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HISTOGRAMA DE CINZA DA DEGENERAÇÃO TESTICULAR ISQUÊMICA INDUZIDA EXPERIMENTALMENTE EM CARNEIRO

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HISTOGRAMA DE CINZA DA DEGENERAÇÃO TESTICULAR ISQUÊMICA INDUZIDA EXPERIMENTALMENTE EM CARNEIRO

Gray histogram of degeneration testicular ischemic experimentally induced in ram

Humberto Fernandes VELOSO NETO1; Maiana Silva CHAVES1; Pábola Santos NASCIMENTO1, Ludymila Furtado CANTANHÊDE1; José Carlos FERREIRA-SILVA2;

Marcelo Tigre MOURA3

1

Doutorando, Universidade Federal Rural de Pernambuco, PPGCV. humbertofvn@hotmail.com

2

Mestrando, Universidade Federal Rural de Pernambuco, PPGCV.

3

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Introdução

Na andrologia, a ultrassonografia modo-B em tempo real é umas das principais ferramentas para avaliação testicular em ovinos sadios (ANDRADE et al., 2012; JUCÁ et al., 2009). O histograma de escala-cinza (HEC) tem sido utilizado para a avaliação da ecogenicidade e da ecotextura de diversos órgãos de diferentes espécies, (SANTOS FILHO et al., 2009; SANTOS et al., 2009; VESCOVI et al., 2009; GABOR et al., 1998; GIFFIN et al., 2009; BONELLI et al., 2011) para avaliação microestrutural e funcional de orgãos aumentado o conhecimento na dinâmicada histofisiologia (EVANS et al., 1996).

Haja vista, a importância da análise da escala de cinza para aumentar a sensibilidades das observações, o escopo deste estudo é acompanhar através de tal ferramenta, a progressão da degeneração isquêmica testicular experimentalmente induzida em carneiros, com intuito de apurar as análises de padrões de ecotextura e ecogenecidade da lesão degenerativa que até então são descritas de uma forma subjetiva.

Material e Métodos

Utilizaram-se 6 ovinos machos, sem raça definada, púberes, entre 11 e 18 meses de idade clinicamante sadios. Aferições das medidas testiculares (perímetro escrotal, comprimeto escrotal e largura escrotal) foram verificadas com auxílio de paquímetro e fita métrica para determinação

do volume testicular segundo Bayley et al (1998).

A indução na falha da irrigação sanguínea testicular, foi realizada burdizzo próprio para pequenos ruminantes. Os animais foram tranquilizados com acepramazina IV (Acepram® a 1%, Univet, São Paulo) e bloqueio local com lidocaína a 2% (Lidovet®, Bravet, São Paulo) subcutânea, na região a ser trabalhada.

Avaliação ultrassonográfica com aparelho da marca Mindray®, modelo DP 2200 transdutor linear multifrequencial com frequencia de 10MHz, e ganho total de imagem de 80. Foram feitas imagens em corte longitudinal, com aferição da escala pixel em seis pontos, e quatro pontos em um corte transversal, em cada testículo com área de diâmetro de aproximadamente de 0,5 cm cada ponto. As imagens foram armazenadas em dispositivo de memória removível, para posterior análise computacional quantitativa da ecotextura e ecogenicidade realizada através do histograma de cinza utilizando o software GIMP® 2.8.

Avaliações foram relizadas nos dia 0 1, 4, 8, 16, 24, 35 e 50 dias.

A análise estatística utilizou teste de normalidade de distribuição dos dados, pelo método Kolmogorov e Smirnov e em seguida análise de variância (ANOVA) com α = 5% e post hoc de Tukey, utilizando o software GraphPad InStat® 5.0.

