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Os Espiritanos na América Latina

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Volume 5 | Number 5

Article 4

6-2004

Os Espiritanos na América Latina

António Farias

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Recommended Citation

Farias, A. (2004). Os Espiritanos na América Latina. Missão Espiritana, 5 (5). Retrieved from

https://dsc.duq.edu/missao-espiritana/

vol5/iss5/4

(2)

António

Farias *

os

espiritanos

na

américa

latina

Os

contornos do assunto

em

questão necessitam de algu*

mas

explicações.

Assim,

neste artigo trataremos

da

pre-sença

emissão espiritanos

no

Brasil,

no

Paraguay,

no

México

e

na

Bolívia, o

que

configura

a

América

Latina

a

nível

da Congregação

do Espírito Santo. (...)

Prever o futuroé

sempre

difícil.

Mas

podemos

supor

que

progressivamente os diferentesgrupos espiritanos

exis-tentes

no

Sul do Brasil sevão integrando

na

Província.

Devido

às distâncias e às suas realidades missionárias

bem

específicas,

Amazónia

(Tefé) e AltoJuruá, continu* arão

como

grupos espiritanos internacionais

autónomos.

No

Paraguay

e

no México

osgrupos internacionais

es-piritanos continuarão, talvez

contando

paulatinamente

com

alguns

membros

provenientes desses países.

Depen*

dendo

do investimentoposto

na

pastoral vocacional, do

testemunho

missionário espiritano e

da

colaboraçãodo

conjunto

da Congregação

(Africa), acreditamos

que

os grupos espiritanos

na América

Latinacrescerão lenta e progressivamente

1. Introdução

Os

contornos

do

assunto

em

questão necessitam de algumas expli-cações.

O

título

"Os

Espiritanos

na América

Latina"

tem

a sua

de-limitação, poisalgunspaísesnosquaisosEspiritanostrabalhamdesde

muitos anos estão excluídos

do âmbito

deste artigo. Referimo-nos à

Trindade e

Tobago

(língua inglesa) e aos departamentos territoriais

france-sesdasCaraíbas (Guiana,Guadalupe,Martinica)eigualmenteaPorto Rico.

Por

exemplo

em

alguns destes territórios,

como

a

Guiana

Francesa, os

dis-cípulosde Cláudio Poullartdes Places (lg fundadordosEspiritanos)

traba-lham

desde a2~

metade do

séculoXVIII. Igualmente

no

PeruosEspiritanos tiveram duas curtas passagens, de que faço referência.

Também

neste

ano

*AntónioFarias,missionárioespiritano, foimissionárionoBrasil,animadormissionárioe

res-ponsável daformaçãoemPortugal,membrodoConselhoGeraldaCongregaçãodesde 1998.

(3)

(2004) os Espiritanos iniciaram

uma

missão

na

RepúblicaDominicana.

As-sim, neste artigo trataremos da presença e missão espiritanas

no

Brasil,

no

Paraguay,

no México

e

na

Bolívia, oqueconfiguraa

América

Latina a nível

da

Congregação

do

Espírito Santo.

2.

Os

Espiritanos

na

Região

Amazónica

- Brasil1

Desejo

do

Venerável Pe.

Libermann

"Vivemalitrês

milhões de escravos

negros"

em

1844,oPe.Francisco

Libermann

2

tinhaplanosde enviarmissionários

paraoBrasil,mas,

como

lhe era habitual,esperapelo

momento

oportuno, pela hora deDeus.Pensavainiciaramissão

no

Brasil, apartirde

uma

fundação

es-piritana

em

Espanha, pois dizia: "estabelecendo-nos

em

Espanha, facilmente adquiriremososcostumes espanhóis eportuguesesque são osdo Brasil; e

com

mais

facilidadeconseguiremos talvezentrar nessepaís, pois jáconhecemosalíngua.Vivem

alitrêsmilhõesde escravos negros"

(ND

VII,265).

A

ofertade

uma

casa

no

Rio deJaneirofeitapor

um

rico imigrantefrancês

em

1845 parafundar

uma

obra da Congregação

não

serealizou

(ND

VII, 428-429).

No

tempo do

Pe. Inácio

Schwindenhammer

(1852-1881), sucessor

do

Pe.Libermann, nos anos 1860,porváriasvezesforamventiladosplanos para assumir

um

projecto missionário

no

Brasil,

como

testemunha

a corres-pondência mantida entre o Pe. Duparquet e o Superior Geral.

O

Pe.

Du-parquet sentiu-se ainda mais estimulado pela

retomada

de contacto

com

Dom

António

Macedo

da Costa,

recém-nomeado

Bispode

Belém do

Pará,

antigoaluno

do

SeminárioFrancês

em

Roma.

2.1.

Belém

do

Pará - a porta de entrada dos Espiritanos

no

Brasil

No

período colonial, os colégios jesuítas foram os centros mais impor-tantesde formação sacerdotal.

Após

areformapombalina poucosseminários

puderam

continuar por falta de professores.

O

remédio para os males da

Igreja

no

Brasil passava pela renovação dos seminários. Perante esta

reali-dade, os bispos fizeram

um

apelo

veemente

à colaboração de ordens

reli-giosasdaEuropa.

Dom

António Macedo,

Bispode Belém, grande pensador

e

homem

de visão ampla,

em Roma

na

"visitaad limina" contactou o

Su-perior Geral dos Espiritanos, Pe.

Ambrósio Emonet,

exprimindo-lhe o

de-sejo de "confiar ao Instituto

do

Espírito Santo e

do

Imaculado

Coração

de Maria a direcção

do

seminário

menor

da diocese"

(BG

13, 617ss).

Ao

seu

1

Naparte históricautilizamos osseguintes trabalhos:Wenning,Henrique,Cssp-OsEspiritanos

noBrasil 1885-1950e 100Anosde PresençaEspiritanaemTefé,devários autores,em

espe-cialoPe.GruytersAntónio,Cssp.

-

O

Pe. FranciscoLibermannéconsideradocomoo 2° fundador dosEspiritanos;nos anos 1840,

comalgunscolegas, fundouaCongregação do Imaculado Coraçãode Maria,aqualem 1848

sefundiucomaCongregaçãodoEspíritoSanto,quehaviasidofundadaem1703 por Cláudio

PoullartdesPlaces; entãooPe. Libermann tornou-seo Superior Geral danova Congregação

(1848-1852).

O

Pe.FranciscoLibermannfoideclarado Venerávelem1903. missãoespiritana

(4)

segundo pedido,

com

a

recomendação do

Papa, o

Conselho

Geral da

Con-gregação

achou

seudever aceitar adirecção

do

seminário

menor

de

N.

Sra.

do

Carmo

deBelém,

vendo

"uma

fonte preciosa que nosé dadapela Di-vina Providência"

(BG

13, 620).

O

primeirogrupo de sete Espiritanos chegou a

Belém do

Pará

no

dia

30

de

Novembro

de 1885 para cuidar

do

seminário de

N.

Sra.

do

Carmo.

Os

Espiritanos, entregaram-se corajosamente à reparação e à organização

do

seminárioeadedicaros seus

momentos

livresao trabalhoapostólico.

A

ani-mação

e a vivacidade da cidade de

Belém

depressa encantaram os

Espiri-tanos, que se sentiram ainda mais

em

casa

quando

uma

negra idosa disse:

"conheço

bem

estes missionários. Vi-os na Africa; são os Padres dos Negros'.

(BG

13, 1134). Graças aestareputação, a bela Igreja

do

Carmo

depressase

encheu

de fiéis aos domingos, sobretudo denegros.

Também com

frequên-cia os Espiritanos

acompanhavam

o Bispo nas suas visitas pastorais,

apercebendo-se da situação de

abandono

em

que se encontrava toda esta região. Apesar das dificuldades, inerentes a qualquer

nova

fundação

mis-sionária, a primeirafase da obra espiritana

no

Pará foi boa.

A

comunidade

do

Carmo

mostrava-se

animada

e isso devia-se ao

bom

relacionamento

en-tre

Dom

António

Macedo

e a

Congregação do

Espírito Santo.

O

Bispo

mostrava-se satisfeito

com

a formação dadapelos Espiritanos,

mas

estes

re-conheciam

experimentar dificuldades

em

corresponder aos ideais da

for-mação

eclesiásticadesejada, pois oBispopreferiaque osemináriofosse sim-plesmente

um

seminário e

não

seminário-colégio, que admitia alunos externos.

No

entanto, o Bispo, reconhecendo a dificuldade de continuar a

obra

como

simples seminário, porfaltadevocações, permitiuaceitaralunos externos para osanos primários

(BG

15, 94).

