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Palavras-chave: Parasitas, areias de praias, Ancilostomideo.

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Discente do Bacharelado em Biomedicina pela Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE. E-mail: venancio.lucas@hotmail.com

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professor Titular II da Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE. E-mail: odinilson.brandao@hotmail.com

José Odinilson de Caldas Brandão²

Biomedicina

RESUMO

Grande parte da população brasileira reside no litoral, agregado a esse contingente populacional existe uma grande quantidade de turistas estrangeiros e nacionais que procuram as praias do nosso país. Toda essa demanda sacrifica o meio ambiente, em especial as areias, devido a esgotos e lixos jogados nas praias. Este estudo analisou alguns trabalhos de oito estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espirito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande Do Sul, Santa Catarina e São Paulo e identificou a presença de parasitas patogênicos como: Ancilostomideo, Strongyloides stercoralis, Ascaris lumbricoides, Taenia spp, Trichuris trichiura e Toxocara spp. Todos os estados apresentaram índices positivos para a presença de um ou mais parasitas, embora ainda não existam padrões avaliativos, chama a atenção para o risco de contaminação parasitológica para os banhistas e frequentadores deste ambiente, uma vez que esses parasitas podem provocar patologias graves e levar até o paciente a óbito. Assim, faz-se necessário o aumento de estudos acerca deste tema, contribuindo para a padronização das medidas.

Palavras-chave: Parasitas, areias de praias, Ancilostomideo.

ABSTRACT

Much of the population lives on the coast, added to this population group there is a lot of foreign and domestic tourists seeking the beaches of our country. All this demand sacrifices the environment, especially the sands due to sewage and garbage thrown on the beaches. This study performed the analysis of some works from eight Brazilian states, which are: Bahia, Ceara, Espirito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina and São Paulo and identified the presence of pathogenic parasites such as hookworm, Strongyloides stercoralis Ascaris lumbricoides, Taenia spp, Trichuris trichiura and Toxocara spp. All states showed

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positive results for the presence of one or more parasites, although not yet exist evaluative standards, called attention to the risk of parasitological contamination for swimmers and frequenters of this environment, since these parasites can cause severe disease and take up the patient died. Thus, it is necessary to increase studies on this subject, contributing to the standardization of measures.

Keywords: Parasites, Sands of beaches, Ancilostomideo.

1 INTRODUÇÃO

A maioria da população brasileira reside na área litorânea. Além disso, as praias são de extrema importância para o turismo e economia do país, representando uma das principais atividades de lazer, abrangendo todos os níveis sociais, culturais e econômicos da população (PEDROSA, 2014).

Cidades litorâneas, que apresentam importante contingente de banhistas em suas praias em períodos de maior ou menor fluxo de turistas, exibem surtos de infecções por microrganismos e parasitos associados à contaminação com material orgânico tanto da água do mar quanto da areia. O risco existe não apenas para o turista, como também para usuários residentes nas proximidades (MENDES et al. 1995). A contaminação das areias em áreas de lazer constitui assim um problema de saúde pública, devido ao elevado número de pessoas que podem contrair alguma doença ou infecção causada pelos agentes patológicos (SOUZA; SANTOS, 2010).

Desde 2003 a Organização Mundial da Saúde preocupa-se tanto com as águas das praias quanto com as areias, pois elas podem ser reservatórios de micro-organismos como: vírus, parasitas (helmintos e protozoários) e bactérias que podem ser patogênicas (CETESB, 2009).

Esses parasitas são veiculados por animais que transitam livremente pela praia ou por seres humanos portadores e infectados por eles. A natureza do solo, o calor e a umidade elevada favorecem o desenvolvimento das larvas até o estágio infectante (ALMEIDA, 2011).

O lixo encontrado na areia da praia é um dos grandes vilões que provocam o surgimento de micro-organismos na areia, uma vez que atrai a presença de animais

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domésticos as praias, ocasionando aumento da transmissão de doenças para os seres humanos devido às fezes e urinas (BOUKAI, 2005).

