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RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO BRASKEM 2009

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RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

BRASKEM 2009

A Administração da Braskem S.A. (“Braskem”) submete à apreciação de V. Sas. o Relatório da Administração e as correspondentes Demonstrações Financeiras, com os pareceres dos Auditores Independentes e do Conselho Fiscal, referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2009.

Com a incorporação dos ativos da Petroquímica Triunfo em maio de 2009, este relatório contempla, para todos os períodos aqui demonstrados, informações consolidadas pro forma que incluem 100% dos resultados desse novo ativo. Em atendimento à instrução CVM 247, os números também contemplam a consolidação proporcional da participação na Cetrel S.A. — Empresa de Proteção Ambiental e não incluem a Refinaria Riograndense, já que sua consolidação proporcional foi dispensada pela CVM por motivo de materialidade. As informações trimestrais foram revisadas por auditores externos independentes.

1. Mensagem da Administração

A indústria petroquímica global passou por uma severa prova de resistência em 2009, tanto pelos efeitos da retração do consumo na maioria dos mercados globais, quanto pela forte queda de preços que desde meados de 2008 atingiu as commodities de modo geral. A crise, entretanto, trouxe excelentes oportunidades de crescimento para empresas como a Braskem, que estava bem preparada para enfrentar o ciclo de baixa do setor petroquímico, por ter adequado sua estrutura de custos e de capital ao período sazonal de menor rentabilidade previsto para essa indústria.

A Braskem ocupou posição de destaque nesse grupo de empresas, alcançando um patamar mais elevado em competitividade e porte por meio das aquisições da Quattor no Brasil e da Sunoco Chemicals nos Estados Unidos, concretizadas no início de 2010. Com essas iniciativas, a Companhia consolidou sua posição como a maior produtora de resinas das Américas e saltou da 12ª para a 8ª posição entre as principais petroquímicas globais, em linha com sua visão estratégica de estar entre as cinco maiores até o ano de 2020. A aquisição da Quattor marcou ainda a última grande oportunidade de consolidação do setor petroquímico brasileiro, permitindo ganhos de escala e competitividade capazes de assegurar ao país uma posição de destaque nesse que é um dos mais concorridos mercados globais.

A aquisição da Sunoco, por sua vez, representou a primeira aquisição da Braskem fora de seu mercado doméstico e abre, assim, uma nova agenda de crescimento para a Companhia a partir do processo de reestruturação pelo qual passa o setor petroquímico na América do Norte.

Além dessas operações, a Braskem incorporou, em 2009, a Petroquímica Triunfo, como parte do Acordo de Investimentos assinado em 2007 entre a Odebrecht e a Petrobras, fortalecendo a aliança estratégica entre os dois principais acionistas da Braskem.

Além da agenda estratégica, a Braskem manteve o foco na continuidade da eficiência operacional e da disciplina financeira, conseguindo reverter uma conjuntura muito

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desfavorável de mercado no primeiro trimestre do ano, quando, por cerca de um mês, a Companhia reduziu sua produção a 55% da capacidade nominal para ajustar os níveis de estoque à fraca demanda. Graças a um conjunto de iniciativas, a Companhia melhorou significativamente seu desempenho, alcançando um EBITDA em linha com o do ano anterior e uma margem EBITDA superior a 16%, uma das mais altas da petroquímica global no período.

Contribuíram para esse resultado o empenho das suas equipes em propor aos Clientes novas soluções capazes de adicionar valor aos seus negócios, a priorização de investimentos com elevado payback, um bem-sucedido programa de redução de custos fixos e a recuperação gradual do mercado a partir de abril, entre outros fatores. No sentido oposto, a apreciação da moeda brasileira frente ao dólar e a disponibilidade de excedentes de produção nos Estados Unidos, principalmente, permitiram participação maior das resinas importadas no mercado doméstico, entre 20% e 25% do total. Em razão da questão cambial e da queda dos preços internacionais do setor, a receita da Companhia com exportações teve redução de 7%.

Todos esses fatores ponderados, a receita bruta total da Companhia alcançou R$ 19,5 bilhões, 18% abaixo do montante verificado em 2008. Já o lucro líquido do período foi de R$ 917 milhões, já considerado o efeito da adesão da Companhia ao Refis, que teve um impacto negativo de R$ 638 milhões no resultado do quarto trimestre.

Em 2009, a Braskem também ampliou seu portfólio de projetos internacionais reforçando sua visão de criar uma base industrial em países da América Latina que dispõem de acesso a matéria-prima em condições competitivas, outro importante pilar da sua estratégia de crescimento. A Companhia, em associação com o grupo mexicano IDESA, venceu uma licitação de gás natural realizada pela Pemex no México, que permitirá a instalação de um complexo integrado para produção de aproximadamente 1 milhão de toneladas/ano de polietileno na região de Veracruz, com previsão de começar a operar em 2015. A Braskem desenvolve projetos semelhantes na Venezuela, no Peru e na Bolívia.

Evoluindo em sua meta de tornar-se líder no desenvolvimento de produtos a partir de matérias-primas renováveis, a Braskem foi a 1ª empresa a certificar o polietileno produzido a partir de etanol, o Polietileno Verde. A planta de eteno a partir de etanol, que está sendo construída em Triunfo, deverá operar a partir do 3º trimestre deste ano, elevando sua operação gradualmente até atingir sua capacidade de 200 mil toneladas/ano. Novos contratos de fornecimento futuro de plástico verde para empresas nacionais e globais negociados em 2009 confirmam a aceitação do produto pelo mercado, que valoriza cada vez mais as iniciativas capazes de contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Ainda nessa área, foi celebrado acordo de cooperação tecnológica com a Novozymes, líder mundial na produção de enzimas industriais, para desenvolvimento de uma nova rota competitiva para o Polipropileno Verde, resina que a Braskem já havia obtido em escala de laboratório com atestado de origem 100% renovável. A Companhia espera que o resultado desse acordo possa ser disponibilizado ao mercado em um prazo de 5 anos.

Como parte de seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e como resultado de programas focados em melhoria contínua, como o SEMPRE Excelência em Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA), a Braskem manteve a trajetória de melhoria em seus indicadores de ecoeficiência. Em relação a 2008, houve redução de 16% no consumo relativo de água e de 5% no de energia, de 17% na geração de resíduos sólidos e de 13% na emissão de efluentes líquidos. As taxas de frequência de acidentes totais e com

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afastamento incluindo Integrantes e parceiros, que já se situavam entre as mais baixas da petroquímica mundial, apresentaram novas reduções em 2009.

Os investimentos em SSMA totalizaram cerca de R$ 102 milhões no período, de um montante geral aproximado de R$ 900 milhões destinados pela Braskem no ano aos seus programas de crescimento, modernização e atualização tecnológica.

Para 2010, um desafio relevante para a Braskem será promover a perfeita integração dos novos ativos, equipes e culturas, enriquecendo-se com a diversidade de experiências e o compartilhamento das melhores práticas e competências de cada área. Esse é certamente um dos principais fatores que explicam o sucesso da Companhia ao longo de sua história. Os horizontes mais amplos de atuação a partir da nova configuração da Braskem criam excelentes oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal para seus Integrantes, sempre imbuídos do espírito de servir o Cliente.

A Braskem reafirma o compromisso em crescer junto com seus Clientes e com toda a sua cadeia produtiva, o compromisso de atuar em parceria para desbravar novos mercados, investir em pesquisa e tecnologia, liderar a busca de soluções visando o aumento conjunto de produtividade e competitividade, bem como de outros meios que alcancem consenso em nossa indústria. Tudo isso em benefício da sociedade e dos países onde está presente. Agradecimentos

A Administração da Braskem, após um ano de grande superação, renova os agradecimentos a seus Acionistas pelo apoio irrestrito na concretização dos projetos estratégicos que fortaleceram a Companhia. Nossos agradecimentos também são devidos aos Clientes, Fornecedores e Integrantes pela confiança mais uma vez depositada na Braskem em 2009. Essa parceria constitui a base que nos estimula a perseguir sempre o caminho da excelência.

