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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE ESCOLA DE MÚSICA. Celson Henrique Sousa Gomes MEMORIAL DESCRITIVO

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE ESCOLA DE MÚSICA

Celson Henrique Sousa Gomes

MEMORIAL DESCRITIVO

BELÉM 2016

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Celson Henrique Sousa Gomes

MEMORIAL DESCRITIVO

Memorial apresentado à Comissão Especial de Avaliação, como requisito à Progressão Funcional Docente para a Classe de Titular da Carreira do Ensino Básico Técnico e Tecnológico da Universidade Federal do PARÁ. (EBTT/UFPA).

BELÉM 2016

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Figura 1 - 4ª edição do Encontro de Arte de Belém (ENARTE), 1977... 9

Figura 2 – Programa e convite do Recital Solo no Theatro da Paz ... 11

Figura 3 – Apresentação com a Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, 1985. ... 15

Figura 4 – Primeiro ano de atuação na OSINPA, 1986. ... 16

Figura 5 - Concerto realizado na Catedral Metropolitana de Curitiba, 1987. ... 17

Figura 6 - Camerata Antiqua de Curitiba, 1989. ... 17

Figura 7 - Concerto realizado no Solar do Barão, 1988. ... 18

Figura 8 - Diploma de Conclusão de Curso na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, 1991. ... 19

Figura 9 - Declaração de concerto itinerante realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, 1989. ... 20

Figura 10 - Certificado de participação no XXIV Cursos Internacionais de Música. Costa do Estoril, 1987. ... 21

Figura 11 - Resultado do concurso de Bolsas VITAE. São Paulo, 1990. ... 22

Figura 12 - Atuação como Spalla na 10ª edição do ENARTE. Belém, 1983... 23

Figura 13 - Recitais de alunos realizados no Instituto Estadual Carlos Gomes. ... 24

Figura 14 - Alunas Roberta França (foto à esquerda) e Silvia Matos (foto à direita). ... 25

Figura 15 - Programa da 20 ª edição do ENARTE. ... 26

Figura 16 - Solicitação de visto para estudos nos Estados Unidos, 1995. ... 27

Figura 17 - Atividades desenvolvidas em Roraima, 1995. ... 28

Figura 18 - Portaria de ingresso no quadro efetivo da UFPA. ... 29

Figura 19 - Matéria sobre atuação junto à Orquestra Jovem de Cordas ... 30

Figura 20 - Orquestra Amazônica Jovem de Cordas e Grupo de Flautas da EMUFPA no Theatro da Paz ... 31

Figura 21 - ARCORTRIO (CD Música Brasileira, PROEX/UFPA) ... 33

Figura 22 - Diploma de Mestrado em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. ... 34

Figura 23 - Publicações na mídia sobre resultados da pesquisa de mestrado. ... 35

Figura 24 - Diploma de Doutorado em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. ... 36

Figura 25 - Portaria de nomeação como Diretor da Escola de Música ... 38

Figura 26 - Liliam Barros (à direita) e Luciane Gomes (à esquerda) no lançamento da publicação sobre a Memória dos 40 anos da EMUFPA ... 39

Figura 27 - Inauguração do Memorial Altino Pimenta ... 39

Figura 28 - Portaria de nomeação como Diretor de Apoio Cultural da PROEX/UFPA ... 40

Figura 29 - Quartas Culturais no Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA ... 42

Figura 30 - Corredores Culturais no Mercado de São Brás/ Belém ... 43

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INTRODUÇÃO ... 5

1 FORMAÇÃO INICIAL: OS DIVERSOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM MUSICAL ... 7

1.1 Educação Musical na Família ... 7

1.2 Conservatório Carlos Gomes e Escola de Música da UFPA: início e consolidação do aprendizado musical ... 8

1.2.1 Orquestra Juvenil da UFPA ... 9

1.2.2 Experiências como monitor ... 10

1.2.3 O primeiro recital ... 11

1.2.4 Cursos de Férias ... 12

1.3 Motivações iniciais para a atuação profissional ... 13

2 FORMAÇÃO SUPERIOR E ATUAÇÃO PROFISSIONAL COMO MÚSICO 14 2.1 Primeiras experiências como músico profissional em Brasília ... 14

2.2 Formação e atuação profissional em Curitiba ... 15

2.3 Oportunidades de formação para a consolidação da trajetória profissional 20 3 FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM BELÉM ... 24

3.1 Conservatório Carlos Gomes ... 24

3.2 Escola de Música da UFPA (EMUFPA): as diversas faces da docência ... 27

3.2.1 Atuação como Professor ... 28

3.2.2 Ações Extensionistas ... 32

3.2.3 Pesquisa e Qualificação Profissional ... 33

3.2.4 Atuações como gestor ... 37

3.2.4.1 Direção da EMUFPA ... 37 3.2.4.2 Direção da DAC/PROEX ... 40 3.2.4.3 Direção do ICA ... 44 4 ATIVIDADES ATUAIS ... 47 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49 REFERÊNCIAS ... 50

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INTRODUÇÃO

O presente memorial é um dos instrumentos de avaliação para Progressão Funcional para a Classe de Professor Titular do Magistério do Ensino Básico Técnico e Tecnológico da UFPA. A apresentação deste documento está de acordo com a Resolução N. 4.762, de 26 de janeiro de 2016, que estabelece, em seu Art. 18, a apresentação e defesa de Memorial como procedimento obrigatório para a avaliação, objetivando a obtenção da referida progressão.

Considero este documento uma autobiografia, que se apresenta como um quebra-cabeças, onde as peças são unidas como recortes de minhas experiências de aprendizagem musical e de formação.

Para a constituição deste Memorial tomei como referencial, principalmente, meus arquivos pessoais, constituídos por documentos diversos como programas de apresentações musicais e artísticas, recortes de jornais e fotografias, que me trouxeram à tona lembranças de minha trajetória de formação e atuação profissional, fundamentais para a constituição deste documento.

De acordo com Marques (1995), na aprendizagem, as experiências de vida se fazem a partir da experiência interior de formação e reconstrução da identidade pessoal e considera a autobiografia como uma história das aprendizagens, pela qual se estrutura a personalidade de quem aprende.

Portanto, as referências sobre minha formação aqui apresentadas relacionam-se ao meu autodesenvolvimento e constituição de identidade quando, na rememoração, trago ações e reflexões sobre os acontecimentos. Segundo Pollack (1992), a memória é um elemento constituinte, também, do sentimento de identidade, na medida em que ela é um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo na reconstrução de si.

Ao revisitar a memória e descrever algumas ações relacionadas à minha formação e atuação profissional, posso afirmar que, embora trate aqui de ações individuais realizadas ao longo da minha história de vida, estão imbricadas também às memórias da minha família, das instituições e lugares que frequentei e de pessoas com quem convivi. Nesse sentido, Lahire afirma que:

Falar de si mesmo e de seu passado é falar das pessoas e grupos que temos frequentado, das instituições pelas quais passamos e que nos deixaram pegadas

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subjetivas: no mais pessoal se lê o mais impessoal, e no mais individual, o mais coletivo. E é também falar do próprio passado desde o ponto de vista daquele em quem nos temos convertido e que – a maior parte das vezes sem sabê-lo – seleciona suas lembranças em função do que quer dizer no presente. (LAHIRE, 2006, p. 165).