Diversos trabalhos notificaram a contaminação de jardins, parques e praças públicas, no entanto são poucos os estudos que enfoquem a problemática das praias (SANTIAGO, GAGLIANI, 2011).

Estudos que mitiguem esta lacuna são necessários para que possam ser tomadas medidas no sentido de reduzir a contaminação ambiental, tendo em vista a melhoria da saúde das pessoas e dos animais residentes nestes locais (SOUZA, 2014).

Assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão da literatura relacionada à contaminação parasitária nas areias de praias do Brasil, relatando os principais parasitas.

2 METODOLOGIA

Objetivando verificar a incidência da contaminação das areias de praias por parasitas, este trabalho foi elaborado tendo por base estudos realizados em diferentes cidades e estados brasileiros: Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco na região nordeste, São Paulo e Espirito Santo na região sudeste e por ultimo Santa Catarina e Rio Grande do Sul na região sul. Ao todo mais de 5.000 amostras foram analisadas pelos autores citados e 12 trabalhos foram utilizados na construção deste.

Foram incluídos nesta pesquisa trabalhos obtidos nas bases de dados PubMed, Scielo e BVS, utilizando-se os descritores parasitas em areias de praias e que se enquadravam no enfoque por nós abordado.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Praias do Brasil e contaminação parasitária.

O Brasil possui 17 estados litorâneos, que somam mais de oito mil quilômetros de fronteira marítima, com 2.045 praias, entre magníficos costões de pedra, falésias, mangues, ilhas, barreiras de coral e uma infinidade de belezas naturais. Cerca de 50,7 milhões de brasileiros seguem a tendência mundial da população de ocupar áreas predominantemente próximas ao litoral e moram em municípios da zona costeira brasileira, o que representa 26,6% dos habitantes do país (IBGE, 2011).

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As zonas costeiras em geral, e a brasileira em particular, apresentam uma grande diversidade de situações, coexistindo áreas densamente povoadas, de intensa urbanização, industrialização e exploração turística de larga escala, com espaços de baixa densidade populacional e ocorrência de ecossistemas naturais de grande significado ambientais, como áreas estuarinas, manguezais e restingas. O grande contingente de população na zona costeira e sua concentração em alguns pontos da costa, associados à carência de saneamento ambiental, causam grandes impactos sobre o meio ambiente, com implicações sobre a qualidade da água no litoral, afetando a pesca e a atividade turística (OCEANOS, 2004).

Os solos das praias são locais de livre acesso de pessoas que geralmente os buscam por lazer, inclusive para o passeio com animais domésticos. Nestes locais tem crescido a contaminação parasitária, devido à eliminação de fezes desses animais o que contribui para a transmissão de zoonoses parasitárias (SANTARÉM, 2004).

A aproximação entre os homens, os cães e os gatos, não fica limitada somente a uma situação de coabitação familiar. O crescimento urbano aumenta consigo a população de cães de estimação, bem como de cães errantes. Dados epidemiológicos revelam que os cães errantes favorecem a transmissão de enteroparasitos, devido o fato de circularem em áreas públicas e não receberem tratamento antiparasitário (HOHLENWERGER, 2011).

Os referidos animais contaminam o solo, eliminando até 15.000 ovos de parasitas por grama de fezes, e estes permanecem viáveis por longo período no ambiente expondo a população humana ao risco de infecção e desenvolvimento de doenças (FUCHS, 2013).

O desenvolvimento dos ovos e o tempo de sobrevivência das larvas dependem de fatores físicos, químicos e biológicos, tais como temperatura, umidade, porosidade, textura e consistência do solo, grau de exposição à luz solar, chuvas, ventos, presença de microrganismos, animais ou vegetais predadores, entre outros (SILVA, 1991).

A contaminação do solo por parasitos também está relacionada a fatores socioculturais, como a falta de hábitos de higiene, carência de instalações sanitárias adequadas e a ausência de controle da população de cães e gatos errantes. A

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presença de animais cujos donos não realizam tratamento antiparasitário e o próprio estado de manutenção das áreas públicas de lazer contribui para a distribuição das enfermidades parasitárias (TIYO, 2008).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 a 3 milhões de óbitos por ano no mundo são ocasionadas pelas parasitoses, tornando-se um importante problema de saúde pública, assim como a contaminação das areias das praias do litoral. Portanto um levantamento dos agentes patológicos contaminantes é extremamente importante, uma vez que tal contaminação pode infectar um indeterminado número de pessoas e estas por sua vez começar a desenvolver sérios problemas de saúde (CICERO, 2012).