2. Perspectivas

A economia mundial está voltando à normalidade antes do originalmente previsto após a crise de 2008. A ação dos governos do G-20, num nível de coordenação sem precedentes na história, evitou o default global do sistema. Entretanto, a recuperação ainda é bastante frágil, e a sustentação econômica continua muito dependente do estímulo estatal.

As questões fundamentais que provocaram a recente crise financeira ainda não foram tratadas, o que mantém elevado o risco de um novo colapso no preço dos ativos. A deterioração da situação fiscal dos estados soberanos, decorrente do acelerado crescimento da dívida pública mundial, acrescenta um novo componente de risco a um cenário de finanças globais desreguladas e desequilibradas.

O mercado está trabalhando com previsões relativamente otimistas de crescimento em 2010 para a economia americana (2,5%), europeia (1%), chinesa (8%) e brasileira (5%). Mas é importante ressaltar que essas previsões são válidas apenas no contexto de manutenção de normalidade econômica e que esta se encontra assentada em bases incertas. Embora o Brasil esteja bem posicionado no contexto mundial, pois possui um dos sistemas financeiros mais sólidos do mundo, dispõe de boas margens de manobra em relação às taxas de juros e conta com a força expansiva do seu próprio mercado interno, a dinâmica de nossa economia não está descolada da economia mundial.

Nesse panorama de incerteza, a estratégia adotada pela Braskem deve possibilitar o aproveitamento das oportunidades que se abrem num cenário de crescimento e,

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simultaneamente, manter a empresa preparada para o advento de uma possível crise. Por isso, a Companhia se mantém comprometida em preservar a qualidade do seu negócio em qualquer cenário, através: (i) da busca na eficiência operacional e do controle de custos; (ii) da parceria com seus clientes e da sustentabilidade da cadeia petroquímica nacional, (iii) da análise das melhores oportunidades no mercado de exportação e (iv) de sua política conservadora de manutenção de sua higidez financeira.

No que se refere ao quadro petroquímico, o 4T09 foi marcado pela alta dos preços de matérias-primas, que acompanharam a volatilidade do preço de petróleo, e pela recuperação dos preços de resinas e petroquímicos básicos. A retomada da demanda chinesa e o sinal de recuperação na demanda europeia, associados aos contínuos problemas operacionais no mercado internacional, também influenciaram a tendência dos preços.

Mantida a normalidade econômica, a expectativa para a indústria petroquímica nos primeiros meses de 2010 é positiva. Os fundamentos de mercado, até o momento, estão a favor dos produtores: (i) paradas programadas de manutenção na Ásia; (ii) limitada disponibilidade de oferta do Oriente Médio para o mercado internacional; (iii) forte desempenho da demanda chinesa; e (iv) sinais de recuperação na demanda europeia e norte-americana.

Mas vale ainda lembrar que o anúncio de entrada de novas capacidades, principalmente no Oriente Médio e na Ásia, é bem superior ao crescimento da demanda mundial, o que deverá pressionar novamente a rentabilidade da indústria petroquímica mundial.

No caso do mercado brasileiro, a expectativa é de que os preços domésticos no curto prazo continuem a acompanhar a tendência de alta do mercado internacional. Em relação à demanda e para o mesmo período, a expectativa é de queda em relação ao 4T09, refletindo a menor demanda sazonal do período. Porém, alguns fatores deverão continuar a impactar positivamente o mercado, como o bom desempenho dos setores de bens de consumo e de construção civil.

A Braskem está concentrando seus recursos em projetos prioritários, com alto retorno, autofinanciamento e rápido payback, mantendo a solidez financeira e a disciplina de capital. Os desembolsos com investimentos operacionais programados para 2010, que não consideram Quattor e Sunoco Chemicals, devem atingir R$ 1,1 bilhão, incluindo expansão de capacidade, novos projetos e paradas programadas. Além disso, a Companhia continua comprometida em reduzir seus custos e despesas fixas com o objetivo de aumentar sua competitividade.

Dentro do seu plano de crescimento para estar entre as 5 maiores petroquímicas globais, que inclui a diversificação de sua matriz energética e o fortalecimento de sua presença na região, a Braskem anunciou no dia 22 de janeiro de 2010 a compra da Quattor. A criação de um player nacional mais competitivo e mais apto a concorrer globalmente fez com que a Companhia chegasse à liderança das Américas em capacidade de resinas termoplásticas. No contexto de internacionalização, a Braskem anunciou no dia 1º de fevereiro de 2010 a aquisição dos ativos de PP da Sunoco Chemicals, estabelecendo, assim, uma posição de relevância também na América do Norte.

Em relação aos projetos greenfield, a Braskem permanece focada no aumento de sua competitividade, por meio de acesso a matérias-primas competitivas, e na diversificação da matriz, através da implantação da planta de polímeros verdes a partir de matéria-prima renovável.

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Uma das prioridades de 2010 será a consolidação e a captura das sinergias da integração dos ativos petroquímicos da Quattor e da Sunoco Chemicals.

Adicionalmente, a Braskem deverá aumentar sua capacidade de produção através da implementação de novos projetos, em investimentos que proporcionem retornos acima do custo de capital da empresa. Esses novos projetos incluem expansões adicionais de capacidade em plantas já existentes, como a retomada do estudo de expansão da capacidade de PVC de 200 mil toneladas/ano, programada para entrar em operação em 2012.

No âmbito de matéria-prima renovável, o ano de 2010 marcará o início da operação da planta de Eteno Verde, dentro do projeto de PE Verde, aprovado pelo Conselho em dezembro de 2008. Esse é um projeto estratégico de criação de valor na produção de polímeros a partir de etanol de cana-de-açúcar, característica importante para a sustentabilidade da indústria petroquímica. A Braskem iniciou as obras em 2009 e concluiu diversos contratos de comercialização de longo prazo com clientes globais. A planta está em cronograma adiantado de implantação e deve começar a operar antes do previsto, ainda no 3T10.

Dentro dos projetos de crescimento com melhoria da competitividade através de acesso a matéria-prima em condições mais atrativas, a Braskem está trabalhando em diversos projetos integrados no México, na Venezuela e no Peru, em parceria com empresas locais em cada região e na modalidade de project finance.

Em novembro de 2009, a Braskem e a IDESA — tradicional empresa petroquímica do México — foram declaradas vencedoras de um processo licitatório no México para a implementação de um projeto petroquímico a partir de etano na região de Veracruz por meio de contrato de fornecimento pela PEMEX-Gás de 66.000 barris/dia desse produto por 20 anos. Como resultado da licitação, firmaram um Memorando de Entendimentos e concretizaram em fevereiro de 2010 um contrato definitivo, que se compõe de (i) um compromisso de investimento por parte da Braskem-IDESA na construção de um cracker de etano para produzir 1 milhão de toneladas por ano de eteno e (ii) da construção de 3 plantas de polietilenos para a produção de, aproximadamente, 1 milhão de toneladas por ano de resinas de PEAD-PEBDL-PEBD.

Esse será o maior investimento em petroquímica no México dos últimos 15 anos e também o maior investimento de uma empresa brasileira naquele país. O investimento fixo previsto será da ordem de US$ 2,5 bilhões, com prazo de conclusão das obras e partida das unidades esperados para janeiro de 2015.

A Braskem, a Petrobras e a Petróleos del Perú – PetroPerú S.A. assinaram, em maio de 2008, um acordo visando avaliar a viabilidade técnica e econômica para a implementação de um projeto integrado para produção de 600 mil a 1 milhão de toneladas de polietilenos a partir de gás natural disponível no Peru. A Companhia concluiu a fase inicial de viabilidade técnico-econômica do projeto em 2009, bem como concretizou a renovação do acordo com a Petrobras e PetroPerú.

Com esses projetos, a Braskem consolidará sua presença na América Latina, atendendo a um grande mercado deficitário, que é o México, e, com o projeto no Peru, posicionando a Companhia no maior complexo integrado na costa do Pacífico, totalmente alinhada com a estratégia de atuação internacional, crescimento e consolidação da Braskem na região.

