrou para cristalizar ou guardar o conhecimento e as experiências acumuladas ao longo da existência. Dessa forma, é possível afirmar que os elementos lexicais surgem pela necessidade de denominar novas realidades ou dar novas realidades; além disso, é também possível pensar que a denominação está ligada diretamente com o olhar e o valor que um povo tem sobre aquele objeto. Ao denominar um objeto, o homem deixa ficar evidente seu julgamento e seu ponto de vista sobre os seres, os objetos e os fenômenos que cercam a realidade humana. Não à toa, existem os sinônimos quase-perfeitos, que são os diferentes modos que uma mesma entidade é percebida ou concebida por um povo. De acordo com Car-valho e Oliveira (2010: 202): “O sistema lexical de uma língua reflete as experiências do povo que a fala, o que a caracteriza como um sistema aberto e em expansão, sendo assim, recria a realidade de acordo com as modificações e inovações da sociedade”.

Nesse sentido, a metáfora, tendo em conta seu caráter cultural, também é um meio pelo qual o homem cria unidades no léxico. Muitas unidades lexicais que

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pos-suem um sentido recebem novo sentido por causa da semelhança entre os seres ou as entidades que elas denominam, por meio de processos de transferência de senti-do, permitindo a criação de unidades lexicais metafóricas. Muitas são as palavras no nosso cotidiano que não têm, a princípio, alguma relação com o seu nome, como, por exemplo, no popular, a palavra bonde, que indica um grupo de pessoas. A semelhança entre o meio de transporte, que reúne pessoas em vagões, e os grupos humanos, que também reúne pessoas, permite a criação da unidade lexical metafórica. Alves (2010) considera esse tipo de processo como uma renovação semântica, que, muitas vezes, tem a metáfora como base. Nesse sentido, o estudo do léxico que tenha como foco a criação lexical deve levar em consideração as reflexões sobre a metáfora conceitual, tendo em vista que o léxico, em muitos âmbitos da realidade humana, apresenta mui-tas formas que podem ser consideradas metafóricas.

Levando em consideração essas ideias, este estudo busca investigar o papel da metáfora nas denominações do universo infantil do Maranhão, levando em conside-ração dados de dois grandes projetos em elaboconside-ração no Brasil, mas que já disponi-bilizam os dados, o projeto Tesouro do léxico patrimonial galego e português e o projeto Atlas Linguístico do Brasil, que já publicou a primeira versão do Atlas.

3. Os dados e a análise

Para a realização do estudo sobre as metáforas conceituais, recorreu-se aos pressu-postos da teoria da metáfora conceitual, objetivando analisar as presentes no léxico das brincadeiras infantis do Nordeste do Brasil. O corpus do presente estudo foi ex-traído do Atlas Linguístico do Brasil – ALiB –, para o que se realizaram inquéritos linguísticos consistentes na aplicação in loco de questionários previamente elaborados, essenciais para a depreensão de dados empíricos, de modo coerente e sistemático, garantindo uma maior uniformidade nas entrevistas realizadas em todo o território nacional; e do banco de dados do Maranhão inserido no projeto Tesouro do léxico patrimonial galego e português – nesses momentos encontra-se em processo de elabo-ração o inventário das fontes do acervo maranhense de estudos lexicais de natureza dialetal. O corpus foi assim constituído:

Projeto ALiB

Localidades: 9 capitais de estados nordestinos. Número de Informantes: 72 informantes. Sexo: masculino e feminino.

Faixa Etária: 18 a 30 anos – 50 a 65 anos. Escolaridade: Fundamental e Superior.

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Questionário: semântico-lexical (QSL).

Campo semântico: Jogos e brincadeiras infantis. Questões: 158, 159 e 167.

Para melhor visualização, observemos a Figura 1, que apresenta o mapa da região nordeste do Brasil.

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Projeto Tesouro

Obra selecionada do inventário: Jogos e brincadeiras infantis, de Souza (2007).

CAMPO OBRA

Ficha completa da obra Souza, Rosemere Nunes de (2007): Jogos e brincadeiras infantis no município de Pinheiro: um estudo semântico-lexical. Trabalho Final de Curso (inédito).

