GABARITO COMENTADO DAS QUESTÕES DE DIREITO EMPRESARIAL 1) A – Como regra, o registro não é requisito para a caracterização do empresário. Todavia, a situação do empresário rural tem regulamentação própria no art. 971 do CC, onde fica claro que o mesmo somente poderá ser considerado empresário para os fins de Direito após o competente registro.
2) B – A necessidade de averbação do pacto antenupcial consta do art. 979 do CC. 3) C – O Código traz um capítulo próprio para tratar da escrituração empresarial. A necessidade de clareza e fidelidade do balanço empresarial encontra-se no art. 1.188 do CC.
4) B – A questão versa sobre as formalidades do trespasse. Se não restarem ao alienante bens suficientes para solver o passivo, deve-se observar o art. 1.145 do CC, segundo o qual a eficácia da alienação dependerá do consentimento, expresso ou tácito, de todos os credores, em 30 dias a partir da notificação.
5) C – O nome empresarial do empresário individual é regido pelo art. 1.156 do CC, sendo-lhe lícita apenas a forma de firma, constituída pelo seu nome completo ou abreviado, podendo ser aditada designação mais específica sobre sua pessoa ou atividade.
6) A – Na condição de servidor público, José tem impedimento para exercício de atividade empresarial, não podendo fazê-lo na condição de curador, razão pela qual deve nomear gerentes, mediante aprovação judicial, na forma do art. 975 do CC. 7) D – As restrições ao exercício de atividade empresarial pelo incapaz constam do art. 974 do CC, sendo-lhe vedado o exercício da administração.
8) B - É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade (art. 967 do CC).
9) D – A solidariedade pelo pagamento de dívidas pretéritas por ocasião do trespasse encontra-se regida pelo art. 1.146 do CC, sendo o prazo de um ano contado a partir da publicação, para débitos vencidos, ou a partir do vencimento, para débitos vincendos. 10) A – Trata-se de exceção à outorga uxória ou marital disposta no art. 978 do CC, que tem por objetivo facilitar as negociações empresariais.
11) A – O parâmetro de responsabilidade dos acionistas é o preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, de acordo com o art. 1º da Lei n. 6.404/76.
12) A – O sócio admitido em sociedade já constituída não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão (art. 1.025 do CC).
13) C – Em vista do princípio da preservação da empresa, a regra é que se opera a resolução em relação a um sócio. Esta regra e suas respectivas exceções, em relação à sociedade simples, encontram-se inscritas no art. 1.028 do CC.
14) B – A assembleia geral tem competência para deliberar sobre todos os negócios da companhia (art. 121 da Lei n. 6.404/76). Já a possibilidade de separação para realização de negócios autônomos decorre do conceito de universalidade de fato disposto no art. 90 do CC, conceito no qual se enquadra a noção de estabelecimento.
15) C – A renúncia do administrador de sociedade limitada é regida pelo art. 1.063, §3º do CC, cuja redação foi reproduzida na questão.
16) A – No tocante à comprovação da sociedade em comum, o art. 987 dispõe que os sócios somente podem prova-la por escrito, mas os terceiros, de qualquer modo. Já no que se refere à responsabilidade patrimonial, a mesma encontra-se no art. 989 e 990 do CC.
17) A – A eleição de administrador não sócio, enquanto pendente a integralização do capital social depende da aprovação da unanimidade dos sócios, consoante art. 1.061 do CC.
18) C – A transferência de ações escriturais dá-se por lançamento, consoante art. 35, §1º da Lei n. 6.404/76.
19) B – O art. 1.028 do CC estabelece as hipóteses de resolução em relação a um sócio, sendo certo que, de acordo com a redação do art. 1.032 do CC, o marco para aferir o termo inicial da responsabilidade é a averbação da resolução.
20) D – O art. 110, §2º da Lei n. 6.404/76 é claro ao vedar atribuição de voto plural a qualquer espécie de ação.
21) B – A sociedade cooperativa é regida pelos artigos 1.093 a 1.096 do CC. A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada (art. 1.095) e seu capital social pode ser variável ou mesmo dispensado (art. 1.094, I). O direito a voto pode ser exercido independentemente da participação no capital social (art. 1.094, VI)
22) B – Consoante art. 146 da Lei n. 6.404/76, o diretor de sociedade anônima deve ser residente no país, sendo irrelevante sua residência em estado membro diverso daquele da sede.
23) C – A responsabilidade solidária do sócio retirante pelos débitos trabalhistas da sociedade dá-se até o limite de 2 anos, na forma do art. 10-A da CLT.
