Volume 5 | Number 5
Article 4
6-2004
Os Espiritanos na América Latina
António Farias
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António
Farias *os
espiritanos
na
américa
latina
Os
contornos do assuntoem
questão necessitam de algu*mas
explicações.Assim,
neste artigo trataremosda
pre-sença
emissão espiritanosno
Brasil,no
Paraguay,no
México
ena
Bolívia, oque
configuraa
América
Latinaa
nívelda Congregação
do Espírito Santo. (...)Prever o futuroé
sempre
difícil.Mas
podemos
suporque
progressivamente os diferentesgrupos espiritanos
exis-tentes
no
Sul do Brasil sevão integrandona
Província.Devido
às distâncias e às suas realidades missionáriasbem
específicas,Amazónia
(Tefé) e AltoJuruá, continu* arãocomo
grupos espiritanos internacionaisautónomos.
No
Paraguay
eno México
osgrupos internacionaises-piritanos continuarão, talvez
contando
paulatinamente
com
algunsmembros
provenientes desses países.Depen*
dendo
do investimentopostona
pastoral vocacional, dotestemunho
missionário espiritano eda
colaboraçãodoconjunto
da Congregação
(Africa), acreditamosque
os grupos espiritanosna América
Latinacrescerão lenta e progressivamente1. Introdução
Os
contornosdo
assuntoem
questão necessitam de algumas expli-cações.O
título"Os
Espiritanosna América
Latina"tem
a suade-limitação, poisalgunspaísesnosquaisosEspiritanostrabalhamdesde
há
muitos anos estão excluídosdo âmbito
deste artigo. Referimo-nos àTrindade e
Tobago
(língua inglesa) e aos departamentos territoriaisfrance-sesdasCaraíbas (Guiana,Guadalupe,Martinica)eigualmenteaPorto Rico.
Por
exemplo
em
alguns destes territórios,como
aGuiana
Francesa, osdis-cípulosde Cláudio Poullartdes Places (lg fundadordosEspiritanos)
traba-lham
desde a2~metade do
séculoXVIII. Igualmenteno
PeruosEspiritanos tiveram duas curtas passagens, de que faço referência.Também
nesteano
*AntónioFarias,missionárioespiritano, foimissionárionoBrasil,animadormissionárioe
res-ponsável daformaçãoemPortugal,membrodoConselhoGeraldaCongregaçãodesde 1998.
(2004) os Espiritanos iniciaram
uma
missãona
RepúblicaDominicana.As-sim, neste artigo trataremos da presença e missão espiritanas
no
Brasil,no
Paraguay,
no México
ena
Bolívia, oqueconfiguraaAmérica
Latina a nívelda
Congregação
do
Espírito Santo.2.
Os
Espiritanosna
RegiãoAmazónica
- Brasil1Desejo
do
Venerável Pe.Libermann
"Vivemalitrês
milhões de escravos
negros"
Já
em
1844,oPe.FranciscoLibermann
2
tinhaplanosde enviarmissionários
paraoBrasil,mas,
como
lhe era habitual,esperapelomomento
oportuno, pela hora deDeus.Pensavainiciaramissãono
Brasil, apartirdeuma
fundaçãoes-piritana
em
Espanha, pois dizia: "estabelecendo-nosem
Espanha, facilmente adquiriremososcostumes espanhóis eportuguesesque são osdo Brasil; ecom
maisfacilidadeconseguiremos talvezentrar nessepaís, pois jáconhecemosalíngua.Vivem
alitrêsmilhõesde escravos negros"
(ND
VII,265).A
ofertadeuma
casano
Rio deJaneirofeitaporum
rico imigrantefrancêsem
1845 parafundaruma
obra da Congregaçãonão
serealizou(ND
VII, 428-429).No
tempo do
Pe. InácioSchwindenhammer
(1852-1881), sucessordo
Pe.Libermann, nos anos 1860,porváriasvezesforamventiladosplanos para assumir
um
projecto missionáriono
Brasil,como
testemunha
a corres-pondência mantida entre o Pe. Duparquet e o Superior Geral.O
Pe.Du-parquet sentiu-se ainda mais estimulado pela
retomada
de contactocom
Dom
António
Macedo
da Costa,recém-nomeado
BispodeBelém do
Pará,antigoaluno
do
SeminárioFrancêsem
Roma.
2.1.
Belém
do
Pará - a porta de entrada dos Espiritanosno
BrasilNo
período colonial, os colégios jesuítas foram os centros mais impor-tantesde formação sacerdotal.Após
areformapombalina poucossemináriospuderam
continuar por falta de professores.O
remédio para os males daIgreja
no
Brasil passava pela renovação dos seminários. Perante estareali-dade, os bispos fizeram
um
apeloveemente
à colaboração de ordensreli-giosasdaEuropa.
Dom
António Macedo,
Bispode Belém, grande pensadore
homem
de visão ampla,em Roma
na
"visitaad limina" contactou oSu-perior Geral dos Espiritanos, Pe.
Ambrósio Emonet,
exprimindo-lhe ode-sejo de "confiar ao Instituto
do
Espírito Santo edo
ImaculadoCoração
de Maria a direcçãodo
semináriomenor
da diocese"(BG
13, 617ss).Ao
seu1
Naparte históricautilizamos osseguintes trabalhos:Wenning,Henrique,Cssp-OsEspiritanos
noBrasil 1885-1950e 100Anosde PresençaEspiritanaemTefé,devários autores,em
espe-cialoPe.GruytersAntónio,Cssp.
-
O
Pe. FranciscoLibermannéconsideradocomoo 2° fundador dosEspiritanos;nos anos 1840,comalgunscolegas, fundouaCongregação do Imaculado Coraçãode Maria,aqualem 1848
sefundiucomaCongregaçãodoEspíritoSanto,quehaviasidofundadaem1703 por Cláudio
PoullartdesPlaces; entãooPe. Libermann tornou-seo Superior Geral danova Congregação
(1848-1852).
O
Pe.FranciscoLibermannfoideclarado Venerávelem1903. missãoespiritanasegundo pedido,
com
arecomendação do
Papa, oConselho
Geral daCon-gregação
achou
seudever aceitar adirecçãodo
semináriomenor
deN.
Sra.do
Carmo
deBelém,vendo
aí"uma
fonte preciosa que nosé dadapela Di-vina Providência"(BG
13, 620).O
primeirogrupo de sete Espiritanos chegou aBelém do
Paráno
dia30
de
Novembro
de 1885 para cuidardo
seminário deN.
Sra.do
Carmo.
Os
Espiritanos, entregaram-se corajosamente à reparação e à organização
do
seminárioeadedicaros seus
momentos
livresao trabalhoapostólico.A
ani-mação
e a vivacidade da cidade deBelém
depressa encantaram osEspiri-tanos, que se sentiram ainda mais
em
casaquando
uma
negra idosa disse:"conheço
bem
estes missionários. Vi-os na Africa; são os Padres dos Negros'.(BG
13, 1134). Graças aestareputação, a bela Igrejado
Carmo
depressaseencheu
de fiéis aos domingos, sobretudo denegros.Também com
frequên-cia os Espiritanos
acompanhavam
o Bispo nas suas visitas pastorais,apercebendo-se da situação de
abandono
em
que se encontrava toda esta região. Apesar das dificuldades, inerentes a qualquernova
fundaçãomis-sionária, a primeirafase da obra espiritana
no
Pará foi boa.A
comunidade
do
Carmo
mostrava-seanimada
e isso devia-se aobom
relacionamentoen-tre
Dom
António
Macedo
e aCongregação do
Espírito Santo.O
Bispomostrava-se satisfeito
com
a formação dadapelos Espiritanos,mas
estesre-conheciam
experimentar dificuldadesem
corresponder aos ideais dafor-mação
eclesiásticadesejada, pois oBispopreferiaque osemináriofosse sim-plesmenteum
seminário enão
seminário-colégio, que admitia alunos externos.No
entanto, o Bispo, reconhecendo a dificuldade de continuar aobra
como
simples seminário, porfaltadevocações, permitiuaceitaralunos externos para osanos primários(BG
15, 94).O
Brasil, nos finaisdo
século XIX, passavaporum
períodode ebuliçãopolítica,que interferia
no
campo
religioso3.O
primeiro golpequeperturbouosEspiritanosfoiaproclamaçãoda República
em
1889.O
novo
governore-publicano
promulgou
grandenúmero
dedecretos, entre osquais achamada
"grande naturalização"de 1889, convidandoos estrangeiros a
naturalizarem-se brasileiros. Decretou
também
a leida Separação Igreja - Estado efalava-se que se estava apreparar a expulsão dosJesuítas, das ordens religiosas e
mesmo
a exclusãodo
ensino religioso nas escolas públicas. Apesar dasdifi-culdadesedasupressãodossubsídiosporparte
do
governo, oseminário-colé-gio
caminhava
bem
eninguém
previa odesfecho que aconteceu.Alguns
factos irão determinar a saída dos Espiritanos de Belém: anomeação
deDom
António
Macedo
paraBispoda Bahiaeachegada deum
novo
Bispo paraBelém,Dom
JerónimoTomé.