São Luís-MA: Universidade Federal do Maranhão. Apelidos e nome (autor ou autores) Rosemere Nunes de Souza

Referência Bibliográfica Souza, 2007

Ano 2007

Tipo de Obra TA

Localização Geográfica Norte Maranhense [Pinheiro] Códigos Geográficos 2101

Área Geográfica Brasil Número de entradas 63

Fundos UFMA

Textos Não

Transcrição fonética Não

Imagens Não

QUADRO 2. FIChA DE IDENTIFICAçãO DA OBRA

O mapa a seguir mostra a visualização do município de Pinheiro no Maranhão.

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Para a seleção e análise dos dados, levaram-se em consideração as lexias me-tafóricas presentes no universo infantil maranhense e que fazem referência a outros universos como a seres vivos e objetos; buscou-se também a sua dicionarização, uma vez que o processo de metaforização faz parte de um universo particular. Para isso, recorremos aos três principais dicionários gerais da língua portuguesa, a saber: Dicio-nário Houaiss da Língua Portuguesa (2009), Novíssimo Aulete DicioDicio-nário Contemporâ-neo da Língua Portuguesa (2011) e o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2010). No total, foram analisadas 17 lexias.

4. As metáforas das brincadeiras maranhenses

A metáfora é um recurso discursivo e cognitivo importante para que se entendam os processos que a mente humana possui para organizar e categorizar a realidade. Como se observou anteriormente, a denominação, ou as expressões metafóricas, é o cami-nho pelo qual se podem observar esses processos mentais. Nesse sentido, buscando a categorização dos dados, foram feitos dois quadros nos quais as lexias foram organi-zadas por dois temas: objeto e animal. Os quadros apresentam as lexias encontradas no corpus de análise e mostram, por meio dos sinais O, X e # a presença, se com a acepção de brincadeira ou não, ou ausência das lexias nos dicionários. O sinal “O” indica que a lexia está dicionarizada, mas não como brincadeira ou brinquedo infantil; o sinal “X” indica que está dicionarizada com a concepção de brincadeira infantil, de acordo com os dicionários analisados; e o sinal “#” indica que não está dicionarizada. A análise da presença/ausência das lexias no dicionário permite perceber o nível de normatização das palavras de um campo, tendo em vista que o dicionário, conforme Pontes (2009: 24), “[...] descreve e instrumentaliza uma língua e, ainda hoje, é considerado um dos pilares de nosso saber metalinguístico”.

4.1. Campo objeto

Como se observa no quadro 3, no âmbito das brincadeiras que têm a denominação dicionarizada, no sentido de brincadeira infantil, podem ser observadas apenas duas lexias sinonímicas, mostrando que, no campo dos objetos, a grande parte das formas apresentam um caráter mais popular.

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lEXIAS hOuAISS AulETE AuRÉlIO ACADEMIA X X X AMARELINHA X X X ARMAÇÃO O O O AVIÃO O O O BARRIGA O O O CANCÃO O # O FLECHA O O O

QUADRO 3. lEXIAS DO CAMPO OBjETO E SuA DICIONARIzAçãO

Na definição da lexia amarelinha, nos dicionários Houaiss e Aulete, por exem-plo, aparecem a marca lexicográfica pragmática de ludicidade (lud) e as geográficas (RN) e (Bras), indicando, com isso, o caráter popular da lexia. A denominação ama-relinha, segundo o Houaiss, vem de marelle, que, no séc. xii, era a denominação que se dava, em francês, ao peão e, também, por extensão, a brincadeira que se brincava com um peão. Ainda segundo esse dicionário, a brincadeira recebe esse nome no séc. xvii, quando denominava um jogo infantil brincado com um pedaço de madeira. Logo depois, o jogo, por etimologia popular, no Brasil, recebeu a designação que é um decalque decorrente da francesa.

Por outro lado, os dicionários Houaiss e Aulete afirmam que a denominação academia, sinônima de amarelinha, seria uma forma específica de denominar o jogo infantil no Rio Grande do Norte. No entanto, como se observa nos dados do Atlas Linguístico do Brasil (Cardoso et al. 2014), a lexia também pode ser encontrada nas capitais João Pessoa e Recife. Nesse sentido, é possível observar que há uma região específica, no Nordeste, em que a lexia pode ser encontrada. No Maranhão, a deno-minação não apareceu no corpus.