24) A – Pautada no princípio da preservação da empresa, não havendo disposição específica, em caso de morte deve a sociedade resolver-se apenas em relação ao falecido, persistindo em relação aos demais sócios. Isso é ratificado pelo art. 1.053 do CC que prevê a regência supletiva pelas normas da sociedade simples.
25) C – A integralização das quotas é uma obrigação social extensível aos condôminos de quotas, nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1.056 do CC c/c art. 1.004 do CC. 26) B – Em que pese não poder participar das negociações, sob pena de responsabilidade solidária, o sócio participante pode fiscalizar a gestão do sócio ostensivo, conforme art. 993 do CC.
27) B – Na forma do art. 991 do CC, somente o sócio ostensivo exerce o objeto social da sociedade em conta de participação.
28) B – Na sociedade limitada é vedada contribuição ao capital social em serviços, sendo isso facultado apenas na sociedade simples.
29) C – Dada a aplicação supletiva das regras da sociedade limitada à EIRELI (art. 980-A, §6º do CC), é permitida a nomeação de administrador não sócio, quer responderá pelos prejuízos causados a terceiros no exercício das atribuições.
30) D – Nos termos do art. 1.144 do CC, o contrato de trespasse somente produzirá efeitos perante terceiros após sua averbação no Registro Público de Empresas Mercantis e sua publicação na imprensa oficial. Todavia, o art. 71 da LC 123 que trata das micro e pequenas empresas dispensa a necessidade de publicação para empresas desta natureza.
31) A – A questão trata do conceito do contrato de agência e pode ser resolvida a partir do teor do art. 710 e seu parágrafo único do CC.
32) D - Faturização ou factoring é o contrato pelo qual um empresário (faturizado) cede a outro (faturizador), no todo ou em parte, os créditos provenientes de suas vendas mercantis a terceiro, mediante o pagamento de uma remuneração conforme o montante de tais créditos. “É um contrato que se liga à emissão e transferência de faturas”. (DINIZ, 2011, p.777). A empresa de factoring não se equipara a uma instituição financeira, sendo apenas fiscalizada pelo Banco Central. Apesar disso, está autorizada a operar com limites de juros superiores aos estipulados pelo Código Civil.
33) B – A locação não residencial é regulamentada pela Lei n. 8.245/91. No artigo 54-A, introduzido pela Lei n. 12.744/2012, fica estabelecido que na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas. O parágrafo 1º do mesmo artigo autoriza a renúncia ao direito de revisão dos alugueis pelo prazo do contrato.
34) A – A circular de franquia é regida atualmente pelo art. 2º da Lei n. 13.966/2019, sendo correto afirmar que no tocante aos requisitos apontados na resposta, os mesmos encontram correspondência no inciso XI e alíneas do artigo em comento.
35) D – O conceito do contrato de leasing ou arrendamento mercantil encontra-se inscrito no art. 1º, parágrafo único da Lei n. 6.099/74: “Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta”. O direito de compra ao final também está plasmado na lei em comento, em seu art. 5º, alínea “c”.
36) A – Trata-se de transporte multimodal, definido no art. 2º da Lei n. 9.611/98 nos seguintes termos: “Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal”. Portanto, visto que a questão trata de transporte rodoviário, aéreo e ferroviário, trata-se claramente de transporte multimodal.
37) A - Conforme art. 2° da Lei 8955/1994: “Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício”
**Contudo, a questão é anterior à nova lei sobre o contrato de franquia. Atualmente, o contrato é regido pela Lei n. 13.966/2019, cujo art. 1º assim o define: “Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento”.
38) D – Sociedade que explora serviços aéreos públicos de transporte tem regulamentação especial na Lei de Falências. Isso implica dizer que em nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de direitos derivados de contratos de locação, arrendamento mercantil ou de qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes e tais créditos não se submeterão à recuperação judicial (art. 199, §§ 1º e 2º da LF).
39) D – Quanto às relações contratuais do devedor, pode o administrador judicial deliberar quanto ao cumprimento do contrato. Se decidir não executá-lo, habilitará o crédito na classe própria (art. 119 da LF).
40) A – Em razão da manutenção das condições originais, a credora não terá direito a voto nem será computada no quórum de deliberação, na forma do art. 45, §3º da LF. 41) A – Na falência, os créditos dos sócios e administradores é classificado como subordinado, na forma do art. 83, inciso VIII, alínea “b” da LF.
42) B – Caberá ao devedor ou à massa falida suportar as despesas de custeio do administrador judicial e seus auxiliares, na forma do art. 25 da LF. Sua remuneração não excederá 5% do valor devido ou do valor apurado na venda dos bens da massa, podendo ser reduzido a 2% no caso de Microempresas e Empresas de pequeno porte. 43) D – Em virtude do disposto no art. 83, inciso IV da LF, o crédito devido em favor de microempresa e empresa de pequeno porte goza de privilégio especial.