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A Braskem e a Pequiven decidiram avaliar uma nova modelagem para seus projetos petroquímicos das joint ventures Propilsur e Polimerica, devido à nova realidade do mercado internacional de crédito e a alternativas melhores para o fornecimento de matérias-primas.

No caso do projeto de polipropileno, da empresa mista Propilsur, a estatal petrolífera da Venezuela, PDVSA, apresentou alternativa de fornecimento da matéria-prima propeno a partir do Complexo de Refino de Paraguaná, no Estado Falcón. Diante dessa proposta, a Pequiven e a Braskem estão avaliando a viabilidade de mudança na concepção e no local do projeto.

Com a nova configuração e mudança do local do projeto de polipropileno, assim como a possibilidade sinalizada pela PDVSA de oferta futura de gás etano e outras fontes de matéria-prima na região do mesmo Complexo de Refino da PDVSA, em Paraguaná, a Pequiven e a Braskem também concordaram em adiar por um ano os desenvolvimentos relacionados ao projeto de polietilenos, da empresa mista Polimérica, com o objetivo de avaliar alternativas ainda mais competitivas para o projeto.

Os administradores da Companhia permanecem comprometidos em tornar a Braskem uma das empresas líderes da petroquímica global. O cenário macroeconômico e a solidez financeira continuam a ser diferenciais do Brasil no mercado mundial. A Braskem segue com seu compromisso de crescimento e desenvolvimento sustentável e continuará a agir proativamente em busca das melhores oportunidades, visando à criação de valor para seus acionistas e ao aumento da competitividade em toda a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos.

3. Desempenho Operacional

 3.1 Desempenho das Resinas Termoplásticas

O mercado brasileiro de resinas termoplásticas em 2009 foi marcado por uma recuperação gradual na demanda, iniciada nos meses de fevereiro e março, fechando o ano com um crescimento de 1% em relação ao ano anterior, equivalente a uma demanda1 de 4.270 mil toneladas no ano.

A recuperação foi intensificada durante o 2º semestre, que apresentou um crescimento de 18% em relação ao 1S09. O forte desempenho da economia brasileira impactou positivamente todos os segmentos de aplicação, como descartáveis, brinquedos, embalagens, calçados, etc. Os incentivos governamentais de redução do IPI para os setores de linha branca e automobilístico também impactaram positivamente o setor de plásticos.

Nesse contexto, as demandas por PE e PP encerraram o ano com crescimento de 4%. Já o PVC, devido à sua maior dependência do setor de construção civil, que teve um melhor desempenho somente a partir do 3T09, encerrou o ano com uma queda de 9% em relação a 2008.

1A demanda foi medida via estimativa interna da Companhia, uma vez que a Abiquim não divulgou os números de consumo aparente do mercado brasileiro de resinas termoplásticas em 2009.

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As importações continuaram a ter uma participação relevante no mercado brasileiro, 22%, devido à volatilidade de preços no mercado internacional e à menor demanda dos países desenvolvidos, além da apreciação do real ao longo do ano.

Diante desse cenário, as vendas domésticas de PP da Braskem cresceram 9% em relação ao ano anterior, impulsionadas pela recuperação de alguns setores da economia, como o automobilístico, linha branca, descartáveis, brinquedos, etc. Já as vendas domésticas de PE e PVC apresentaram redução de 2% e 8%, respectivamente. No agregado das resinas termoplásticas, o volume vendido no mercado doméstico ficou praticamente em linha com 2008, atingindo 2.213 mil toneladas.

A Companhia manteve sua posição de liderança no mercado doméstico, com 52% do mercado brasileiro de resinas, apoiada (i) numa estrutura diferenciada de inovação e tecnologia, que permite o desenvolvimento de novas aplicações e a substituição de materiais; (ii) em sua estratégia comercial; e (iii) num relacionamento de parceria com seus Clientes.

A Braskem foi capaz de regularizar seu nível de estoque, via gerenciamento das suas taxas de utilização e oportunidades no mercado internacional, que levaram as exportações de resinas termoplásticas a um crescimento de 67% no ano de 2009 em relação a 2008.

A produção de resinas da Braskem em 2009 foi 10% superior à apresentada no ano anterior, decorrente (i) da melhor taxa de utilização; (ii) da recuperação da demanda doméstica e regional; (iii) da operação a plena capacidade da planta de Paulínia em decorrência da expansão da Replan (Refinaria de Paulínia); e (iv) das janelas de oportunidade no mercado internacional.

Desempenho (t) Resinas Termoplásticas 2009 (A) 2008 (B) Var. (%) (A)/(B)

Vendas Mercado Interno

PE´s 1.056.941 1.083.731 (2)

PP 698.494 642.871 9

PVC 457.430 496.266 (8)

Total Resinas 2.212.864 2.222.869 (0)

Vendas Mercado Externo

PE´s 720.383 473.656 52 PP 228.363 99.395 130 PVC 40.262 18.474 118 Total Resinas 989.007 591.525 67 Vendas Totais PE´s 1.777.324 1.557.388 14 PP 926.856 742.266 25 PVC 497.691 514.740 (3) Total Resinas 3.201.872 2.814.394 14 Produção PE´s 1.740.470 1.586.963 10 PP 899.968 731.506 23 PVC 479.077 522.441 (8) Total Resinas 3.119.516 2.840.910 10

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3.2 - Desempenho de Petroquímicos Básicos

A contínua recuperação da demanda e dos preços no mercado internacional levou à recuperação nas taxas de utilização das centrais petroquímicas, chegando a um pico de 97% em média no terceiro trimestre do ano. A Braskem registrou recordes de produção de eteno nos meses de março, maio e agosto, nas plantas de Camaçari, na Bahia. O volume de produção total de eteno no ano foi de 2.256 mil toneladas.

A maior competitividade do gás natural em relação à nafta fez com que produtores que pudessem utilizar diferentes matérias-primas no seu processo de produção favorecessem o uso de leves (exemplo: etano, butano) ao longo do ano, limitando a oferta de coprodutos dos crackers, como propeno, butadieno e BTX, que, por isso, mantiveram a tendência de preços em alta desde o 1T09. Menor preço de matéria-prima e incerteza na demanda do downstream fizeram com que os preços caíssem em setembro e outubro, mas com recuperação a partir de novembro.

A taxa média de utilização das centrais petroquímicas da Companhia no ano foi de 89%, o que representou uma alta de 7% e 10% nas produções de eteno e propeno, respectivamente, em relação a 2008.

No ano de 2009, as vendas totais de eteno e propeno apresentaram alta de 29% em relação ao ano anterior, atingindo 804 mil toneladas. Já as vendas totais de BTX apresentaram crescimento de 22% em 2009, comparado com o mesmo período de 2008. Esses acréscimos refletem a recuperação da demanda doméstica das 2ª e 3ª gerações da cadeia petroquímica, as janelas de oportunidade e a melhor rentabilidade desses produtos no mercado internacional, além da maior produtividade das plantas da Braskem, já que em 2008 duas das centrais petroquímicas passaram por paradas programadas de manutenção. O butadieno apresentou um crescimento de 2% no volume total vendido, impulsionado pelo maior volume destinado ao mercado externo. Mesmo com o incentivo governamental e o bom desempenho do setor automobilístico no Brasil, esse é um setor dependente das exportações, que foram negativamente impactadas pela economia global.

Desempenho (t) Petroquímicos Básicos 2009 (A) 2008 (B) Var. (%) (A)/(B) Vendas Totais Eteno 286.969 252.502 14 Propeno 517.177 370.644 40 BTX* 955.451 782.405 22 Produção Eteno 2.255.963 2.116.924 7 Propeno 1.133.478 1.032.376 10 BTX* 972.860 845.102 15

*B TX - B enzeno , To lueno , Orto xileno e Paraxileno

4. Desempenho Econômico-Financeiro  4.1 - Receita

A receita bruta consolidada da Braskem foi de R$ 19,5 bilhões em 2009, comparada a R$ 23,8 bilhões em 2008, com queda de 18%. Em dólares, a receita bruta foi de US$ 10,0 bilhões, com redução de 25% em relação aos US$ 13,2 bilhões registrados em

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Da mesma forma, a receita líquida consolidada da Braskem foi de R$ 15,2 bilhões em 2009, com redução de 18% sobre a receita de R$ 18,5 bilhões registrada no ano anterior. Em dólares, a receita líquida alcançou US$ 7,8 bilhões, com queda de 25% em relação a 2008, reflexo principalmente de queda semelhante nos preços internacionais de resinas, e decréscimo na faixa de 40% para petroquímicos básicos. Essa redução é explicada principalmente pelo patamar de preços de resinas e de petroquímicos básicos significativamente inferiores ao apresentado no ano anterior, quando a escalada dos preços de matéria-prima impulsionou os preços internacionais desses produtos.