No
início tudocorriabem
e osEspiritanos pareciamfirmesem
Belém.Mas
depressacomeçaram
asurgirpequenos desacordos e apareceu
também
aconcorrência de outros colégiosconstruídos
na
cidade.A
situaçãoem
Belém
complicou-se:com
a morte de"A
animaçãoea vivacidadeda cidadedeBelém depressa encantaramos Espiritanos""O
primeirogolpequeperturbouos Espiritanosfoia proclamaçãoda República
em
1889" 3A
históriadaIgrejado BrasilnoséculoXIX émarcadapela "Contra-reformaCatólica", queprocurou aplicarareformado concíliodeTrentonopaís. Ligada àReformaCatólicaestáa
"QuestãoReligiosa" pelaquala Igrejatentou acabaroulimitar a influênciadamaçonariana
sociedadeeasuaparticipação nasconfrarias católicas.
"O
desacordoentre os Espiritanos eo Bispo deBelém centrava-sena questãodo seminário-colégio"Dom
António Macedo,
Dom
Jerónimo foinomeado
Bispo da Bahia eem
1894 foi
nomeado
bispo deBelém
Dom
António
Brandão.Ao
novo
Bisponão
agradou a situaçãodo
semináriodo
Carmo, onde
dentre 140alunosinternos, apenas5
eram
seminaristas. Passouamensagem
que
Dom
António Brandão
queria ir aRoma
procurar padres para oaju-darem
no
seminário.O
desacordo entre os Espiritanos e o Bispo deBelém
centrava-se
na
questãodo
seminário-colégio e osuperior tinha-se recusado apresentarascontasdo
semináriosem
apermissão de seus superiores.Tam-bém
em
Paris amudança
deSuperiorGeral(demissãodeAmbrósio
Emonet
e eleiçãode
Mons.
AlexandreLe Roy)
não
ajudoua tomaratempadamente
asmedidas maisadequadas.Por
uma
cartado cónego
Dupuy, pároco deTefé,parece que a administração imoral e escandalosa da diocese foi o polo
do
conflito, pois fala da falência de
um
banco
e de transformar a secretariadiocesana
em
comércio.O
Pe.Eigenmann
(fundadorda provínciadePor-tugal) foi
nomeado
visitador extraordinário para regularizar os problemas.Após
avisita, oConselho
Geral porimpossibilidade de continuaraobrado
seminário
do
Carmo
decide suprimir acomunidade
espiritana deBelém
a 8/9/1897(BG,
1897, 813-814)4. Entretanto, algo de
novo
estava a surgir-os Espiritanos irãopara
Manaus
e Tefé.2.2.
Os
Espiritanosem
Manaus
eem
Teféaquivivemos
maisabandonados"
Em
1893, o Padre Xavier Libermann, sobrinhodo
Venerável Pe.Fran-cisco Libermann, foi
nomeado
visitador das obras espiritanasna
América
Latina.Depois de visitar
Lima
(Peru),onde
osEspiritanostinham
abertoum
colégioem
1891,na
longaviagem do
Perupara Belém, passando pelo Rio deJaneiro, encontrou-secom
Dom
José da Costa Aguiar,recém-nomeado
primeiro bispo de
Manaus
em
1892. Este aproveitou a oportunidade parafalar das grandes necessidades da
nova
diocese, pediu a ajuda da Congre-gaçãoeconvidou o Pe. Xavierpara a suatomada
deposseem
Manaus.
En-tão,oPe. Xavierteve oportunidade de conhecer ocónego Dupuy,sacerdote
secular francês,que era vigário da paróquia de Sta. Teresa
em
Tefé, quein-fluenciará
na
vinda dos Espiritanos para Tefé.A
cidade deManaus
tinha apenas2padrespara50000
habitantes,eno
interiorhaviasó 5ou
6 padres.Vejamos
um
trecho deum
relatório de Tefé de 1899: "aquivivem
os maisabandonados;
há
apenas seteou
oito padres.As
tribos índias, exploradas pelo comércio,com
maus-tratos e escravidãofogem
para as florestas.As
casas são incendiadas, mulheres efilhas roubadas,
experimentam
sofrimen-tos eatéamorte;
do
ladodelastambém
há
vingançassangrentas.Os
índiosdo Amazonas,
a maioria selvagem,merecem,
portanto, a nossa compaixão,sendovítimas dos «civilizados».
São
considerados,como
osnegrosdeAfrica,uma
raçainferior, incapaz deuma
vidasocial edeprincípiosdareligião.Os
milagres dos missionários,
em
outros países,provam
o contrário.Só
osmis-4
Nosanos 1960osEspiritanosholandesesassumiramduas paróquiasemBelém(Pará). Depois deterdeixadoBelémpor algunsanos,em 1990oespiritanoholandêsPe.João Derickx assumiu
aparóquiadeN.Sra.da PaznobairroBenguí. missãoespiritana
sionáriosdedicados são capazesdeconduzi-los à salvaçãoe àliberdade"
(BG
19, 531-532).
Na
horadadespedidado
Bispo,oPe.Xavierprometeuesforçar-sepor bus-carmissionáriosna
Europa.Dom
Aguiar, porsuaparte, lançavagritos deso-corro para aEuropa e
também
para aCasa
Geral dos Espiritanosem
Paris.Em
1896 o Bispo deManaus
veio à Europa à procura de missionários eno
mesmo
ano
oConselho
Geral informaDom
Aguiar, aindana
Europa, que lheserãoenviados algunspadres,sobretudo para a missão entreos índios,me-diante algumas condições: ter
um
ponto de apoiopermanente
em
Manaus, dependerdirectamente daObra
da Propagação daFé, asdespesas de viagem por conta da diocese e poder dispor dos recursos auferidos pelo ministério.Dom
Aguiar, cheio de esperanças, foi deRoma
a Paris e conseguiu que oConselho
Geral lhe desse o Pe. XavierLibermann
como
superiordo
novo
projecto.
Em
1897, aCongregação resolveufecharocolégioem
Lima
(Peru)e
também
o semináriodo
Carmo
em
Belém
e alguns espiritanos serãointe-grados
na
nova
missão.No
diade Pentecostes de 1897, os Pes. Friederich eParissier,
tomam
possedaIgrejadeSão
Sebastiãoem
Manaus, quefuncionarácomo
"procuradoria" e ponto de apoio da missão do interior(BG
19, 536).Os
outroscom
o Pe. XavierLibermann
dirigem-separa ointerior.No
auge daexpansão colonialistadaspotênciaseuropeias, finaisdo
séc.XIX
ecomeços do
séc.XX,
aCúriaRomana
incentivavaum
projectomis-sionário centralizador, que
no
Brasil visava enquadrar o tradicionalcatoli-cismo luso-brasileirodentro
do modelo
eclesialtridentino.Na
Europa haviauma
grande oferta de religiosos (as), fruto de muitas congregaçõesrecém
fundadas, desejosas de evangelizarem povos pagãos e de desenvolverem
no
meio
delesasobrasde educaçãoedepromoção
social.Daísurgiro plano dedividirtoda a regiãoamazónica
em
prelazias e prefeituras apostólicas, e cada congregação religiosa era encarregada de determinada região, para desen-volver nela os trabalhos que desejasse,mas
sem
ingerência episcopal,pre-stando contasdirectamente a
Roma.
