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A PESQUISA CIENTÍFICA

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A PESQUISA CIENTÍFICA

CONCEITO e DEFINIÇÕES

- “A pesquisa surge quando temos consciência de um problema e nos sentimos impelidos a buscar a sua solução”.

(R. Mandolfo, citado em Asti Vera, 1976)

- “Investigação crítica e exaustiva, através do método

científico, com propósito de descobrir novos fatos e sua correta interpretação” (Silva & Zonta, 1991)

- “Trabalho desenvolvido a partir de métodos, leis e teorias, na

busca de novos conhecimentos”

- “Investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de proposições hipotéticas em busca de conhecimento original (achados científicos)” (Souza, 2001)

CARACTERÍSTICAS: acrescentar algo novo ao conhecimento universal já existente via método rigoroso e objetivo (uma pesquisa de preços, em geral, não é científica; assim como a maior parte das pesquisas bibliográficas).

TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA

- Pesquisa básica (pura) - Pesquisa aplicada

- Pesquisa de observação natural (padrões e associações) - Pesquisa experimental (relações causais precisas)

- Pesquisa bibliográfica - Pesquisa de campo

Outras: pesquisa tecnológica (sintética) ou científica (analítica), original ou de revisão etc.

(2)

Sabbatini & Cardoso (2000)

Pesquisa Básica

x

(3)

Sabbatini & Cardoso (2000)

Pesquisa experimental

x

(4)

ETAPAS ou ESTÁGIOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

Marconi & Lakatos (2002):

a) Preparação da pesquisa

1) Decisão

2) Especificação dos objetivos 3) Elaboração de um esquema

4) Constituição da equipe de trabalho

5) Levantamento de recursos e cronograma

b) Fases da pesquisa

1) Escolha do tema

2) Levantamento de dados (informações correlatas) 3) Formulação do problema

4) Definição dos termos 5) Construção de hipóteses 6) Indicação de variáveis 7) Delimitação da pesquisa 8) Amostragem

9) Seleção de métodos e técnicas

10) Organização do instrumental de pesquisa 11) Teste de instrumentos e procedimentos

c) Execução da pesquisa

1) Coleta de dados

2) Elaboração dos dados (seleção, codificação e tabulação) 3) Análise e interpretação dos dados

4) Representação dos dados: tabelas e figuras

d) Relatório de pesquisa

(5)

Parra Filho & Santos (1998):

1) Definição do objeto da pesquisa / observação 2) Problematização

3) Estabelecimento de hipótese(s) 4) Experimentação / observação

5) Estabelecimento de leis gerais por indução

Cervo & Bervian (1976):

1) Escolha do assunto (delimitação) / PROJETO DE PESQUISA 2) Formulação de problemas

3) Estudos exploratórios / levantamento bibliográfico 4) Coleta, análise e interpretação dos dados

5) Divulgação dos conhecimentos adquiridos

Nunes (1998):

1) Definição do assunto ou tema

2) Transformação do assunto em problema

3) Formulação de hipóteses (científicas e estatísticas) 4) Delineamento experimental

5) Coleta, organização e sumarização dos dados

6) Verificação das hipóteses – testes (análise e síntese) 7) Conclusões e inferências (dedução e indução)

Silva & Zonta (1991):

1) Concepção (TEMA, PROBLEMA, HIPÓTESES: Rev. Bibliogr.) 2) Planejamento (REV. BIBLIOGRÁFICA, PROJETO DE PESQUISA) 3) Execução (Verificação empírica: TOMADA DE DADOS)

4) Análise (ESTATÍSTICA, INTERPRETAÇÃO e SÍNTESE) 5) Disseminação (TESE, ARTIGOS, PALESTRAS etc.)

(6)

Figura 1. Fases da pesquisa científica (processo de busca de solução para um problema – lacuna no conhecimento, pela abordagem da ciência) – “a minha escolha”.