Receita Líquida (R$ milhões)

10.343

7.804

2008 2009

-25%

Receita Líquida (US$ milhões) 18.541

15.248

2008 2009

-18%

Em 2009, a receita líquida com exportações foi de US$ 2,1 bilhões (27% da receita líquida total), registrando uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Mais uma vez, a queda dos preços internacionais influenciou tal desempenho, visto que os volumes exportados de resinas e petroquímicos básicos aumentaram, respectivamente, 67% e 29% entre os períodos.

2.266

2.106

2008 2009

Exportações (US$ milhões)

-7%

22%

% Exportação na Receita

27%

No ano, 58% da receita líquida (excluindo-se a revenda de condensado e as vendas da QuantiQ) foram compostas por resinas termoplásticas.

América do Sul 31% Europa 27% América do Norte 23% América Central 9% Ásia 9% Outros 1%

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Resinas 58% Eteno 4% Propeno 6% BTX * 9% ETBE 3% Gasolina 4% Butadieno 3% Solventes 1%

Soda Líquida 3% Outros 9%

Receita Líquida por Produto (1) (2009)

1Não inclui processamento de condensado e vendas da QuantiQ (antiga Ipiranga Química) e Varient

* Benzeno, Tolueno, Paraxileno e Ortoxileno

O ano de 2009 foi desafiador para o mercado mundial e para a indústria petroquímica. O bom desempenho da economia brasileira e a capacidade da Companhia em aproveitar as boas janelas de oportunidade no mercado brasileiro reafirmaram o potencial de crescimento e de geração de valor para a Braskem.

 4.2 – Custo dos Produtos Vendidos (CPV) Em 2009, o Custo dos Produtos

Vendidos (CPV) da Braskem totalizou R$ 12,7 bilhões, 19% inferior ao CPV apurado em 2008. Essa queda está diretamente relacionada à redução dos patamares de preços da nafta, bem como pela maior eficiência operacional, consequência da modernização realizada nas paradas programadas de manutenção em 2008 e das altas taxas de operação associadas ao programa de redução de gastos fixos.

O preço médio da nafta ARA (Amsterdã – Roterdã – Antuérpia) em 2009 foi de US$ 533/t, 32% abaixo da média de 2008, que foi de US$ 790/t. A Braskem adquire a maior parte da nafta consumida da Petrobras, sendo o restante importado diretamente de fornecedores do norte da África, da Argentina e da Venezuela.

A depreciação e a amortização incluídas no CPV atingiram R$ 931 milhões em 2009, um aumento de 36% em relação ao ano anterior, devido, principalmente, a um aprimoramento dos critérios utilizados na definição da vida útil de suas plantas industriais.

Um importante passo para a redução do impacto da volatilidade da matéria-prima foi dado em março de 2009, quando entrou em vigor o novo contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras. Com prazo de cinco anos, renováveis por outros cinco, o contrato prevê cláusula

Nafta / Condensado 66,6% Outros Custos Variáveis 8,6% Deprec / Amort 7,1% Salários/ Benef. 4,4% Energia Elétrica 6,1% Serviços 2,5% Gás Natural 2,1% Óleo Combustível 1,2% Outros 1,4% CPV 20091

1 Não inclui revenda de condensado e custos da Quantiq (antiga Ipiranga Química) e da Varient

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de qualidade de parafinicidade e contaminantes, e a fórmula de preço define variação isonômica de desconto e prêmios sobre a referência ARA.

 4.3 - Despesas Gerais e Administrativas e Despesas com Vendas

No início de 2009, a Companhia assumiu um compromisso de redução de custos fixos de aproximadamente R$ 200 milhões anuais. Ao compararmos os gastos fixos desembolsáveis (afetando custo de produção e despesas fixas em DVGA) entre 2009 e 2008, o resultado do esforço foi de R$ 170 milhões. Na demonstração de resultados, esse valor foi diluído pelo impacto dos elevados estoques de produtos acabados e em processo no início do ano, que carregavam maiores custos incorridos em 2008.

Com as iniciativas implementadas ao longo de 2009, a Braskem inicia o ano de 2010 com uma menor base de custos, o que deve continuar contribuindo para o aumento de sua competitividade.

As Despesas Gerais e Administrativas totalizaram R$ 638 milhões; comparadas aos R$ 692 milhões atingidos em 2008, apresentaram uma redução de 8%. Esse desempenho é decorrente dos esforços na redução dos custos fixos da Companhia.

Durante o ano de 2009, as Despesas com Vendas foram de R$ 536 milhões, com aumento de 4% em relação aos R$ 514 milhões registrados em 2008. Esse aumento é decorrente do maior volume de vendas no mercado externo, principalmente o de resinas, que foi 67% superior ao registrado no ano anterior.

 4.4 – EBITDA

O EBITDA consolidado da Braskem em 2009 foi de R$ 2,5 bilhões, em linha com o registrado no ano anterior. A manutenção do EBITDA em 2009 foi possível devido: (i) à recuperação das vendas de resinas e petroquímicos básicos, (ii) à maior eficiência operacional de suas plantas e (iii) aos esforços das equipes em reduzir custos e agregar serviço e valor aos produtos. Isso ocorreu mesmo com um cenário adverso de: crise global, retração da demanda interna de resinas termoplásticas até meados do ano, apreciação média do real em 8,2% e entrada de novas capacidades no mercado internacional. Quando traduzido em dólares, o EBITDA anual apresentou 8% de queda entre os anos, alcançando US$ 1,3 bilhão em 2009.

A margem EBITDA de 2009 foi de 16,2%, 2,8 p.p. superiores à margem de 13,4% alcançada em 2008. Eliminando-se o impacto da revenda de nafta/condensado/petróleo e os efeitos não recorrentes positivos contabilizados ao longo do ano e que somam R$ 206 milhões, o EBITDA foi de R$ 2,3 bilhões, com margem de 15,6%.

2.485 2.475 2008 2009 EBITDA (R$ milhões) 1.385 1.273 2008 2009 -8%

EBITDA (US$ milhões)

 4.5 - Resultado Financeiro Líquido

O resultado financeiro líquido encerrou 2009 com uma receita financeira líquida de R$ 572 milhões, comparada à despesa de R$ 3.696 milhões em 2008. Essa variação deve-se,

(12)

principalmente, à apreciação do real em 25% em 2009, com impacto positivo de R$ 2,3 bilhões, e à adesão da Companhia, em novembro, ao Programa de Parcelamento de

Débitos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Secretaria da Receita Federal (Refis), trazido pela Lei no 11.941/2009, referente ao pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro (“CSSL”).

Por ter exposição líquida ao dólar (passivos atrelados a essa moeda maiores que os ativos), a variação cambial impactou positivamente o resultado financeiro da Braskem em 2009. Com a geração operacional de caixa fortemente dolarizada, a Companhia considera a exposição adequada. Praticamente 100% da receita está vinculada, direta ou indiretamente, à variação do dólar, e a maioria dos seus custos também estão atrelados a essa moeda. É importante ressaltar que o efeito da variação cambial, positivo em R$ 2.286 milhões no ano, não tem impacto direto sobre o caixa da Companhia no curto prazo. Esse valor representa o efeito da variação cambial, principalmente sobre o endividamento da Companhia, e será desembolsado por ocasião do vencimento da dívida, que tem prazo médio de 10 anos.