O

Brasil, nos finais

do

século XIX, passavapor

um

períodode ebulição

política,que interferia

no

campo

religioso3.

O

primeiro golpequeperturbou

osEspiritanosfoiaproclamaçãoda República

em

1889.

O

novo

governo

re-publicano

promulgou

grande

número

dedecretos, entre osquais a

chamada

"grande naturalização"de 1889, convidandoos estrangeiros a

naturalizarem-se brasileiros. Decretou

também

a leida Separação Igreja - Estado e

falava-se que se estava apreparar a expulsão dosJesuítas, das ordens religiosas e

mesmo

a exclusão

do

ensino religioso nas escolas públicas. Apesar das

difi-culdadesedasupressãodossubsídiosporparte

do

governo, o

seminário-colé-gio

caminhava

bem

e

ninguém

previa odesfecho que aconteceu.

Alguns

factos irão determinar a saída dos Espiritanos de Belém: a

nomeação

de

Dom

António

Macedo

paraBispoda Bahiaeachegada de

um

novo

Bispo paraBelém,

Dom

Jerónimo

Tomé.

No

início tudocorria

bem

e osEspiritanos pareciamfirmes

em

Belém.

Mas

depressa

começaram

asurgir

pequenos desacordos e apareceu

também

aconcorrência de outros colégios

construídos

na

cidade.

A

situação

em

Belém

complicou-se:

com

a morte de

"A

animaçãoea vivacidadeda cidadedeBelém depressa encantaramos Espiritanos"

"O

primeirogolpe

queperturbouos Espiritanosfoia proclamaçãoda República

em

1889" 3

A

históriadaIgrejado BrasilnoséculoXIX émarcadapela "Contra-reformaCatólica", que

procurou aplicarareformado concíliodeTrentonopaís. Ligada àReformaCatólicaestáa

"QuestãoReligiosa" pelaquala Igrejatentou acabaroulimitar a influênciadamaçonariana

sociedadeeasuaparticipação nasconfrarias católicas.

(5)

"O

desacordoentre os Espiritanos eo Bispo deBelém centrava-sena questãodo seminário-colégio"

Dom

António Macedo,

Dom

Jerónimo foi

nomeado

Bispo da Bahia e

em

1894 foi

nomeado

bispo de

Belém

Dom

António

Brandão.

Ao

novo

Bispo

não

agradou a situação

do

seminário

do

Carmo, onde

dentre 140alunosinternos, apenas5

eram

seminaristas. Passoua

mensagem

que

Dom

António Brandão

queria ir a

Roma

procurar padres para o

aju-darem

no

seminário.

O

desacordo entre os Espiritanos e o Bispo de

Belém

centrava-se

na

questão

do

seminário-colégio e osuperior tinha-se recusado apresentarascontas

do

seminário

sem

apermissão de seus superiores.

Tam-bém

em

Paris a

mudança

deSuperiorGeral(demissãode

Ambrósio

Emonet

e eleiçãode

Mons.

Alexandre

Le Roy)

não

ajudoua tomar

atempadamente

asmedidas maisadequadas.Por

uma

carta

do cónego

Dupuy, pároco deTefé,

parece que a administração imoral e escandalosa da diocese foi o polo

do

conflito, pois fala da falência de

um

banco

e de transformar a secretaria

diocesana

em

comércio.

O

Pe.

Eigenmann

(fundadorda provínciade

Por-tugal) foi

nomeado

visitador extraordinário para regularizar os problemas.

Após

avisita, o

Conselho

Geral porimpossibilidade de continuaraobra

do

seminário

do

Carmo

decide suprimir a

comunidade

espiritana de

Belém

a 8/9/1897

(BG,

1897, 813-814)4

. Entretanto, algo de

novo

estava a surgir

-os Espiritanos irãopara

Manaus

e Tefé.

2.2.

Os

Espiritanos

em

Manaus

e

em

Tefé

aquivivemos

maisabandonados"

Em

1893, o Padre Xavier Libermann, sobrinho

do

Venerável Pe.

Fran-cisco Libermann, foi

nomeado

visitador das obras espiritanas

na

América

Latina.Depois de visitar

Lima

(Peru),

onde

osEspiritanos

tinham

aberto

um

colégio

em

1891,

na

longa

viagem do

Perupara Belém, passando pelo Rio deJaneiro, encontrou-se

com

Dom

José da Costa Aguiar,

recém-nomeado

primeiro bispo de

Manaus

em

1892. Este aproveitou a oportunidade para

falar das grandes necessidades da

nova

diocese, pediu a ajuda da Congre-gaçãoeconvidou o Pe. Xavierpara a sua

tomada

deposse

em

Manaus.

En-tão,oPe. Xavierteve oportunidade de conhecer ocónego Dupuy,sacerdote

secular francês,que era vigário da paróquia de Sta. Teresa

em

Tefé, que

in-fluenciará

na

vinda dos Espiritanos para Tefé.

A

cidade de

Manaus

tinha apenas2padrespara50

000

habitantes,e

no

interiorhaviasó 5

ou

6 padres.

Vejamos

um

trecho de

um

relatório de Tefé de 1899: "aqui

vivem

os mais

abandonados;

apenas sete

ou

oito padres.

As

tribos índias, exploradas pelo comércio,

com

maus-tratos e escravidão

fogem

para as florestas.

As

casas são incendiadas, mulheres efilhas roubadas,

experimentam

sofrimen-tos eatéamorte;

do

ladodelas

também

vingançassangrentas.

Os

índios

do Amazonas,

a maioria selvagem,

merecem,

portanto, a nossa compaixão,

sendovítimas dos «civilizados».

São

considerados,

como

osnegrosdeAfrica,

uma

raçainferior, incapaz de

uma

vidasocial edeprincípiosdareligião.

Os

milagres dos missionários,

em

outros países,

provam

o contrário.

os

mis-4

Nosanos 1960osEspiritanosholandesesassumiramduas paróquiasemBelém(Pará). Depois deterdeixadoBelémpor algunsanos,em 1990oespiritanoholandêsPe.João Derickx assumiu

aparóquiadeN.Sra.da PaznobairroBenguí. missãoespiritana

(6)

sionáriosdedicados são capazesdeconduzi-los à salvaçãoe àliberdade"

(BG

19, 531-532).

Na

horadadespedida

do

Bispo,oPe.Xavierprometeuesforçar-sepor bus-carmissionários

na

Europa.

Dom

Aguiar, porsuaparte, lançavagritos de

so-corro para aEuropa e

também

para a

Casa

Geral dos Espiritanos

em

Paris.

Em

1896 o Bispo de

Manaus

veio à Europa à procura de missionários e

no

mesmo

ano

o

Conselho

Geral informa

Dom

Aguiar, ainda

na

Europa, que lheserãoenviados algunspadres,sobretudo para a missão entreos índios,

me-diante algumas condições: ter

um

ponto de apoio

permanente

em

Manaus, dependerdirectamente da

Obra

da Propagação daFé, asdespesas de viagem por conta da diocese e poder dispor dos recursos auferidos pelo ministério.

Dom

Aguiar, cheio de esperanças, foi de

Roma

a Paris e conseguiu que o

Conselho

Geral lhe desse o Pe. Xavier

Libermann

como

superior

do

novo

projecto.

Em

1897, aCongregação resolveufecharocolégio

em

Lima

(Peru)

e

também

o seminário

do

Carmo

em

Belém

e alguns espiritanos serão

inte-grados

na

nova

missão.

No

diade Pentecostes de 1897, os Pes. Friederich e

Parissier,

tomam

possedaIgrejade

São

Sebastião

em

Manaus, quefuncionará

como

"procuradoria" e ponto de apoio da missão do interior

(BG

19, 536).

Os

outros

com

o Pe. Xavier

Libermann

dirigem-separa ointerior.

No

auge daexpansão colonialistadaspotênciaseuropeias, finais

do

séc.

XIX

e

começos do

séc.

XX,

aCúria

Romana

incentivava

um

projecto

mis-sionário centralizador, que

no

Brasil visava enquadrar o tradicional

catoli-cismo luso-brasileirodentro

do modelo

eclesialtridentino.

Na

Europa havia

uma

grande oferta de religiosos (as), fruto de muitas congregações

recém

fundadas, desejosas de evangelizarem povos pagãos e de desenvolverem

no

meio

delesasobrasde educaçãoede

promoção

social.Daísurgiro plano de

dividirtoda a regiãoamazónica

em

prelazias e prefeituras apostólicas, e cada congregação religiosa era encarregada de determinada região, para desen-volver nela os trabalhos que desejasse,

mas

sem

ingerência episcopal,

pre-stando contasdirectamente a

Roma.

