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1.1. O estresse presente na vida de milhares de pessoas é uma reação do organismo que gera inúmeras alterações fisiológicas.

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OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO Professora: Jeanne Anna Maria van Helvoort Lengert Conteúdo estruturante: Mecanismos biológicos

Conteúdo específico: Mecanismos fisiológicos do estresse

1.

Relato

1.1. O estresse presente na vida de milhares de pessoas é uma reação do organismo que gera inúmeras alterações fisiológicas.

O fisiologista americano Walter Cannon foi o primeiro a demonstrar, em animais, o impacto do estresse sobre o organismo, denominando o conjunto de reações disparadas pelo organismo em situações de perigo ou de pressão de reação de luta ou fuga. Nessa reação, as glândulas supra-renais secretam “hormônios do estresse” denominados catecolaminas, dentre eles a adrenalina, que é liberada no sangue preparando uma pessoa ou um animal sob ameaça para lutar ou fugir.

A resposta ao estresse é dada através da ação integrada dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico, num processo de alteração e posterior recuperação da estabilidade orgânica (homeostase). As diversas interações entre esses sistemas provavelmente acontecem a partir do sistema límbico, que faz interagir as percepções córtico-cerebrais com o hipotálamo.

O hipotálamo é uma estrutura do sistema nervoso central (SNC) responsável pela regulação de funções básicas à manutenção e sobrevivência do organismo. Além de ser importante na homeostase corporal, o hipotálamo faz também a integração entre os sistemas nervoso e endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas produtoras de hormônios. Assim, diante de alterações no meio ambiente externo e interno, causadas por agentes estressores, o hipotálamo induz respostas orgânicas que permitem ao organismo uma adaptação e manutenção de seu equilíbrio interno.

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O sistema de resposta ao estresse mais bem estudado é o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal(HPA,doinglêshypothalamic-pituitary-adrenal). Os neurônios do hipotálamo liberam um peptídeo chamado hormônio liberador de corticotrofina (CRH) na circulação hipotálamo-hipofisiária. O CRH viaja uma curta distância até a hipófise anterior, onde, em alguns segundos, estimula a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH é liberado na circulação geral e viaja até o córtex adrenal (parte mais externa das glândulas adrenais, localizadas sobre os rins), onde, em poucos minutos, estimula a liberação de um hormônio esteróide denominado cortisol, que, quando liberado na corrente sangüínea, atua por todo o organismo para mobilizar reservas de energia e promover a imunossupressão, preparando-nos para enfrentar os vários fatores de estresse da vida.

As reações ao estresse são também executadas pelo Sistema Neurovegetativo uma parte do sistema nervoso sobre a qual não temos praticamente nenhum controle voluntário direto. O sistema neurovegetativo é dividido em dois ramos: o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático, que se distinguem estrutural e funcionalmente. A divisão simpática estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, a divisão simpática é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão sanguínea, pela diminuição das funções digestivas, pelo aumento da glicogenólise hepática, produzindo uma fonte rápida de glicose, e pela ativação do metabolismo geral do corpo. A divisão parassimpática, por sua vez, tem uma atuação nos processos de relaxamento e ajuda o organismo a compensar os períodos de altos estímulos – por exemplo, reduzindo o ritmo cardíaco e a pressão sangüínea.

O outro hormônio de resposta ao estresse é a adrenalina, liberado no sangue pela medula adrenal, possui efeitos quase idênticos àqueles causados pela ativação simpática, ou seja, aumenta a freqüência dos batimentos cardíacos e o volume de sangue por batimento cardíaco, eleva o nível de açúcar no sangue (hiperglicemiante), desvia o fluxo sanguíneo dos órgãos para os músculos esqueléticos e para o cérebro, preparando o organismo para reagir. A visão, a

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audição e até o raciocínio ficam mais aguçados para tentar resolver a situação de estresse vivenciada.