3.2 Ocorrências de parasitos nas praias do Brasil.

Dos estados da região Nordeste citados neste trabalho e que cujas areias de praias foram analisadas, aquele que apresentou o maior índice de contaminação por Ancilostomideo foi o Ceará que, segundo Pedrosa (2014), 80,5% das amostras estavam contaminadas por esse parasita. Em seguida, o estado da Bahia com 78,7% relatados por Santos et al. (2006), mostrando assim índices bem acima dos 36% encontrados por Silva (2009) em Pernambuco e dos 14,2% descritos por Souza (2014) para a Paraíba.

Pedrosa (2014) relatou 8,1% de contaminação nas amostras do Ceará por Strongyloides stercoralis, enquanto Souza (2014) encontrou apenas 3,8% na Paraíba, que apresentou também contaminação de 56,6% para Ascaris lumbricoides.

Na Bahia, 45,9% das amostras continham a presença de Toxocara ssp, de acordo com Santos et al. 2006, que relatou também 19,5% de contaminação por Trichuris trichiura, e apresentou ainda 2,2% de Taenia ssp, enquanto Souza (2014) encontrou 23,6% de presença deste último parasita nas amostras de areias de praias paraibanas (Tabela 1).

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Tabela 1 – Percentual de praias contraminadas por parasitas em cada estado avaliado e espécies encontradas (Região Nordeste).

PARASITAS PERNAMBUCO PARAÍBA CEARÁ BAHIA

Ancilostomideo 36 % 14,2% 80,5% 78,7% Strongyloides stercoralis --- 3,8% 8,1% --- Ascaris lumbricoides 13% 56,6% --- --- Taenia spp --- 23,6% --- 2,2% Trichuris trichiura 13% --- 8,3% 19,5% Toxocara spp --- --- --- 45,9%

Nos estados da região sul aqui descritos, Santa Catarina, apresentou segundo Almeida (2011); Blauzios et al (2006), índice maior de contaminação nas amostras por Ancilostomideo 34,2%, Trichuris trichiura 13,8% e Toxocara spp 20,6%, comparados aos 17,5%, 2,3% e 19,4% encontrados respectivamente destes parasitas nos estudos de Matesco et al. (2006); Silva et al. (2001); Villela (2009) para o estado do Rio Grande do Sul, sendo ainda relatado a presença de 23,6% de presença de Taenia spp. Já para Strongyloides stercoralis o percentual de contaminação foi de 21,2% e 16,4% para Ascaris lumbricoides (Tabela 2).

Tabela 2 - Percentual de praias contraminadas por parasitas em cada estado avaliado e espécies encontradas (Região Sul).

PARASITAS SANTA CATARINA RIO GRANDE DO

SUL Ancilostomideo 34,2 % 17,5% Strongyloides stercoralis 10,3% 21,2% Ascaris lumbricoides 13% 16,4% Taênia spp --- 23,6% Trichuris trichiura 13,8% 2,3% Toxocara spp 20,6% 19,4%

Na região sudeste, o estado de São Paulo apresentou segundo Rocha (2007); Santiago (2013) percentual de 42,6% de amostras contaminadas por Ancilostomideo, 4% por Strongyloides stercoralis, Ascaris lumbricoides estava

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presente em 5,8%, Trichuris trichiura 6% e Toxocara spp em 59,4%. Enquanto no estudo de Silva et al. (2013) este ultimo foi encontrado em 18,7% das amostras no Espirito Santo e o mesmo não localizou nenhuma amostra de Ancilostomideo (Tabela 3).

Tabela 3 - Percentual de praias contraminadas por parasitas em cada estado avaliado e espécies encontradas (Região Sudeste).