"Nodiade Pente'

costesde 1897, os

Pes. Friederiche

Parissier, tomam

posseda Igrejade SãoSebastião

em

Manaus, que

fun-cionarácomo

"procuradoria" e

ponto deapoioda

missão dointerior"

2.3.

Fundação

da

Missão

da

Boca

de Tefé

No

dia 10/6/1897, o Pe. Xavier

Libermann

com

o Pe. Louis Berthon e

Irmãos Tito Kustere

Donaciano

Hoffmann

sobem

o rio Solimões até Tefé.

O

cónego

Dupuy

oferece-lhes hospitalidade, as autoridades municipais os

acolhem

com

muitasimpatia e indicam-lhes

como

possível lugar de

insta-lação

uma

barreiraelevada a 7-8

Km

deTefé.

O

município

doou

um

grande

terreno, cuja escrituração datade 27/7/1897, tida

como

a data da fundação da Missão deTefé.

Os

espiritanos

não

perderam

tempo

e imediatamente

meteram mãos

à obra e aos 10/9/1897

uma

pequena

construção provisória estava terminada.

O

velho Pe. Xavier

Libermann não

a desprezou e achava-se melhor lá que

na

cidade de Tefé,

em

casa de outros.

A

"Escola Agrícola e Industrial da

Boca

de Tefé", que alfabetizou e

formou

muitosprofissionais, foiinaugurada a02/02/1898. Paravisitar os índios atéaos cantosmais afastados,

um

(7)

"o Pe. Tastevin

es-creveu3 livrose

cercade40artigos

científicossobrea

regiãoda

Amazó-nia, aindahoje

apreciados"

tivo recebido por

Mons.

Le Roy, foi orientado para a

compra

de

um

barco avapor para a

nova

missão

no Amazonas.

Os

iníciosforam promissores.

Os

Espiritanos

não

se

pouparam

aesforços e

lançaram-seao trabalho: dinamizare orientar a escolada

Boca

de Tefée vis-itaraspopulações.

Os

Pes.Parissier,ConstantinoTastevineAugustoCabrolié fizeram longas viagens missionárias nos diferentes rios da região.

Os

dois

primeirosdeixaram-nos muitoseimportantes trabalhoscientíficossobre os ín-dios: estudaramaslínguas indígenas,publicaram livrose artigosnas melhores

revistas científicasdaépoca,

como

a"Anthropos".

A

listadassuaspublicações

é impressionante;porex. o Pe. Tastevin escreveu 3 livrose cercade40

arti-goscientíficossobre a regiãoda Amazónia,ainda hoje apreciados.

Mas, asdificuldadesdepressa apareceram: faltade dinheiroefaltade

es-paços paratrabalhar.

Alguns

políticos,pertencentes àmaçonaria,

opunham-se aos institutos educacionais da Igreja e desta forma as verbas prometidas

não

chegavam.

Como

alimentare educar cerca de 80 rapazes (órfãos)

sem

osrecursos necessários?

O

Pe.

Augusto

Cabrolié

não

aceitou a ideia de

des-pediros alunoseentão,padres, irmãos ealunos tiveramqueplantar, pescar,

trabalhar para

manter

a Escola

em

funcionamento.

Foram

anos heróicos, conta o Pe.

Manuel

Alencar, aluno da Missão neste período

(BG

22,

179-184).Entretanto, asdificuldades surgidas

em

Manaus

(São Sebastião), iriam acabar

com

a

comunidade

espiritana: o superior da

comunidade,

o Pe.

Parissier,

não

acatou a

ordem do

Bispode colocar o altar de

São

Francisco à disposição de

um

padre franciscano, porque sentiaa

ameaça

da expulsão dos espiritanos; de

alguma

maneira estes haviam-se tornado influentes

na

cidade.

A

desavençacresceude

tom

eoPe. Parissieracusouo Bispode

não

respeitar o acordo feito

com

a

Congregação

e

chegou

mesmo

a hastear a bandeira francesa

na

Igreja. Finalmente,

com

muita

humildade

deixou a

Igreja e lançou-se

em

expedições pelosrios da

Amazónia.

Sobrou apenas a

comunidade

da

Boca

da Missão de Tefé.

Mas

otrabalho missionáriopelos riosestava impedido porfaltade jurisdiçãodacúria dioce-sanade Manaus.

A

jurisdiçãoeraconcedida de

modo

limitadoeparaalgumas desobrigas5

.

Havia

apenas

um

pouco

detrabalho

na

ajudaao párocode Tefé,

ocónego Dupuy.Faltava-lhes

campo

detrabalhoapostólico.Talsituação

afec-tou amoral

do

grupo, que buscou projectos alternativos: o Pe. Parissier

rece-beu a oferta de fundar

uma

missão

em

Mato

Grosso.

A

existência de tais

planos inquietou muito o cónego Dupuy, que

em

1904 foi a França e falou

com

Mons.

Le

Roy

sobre a situaçãoda Amazónia. Este pediu-lhe para fazer

um

relatório,oqualfoiapresentado

em

Roma.

Ficouresolvido dividir agrande diocese de

Manaus

em

prefeituras apostólicas.

Alarmado

por tais notícias o Bispo de Manaus,

Dom

Aguiar, partiupara

Roma

para impediro

desmembra-Desobrigas sãoasviagensfeitaspelosmissionáriosàscomunidadesribeirinhas.

Num

esquema

emqueasalvação dasalmasdependia da recepção dos sacramentose a distribuição destes

de-pendia dospadres,desenvolveu-seo sistema dasdesobrigas,emqueos resultadosdotrabalho missionárioeram medidospelaquantidade de baptismos, casamentos,confissões ecomunhões.

Porfaltadepadres, só sepodiafazeromínimodo queera necessário.Daíonomedesobriga.

(8)

mento

de sua diocese edefender a sua integridade.

Mas

a 5/6/1905, ao chegar

aLisboamorreudo coração.

2.4.

Na

Escola Agrícola de Paricatuba

O

bom-nome

da obra de Tefé e as boas relações dos espiritanos

com

as

autoridadesde

Manaus

inspiraramao

novo

governadoraideiadeconfiar aos

espiritanos a direcção de

uma

escola industrial e agrícola, criada pelo go-verno

do

Amazonas

em

Paricatuba.

Com

a autorização da diocese de

Ma-naus, a obra foi aceite pelo

Conselho

Geral.

A

comunidade

espiritana de

Sto.

António

em

Paricatubainicioua 1/1/1906;aítrabalharam8 espiritanos

entre os quais o Pe. Miguel Barrat (professor de música), que será ofuturo

prefeito apostólicodeTefé.

Mas

com

achegada de

um

novo

governador

do

Estado as coisas

mudaram

e a obrafoi apresentada

como

dispendiosa e

sem

resultados. Diante de talsituação, os Espiritanos apresentaram a sua demis-são e deixaram a escola aos 22/7/1908. Perante as dificuldades surgidas

em

Manaus

e

em

Tefé, estaobrafuncionou

como

um

"intermezzo".

2.5.

Os

Espiritanos

com

vasto

campo

de acção

O

novo

Bispode

Manaus,

Dom

Frederico Costa, ex-aluno

do

seminário

do

Carmo

de

Belém

e

amigo

dosEspiritanos,logo

concedeu

ampla

jurisdição

aos padresda Missão deTeféeinsistia

com

Roma

parasercriada aPrefeitura

Apostólicade Tefé. Pensava-se

em

dividir a diocesede

Manaus

em

três

ou

quatroprelazias, a deTefé seriaconfiada aos Espiritanos. Entretanto o

visi-tador, Pe. XavierShurrer, regressou aParis

em

Julho 1907

com

um

contrato pelo qual o

novo

Bispo de

Manaus

confiava

"em

perpetuidade" aparóquia de Tefé à Congregação, cujos limites coincidiam

com

osda prefeitura

pro-jectada, oque davaaos Espiritanos

um

vasto

campo

de apostolado.

O

Bispo aposentou o cónego

Dupuy

com

68 anos, pároco de Tefé durante 25 anos, que regressou a França e

nomeou

pároco o Pe. Donnadieu, o primeiro

es-piritanopároco deTefé.

Em

1908 o Bispovisitou Tefé ea Missão, ficou sa-tisfeito

com

o

movimento

e

nomeou

o Pe. Parissier

como

vigário de Fonte Boa,ampliando assim o

campo

de acçãodos Espiritanos.

2.6.

A

Prefeitura apostólica de Tefé

Finalmente a 23/5/1910

foram

criadas várias prefeituras apostólicas, sendo a de Tefé confiada à

Congregação

do

Espírito Santo.

