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PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu

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PT

Unida na diversidade

PT

Parlamento Europeu

2019-2024

Comissão dos Assuntos Jurídicos O Presidente

18.3.2021

Deputado Cristian-Silviu Buşoi Presidente

Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia BRUXELAS

Assunto: Parecer sobre a base jurídica da proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao Programa Estratégico de Inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) para o período 2021-2027: Dinamizar os Talentos e as Capacidades de Inovação da Europa (COM(2019)0330 – C9-0043/2019 – 2019/0152(COD))

Senhor Presidente,

Por carta de 3 de fevereiro de 2021, solicitou V. Ex.ª à Comissão dos Assuntos Jurídicos, ao abrigo do disposto no artigo 40.º, n.º 2, do Regimento, que esta se pronunciasse sobre a pertinência da base jurídica da proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao Programa Estratégico de Inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) para o período 2021-2027: Dinamizar os Talentos e as Capacidades de Inovação da Europa.

A comissão procedeu à análise da supracitada questão na sua reunião de 18 de março de 2021. I – Contexto

Em 11 de julho de 2019, a Comissão adotou a proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao Programa Estratégico de Inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) para o período 2021-2027: Dinamizar os Talentos e as Capacidades de Inovação da Europa (2019/0152(COD)). O Programa Estratégico de Inovação (PEI), que figura em anexo à proposta, define a estratégia e as prioridades do EIT para o período 2021-2027.

A proposta da Comissão está baseada no artigo 173.º, n.º 3, do TFUE. Comporta igualmente uma citação que remete para o Regulamento n.º 294/2008, de 11 de março de 2008, que

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estabelece o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia1 (a seguir «Regulamento EIT de 2008»), e, em especial, para o seu artigo 17.º, o que indica que a Comissão se baseou implicitamente no direito derivado como base jurídica adicional.

O relatório da Comissão ITRE, aprovado em 24 de junho de 2020, substitui a referência ao Regulamento EIT de 2008 por uma referência à proposta da Comissão que reformula o Regulamento EIT de 2008 (a seguir «proposta de regulamento EIT de 2019»)2.

No contexto das negociações interinstitucionais em curso, os colegisladores estão a estudar a possibilidade de a decisão se basear exclusivamente no artigo 173.º, n.º 3, do TFUE.

II – Os artigos pertinentes do Tratado

As disposições pertinentes do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia têm a seguinte redação:

TÍTULO XVII

A INDÚSTRIA

Artigo 173.º

(ex-artigo 157.º TCE)

1. A União e os Estados-Membros zelarão por que sejam asseguradas as condições necessárias ao desenvolvimento da capacidade concorrencial da indústria da União. Para o efeito, e no âmbito de um sistema de mercados abertos e concorrenciais, a sua ação tem por objetivo:

— acelerar a adaptação da indústria às alterações estruturais,

— incentivar um ambiente favorável à iniciativa e ao desenvolvimento das empresas do conjunto da União, e nomeadamente das pequenas e médias empresas,

— incentivar um ambiente favorável à cooperação entre empresas,

— fomentar uma melhor exploração do potencial industrial das políticas de inovação, de investigação e de desenvolvimento tecnológico.

2. Os Estados-Membros consultar-se-ão mutuamente em articulação com a Comissão e, na medida do necessário, coordenarão as suas ações. A Comissão pode tomar quaisquer iniciativas necessárias para promover essa coordenação, nomeadamente iniciativas para definir orientações e indicadores, organizar o intercâmbio das melhores práticas e preparar os elementos necessários à vigilância e à avaliação periódicas. O Parlamento Europeu é plenamente informado.

1 Regulamento (CE) n.º 294/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2008, que

estabelece o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (JO L 97 de 9.4.2008, p. 1).

2 Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao Instituto Europeu de Inovação e

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3. A União contribuirá para a realização dos objetivos enunciados no n.º 1 através das políticas e ações por si desenvolvidas em aplicação de outras disposições dos Tratados. O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário e após consulta ao Comité Económico e Social, podem decidir adotar medidas específicas destinadas a apoiar as ações empreendidas nos Estados-Membros para alcançar os objetivos enunciados no n.º 1, com exclusão de qualquer harmonização das disposições legislativas e regulamentares dos Estados-Membros.