Pesquisa Científica – Etapas:

(Silva & Zonta,1991)

1) Concepção

2) Planejamento

3) Execução

4) Análise

5) Disseminação

projeto de pesquisa(dissertação; tese; - artigos científicos)

REDAÇÃO TÉCNICA E CIENTÍFICA: - Características da linguagem

- Normas técnicas de apoio ao texto

(7)

Fonte: Sabbatini, Renato M.E. & Cardoso, Sílvia H. (2000).

http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

”Acredita-se que seja mais importante para o desenvolvimento da ciência saber formular

problemas

do que encontrar soluções”

1) Concepção da pesquisa:

“Em definitivo, a atividade de um cientista consiste em formular e testar

hipóteses

. Seu relativo sucesso ou fracasso apenas

(8)

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Levantamento bibliográfico:

é parte de qualquer tipo de pesquisa científica  funções

Questões:

O que é revisão bibliográfica? O que é citação bibliográfica? O que é referência bibliográfica? O que é bibliografia?

Literatura consultada? Literatura citada?

Revisão ≠ Citação ≠ Referência (trabalhos acadêmicos formais)

Bibliografia = Literatura consultada (em livros)

Literatura citada (em desuso) = Referências

(9)

PESQUISA ou REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

:

Qual a sua importância?

“Situar o pesquisador no tempo e no espaço”









“estado da arte” naquele campo do conhecimento

- saber quem estudou e está estudando o tema, e onde

estão os centros de excelência no assunto;

- conhecer os principais periódicos científicos que se

destinam a publicações sobe o tema;

- conhecer a quantidade de publicações sobre o tema

(assunto bastante estudado ou não);

- identificar velhas e novas abordagens no tratamento do

tema



luz para novas ideias;

- levantar argumentos úteis à fundamentação teórica

(defesa de hipóteses, escolha de técnicas metodológicas;

contrapontos e concordâncias teóricas);

- organizações e entidades que, potencialmente, apoiam

pesquisas na área;

SÍNTESE: localizar e reconhecer fontes (bases e

periódicos), autoridades, palavras-chave, trabalhos

clássicos na área, os que sustentam os paradigmas

vigentes, bem como as novidades e perspectivas

possivelmente revolucionárias (contraditórias aos

paradigmas estabelecidos).

CARACTERÍSTICAS:

COMPLETUDE (ABRANGÊNCIA), INTERNACIONALIZAÇÃO, RECONHECIMENTO DAS PRINCIPAIS AUTORIDADES E SEUS

ENFOQUES (dá crédito e cultiva o respeito por pessoas e pontos de vista), ATUALIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO

ESTRUTURAL (SUMÁRIO INICIAL – PONTOS ou SUBTEMAS A SEREM TRATADOS), ORIGINALIDADE, COERENTE,

FIDELIDADE, EQUILÍBRIO, HARMONIA, PRECISÃO, ANALÍTICA, SINTÉTICA E SUCINTA (SÓ O ESSENCIAL).

(10)

Sabbatini & Cardoso (2000)

REVISÃO DE LITERATURA

REVISÃO DE LITERATURA

N

Estoque de conhecimentos que se adeqüem ao problema

N

Permite identificar o que se sabe e o que não se sabe, as

controvérsias e os pontos obscuros relacionados à pesquisa

N

Demonstra a necessidade e oportunidade da pesquisa

N

Procure sempre acessar os trabalhos originais

N

Somente inclua as referências absolutamente necessárias

(

não incluir citações apenas por cortesia

): demonstre

conhecimento da literatura

⇒⇒⇒⇒

fontes relevantes e atuais

N

Se constituir-se numa seção separada: deve representar

uma articulação lógica (analítica e crítica) dos

conheci-mentos compilados e não uma mera sequência de

resumos (“recortes”) de outros trabalhos

N

Ordem de apresentação: preferencialmente cronológica (não

sobrepondo a seqüência natural de desenvolvimento do assunto)

N M ençã o, n o texto, d e inform ação colh id a e m ou tra fo nte N Re qu isito d e ética p rofission al= cita r toda s as fontes d as

in formaçõ es usada s ⇒⇒⇒⇒ cortesia , ev ita p lágio e o rien ta o leitor

N T ipo s d e C ita ções: dir eta (transcriç ão), in dire ta (con ceitua l)

ou citaçã o de citaçã o ou sec un dária (“c itad o por ...” o u apu d)

N E xemp los (N orm as d o PP GA -UF G: nã o é AB NT ): i) D udley (19 84) d etec tou ... ou .... (D udley, 198 4).

ii) Sp ech t & Willia ms (19 83, 198 4) no tara m ... o u ... (S pech t & W illia ms, 198 3, 1 984 ).

iii) Delann ay et a l. (1 985 a) ob serv aram .... ou ... (D elan na y et al., 19 85a ).

iv) L aka tos & D ias1, citad os po r M oretti F ilho (1 982 ),

- r ecom end am ...