Como maneira de organizar este documento procurei seguir uma ordem cronológica dos acontecimentos, como um meio de tentar organizar a vida em um “trajeto, uma estrada, uma carreira”, como compreendido no senso comum (BOURDIEU, 1998). Utilizei-me, também, de registros institucionais como os relatórios anuais para falar, sobretudo, das minhas ações como gestor na UFPA. Durante a escrita deste documento tive que fazer escolhas e cortes. Os muitos nomes que fizeram parte dessa caminhada, como os de meus familiares, professores, colegas com quem estive, mas que não foram aqui citados, não deixam de ter o meu reconhecimento pela sua grande importância em minha carreira.

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1 FORMAÇÃO INICIAL: OS DIVERSOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM MUSICAL

Minha formação musical inicial, para além do âmbito escolar ou da formação acadêmica, diz respeito à formação em família, na relação com parentes e amigos e em diversos contextos. As lembranças sobre os primeiros momentos de meu aprendizado musical remontam à minha infância, no convívio com meus familiares; momentos que busco descrever brevemente a seguir.

1.1 Educação Musical na Família

Em casa sempre existiu um ambiente de convívio musical. Além das brincadeiras e vivências musicais comuns na infância, como cantar e tocar juntos, fazendo música entre irmãos, sempre houve uma preocupação dos meus pais para que todos os seus filhos aprendessem música. Considero que o gosto e a prática musical foram “disposições herdadas” na família. Ainda que alguns membros não fossem músicos, participavam ou proporcionavam ambiente prazeroso e estimulante para essa prática. Meu pai, mesmo não sabendo tocar nenhum instrumento, foi o meu primeiro “professor” de piano. Apresentou-me o piano, ensinando-Apresentou-me, com apenas um único dedo, a música “bonequinha linda” que ele cantava, usando as notas pretas do piano. Minha mãe, que também tinha aulas de música no Conservatório, nos ajudava nas leituras e execução musical.

Meus pais também se preocuparam com a Educação Musical Formal. Ao alcançarmos a idade escolar, fomos motivados a estudar música, inicialmente com aulas particulares de piano. Depois disso, a motivação foi para realizarmos o teste de ingresso no Conservatório Carlos Gomes, em Belém. Entre nós, pais e filhos, o estudo de música era considerado “uma coisa séria”. Seguia-se o nível de exigência do Conservatório Carlos Gomes, onde meus irmãos mais velhos estudavam e onde passei a estudar. Estudar no Conservatório nos exigia o estudo diário do instrumento. A exigência era reforçada à mesa por nosso pai, durante as refeições em família o “recado” era passado para nós.

Nos momentos de lazer, à noite ou nos finais de semana, quando nos encontrávamos todos em casa, chegávamos a produzir intensamente música em conjunto. Em alguns desses momentos havia os convidados, colegas da escola ou vizinhos que passavam por ali e já ficavam para participar. Aprendíamos a tocar músicas uns com os outros e fazíamos arranjos de músicas que uma de minhas irmãs e um cunhado

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compunham. Sendo o filho caçula, eu era estimulado pelos meus irmãos mais velhos. Um aprendizado que não se ensinava no Conservatório. Éramos motivados a participar conjuntamente das festas e celebrações religiosas que envolviam a família, tais como missas, casamentos, formaturas e diversos Festivais de Música Popular. Essa prática musical familiar estendeu-se por toda a minha juventude, quando passei a tocar violino profissionalmente em eventos diversos, acompanhado pelo meu irmão mais velho.

Posso considerar que esses foram, para mim e meus irmãos, momentos significativos de aprendizagem musical no convívio familiar. Até nos dias de hoje nos encontramos para fazer música em família, cantando e tocando músicas diversas, como as do compositor Wilson Fonseca, mais conhecido como Maestro Isoca, que fizeram parte do repertório musical da família. Isso quando meus pais e familiares ainda moravam em Santarém.

Reflexões mais aprofundadas sobre a prática musical em família foram desenvolvidas em minha tese de doutorado, onde apresento a possibilidade de configuração de uma Educação Musical na Família (GOMES, 2009). Falarei mais adiante sobre esse trabalho.

1.2 Conservatório Carlos Gomes e Escola de Música da UFPA: início e consolidação do aprendizado musical

Para meus pais, o aprendizado musical formal, no Conservatório, era indispensável. Como aconteceu com meus outros cinco irmãos mais velhos, fui encaminhado, quando tinha 8 anos de idade, às aulas particulares de piano com a professora Sulamita. Seguindo os moldes do Conservatório, a finalidade das aulas era preparar o aluno para o ingresso no Conservatório Carlos Gomes, em Belém. Como aconteceu com os meus irmãos mais velhos, além das aulas de piano tínhamos aulas de teoria, com a filha da professora Sulamita.

Ao ingressar por meio de teste no Conservatório, em 1974, aos 9 anos de idade, passei a ter aulas de piano com a Professora Arminda Constant Lins. As aulas individuais não eram tão motivadoras quanto conviver com os colegas de aulas de violino, instrumento que iniciei com grande interesse, no Conservatório, aos 11 anos de idade.

Foi em 1976 que, motivado pelas aulas de violino assistidas do lado de fora da sala, passei a ter aulas com a professora Lícia Arantes da Silva, nesse mesmo Conservatório. Logo as aulas de violino passaram a ser mais interessantes que as de

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piano. A partir dessas aulas, foi-me possível tocar em grupos de câmera com os colegas e participar da Orquestra Infanto-Juvenil da UFPA, mantendo-me como aluno do Conservatório Carlos Gomes. Naquela época, a orquestra era dirigida pela professora Helena Maia. Um dia desses, encontrei o registro fotográfico, com a dedicatória do ex-diretor e professor da EMUPA Altino Pimenta, de minha participação na orquestra, na 4ª (quarta) edição do Encontro de Arte de Belém (ENARTE), promovido pela Escola de Música da UFPA, na época denominada Serviço de Atividades Musicais (SAM). Isso me deixou deveras feliz. Importante ressaltar que o ENARTE já caminha para a sua 43ª (quadragésima terceira) edição neste ano de 2016.

Figura 1 - 4ª edição do Encontro de Arte de Belém (ENARTE), 1977.

Fonte: Acervo do Autor

1.2.1 Orquestra Juvenil da UFPA

Fizemos várias apresentações com a Orquestra Juvenil em Belém e viajamos para outras cidades do interior e outras capitais para tocar, sob a regência da professora Helena Maia e a Profa. Ana Maria Peixoto. Entre os lugares onde tocamos com a Orquestra,

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destaco aqui as cidades de Manaus, São Luiz, Teresina, Fortaleza, Rio de Janeiro e Brasília.

Além da grande dedicação da professora Helena Maia e dos nossos professores de instrumento, havia o incentivo do diretor do SAM, Prof. Altino Pimenta, que era incansável para promover o desenvolvimento e sucesso do grupo e de cada um de seus membros. Na orquestra tínhamos um convívio e aprendizado importante entre os colegas. Não poderia deixar de destacar a minha amizade e troca de experiências com Paulo Keuffer, colega ao longo de todo meu período de formação musical no SAM/EMUFPA e em boa parte de minha carreira profissional como violinista e professor.