PARASITAS SÃO PAULO ESPIRITO SANTO

Ancilostomideo 42,6 % 0% Strongyloides stercoralis 4% --- Ascaris lumbricoides 5,8% --- Taênia spp --- --- Trichuris trichiura 6% --- Toxocara spp 59,4% 18,7%

Os estudos referentes à contaminação das areias de praias no estado do Rio de Janeiro, não foram citados neste trabalho, uma vez que os mesmos não atendiam aos pré-requisitos estabelecidos, no que diz respeito à data e a especificidade de informações referentes à quantidade e tipos de parasitas encontrados.

As areias das praias da região nordeste apresentaram maior índice de presença de Ancilostomideo, em comparação com os estados do sul e sudeste, com destaque para os resultados semelhantes entre Pernambuco 36% e Santa Catarina 34,2%, e para o Espirito Santo onde não foi encontrado presença deste parasita. Já para Strongyloides stercoralis, os estados da região sul registraram maior porcentagem de contaminação por amostras, estando o Rio Grande do Sul com 21,2%, e com menor porcentagem está a Paraíba com 3,8%, nos estados da Bahia e Pernambuco não houve registro da presença deste.

Sobre as técnicas utilizadas nas análises das amostras, o método de sedimentação espontânea de Hoffmn, Pons e Janer foi utilizado em 75% das analises, assim como também o método de Rugai. Já o método de Fust esteve presente em 37,5% das analises. O método de Baerman com 25% de presença nas pesquisas e os métodos

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de Ritchie e o de Kazacos com 12,5% cada, completam assim a lista dos métodos utilizados nas pesquisas.

3.3 Aspectos gerais dos principais parasitos encontrados nas praias do Brasil

3.3.1 Ancilostomideo

São pequenos vermes da família Ancylostomatidae (classe Nematoda) e parasitos obrigatórios de mamíferos. Duas espécies parasitam frequentemente o homem e são responsáveis por uma doença tipicamente anemiante: é a ancilostomíase ou ancilostomose. São elas: Ancylostoma duodenale e Necator americanus, que produzem praticamente o mesmo quadro clínico. Os vermes adultos vivem na luz do intestino delgado fixados à mucosa, da qual sugam sangue. Põem ovos que embrionam no solo, onde as larvas eclodem e vivem durante alguns dias, nutrindo-se de matéria orgânica. As L3 não nutrindo-se alimentam, mas, podem penetrar através da pele das pessoas que andam descalças por terrenos poluídos com fezes humanas. As espécies que parasitam cães e gatos (A. braziliensis, A. caninum etc.) que não conseguem completar sua evolução na espécie humana, podem invadir a pele e nela permanecerem algum tempo. Aí abrem túneis na epiderme e produzem uma dermatite conhecida como larva migrans cutânea ou bicho geográfico (REY, 2001). 3.3.2 Strongyloides stercoralis

É um parasito endêmico de regiões tropicais e subtropicais. A infecção se adquire quando as larvas filariformes, presentes na areia ou em material contaminado com fezes humanas, penetram na pele e migram até os pulmões, invadindo os alvéolos e seguem até o intestino delgado, onde se transformam em parasitas adultos. As manifestações clínicas são variadas, podendo o individuo apresentar desde eosinófilia assintomática ou diarreia moderada em hospedeiros imunocompetentes, até hiperinfecção com choque séptico em indivíduos com imunocomprometimento celular, podendo ocasionar óbito (MÜHLHAUSER, 2013).

3.3.3 Trichuris trichiura

A contaminação ocorre pela ingestão de ovos embrionados infectantes, encontrados em alimentos, água, areia ou até em partículas de poeira, sendo o homem o único hospedeiro. Possui evolução limitada a luz intestinal, não realizando ciclo pulmonar,

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diferente das outras espécies de geohelmintos. As manifestações clínicas da tricuríase guardam estreita relação com o grau de infecção parasitária, podendo a doença apresentar-se assintomática em crianças e adultos com baixa carga parasitaria. Quando o grau de parasitismo é alto, os sintomas tornam-se evidentes como cólicas abdominais e diarreia crônica, podendo surgir anemia hipocrômica e palidez acentuada, ainda podem ser encontrados enterorragia maciça, emagrecimento e atraso pôndero-estatural (SANTANA et al 2014).