As lexias não dicionarizadas no sentido de brincadeira infantil: armação, avião, barriga, canção e flecha apresentam sentidos que, de algum modo, retomam a algum aspecto da brincadeira ou da forma, sobretudo pelo processo de metaforização. Por exemplo, barriga, segundo Souza (2007), designa no Maranhão a parte que controla o brinquedo papagaio quando ele está no ar. A denominação sugere uma metaforização por personificação, porque o brinquedo é concebido como uma pessoa, por apresentar uma parte similar a do corpo dos seres humanos, um abdômen. Vale ressaltar que Aurélio (2010: 273) dá a seguinte definição para a entrada barriga: “6. Tip. Defeito que torna a composição mais alta no centro”. Nesse sentido, é possível inferir que a denominação barriga seja dada pela forma que a linha que atravessa o papagaio apre-senta quando ele está no ar.

Outra forma bastante curiosa dada ao papagaio é avião, que aparece no Atlas Linguístico do Brasil na região Nordeste, em duas capitais, Salvador e Maceió. É pos-sível que a metáfora se dê pela proximidade entre as funções e o comportamento

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dos dois objetos, que planam no ar. Em flecha, nome encontrado no Maranhão por Souza (2007), e que denomina o brinquedo com forma de uma forquilha, estilingue, a metáfora dá-se pelo mesmo motivo, a função, que é lançar um objeto em linha reta. Não se pode deixar de notar também a metaforização das lexias armação, que, geral-mente, denomina “conjunto de peças ou elementos conectados que sustenta, reforça ou mantém unidas as várias partes de um todo” (Houaiss / Villar 2009), mas também denomina a estrutura feita com madeira de bambu, que serve para dar sustentação ao papagaio. Para a forma cancão, que também não está dicionarizada, não foi possível encontrar uma origem ou um sentido que fosse próximo para justificar a denomina-ção, comum no Maranhão, segundo os dados de Souza (2007).

É interessante observar, nesse campo, que o processo de metaforização na denominação das brincadeiras infantis é mais comum ou mais perceptível nas for-mas populares não-dicionarizadas. Das 7 lexias encontradas, 2 foram dicionarizadas (28,57%) e 5 não estão registradas nos dicionários com a acepção de brincadeira infantil (71,42%).

4.2. Campo animais

No campo animais, é possível observar que todas as lexias apresentam algum tipo de metaforização. Algumas estão relacionadas à forma dos brinquedos ou aos movimen-tos feimovimen-tos pelos brinquedos.

lEXIAS hOuAISS AulETE AuRÉlIO

ARRAIA X X X CORUJA O O O CURICA X # X GATO O O O JAMANTA X X X MACACA X X X MACACÃO O O O MACACO X O X MACAQUINHO O O O PAPAGAIO X X X

QuADRO 4. lEXIAS DO CAMPO ANIMAIS E DICIONARIzAçãO

No primeiro caso, a lexia arraia aparece no Maranhão e em Alagoas, segundo os dados de Souza (2007) e Cardoso (2014). O dicionário Houaiss (2009) oferece para a lexia duas marcas lexicográficas, lud e bras, mostrando ser uma forma comum em todo o Brasil, e o Caldas Aulete (2011) dá a informação lexicográfica bras, afir-mando também ser essa forma comum em todo o país. No Houaiss, em uma de suas

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acepções, define-se arraia como sinônimo de papagaio. Já o dicionário Caldas Aulete (2011: 149) dá, logo no início, a seguinte acepção “2. Pequeno papagaio ou pipa com o formato desse peixe [arraia]” Como se pode observar nessa acepção, a forma me-taforizada se dá pela proximidade física entre o peixe e o brinquedo, dando origem à denominação metafórica.

A denominação coruja como variante de papagaio, específica da região Nordes-te, segundo Cardoso et al. (2014), é comum no Rio Grande do Norte e na Paraíba, e completamente desconhecida dos dicionários analisados. É uma forma metaforizada porque, possivelmente, o animal strigiforme apresenta uma característica comum ao brinquedo, que é a capacidade de voar em silêncio, conforme se observa na definição do dicionário Caldas Aulete “1. Ave da família dos estígideos e dos titoníndeos [...] capazes de voar em silêncio.” (Aulete 2011: 409, grifo não original). A capacidade de voar e em silêncio talvez seja o traço que aproxima os dois elementos, lembrando sempre que, no processo de metaforização, o traço mais comum e característico pode levar à metaforização de um elemento, seja ele concreto ou não.