Enquanto estava na Orquestra Juvenil, participava de cursos de música, de curta duração, como os Cursos Internacionais de Verão de Brasília (CIVEBRA), requentando aulas com os professores e violinistas Ludmila Vinecka e Rafael Garcia, ou aqueles cursos promovidos pela UFPA e pela SECULT/PA. Nesses cursos obtive aulas com os professores Moisés Mandel, Marena Salles, Betina Maag, Paulo Bosísio, Cecília Guida e Eva Szekely e participei dos ensaios e apresentações da Orquestra Juvenil, regidos por Isaac Karabtchevsky, Manoel Ivo Cruz e Aylton Escobar. Esses momentos deixaram marcas significativas em minha formação musical e profissional.

1.2.2 Experiências como monitor

Como aluno, lembro de ter atuado como monitor nas aulas de violino, assessorando a professora Lícia Arantes, na Escola de Música da UFPA (EMUFPA). Entre os alunos que dividiram comigo a experiência como monitor nas aulas de iniciação musical ao violino, destaco: Nildo Rocha Bahia e Adelbert Carneiro. Professores e músicos que podemos encontrar nos dias de hoje atuando nos meios profissionais da música.

Com o aprimoramento nos estudos e as oportunidades geradas pelas instituições, fiz minhas primeiras apresentações como solista e camerista, que me encaminharam à carreira de músico profissional e professor de música.

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1.2.3 O primeiro recital

Entre as apresentações públicas que participei na minha juventude, destaco o recital dado em 1982, juntamente com a professora e pianista Luíza Camargo, no Theatro da Paz, em Belém.

Esse recital foi um marco em minha formação, pois no ano seguinte segui para Brasília. Para realizar esse recital obtive a orientação da Professora Lícia Arantes. Entre as obras apresentadas nele, estão: Concerto de J. S. Bach, em lá menor, para violino e orquestra; a Sonata em mi menor de Mozart, além de peças de Schubert, Kreisler, Wieniawski e Camargo Guarniere.

Figura 2 – Programa e convite do Recital Solo no Theatro da Paz

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Fonte: Acervo do Autor

O recital aconteceu no ano de 1982, na conclusão do ensino médio, quando teria que optar por qual curso superior seguir. A escolha foi pelo curso de música. No entanto, naquela época não existia a opção para estudar música em nível de graduação em Belém. Via meus colegas mais velhos, membros da Orquestra Juvenil, seguirem para outras capitais em busca da continuidade dos estudos e de uma atuação profissional nas orquestras sinfônicas existentes no país.

1.2.4 Cursos de Férias

Considero que o incentivo dos professores tenha sido fundamental para minha saída de Belém. Naquele momento eu já havia participado de Cursos de Férias em outras cidades, como os Cursos Internacionais de Verão de Brasília (CIVEBRA) e o Curso Internacional de Férias de Teresópolis, onde conheci a possibilidade de formação superior e atuação profissional como músico.

Foi durante minha participação em um CIVEBRA, aos 15 anos, em Brasília, que soube da possibilidade de ingressar em um curso de música na Universidade de Brasília e, também, de poder atuar futuramente como violinista em orquestras nacionais. Assistir às apresentações da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, por uma dessas ocasiões em Brasília, aumentou meu interesse em tornar-me um músico profissional.

A ida a Teresópolis foi determinante para que eu tomasse a decisão de viajar para Brasília. No Curso de Férias de Teresópolis recebi o incentivo do professor Paulo Bosísio, que me fez a indicação da professora Cecília Guida para dar continuidade aos meus estudos na capital do país. A preocupação era estudar em uma Escola violinística de

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referência. Optei pela escola de formação já utilizada pelos professores acima mencionados, que haviam estudado com o violinista e professor austríaco Max Rostal.

1.3 Motivações iniciais para a atuação profissional

A falta de oportunidades para dar continuidade nos estudos musicais superiores em Belém e a necessidade de profissionalização fizeram-me seguir para Brasília. Naquele momento decisivo para minha vida, foi de grande importância o apoio dado pelo professor Jarbas Lobato, que estava atuando na ocasião como gestor da EMUFPA. Ele fez os devidos encaminhamentos para a minha transferência da UFPA para Brasília.

Foram muitos os desafios nessa primeira fase dos estudos na Universidade de Brasília. Havia certa dificuldade financeira por parte de meus pais, que não mediram esforços para manter-me estudando.

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2 FORMAÇÃO SUPERIOR E ATUAÇÃO PROFISSIONAL COMO MÚSICO

Minha história de formação superior acompanhou minha trajetória e experiência profissional. A minha transferência para a Universidade de Brasília-DF (UNB) aconteceu em 1983, quando tinha 17 anos de idade. Na UNB tive a oportunidade de estudar disciplinas teóricas da música com os professores Bohumil Med, Orlando Leite e de Experimentação Musical, com o Prof. Emílio Terraza. Participava da Orquestra da UNB coordenada e orientada pelo compositor e regente Claudio Santoro. Tínhamos disciplinas, além das de música, como Estética, Problemas Brasileiros, Filosofia e Línguas Estrangeiras, entre outras, que já me apontavam para as correlações possíveis da área de Música com outras áreas de conhecimento, possibilitando-me uma compreensão mais ampla sobre música, necessárias para a formação do músico performer e do educador musical.

Sempre interessado na minha qualificação como violinista, frequentei, também, as aulas de violino, na Escola de Música de Brasília, com o professor belga Nicolas Merat e, posteriormente, passei a ter aulas no SESI, na cidade satélite de Taguatinga, com a Profa. Cecília Guida. Foi a realização de um objetivo para o alcance de uma meta: a atuação profissional como violinista.

2.1 Primeiras experiências como músico profissional em Brasília

A minha aprovação no concurso da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília possibilitou-me a primeira experiência profissional como músico. Indicado para atuar no naipe dos primeiros violinos da orquestra, assumi a posição de Concertino em vários ensaios e apresentações, quando aprendi as diversas nuances da atuação em orquestra, orientado pelos spallas Moisés Mandel e Cecília Guida, que me apresentavam as dificuldades a serem vencidas no repertório sinfônico. A permanência na Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, de outubro de 1983 a abril de 1985, possibilitou-me a manutenção financeira para a continuidade de estudos até a minha transferência para Curitiba.

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Figura 3 – Apresentação com a Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, 1985.

Fonte: Acervo do Autor

2.2 Formação e atuação profissional em Curitiba

Com a transferência da Profa. Cecília Guida para Genebra, na Suíça, busquei a orientação do Prof. Paulo Bosísio, que frequentava e dava aulas também na cidade de Curitiba. Prestei concurso na recém-criada Orquestra Sinfônica do Paraná, para poder ter condições de me manter em Curitiba e estudar com o professor Paulo Bosísio. Obtendo êxito no concurso, transferi-me para Curitiba em 1985.

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Figura 4 – Primeiro ano de atuação na OSINPA, 1986.

Fonte: Acervo do Autor

Atuei na OSINPA desde a sua fundação, no naipe dos primeiros violinos, com o contrato de trabalho vigente de abril de 1985 a fevereiro de 1991.

Além da atuação na orquestra sob a regência de Alceu Bocchino e Osvaldo Colarusso participei, também, como membro da Camerata Antiqua de Curitiba, sob a regência de Roberto de Regina e Lutero Rodrigues; além de participar da orquestra de Câmera Solistas do Teatro Guaíra, sob a direção do violoncelista Matias de Oliveira Pinto, e do Quarteto Grumiaux. Atuei junto ao violinista Rodolfo Richter, o violista Jorge Richter e o violoncelista Victor Lima, o que possibilitou-me tocar obras de câmera importantes como o Quarteto nº 8 de Shostakovich.