"Nodiade Pente'
costesde 1897, os
Pes. Friederiche
Parissier, tomam
posseda Igrejade SãoSebastião
em
Manaus, que
fun-cionarácomo
"procuradoria" e
ponto deapoioda
missão dointerior"
2.3.
Fundação
daMissão
daBoca
de TeféNo
dia 10/6/1897, o Pe. XavierLibermann
com
o Pe. Louis Berthon eIrmãos Tito Kustere
Donaciano
Hoffmann
sobem
o rio Solimões até Tefé.O
cónego
Dupuy
oferece-lhes hospitalidade, as autoridades municipais osacolhem
com
muitasimpatia e indicam-lhescomo
possível lugar deinsta-lação
uma
barreiraelevada a 7-8Km
deTefé.O
municípiodoou
um
grandeterreno, cuja escrituração datade 27/7/1897, tida
como
a data da fundação da Missão deTefé.Os
espiritanosnão
perderamtempo
e imediatamentemeteram mãos
à obra e aos 10/9/1897uma
pequena
construção provisória estava terminada.O
velho Pe. XavierLibermann não
a desprezou e achava-se melhor lá quena
cidade de Tefé,em
casa de outros.A
"Escola Agrícola e Industrial daBoca
de Tefé", que alfabetizou eformou
muitosprofissionais, foiinaugurada a02/02/1898. Paravisitar os índios atéaos cantosmais afastados,um
"o Pe. Tastevin
es-creveu3 livrose
cercade40artigos
científicossobrea
regiãoda
Amazó-nia, aindahoje
apreciados"
tivo recebido por
Mons.
Le Roy, foi orientado para acompra
deum
barco avapor para anova
missãono Amazonas.
Os
iníciosforam promissores.Os
Espiritanosnão
sepouparam
aesforços elançaram-seao trabalho: dinamizare orientar a escolada
Boca
de Tefée vis-itaraspopulações.Os
Pes.Parissier,ConstantinoTastevineAugustoCabrolié fizeram longas viagens missionárias nos diferentes rios da região.Os
doisprimeirosdeixaram-nos muitoseimportantes trabalhoscientíficossobre os ín-dios: estudaramaslínguas indígenas,publicaram livrose artigosnas melhores
revistas científicasdaépoca,
como
a"Anthropos".A
listadassuaspublicaçõesé impressionante;porex. o Pe. Tastevin escreveu 3 livrose cercade40
arti-goscientíficossobre a regiãoda Amazónia,ainda hoje apreciados.
Mas, asdificuldadesdepressa apareceram: faltade dinheiroefaltade
es-paços paratrabalhar.
Alguns
políticos,pertencentes àmaçonaria,opunham-se aos institutos educacionais da Igreja e desta forma as verbas prometidas
não
chegavam.Como
alimentare educar cerca de 80 rapazes (órfãos)sem
osrecursos necessários?
O
Pe.Augusto
Cabroliénão
aceitou a ideia dedes-pediros alunoseentão,padres, irmãos ealunos tiveramqueplantar, pescar,
trabalhar para
manter
a Escolaem
funcionamento.Foram
anos heróicos, conta o Pe.Manuel
Alencar, aluno da Missão neste período(BG
22,179-184).Entretanto, asdificuldades surgidas
em
Manaus
(São Sebastião), iriam acabarcom
acomunidade
espiritana: o superior dacomunidade,
o Pe.Parissier,
não
acatou aordem do
Bispode colocar o altar deSão
Francisco à disposição deum
padre franciscano, porque sentiaaameaça
da expulsão dos espiritanos; dealguma
maneira estes haviam-se tornado influentesna
cidade.
A
desavençacresceudetom
eoPe. Parissieracusouo Bispodenão
respeitar o acordo feito
com
aCongregação
echegou
mesmo
a hastear a bandeira francesana
Igreja. Finalmente,com
muitahumildade
deixou aIgreja e lançou-se
em
expedições pelosrios daAmazónia.
Sobrou apenas a
comunidade
daBoca
da Missão de Tefé.Mas
otrabalho missionáriopelos riosestava impedido porfaltade jurisdiçãodacúria dioce-sanade Manaus.A
jurisdiçãoeraconcedida demodo
limitadoeparaalgumas desobrigas5.
Havia
apenasum
pouco
detrabalhona
ajudaao párocode Tefé,ocónego Dupuy.Faltava-lhes
campo
detrabalhoapostólico.Talsituaçãoafec-tou amoral
do
grupo, que buscou projectos alternativos: o Pe. Parissierrece-beu a oferta de fundar
uma
missãoem
Mato
Grosso.A
existência de taisplanos inquietou muito o cónego Dupuy, que
em
1904 foi a França e faloucom
Mons.
LeRoy
sobre a situaçãoda Amazónia. Este pediu-lhe para fazerum
relatório,oqualfoiapresentadoem
Roma.
Ficouresolvido dividir agrande diocese deManaus
em
prefeituras apostólicas.Alarmado
por tais notícias o Bispo de Manaus,Dom
Aguiar, partiuparaRoma
para impedirodesmembra-Desobrigas sãoasviagensfeitaspelosmissionáriosàscomunidadesribeirinhas.
Num
esquemaemqueasalvação dasalmasdependia da recepção dos sacramentose a distribuição destes
de-pendia dospadres,desenvolveu-seo sistema dasdesobrigas,emqueos resultadosdotrabalho missionárioeram medidospelaquantidade de baptismos, casamentos,confissões ecomunhões.
Porfaltadepadres, só sepodiafazeromínimodo queera necessário.Daíonomedesobriga.
mento
de sua diocese edefender a sua integridade.Mas
a 5/6/1905, ao chegaraLisboamorreudo coração.
2.4.
Na
Escola Agrícola de ParicatubaO
bom-nome
da obra de Tefé e as boas relações dos espiritanoscom
asautoridadesde
Manaus
inspiraramaonovo
governadoraideiadeconfiar aosespiritanos a direcção de
uma
escola industrial e agrícola, criada pelo go-vernodo
Amazonas
em
Paricatuba.Com
a autorização da diocese deMa-naus, a obra foi aceite pelo
Conselho
Geral.A
comunidade
espiritana deSto.
António
em
Paricatubainicioua 1/1/1906;aítrabalharam8 espiritanosentre os quais o Pe. Miguel Barrat (professor de música), que será ofuturo
prefeito apostólicodeTefé.
Mas
com
achegada deum
novo
governadordo
Estado as coisas
mudaram
e a obrafoi apresentadacomo
dispendiosa esem
resultados. Diante de talsituação, os Espiritanos apresentaram a sua demis-são e deixaram a escola aos 22/7/1908. Perante as dificuldades surgidas
em
Manaus
eem
Tefé, estaobrafuncionoucomo
um
"intermezzo".2.5.
Os
Espiritanoscom
vastocampo
de acçãoO
novo
BispodeManaus,
Dom
Frederico Costa, ex-alunodo
semináriodo
Carmo
deBelém
eamigo
dosEspiritanos,logoconcedeu
ampla
jurisdiçãoaos padresda Missão deTeféeinsistia
com
Roma
parasercriada aPrefeituraApostólicade Tefé. Pensava-se
em
dividir a diocesedeManaus
em
trêsou
quatroprelazias, a deTefé seriaconfiada aos Espiritanos. Entretanto o
visi-tador, Pe. XavierShurrer, regressou aParis
em
Julho 1907com
um
contrato pelo qual onovo
Bispo deManaus
confiava"em
perpetuidade" aparóquia de Tefé à Congregação, cujos limites coincidiamcom
osda prefeiturapro-jectada, oque davaaos Espiritanos
um
vastocampo
de apostolado.O
Bispo aposentou o cónegoDupuy
com
68 anos, pároco de Tefé durante 25 anos, que regressou a França enomeou
pároco o Pe. Donnadieu, o primeiroes-piritanopároco deTefé.
Em
1908 o Bispovisitou Tefé ea Missão, ficou sa-tisfeitocom
omovimento
enomeou
o Pe. Parissiercomo
vigário de Fonte Boa,ampliando assim ocampo
de acçãodos Espiritanos.2.6.