O

decreto de

nomeação

de

Dom

Miguel Barrat

como

o

novo

Prefeitoapostólico foi

emi-tido

em

Roma

a 16/8/1910.

O

primeiro período dasua administração (1910-1920) foi

marcado

pela organizaçãodaPrelazia e foram anos de muito trabalho missionário: desen-volvimento da escola da Missão, construção e inauguração

do

seminário e

do "palácioepiscopal", ordenação

do

primeiroaluno da escoladaMissão, o

Pe. Alencar, eforam feitas muitasvisitas missionárias.

Em

1912 o Bispode

"Com

a

autoriza-çãodadiocesede

Manaus, aobrafoi

aceitepelo

Conselho Qeral"

"onovo Bispo de

Manaus confiava

"emperpetuidade"

aparóquia deTefé

àCongregação"

(9)

"Todoeste enorme

trabalhofoiprejudU

cadopelacrise da

borracha, e

sobre-tudopelaprimeira guerramundial

(1914*1918)"

"Mons. Barrat"

"cavaleirosolitário"

Manaus

confia aosEspiritanosaregiãodo AltoJuruá, quepertencia à diocese de Manaus, o que

aumenta

oseu

campo

de trabalho.

A

acção dosEspiritanos

estendeu-seatéCoari.

Todo

este

enorme

trabalhofoiprejudicado pelacriseda bonacha,esobretudo pela primeira guerramundial (1914-1918).

A

Prefeitura

começou, novamente, alutar

com

faltade pessoal e derecursos financeiros.

Em

1919, após a guerra o Capítulo Geral da

Congregação

decidiu

en-tregarà provínciaespiritanada

Alemanha

aPrefeituradeTefé.

Em

troca os

espiritanos franceses encarregar-se-iam das missões das quais os alemães foram expulsos

na

Africa. Tal decisão

apanhou Mons.

Barrat

no

auge das

suasactividadesedosseusplanos. Pensou quepoderianegociar, pois bastaria

separar o AltoJuruá e o Acre, que pertenciam à diocese de

Manaus,

e

en-tregá-los aos alemães.

Mas

o Capítulo Geral, sob pressão da

Congregação

para a Propaganda da Fé, haviadecidido ocontrário.

2.7.

Chegada

dos Espiritanos

Alemães

Depois de 1919

sem

avinda de novos espiritanos franceses,a Prefeitura

Apostólica entrou

numa

lenta anemia. Depois

do

Capítulo Geral de 1926, oprovincialda

Alemanha, achando

que tudoestava

em

ordem,

mandou

que alguns espiritanos alemães preparassem a viagem para o Brasil.

A

9/4/1927

chegaram

três padres e dois irmãos alemães a Tefé, que

começaram

imedi-atamente a trabalhar.

Quando

Mons.

Barrat

chegou

de

uma

desobriga, en-controu-os eassustou-se

com

os factos consumados.

De

imediato

chamou

o

Pe.

Donnadieu do

Cruzeiro

do

Sul e despachouos doispadres alemãespara

o

Acre

(o terceirofaleceu

em

1928).

O

bispo viajou para aEuropapara

dis-cutir ofuturo da PrefeituraApostólica

com

as autoridades da

Congregação

em

Paris e

com

Roma.

Recebeu

a garantia que ele continuaria

em

Tefé e

que os alemães assumiriama

nova

Prelazia

do

AltoJuruá.

O

nacionalismo europeu e o jogo pelo poder atrapalhava o

desenvolvi-mento

da missão espiritana

na

Amazónia.

Mons.

Banat,

chamado

pelo Pe.

Tastevin,

um

"cavaleiro solitário", sempre audacioso e tenaz nas suas iniciati-vas, nãodesistia e continuava fazendo longasdesobrigas pelos rios.

Em

1925 trouxe asIrmãs Franciscanas Missionárias de Mariapara Tefé e vários padres, francesesou deoutra nacionalidade.

Nos

anos 1935e 1937, após a inauguração de

nova

catedralde Teféedas suasbodasde ourosacerdotais, pensou

aposen-tar-se.

Mas

logotransbordou

novamente

deenergia econtinuouasua missão. 2.8. Prelazia "nullius"

do

Alto Juruá

A

prelazia

do

Alto Juruá foi criada

em

21/11/1931 e

Mons.

Barrat foi

nomeado

seu administrador durante quatro anos.

em

1935 o Pe.

Hen-rique Ritter, da província da

Alemanha,

foi

nomeado

prelado "nullius"

do

Alto Juruá.

A

prelazia recebeu muitos espiritanos alemães, as obras desen-volveram-se e havia esperanças de

um

futuro promissor.

Além

das desobri-gas pelos rios, sobrava

tempo

para o social: cuidardos leprosos, fundar

um

jornalo"Católico" e

uma

banda

demúsica.

Em

1938

começou

oseminário menor;doisseminaristas foramestudar para Portugaleforam ordenados

em

1945.

Em

1938 a Prelazia instalou

em

Manaus

uma

procuradoriae assumiu

(10)

a paróquiadeS.

Raimundo,

que

em

1948passou para a responsabilidade dos EspiritanosdeTefé.

Em

1937 asIrmãs

Dominicanas

abriram

no

Cruzeiro

do

Sul

um

orfanatoe

um

dispensário.

Tudo

pareciairmuito

bem,

mas

asegunda guerra mundial atrapalhou todaesta grande actividade.

Os

padres alemães foramprivados danecessária liberdade para se

movimentarem

e exercerem oseuministério.

Em

1942,

Mons.

HenriqueRitter, depoisde tervoltado

es-gotado de

uma

desobrigade oito meses, viajoudirectamente para

Manaus,

falecendodurante o CongressoEucarístico. Foi

nomeado

vigário capitulare administrador apostólico oPe. Henrique Klein.

Em

1947

Mons.

José Hascherfoi

nomeado

novo

prelado do AltoJuruá.

Novos

reforçoschegaram e asgrandes preocupações do

novo

Bispo foram as

escolaspara aformaçãode professoresede agentesde pastoralparaatendero

povo

do interior e a formação

do

clero local.

Dom

José resigna e

em

1966

Dom

Henrique

Ruth

é

nomeado

novo

BispodeCruzeiro

do

Sul(AltoJuruá).

Em

1979

Dom

LuísHerbst é

nomeado

bispo auxiliar.

O

trabalho

na

pastoral

vocacionale

na

fonnaçãosacerdotal

começou

adaros seus frutos esurgemos

primeirospadres diocesanos.

Em

1998

Dom

Mosé

Pontellofoi

nomeado

bispo

auxiliarde Cruzeiro

do

Sul, assumindo adiocese

no

ano 2000.

"Em

1938 começouo semi-náriomenor;dois

seminaristasforam

estudarpara

Por-tugaleforam

orde-nados

em

1945"

2.9.

Os

Espiritanos Holandeses

na

Prelazia de Tefé

Em

1942

na

PrefeituraApostólicade Teféhavia apenas 6sacerdotesejá

idosos.

A

situação era insustentável.

Os

municípios enviaram

abaixo-assi-nados ao núncioapostólico,pedindoassistênciareligiosa.

A

Prelazia

do

Alto

Juruá, apiedou-se e

em

1943

mandou

dois padres para Tefé.

Com

80 anos,

Mons.

Barrataindafaziadesobrigas

no

rioJuruá. Tal

como

com

osAlemães,

o "cavaleiro solitário" tinha dificuldade

em

passar a Prefeitura para outras mãos. Todavia,

em

momentos

de aparentefraqueza, os frutosapareciam:

em

1947 três jovens foram ordenados sacerdotes espiritanos e outros três ex-alunos

do

seminário de Tefé tornaram-se padres diocesanos.

Mons.

Barrat,

idoso ecansado deixa definitivamente Tefé

em

Maio

de 1947.

Em

1946 oPe.

Joaquim

de Lange, daprovínciada Holanda,já

com

doze anos de vida missionária

em

Angola, é

nomeado

Prefeito Apostólico de

Tefé.

No

mesmo

ano

10 jovens padresholandeses

chegam

aTefé.

A

seu pe-dido

em

1951 oestatutodePrefeituraApostólicade Tefé

mudou

paraPrelazia.

Por isso

Mons.

Joaquimfoi sagradoBispo.

Dom

Joaquim dispondo de padres

jovens

começou

a subdividir aPrelazia

em

novasparóquias, afimde melhorar

a assistência pastoral àspopulações.

A

obrada Missão da

Boca

de Tefé con-heceu

uma

nova

vida e

um

novo

dinamismo.