Em Curitiba atuei como solista ao lado dos violinistas Luiz Gustavo Surgik e José Maurício Aguiar, assim como participei, como aluno da Fundação Escola de Música e Belas Artes do Paraná (FEMBAP), de recitais solo e de câmera no auditório da Escola e em outros espaços de atuação em Curitiba, como a Catedral Metropolitana de Curitiba, Solar do Barão e Teatro Guaíra.

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Figura 5 - Concerto realizado na Catedral Metropolitana de Curitiba, 1987.

Fonte: Acervo do Autor

Figura 6 - Camerata Antiqua de Curitiba, 1989.

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Figura 7 - Concerto realizado no Solar do Barão, 1988.

Fonte: Acervo do Autor

Ao solicitar o cancelamento do curso na Universidade de Brasília, ingressei, por meio de exame vestibular, no curso de Bacharelado em Violino na Fundação Escola de Música e Belas Artes do Paraná (FEMBAP), concluindo o curso em dezembro de 1990.

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Figura 8 - Diploma de Conclusão de Curso na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, 1991.

Fonte: Acervo do Autor

Durante o curso participei, ainda, de programas de alcance socialmente importantes, como o Concerto Comentado envolvendo um Coral de Surdos e do Concerto Itinerante para pacientes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Com essas participações passei a vislumbrar outras possibilidades de envolvimento musical não tão comuns como aquelas que conhecia e vivia no “mundo dos músicos”, mas que tinham grande repercussão junto àqueles com quem participei no hospital ou junto aos deficientes auditivos.

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Figura 9 - Declaração de concerto itinerante realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal

do Paraná, 1989.

Fonte: Acervo do Autor

2.3 Oportunidades de formação para a consolidação da trajetória profissional

A permanência do professor Paulo Bosísio em Curitiba foi relativamente curta. Assim, continuei em busca de qualificação, percebendo que poderia receber orientações de outros professores. Durante o período em Curitiba, além das aulas da faculdade, frequentei aulas particulares de regência e análise musical com o maestro adjunto da OSINPA, Osvaldo Colarusso, e de violino com Paulo Ângelo Florêncio, concertino da

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OSINPA. Participei de diversas edições das Oficinas de Música de Curitiba e Festival de Música de Londrina, além de ter sido aluno bolsista no Festival Internacional de Música da Costa do Estoril, em 1987, em Portugal.

Figura 10 - Certificado de participação no XXIV Cursos Internacionais de Música. Costa do Estoril,

1987.

Fonte: Acervo do Autor

Em 1990 fui aprovado no Concurso de Bolsas VITAE, quando passei a ter aulas de violino, durante um ano, com o professor de Ayrton Pinto, em São Paulo. Considero todas essas experiências importantes e complementares à minha formação no curso de bacharelado, concluído naquele mesmo ano.

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Figura 11 - Resultado do concurso de Bolsas VITAE. São Paulo, 1990.

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Mesmo residindo fora, procurava passar férias em Belém e participar das festas em família, quando fazia música junto com meus familiares, como no mês outubro, por ocasião do Círio de Nazaré, ou no final do ano. Nesses momentos procurava, também, estar presente nos eventos artísticos promovidos pela EMUFPA, como nas diversas edições do ENARTE.

Figura 12 - Atuação como Spalla na 10ª edição do ENARTE. Belém, 1983.

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3 FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM BELÉM

3.1 Conservatório Carlos Gomes

Em 1991, já tendo concluído o curso de bacharelado em violino, recebi o convite da Fundação Carlos Gomes para atuar como músico e professor. Atividade que exerci lá até fevereiro de 1998. Além das aulas de violino, ministrei aulas teóricas para alunos da primeira turma do curso de licenciatura em Música da UEPA.

Já casado com Luciane Gomes e com uma filha de 3 anos, transferimo-nos para Belém, onde passei a ministrar aulas de violino para alunos provenientes do Projeto Cordas, coordenado pela professora Ana Maria Peixoto. No Conservatório, além das aulas coletivas do instrumento, promovia Recitais de alunos semestralmente.

Figura 13 - Recitais de alunos realizados no Instituto Estadual Carlos Gomes.

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Como forma de dinamizar e contextualizar o aprendizado dos alunos, desenvolvi um projeto aliando Música, Teatro e Leitura para crianças, descrito no texto Crianças Famosas: Propondo Práticas Interdisciplinares na Performance do Violino. (GOMES, 2000)

A partir do envolvimento com a literatura e o teatro, constatei que os alunos passaram a desenvolver a performance do violino e do repertório erudito de forma mais prazerosa e interessada.

Entre os alunos com bons resultados, posso citar os nomes de Silvia Matos, Carla Prist e Roberta França, os quais atuam profissionalmente como musicistas e professoras.

Figura 14 - Alunas Roberta França (foto à esquerda) e Silvia Matos (foto à direita).

Fonte: Acervo do Autor

No ano de 1991, a realidade de ensino e formação musical em Belém já apresentava significativas mudanças. Existia um curso superior de música e uma orquestra com a participação de músicos locais e estrangeiros, oriundos de países do leste europeu como Rússia, Bulgária e Tchecoslováquia, à convite da Fundação Carlos Gomes. Foram inúmeras apresentações como membro da Orquestra de Câmera do Pará, como integrante do Quinteto Vivace e como membro do Conjunto de Música Antiga da Fundação Carlos Gomes. Participei como camerista e recitalista nos Festivais Internacionais de Música de Câmera do Pará, nas Quintas Musicais promovidas pela

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Fundação Carlos Gomes, no Teatro Arthur Azevedo, em São Luiz do Maranhão, e em diversas edições do Encontro de Arte de Belém (ENARTE) promovidas pela UFPA.

Destaco a XX e a XXI edições do ENARTE, durante as quais executei obras do compositor paraense Altino Pimenta, acompanhado ao piano pelo próprio compositor, no palco do Theatro da Paz, conforme programa do dia 14 de outubro de 1993 e 10 de outubro do ano seguinte, respectivamente.

Figura 15 - Programa da 20 ª edição do ENARTE.

Fonte: Acervo do Autor

Durante minha atuação como docente e músico da Fundação Carlos Gomes, procurei manter minha qualificação, participando de cursos promovidos pela instituição ou os resultantes de intercâmbio, como o Pará-Missouri, entre a Fundação Carlos Gomes e a Universidade de Missouri-Columbia-USA. Em 1995, permaneci por dois meses (fevereiro e março) participando de aulas de violino com a professora Eva Szekely dessa universidade americana.

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Figura 16 - Solicitação de visto para estudos nos Estados Unidos, 1995.

Fonte: Acervo do Autor

3.2 Escola de Música da UFPA (EMUFPA): as diversas faces da docência

A atuação profissional na UFPA possibilitou-me a realização plena como professor, pesquisador, gestor e músico. Foram grandes os desafios que se apresentaram desde a primeira contratação, como professor substituto.

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3.2.1 Atuação como Professor

Em Junho de 1995 fui selecionado para atuar como professor substituto nas matérias Violino e Regência na Escola de Música da UFPA, mantendo minhas atividades docentes nas duas instituições de ensino, inclusive da Camerata da UFPA.