A
Prefeitura apostólica de TeféFinalmente a 23/5/1910
foram
criadas várias prefeituras apostólicas, sendo a de Tefé confiada àCongregação
do
Espírito Santo.O
decreto denomeação
deDom
Miguel Barratcomo
onovo
Prefeitoapostólico foiemi-tido
em
Roma
a 16/8/1910.O
primeiro período dasua administração (1910-1920) foimarcado
pela organizaçãodaPrelazia e foram anos de muito trabalho missionário: desen-volvimento da escola da Missão, construção e inauguraçãodo
seminário edo "palácioepiscopal", ordenação
do
primeiroaluno da escoladaMissão, oPe. Alencar, eforam feitas muitasvisitas missionárias.
Em
1912 o Bispode"Com
aautoriza-çãodadiocesede
Manaus, aobrafoi
aceitepelo
Conselho Qeral"
"onovo Bispo de
Manaus confiava
"emperpetuidade"
aparóquia deTefé
àCongregação"
"Todoeste enorme
trabalhofoiprejudU
cadopelacrise da
borracha, e
sobre-tudopelaprimeira guerramundial
(1914*1918)"
"Mons. Barrat"
"cavaleirosolitário"
Manaus
confia aosEspiritanosaregiãodo AltoJuruá, quepertencia à diocese de Manaus, o queaumenta
oseucampo
de trabalho.A
acção dosEspiritanosestendeu-seatéCoari.
Todo
esteenorme
trabalhofoiprejudicado pelacriseda bonacha,esobretudo pela primeira guerramundial (1914-1918).A
Prefeituracomeçou, novamente, alutar
com
faltade pessoal e derecursos financeiros.Em
1919, após a guerra o Capítulo Geral daCongregação
decidiuen-tregarà provínciaespiritanada
Alemanha
aPrefeituradeTefé.Em
troca osespiritanos franceses encarregar-se-iam das missões das quais os alemães foram expulsos
na
Africa. Tal decisãoapanhou Mons.
Barratno
auge dassuasactividadesedosseusplanos. Pensou quepoderianegociar, pois bastaria
separar o AltoJuruá e o Acre, que pertenciam à diocese de
Manaus,
een-tregá-los aos alemães.
Mas
o Capítulo Geral, sob pressão daCongregação
para a Propaganda da Fé, haviadecidido ocontrário.
2.7.
Chegada
dos EspiritanosAlemães
Depois de 1919
sem
avinda de novos espiritanos franceses,a PrefeituraApostólica entrou
numa
lenta anemia. Depoisdo
Capítulo Geral de 1926, oprovincialdaAlemanha, achando
que tudoestavaem
ordem,mandou
que alguns espiritanos alemães preparassem a viagem para o Brasil.A
9/4/1927chegaram
três padres e dois irmãos alemães a Tefé, quecomeçaram
imedi-atamente a trabalhar.
Quando
Mons.
Barratchegou
deuma
desobriga, en-controu-os eassustou-secom
os factos consumados.De
imediatochamou
oPe.
Donnadieu do
Cruzeirodo
Sul e despachouos doispadres alemãesparao
Acre
(o terceirofaleceuem
1928).O
bispo viajou para aEuropaparadis-cutir ofuturo da PrefeituraApostólica
com
as autoridades daCongregação
em
Paris ecom
Roma.
Recebeu
a garantia que ele continuariaem
Tefé eque os alemães assumiriama
nova
Prelaziado
AltoJuruá.O
nacionalismo europeu e o jogo pelo poder atrapalhava odesenvolvi-mento
da missão espiritanana
Amazónia.Mons.
Banat,chamado
pelo Pe.Tastevin,
um
"cavaleiro solitário", sempre audacioso e tenaz nas suas iniciati-vas, nãodesistia e continuava fazendo longasdesobrigas pelos rios.Em
1925 trouxe asIrmãs Franciscanas Missionárias de Mariapara Tefé e vários padres, francesesou deoutra nacionalidade.Nos
anos 1935e 1937, após a inauguração denova
catedralde Teféedas suasbodasde ourosacerdotais, pensouaposen-tar-se.
Mas
logotransbordounovamente
deenergia econtinuouasua missão. 2.8. Prelazia "nullius"do
Alto JuruáA
prelaziado
Alto Juruá foi criadaem
21/11/1931 eMons.
Barrat foinomeado
seu administrador durante quatro anos.Só
em
1935 o Pe.Hen-rique Ritter, da província da
Alemanha,
foinomeado
prelado "nullius"do
Alto Juruá.
A
prelazia recebeu muitos espiritanos alemães, as obras desen-volveram-se e havia esperanças deum
futuro promissor.Além
das desobri-gas pelos rios, sobravatempo
para o social: cuidardos leprosos, fundarum
jornalo"Católico" e
uma
banda
demúsica.Em
1938começou
oseminário menor;doisseminaristas foramestudar para Portugaleforam ordenadosem
1945.Em
1938 a Prelazia instalouem
Manaus
uma
procuradoriae assumiua paróquiadeS.
Raimundo,
queem
1948passou para a responsabilidade dos EspiritanosdeTefé.Em
1937 asIrmãsDominicanas
abriramno
Cruzeirodo
Sul
um
orfanatoeum
dispensário.Tudo
pareciairmuitobem,
mas
asegunda guerra mundial atrapalhou todaesta grande actividade.Os
padres alemães foramprivados danecessária liberdade para semovimentarem
e exercerem oseuministério.Em
1942,Mons.
HenriqueRitter, depoisde tervoltadoes-gotado de
uma
desobrigade oito meses, viajoudirectamente paraManaus,
falecendodurante o CongressoEucarístico. Foi
nomeado
vigário capitulare administrador apostólico oPe. Henrique Klein.Em
1947Mons.
José Hascherfoinomeado
novo
prelado do AltoJuruá.Novos
reforçoschegaram e asgrandes preocupações donovo
Bispo foram asescolaspara aformaçãode professoresede agentesde pastoralparaatendero
povo
do interior e a formaçãodo
clero local.Dom
José resigna eem
1966Dom
HenriqueRuth
énomeado
novo
BispodeCruzeirodo
Sul(AltoJuruá).Em
1979Dom
LuísHerbst énomeado
bispo auxiliar.O
trabalhona
pastoralvocacionale
na
fonnaçãosacerdotalcomeçou
adaros seus frutos esurgemosprimeirospadres diocesanos.
Em
1998Dom
Mosé
Pontellofoinomeado
bispoauxiliarde Cruzeiro
do
Sul, assumindo adioceseno
ano 2000."Em
1938 começouo semi-náriomenor;doisseminaristasforam
estudarpara
Por-tugaleforam
orde-nados
em
1945"2.9.
Os
Espiritanos Holandesesna
Prelazia de TeféEm
1942na
PrefeituraApostólicade Teféhavia apenas 6sacerdotesejáidosos.
A
situação era insustentável.Os
municípios enviaramabaixo-assi-nados ao núncioapostólico,pedindoassistênciareligiosa.
A
Prelaziado
AltoJuruá, apiedou-se e
em
1943mandou
dois padres para Tefé.Com
80 anos,Mons.
Barrataindafaziadesobrigasno
rioJuruá. Talcomo
com
osAlemães,o "cavaleiro solitário" tinha dificuldade
em
passar a Prefeitura para outras mãos. Todavia,em
momentos
de aparentefraqueza, os frutosapareciam:em
1947 três jovens foram ordenados sacerdotes espiritanos e outros três ex-alunosdo
seminário de Tefé tornaram-se padres diocesanos.Mons.
Barrat,idoso ecansado deixa definitivamente Tefé
em
Maio
de 1947.Em
1946 oPe.Joaquim
de Lange, daprovínciada Holanda,jácom
doze anos de vida missionáriaem
Angola, énomeado
Prefeito Apostólico deTefé.
No
mesmo
ano
10 jovens padresholandeseschegam
aTefé.A
seu pe-didoem
1951 oestatutodePrefeituraApostólicade Tefémudou
paraPrelazia.Por isso
Mons.
Joaquimfoi sagradoBispo.Dom
Joaquim dispondo de padresjovens
começou
a subdividir aPrelaziaem
novasparóquias, afimde melhorara assistência pastoral àspopulações.