44) B – Em homenagem ao princípio da par condictio creditorium, o plano de recuperação extrajudicial não pode contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos (art. 161, § 2º da LF).
45) C – A restituição em dinheiro é regida pelo art. 86 da LF, sendo certo que seu inciso I prevê justamente a hipótese de a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição.
46) B – A competência para questões falimentares e recuperacionais é no local do principal estabelecimento do devedor, consoante art. 3º da LF.
47) B – Uma vez demonstrado o conluio no intuito de prejudicar a massa falida, cabe ajuizamento de ação revocatória, nos termos do art. 130 da LF, a ser ajuizada no juízo da falência (art. 134 da LF).
48) B – Em virtude da existência de sócios comuns entre credora e devedora, caracteriza-se uma sociedade coligada, sujeita às disposições do art. 43 da LF, segundo o qual os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez por cento) do capital social, poderão participar da assembleia geral de credores, sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação.
49) D – A execução de título extrajudicial submete-se à regra geral de suspensão disposta no art. 6º, caput da LF.
50) B – Conforme art. 6º, §7º da LF, a execução fiscal não se suspende com o processamento da RJ. A ação persiste até a localização de bens penhoráveis, ocasião em que serão arrecadados em favor da massa e reservados para distribuição na ordem do art. 83 da LF.
51) B – Nos termos do art. 163, 5º da LF, nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial. Portanto, suprimida a variação sem sua concordância, resta prejudicada a aprovação do plano. 52) C – Trata-se de hipótese de restituição em dinheiro, pagamento que antecede até mesmo o início dos pagamentos dos credores concursais e extraconcursais. Conforme, art. 86, inciso I da LF, se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; 53) A – A decretação de falência impede ou suspende o exercício de vários atos. Exemplos destas restrições encontram-se no art. 116 da LF, dentre os quais contempla a suspensão do exercício do direito de retirada ou recebimento de quotas ou ações dos sócios da sociedade falida.
54) D – A decretação de falência pode ser motivada pela impontualidade injustificada, pela execução frustrada, pela convolação de recuperação judicial em falência e pelos atos de falência. Estes últimos são regidos pelo art. 94, inciso III que fixa um rol exemplificativo de atos de falência, quando não previstos pelo plano de recuperação judicial. A questão trata da previsão do art. 94, inciso III, alínea “g” da LF.
55) A – As restrições ao pedido de recuperação judicial constam do art. 48 da LF, sendo a obtenção de RJ nos 5 anos anteriores ao pleito um destes impedimentos.
56) C – O art. 163 da LF aponta a necessidade de quórum de 3/5 de cada classe para aprovação do plano de recuperação extrajudicial. Deste modo, em vista do potencial prejuízo da desistência de um dos credores, o art. 161, § 5º da LF impõe a necessidade de anuência expressa dos demais signatários do plano para que seja cabível a desistência.
57) A – Nos termos do art. 80 da LF, considerar-se-ão habilitados os créditos remanescentes da recuperação judicial quando incluídos no quadro geral de credores, prosseguindo as habilitações em curso.
58) A – A resposta pode ser extraída do teor das Súmulas 258 do STJ (A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou) e 233 do STJ (O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo). 59) C – A resposta pode ser extraída do art. 26, §1º da Lei n. 9.492: “Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso translativo”.
60) B – O art. 889 do CC e o art. 75 da LUG elencam os requisitos essenciais da nota promissória, sem os quais o título não produz efeito. Assim sendo, o avalista, aquele que garante o pagamento, pode opor exceção perante o credor, tendo em vista a existência de vício manifesto no título
61) B – Acerca do cruzamento especial, dispõe o art. 44, §2º da Lei n. 7.357: “O cruzamento geral pode ser convertido em especial, mas este não pode converter-se naquele”. Na sequência, complementa o §3º: “A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente”.
62) D – A resposta pode ser localizada no art. 15, item 2 da LUG: “O endossante pode proibir um novo endosso e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada”. A cláusula inserida pelo endossante só vale para ele mesmo. A vedação de novo endosso só valeria para a cadeia toda se realizada pelo emitente.
Saliente-se que os novos endossos após a cláusula proibitiva de endosso são válidos, mas não perante o endossante.
Importa destacar também que a solidariedade cambiária exige que o credor busque o cumprimento primeiro com o devedor principal. Frustrado o pagamento, emerge o direito ao protesto do título, a partir do qual o credor estará legitimado a cobrar os demais coobrigados.