Excluindo-se os efeitos da variação cambial e monetária, o resultado financeiro líquido de 2009 foi negativo em R$ 1.575 milhões, um aumento de R$ 717 milhões em relação ao ano anterior, principalmente (i) pela adesão da Companhia ao Refis, que teve um impacto negativo de R$ 547 milhões, referentes a encargos e multas da CSSL; e (ii) pelos encargos financeiros maiores embutidos na compra de nafta do exterior.

(R$ Milhões) 2009 2008 Despesas financeiras 900 (4.415) Juros Financiamento (655) (560) Variação Monetária (VM) (198) (234) Variação Cambial (VC) 2.892 (3.173)

Desp c/Oper. Financ.(CPMF/IOF/IR) (33) (65)

Juros e multas s/Passivos Tributários (758) (91)

Outras Despesas (348) (292)

Receitas financeiras (328) 719

Juros 179 124

Variação Monetária (VM) 59 28

Variação Cambial (VC) (607) 541

Juros SELIC s/Ativos Tributários 7 8

Outras Receitas 34 18

Resultado Financeiro Líquido 572 (3.696)

(R$ Milhões)

2009 2008

Resultado Financeiro Líquido 572 (3.696)

Variação Cambial (VC) 2.286 (2.632)

Variação Monetária (VM) (139) (206)

Resultado Fin excluindo-se a VC e VM (1.575) (858)

Com o objetivo de proteger o seu fluxo de caixa e reduzir a volatilidade ao financiamento do seu capital de giro e de programas de investimento, a Braskem adota procedimentos de gestão de riscos de mercado e de crédito em conformidade com sua Política de Gestão

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Financeira e com a Política de Gestão de Riscos. Em dezembro de 2009, a Companhia possuía 3 operações de derivativos com finalidade de hedge (proteção) e características de vencimento, moedas, taxas e montantes que se adéquam perfeitamente aos ativos e passivos que estão protegendo. Em quaisquer cenários que se apresentem, ajustes positivos ou negativos nos hedges serão contrapostos por ajustes negativos ou positivos nos ativos e passivos.

 4.6 – Lucro Líquido / Prejuízo

A Braskem registrou em 2009 um lucro líquido de R$ 917 milhões, um aumento de R$ 3,4 bilhões com relação ao prejuízo de R$ 2,5 bilhões de 2008. Ainda que a adesão ao Refis tenha impactado negativamente o lucro líquido em R$ 638 milhões no 4T09, o bom desempenho operacional e a apreciação do real perante o dólar proporcionaram a recuperação dos resultados da Companhia.

 4.7 – Estrutura de Capital, Liquidez e Rating

A dívida líquida ao final de 2009 foi de R$ 6,6 bilhões, enquanto R$ 9,0 bilhões foram registrados em 31 de dezembro de 2008, representando uma redução de 27% entre os anos. Essa redução decorre, principalmente, dos seguintes fatores: (i) depreciação do dólar frente ao real2 em 25% no ano de 2009, com impacto positivo de R$ 2,1 bilhões; (ii) EBITDA de R$ 2,5 bilhões gerados no exercício; e (iii) contribuição da redução de capital de giro, principalmente pela queda dos estoques, com impacto de R$ 126 milhões. Tais fatores foram parcialmente compensados pelos investimentos realizados no ano. Quando expressa em dólares norte-americanos, a dívida líquida da Braskem foi de US$ 3,8 bilhões em 31 de dezembro de 2009, praticamente em linha com a apresentada ao final de 2008, de US$ 3,9 bilhões. Ao final de 2009, o endividamento atrelado ao dólar norte-americano correspondia a 64%, contra 76% ao final de 2008.

A alavancagem financeira da Braskem, medida pelo indicador Dívida Líquida/EBITDA, que era de 3,73 vezes em 2008, fechou 2009 em 2,67 vezes, devido à queda do endividamento líquido no ano e à manutenção do resultado operacional.

9.026

6.612

Dez 08 Dez 09

-27%

Dívida Líquida (R$ milhões)

3.862 3.797

Dez 08 Dez 09

-2%

Dívida Líquida (US$ milhões)

3,73

2,67

Dez 08 Dez 09

-28%

Dívida Líquida / EBITDA (R$ milhões)

Abaixo, detalhamos o endividamento bruto por categorias e por indexadores.

2

(14)

Operações Estruturadas 35% Mercado de Capitais 36% Capital de Giro 7% Agentes Gov. Nacionais 21% Agentes Gov. Estrangeiros 1%

Endividamento Bruto por Categoria

CDI 15% Pré 4% Trade Finance 34% Non Trade Finance 30% TJLP-6 15% Outros 2%

Endividamento Bruto por Indexador

US$ 64%

O gráfico a seguir ilustra a agenda de amortização da Companhia em 31 de dezembro de 2009:

*Não inclui os Custos de Transação

1,854 1,834 1,642 1,267 1,213 1,163 585 1,224 871 1,295 Aplicado em US$ Aplicado em R$ Agenda de Amortização* (R$ milhões) 31/12/2009 Dívida Bruta: 9.760 Dívida Líquida: 6.612 Prazo Médio: 9,5 em R$ milhões em anos 2010 2011 2012 2013 2014/ 2015 2016/ 2017 2018/2019 em diante2020 31/12/09 Saldo das Disponibilidades 3.148 19% 17% 13% 12% 12% 6% 12% 9%

Classificação de risco – Escala Global

Ao longo de 2009, as agências de classificação de risco Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch reafirmaram seus ratings, respectivamente, em ‘BB+’, ‘Ba1’ e ‘BB+’, todos com perspectiva estável, tanto para moeda local quanto para moeda estrangeira. A manutenção dos ratings demonstra o êxito da Companhia em administrar sua estrutura de capital num cenário desafiador para a indústria petroquímica como foi o de 2009, somada à crise financeira global, que reduziu a oferta de crédito em grande parte das economias.

Em escala nacional, os ratings também se mantiveram ao longo do ano: ‘brAA+’ com perspectiva estável pela Standard & Poor’s, ‘brAA’ com perspectiva positiva pela Fitch e ‘Aa2.br’ com perspectiva estável pela Moody’s.

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5. Investimentos

A Braskem, mantendo seu compromisso com a disciplina de capital e com a realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, realizou investimentos operacionais que totalizaram R$ 894 milhões (não inclui juros capitalizados) em 2009. Esse valor foi significativamente inferior ao de 2008, quando os investimentos chegaram a R$ 1,4 bilhão. Os principais fatores para essa redução foram: (i) a menor necessidade de investimento na reposição de equipamentos e paradas programadas, visto que no ano anterior foram realizadas grandes paradas programadas de manutenção em suas duas centrais petroquímicas, além de investimentos para finalização da Petroquímica Paulínia, e (ii) a

reprogramação dos cronogramas de execução de alguns projetos, visando manter a higidez financeira da Companhia, sem, contudo, afetar o desempenho de seus ativos.

Os recursos de 2009 foram aplicados nas áreas operacionais, de tecnologia, saúde, segurança e meio ambiente e nos sistemas de informação, tendo beneficiado todas as unidades de negócio da Companhia.

Merece destaque o investimento no projeto de PE Verde, para a produção de eteno a partir de etanol (matéria-prima renovável), que permitirá a produção em escala industrial de 200 kt/a de Polímero Verde e consumiu R$ 183 milhões em 2009. As obras estão avançadas em relação ao cronograma e a planta está programada para entrar em operação no 3T10. Outro destaque é o investimento realizado na conclusão da conversão da Unidade de MTBE para ETBE da Unidade de Petroquímicos Básicos da Bahia, na ordem de R$ 43 milhões, que têm sua importância ampliada face à utilização de matéria-prima renovável (etanol). Essa planta entrou em operação em junho de 2009.

A Braskem realizou, ainda, desembolsos no valor de R$ 187 milhões em paradas programadas para manutenção, em linha com o objetivo de manter suas plantas com altos níveis de eficiência operacional e confiabilidade.

6. Inovação & Tecnologia

Servir os clientes e criar valor para a cadeia petroquímica e de plástico são os principais vetores que orientam o trabalho da Braskem na área de Inovação e Tecnologia. Para os clientes, essa diretriz contribui para aprimorar sua competitividade e conquistar novos mercados. Além disso, permite à Braskem posicionar-se em segmentos de mercado com produtos de valor agregado mais alto, beneficiando acionistas, investidores, transformadores de material plástico e consumidores finais.