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A ecogenicidade é a luminosidade média de cada região selecionada da imagem, onde médias baixas significam imagens mais escuras e médias altas significam imagens mais claras, em padrão do histograma de cinza onde varia de 0 (preto absoluto) a 255(branco absoluto) (SANTOS et al., 2009; GIFFIN et al., 2009). Neste trabalho foram padronizados em valores numéricos pixel de ecogenicidade e foi encontrado o valor médio de 105±8,23 para ecogenicidade, com os limites inferior e superior de 91,88 e 116,17 respectivamente, onde tais valores são referentes, aos valores de ecogenicidade média testicular de carneiros púberes com idade variando de 11 a 18 meses, deslanados, sem raça definida. GIFFIN et al (2009) encontraram valores comprendidos entre 100 e 120, não sendo preciso quanto aos valores exatos de média e desvio padrão, encontradas na raça Rideu Arcott, com idade dos carneiros entre 20 -22 semanas.

A ecogenicidade média de cada testículo no decorrer do experimento, diminuiu quando comparada ao D0 (padrão de ecogenicidade normal). A diminuição da ecogenicidade do parêquima testicular foi significativa para todos os períodos observados quando comparado ao controle e ao D1. A partir do D4 a redução da ecogenicidade se estabilizou (Tabela 1).

A falha na vascularização testicular observada través da ecogenicidade do parêquima, caracterizou uma lesão progressiva entre D1 e D35, obervada pela diminuição progressiva de perimetro e

volume escrotal. Entretanto a partir de D4 esta diminuição foi menos acentuada. A hipoecogenicidade evidente no D1 sugere um edema intersticial, decorrente da interrupção da drenagem venosa e da irrigação arterial, (AHMAD et al., 1999), tal isquemia leva a um processo de necrose de coagulação no parênquima, causando atrofia do orgão com degeneração dos túbulos seminíferos (FERREIRA et al. 2000).

Em D4 (11,01±1,6), houve aumento significativo da homogeneidade da ecotextura do parênquima em relação a D0. Este achado pode advir do fato que histologicamente, há no processo de isquemia uma necrose dos túbulos seminíferos que progride para uma autólise total melhor notada histologicamente entre o terceiro e quinto dia pós-lesão (EILTS et al., 1989). Durante o processo de substituição do parênquima testicular por tecido fibroso, a ecotextura avaliada mostrou que em relação a D1 houve um aumento estatisticamente significativo da homogeneidade, permanecendo assim até o D35, sendo observada uma alteração da ecotextura com aspecto heterogêneo no D50 (Tabela 1).

Logo, os valores de ecotextura obtidos perante uma lesão aguda, não dá respaldo a uma avaliação diagnóstica porque a variação venha ser expressão a partir do D4 sendo necessário correlacionar à alteração nos valores de ecogenicidade, que se apresentará bastante diminuída.

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Macroscopicamente, a degeneração testicular se caracterizou pela redução do volume testicular e do perímetro escrotal (Figura 2), e que se observa correlação forte positiva, a medida que o volume testicular diminui ocorre redução do perímetro testicular.

Conclusão

A determinação dos valores de ecogenicidade e ecotextura em testículos com isquemia induzida, traz respaldos para avaliações do parêquima testicular de uma forma mais precisa dessas lesões testiculares. Pórem é necessário uma associação entre ecogenicidade e ecotextura para um determinação mais objetiva do estado da degeneração.

Comitê de ética:

Aprovado pelo Comite de ética da Faculdade Pio Décimo no processo 008/12.

Referências Bibliográficas

AHMAD, N.; AMAD, H.A.; REHMAN, N.U. et al. An ultrasonographic and histopathological study of the testis and epididymis following experimentally induced unilateral ischemia in male goats and rams. Pakistan Veterinary Journal,v, Faisalabad, 19, p. 204-209, 1999.

ANDRADE, A.K.G.; SOARES, A.T.; CARTAXO, F.Q. et al. .Achados ultrassonográficos nos testículos e epidídimos de carneiros deslanados jovens e clinicamente sadios. Arquivo Brasileiro

de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.64, n.2, p.371-379, 2012. BAYLEY, T.L.; HUDSO, R.; POWE, T. et al. Caliper ultrasonographic measurements of bovine testicles and a mathematical formula for determining testicular volume and weight in vivo. Theriogenology, Stoneham, v.49, p.581-594, 1998.