Dom

Joaquim orientou a sua acção

no

sentidodaevangelização eda

promoção

humana

esocial.

Assim

em

1948 inaugurou a "Escola

Normal

Rural"

em

Tefé, quesob a responsabilidade dasIrmãs Franciscanasformouprofessores ecatequistasparaointerior.

No

in-ício dos anos 60 inaugurou a Radio Educação Rural de Tefé, que

com

a

as-sistênciado

MEB

(Movimento

de Educação de Base) espalhou asescolas

ra-diofónicas pelo interior

no

trabalho da alfabetização.

Na

linha da

consciencialização apoiou acriaçãode sindicadosrurais e a associação dos

pe-quenosprodutores rurais. Preocupado

com

a saúde, construiu o hospital "São

"Pe. Joaquimde Lange" "énomeado Prefeito Apostólico de Tefé" missãoespiritaria

(11)

Miguel"

em

Tefée

promoveu

aassistênciasanitária

no

interior.

A

Prelaziade Tefé entrouplenamente

no

espíritoderenovação doConcílioVaticanoII, fezopção

pelas"Cebs"*epelaformaçãode agentespastoraisleigos, tarefasassumidase

di-namizadaspelaCoordenação daPastoral.

O

novo

BispodeTefé,apartirde1980,

Dom

MárioClementeNeto,incrementou

uma

melhor coordenação dapastoral,

aformaçãoeadiversificaçãodos agentesdepastoralsobretudo paraointerior.

O

grupo espiritano inicialmente totalmenteholandês aos poucos foi-se

diversifi-candoe tomou-se

um

grupo internacional.

A

partirdosanos90constrói-se

um

centro vocacional, faz-se a animação vocacional na esperançade padres dioce-sanos.

Dom

Mário resignoue

Dom

Sérgio Castrianiassumiu

como

novo

Bispo de Tefé

no

ano 2000.

Os

Espiritanosjánãosão os únicos padresque trabalham

na

prelazia,poisospadresdaSagrada Família

assumem

um

sectordamesma. 2.10. Presença e

Missão

Espiritanas

no

Sul

do

Brasil

Dos

alunos que passaram pelo seminário de Tefé foram ordenados 6

es-piritanos. Este seminário acolhia jovens provenientesdasduasprelazias: Tefé

eAltoJuruá. Depoisdos estudos secundários, aformação continuava

em

Por-tugal: noviciado, filosofia e teologia. Tornava-se necessário abrir

um

semi-náriomaior

no

Brasil,poiso

número

jáojustificava, e surgiu

também

aideia

de recrutar e formar seminaristas

no

sul

do

Brasil, e

não

apenas

na

Amazó-nia,

como

faziam, e

com

sucesso, outras Congregações, para depois

trabal-harem na

região amazónica. Tal ideia cresceu

na

cabeça dos dois bispos

-Dom

Joaquim

de

Lange

e

Dom

JoséHascher-que conseguiram

uma

casa

em

Teresópolis,

num

"sítio"

chamado

"SeiodeAbraão",pertencenteaomosteiro

de

São Bento do

Rio.

Assim

começou

a 24/9/1948 o primeiro seminário

maiorespiritano

com

4seminaristas e

um

irmão, todos vindos da Amazónia,

acompanhados

porquatro espiritanos. Parece que

nenhum

deles continuou.

A

busca de vocações

no

sulpara trabalhar

na

Amazónia, região missionária porexcelência, foi a razãoda vindados espiritanospara osul do Brasil.

2.11. Distrito Brasil Central

Porocasião da fundação

do

seminário

em

Teresópolis, algunsespiritanos

holandeses

chegaram

àregião de

Minas

Gerais para apastoral das vocações, o trabalho paroquial e para angariar dinheiro para ascasas deformação.

A

primeiraparóquiafoi aMatosinhos

(MG),

mas

muitasoutrasseseguiram.

O

Capítulo Geral de 1950 havia

dado

a orientação deque osHolandeses fun-dassem

um

Distrito

no

centro

do

Brasil e os

Alemães

no

Sul.

Em

1953 os

Espiritanosholandeses iniciaram

um

seminário

menor

em

Itaúna,

posterior-mente

transformado

no

colégio Sant'Ana, ainda

em

funcionamento

com

a

presença de 1 espiritano.

Em

1966 o seminário maior de Teresópolis foi

transferidoparaDivinópolis (MinasGerais) tendoacasadeTeresópolis fun-cionado a partir de 1961

como

noviciado.

O

período pós conciliar,

menos

propício ao

amadurecimento

vocacional, já se faziasentir

uma

queda de

vo-*Cebs-Comunidadeseclesiaisdebase.

(12)

caçõese osestudantes

não

perseveravam.Por isso,osemináriomaior de Di-vinópolis fechou

em

1969.

Alguns

frutos,

no

entanto, surgiram, entre os

quais os actuais bispos,

Dom

Mário

Clemente

Neto

e

Dom

Mosé

Pontello.

Num

olhar retrospectivo

podemos

dizerquetalveztenhafaltadoalguma

per-severança

no

trabalho da

animação

dasvocações e

na

formação.

Os

Espiritanos holandeses tiveram

uma

grande presença e

uma

extra-ordinária acção pastoral

no

Centro do

País, região confiada ao distrito

holandês, criado oficialmente

em

1963.

Fundaram

várias paróquias nas dio-ceses de Belo Horizonte, Sete Lagoas, Divinópolis,

Governador

Valadares, Goiânia, Brasília (Ceilândia),Anápolis, Rio deJaneiroe

em

geralparóquias dotadasdeboasestruturas.

Além

do

trabalhopastoral,estavam sempre

aten-tos aos problemas sociais e educacionais.

Em

muitas paróquias foram

cons-truídas creches, escolas e os 04 colégios fundados e mantidos por eles du-rante

um

bom

período, falam da suapreocupação

com

a educação: Itaúna (ainda funciona

como

fundação), Brasília (oferecido à

CNBB

e

onde

fun-cionao acolhimentoeapreparação dos missionáriosadgentes),

Dom

Bosco

em

BeloHorizonte (oferecido à dioceseeactualsemináriomaior)eCurvelo (vendido).

Foram

anos de muitadedicação, presençaeproximidade

do povo

pobre.

Os

Bisposeos cristãos falam

com

apreçodapresençaeacção dos Es-piritanos nesta região.

E

realmente

uma

história que merece ser contada. Actualmente, o grupo envelhecidoe

pequeno

deseja, porrazõesvocacionais

e para dar continuidade ao grande trabalho espiritano, que a

Congregação

continue presente

em

duas

ou

três paróquias nesta região

do

Brasil,

onde

a Província

do

Brasil

tem

uma

casade formação (Belo Horizonte). Claro que

tal permanência

depende

do

envolvimentodos outros grupos espiritanos

no

Brasil edacolaboração de toda aCongregação.

"OsEspiritanos

holandeses tiveram

uma

grande

pre-sençae

uma

extra-ordináriaacção

pastoralnoCentro doPaís"

2.12. Distrito Brasil Sul

Pelos

mesmos

motivos, osEspiritanos alemães vieramparaosestados

do

sul

do

Brasil.

Em

1953

começaram

em

Emilianópolis (SP)

um

seminário menor;

em

1958

começaram

um

outro

em

Salete,

em

Santa Catarina.

Aos

poucos várias paróquias foram confiadas aosEspiritanos, sobretudo nas pro-ximidades

do

seminário de Salete (Sta. Catarina),

mas

também

no

estado de S. Paulo e

no

Paraná.

O

grupo alemão foi constituído distrito, Brasil

-Sul,

em

1964-

Em

1970 o distritoaceitou aparóquiadeVila Mangalot,

em

S. Paulo e

no ano

seguinte, ao lado da Igreja Paroquial, foiaberto o Semi-nário

Maior

Espiritano - o Instituto Poullart des Places - que substituiria o de Teresópolis ede Divinópolis, ecujo primeirodirector foi o Pe. Gregório

Lutz.

Em

1971 abriu

no Morro

de Saleteo Noviciado paraos Irmãos.

Da

presença eacçãodos Espiritanosalemãesimportasublinhar a sua

per-severança

no

trabalho das vocaçõesedos seminários: o semináriode Salete prolongou-se até 1987, e o seminário de Mangalot continua, agora, assumido pelaProvínciadoBrasil.

No

aspectopastoral,do muitotrabalhoqueogrupo

de-senvolveu,importa sublinhar a paróquia paraosdoentesde

Hansen

em

Curitiba

eofactodeque oPe. Gregório Lutzfoidurante muito

tempo

responsável pelo Departamento Nacional deLiturgiadaConferência EpiscopaldoBrasil.