Nesse contexto, destacamos algumas realizações de Inovação & Tecnologia em 2009:

37 50 187 68 55 102 188 207 2009 Investimentos (milhões de R$) 894 Reposição de Equipamentos SSMA Modernização Produtividade Paradas de Manutenção Sistema de Informação Qualidade / Outros Aumentos de Capacidade

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a) Estabelecimento de contratos de parceria para desenvolvimento de projetos tecnológicos com importantes universidades nacionais e internacionais, como UNICAMP, UFRJ, UFRGS e Waterloo, no Canadá. Para execução desses projetos, celebramos convênios com órgãos de fomento tecnológico, através dos quais receberemos apoio financeiro de mais de R$ 10 milhões em recursos não reembolsáveis;

b) Constituição de uma sólida parceria entre a Braskem e o CENPES — Centro de Pesquisas da Petrobras —, iniciando projetos conjuntos de relevante interesse estratégico para o país e para a competitividade do setor petroquímico nacional, através do desenvolvimento de polímeros de fontes renováveis e de tecnologias/produtos importantes para a superação dos desafios tecnológicos na exploração de petróleo.

c) Projeto de desenvolvimento de resinas de PP para Steel Pipe Coating (SPC), utilizadas em revestimentos de dutos de petróleo para aplicação offshore. A resina tem a função de proteger o aço da corrosão e manter a temperatura do óleo. Esse projeto, com grande potencial de crescimento, foi desenvolvido em interface com a multinacional canadense Bredero Shaw, e confirma a capacidade de internacionalização de aplicação das resinas da Companhia.

d) Participação ativa da Companhia, em conjunto com outros representantes da indústria química e petroquímica nacional, na construção da agenda tecnológica do PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo), programa do governo federal coordenado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) para fortalecer a competitividade da indústria nacional. Os temas priorizados pelo PDP no setor de plásticos e os respectivos projetos da Braskem são:

- Química de Renováveis; - Reciclagem Energética;

- Materiais Especiais de Alta Tecnologia.

A Braskem voltou a inovar no último Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Nesse evento, o troféu foi produzido durante a prova, utilizando material plástico reciclado que havia sido consumido durante a própria corrida.

Em dezembro de 2009, a Companhia anunciou a constituição de uma parceria com a Novozymes, líder mundial na produção de enzimas industriais, em pesquisa para desenvolvimento de polipropileno (PP) feito a partir da cana-de-açúcar. A Braskem foi a primeira empresa no mundo a produzir e certificar o polipropileno de fonte 100% renovável em base experimental, trabalhando em parceria com universidades, como, por exemplo, a Unicamp, para acelerar o desenvolvimento dessa resina.

Com esses projetos, a Braskem reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a perpetuidade de seus negócios.

Atuar em aliança com institutos de pesquisa de reconhecida competência tem trazido resultados relevantes para a Braskem, o que proporcionou mais 18 depósitos de patentes ao longo de 2009, totalizando 249 patentes registradas pela Companhia.

7. Mercado de Capitais e Relações com Investidores

As ações preferenciais classe “A” da Braskem negociadas na BM&FBovespa (BRKM5) encerraram o ano de 2009 cotadas a R$ 14,08 por ação, com a expressiva valorização de 154% em relação ao registrado no final de 2008, quando a ação fechou cotada a R$ 5,55.

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No mesmo período, o índice Ibovespa apresentou alta de 83%, indicando a significativa recuperação da BM&FBovespa com a redução da aversão ao risco e consequente retorno dos investidores ao mercado de capitais. As ações da Braskem também foram positivamente influenciadas ao longo de 2009 por outros fatores, dentre os quais se destacam: (i) o bom desempenho da economia brasileira; (ii) a recuperação dos preços internacionais de resinas e de petroquímicos básicos; (iii) a manutenção dos spreads resina/nafta em patamar acima do esperado pelo mercado, decorrente do atraso do ciclo de baixa; (iv) o anúncio de projetos de expansão no México; (iv) a expectativa de consolidação da indústria petroquímica nacional, com a aquisição da Quattor; e (v) a expectativa de aquisição pela Braskem de ativos no mercado norte-americano.

Os ADRs da Braskem (BAK) negociados na NYSE Euronext fecharam 2009 cotados a US$ 16,41 por ADR, uma alta de 240% no período, potencializada também pela valorização do real em relação ao dólar e pelo início da recuperação do sistema financeiro internacional, que fez com que o S&P 500 apresentasse um crescimento de 23%.

As ações preferenciais classe “A” negociadas na Latibex (XBRK) fecharam o ano cotadas a € 5,77 por XBRK, com valorização de 248% no período, enquanto o FTSE100 Europa apresentou alta de 35%. Mais uma vez a valorização do real impactou positivamente o resultado.

O volume financeiro médio diário da ação preferencial classe “A” da Braskem na BM&FBovespa (BRKM5) apresentou uma queda de 18% em 2009 em comparação com 2008, passando de R$ 15,8 milhões para R$ 13,0 milhões. Mesmo com o crescimento de 11% do volume médio de títulos negociados e a recuperação do preço da ação ao longo do ano, a cotação média de 2009 foi menor do que no ano anterior. Na NYSE, o ADR da Braskem (BAK) apresentou volume financeiro médio diário de US$ 2,1 milhões em 2009, 33% abaixo do volume apresentado em 2008. Na Latibex, a XBRK apresentou redução no volume financeiro diário de 5%, passando de € 16,1 mil em 2008 para € 15,2 mil em 2009. Na carteira teórica do Ibovespa, válida para os meses de janeiro a abril de 2010, a Braskem ocupa a 54ª posição em liquidez, com 0,51% de participação no índice.

Pelo 5º ano consecutivo, a Braskem participa do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), fazendo parte de um seleto grupo de empresas que compõem a carteira para o período de dezembro de 2009 a novembro de 2010. Criado pela BMF&Bovespa em parceria com entidades profissionais ligadas ao mercado de capitais, além da Fundação Getúlio Vargas, do Instituto Ethos e do Ministério do Meio Ambiente, o índice tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro. Em 2009, 34 companhias se classificaram para compor o índice.

Em setembro de 2009, a Braskem recebeu pela segunda vez o Troféu Transparência da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), um prêmio conquistado por empresas que apresentam os balanços com melhor qualidade no país. Esse prêmio é um reconhecimento da qualidade da comunicação praticada pela Companhia e reforça a postura de transparência e respeito que pauta seu relacionamento com Investidores, Clientes, Fornecedores e o Público em geral.

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8. Sustentabilidade

Alicerçada por seus valores e por seu compromisso público com os princípios do Desenvolvimento Sustentável, a Braskem desenvolveu, desde 2008, uma agenda pautada pela avaliação de suas práticas em termos de responsabilidade econômica, social e ambiental, visando estabelecer sua política de sustentabilidade empresarial e redefinir seus programas relacionados ao tema. Essas iniciativas deverão ser conduzidas para valorizar as pessoas, minimizar riscos, aumentar a eficiência, gerar vantagem competitiva, dirigir inovação em produtos e processos e revelar novas oportunidades de negócios.

A Braskem, após aderir ao Pacto Global em 2007, passou, em 2008, a integrar o Comitê Brasileiro do Pacto Global – CBPG, formado por 33 grandes empresas e coordenado pelo Instituto Ethos. O Pacto Global é um programa da ONU coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cuja agenda visa fortalecer a Responsabilidade Social nos diferentes países, advogando princípios universais de Direitos Humanos, Direitos do Trabalho, Proteção Ambiental e em favor da Ética. No 2º semestre de 2009, a Braskem apresentou à ONU o Relatório de Comunicação de Progresso, relatando o avanço obtido para a disseminação dos dez Princípios do Pacto Global.