Referências:

ALMEIDA, O. M. M. S. A resposta neurofisiológica ao stress. In: LIPP, M. E. N., (org). Mecanismos neuropsicofisiológicos do stress: teoria e aplicações clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos organismos. 2v. São Paulo: Moderna, 2004.

BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MOREIRA, M.; MELLO FILHO, J. Psicoimunologia hoje. In: MELLO FILHO, J. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

PELLETIER, K. R. Entre a mente e o corpo: estresse, emoções e saúde. In: GOLEMAN, D.; GURIN, J. Equilíbrio mente/corpo: como usar sua mente para uma saúde melhor. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

2. Sítios (sites)

2.1. Qualidade de Vida - Site Médico

Este sítio é especializado em notícias sobre saúde, com várias matérias importantes e atuais sobre qualidade de vida. É recomendado a todos que objetivam a busca do bem estar físico, mental e emocional.

Endereço web: http://www.sitemedico.com.br/sm/materias/index.php?mat=773

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Neste sítio você poderá encontrar indicações de livros, artigos científicos, teses e dissertações, todos relacionados ao tema estresse, ofertas de cursos de pós-graduação na área terapia cognitivo- comportamental, temas psicológicos de interesse geral, e testes para avaliação do nível de estresse. É uma contribuição importante para quem pretende se aprofundar no assunto.

Endereço web: http://www.estresse.com.br

2.3. Anatomia & Fisiologia Humanas

Além de trazer uma explicação detalhada de todos os sistemas, com descrição e ilustração dos órgãos constituintes, neste sítio você encontrará ainda vários temas especiais, como por exemplo, a fisiologia do estresse, que pode contribuir com informações interessantes, além das ilustrações que enriquecem seu conteúdo.

Endereço web: http://www.afh.bio.br/endocrino/endocrino3.asp

2.4. Testes Auto-Avaliação

O estresse faz parte de nossas vidas. Precisamos buscar formas de lidar com os fatores estressantes para não prejudicar nossa saúde. Professor, acesse este sítio e faça uma avaliação do seu nível de estresse.

Endereço web: http://sitededicas.uol.com.br/teste_stress_prof.htm

3. Sons e vídeos

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A música evidencia situações de pressão cotidianas como a preocupação com os juros do cheque especial, a criação dos filhos, não esquecer datas importantes, além da obsessão em perder peso. Todo esse estresse diário acaba afetando a qualidade de vida e prejudicando a saúde.

Letra da música:

Perca Peso

Você tem alergia, micose, passa mal E toma sempre um Melhoral

A crescente agonia do ser denuncia O seu cheque especial

...

São tantas coisas pra lembrar Tantos filhos pra criar

E dá-lhe xampu anticaspa E dois comprimidos pra jantar ...

Perca peso agora ...

Dados técnicos:

Intérprete: Banda Móveis Coloniais de Acaju Título do CD: Móveis Coloniais de Acaju Número da Faixa: 1

Ano: 2005

Disponível em (endereço web): http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/musica/cd_idem/perca_peso.php

3.2. VÍDEO: Tropa de Elite

O enfoque do filme é a guerra entre traficantes e policiais nas favelas do Rio de Janeiro, e a atuação da Tropa de Elite (BOPE) nessa luta. O Capitão

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Nascimento (Wagner Moura) não suportando mais a situação de violência e estresse que vivencia diariamente, precisa arranjar entre os aspirantes da polícia, um substituto para chefiar seu batalhão.

Utilizando métodos nada convencionais para punir aqueles que estão do outro lado dessa guerra, sejam traficantes, consumidores de drogas ou policiais corruptos, o Capitão Nascimento vai vivendo seu drama como policial, na busca da superação dos conflitos pessoais e familiares e na própria luta pela sobrevivência.

Dados técnicos:

Direção: José Padilha

Produtora: Zazen Produções Duração (hh:mm): 01:58

Ano: 2007

Site oficial: http://www.tropadeeliteofilme.com.br/

4. Imagens

Imagens 1 e 2:

Exaustão física, emocional e mental, são características da síndrome de burnout, um estado de estresse ocupacional crônico.