Curica, por sua vez, que também se refere a uma ave psitaciforme, não foi re-gistrada no Caldas Aulete e no Houaiss, a acepção de brinquedo aparece em sétimo lugar, com a marca lexicográfica pragmática de ludicidade. A informação geográfica do Houaiss afirma que a denominação é específica do estado do Pará, porém, como foi observado em Cardoso et al. (2014), curica não aparece no Pará, mas sim no Ama-pá e em Roraima. Como se observa, a denominação de brinquedos que voam, no imaginário popular e nos dicionários de língua, mostra que as pessoas comparam os brinquedos a animais voadores, como a coruja e a curica. Por outro lado, é possível observar que a forma dos animais também dá origem às denominações, como é o caso de arraia. Esses nomes deixam bastante claro que o processo de metaforização está na base das denominações dos brinquedos infantis do Nordeste.

Gato, também conhecido como bode em algumas localidades do Nordeste, é a denominação dada ao brinquedo feito de uma linha com um objeto pesado na ponta, que pode ser uma pedra ou pedaço de pau, com o qual as crianças brincam a cortar um a linha do outro. Possivelmente o nome seja dado porque a característica de competição feita de forma desonesta está presente no animal felídeo, desse modo, os traços de desonestidade, presentes na acepção popular do animal, se confundem com os do brinquedo, também utilizado para praticar atos desonestos, como o roubo. Nas acepções do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e do Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, por exemplo, é possível observar os seguintes traços, que cor-roboram com essa ideia “3 fig. p. ana. B N.E. indivíduo ligeiro, esperto” (Houaiss / Villar 2009: 1670) “9. Bras Fig. Gír. Gatuno, ladrão” (Aulete 2011: 702). Como se vê, os dicionários atribuem a marca lexicográfica geográfica Bras e B.N.E, que indica que essa é uma forma própria do Brasil e, especificamente, do Nordeste. Outra marcação é a pragmática, que indica que essas são denominações populares em forma de gíria.

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Outro nome curioso é jamanta, denominação dada a uma arraia de proporções grandes e que também denomina um brinquedo papagaio de grandes proporções, como se observa na definição do dicionário Houaiss (Houaiss / Villar 2009: 1434): “4. lud B. variedade de papagaio grande”. Nessa definição, a marca lexicográfica dá a informação que é um brasileirismo, no entanto, no Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa (Aulete 2011: 821) afirma-se que é uma forma específica do Maranhão “4. MA lud. Certo tipo de papagaio (4) de grandes proporções.”, corroborando com os dados de Souza (2007). Vale ressaltar que jamanta também é, segundo Aurélio, um indivíduo grande e pesado, traços que são característicos do brinquedo jamanta do Maranhão. Essa proximidade de características é um outro caminho que permite a proximidade entre o peixe e o brinquedo.

As denominações macaco, macaca, macaquinho e macacão são formas variantes de amarelinha que, segundo Cardoso et al., (2014), podem ser encontradas em al-gumas regiões do Nordeste, como Bahia, Alagoas e Ceará. É importante notar que todas essas formas, que não são distintas no sentido, porque são casos de flexões de uma só forma, macaco, foram consideradas, neste estudo, como uma só denominação, salvo no caso da flexão de gênero, que marca uma variação diatópica. Sobre esse aspecto, o dicionário Houaiss define macaco do seguinte modo: “21 lud B m.q. 2 ama-relinha”, dando a informação diatópica de essa ser uma forma própria do Brasil. Por outro lado, os dicionários Caldas Aulete e Houaiss afirmam que a forma do feminino, macaca, é sinonímica de amarelinha, conforme se lê a seguir:“9 lud P (Norte) jogo da amarelinha”, e acrescentam a esta forma a informação lexicográfica diatópica de esta ser própria do Norte de Portugal. Cumpre observar, baseado nos dados de Cardo-so (2014), que macaca e macaco são muito mais comuns no Norte que no Nordeste do Brasil. Aurélio (2010: 114) registra: “2. Sin. macaco, marela e maré (MG e GO), academia (N. E. P.), sapata (RS), e (lus) jogo-do-homem, macaca, pé-coxinho”, pelo que acrescenta informações diatópicas, afirmando que a lexia macaco também pode ser encontrada no centro-oeste e no Nordeste, corroborando com os outros dicionários que afirmam que a forma no feminino de macaco é um lusitanismo. Uma hipótese que pode ser colocada para a atribuição dessa variante em uma das denominações da brincadeira infantil seja porque o primata é entendido como um animal que se desloca por meio de saltos. O traço do movimento por meio de saltos, comum tanto à brincadeira quanto ao símio, permite uma metaforização entre essas duas entidades.