Em agosto de 1995, a convite do Governo de Roraima, atuei como professor de violino, Teoria Musical, Solfejo e Ritmo na Escola de Música de Roraima, ocasião em que apresentei recital, acompanhado dos professores e alunos daquela Instituição de ensino.

Figura 17 - Atividades desenvolvidas em Roraima, 1995.

Fonte: Acervo do Autor

A atividade em Roraima foi desenvolvida posteriormente, entre os anos de 2001 e 2013, quando já atuava como professor efetivo da UFPA, por meio de convênio entre o Governo Estadual de Roraima e a UFPA. A contratação como docente do quadro efetivo da UFPA ocorreu em 26 de novembro de 1997.

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Figura 18 - Portaria de ingresso no quadro efetivo da UFPA.

Fonte: Acervo do Autor

Desde o meu ingresso na EMUFPA como professor da matéria Violino, venho desenvolvendo trabalho de formação musical que envolve a prática individual ou em grupo, preparando alunos para a atuação como solistas, cameristas ou músicos de orquestra.

Além das aulas de Violino, ministrei outras disciplinas nos cursos Básico e Técnico. Entre as disciplinas teóricas ministradas, destaco: Estruturação Musical (1999-2002), Música de Câmara (199-2002) e Prática de Orquestra (1999-2004).

À frente da Orquestra Jovem de Cordas e da Orquestra Infanto-Juvenil de Cordas da UFPA, promovi outras situações de aprendizagem que colaboraram para a formação dos alunos, levando-os aos cursos de férias, contando com a colaboração e acompanhamento de gestores, professores, pais e dos próprios alunos.

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À frente da Orquestra Jovem de Cordas, como professor e regente, participei com os alunos de inúmeras apresentações em Belém e em cidades como Londrina e Apucarana-PR, Juiz de Fora-MG e Rio de Janeiro-RJ. Nesses lugares os alunos tiveram oportunidade de frequentar aulas nos Festivais de Música existentes durante as férias escolares.

Figura 19 - Matéria sobre atuação junto à Orquestra Jovem de Cordas

Fonte: Acervo do Autor

Em 2001 coordenei o Projeto Cordas, por meio de convênio entre a UFPA e o Governo de Roraima, promovendo a formação da Orquestra Amazônica Jovem de Cordas que reuniu alunos da Escola de Música da UFPA e Escola de Música de Roraima, com atuação conjunta nos Festivais Internacionais de Música do Pará (2000 e 2001) e no ENARTE (1999, 2002, 2001), em Belém.

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Figura 20 - Orquestra Amazônica Jovem de Cordas e Grupo de Flautas da EMUFPA no Theatro da Paz

Fonte: Acervo do Autor

Em 2001 fui convidado para atuar como ministrante de curso de música em Oriximina/PA, em convênio entre a UFPA e a prefeitura daquele município, onde desenvolvi atividades junto à Secretaria de Cultura, visando a formação de instrumentistas de cordas.

Acredito que essas ações em Roraima e Oriximiná foram importantes contribuições da EMUFPA para formação de instrumentistas de cordas na Região Norte. Os resultados dessa atividade poderão ser constatados, também, pelo ingresso de alunos oriundos desse trabalho de formação em Boa Vista e Oriximiná, em cursos técnicos e superiores de música. Posteriormente a esse trabalho, foi estabelecido novo convênio para a formação de alunos de Curso Técnico e de Graduação pela EMUFPA, em Oriximiná.

Além da formação de alunos, em níveis básico e técnico, participei da formação de alunos do curso de graduação em música da UFPA, ministrando as seguintes disciplinas: “Métodos e Técnicas de Ensino da Música” (2009), “Trabalho de Conclusão de Curso I” e “Trabalho de Conclusão de Curso II” (2009 e 2010, respectivamente), além de fazer palestras para alunos de Pós-Graduação em Música.

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3.2.2 Ações Extensionistas

Desenvolvi algumas atividades de extensão, atuando como Coordenador dos Encontros de Arte de Belém (ENARTE), nos anos de 2002, 2003 e 2004, ocasião em que assumia o cargo de Diretor da Escola de Música da UFPA (EMUFPA). Fui também, Coordenador dos projetos COROATÁ, o qual foi contemplado com recursos do PROEXT, em 2013, e SARAUPARAUARA, em 2015 e 2016.

Atuei como Diretor Regional da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), em 2001, quando foi possível a realização do Encontro Regional Norte da ABEM, em Belém.

Tenho participado, como membro, de Bancas Examinadoras de Mestrado e Doutorado. Entre elas posso citar as bancas de doutorado de professores da EMUFPA, realizadas pelo programa Dinter, com a Universidade Federal da Bahia, defendidas em 2012 por Luiz Pereira de Moraes Filho, com a pesquisa intitulada “Gestos imaginários: um olhar sobre a mitologia amazônica”; por Alexandre Lucas do Carmo Contente, intitulada “Da Escola que temos à escola que queremos: problemas, perspectivas e desafios para a Escola de Música da UFPA em um olhar a partir do currículo”; e por Joziely Carmo de Brito, intitulada “Ensino coletivo de violino para crianças de cinco anos: um estudo na Escola de Música da Universidade Federal do Pará”.

Atuações como músico

Concomitante às minhas atividades como docente, atuei como chefe de naipe (segundos violinos) da Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz; como camerista no ARCORTRIO e no Quarteto de Cordas Vivace; em gravações das obras de Marcos Quintino Drago (CD Projeto Uirapuru V. 8, SECULT-PA) e de Altino Pimenta (CD Projeto Uirapuru V. 10, SECULT – PA), quando houve a oportunidade de tocar e gravar junto com o compositor. Destaco as diversas participações com o pianista e compositor Altino Pimenta. Entre as obras executadas com ele destaco a música dedicada pelo compositor a mim, intitulada “PARACELSON”.

Em 2011 participei da gravação de um CD de Música Brasileira com o ARCROTRIO.

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Figura 21 - ARCORTRIO (CD Música Brasileira, PROEX/UFPA)

Fonte: Acervo do Autor

Foram diversas as formações e apresentações feitas com o Arcortrio em Belém e em outras cidades brasileiras. Destaco o projeto de Circulação de Música de Concerto promovido pela FUNARTE, quando tivemos a possibilidade de tocar em Brasília, Macapá e Goiânia. Com a sua formação na década de 90, o grupo permanece ativo até os dias de hoje, com os membros da primeira formação (Marcos Cohen-clarineta, Celson Gomes-violino e Cíntia Vidigal-piano) ensaiando e tocando oportunamente, apesar de cada um deles residir em cidades diferentes. Considero que o amadurecimento individual e musical dos membros do grupo tem permitido que se possa fazer música juntos, mesmo que residindo distantes.

3.2.3 Pesquisa e Qualificação Profissional

Mestrado em Música: um olhar mais amplo da educação musical.

Em 1996 fui selecionado para fazer o curso de Pós-Graduação em Música, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obtendo o diploma de mestre em 1999.

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Figura 22 - Diploma de Mestrado em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre.

Fonte: Acervo do Autor

Sob a orientação da Professora Jusamara Sousa, desenvolvi a dissertação de mestrado em Educação Musical, intitulada “Formação e Atuação de Músicos das Ruas de Porto Alegre: um estudo a partir dos relatos de vida.”