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Imagem 3:

Em situações de estresse contínuo, a freqüência cardíaca acelerada pode aumentar o risco de arritmia, uma alteração na freqüência e/ou no ritmo da batida do coração, podendo ser diagnosticada através do teste ergométrico, que registra a atividade do coração durante atividade física.

5. Propondo atividades

5.1. Medindo a freqüência cardíaca

O número de contrações realizadas pelo coração por minuto corresponde à freqüência cardíaca, que em uma pessoa saudável, em repouso, é da ordem de 70 contrações ou batimentos por minuto, aproximadamente. Cada contração faz as artérias pulsarem ritmicamente. Essas pulsações podem ser percebidas externamente, o que é denominado de pulso arterial.

O termo bradicardia é utilizado quando o valor da freqüência cardíaca diminui, e taquicardia quando ocorre um aumento da freqüência cardíaca.

A freqüência cardíaca é regulada pelo sistema nervoso simpático, parassimpático e glândula adrenal. Os nervos simpáticos liberam noradrenalina e a glândula adrenal a adrenalina, acelerando os batimentos cardíacos, já o nervo parassimpático (vago) libera a acetilcolina, provocando uma redução do ritmo cardíaco. Em situações de estresse, ocorre liberação acentuada de adrenalina,

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causando um aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, aumentando o risco de derrames e ataques cardíacos em casos de estresse persistente.

A freqüência cardíaca oscila, dentro de valores considerados normais, em função de variáveis como o sexo, a idade, o grau de atividade da pessoa e com a situação emocional em que ela se encontra. Durante um exercício físico intenso, a freqüência cardíaca pode ultrapassar 180 batimentos por minuto, fazendo o sangue circular mais rapidamente pelo corpo, e assim, órgãos e músculos recebem maior quantidade de nutrientes e de oxigênio, o que permite suportar uma alta atividade metabólica.

Material:

• cronômetro (ou relógio que marque os segundos); • papel;

• lápis.

Peça aos alunos que iniciem pelas medidas de freqüência cardíaca durante o repouso. Eles devem perceber o pulso arterial colocando o dedo indicador e o médio sobre a região da artéria radial (braço), ou das artérias carótidas (pescoço), e contar o número de batimentos durante 15s, multiplicando o valor por 4, para obter o valor em 1 minuto.

Depois de registrar a freqüência cardíaca durante o repouso, pode-se medi-la após um exercício físico (tal como correr, subir escadas, pumedi-lar corda, pedamedi-lar, etc.). Da mesma forma, peça que eles contem novamente o número de batimentos durante 15s e multipliquem o valor por 4, anotando o resultado.

Realizadas as medições e respectivas anotações pode-se elaborar tabelas e gráficos com esses valores.

Discussões:

• Discuta com os alunos as diferenças nas freqüências cardíacas que foram observadas e os possíveis fatores que podem afetar a freqüência cardíaca de uma

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pessoa (sexo, idade, estado de saúde, peso corporal, uso de medicamentos, prática de exercícios físicos, estresse, etc.).

• Discuta o significado fisiológico para o aumento da freqüência cardíaca após uma atividade física intensa.

• Compare os resultados dos alunos que são atletas com os daqueles que praticam exercícios físicos esporadicamente ou são sedentários, e discuta a importância dos exercícios físicos para a saúde.

Referências:

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos organismos. 2v. São Paulo: Moderna, 2004.

MACHADO, S. Biologia para o ensino médio. Vol. único. São Paulo: Scipione, 2003.