63) C – O art. 12 da Lei 5.474 faz uma adaptação do art. 899 do CC para estabelecer uma nova ordem preferencial de avalizados: “O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador”. Na falta de indicação de nome e de firma, presume-se prestado em favor do comprador. Registre-se que a duplicata é um título emitido pelo credor em razão de compra e venda mercantil ou prestação de serviços, contra o devedor para que este realize o competente pagamento. Logo, o comprador é o devedor contra quem o título é emitido.
64) D – Esta questão repete o art. 12 da Lei 5.474: “O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador”.
Todavia, importante destacar que pela natureza do negócio realizado, seria mais adequado falar em duplicata rural, regida pelo Decreto 167/67. Ademais, ao contrário do que afirma a letra “A”, a cláusula à ordem é requisito de validade da duplicata, logo, não pode ser suprimida.
65) C – A resposta encontra fundamento no art. 27 da Lei n. 7.357: “O endosso posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentação produz apenas os efeitos de cessão”. Destaque-se que o prazo de apresentação do cheque é de 30 dias quando emitido no lugar onde deve ser pago, ou 60 dias quando emitido em lugar diverso do pagamento (art. 33, Lei n. 7.357)
66) C – O aval em branco é aquele que não indica o beneficiário. O art. 899 do CC estabelece uma ordem de beneficiários na falta de indicação: àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. Como a questão não detalha a existência de firma, presume-se que seja prestado em favor do emitente.
67) B – A existência de cláusula “à ordem” autoriza a circulação do título por endosso, sendo o endossante um dos coobrigados da cadeia.
68) C – Segundo art. 900 do CC, o aval posterior ao vencimento (ou póstumo) produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. Ademais, segundo Súmula 189 do STF “avais em branco e superpostos, consideram-se simultâneos e não sucessivos”.
O aval sucessivo ocorre quando mais de um avalista garante ao mesmo tempo a obrigação de um único avalizado. Em outras palavras, um avalista garante outro avalista, podendo cobrar seu avalizado integralmente. Já no aval simultâneo todos os avalistas garantem diretamente o avalizado, logo, o avalista que pagar a dívida só pode cobrar dos demais avalistas as respectivas quotas partes.
Tem-se, pois, a solidariedade e autonomia entre os avalistas para fins de cobrança, sendo a quota parte de cada um apurada no plano interno.
69) C – O endosso mandato confere ao endossatário o poder de cobrar o débito do devedor, mas não lhe transfere a titularidade do crédito, que continua a pertencer ao endossante.
70) B – Nos termos do art. 909 do CC, o proprietário que perder ou extraviar o título ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir que sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
71) C – De acordo com a Súmula 387 do STF: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”, todavia, o preenchimento pode ser questionado judicialmente se comprovadamente abusivo.
72) D – Cabe ação contra todos o emitente e todos os coobrigados, visto que a duplicata foi levada a protesto dentro do prazo legal (30 dias), nos termos do art. 13, §4º da Lei n. 5.474/68.
73) A – Súmula 370 STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
74) C – A proteção da patente de invenção tem prazo de validade de 20 anos (art. 40 da LPI), todavia, isso não se confunde com o prazo prescricional para postular em juízo contra a violação de direito de propriedade industrial. O art. 225 da LPI é claro ao estipular prazo prescricional de 5 anos para reparação de danos causados ao direito de propriedade industrial.
75) B – Os legitimados para requerer o registro da patente estão arrolados no art. 6º, §2º da LPI
76) D – A resposta encontra fundamento no art. 130 da LPI. Registre-se que não basta o formato ornamental, é necessário que o desenho seja suscetível de fabricação industrial, tendo prazo de vigência de 10 anos, prorrogável por 3 períodos sucessivos de 5 anos cada. A ação de nulidade é de competência da Justiça Federal.
77) B – A licença compulsória encontra fundamento no art. 68 da LPI, sendo cabível nos casos de exercício abusivo, não exploração ou desatendimento às necessidades do mercado.
78) C – A cessão é autorizada pelos artigos 134 e 135 da LPI. A vigência do registro da marca é de 10 anos, renováveis sucessivamente. No tocante às definições das marcas, estas podem ser localizadas nos artigos 123, 125 e 126 da LPI.
79) C – As restrições à patenteabilidade encontram-se inscritas nos artigos 10 e 18 da LPI.
80) A – As definições de marca encontram-se nos artigos 123, 125 e 126 da LPI. A marca notoriamente conhecida tem proteção em seu ramo de atividade, já a marca de alto renome goza de proteção em todos os ramos. No tocante à marca coletiva, considera-se aquela que identifica produtos ou serviços de uma mesma entidade. 81) A – A resposta pode ser extraída do art. 10 da LPI