Por fim, cumpre ressaltar que papagaio, a forma mais recorrente, é a variante que ocorre, juntamente com pipa, em todos os estados do Nordeste, conforme dados de Cardoso et al. (2014). A forma, do ponto de vista metafórico, assim como curica e coruja, retoma o aspecto físico e funcional do brinquedo, que remete ao formato das aves. É interessante notar que, no Houaiss, papagaio, em uma das últimas acepções, é dado da seguinte forma: “28. lud brinquedo que consiste numa armação leve de varetas, recoberta de papel fino, à qual ger. se prende uma tira, o rabo, que lhe dá certa

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estabilidade quando empinado no ar por meio de uma linha; arraia, cafifa, pandorga, pipa, raia, quadrado”. O aspecto funcional (voar) e o aspecto físico (colorido) permi-tem a metaforização dos dois elementos.

Como se observou ao longo da análise, a metáfora é um processo muito co-mum no universo infantil. Comparar os brinquedos e os jogos infantis com animais e objetos é muito comum no processo mental de categorização da realidade das crian-ças maranhenses. As análises feitas neste estudo demonstram quais os traços carac-terísticos dos elementos (animais e objetos) que permitem a metaforização. Desse modo, fica claro que o estudo das metáforas no âmbito das brincadeiras infantis é um domínio interessante para que se analise a cultura e o modo de pensar de um povo.

5. Considerações finais

Como se observou, a metáfora é um recurso bastante presente na formação dos itens lexicais do universo infantil maranhense. Por meio da descrição das características dos seres e da análise da relação de semelhança entre as estruturas conceituais que formam as entidades nomeadas, foi possível observar o quanto a metáfora está pre-sente na denominação do universo infantil no Maranhão e no Nordeste Brasileiro. A metáfora, como elemento que funciona como um evidenciador da cultura de um povo, através das expressões e denominações metafóricas, é um interessante meio pelo qual se pode investigar a relação entre cultura e linguagem. A pesquisa mostrou que, quando denominam os jogos e brincadeiras infantis, no Maranhão e em algumas localidades do Nordeste, a comparação por metaforização é muito utilizada.

O trabalho também evidenciou o quanto projetos como o Tesouro do Léxico Patrimonial Galego e Português e projeto Atlas Linguístico do Brasil são importantes para o registro e o estudo da formação do léxico da língua portuguesa. Os dados desses projetos permitiram que fosse feita uma análise abrangente sobre a presença das lexias do universo infantil nordestino, em especial do Maranhão; também per-mitiram que fosse feita uma relação entre os traços evidentes que conjugam em uma metaforização.

É curioso o fato do corpus apresentar, no campo objeto, grande parte de lexias não dicionarizadas; por outro lado, o campo animal é o que agrupa o maior número de lexias dicionarizadas, marcando uma tendência de que, no universo das brinca-deiras infantis, a comparação dos objetos e dos jogos com animais é mais recorrente. Cumpre notar também que, no Maranhão, por extensão, em algumas localidades do Nordeste, das 17 lexias analisadas, 2 (0, 34%) não foram encontradas em algum dicionário, apenas 8 (1,36%) são registradas nos dicionários analisados com o sentido de brincadeira infantil e 10 (1,7%) registradas sem ter alguma acepção de brincadeira infantil em algum dos dicionários analisados, mostrando que grande parte das lexias

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metaforizadas das brincadeiras infantis não são dicionarizadas, ou seja, ainda fazem parte do registo popular da fala. Desse modo, é possível concluir que, nesse âmbito, os regionalismos, ou elementos próprios do léxico das comunidades, são formas que dão pistas do modo particular que cada povo tem de registrar a realidade.

É importante repetir que as pesquisas no âmbito do léxico das brincadeiras infantis é um caminho pelo qual pode ser visto o modo de olhar e de organizar a realidade de um povo, tendo em vista que a língua sempre representa o universo conceitual do homem.

Referências biliográficas

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Aulete, Francisco Júlio de Caldas (2011): Novíssimo Dicionário contemporâneo da Língua

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Berber Sardinha, Tony (2007): Metáfora. São Paulo: Parábola.

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Cardoso, Suzana Alice Marcelino da Silva et al. (orgs.) (2014): Atlas Linguístico do Brasil. Londrina: Eduel.

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