A
obrada Missão daBoca
de Tefé con-heceuuma
nova
vida eum
novo
dinamismo.Dom
Joaquim orientou a sua acçãono
sentidodaevangelização edapromoção
humana
esocial.Assim
em
1948 inaugurou a "Escola
Normal
Rural"em
Tefé, quesob a responsabilidade dasIrmãs Franciscanasformouprofessores ecatequistasparaointerior.No
in-ício dos anos 60 inaugurou a Radio Educação Rural de Tefé, quecom
aas-sistênciado
MEB
(Movimento
de Educação de Base) espalhou asescolasra-diofónicas pelo interior
no
trabalho da alfabetização.Na
linha daconsciencialização apoiou acriaçãode sindicadosrurais e a associação dos
pe-quenosprodutores rurais. Preocupado
com
a saúde, construiu o hospital "São"Pe. Joaquimde Lange" "énomeado Prefeito Apostólico de Tefé" missãoespiritaria
Miguel"
em
Teféepromoveu
aassistênciasanitáriano
interior.A
Prelaziade Tefé entrouplenamenteno
espíritoderenovação doConcílioVaticanoII, fezopçãopelas"Cebs"*epelaformaçãode agentespastoraisleigos, tarefasassumidase
di-namizadaspelaCoordenação daPastoral.
O
novo
BispodeTefé,apartirde1980,Dom
MárioClementeNeto,incrementouuma
melhor coordenação dapastoral,aformaçãoeadiversificaçãodos agentesdepastoralsobretudo paraointerior.
O
grupo espiritano inicialmente totalmenteholandês aos poucos foi-se
diversifi-candoe tomou-se
um
grupo internacional.A
partirdosanos90constrói-seum
centro vocacional, faz-se a animação vocacional na esperançade padres dioce-sanos.
Dom
Mário resignoueDom
Sérgio Castrianiassumiucomo
novo
Bispo de Teféno
ano 2000.Os
Espiritanosjánãosão os únicos padresque trabalhamna
prelazia,poisospadresdaSagrada Famíliaassumem
um
sectordamesma. 2.10. Presença eMissão
Espiritanasno
Suldo
BrasilDos
alunos que passaram pelo seminário de Tefé foram ordenados 6es-piritanos. Este seminário acolhia jovens provenientesdasduasprelazias: Tefé
eAltoJuruá. Depoisdos estudos secundários, aformação continuava
em
Por-tugal: noviciado, filosofia e teologia. Tornava-se necessário abrir
um
semi-náriomaiorno
Brasil,poisonúmero
jáojustificava, e surgiutambém
aideiade recrutar e formar seminaristas
no
suldo
Brasil, enão
apenasna
Amazó-nia,
como
faziam, ecom
sucesso, outras Congregações, para depoistrabal-harem na
região amazónica. Tal ideia cresceuna
cabeça dos dois bispos-Dom
Joaquim
deLange
eDom
JoséHascher-que conseguiramuma
casaem
Teresópolis,
num
"sítio"chamado
"SeiodeAbraão",pertencenteaomosteirode
São Bento do
Rio.Assim
começou
a 24/9/1948 o primeiro semináriomaiorespiritano
com
4seminaristas eum
irmão, todos vindos da Amazónia,acompanhados
porquatro espiritanos. Parece quenenhum
deles continuou.A
busca de vocaçõesno
sulpara trabalharna
Amazónia, região missionária porexcelência, foi a razãoda vindados espiritanospara osul do Brasil.2.11. Distrito Brasil Central
Porocasião da fundação
do
seminárioem
Teresópolis, algunsespiritanosholandeses
chegaram
àregião deMinas
Gerais para apastoral das vocações, o trabalho paroquial e para angariar dinheiro para ascasas deformação.A
primeiraparóquiafoi aMatosinhos(MG),
mas
muitasoutrasseseguiram.O
Capítulo Geral de 1950 haviadado
a orientação deque osHolandeses fun-dassemum
Distritono
centrodo
Brasil e osAlemães
no
Sul.Em
1953 osEspiritanosholandeses iniciaram
um
semináriomenor
em
Itaúna,posterior-mente
transformadono
colégio Sant'Ana, aindaem
funcionamentocom
apresença de 1 espiritano.
Em
1966 o seminário maior de Teresópolis foitransferidoparaDivinópolis (MinasGerais) tendoacasadeTeresópolis fun-cionado a partir de 1961
como
noviciado.O
período pós conciliar,menos
propício ao
amadurecimento
vocacional, já se faziasentiruma
queda devo-*Cebs-Comunidadeseclesiaisdebase.
caçõese osestudantes
não
perseveravam.Por isso,osemináriomaior de Di-vinópolis fechouem
1969.Alguns
frutos,no
entanto, surgiram, entre osquais os actuais bispos,
Dom
Mário
Clemente
Neto
eDom
Mosé
Pontello.Num
olhar retrospectivopodemos
dizerquetalveztenhafaltadoalgumaper-severança
no
trabalho daanimação
dasvocações ena
formação.Os
Espiritanos holandeses tiveramuma
grande presença euma
extra-ordinária acção pastoral
no
Centro do
País, região confiada ao distritoholandês, criado oficialmente
em
1963.Fundaram
várias paróquias nas dio-ceses de Belo Horizonte, Sete Lagoas, Divinópolis,Governador
Valadares, Goiânia, Brasília (Ceilândia),Anápolis, Rio deJaneiroeem
geralparóquias dotadasdeboasestruturas.Além
do
trabalhopastoral,estavam sempreaten-tos aos problemas sociais e educacionais.
Em
muitas paróquias foramcons-truídas creches, escolas e os 04 colégios fundados e mantidos por eles du-rante
um
bom
período, falam da suapreocupaçãocom
a educação: Itaúna (ainda funcionacomo
fundação), Brasília (oferecido àCNBB
eonde
fun-cionao acolhimentoeapreparação dos missionáriosadgentes),Dom
Boscoem
BeloHorizonte (oferecido à dioceseeactualsemináriomaior)eCurvelo (vendido).Foram
anos de muitadedicação, presençaeproximidadedo povo
pobre.
Os
Bisposeos cristãos falamcom
apreçodapresençaeacção dos Es-piritanos nesta região.E
realmenteuma
história que merece ser contada. Actualmente, o grupo envelhecidoepequeno
deseja, porrazõesvocacionaise para dar continuidade ao grande trabalho espiritano, que a
Congregação
continue presente
em
duasou
três paróquias nesta regiãodo
Brasil,onde
a Provínciado
Brasiltem
uma
casade formação (Belo Horizonte). Claro quetal permanência
depende
do
envolvimentodos outros grupos espiritanosno
Brasil edacolaboração de toda aCongregação.
"OsEspiritanos
holandeses tiveram
uma
grandepre-sençae
uma
extra-ordináriaacçãopastoralnoCentro doPaís"
2.12. Distrito Brasil Sul
Pelos
mesmos
motivos, osEspiritanos alemães vieramparaosestadosdo
sul
do
Brasil.Em
1953começaram
em
Emilianópolis (SP)um
seminário menor;em
1958começaram
um
outroem
Salete,em
Santa Catarina.Aos
poucos várias paróquias foram confiadas aosEspiritanos, sobretudo nas pro-ximidades
do
seminário de Salete (Sta. Catarina),mas
também
no
estado de S. Paulo eno
Paraná.O
grupo alemão foi constituído distrito, Brasil-Sul,
em
1964-Em
1970 o distritoaceitou aparóquiadeVila Mangalot,em
S. Paulo e
no ano
seguinte, ao lado da Igreja Paroquial, foiaberto o Semi-nárioMaior
Espiritano - o Instituto Poullart des Places - que substituiria o de Teresópolis ede Divinópolis, ecujo primeirodirector foi o Pe. GregórioLutz.