N ORM AS TÉCN IC AS :

(11)

N M enção, no texto, de inform ação colhida em outra fonte. N R equisito de ética profissional = citar todas as fontes das

informações usadas ⇒⇒⇒⇒ cortesia, evita plágio e orienta o leitor

N Tipos de C itações: direta (transcrição), indireta (conceitual)

ou citação de citação ou secundária (“citado por ...” ou apud)

N Exem plos (N BR 10520 – A BNT, 2002):

i) Dudley (1984) detectou ... ou .... (DU DLEY, 1984). ii) Specht e W illiams (1983) notaram ... ou ...

(SPEC H T; W ILLIAM S, 1983).

iii) Delannay et al. (1985a) observaram .... ou ...

(DELANNAY et al., 1985a). ...e... (DELANNAY et al., 1985b).

iv) Cervo e Bervian1 (citados por M O RETTI FILH O , 1982),

- recom endam ...

CITA

CITA

Ç

Ç

Õ ES BIBLIOG R

Õ ES BIBLIOG R

Á

Á

FICAS

FICAS

1C ER V O, A. L.; B ER V IAN , P. A. M etodologia científica: para uso dos estudantes

universi--tários. 2. ed. São Paulo: M cGraw-H ill do B rasil, 1978. 144 p.

Citações indiretas:

indicação da(s) página(s) consultada(s) é

opcional (

citações diretas: ?

)

Citações diretas c/ + 3 linhas:

4 cm da margem esquerda,

letra menor e sem aspas.

Informações de palestras

, debates etc.: indicar com:

“...(informação verbal)

2

.”

Coincidência de sobrenomes:

iniciais dos prenomes / prenomes

por extenso.

Citações simultâneas de vários autores:

ordem alfabética,

separadas por “;” Ex. (CROSS; SILVA, 1984; KNOX,

1986; MEZIROW, 1991).

Citações bibliográficas

NBR 10520 (ABNT, 2002)

2 Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética,

(12)

OBJETIVO PESSOAL - Revisão Bibliográfica:

FIXAÇÃO DE SABERES (APRENDIZAGEM: apropriação de pontos de vistas e estilos) E CONSTRUÇÃO DE

CONHECIMENTO NOVO: ANÁLISE  SÍNTESE

LEITURA E ESTUDO (Cordeiro, 2005):

“Ler é, antes de tudo, compreender”  “a educação é um projeto de humanização: o ser humano compreende, transforma-se e constrói-se para edificar o mundo”.

“Um texto bem elaborado ou bem selecionado pode se tornar um veículo precioso à formação do estudante”.

“Estudar é o esforço integral de aprender”

Sucesso nos estudos = f(disciplina)  encontre tempo

(organize-se); programe-se e cumpra a programação; leia muito; assista aulas; prepare e revise aulas (aula é um momento precioso).

Estudantes ineficazes:

- ao estudar, lê sempre em voz alta;

- limita-se a ler várias vezes o texto, até memorizá-lo; - tudo no texto parece essencial;

- não escreve quando lê;

- não é capaz de esquematizar o que leu (só “copiação”); - não explica o que leu, senão repetindo as palavras do texto; - usa palavras sem conhecer seus significados;

- não levanta problemas ou dúvidas;

- não extrai consequências teóricas ou práticas do que leu; - esquece-se rapidamente das ideias centrais do que estudou.

Fases fundamentais de um método de estudo:

1ª. Leitura rápida e global (visão geral e preliminar do tema)

2ª. Formulação de perguntas (orienta a captação de ideias básicas)

3ª. Leitura compreensiva (captação de ideias básicas  esquema)

4ª. Expressar o “aprendido” (coerentemente e c/ palavras próprias)

(13)

Processo de Leitura = (identificação e fixação de palavras-chave de uso comum na área; interpretação e compreensão clara do pensamento do autor; fixação de ideias; reprodução das ideias do autor com suas próprias palavras)  entender; avaliar; discutir; aplicar o que se lê a problemas novos (tornar possível para si).