BONELLI, M.A.; SANTOS, C.R.O.; COSTA, F.S. et al. Análise de histograma dos níveis de cinza da medula espinhal normal em cães. Medicina Veterinária, Rio de Janeiro, v.5, n.4, Supl. 1, p. 136-141, 2011.

EILTS, B.E.; PECHMAN, R.D.; TAYLOR, H.W. et al. Ultrasonographic evaluation of induced testicular lesions on male goats American Journal Veterinary Research, Chicago, v. 50, p.1361-1364, 1989.

EVANS, A.C.O.; PIERSON, R.A.; GARCIA, A. et al. Changes in circulating hormone concentrations, testes histology and testes ultrasonography during sexual maturation in beef bulls. Theriogenology, Stoneham, v.46, p.345–357, 1996.

FERREIRA, A.L.; CRISCI, A.R.; FIORANI, S.A.S. et al. Lesões isquêmicas do testículo de cães mediante garroteamento temporário do cordão espermático Ciência Rural, Santa Maria, v.30, n.5, p.841-845, 2000.

GABOR, G.; SASSER, R.G.; KASTELIC, J.P. et al. Computer analysis of video and ultrasonographic images for evaluation of bull testes. Theriogenology, Stoneham, v.50, p.223–228, 1998.

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GIFFIN, L.; FRANKS, E.S.; RODRIGUEZ-SOSA, J. R. et al. A Study of Morphological and Haemodynamic Determinants of Testicular Echotexture Characteristics in the Ram Experimental Biology and Medicine, Maywood, v.234 p.794-801, 2009.

JUCÁ, A.F.; GUSMÃO, A.L.; BITTENCOURT, T.C. et al. Avaliação ultrassonográfica dos testículos e das glândulas sexuais anexas de carneiros santa inês. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 10, n. 2, p. 650-659, 2009.

SANTOS FILHO, O.O.; NARDOZZA, L.M.M.; ARAÚJO JUNIOR, E. et al. Estudo da cicatriz uterina de cesariana avaliada pelo histograma escala-cinza Revista da Associação Médica Brasileira, Bela Vista, v. 56, n.1, p. 99-102, 2009.

SANTOS, W.G.; MONTEIRO, J.N.; OLIVEIRA D.C. et al. Ultrassonografia quantitativa do fígado em gatos com tirotoxicose induzida, Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 438-447, 2009.

VESCOVI, L.A.; MONTEIRO, J.N.M.; SANTOS, W.G. et al. Ultrassonografia quantitativa do baço de gatos normais Veterinária em Foco: Revista de Medicina Veterinária, Canoas, v. 7, n. 1, p.4-10, 2009.

Palavras chave: Ultrassonografia, isquemia, testículo, ovinos.

Key words: ultrasound, ischemia, testicles, ram.

TABELA 1: Valores de ecogenicidade e ecotextura (média±desvio padrão) do parênquima testicular de ovinos deslanados SRD submetidos a isquemia.

Dia n Parâmetros Ecogenicidade Ecotextura VNP AVE 13,24±0,88ad 14,56±0,99abd 11,01±1,6c 11,89±1,23c 12,38±0,67abc 11,90±1,41abc 12,45±1,59abc 14.41±1.77abd D0 12 105,01±8,23a D1 12 73,73±9,60b D4 12 50,10±7,21c D8 12 55,55±5,05c D16 12 57,41±3,69c D24 12 53,07±5,70c D35 12 52,90±8,75c D50 12 62.19±7.15d

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VNP: valor numérico de pixel (luminosidade média); AVE: amplitude de variação do eco; BH: base do histograma. Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significativa. Valores significativos para p < 0,05.

FIGURA 2: Correlação da atrofia do volume testicular com a diminuição do perímetro escrotal em carneiros deslanados SRD submetidos a isquemia.

y = 0.047x + 13.643 R² = 0.9497 15 20 25 120 140 160 180 200 220 240 P e m e tr o e scr ot al ( cm ) Volume testicular (cm3)

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