O trabalho, com ênfase na Sociologia da Educação Musical, tratou sobre a formação e atuação dos músicos das ruas. Meu interesse era refletir sobre o percurso de formação e as diferentes maneiras de atuar como músico. Evidenciei nessa pesquisa o contexto de formação de músicos, suas maneiras de aprender música, bem como suas próprias concepções de formação, compreendendo os modos de atuação musical nas ruas, as implicações e aspectos socioeconômicos que os envolvem.

A partir dessa pesquisa houve, para mim, o reconhecimento e a consideração à diversidade de maneiras e contextos de formação e atuação musical, possibilitando-me o questionamento de preconceitos construídos ao longo de minha formação, que mantinham o meu olhar para uma visão única de formação de músico instrumentista, a qual considerava, também, “a mais legítima”, ou seja, aquela que o músico “sai formado”,

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através das instituições de ensino de música, pelos conservatórios e escolas de música. Por se tratar de um trabalho de temática pouco comum na área de Educação Musical e por causa dos desdobramentos obtidos a partir do mesmo, houve, naquele momento próximo à defesa, uma importante repercussão na mídia e no meio acadêmico.

Figura 23 - Publicações na mídia sobre resultados da pesquisa de mestrado.

Fonte: Acervo do Autor

Pesquisa de Doutorado: um novo olhar sobre a aprendizagem musical

Cursei o Doutorado em Música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no período março de 2005 a fevereiro de 2009.

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Figura 24 - Diploma de Doutorado em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre.

Fonte: Acervo do Autor

Intitulada “Educação Musical na Família: as lógicas do invisível”, a pesquisa tratou sobre a aprendizagem musical de uma família originária da cidade de Santarém, no estado do Pará, cujos integrantes desenvolveram e ainda desenvolvem atividades musicais. O estudo analisou a dinâmica de produção/reprodução e os processos de transmissão/aprendizagem musical vividos por essa família ao longo de quatro gerações, compreendendo um período de aproximadamente um século. Pela pesquisa foi possível constatar que as práticas e as aprendizagens musicais, bem como o projeto educativo da família investigada estão relacionados com suas próprias trajetórias familiares, valores, heranças, particularidades e especificidades presentes, também, em sua produção musical familiar.

Durante o período do curso de doutorado, além das disciplinas do curso e orientações, participei de alguns Seminários de Pesquisa, realizando trabalhos que foram publicados em revistas científicas e Anais de Congressos. Posso citar entre essas ações e publicações, o artigo publicado na Revista da ABEM, n. 14, de março de 2006, intitulado “Aprendizagem Musical em família nas imagens de um filme”; a participação como

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expositor, no VII Seminário Argentino de Investigación en Educación Musical, que aconteceu na Universidade CAECE em 31 de maio a 2 de junho de 2007, e a apresentação no I Seminário de Educação Musical, com o painel sobre “Aprendizagem e formação musical em Família: um estudo com a família Fonseca, de Santarém-PA”, que ocorreu 30 de junho de 2007, no Centro Universitário Metodista IPA, Porto Alegre-RS.

Como pesquisador, coordeno o Grupo de Pesquisa Formação e Atuação Musical no Cotidiano, no qual oriento e participo dos trabalhos de pesquisa com os membros do grupo. Junto com o grupo desenvolvi o projeto “Práticas Educativo Musicais Cotidianas: circunscrições de Educação Musical na Família” (Portaria 091/2013).

As pesquisas acima geraram algumas publicações como o artigo intitulado “The

Street Musicians of Porto Alegre (a study based on life stories)”, publicado em maio de

2000 na revista “International Journal of Music Education” n. 35, p. 24-28; o texto “Aprendizagem Musical em família nas imagens de um filme”, publicado na Revista da ABEM, n. 14, de março de 2006; e a publicação na Revista da ABEM intitulada “Aprendizagem Musical em família: possibilidades metodológicas da História Oral”. 2008.

3.2.4 Atuações como gestor

A atuação como gestor foi um grande desafio para mim, que até então havia exercido atividades profissionais como músico e docente. A participação e ação conjunta dos colegas servidores técnico-administrativos e professores, assim como o apoio e compreensão dos meus superiores, foram fundamentais para o desenvolvimento das atividades de gestão. A certeza de poder fazer um trabalho coletivo e de continuidade para promover o desenvolvimento da Instituição fizeram-me acreditar no importante papel do gestor. Para isso, foi necessário aprender a ouvir e respeitar as diferenças, procurando acompanhar as ações acadêmicas em todas as suas dimensões, atento às proposições que se apresentassem inovadoras.

3.2.4.1 Direção da EMUFPA

Assumi a direção da EMUFPA em fevereiro de 2002, ficando na função de Diretor até fevereiro de 2005, quando solicitei afastamento para cursar o Curso de Doutorado em Música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Figura 25 - Portaria de nomeação como Diretor da Escola de Música

Fonte: Acervo do Autor

Entre as ações desenvolvidas à frente da EMUFPA, durante esse período, destaco: o incentivo à constituição e produção de grupos artísticos; a efetivação da escola na Rede Federal de Educação Tecnológica do MEC; a criação da Sociedade Amigos da Música (SAM); a parceria com diversas instituições para a promoção musical em parceria como a Fundação Carlos Gomes, Secretaria de Cultura do Estado, Instituto de Artes do Pará, o Centro Cultural Brasil Estados Unidos, o Banco da Amazônia, a Cooperativa da UFPA, além de outras empresas da iniciativa privada e o resgate à memória de 40 anos da escola, marcados com a publicação, em 2004, do livro História e Memória: 40 anos da Escola de Música da UFPA (Lilian Barros e Luciane Gomes) e com a inauguração do Memorial Altino Pimenta.

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Figura 26 - Liliam Barros (à direita) e Luciane Gomes (à esquerda) no lançamento da publicação sobre a

Memória dos 40 anos da EMUFPA

Fonte: Acervo do Autor

Figura 27 - Inauguração do Memorial Altino Pimenta

Fonte: Acervo do Autor

Entre as ações pedagógicas desenvolvidas, durante esse período, destaco: criação dos núcleos de Música Antiga e Música Popular, Percussão e Produção Musical; a ampliação das Oficinas de Música; a implantação do setor de Produção Artística da

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Escola; criação do Centro de Memória e Documentação; a implementação da Coordenação de Ensino – Orientação Educacional; a promoção dos concertos Amigos da Música com os diversos grupos artísticos da escola, no Theatro da Paz, e os “Concertos na Cidade”, nas igrejas e prédios públicos, no Campus Universitário do Guamá e no Centro de Ciência e Saúde da UFPA.

3.2.4.2 Direção da DAC/PROEX

Exerci o cargo de Diretor de Apoio Cultural (DAC) da Pró-Reitoria de Extensão da UFPA de agosto de 2009 até dezembro de 2010, quando assumi a Direção do Instituto de Ciências da Arte da UFPA.

Figura 28 - Portaria de nomeação como Diretor de Apoio Cultural da PROEX/UFPA

Fonte: Acervo do Autor

Para o desenvolvimento das ações da DAC, naquele período, tomamos por base uma Plataforma Cultural sob três perspectivas principais: a atuação direta na produção,

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atendendo demandas internas e externas; as parcerias com outros setores internos e instituições externas; e o apoio às produções da comunidade acadêmica.