5.2. Avaliação do nível de estresse

Propor aos alunos a realização de entrevistas com pessoas de diferentes profissões (motoristas de ônibus, taxistas, bombeiros, policiais, professores, vestibulandos, médicos, enfermeiros, caixas de banco, caixas de supermercado, etc...) para avaliar o nível de estresse dos mesmos, com base na manifestação de alguns sintomas como: esgotamento físico e intelectual, insônia, dor de estômago, herpes, dor de cabeça, dores no corpo, alergias, seborréia, acne, gripe, taquicardia, falta de apetite, fome exagerada, cansaço permanente, etc... Avaliar também o estilo de vida dos entrevistados, como hábitos alimentares, horas de sono, atividades físicas e de lazer, etc...

Após a realização das entrevistas, elaborar tabelas e gráficos com os dados obtidos. Analisar os resultados, verificando se existe relação entre estresse, atividade ocupacional e estilo de vida.

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A avaliação dos alunos se dará durante o desenvolvimento de todas as etapas:

• elaboração das questões • realização das entrevistas • tabulação dos dados

• confecção de tabelas e/ou gráficos • debate sobre os resultados

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6. Sugestões de Leitura

6.1. Biologia dos Organismos

O livro traz uma parte que trata exclusivamente do estudo da fisiologia humana, podendo servir como material didático de apoio para professores e alunos. O livro contém figuras ilustrativas, sugestões de atividades e exemplos de mapas conceituais, que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem.

Dados técnicos:

Autores: AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues

Título do Livro: Biologia dos organismos

Edição: 2

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Moderna

Ano da Publicação: 2004

6.2. Fisiologia do Comportamento

O livro traz um capítulo específico sobre os transtornos do estresse. É indicado para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos no assunto, especialmente no que se refere aos aspectos fisiológicos envolvidos no estresse.

Dados técnicos:

Nome do autor: CARLSON, N. R.

Título do Livro: Fisiologia do Comportamento

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Local da Publicação: São Paulo

Editora: Manole

Ano da Publicação: 2002

6.3. O stress do professor

O livro enfoca o processo de estresse ocupacional que acomete os professores no cotidiano escolar, comprometendo sua saúde. Os temas tratados poderão auxiliar na busca de estratégias para reduzir os efeitos negativos desse problema da atualidade.

Dados técnicos:

Nome da autora: LIPP, Marilda

Título do Livro: O stress do professor

Edição: 4

Local da Publicação: Campinas, SP

Editora: Papirus

Ano da Publicação: 2002

7. Notícias

7.1. Síndrome de burnout

A notícia alerta para os agentes estressores no ambiente de trabalho, que podem acabar levando um profissional a desenvolver a síndrome de burnout, um estado de estresse ocupacional crônico, que se caracteriza por uma exaustão física, emocional e mental.

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por Flávia Martini

"Palpitações, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade e tristeza são alguns dos sintomas psicológicos e físicos que podem ser atribuídos ao estresse, provocado pelas tensões da vida moderna. Quando, no entanto, a palpitação se transforma em taquicardia, a falta de concentração atrapalha a memória, a irritabilidade se transforma em agressividade, a tristeza vira depressão, e os períodos de descanso não aliviam as pressões, os sintomas podem ser de burnout, uma síndrome caracterizada por um estado de estresse ocupacional crônico.

O termo vem do verbo inglês "to burnout" que significa queimar por completo, consumir. Segundo a psicóloga e professora da UEM, Ana Maria Benevides Pereira, o que desencadeia a síndrome são os chamados agentes estressores do ambiente de trabalho, como sobrecarga de serviço, assédio moral, clima laboral negativo, exigência de responsabilidade sem contrapartida de autonomia para tomada de decisões. “A síndrome se manifesta pela confluência de fatores de personalidade com esses outros que se referem às organizações pouco propícias ao trabalho”, diz. Por isso, quem se afasta para tratamento tem todas as garantias trabalhistas previstas em lei.