(13)

2.13. Distrito Brasil Sudoeste "aConferência de Medellin adaptouo Vaticano11paraa realidadelatino' americana;

Dom

HélderdaCâmara

emergiacomolíder

nacional"

Estedistrito

começou

com

achegada deseisconfradesirlandesesnosfinsde 1963,

como

respostaao apeloqueo PapaJoão XXIII lançou àIgrejadaIrlanda

paranãodescuraraevangelizaçãoda

América

Latina. Outros

membros

se

jun-taram. Entre osanos 1964 - 1961, trabalharam

em

paróquiasabandonadas

no

interiordosestadosdeSãoPauloede Goiáseassumiramaresponsabilidadepelo seminário de Emilianópolis

em

1967, cedido pelos alemães, que seria depois

transferido paraAdamantina,SP, eque viriaa fechar

em

1972.

Os

Espiritanos Irlandeses chegaram ao Brasil

num

período particularmente apaixonante:oVaticanoIIestava

em

plenasessãoeassuas decisõesestavamaser

aplicadas

no

Brasil;a

chamada

revoluçãode

Março

1964conduziu a

uma

ditadura militarrepressivaque durou até1985; osescritosde PauloFreire sobre a psicolo-giade massaseaconsciencializaçãotiveram

um

impacto profundo

no

pensamento da Igreja, especialmente

no

que se refere ao estabelecimento das

Comunidades

Eclesiaisde Base (Cebs)e àformaçãodedirigentesleigos;

em

1966,a

Conferên-ciaNacionaldos Bispos aprovou a plano pastoralpara opaís; a Conferênciade Medellin adaptouoVaticano IIpara arealidade latino-americana;

Dom

Hélder da

Câmara

emergia

como

líder nacional; os teólogos latino-americanos

começavam

a encontraresperança paraocontinente nateologiadalibertação.

Em

1971,

no

primeiro Capítulo,o grupo

tomou

asériotodosestes

contex-tos,etalacontecimento

marcou

ofuturododistrito.Nesse

mesmo

Capítulo

in-tervieram

como

convidadas pessoas, que

na

época

marcavam

a pastoral

na

América

Latina: Pes.JoséMarinse JoséComblin.

Assim

nosanos sequentesos

Espiritanos Irlandeses

tomaram

aopção pelapastoralnasperiferias dasgrandes

cidades: São Paulo, BaixadaFluminense (Riode Janeiro) e Recife e fizeram a opção por:

um

estilo participativo de liderança

no

grupo, opção pelas

comu-nidadesde basee pelos pobres, por

uma

visão libertadoradaIgrejaedoseu pa-pel

na

sociedade, pelaimportânciaeconsequenteformaçãodosleigos

na

Igreja

epelanecessidadepermanentedeespecializaçãodospróprios confrades.

De

en-tre muitostrabalhos,sublinhamos ofacto dedoisconfrades, Pes.Jorge Borane

David Regan, terem feitoparte dos grupos de reflexão teológica e pastoral da Conferência dos BisposdoBrasil.

2.14. Distrito Brasil Sudeste

Na

ocasião dos acontecimentos bélicos de 1975

em

Angola,

um

grupo de Espiritanos Portugueses

"demandaram"

a terras

do

Brasil.

No

entanto desde 1972 já havia contactos

em

vista a

uma

possível implantação

como

resposta apedidosvindos de vários Bispos

do

país,

nomeadamente

deJales.

Os

acontecimentos

em

Angola, mais quecausaforama ocasiãoque terá

pre-cipitado os acontecimentos.

Porque

já havia vários distritos espiritanos

autónomos na

Brasil,

O

Conselho

Geral da

Congregação

decidiu criar

em

1979aquelequefoio mais

novo

distritoespiritano

no

Brasil,situadonos

es-tados

do

Rio deJaneiro e S. Paulo, e oseu primeiro superior foi o Pe.

Fer-nandes Correia.

(14)

Além

dos espiritanos vindosde Angola, jovensespiritanos,

em

situação de primeira

nomeação,

foram

nomeados

para o distrito.

O

grupo cresceu e

mais de

30

espiritanos de Portugal trabalharam

no

interior de S. Paulo

(Jales) e

na

Baixada Fluminense

(Nova

Iguaçu, Itaguaí,

Duque

de Caxias,

Niterói), dioceses

onde

desenvolveram

um

trabalho pastoral muito

apreci-ado.

O

facto de alguns

membros

mais jovens terem sido

chamados

pela Provínciade Portugal paraos diferentes serviçosda

mesma,

outros terem op-tadopor trabalhar

na

região amazónica, outrosterem falecido, resultou

uma

diminuição

do

grupo, que finalmente

em

2002,

com

os 8

membros

que

restavam, se integrou

na

ProvínciaEspiritam

do

Brasil.

"O

grupo cresceu

emais de30espir^ itanosde Portugal trabalharamnoir\' teriordeS. Paulo (Jales) ena Baix-adaFluminense**

3. Província Espiritana

do

Brasil

Os

Espiritanos, nos diferentes lugares

onde

trabalharam, sempre tiveram

a preocupação vocacional.

A

ideia de fundar

uma

província espiritana

no

Brasildesde

anosqueestavanosseus propósitos.

No

nascimentoe

no

de-senvolvimento daProvíncia EspiritanaBrasileiraencontramostrêsperíodos:

-

O

primeiroperíodonos anos 1940,foram os primeirosfrutos

do

semi-náriode Tefé;nesse

tempo

os candidatos

eram

enviados para Portugal parao Noviciado, Filosofia eTeologia;

-

O

segundoperíodo aconteceu nos anos 70, e é frutodos semináriosde Itaúna e Divinópolis,

em

Minas

Gerais; são desse período os Bispos,

Dom

Mário

Neto

e

Dom

Mosé

Pontello.

-

O

terceiro período coincide

com

a fundação

do

seminário de

Manga-lot, nos anos 80e seguintesde quefazparte

Dom

Sérgio Castriani.

A

criação da Província

do

Brasil aconteceua 2 de Fevereiro de 1990 e

oseu primeiroProvincialfoi

Dom

Mosé

Pontello.

Com

acriaçãoda

Provín-cia

do

Brasil foi extinto o distrito Brasil/Sul e os seus

membros

integrados

na nova

circunscrição.

A

nova

Província,

com

oapoio dos outros grupos

es-piritanos, procurou assumiraformação dos seus

membros

nasdiversasfases:

noviciado, filosofia (Mangalot/SP) e teologia (Jardim Planalto /SP).

Com

a ajuda

do

grupo espiritano

do

Alto Juruá, a província assumiu

também

a casadeformaçãoespiritana

no

Cruzeiro

do

Sul (Acre).

No

planoapostólico,

além daintegraçãodos

membros

nosprojectosmissionáriosda Congregação, aprovíncia

como

afirmaçãoda sua própria identidade, procurou ter os seus

próprios projectos missionários: Juazeiro

na

Bahia (sertão) e Vilhena

na

Rondónia

e assumiu algumasparóquias deixadasporoutros distritos,

sobre-tudo

em

Minas

Gerais.

"A

criaçãoda

Província doBrasil

aconteceua2 de

Fevereirode

1990"

4. Presença e

Missão

Espiritanas

no

Paraguaye

México

4.1. Espiritanos

no Paraguay

Foi da Trindade que vieram os primeiros Espiritanos para a missão

no

Paraguay.

Os

seis espiritanos aceitaram o ministério

na

capital, Assunción,

em

Lima

e

numa

paróquiarural a

350

Kms

no

norte

do

país.

O

país vivia

muitos anos sob a ditadura militardo General Stroessner.

Além

do

(15)

"A

partirdosanos 80 osEspiritanos trabalham

em

duas regiões: no "Campo" u enacapital"

balho pastoral, os primeiros espiritanosajudaram

na

educação, nos serviços

médicos

e

no

desenvolvimento

de cooperativas.

Mas

em

1975 surgiram

graves dificuldades, pois "alguns confrades que trabalhavam

com

os pobres

nas

comunidades

de base foram acusados de actividades subversivas.

O

go-vernointerveio

com

autoridadee

em

1976 havia apenasdois espiritanos

no

Paraguay". Porquea provínciada Trindade

não

podia continuarsozinhaesta

missão, o

Conselho

Geral

na

Administração

do

Pe. Frans

Timmermans,

em

1976, decidiu, formar

uma

equipa internacional. Várias províncias respon-deram:França, Portugal, Espanha,

Canadá

e Suíça.