A Braskem acompanhou e participou das discussões empresariais relativas ao mais importante problema ambiental da atualidade, a Mudança Climática, incluindo a participação na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague. Publicou um manifesto público em que explicitou que está comprometida com uma economia de baixo carbono e assume os seguintes compromissos:

1. Continuar a melhorar a intensidade de nossas emissões de gases efeito estufa através do aumento da eficiência energética e da identificação das novas oportunidades tecnológicas;

2. Reforçar a contribuição da Braskem para a redução dos gases efeito estufa através do uso de matérias-primas renováveis;

3. Intensificar o desenvolvimento de mercado para produtos que reduzam as emissões de gases efeito estufa;

4. Participar de iniciativas que promovam o conceito de consumo consciente, reforçando o papel da escolha do consumidor como alavancador de mudanças; 5. Continuar a publicar nosso inventário de emissões de gases efeito estufa para dar

transparência à nossa evolução;

6. Apoiar as discussões sobre mudanças climáticas nos fóruns empresariais, especialmente na ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), e junto ao governo e à sociedade organizada, de modo a influenciarmos e sermos influenciados nessa interação;

7. Apoiar as decisões do governo brasileiro que contribuam para o desenvolvimento sustentável, considerando-o soberano sobre nossas iniciativas

O desenvolvimento de Produtos Verdes, produzidos a partir de matéria-prima renovável, está alinhado com a estratégia da Companhia de melhoria de competitividade e de criação de valor por meio da tecnologia e da inovação e reforça o compromisso da Braskem em promover o desenvolvimento sustentável, em sintonia com as aspirações da sociedade em prol de iniciativas que contribuam concretamente para a redução da emissão de CO2 na atmosfera. Destacam-se dois projetos: a produção de ETBE e de Polietileno Verde.

Dando continuidade ao projeto de produção de ETBE iniciado no polo de Triunfo (RS), a Braskem também investiu na substituição de sua produção de MTBE por ETBE em

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Camaçari (BA), com capacidade do projeto de 210 mil toneladas. O investimento concluído em 2009, além de utilizar um recurso natural renovável, traz como benefício ambiental a redução da emissão de 265.000 toneladas de CO2 por ano.

O projeto do Polietileno Verde é um investimento em uma nova unidade industrial para produzir eteno a partir do etanol de cana-de-açúcar em Triunfo, com capacidade de 200 mil toneladas por ano, que traz como benefício ambiental a redução da emissão de 500.000 toneladas de CO2 por ano.

8.1. SSMA

Em termos de gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente — SSMA, a Braskem tem evoluído continuamente, através da aplicação de 16 Elementos Estratégicos do SEMPRE em todas as suas unidades. Foi realizado um diagnóstico nas unidades adquiridas e validado um planejamento para alinhamento em 100% dessas unidades com a estratégia de excelência em SSMA da Braskem.

Os investimentos da Braskem em SSMA totalizaram R$ 102 milhões e contribuíram para a evolução dos índices de performance da Companhia nessa área.

Em 2009, a Taxa de Frequência de Acidentes com e sem Afastamento, considerando Integrantes e Parceiros por milhão de horas trabalhadas, foi de 0,85, o que demonstra uma redução de 50% em relação ao ano anterior e o melhor resultado da Braskem desde a sua criação. De acordo com esse indicador, a Braskem está incluída entre as empresas com melhor desempenho em segurança ocupacional na petroquímica mundial, considerando como benchmark mundial a taxa de 1,00. A Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento, considerando integrantes e parceiros por milhões de horas trabalhadas, foi de 0,17, uma redução de 50% em relação ao ano anterior.

Esses resultados refletem a abordagem de evolução cultural com foco no comportamento preventivo que vem sendo desenvolvido pela organização nos últimos anos, tendo como fator determinante a participação ativa das lideranças, dos Integrantes e dos Parceiros. Com relação à Segurança de Processos, houve uma evolução significativa no Risk Rating médio das plantas da Braskem de 85,9 pontos em 2005 para 88,9 pontos em 2009, fruto da melhoria do gerenciamento de riscos das instalações e dos processos. Das 17 plantas, 10 são above standard e as demais estão na categoria standard.

Em relação à Segurança Química, a Braskem assumiu perante o ICCA (International Council of Chemical Associations) o compromisso de liderar, junto com a Abiquim

0,85 0,39 0,49 0,28 0,49 0,54 0,34 0,17 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Taxa de Frequência de Acidentes CAF

(1.000.000 hht) 5,12 2,85 2,20 1,14 1,71 2,89 1,69 0,85 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Taxa de Frequência de Acidentes SAF + CAF

(1.000.000 hht)

Nota: Todos os indicadores de segurança incluem os dados da PE3 a partir de 2006, UNIB-RS, PE5 e PP2 a partir de 2007, PP3 a partir de 2008 e PE6 a partir de 2009.

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(Associação Brasileira da Indústria Química), a implantação do GPS (Global Product Strategy). O GPS é uma iniciativa do ICCA para promover o reconhecimento e a divulgação dos riscos, às pessoas e ao meio ambiente, decorrentes do uso de produtos químicos. Essa iniciativa está alinhada à estratégia global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), com objetivo similar, chamada SAICM (Abordagem Estratégica para a Gestão Internacional das Substâncias Químicas). Em 2009, foi conduzido um piloto para verificar a adequação do draft de diretriz global do ICCA à situação do Brasil. A versão final da diretriz será emitida pelo ICCA em 2010, considerando as contribuições recebidas pelos diversos pilotos espalhados pelo mundo.

No que se refere à Gestão de Saúde, as estratégias e ações da Braskem envolvem atividades de promoção à saúde que visam o bem-estar físico, mental e social dos Integrantes na busca de uma perfeita harmonia que permita sustentabilidade empresarial com satisfação pessoal, bem como o atendimento aos programas de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho.

As orientações e ações de prevenção de doenças ocupacionais e clínicas adotadas pela empresa seguiram procedimentos uniformes de saúde, padrões técnico-científicos referenciais e de diagnóstico precoce, aliados às práticas sistematizadas e padronizadas de utilização das melhores tecnologias de produção, de controle operacional e de capacitação das pessoas, para proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável. As novas condutas e procedimentos médicos de orientação aos integrantes resultaram na melhoria da sinistralidade no plano de saúde da assistência médica supletiva, contribuindo sobremaneira na renegociação das apólices de saúde da Braskem e na obtenção de baixos índices de absenteísmo por problemas de saúde. Em 2009, houve a incidência de três registros de doenças ocupacionais.

Programas de monitoramento sistemático dos locais de trabalho, previstos nos PPRAs (Programas de Prevenção dos Riscos Ambientais) permitiram gerenciar as ações de prevenção e controle dos riscos químicos, físicos, biológicos e ergonômicos dentro de padrões reconhecidos internacionalmente.

No que se refere ao Meio Ambiente, em 2009 a Braskem alcançou o melhor resultado para todos os indicadores de ecoeficiência desde 2002, devido principalmente aos investimentos e às iniciativas dos grupos de melhoria focalizada.

Pode-se verificar a melhoria contínua dos indicadores de ecoeficiência, conforme ilustram os gráficos a seguir: 2,71 2,49 1,88 1,65 1,69 1,26 1,42 1,23 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Geração de Efluentes (m³/t)

Geração de Efluentes Líquidos Melhoria de 13% em relação a 2008 e redução na geração absoluta de 1.092.015 m3/ano

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9,93 7,95 6,10 5,28 5,47 3,35 3,34 2,76 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Geração de Resíduos (kg/t) 11,96 12,28 12,31 11,76 11,48 12,23 11,71 11,12 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Consumo de Energia (GJ/t) 5,49 5,34 5,17 5,11 4,98 4,62 4,74 4,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Consumo de Água (m³/t)

Em 2009, foi concluída a construção da nova adutora Santa Helena na Bahia, projeto que garante o abastecimento de água da Barragem Santa Helena para todo o Polo em épocas de estiagem, a partir de um manancial que não sofre maiores influências climáticas, assegurando, assim, a continuidade das operações industriais. Esse projeto permite também que a água que anteriormente abastecia o Complexo de Camaçari possa ser destinada para o abastecimento da cidade de Salvador. O projeto foi realizado em parceria com a Embasa (Empresa de Água e Saneamento do Estado da Bahia).