Na Plataforma foram apresentadas ações de fomento e apoio à cultura, que foram iniciadas em 2009 e permanecem até os dias de hoje. Entre essas ações, destaco:

- Os Encontros de Arte e Cultura em Extensão da UFPA, uma ação multicampi promovida nos Campi da UFPA. Iniciou em 2009, nos municípios de Castanhal, Capanema e Marabá. A ação congrega, de forma participativa, integrada e descentralizada, diferentes segmentos da sociedade em torno da arte e cultura. Os Encontros culminam com apresentações artísticas locais, bem como de outros campi universitários, visando a circulação das artes. Os Encontros seguiram sendo executados em 2010 nas cidades de Altamira, Breves, Abaetetuba, Marabá, Barcarena, Bragança e Tucuruí.

- O Edital dos Prêmios PROEX de Arte e Cultura

Aprovado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE). Lançado em 27 de setembro de 2010, por meio desta ação de financiamento, a DAC apoia e fomenta iniciativas da comunidade acadêmica (professores, técnicos e alunos) para produção, circulação e formação na área de Arte e Cultura. Em 2010, foram contemplados projetos nas seguintes categorias: Artes Visuais, Música, Artes Cênicas, Cinema, Memória e Patrimônio, Formação em Artes e Conexões Culturais, esta última voltada especialmente para a integração entre Universidade e Movimentos Sociais.

- Edital do Prêmio PROEX de Literatura

Por meio de seleção pública, via edital aberto à comunidade acadêmica, foram selecionados contos, crônicas e poesias que compõe uma Antologia. Com esta ação, ao mesmo tempo em que se incentivou a produção literária acadêmica, difundiu-se esta produção. Foram selecionados 20 trabalhos, em cada categoria, e o primeiro lugar de cada uma, recebeu uma premiação em dinheiro, além do Troféu Inglês de Souza.

- Revista Tucunduba

Criada a partir de edital aberto entre o dia 10 de dezembro de 2009 a 29 de janeiro de 2010, a revista teve como objetivo publicar propostas das diferentes linguagens

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artístico-culturais de alunos, técnicos e docentes da UFPA, bem como de convidados. A revista buscou contemplar a diversidade cultural, possibilitar o diálogo e as intersecções entre as diversas linguagens artístico-culturais, assim como socializar produtos, atividades e reflexões sobre essas linguagens, atentando para a carga de significados das ações e dos produtos culturais.

- Entrelivros

Com a proposta de socializar a cultura literária por meio da troca de livros e demais publicações, entre docentes, discentes, técnicos da UFPA e comunidade em geral, o Entrelivros incentivou o espírito de coletividade entre grupos. As trocas aconteceram sempre às sextas-feiras, no hall da Biblioteca Central da UFPA. O Entrelivros também se tornou um importante espaço para distribuição da produção editorial realizada ou apoiada pela PROEX.

- Quartas Culturais

Com periodicidade mensal, sempre na última quarta-feira do mês, foram eventos cuja programação apresentava resultados de projetos acadêmico-culturais e a produção artística dos alunos, professores e técnicos da UFPA. As Quartas Culturais proporcionaram a integração entre artistas, produtores e pesquisadores das diferentes linguagens e unidades acadêmicas da UFPA e da comunidade externa. Transformados em Quintas Culturais, os eventos continuaram a acontecer em diferentes espaços do Campus da UFPA, em Belém.

Figura 29 - Quartas Culturais no Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA

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- Corredores Culturais

Evento artístico-cultural realizado em uma das principais avenidas de Belém (Avenida Nazaré), compondo a programação cultural da Jornada de Extensão da UFPA. Com o objetivo de integrar a Universidade e a Sociedade e valorizar a história da cidade, foram realizadas apresentações artísticas da comunidade acadêmica, bem como de convidados ligados à Universidade por Programas e Projetos,

Em sua primeira edição, em 2009, o evento contou com a participação de 455 artistas, somando o envolvimento de alunos e profissionais da Escola de Música da UFPA, da Escola de Teatro e Dança da UFPA, e um público estimado de 1200 pessoas. Em 2010, o Coredor Cultural aconteceu durante a 13ª Jornada de Extensâo Universitária, nos dias 23 a 25 de novembro. Nessa edição foi realizada a programação cultural da Jornada no corredor Nazaré - São Brás, com o objetivo de integrar a Universidade com a Sociedade.

Figura 30 - Corredores Culturais no Mercado de São Brás/ Belém

Fonte: Acervo do Autor

- CineGuamá

O CineGuamá, desenvolvido pela DAC em parceria com entidades dos movimentos sociais do bairro do Guamá, em Belém, teve como objetivo central a integração dos conhecimentos da Universidade e dos Movimentos Sociais, tendo o recurso audiovisual e o campo cinematográfico como espaço de encontro. Foram realizadas exibições, com prioridade para a produção nacional e paraense, atividades de

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formação sociopolítica e formação cineclubista para integrantes dos movimentos sociais e público em geral, sessões especiais para o público infanto-juvenil das escolas próximas, entre outras atividades eventuais. O Cine foi aprovado em seleção pública via edital do Ministério da Cultura, em 2009.

Além dessas citadas acima, outras ações importantes foram realizadas durante esse período de gestão na DAC Proex: A reinauguração do Memorial Altino Pimenta, em 10 de dezembro de 2009, nas dependências de uma das sedes da Escola de Música da UFPA, situada na Av. Magalhães Barata nº 611. Foi feita a revitalização e readaptação dos objetos para o espaço, bem como a pintura interna e externa do local; a mediação para a renovação de Convênio de Cooperação Técnica e Apoio Educacional entre a Sociedade Amigos da Música (SAM) e a UFPA.

3.2.4.3 Direção do ICA

Eleito como Diretor do Instituto de Ciências da Arte (ICA), juntamente com a professora Bene Martins, assumi a Direção Geral do Instituto em dezembro de 2010, ficando à frente de suas quatro subunidades (Escola de Música, Escola de Teatro e Dança, Faculdade de Artes Visuais e Programa de Pós-Graduação em Artes) até dezembro de 2014.

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Figura 31 - Portaria de nomeação como Diretor do Instituto de Ciências da Arte (ICA)

Fonte: Acervo do Autor

Seguindo a Resolução N. 663/2009 do ICA, que estabelece as diretrizes para a Administração Geral do Instituto, tentei cumprir o mandato seguindo essa orientação na representação do ICA junto à sua Congregação, nas reuniões internas e externas, à frente de seu corpo docente, de técnicos e de discentes, assim como na sua representação nos Órgãos Superiores da UFPA.

Tomando por base os relatórios do ICA, gerados em cada final de exercício, destaco: a oferta de vagas para os seu diversos cursos já existentes, incluindo o curso novo de Tecnologia em Produção Multimídia, com a primeira turma iniciada no segundo período de 2013; a aprovação e continuidade do projeto de Licenciatura em teatro e música no Programa de Licenciatura Internacional (PLI) da CAPES, com 7 bolsas para os estudantes das licenciaturas em teatro e música e aprovação de novo projeto contemplando mais 7 discentes com bolsas; o reconhecimento pelo MEC dos Cursos de Licenciatura em Artes Visuais e Teatro, ambos com obtenção de conceito 4.