O tratamento é realizado por meio de psicoterapia e pode exigir medicamentos nos casos mais extremos. “Remédios, no entanto, são apenas paliativos”, observa. O ideal é que o tratamento seja feito por um psicólogo que conheça tanto a área clínica como a do trabalho. “Esse profissional terá que lidar com a reinserção do paciente sem que ele volte ao burnout”, explica. Segundo Ana Benevides, durante a psicoterapia o paciente é levado a lidar de outro modo com o excesso de trabalho, com agressões de colegas de equipe, com chefes intransigentes. “Mas nem sempre isso é suficiente. Por isso, discussões e divulgação de estudos na área são importantes para que empresários, patrões, chefes, tomem conhecimento e providências no sentido de combater o burnout, afirma a psicóloga."

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8. Curiosidades

8.1. Calma, isso pode ser estresse. E tem jeito. Fonte: Revista Nova Escola

Muitas vezes a indisciplina do aluno é conseqüência de uma situação estressante que ele pode estar vivenciando fora da escola, afetando seu comportamento e seu rendimento escolar.

"Seu aluno anda irritado, agressivo e não consegue ficar parado. Tira a concentração dos colegas, atrapalha a aula, não presta atenção nas explicações e se sai cada vez pior nas avaliações. Você até tenta controlar a situação, achando que se trata de indisciplina. É possível, no entanto, que o caso seja mais sério. Ele pode sofrer de estresse. Apesar de parecer relacionado exclusivamente a adultos, o mal também se manifesta em crianças e jovens em idade escolar. O problema é que os sintomas se confundem com mau comportamento, rebeldia ou hiperatividade. Por isso é necessário estar atento para ajudar da forma correta. "O estresse não é uma doença, mas um conjunto de reações físicas e psicológicas que, se não tratadas a tempo, podem resultar em doenças", explica a psicóloga Marilda Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle de Stress, de Campinas (SP).

Marilda Lipp fez uma pesquisa em que mediu o nível de estresse na clientela de três escolas, uma pública de periferia, uma de zona rural e uma particular. "Os mais estressados pertenciam à instituição pública e 13% deles já tinham níveis severos de desgaste emocional, que comprometiam sua saúde." Entre os que foram alvo do estudo, havia quem morasse em lugares perigosos, que ameaçavam sua integridade física. A falta de perspectivas para o futuro era outro agravante".

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9. Paraná

9.1. Programa reduz nível de estresse no Hospital Universitário de Londrina A psicóloga Edelvais Keller, docente da Universidade Filadélfia (Unifil), realizou um estudo de doutorado no Hospital Universitário de Londrina, que diagnosticou os principais agentes, sintomas e níveis de estresse entre os 115 profissionais do hospital.

"Para surpresa da doutoranda, o testemunho diário da dor e da morte vivenciados num hospital não apareceu sequer entre os 20 principais agentes estressores. Os três primeiros fatores da lista foram, nessa ordem, problemas de relacionamento com colegas, problemas de relacionamento com a chefia e falta de espírito de equipe e coleguismo.

Sete por cento dos pesquisados apresentou um nível altíssimo de estresse, classificado como "exaustão", que acarreta doenças graves. A maior parte, 40%, havia atingido o estágio de "perigo agudo", manifestando baixa imunidade. Outros 35% estavam na fase de "perigo", na qual o corpo começa a se esgotar, e 18% em "alarme", quando o organismo se prepara para lutar ou fugir. Iniciou-se então um programa de intervenção psicológica com dois enfoques: nas relações interpessoais, tanto familiares quanto no trabalho, e nas técnicas de relaxamento apoiadas na respiração profunda. Em 12 sessões com 90 minutos cada, os colaboradores do HU compartilhavam seus problemas, trocavam experiências, conheciam aspectos teóricos do estresse e participavam de dinâmicas de grupo, além das sessões de relaxamento".