Em
1971 abriuno Morro
de Saleteo Noviciado paraos Irmãos.Da
presença eacçãodos Espiritanosalemãesimportasublinhar a suaper-severança
no
trabalho das vocaçõesedos seminários: o semináriode Salete prolongou-se até 1987, e o seminário de Mangalot continua, agora, assumido pelaProvínciadoBrasil.No
aspectopastoral,do muitotrabalhoqueogrupode-senvolveu,importa sublinhar a paróquia paraosdoentesde
Hansen
em
Curitibaeofactodeque oPe. Gregório Lutzfoidurante muito
tempo
responsável pelo Departamento Nacional deLiturgiadaConferência EpiscopaldoBrasil.2.13. Distrito Brasil Sudoeste "aConferência de Medellin adaptouo Vaticano11paraa realidadelatino' americana;
Dom
HélderdaCâmaraemergiacomolíder
nacional"
Estedistrito
começou
com
achegada deseisconfradesirlandesesnosfinsde 1963,como
respostaao apeloqueo PapaJoão XXIII lançou àIgrejadaIrlandaparanãodescuraraevangelizaçãoda
América
Latina. Outrosmembros
sejun-taram. Entre osanos 1964 - 1961, trabalharam
em
paróquiasabandonadasno
interiordosestadosdeSãoPauloede Goiáseassumiramaresponsabilidadepelo seminário de Emilianópolis
em
1967, cedido pelos alemães, que seria depoistransferido paraAdamantina,SP, eque viriaa fechar
em
1972.Os
Espiritanos Irlandeses chegaram ao Brasilnum
período particularmente apaixonante:oVaticanoIIestavaem
plenasessãoeassuas decisõesestavamaseraplicadas
no
Brasil;achamada
revoluçãodeMarço
1964conduziu auma
ditadura militarrepressivaque durou até1985; osescritosde PauloFreire sobre a psicolo-giade massaseaconsciencializaçãotiveramum
impacto profundono
pensamento da Igreja, especialmenteno
que se refere ao estabelecimento dasComunidades
Eclesiaisde Base (Cebs)e àformaçãodedirigentesleigos;
em
1966,aConferên-ciaNacionaldos Bispos aprovou a plano pastoralpara opaís; a Conferênciade Medellin adaptouoVaticano IIpara arealidade latino-americana;
Dom
Hélder daCâmara
emergiacomo
líder nacional; os teólogos latino-americanoscomeçavam
a encontraresperança paraocontinente nateologiadalibertação.Em
1971,no
primeiro Capítulo,o grupotomou
asériotodosestescontex-tos,etalacontecimento
marcou
ofuturododistrito.Nessemesmo
Capítuloin-tervieram
como
convidadas pessoas, quena
épocamarcavam
a pastoralna
América
Latina: Pes.JoséMarinse JoséComblin.Assim
nosanos sequentesosEspiritanos Irlandeses
tomaram
aopção pelapastoralnasperiferias dasgrandescidades: São Paulo, BaixadaFluminense (Riode Janeiro) e Recife e fizeram a opção por:
um
estilo participativo de liderançano
grupo, opção pelascomu-nidadesde basee pelos pobres, por
uma
visão libertadoradaIgrejaedoseu pa-pelna
sociedade, pelaimportânciaeconsequenteformaçãodosleigosna
Igrejaepelanecessidadepermanentedeespecializaçãodospróprios confrades.
De
en-tre muitostrabalhos,sublinhamos ofacto dedoisconfrades, Pes.Jorge Borane
David Regan, terem feitoparte dos grupos de reflexão teológica e pastoral da Conferência dos BisposdoBrasil.
2.14. Distrito Brasil Sudeste
Na
ocasião dos acontecimentos bélicos de 1975em
Angola,um
grupo de Espiritanos Portugueses"demandaram"
a terrasdo
Brasil.No
entanto desde 1972 já havia contactosem
vista auma
possível implantaçãocomo
resposta apedidosvindos de vários Bispos
do
país,nomeadamente
deJales.Os
acontecimentosem
Angola, mais quecausaforama ocasiãoque terápre-cipitado os acontecimentos.
Porque
já havia vários distritos espiritanosautónomos na
Brasil,O
Conselho
Geral daCongregação
decidiu criarem
1979aquelequefoio mais
novo
distritoespiritanono
Brasil,situadonoses-tados
do
Rio deJaneiro e S. Paulo, e oseu primeiro superior foi o Pe.Fer-nandes Correia.
Além
dos espiritanos vindosde Angola, jovensespiritanos,em
situação de primeiranomeação,
foramnomeados
para o distrito.O
grupo cresceu emais de
30
espiritanos de Portugal trabalharamno
interior de S. Paulo(Jales) e
na
Baixada Fluminense(Nova
Iguaçu, Itaguaí,Duque
de Caxias,Niterói), dioceses
onde
desenvolveramum
trabalho pastoral muitoapreci-ado.
O
facto de algunsmembros
mais jovens terem sidochamados
pela Provínciade Portugal paraos diferentes serviçosdamesma,
outros terem op-tadopor trabalharna
região amazónica, outrosterem falecido, resultouuma
diminuiçãodo
grupo, que finalmenteem
2002,com
os 8membros
que
restavam, se integrou
na
ProvínciaEspiritamdo
Brasil."O
grupo cresceuemais de30espir^ itanosde Portugal trabalharamnoir\' teriordeS. Paulo (Jales) ena Baix-adaFluminense**
3. Província Espiritana
do
BrasilOs
Espiritanos, nos diferentes lugaresonde
trabalharam, sempre tiverama preocupação vocacional.
A
ideia de fundaruma
província espiritanano
Brasildesde
há
anosqueestavanosseus propósitos.No
nascimentoeno
de-senvolvimento daProvíncia EspiritanaBrasileiraencontramostrêsperíodos:-
O
primeiroperíodonos anos 1940,foram os primeirosfrutosdo
semi-náriode Tefé;nessetempo
os candidatoseram
enviados para Portugal parao Noviciado, Filosofia eTeologia;-
O
segundoperíodo aconteceu nos anos 70, e é frutodos semináriosde Itaúna e Divinópolis,em
Minas
Gerais; são desse período os Bispos,Dom
Mário
Neto
eDom
Mosé
Pontello.-
O
terceiro período coincidecom
a fundaçãodo
seminário deManga-lot, nos anos 80e seguintesde quefazparte
Dom
Sérgio Castriani.A
criação da Provínciado
Brasil aconteceua 2 de Fevereiro de 1990 eoseu primeiroProvincialfoi
Dom
Mosé
Pontello.Com
acriaçãodaProvín-cia
do
Brasil foi extinto o distrito Brasil/Sul e os seusmembros
integradosna nova
circunscrição.A
nova
Província,com
oapoio dos outros gruposes-piritanos, procurou assumiraformação dos seus
membros
nasdiversasfases:noviciado, filosofia (Mangalot/SP) e teologia (Jardim Planalto /SP).
Com
a ajuda
do
grupo espiritanodo
Alto Juruá, a província assumiutambém
a casadeformaçãoespiritanano
Cruzeirodo
Sul (Acre).No
planoapostólico,além daintegraçãodos
membros
nosprojectosmissionáriosda Congregação, aprovínciacomo
afirmaçãoda sua própria identidade, procurou ter os seuspróprios projectos missionários: Juazeiro
na
Bahia (sertão) e Vilhenana
Rondónia
e assumiu algumasparóquias deixadasporoutros distritos,sobre-tudo
em
Minas
Gerais."A
criaçãodaProvíncia doBrasil
aconteceua2 de
Fevereirode
1990"
4. Presença e
Missão
Espiritanasno
ParaguayeMéxico
4.1. Espiritanos
no Paraguay
Foi da Trindade que vieram os primeiros Espiritanos para a missão
no
Paraguay.
Os
seis espiritanos aceitaram o ministériona
capital, Assunción,em
Lima
enuma
paróquiarural a350
Kms
no
nortedo
país.O
país viviahá
muitos anos sob a ditadura militardo General Stroessner.Além
do
"A
partirdosanos 80 osEspiritanos trabalhamem
duas regiões: no "Campo" u enacapital"balho pastoral, os primeiros espiritanosajudaram
na
educação, nos serviçosmédicos
eno
desenvolvimento
de cooperativas.Mas
em
1975 surgiramgraves dificuldades, pois "alguns confrades que trabalhavam
com
os pobresnas
comunidades
de base foram acusados de actividades subversivas.O
go-vernointerveio
com
autoridadeeem
1976 havia apenasdois espiritanosno
Paraguay". Porquea provínciada Trindade
não
podia continuarsozinhaestamissão, o
Conselho
Geralna
Administraçãodo
Pe. FransTimmermans,
em
1976, decidiu, formar
uma
equipa internacional. Várias províncias respon-deram:França, Portugal, Espanha,Canadá
e Suíça.A
partir dos anos80
os Espiritanos trabalhamem
duas regiões:no
"Campo",
na
diocese deSan
Pedro Apóstolo,em
várias paróquias (Chore, Lima, Resquin), que juntas totalizam cercade 260comunidades
rurais,na
sua maioria constituídas por pequenos agricultores, muitos lutando ainda pela propriedade daterra; e
na
capital, Assunción,onde
ao longoda nossa presençajá tivemos várias paróquias; actualmente temos apenasa paróquiaonde
sesituao NoviciadoEspiritanopara aAmérica
Latina.O
trabalho pas-toralno
chamado "Campo"
é rodeado de algumainsegurança, porcausada presençados traficantesdedroga.Nos
últimos anos aformaçãotem
sidouma
das prioridadesdo
grupo.Já nos anos 80 tinha havido alguns esforços,mas
sem
resultados.As
casasdeformação
são: a filosofia (postulantado)em
Assunción
(Fernando de laMora)
e o Noviciado para toda aAmérica
Latinatambém
em
Assunción(San Lorenzo).