Houve, durante a gestão, a continuidade do processo de integração da Biblioteca do Instituto de Ciências da Arte ao sistema “Pergamum”, de forma integrada à Biblioteca

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Central da UFPA; a elaboração e implementação do Plano de Comunicação do Instituto, com a finalidade de delinear e intensificar as ações de comunicação com a criação do Boletim Informativo ComunICA, que reúne as notícias publicadas no Portal do ICA, assim como a utilização das redes sociais; a continuidade e expansão do Programa de Extensão “Oficinas de arte e produção cultural SESI/UFPA”; a criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Produção Artística – PIBIPA, regulamentado pela Resolução nº 007/2017 ICA, com a finalidade de despertar o interesse e incentivar a produção artística de estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação no Instituto de Ciências da Arte Universidade Federal do Pará.

Nesse período em que estive como gestor no ICA, houve a melhoria da infraestrutura física do Instituto, com recursos do REUNI, pactuados pela gestão anterior. Foi construído o prédio da Faculdade de Artes Visuais, no Setor Profissional do Campus Universitário do Guamá; a construção do prédio da Escola de Música, para abrigar os cursos técnicos, na Av. Conselheiro Furtado; a construção do prédio da Escola de Música, para abrigar o curso de Licenciatura, no Campus Universitário do Guamá; a restauração e adaptação do prédio do Programa de Pós-Graduação em Arte, na Av. Magalhães Barata. Houve, também, a observância à contínua qualificação do corpo docente do ICA, assim como aos projetos e programas de ensino, pesquisa e extensão; o acompanhamento relacionado à oferta de vagas para docentes efetivos do ICA para a carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e para a carreira do Ensino Superior. Além disso, o acompanhamento dos processos seletivos para contratação de docentes temporários/substitutos; a admissão de servidores técnico-administrativos, por meio de contratação, permuta ou cessão, minimizando a grande carência de servidores técnicos nas subunidades do Instituto.

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4 ATIVIDADES ATUAIS

Atualmente exerço a função de professor de violino nos cursos básico e técnico da EMUFPA, assim como de colaborador no projeto de extensão Iniciação Musical ao Violino, coordenado pela professora Joziely Brito. Como parte deste processo de ensino, promovemos recitais semestrais com os alunos, procurando introduzir e ampliar o repertório com obras de compositores parauaras. O lugar de atuação dos alunos também é levado em consideração para a escolha desse repertório, como forma de estimulá-los a estar sempre atuando, quer seja junto aos familiares em casa, na igreja ou em situações de atuação profissional em eventos diversos, assim como em concertos.

Pelo segundo ano consecutivo tenho coordenado o projeto de extensão Sarauparaura, que visa o desenvolvimento de atividades musicais de câmera, com o objetivo de possibilitar aos participantes (alunos, professores, músicos e público em geral) conhecer parte do repertório musical paraense/parauara por meio da execução e apreciação musical “em primeira vista”. Entre alguns resultados já alcançados ao longo do período de vigência do projeto, posso destacar: a promoção de eventos apresentados como Mostra de Compositores Parauaras; a inserção de músicas parauaras no programa a ser estudado nas aulas de instrumento; o desenvolvimento de habilidades técnicas utilizando-se da música parauara com a revisão técnica das obras para a execução; a formação de dois novos grupos musicais na EMUFPA, como a Orquestra de jovens violinistas, a Orquestra Infanto-Juvenil de Violinistas; além da constituição de um acervo de obras parauaras, na EMUFPA.

Como músico, em atividade extensionista, mantenho-me atuando no Trio Camerístico Paraense, juntamente com a pianista Helena Maia e a violoncelista Kalyne Valente, e na Orquestra Concertistas da EMUFPA, coordenado pelo professor Rodrigo Santana. Neste, atuo como orientador dos alunos participantes do projeto.

Até neste momento em que finalizo a escrita deste Memorial, estou exercendo, desde 02 de maio deste ano (Portaria Nº 1988/2016 e Portaria Nº 3500/2016), o cargo de Diretor da Diretoria de Apoio Cultural (DAC/PROEX). Sigo acompanhando as ações que havia implementado quando estava na gestão em 2009/2010, descritas acima, assim como outras ações vigentes. Hoje, devido às restrições orçamentárias impostas pela crise financeira e política do país, enfrentamos restrições que impossibilitam a continuidade da maioria daquelas ações. Mesmo assim, defendemos a liberação de recursos já previstos em orçamento, e conseguimos abrir o edital do V Prêmio Proex de Arte Cultura, com

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recursos na ordem de 130.000,00 (cento e trinta mil reais), que comtemplará 21 projetos de extensão das diferentes linguagens artísticas, para execução em 2017.

Mantenho-me como coordenador de grupo de pesquisa intitulado “Formação e Atuação Musical no Cotidiano (UFPA)”, desde 2009 e como membro de grupo de pesquisa, intitulado “Educação Musical e Cotidiano” (UFRGS). Tenho participado, como Parecerista ad hoc na avaliação de artigos para a Revista da ABEM, como avaliador de trabalhos científicos para os Encontros da ABEM e Congressos da Anppom.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fazer este memorial possibilitou-me refletir sobre minha trajetória de formação e atuação como músico e professor. Estudar música desde a minha infância, a partir das oportunidades de estudos apresentadas por minha família, foi determinante para que eu pudesse vislumbrar a possibilidade de desenvolvimento profissional como músico e professor. A minha opção pela formação musical e pela atuação profissional está intrinsicamente relacionada com minhas escolhas, com a formação de minha identidade e com as oportunidades que obtive ao longo dessa trajetória. Desta forma, as instituições por onde passei durante a minha trajetória de formação e atuação profissional, como a UFPA, aparecem como palco dessas oportunidades, ao me possibilitar manter-me formando, como aluno, durante a infância e juventude e, posteriormente, ser o lugar onde passei a exercer minhas funções profissionais na vida adulta até os dias de hoje.

As situações e momentos de aprendizagem foram diversos, como aqueles em que poderia tanto ser aluno ou professor, em sala de aula ou no corredor da escola, assim como atuando nos palcos dos ENARTE. Estar na UFPA possibilitou-me a atuação e a realização profissional como professor, que ao mesmo tempo exerce as atividades de músico, pesquisador, extensionista e gestor.

As atividades exercidas durante esses quase 20 anos na UFPA me trazem uma plena satisfação pelos resultados obtidos, sobretudo junto aos alunos, que considero objetivo maior do exercício profissional como docente. Os resultados que pude objetivar, a partir da própria constituição deste Memorial, fazem-me ver que só é possível obter essa plena realização por meio do empenho de uma coletividade.

Sigo exercendo minhas funções profissionais com os desafios que se apresentam à minha frente, os quais apontam para continuidades e avanços dessa atuação, que deverá acompanhar as demandas institucionais, imbricadas às transformações sociais, políticas e econômicas do país.

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REFERÊNCIAS

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CONTENTE, Alexandre Lucas do Carmo. Da Escola que temos à Escola que

queremos: problemas, perspectivas e desafios para a Escola de Música da UFPA em um

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DIRETORIA DE APOIO CULTURAL DA PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO DA UFPA, Belém/ PA. Relatório Anual: gestão 2009. Belém: UFPA, 2010.

DIRETORIA DE APOIO CULTURAL DA PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO DA UFPA, Belém/ PA. Relatório Anual: gestão 2010. Belém: UFPA, 2011.

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MORAES FILHO, Luiz Pereira de. Gestos imaginários: um olhar sobre o universo mítico amazônico; 2012. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

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Referências

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