Com relação aos Gases de Efeito Estufa (GEE), o inventário da Braskem engloba os gases CO2 (dióxido de carbono), CH4 (gás metano), N2O (óxido nitroso) e HFC 134 (hidrofluorcarbono, fluido refrigerante).

Em 2009, a Braskem finalizou o inventário de emissões em todas as suas plantas, com base no ano de 2008. As emissões diretas do ano de 2008 foram de 7.406.854,12 tCO2 e as emissões indiretas foram de 186.449,36 toneladas de CO2. As emissões diretas, que representam 97,5% do total de CO2 emitido pela Braskem, caíram, em 2008, 9% em relação

Nota: Todos os indicadores incluem os dados da PE3 a partir de 2006, UNIB-RS, PE5 e PP2 a partir de 2007, PP3 a partir de 2008 e PE6 a partir de 2009.

Geração de Resíduos Sólidos Melhoria de 17% em relação a 2008 e redução na geração absoluta de 3.919.874 kg/ano

Consumo de Energia

Melhoria de 5% em relação a 2008 e aumento no consumo absoluto de 898.569 GJ/ano

Consumo de Água

Melhoria de 16% em relação a 2008 e redução no consumo absoluto de 4.749.632 m3/ano

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a 2007. Fatores macroeconômicos, tais como crise mundial e queda de preço do barril de petróleo, impactaram a produção e, consequentemente, a diminuição das emissões. Esse passo foi complementado por um compromisso público lançado em agosto de 2009, com o título “É preciso amadurecer para ser verde”, no qual a Braskem se comprometeu a “continuar a melhorar a intensidade de nossas emissões de gases de efeito estufa através do aumento da eficiência energética e da identificação de novas oportunidades tecnológicas”, a “reforçar a contribuição da Braskem para a redução dos gases de efeito estufa através do uso de matérias-primas renováveis”, entre outras medidas.

8.2. Responsabilidade Social

A filosofia empresarial da Braskem está voltada à valorização do ser humano pela educação e pelo trabalho, tendo como premissas a disposição para servir, a capacidade e o desejo de evoluir e a vontade de superar resultados. O alcance dessa visão sobre a missão empresarial se estende além do território da Companhia e contempla as comunidades das quais participa, com suas tradições e manifestações culturais que constituem um rico patrimônio intangível, que deve ser preservado e valorizado. Uma das formas de alcançar esses objetivos é através do investimento social privado em programas alinhados aos princípios e valores da Braskem, nos quais foram investidos R$ 7,5 milhões em 2009. Desse conjunto, são destacados os projetos a seguir:

A Fundação Odebrecht é instituidora, na região do Baixo Sul da Bahia, do Modelo de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi. Tem como desafio tornar próspera e dinâmica uma área rural estagnada e deficitária, com características especiais de desequilíbrio socioeconômico e ambiental. Os projetos que integram o Modelo têm como objetivo desenvolver economicamente as localidades beneficiadas, promovendo, de forma integrada, oportunidades de trabalho e renda para a população, acesso à educação de qualidade, à conservação do meio ambiente e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Programa de Educação Ambiental Lagoa Viva — Iniciado em 2001, no bairro do Pontal da Barra, comunidade vizinha à Unidade Industrial de Cloro-Soda da Braskem, em Maceió, o projeto ganha motivação e formas alternativas para geração de renda através de práticas sustentáveis. Cursos de música, inglês, hidroponia, apicultura e pós-graduação, entre outros, proporcionam qualificação e diversificação de ocupações que acabam fomentando a mobilidade social dessa comunidade. Milhares de professores e alunos passaram a conhecer mais sobre a cultura ambiental e o desenvolvimento sustentável através do programa.

Cinturão Verde — Área de Preservação Ambiental criada em 1987, constitui uma reserva ecológica de 150 hectares localizada na restinga do bairro do Pontal da Barra, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mundaú, em Maceió. O objetivo é o pleno desenvolvimento e a reprodução natural da fauna e da flora, transformando a área em refúgio ecológico. Já foram investidos recursos da ordem de US$ 10,0 milhões ao longo de 20 anos para o financiamento de trabalhos de recuperação do solo, reconstituição topográfica das dunas e recomposição da paisagem da Mata Atlântica de restinga. O Cinturão Verde já foi visitado por mais de 160 mil pessoas, entre estudantes de todo o Estado de Alagoas e a comunidade em geral.

Parque de Proteção Ambiental — Refúgio ecológico de 68 hectares às margens do Rio Caí, no Polo de Triunfo (RS), onde a vegetação permanece intocada e dezenas de espécies

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da fauna nativa vivem livremente. Oferece à comunidade, principalmente a estudantes, atividades de educação ambiental, como palestras sobre meio ambiente. Instalado na antiga residência principal da fazenda que existia no local, o Museu de Ciências Naturais reproduz todos os ecossistemas encontrados no Parque.

Projeto Integrado de Reciclagem — Promovido pela Secretaria Estadual da Justiça e do Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul, e liderado pela Fundação Vonpar, com a participação da Fundação Banco do Brasil, do Centro de Assessoria Multiprofissional — CAMP, da Maxiquim e de professores do Campus de Sapucaia do Sul, do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense — IFSUL, o projeto visa a inserção produtiva de catadores e o fortalecimento de unidades de reciclagem, a partir do apoio tecnológico aos centros de reciclagem. Atualmente, o projeto já beneficia 38 galpões em todo o Rio Grande do Sul, com investimentos na melhoria das instalações dos galpões, equipamentos de triagem e segurança no trabalho, capacitação em gestão e processo produtivo.

O apoio da Braskem, por meio do financiamento de equipamentos e apoio à capacitação, permitirá a melhoria das condições de trabalho e da renda dos associados. A Braskem investiu em três unidades de beneficiamento de plástico reciclado que irão atender sete galpões, localizados em Canoas, Esteio, Nova Hartz e Sapiranga, cidades próximas a Porto Alegre, beneficiando cerca de 167 trabalhadores. O objetivo é agregar valor aos materiais, elevando a renda dos associados. O valor pago pela indústria de transformação de plástico pelo produto aglutinado elevará a renda das comunidades de reciclagem em relação à comercialização usual após o processo simplificado de triagem.

Essa iniciativa promove a inclusão social e o destino correto dos resíduos sólidos urbanos, contribuindo para a conservação do meio ambiente.

Programa Corredor Ecológico Costa dos Coqueiros — trata-se de um projeto socioambiental na região do litoral norte da Bahia, que contempla o plantio de espécies nativas para a recuperação da Mata Atlântica, com ênfase no reflorestamento das nascentes e matas ciliares da região, que se estende do Polo Industrial de Camaçari ao Parque Sauípe. Em 2009, foram plantadas 100 mil mudas, e em 2010 serão plantadas 500 mil mudas.

Núcleo de Defesa Comunitária (NUDEC) — projeto que realiza atividades educativas e preventivas em relação aos riscos ambientais e de segurança existentes na atividade de transporte de produtos químicos por meio de dutos, como o que interliga a Refinaria Landulpho Alves Mataripe à planta da Unidade de Petroquímicos Básicos, no Polo de Camaçari, e este ao porto de Aratu, no município de Candeias. A dutovia é composta por 18 dutos, dos quais 7 pertencem à Braskem. Os participantes do NUDEC são moradores de comunidades próximas aos dutos e atuam como multiplicadores, contribuindo para ampliar o nível de informação da população e manter a faixa de servidão preservada e em segurança. Como resultado da aproximação entre as comunidades e as empresas promotoras do Nudec, foi criado o projeto social “Caminhos para a Autossustentabilidade”, com atuação em educação ambiental, capacitação profissional e formação para a cidadania. Parque de Paulínia — a Braskem está construindo, em parceria com a Prefeitura de Paulínia, o Parque de Convivência da Cidade. Abrangendo uma área de 300 mil m2, o parque será todo construído dentro dos conceitos de sustentabilidade, desde a sua concepção até o seu funcionamento, e tem inauguração prevista para o final de 2010. A construção do parque é um acordo com o município, como projeto de compensação ambiental pela construção da planta de polipropileno, inaugurada em abril de 2008.

Referências

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