A

partir dos anos

80

os Espiritanos trabalham

em

duas regiões:

no

"Campo",

na

diocese de

San

Pedro Apóstolo,

em

várias paróquias (Chore, Lima, Resquin), que juntas totalizam cercade 260

comunidades

rurais,

na

sua maioria constituídas por pequenos agricultores, muitos lutando ainda pela propriedade daterra; e

na

capital, Assunción,

onde

ao longoda nossa presençajá tivemos várias paróquias; actualmente temos apenasa paróquia

onde

sesituao NoviciadoEspiritanopara a

América

Latina.

O

trabalho pas-toral

no

chamado "Campo"

é rodeado de algumainsegurança, porcausada presençados traficantesdedroga.

Nos

últimos anos aformação

tem

sido

uma

das prioridades

do

grupo. nos anos 80 tinha havido alguns esforços,

mas

sem

resultados.

As

casasde

formação

são: a filosofia (postulantado)

em

Assunción

(Fernando de la

Mora)

e o Noviciado para toda a

América

Latina

também

em

Assunción

(San Lorenzo).

Os

jovens candidatos

vêm

em

geral das paróquias

espiri-tanas.

O

grupo

do

Paraguayconta

com

algunsespiritanosparaguaios,

um

dos quais trabalha

na

Tanzânia

num

campo

derefugiados.

4.2. Espiritanos

no México

Foi

em

1971 que três Espiritanos

começaram

o seu ministério

no

México.

Vinham

do Peru, onde tinhamtrabalhado nosarredoresde Arequipa, trabalho

quehaviasido solicitadopelaSantaSé.Dificuldades

com

asautoridadesforçaram o abandono desse trabalho. Chegadosao México,buscavam

um

trabalho entre os pobres.

Os

três Espiritanos foram encaminhados para a diocese de Ciudad

Valles,

como

sendo "adiocesemaispobre,

com

menos

clero e

com uma

popu-laçãomuitoabandonada".

O

Bispo recebeu-osde braçosabertos econvidou-os a

trabalharentre os índiosHuastecas nas paróquiasde SantoAntónioe

em

Tan-lajás.

Ao

veremos índioscanegandoos seusprodutose

caminhando

cabisbaixos, ostrêsespiritanosexclamaram: "Sãoestas aspessoasquebuscamos".

No

inícioosEspiritanos

provinham

das provínciasda

América do

Norte; depois o grupo acolheuespiritanos vindosdeoutras origensehoje é

um

dos gruposmais internacionaisda Congregação.

Também

os seus

campos

de

tra-balho sealargaram: alémdas paróquias

na

região huasteca (Tanlajás, El

Pu-jai, Coxcatlán e Santo António),

em

1990 os Espiritanos assumiram

uma

paróquia

em

Tampico

(golfo

do México)

-

onde

tivemos acasadeformação

- e

em

2003 assumiram duas paróquias indígenas

na

diocese de Tuxpan, a

300

Kms

a sulde Tampico.

(16)

Nos

últimosanosaformaçãotornou-se

uma

das prioridades

do

grupo.

Na

paróquiade El Pujai, junto à casaparoquial,

uma

casaacolhe 3

ou

4jovens, vindosdas paróquias espiritanas, que

terminam

aescola secundária.

A

casa de formaçãopara a filosofia foirecentemente transferidade

Tampico

para a Cidade

do

México,

em

busca de

melhor

nívelacadémico.

O

noviciado faz--se

no

Paraguay

com

todos os candidatos dos países da

América

Latina.

A

Congregação

tem

a alegriade contarjá

com

alguns

membros

mexicanos,

al-gunsdos quais jápartiram

em

Missão: Paraguay,

Moçambique,

Espanha.

5. "Flashes" da

Missão

Espiritana

na

América

Latina

O

nosso desejo é evocaralguns "traços"principais da presençae missão

espiritanas ao longo de mais de 100 anos nos países da

América

Latina. Querer ser completo

ou

exaustivo seria pretensioso; queremos tão

somente

fazer"memória"daquiloquesobressaidestapresençacentenária; igualmente queremos recordar todosos espiritanos devárias origensque sededicarame

doaram

suas vidas ao serviço

do

povo

e da Igreja.

Nos

primeiros 50 anos

(Amazónia) foram os Espiritanos franceses (alguns portugueses), que

asse-guraram essapresença. Depois outros se seguiram: Alemães, holandeses,

ir-landeses, portugueses, brasileiros, Porto-riquenhos.

Nos

outros países da

América

Latina a diversidade dessa presença é ainda maior;

além

dos já

mencionados

temos ainda originários: Trindade, Estados Unidos, Espanha,

Canada, Polónia, Sierra Leoa,Nigéria e México.

O

que de imediatodesperta aatençãoéoconceitoamplode evangelização que manifestaotrabalho dosEspiritanos. Desdeosprimórdios dasua presença

emissãoparecemconscientesdeque o

homem

éoprimeiroefundamental cam-inho da Igreja (JoãoPaulo II) ede que a

promoção

humana

e social,o desen-volvimentointegral,o compromisso

com

ascondiçõesde vidadaspopulaçõese

ocompromisso

com

osproblemas dejustiçaepaz fazempartedarealidade

com-plexada evangelização (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi).

A

grande

meta

era

testemunharo

amor

deDeusrevelado

em

Jesus,ajudar

na

construçãodo Reino deDeus entre oshomens. Vejamosalguns desses"traços":

5.1.

Testemunho

missionário de qualidade

As

condições geográficas,

humanas

e sociaisdas regiões amazónicas são

bem

diferentes daEuropa, e possivelmente mais difíceis: calor e humidade,

distâncias que se

medem

por dias de viagem, mosquitos e insectos que

in-fernizam avida de

quem

se aventuraa entrar

na

floresta, transportes lentos epenosos (barco), meios de

comunicação

deficientes e

modos

de subsistên-cia limitados. Se nosnossos dias essas dificuldades ainda são

uma

realidade,

que diríamos

100 anos atrás?

Com

respeito egratidão

lembramos

a presençaeamissãodos Espiritanos nas prelazias deTefé e

do

AltoJuruá. Foi

uma

históriade fidelidade a

Deus

eao

povo

sofridoda

Amazónia,

históriadeperseverançaaoserviço

do

Evan-gelho e tantas vezes

desempenhada

com

dedicação e

amor

até ao sacrifício

"A

Congregação

tem aalegriade contarjácom

al-guns membros

mexicanos"

"Com

respeitoe

gratidão

lem-bramos apresença

eamissãodos

Es-piritanos nas

prelazias de Tefée

do AltoJuruá"

(17)

"A

opçãopelos ín-aios estápresente desdeo inícioda

vindados Espiri' tanosparaa Amazónia"

da própria vida.

O

cemitério da Missão

Boca

de Tefé

(como

outros

em

Africa) testemunha que,

em

geral, os missionários faleciam jovens.

As

via-gens feitas pelo Pe Tastevin (e outros)

no

rioJuruá

duravam

5

ou

6 meses

com

barcos a remos. Esta

uma

história de serviço a

um

povo

abandonado, explorado nasmargens dosrios e

no

interior dafloresta amazónica, merece

ser lembrada e contada. Foi muitas vezes

um

serviço escondido,

aparente-mente sem

grandesfrutos,fazendoo queerapossível fazer eajudando o

povo

a guardar a fé.

Só Deus

sabe os frutos que a semente lançada deu

ou

dará.

5.2.

Missão

ao serviço dos povos indígenas e dos pobres

A

opçãopelos índios estápresentedesde oinícioda vindadosEspiritanos

para aAmazónia,poisa paróquia

em

Manaus,foiaceite

como

ponto deapoio e de referência da missão entre os índios.

Os

Pes. Tastevin e Parissier

estu-daram

aslínguas e astradições dos índios. Infelizmente,

no

Brasilos índiosjá

tinham

sido,

em

parte,dizimadose destruídos.

Em

Tefée

no

AltoJuruáos Es-piritanos

chamaram

eapoiaram organizações

como

o

CIMI,

paradefenderos direitos das populações indígenas: a

demarcação

das suas terras e a sobre-vivência dassuas culturas.

A

mesma

atitude estápresente

na

missão espiritam

no

México, tanto

na

regiãohuasteca

como

na

nova

diocesede Tuxpan,

onde

osEspiritanos

continuam

a optarpelascomunidades indígenas.

Além

das

comunidades

indígenas, os estratos sociais que tiveram a

preferência dos Espiritanos foram: as populações nas periferias das grandes cidadesde

São

Paulo,da BaixadaFluminense(RiodeJaneiro),de Belo

Hor-izonte, de Ceilândia (Brasília), os negrosde

Belém do

Pará, os camponeses

do

Paraguay,

do

México

e

do

Brasil que lutam pela propriedade da terra,

como

o

Movimento

dos

sem

terra.