Endereço web:

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10. Investigação Disciplinar

10.1. Estresse: uma reação necessária ou prejudicial ao organismo?

O estresse é uma reação do organismo necessária à sobrevivência. O organismo todo é mobilizado para adaptação a uma nova situação, gerando inúmeras alterações fisiológicas. Na medida certa, essas alterações fisiológicas são benéficas, ajudando-nos a enfrentar situações de desafio ou emoções muito fortes. Entretanto, quando exageradas em intensidade ou duração, podem levar a um desequilíbrio no organismo, sobrecarregando órgãos e sistemas.

Apesar de todos estarmos sujeitos aos fatores geradores de estresse, as diferenças individuais de temperamento determinam reações diferentes aos eventos estressantes. Assim, algumas pessoas podem achar uma situação estressante enquanto outras não, dependendo da percepção individual e de sua reação emocional.

Em caso de um estresse intenso (por exemplo, a iminência de um acidente de carro) as catecolaminas (hormônios da medula adrenal) desencadeiam várias alterações fisiológicas que colocam o organismo de prontidão: aumento rápido da freqüência cardíaca, da pressão arterial e da tensão muscular; diminuição da atividade do estômago e dos intestinos; aumento do nível de glicose no sangue, gerando imediatamente mais energia. A nível psicológico podem ocorrer pensamentos acelerados, ansiedade e até pânico.

Entretanto, nos casos de estresse crônico e de longo prazo, essas reações normais são prolongadas de forma anormal, ocorrendo uma ativação fisiológica contínua do organismo, com conseqüente aumento dos níveis de cortisol circulantes, o que pode comprometer não só as funções metabólicas básicas como também, a integridade dos neurônios.

Com estresse crônico, ocorre uma diminuição da atividade do sistema imunológico, reduzindo a resistência do organismo às infecções, o nível de colesterol no sangue aumenta, os ossos perdem cálcio, os aumentos normais de curto prazo da pressão sangüínea podem se transformar em hipertensão,

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podendo provocar ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, a maior tensão muscular pode levar a fortes dores de cabeça, a freqüência cardíaca acelerada pode aumentar o risco de arritmia, e os altos níveis de glicose podem resultar em diabetes e obesidade. O estresse pode estimular a secreção de ácidos que atacam o revestimento do estômago e do duodeno e provocar o aparecimento de úlceras e, em muitas pessoas, ocorre gastrite crônica, mantida por ansiedade permanente e preocupações. Pesquisas demonstraram ainda, que o estresse severo pode causar dano cerebral em humanos, pois um dos efeitos negativos do cortisol é a destruição de neurônios hipocampais, podendo ocorrer conseqüentemente lapsos de memória.

Referências:

PELLETIER, K. R. Entre a mente e o corpo: estresse, emoções e saúde. In:

GOLEMAN, D.; GURIN, J. Equilíbrio mente/corpo: como usar sua mente para uma saúde melhor. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

11. Perspectiva interdisciplinar

11.1. O efeito benéfico dos exercícios físicos no controle do estresse.

"Não permita que o estresse o deixe doente. Escute o seu corpo para perceber quando o estresse estiver afetando sua saúde".

Além dos conselhos preventivos básicos como alimentar-se bem, ter momentos de lazer e dormir o suficiente, muitos programas de redução do estresse estão disponíveis atualmente, e os exercícios físicos são fundamentais uma vez que ajudam a eliminar o estado de prontidão gerado pelo estresse.

Praticar atividade física não somente contribui para relaxar a musculatura tensa, mas também melhora seu humor. Os exercícios físicos ajudam as pessoas a lidar de forma diferente com o estresse do dia-a-dia, reduzindo a ansiedade e a depressão, melhorando a auto-imagem e, eliminando os efeitos do estresse. O

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exercício aumenta o fluxo sangüíneo para o cérebro, libera hormônios, estimula o sistema nervoso e aumenta os níveis de endorfinas, responsáveis pela sensação de bem-estar.