3.3.4 Ascaris lumbricoides

São parasitas cosmopolitas, cuja maior prevalência ocorre em países tropicais, onde o clima contribui para o seu desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem no mundo, cerca de 1,3 bilhões de pessoas infectadas pela doença. O ser humano é o único hospedeiro do A.lumbricoides e a transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos infectantes. O ser humano infectado libera junto com as fezes, ovos do parasita e, desse modo, a larva, no interior do ovo, se desenvolve em ambientes quentes e úmidos, como o solo. As larvas passam por vários órgãos, como fígado e pulmões. As complicações mais graves da ascaridíase são raras e predominantes em crianças com um número considerável de parasitas. Grande quantidade de vermes adultos no intestino, por exemplo, podem formar um bolo de parasitas que obstrui a passagem dos alimentos pelo intestino. Da mesma forma, pode haver obstrução da faringe, com consequente crise de asfixia. Além disso, a migração dos parasitas para os ductos biliares, pancreáticos ou para o apêndice, pode resultar em colecistite, pancreatite ou apendicite. (CAMPOS et al., 2002).

3.3.5 Toxocara ssp

É um nematódeo, que tem como agente etiológico o T. canis, cujo hospedeiro é o cão. Nos seres humanos as larvas de Toxocara ssp, atravessam a parede do intestino delgado e ganham a circulação pela via hepática, migrando por diversos órgãos, sendo essas doenças denominadas de larva migrans visceral, e os casos com comprometimento oftalmológico receberam denominação de larva migrans ocular. Em humanos as infecções podem ser assintomáticas ou com sintomas variados que raramente podem ter evolução fatal. As larvas podem ocasionar hemorragias, necrose e inflamação eosinofílica, enquanto percorrem os órgãos. A

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toxocaríase visceral ocasiona alterações respiratórias, urticária, hepatomegalia e lesões hepáticas. Já para a toxocariase ocular é importante o diagnostico diferencial para retinoblastoma, estrabismo e uveíte em crianças (SANTARÉM et al. 2009). 3.3.6 Taenia spp.

A teníase é causada pela Taenia solium e/ou pela Taenia saginata, também conhecida como “solitária”. O homem é o hospedeiro definitivo e consequentemente a principal fonte de infecção deste parasita, sendo responsável pela transmissão aos animais e a si próprio. A Teníase é adquirida através do consumo de carne crua ou insuficientemente cozida contendo os cisticercos (larvas). Pode causar desconforto abdominal, náuseas, vômitos, diarreia ou constipação, cólicas intestinais, alterações no apetite, além de mal estar geral, indisposição, fadiga fácil, perda de peso. Além de sinais nervosos como insônia, irritabilidade e inquietação (BRASIL, 2010).

4 CONCLUSÃO

Os resultados desse estudo evidenciam o alto índice de contaminação parasitaria de algumas praias brasileiras. Todos os estados analisados apresentaram resultados positivos para contaminação, o que representa um risco a saúde publica dos banhistas e frequentadores deste tipo de ambiente.

Como não existem indicadores de qualidade específicos para níveis de contaminação em areias de praias, vários trabalhos propõem diferentes indicadores, ficando assim explicito a necessidade da padronização dos níveis de avaliação de contaminação parasitaria das areias de praias.

As fezes dos cães, o lixo e os esgotos são apontados como os principais contaminantes, sendo os banhistas, frequentadores e comerciantes os principais responsáveis pela poluição das areias, associando-se a falta de projetos ambientais e regulamentação específica proibindo certos descasos com o meio.

Fica evidente a necessidade de mais trabalhos relacionados à contaminação parasitária em praias, contemplando todos os estados com faixas litorâneas, a fim de contribuir cientificamente com a elaboração de instrumentos legais que regulamentem normas de fiscalização dos padrões de qualidade das nossas praias e dos índices de contaminação.

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