Os
jovens candidatosvêm
em
geral das paróquiasespiri-tanas.
O
grupodo
Paraguaycontacom
algunsespiritanosparaguaios,um
dos quais trabalhana
Tanzânianum
campo
derefugiados.4.2. Espiritanos
no México
Foi
em
1971 que três Espiritanoscomeçaram
o seu ministériono
México.Vinham
do Peru, onde tinhamtrabalhado nosarredoresde Arequipa, trabalhoquehaviasido solicitadopelaSantaSé.Dificuldades
com
asautoridadesforçaram o abandono desse trabalho. Chegadosao México,buscavamum
trabalho entre os pobres.Os
três Espiritanos foram encaminhados para a diocese de CiudadValles,
como
sendo "adiocesemaispobre,com
menos
clero ecom uma
popu-laçãomuitoabandonada".
O
Bispo recebeu-osde braçosabertos econvidou-os atrabalharentre os índiosHuastecas nas paróquiasde SantoAntónioe
em
Tan-lajás.
Ao
veremos índioscanegandoos seusprodutosecaminhando
cabisbaixos, ostrêsespiritanosexclamaram: "Sãoestas aspessoasquebuscamos".No
inícioosEspiritanosprovinham
das provínciasdaAmérica do
Norte; depois o grupo acolheuespiritanos vindosdeoutras origensehoje éum
dos gruposmais internacionaisda Congregação.Também
os seuscampos
detra-balho sealargaram: alémdas paróquias
na
região huasteca (Tanlajás, ElPu-jai, Coxcatlán e Santo António),
em
1990 os Espiritanos assumiramuma
paróquia
em
Tampico
(golfodo México)
-onde
tivemos acasadeformação- e
em
2003 assumiram duas paróquias indígenasna
diocese de Tuxpan, a300
Kms
a sulde Tampico.Nos
últimosanosaformaçãotornou-seuma
das prioridadesdo
grupo.Na
paróquiade El Pujai, junto à casaparoquial,uma
casaacolhe 3ou
4jovens, vindosdas paróquias espiritanas, queterminam
aescola secundária.A
casa de formaçãopara a filosofia foirecentemente transferidadeTampico
para a Cidadedo
México,em
busca demelhor
nívelacadémico.O
noviciado faz--seno
Paraguaycom
todos os candidatos dos países daAmérica
Latina.A
Congregaçãotem
a alegriade contarjácom
algunsmembros
mexicanos,al-gunsdos quais jápartiram
em
Missão: Paraguay,Moçambique,
Espanha.5. "Flashes" da
Missão
Espiritanana
América
LatinaO
nosso desejo é evocaralguns "traços"principais da presençae missãoespiritanas ao longo de mais de 100 anos nos países da
América
Latina. Querer ser completoou
exaustivo seria pretensioso; queremos tãosomente
fazer"memória"daquiloquesobressaidestapresençacentenária; igualmente queremos recordar todosos espiritanos devárias origensque sededicarame
doaram
suas vidas ao serviçodo
povo
e da Igreja.Nos
primeiros 50 anos(Amazónia) foram os Espiritanos franceses (alguns portugueses), que
asse-guraram essapresença. Depois outros se seguiram: Alemães, holandeses,
ir-landeses, portugueses, brasileiros, Porto-riquenhos.
Nos
outros países daAmérica
Latina a diversidade dessa presença é ainda maior;além
dos jámencionados
temos ainda originários: Trindade, Estados Unidos, Espanha,Canada, Polónia, Sierra Leoa,Nigéria e México.
O
que de imediatodesperta aatençãoéoconceitoamplode evangelização que manifestaotrabalho dosEspiritanos. Desdeosprimórdios dasua presençaemissãoparecemconscientesdeque o
homem
éoprimeiroefundamental cam-inho da Igreja (JoãoPaulo II) ede que apromoção
humana
e social,o desen-volvimentointegral,o compromissocom
ascondiçõesde vidadaspopulaçõeseocompromisso
com
osproblemas dejustiçaepaz fazempartedarealidadecom-plexada evangelização (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi).
A
grandemeta
eratestemunharo
amor
deDeusreveladoem
Jesus,ajudarna
construçãodo Reino deDeus entre oshomens. Vejamosalguns desses"traços":5.1.
Testemunho
missionário de qualidadeAs
condições geográficas,humanas
e sociaisdas regiões amazónicas sãobem
diferentes daEuropa, e possivelmente mais difíceis: calor e humidade,distâncias que se
medem
por dias de viagem, mosquitos e insectos quein-fernizam avida de
quem
se aventuraa entrarna
floresta, transportes lentos epenosos (barco), meios decomunicação
deficientes emodos
de subsistên-cia limitados. Se nosnossos dias essas dificuldades ainda sãouma
realidade,que diríamos
há
100 anos atrás?Com
respeito egratidãolembramos
a presençaeamissãodos Espiritanos nas prelazias deTefé edo
AltoJuruá. Foiuma
históriade fidelidade aDeus
eao
povo
sofridodaAmazónia,
históriadeperseverançaaoserviçodo
Evan-gelho e tantas vezesdesempenhada
com
dedicação eamor
até ao sacrifício"A
Congregaçãotem aalegriade contarjácom
al-guns membros
mexicanos"
"Com
respeitoegratidão
lem-bramos apresença
eamissãodos
Es-piritanos nas
prelazias de Tefée
do AltoJuruá"
"A
opçãopelos ín-aios estápresente desdeo iníciodavindados Espiri' tanosparaa Amazónia"
da própria vida.
O
cemitério da MissãoBoca
de Tefé(como
outrosem
Africa) testemunha que,
em
geral, os missionários faleciam jovens.As
via-gens feitas pelo Pe Tastevin (e outros)
no
rioJuruáduravam
5ou
6 mesescom
barcos a remos. Estauma
história de serviço aum
povo
abandonado, explorado nasmargens dosrios eno
interior dafloresta amazónica, mereceser lembrada e contada. Foi muitas vezes
um
serviço escondido,aparente-mente sem
grandesfrutos,fazendoo queerapossível fazer eajudando opovo
a guardar a fé.
Só Deus
sabe os frutos que a semente lançada deuou
dará.5.2.
Missão
ao serviço dos povos indígenas e dos pobresA
opçãopelos índios estápresentedesde oinícioda vindadosEspiritanospara aAmazónia,poisa paróquia
em
Manaus,foiaceitecomo
ponto deapoio e de referência da missão entre os índios.Os
Pes. Tastevin e Parissierestu-daram
aslínguas e astradições dos índios. Infelizmente,no
Brasilos índiosjátinham
sido,em
parte,dizimadose destruídos.Em
Teféeno
AltoJuruáos Es-piritanoschamaram
eapoiaram organizaçõescomo
oCIMI,
paradefenderos direitos das populações indígenas: ademarcação
das suas terras e a sobre-vivência dassuas culturas.A
mesma
atitude estápresentena
missão espiritamno
México, tantona
regiãohuastecacomo
na
nova
diocesede Tuxpan,onde
osEspiritanos
continuam
a optarpelascomunidades indígenas.Além
dascomunidades
indígenas, os estratos sociais que tiveram apreferência dos Espiritanos foram: as populações nas periferias das grandes cidadesde
São
Paulo,da BaixadaFluminense(RiodeJaneiro),de BeloHor-izonte, de Ceilândia (Brasília), os negrosde
Belém do
Pará, os camponesesdo
Paraguay,do
México
edo
Brasil que lutam pela propriedade da terra,como
oMovimento
dossem
terra."A
maioriadestes "projectos"beneficiaramos
mais pobres"
5.3. Missão,
promoção
humana
e socialAo
ladodo
trabalho pastoral propriamente dito - formarcomunidades
cristãs e sustentá-las
com
a PalavradeDeus
e os sacramentos - havia sem-preotrabalho socialnassuas diversas frentes.Os
Espiritanos envolveram-seem
várias áreas:- Profissional e agrícola,
como
logodeinício,em
Teféonde
seformaram
bons
profissionais: professores, mecânicos, pedreiros, carpinteiros emuitas outras profissões.