Cada tipo de exercício produz efeitos fisiológicos diferentes. O exercício aeróbico aumenta a eficiência dos sistemas cardiovascular e respiratório; o exercício anaeróbico desenvolve massa muscular; já o desenvolvimento de habilidades inclui coordenação muscular, flexibilidade e equilíbrio. Apesar dessas diferenças, todos esses tipos de exercício produzem efeitos psicológicos positivos que podem ajudar no combate ao estresse.

Referências:

SACKS, M. H. Exercício para controle do estresse. In: GOLEMAN, D.; GURIN, J. Equilíbrio mente/corpo: como usar sua mente para uma saúde melhor. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

Endereço web: http://www.copacabanarunners.net/estresse.html

12. Contextualização

12.1. Doenças: a relação entre estresse e imunidade

Pesquisas recentes mostram que as conseqüências do estresse crônico são o enfraquecimento do sistema imunológico, ocorrendo assim, uma diminuição das defesas naturais às doenças.

Os problemas imunológicos podem ter impacto sobre a saúde: um sistema imunológico insuficientemente ativo deixa a pessoa suscetível a infecções; já a atividade excessiva do sistema imunológico pode favorecer o aparecimento de alergias e doenças auto-imunes.

Em 1982, Kiecolt-Glaser e Glaser realizaram uma pesquisa para determinar a relação entre estresse e imunidade e investigar sua relevância para a saúde

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humana. A pesquisa foi realizada com alunos de medicina da Universidade Estadual de Ohio e, com base na coleta de dados psicológicos e imunológicos dos alunos ao longo do ano acadêmico, eles descobriram que a produção de uma substância imunológica denominada interferon gama diminuiu até 90% durante o período de provas, diminuindo conseqüentemente a atividade das células citotóxicas naturais – as células que combatem tumores e infecções virais. Esses mesmos pesquisadores demonstraram em 1991, uma significativa correlação entre os níveis de estresse psicológico e a susceptibilidade à infecção pelo vírus causador da gripe comum.

Em 2004, alunas da Faculdade de Odontologia de Pernambuco realizaram um estudo para avaliar a relação entre o nível de estresse e a recorrência do herpes labial, com 408 estudantes daquela faculdade. Dos 38 casos de herpes labial detectados, 20 encontravam-se em fase de estresse intenso e 18 em fase de estresse moderado, ficando evidente a correlação entre a incidência do herpes labial e o nível de estresse.

Um pioneiro no estudo do assunto, Hans Selye, observou que muitos dos efeitos prejudiciais do estresse eram produzidos pela secreção prolongada de glicocorticóides. Os altos níveis de glicocorticóides no sangue prejudicam a função imunizadora, resultando na inibição da resposta inflamatória e na supressão do sistema imune, dificultando a cicatrização de ferimentos e aumentando a suscetibilidade do indivíduo às doenças infecciosas.

O estresse pode causar um hiperfuncionamento do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), resultando numa superprodução de glicocorticóides (nível de cortisol cronicamente alto), o que pode gerar uma diminuição da atividade imunológica, pois o cortisol inibe a produção tanto de leucotrienos como de prostaglandinas, substâncias envolvidas no processo inflamatório, aumentando muito o risco de contrair infecções.

Por outro lado, no caso de ocorrer um hipofuncionamento do eixo HPA, a quantidade de glicocorticóides circulante será muito baixa, ocorrendo um aumento tanto na intensidade quanto na duração da resposta inflamatória, pois quando os níveis de cortisol estão muito baixos, o sistema imunológico tende a reagir

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exageradamente, podendo levar a um aumento na incidência de doenças auto-imunes.

Referências:

KIECOLT-GLASER, J. K.; GLASER, R. Mente e imunidade. In: GOLEMAN, D.; GURIN, J.

Equilíbrio mente/corpo: como usar sua mente para uma saúde melhor. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

TEIXEIRA, N. A. Os glicocorticóides e a neuroimunomodulação. In: LIPP, M. E. N., (org). Mecanismos neuropsicofisiológicos do stress: teoria e aplicações clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

Referências

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