A União não pode invocar o presente título para introduzir quaisquer medidas que possam conduzir a distorções de concorrência ou que comportem disposições fiscais ou relativas aos direitos e interesses dos trabalhadores assalariados.

III – Jurisprudência do TJUE sobre a escolha da base jurídica

Tradicionalmente, o Tribunal de Justiça considera que a escolha da base jurídica adequada se reveste de uma importância de natureza constitucional, a fim de garantir o respeito pelo princípio da atribuição de competências (artigo 5.º do TUE) e determinar a natureza e o âmbito de competências da União.3 De acordo com a jurisprudência constante do Tribunal de Justiça, «a escolha da base jurídica de um ato da União deve fundar‑se em elementos

objetivos suscetíveis de fiscalização jurisdicional, entre os quais figuram a finalidade e o conteúdo desse ato».4 A escolha de uma base jurídica incorreta pode, por conseguinte, justificar a anulação do ato em causa. Neste contexto, a pretensão de uma instituição de participar de forma mais ativa na adoção de um determinado ato, as circunstâncias da adoção do ato e o trabalho efetuado a outro título no domínio de ação em que o ato se insere não têm qualquer influência na identificação da base jurídica correta.5

Se o exame do ato em causa demonstrar que este tem uma dupla finalidade, ou que tem duas componentes, e se uma destas for identificável como principal ou preponderante, enquanto a outra é apenas acessória, esse ato deverá ter por fundamento uma única base jurídica, ou seja, a exigida pela finalidade ou componente principal ou preponderante.6 A título excecional, se um ato tiver simultaneamente vários objetivos ou componentes que se encontram ligados de forma indissociável, sem que um seja secundário e indireto em relação ao outro, esse ato deverá assentar nas diferentes bases jurídicas correspondentes7. Contudo, tal só será possível se os procedimentos previstos para as respetivas bases jurídicas não forem incompatíveis entre si e não puserem em causa o direito do Parlamento Europeu8. Além disso, a medida

3 Parecer 2/00, ECLI:EU:C:2001:664, ponto 5.

4 Acórdão proferido no Processo C-411/06, Comissão/Parlamento e Conselho, EU:C:2009:518, ponto 45, e toda

a jurisprudência aí citada. Ver também Processo C-130/10, Parlamento/Conselho, EU:C:2012:472, ponto 42, e toda a jurisprudência aí citada.

5 Acórdão proferido no Processo C-269/97, Comissão/Conselho, ECLI:EU:C:2000:183, ponto 44.

6 Acórdão proferido no Processo C-137/12, Comissão/Conselho, EU:C:2013:675, ponto 53; Processo C-411/06,

Comissão/Parlamento e Conselho, EU:C:2009:518, ponto 46, e toda a jurisprudência aí citada; Processo

C-490/10, Parlamento/Conselho, EU:C:2012:525, ponto 45; Processo C-155/07, Parlamento/Conselho, EU:C:2008:605, ponto 34.

7 Processo C-211/01, Comissão/Conselho, ECLI:EU:C:2003:452, ponto 40; Processo C-178/03,

Comissão/Parlamento Europeu e Conselho, ECLI:EU:C:2006:4, pontos 43-56.

8 Processo C-300/89, Comissão/Conselho («Dióxido de titânio»), ECLI:EU:C:1991:244, pontos 17-25; Processo

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escolhida deve respeitar o tipo de ato legislativo previsto, quando especificado no Tratado. IV - Finalidade e conteúdo do ato proposto

A proposta de decisão prevê a adoção de um Programa Estratégico de Inovação do EIT para o período 2021-2027. O considerando 2 da proposta dispõe que: «[o] PEI deverá definir os

domínios prioritários e a estratégia de longo prazo do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT)». A exposição de motivos da Comissão explica que «[o] PEI do EIT para 2021-2027 estabelece os domínios prioritários, a estratégia e as necessidades financeiras do EIT para esse período e estabelece a forma como o EIT contribuirá para a consecução dos objetivos do Horizonte Europa.» O anexo à proposta indica ainda que o PEI «define os seus objetivos, principais atividades, resultados esperados e recursos necessários» e assegura o

necessário alinhamento do EIT com programa-quadro de investigação e inovação da União para o período 2021-2027(Horizonte Europa.