-
Na
educaçãocom
acriaçãodeescolas, colégiosemuitosjardinsdein-fância,
em
Minas
Gerais,em
Tefé,no
AltoJuruá. Escolas de alfabeti-zação,como
aRadio Educação Rural de Tefé.Nos
nossosdias sãofre-quentesoscursos de informática
como
em
São
Paulo eBelém.-
Na
saúde, ohospital dacidadeem
Tefé e a assistênciasanitáriano
in-terior da Prelazia, as clínicas que
atendem
os pobresno
AltoJuruá; aassistência aos hansenianos
em
Manaus
eem
Curitiba.A
maioriadestes"projectos" beneficiaramosmais pobresetalserviçofoi possível
com
ajudas financeirasvindas dospaísesde origemdos Espiritanos.5.4.
O
compromisso
com
ajustiça e a pazO
apoio às organizações populares, a criação dos sindicatos dostrabal-hadores rurais
em
Teféeno
AltoJuruáeem
outras regiões, aajudaeoapoioaos lavradores
sem
terrano
estadosdeSão
Paulo,no
Paraguayeno
México, acriaçãodecooperativasdecriadoresdegadoem
Tefé,auniãodaspopulaçõesna
preservaçãodanatureza,do peixe edos lagosna
região amazónica, asoli-dariedade
com
os operários nas grandes cidadescomo
em
São Paulo, afor-mação
de grupos de defesa dos direitoshumanos
- foram alguns espaçosqueenvolveram os espiritanos nos países da
América
Latina. Por causa destescompromissos algunsEspiritanospassaram pordificuldades: pelo seu compro-misso
com
acausa e acultura indígenafoi recusado o visto de permanênciano México
ao Pe. Mietek da província da Polónia;no
Brasil eno
Paraguayváriosespiritanos foramacusadosde subversivose "persona
non
grata".53.
Serviço das Igrejas locaisAs
Igrejas das diocesesde Tefé edo
AltoJuruá sãoem
grandeparteobra dosEspiritanos.E
com
quesacrifícios!Começaram
praticamentedo
nada.Du-rante muitosanos asprelazias e osdistritos espiritanos se identificaram, pois
as prioridades e aspreocupações de
uma
eram
asprioridades e preocupações daoutra.Mas
não
foi apenasna
região amazónica que isso aconteceu, pois a presença eaacção dosEspiritanos fez-se sentirfortementeem
muitas regiõesde
Minas
Gerais (Sete Lagoas, Gov. Valadares, Divinópolis) deSão
Paulo(Jales,Lins,Marília)
na
BaixadaFluminense(RiodeJaneiro),em
SantaCata-rina (Riodo Sul).
No
México na
diocese deCiudad
Valles os Espiritanosas-sumiram
uma
grandeparte dapastoral das comunidades indígenas; omesmo
aconteceu
no
Paraguayna
diocese deSão
Pedro Apóstolo.Numas
regiõesmaisqueoutras,osEspiritanoscomprometeram-se
com
asprioridades pastoraisdas igrejas locais: formaçãodas comunidades eclesiais, apoio às organizações
populares,fonnaçãoparaos diversos ministérios
na
Igreja.Por
onde
passaram, osEspiritanosdeixaramboasestruturasfísicas parao desenvolvimento da acção pastoral edo
culto: igrejas e capelas amplas"ebem
construídas, centros paroquiais e espaços físicos para as mais variadasactividades: eclesiais, formaçãocívica, encontro e convívio.
"E com que
sacrifícios!"
5.6.
Formação
de leigos"A
formação cristãA
formaçãocristãdo povo
em
geral, edos leigos (líderes)em
particular,^
p
wo
em
geraiffoi
uma
dasopçõestomadasem
váriasregiões eporváriosgruposespiritanos.e
^
sieiNa
prelaziade Tefé foi longoe perseverante o investimentona
formação emfa
res\
em
hartic.na
diversificação dos serviços e ministérios,na
criação dos conselhos pas-u
t-An
torais a todososníveis (prelazia, paroquiaecomunidades). Muitos cursos e
encontrosforam promovidos e organizados
com
esse fim.Em
menor
escalao
mesmo
aconteceutambém
no
AltoJuruá. Para alguns grupos,como
odo
distrito Brasil/Sudoeste (e outros), essa foi
uma
das prioridadesdo
seutra-opções tomadas"
balho apostólico.
No
México na
paróquia de Tanlajás foi construídoum
centro de formação paraos animadores dascomunidades
(catequistas eou-tros serviços) das
comunidades
indígenas.Também
no
Paraguay grandeparte
do
trabalho pastoral passa pelo esforço de reunir opovo
em
comu-nidadescristãseformaros seuslíderes.
E
alistadesses ministérioséenorme:pastoraldajuventude, favelas, prisões,catequese, direcçãoespiritual,justiça e paz, liturgia, educação, cidadania, pastoral da terra, pastoral
do
menor
epastoral da
mulher
marginalizada. Muitos espiritanos estiveram e estão en-volvidos nestagrandediversidade deministérios.5.7. Vocações e
Formação do
Clero"A
formação doA
formaçãodo
clero sempre esteve nos horizontes dos Espiritanos.O
clerosempre esteve
motivo
que levou os Espiritanos para o Suldo
Brasil fora a busca devo-nos horizontesdos cações para a missão
na Amazónia.
Esta preocupação notamo-la demodo
Espiritanos" especial
no
AltoJuruá, quemesmo
em
tempos de crisevocacionalnão
de-sistiu e hoje a diocese deCruzeiro
do
Sul contacom
um
pequeno
número
declerodiocesano (8), eo grupoespiritano
mantém
oseminárioespiritano,que acolhe jovens após o curso secundário.
De
muitasparóquias espiritanassurgiram padres diocesanos; alguns espiritanos organizaram grupos
voca-cionais,
como
em
Anápolis(GO),
que deu bons frutos, paraos Espiritanose outras congregações. Paraos gruposespiritanos
do
México,do
Paraguayeda Província
do
Brasil apastoral vocacional e a formação de novosespiri-tanos estão entre as suas prioridades.
6. Presente e
Futuro
dos Espiritanosna
América
LatinaVivem
e trabalhamna
América
Latina, segundo as últimas estatísticas oficiais, 150Espiritanos, assimdistribuídos: AltoJuruá - 15;Amazónia
- 13;Bolívia - 2; Brasil Província - 40; Brasil Central -18; Brasil Sudoeste - 24;
México
- 16; Paraguay - 19.São
brasileiros, alemães, irlandeses,portugue-ses, franceses, polacos, americanos, canadenses, espanhóis, mexicanos, paraguaios, 1 cabo-verdiano, 1 ganense, 1 angolano, 1 nigeriano. Trata-sede
um
grupo internacional e bastante heterogéneo.De
origemlatino-ameri-cano temos 30
brasileiros, 7mexicanos
e 4 paraguaios. Entre osnão
brasileiros,muitos
têm
jábastanteidade.Nos
próximos anosédepreverqueo
número
diminua. Diantedestesdados,perguntamos: qualseráofuturodosEspiritanos
na
América
Latina?O
que é que se está fazer para construir ofuturo? Quais os
caminhos
de colaboração entre os diferentes grupos? Ve-jamosum
pouco
destacaminhada.6.1. Regionalização
Em
finais dosanos 70, os 6grupos espiritanosdo
Brasil eodo
Paraguaycomeçaram
a encontrar-se demodo
regular. Por essa ocasião, a nível da Congregação, começou-se a falarda "região",como
estrutura que favoreciae encorajaria a cooperação, a colaboração, a solidariedade e a