"A

maioriadestes "projectos"

beneficiaramos

mais pobres"

5.3. Missão,

promoção

humana

e social

Ao

lado

do

trabalho pastoral propriamente dito - formar

comunidades

cristãs e sustentá-las

com

a Palavrade

Deus

e os sacramentos - havia sem-preotrabalho socialnassuas diversas frentes.

Os

Espiritanos envolveram-se

em

várias áreas:

- Profissional e agrícola,

como

logodeinício,

em

Tefé

onde

se

formaram

bons

profissionais: professores, mecânicos, pedreiros, carpinteiros e

muitas outras profissões.

-

Na

educação

com

acriaçãodeescolas, colégiosemuitosjardinsde

in-fância,

em

Minas

Gerais,

em

Tefé,

no

AltoJuruá. Escolas de alfabeti-zação,

como

aRadio Educação Rural de Tefé.

Nos

nossosdias são

fre-quentesoscursos de informática

como

em

São

Paulo eBelém.

-

Na

saúde, ohospital dacidade

em

Tefé e a assistênciasanitária

no

in-terior da Prelazia, as clínicas que

atendem

os pobres

no

AltoJuruá; a

assistência aos hansenianos

em

Manaus

e

em

Curitiba.

A

maioria

destes"projectos" beneficiaramosmais pobresetalserviçofoi possível

com

ajudas financeirasvindas dospaísesde origemdos Espiritanos.

(18)

5.4.

O

compromisso

com

ajustiça e a paz

O

apoio às organizações populares, a criação dos sindicatos dos

trabal-hadores rurais

em

Tefée

no

AltoJuruáe

em

outras regiões, aajudaeoapoio

aos lavradores

sem

terra

no

estadosde

São

Paulo,

no

Paraguaye

no

México, acriaçãodecooperativasdecriadoresdegado

em

Tefé,auniãodaspopulações

na

preservaçãodanatureza,do peixe edos lagos

na

região amazónica, a

soli-dariedade

com

os operários nas grandes cidades

como

em

São Paulo, a

for-mação

de grupos de defesa dos direitos

humanos

- foram alguns espaçosque

envolveram os espiritanos nos países da

América

Latina. Por causa destes

compromissos algunsEspiritanospassaram pordificuldades: pelo seu compro-misso

com

acausa e acultura indígenafoi recusado o visto de permanência

no México

ao Pe. Mietek da província da Polónia;

no

Brasil e

no

Paraguay

váriosespiritanos foramacusadosde subversivose "persona

non

grata".

53.

Serviço das Igrejas locais

As

Igrejas das diocesesde Tefé e

do

AltoJuruá são

em

grandeparteobra dosEspiritanos.

E

com

quesacrifícios!

Começaram

praticamente

do

nada.

Du-rante muitosanos asprelazias e osdistritos espiritanos se identificaram, pois

as prioridades e aspreocupações de

uma

eram

asprioridades e preocupações daoutra.

Mas

não

foi apenas

na

região amazónica que isso aconteceu, pois a presença eaacção dosEspiritanos fez-se sentirfortemente

em

muitas regiões

de

Minas

Gerais (Sete Lagoas, Gov. Valadares, Divinópolis) de

São

Paulo

(Jales,Lins,Marília)

na

BaixadaFluminense(RiodeJaneiro),

em

Santa

Cata-rina (Riodo Sul).

No

México na

diocese de

Ciudad

Valles os Espiritanos

as-sumiram

uma

grandeparte dapastoral das comunidades indígenas; o

mesmo

aconteceu

no

Paraguay

na

diocese de

São

Pedro Apóstolo.

Numas

regiões

maisqueoutras,osEspiritanoscomprometeram-se

com

asprioridades pastorais

das igrejas locais: formaçãodas comunidades eclesiais, apoio às organizações

populares,fonnaçãoparaos diversos ministérios

na

Igreja.

Por

onde

passaram, osEspiritanosdeixaramboasestruturasfísicas parao desenvolvimento da acção pastoral e

do

culto: igrejas e capelas amplas"e

bem

construídas, centros paroquiais e espaços físicos para as mais variadas

actividades: eclesiais, formaçãocívica, encontro e convívio.

"E com que

sacrifícios!"

5.6.

Formação

de leigos

"A

formação cristã

A

formaçãocristã

do povo

em

geral, edos leigos (líderes)

em

particular,

^

p

wo

em

geraif

foi

uma

dasopçõestomadas

em

váriasregiões eporváriosgruposespiritanos.

e

^

siei

Na

prelaziade Tefé foi longoe perseverante o investimento

na

formação e

mfa

res\

em

hartic.

na

diversificação dos serviços e ministérios,

na

criação dos conselhos pas-

u

t

-An

torais a todososníveis (prelazia, paroquiaecomunidades). Muitos cursos e

encontrosforam promovidos e organizados

com

esse fim.

Em

menor

escala

o

mesmo

aconteceu

também

no

AltoJuruá. Para alguns grupos,

como

o

do

distrito Brasil/Sudoeste (e outros), essa foi

uma

das prioridades

do

seu

tra-opções tomadas"

(19)

balho apostólico.

No

México na

paróquia de Tanlajás foi construído

um

centro de formação paraos animadores das

comunidades

(catequistas e

ou-tros serviços) das

comunidades

indígenas.

Também

no

Paraguay grande

parte

do

trabalho pastoral passa pelo esforço de reunir o

povo

em

comu-nidadescristãseformaros seuslíderes.

E

alistadesses ministérioséenorme:

pastoraldajuventude, favelas, prisões,catequese, direcçãoespiritual,justiça e paz, liturgia, educação, cidadania, pastoral da terra, pastoral

do

menor

e

pastoral da

mulher

marginalizada. Muitos espiritanos estiveram e estão en-volvidos nestagrandediversidade deministérios.

5.7. Vocações e

Formação do

Clero

"A

formação do

A

formação

do

clero sempre esteve nos horizontes dos Espiritanos.

O

clerosempre esteve

motivo

que levou os Espiritanos para o Sul

do

Brasil fora a busca de

vo-nos horizontesdos cações para a missão

na Amazónia.

Esta preocupação notamo-la de

modo

Espiritanos" especial

no

AltoJuruá, que

mesmo

em

tempos de crisevocacional

não

de-sistiu e hoje a diocese deCruzeiro

do

Sul conta

com

um

pequeno

número

declerodiocesano (8), eo grupoespiritano

mantém

oseminárioespiritano,

que acolhe jovens após o curso secundário.

De

muitasparóquias espiritanas

surgiram padres diocesanos; alguns espiritanos organizaram grupos

voca-cionais,

como

em

Anápolis

(GO),

que deu bons frutos, paraos Espiritanos

e outras congregações. Paraos gruposespiritanos

do

México,

do

Paraguaye

da Província

do

Brasil apastoral vocacional e a formação de novos

espiri-tanos estão entre as suas prioridades.

6. Presente e

Futuro

dos Espiritanos

na

América

Latina

Vivem

e trabalham

na

América

Latina, segundo as últimas estatísticas oficiais, 150Espiritanos, assimdistribuídos: AltoJuruá - 15;

Amazónia

- 13;

Bolívia - 2; Brasil Província - 40; Brasil Central -18; Brasil Sudoeste - 24;

México

- 16; Paraguay - 19.

São

brasileiros, alemães, irlandeses,

portugue-ses, franceses, polacos, americanos, canadenses, espanhóis, mexicanos, paraguaios, 1 cabo-verdiano, 1 ganense, 1 angolano, 1 nigeriano. Trata-sede

um

grupo internacional e bastante heterogéneo.

De

origem

latino-ameri-cano temos 30

brasileiros, 7

mexicanos

e 4 paraguaios. Entre os

não

brasileiros,muitos

têm

jábastanteidade.

Nos

próximos anosédepreverque

o

número

diminua. Diantedestesdados,perguntamos: qualseráofuturodos

Espiritanos

na

América

Latina?

O

que é que se está fazer para construir o

futuro? Quais os

caminhos

de colaboração entre os diferentes grupos? Ve-jamos

um

pouco

destacaminhada.

6.1. Regionalização

Em

finais dosanos 70, os 6grupos espiritanos

do

Brasil eo

do

Paraguay

começaram

a encontrar-se de

modo

regular. Por essa ocasião, a nível da Congregação, começou-se a falarda "região",

como

estrutura que favorecia

e encorajaria a cooperação, a colaboração, a solidariedade e a

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