V – Análise e determinação da base jurídica adequada

(a) Adequação do artigo 173.º, n.º 3 do TFUE enquanto base jurídica

O artigo 173.º, n.º 3, prevê as bases jurídicas para a realização de uma série de objetivos no domínio da política industrial na União.

Como explicado na secção IV, o Programa Estratégico de Inovação define a estratégia e as prioridades do EIT para o período 2021-2027 e determina os seus objetivos, as principais ações, os resultados esperados e os recursos necessários. O EIT, cuja missão é «contribuir

para o crescimento económico sustentável e para a competitividade na União, reforçando a capacidade de inovação de todos os Estados-Membros»9, é instituído pelo Regulamento EIT de 2008, que tem por base o artigo 173.º, n.º 3, do TFUE. A proposta de Regulamento EIT de 2019 baseia-se igualmente na base jurídica industrial do artigo 173.º, n.º 3, do TFUE.

Decorre do que precede que o objetivo da proposta é estabelecer a orientação estratégica do IET que, por sua vez, visa alcançar uma série de objetivos no domínio da política industrial na União. À luz da sua finalidade e do seu conteúdo, a proposta baseia-se adequadamente no artigo 173.º, n.º 3, do TFUE.

(b) A irrelevância do artigo 17.º do Regulamento (CE) n.º 294/2008 como base jurídica Importa mencionar que a exposição de motivos da proposta, na sua secção «base jurídica», apenas menciona o artigo 173.º do TFUE.

No que se refere ao artigo 17.º do Regulamento EIT de 2008, o seu n.º 1 estabelece o

procedimento para a elaboração do projeto de PEI: «Até 30 de Junho de 2011, o mais tardar,

e de sete em sete anos a partir dessa data, o EIT elabora um projeto de PEI para sete anos e apresenta-o à Comissão.» Os n.ºs 2 e 3 definem o âmbito e o conteúdo do PEI. Por último, o

artigo 17.º, n.º 4, remete para o artigo 173.º, n.º 3, do TFUE, estabelecendo que: «[o] PEI é

aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho nos termos do artigo [173.º, n.º 3] do

9 Artigo 3.º da proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao Instituto Europeu de

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Tratado, sob proposta da Comissão.»

O artigo 17.º não confere competências para adotar atos legislativos, mas especifica que o projeto de PEI deve ser preparado pelo EIT e apresentado à Comissão, antes de ser aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho através do processo legislativo ordinário. O artigo 17.º do Regulamento EIT de 2008 não proporciona uma base jurídica para a decisão, mas define o procedimento de elaboração, o conteúdo e o âmbito do projeto e faz uma mera referência ao artigo 173.º, n.º 3, que constitui a base jurídica efetiva da decisão.

Resulta do que precede que não é necessário fazer uma referência adicional ao artigo 173.º, n.º 3, TFUE fazendo referência ao Regulamento EIT de 2008. A referência ao artigo 17.º do Regulamento EIT de 2008 como base jurídica da proposta deve ser considerada um erro material em termos de técnica legislativa que importa corrigir.

VI – Conclusão e recomendação

Na sua reunião de 18 de março de 2021, a Comissão dos Assuntos Jurídicos decidiu, por unanimidade, por 24 votos a favor10, recomendar à Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia que a base jurídica adequada da proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao Programa Estratégico de Inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) 2021-2027: Dinamizar os Talentos e as Capacidades de Inovação da Europa é o artigo 173.º, n.º 3, do TFUE.

Com os melhores cumprimentos,

Adrián VÁZQUEZ LÁZARA

10 Encontravam-se presentes no momento da votação final: Adrián Vázquez Lázara (presidente), Marion

Walsmann (vice-presidente), Ibán García Del Blanco (vice-presidente), Raffaele Stancanelli (vice-presidente), Axel Voss (relator de parecer), Manon Aubry, Gunnar Beck, Patrick Breyer, Geoffroy Didier, Andrzej Halicki, Pascal Durand, Angel Dzhambazki, Esteban González Pons, Heidi Hautala, Mislav Kolakušić, Ilhan Kyuchyuk, Gilles Lebreton, Antonius Manders, Karen Melchior, Sabrina Pignedoli, Jiří Pospíšil, Jérôme Rivière, Franco Roberti, Marcos Ros Sempere, Nacho Sánchez Amor, Stéphane Séjourné, Marie Toussaint, Tiemo Wőlken, Lara Wolters e Javier Zarzalejos.

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