Tipos de leitura:

- silenciosa (com os olhos)

- oral (em voz alta – ex. professor, pregador, político etc.)

- técnica (com exercício do conteúdo – ex. livro técnico)

- informativa (acontecimentos do dia-a-dia – ex. jornais) - de lazer (passatempo / relaxamento – ex. romance) - espiritual (para alimentar-se do transcendente) - leitura de estudo (para formação / referencial teórico)

Processo da leitura de estudo/pesquisa (Cordeiro, 2005):

1) Leitura prévia, exploratória ou de reconhecimento: rápida, para verificar o interesse pela fonte (visão global da obra).

2) Leitura seletiva: mais profunda, embora não definitiva; permite selecionar o material que responde aos objetivos da pesquisa.

3) Leitura analítica, crítica ou reflexiva (em textos selecionados pelas leituras anteriores): leitura integral (ordenar, esquematizar, resumir informações significativas e sintetizar ideias)  apreensão do conhecimento.

4) Leitura interpretativa: relacionamento do conteúdo da fonte consultada com opiniões pessoais bem fundamentadas.

(14)

ETAPAS DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA:

1) Escolha do tema (inclinações, aptidões, relevância, compatibilidade, pertinência, escopo)= Convicção informada, fundada no interesse.

2) Planejamento do trabalho de busca  Roteiro do levantamento

3) Identificação, localização e aquisição: bases de dados bibliográficos (ex. Web of Science; Scopus; CAB Abstracts; Science Direct; SciELO; Portal Periódicos – Capes; editoras; bibliotecas; etc.) f(acessibilidade – existência de documento; e disponibilidade – ter o documento em mãos) = f(internet; serviço de comutação; empréstimos; etc.)

4) Documentação (leitura, estudo, compilação e registro): a) registro de dados formais (metadados) = “fichamento”. b) análise e interpretação (crítica do material) = “resumo”

crítica externa = valor do documento (aval científico; qualidade do veículo);

crítica interna = valor do conteúdo (hermenêutica = interpretação coerente / sentido exato = fiel) = f(rigor do método) c) redação  síntese (linguagem pessoal) + citações (apoio) =

(compreensão fiel do documento): “tomar posse”.

d) arquivamento (biblioteca pessoal) = acervo do estudante. CRITÉRIOS DE VALIDADE CIENTÍFICA: MMUUIITTÍÍSSSSIIMMOOIIMMPPOORRTTAANNTTEE! !

(CIENTISTA OU USUÁRIO DA CIÊNCIA: avalie sempre se a informação é cientificamente válida)

- Acessível (sem dificuldades maiores que uma solicitação postal)

- Perene (preservado de vandalismo, catástrofes, guerras etc.)

- Endosso da comunidade científica (peer review system)

UTILIZE:

http//:www.agro.ufg.br

;

http://www.bc.ufg.br

- Maioria das informações da Internet não atendem a pelo menos duas destas condições

- Resumos de congressos: apenas para informar sobre novos pesquisadores, não resultados (=> não citar os próprios)

- Resumos em CD-Rom são perenes?

ATENÇÃO:

- Bases de catalogação bibliográficas: Portal Periódicos/Capes 

Web of Science (ISI), Scopus, CAB Abstracts, BioSis, Biological Abstracts, FSTA, Science Direct, AGRIS, Agricola, Google Acadêmico (Scholar Google), SciELO, AgroBase, Banco de Teses/Capes, Teses e Dissertações/Ibict, TesesUSP etc.

(15)

OUTRAS ORIENTAÇÕES GERAIS / Pesq. Bibliográfica:

 Familiarize-se como os tipos de documentos e sua organização nas bibliotecas (habilidade no uso de bibliotecas e base de dados bibliográficos)

 Reconheça as FONTES primárias (trabalhos originais)  Atente-se para o tipo de informação e o nível de

atualização das fontes: conceitos gerais (dicionários, enciclopédias; livros textos); notícias e acontecimentos cotidianos (revistas e jornais); estudos científicos atualizados (artigos de periódicos)

 Comece pela leitura de reconhecimento  leitura seletiva

(capa, sumário, resumo, introdução, bibliografia)

 Reunião do material (compilação): sem (jamais) esquecer de anotar referências (metadados).

 Leitura analítica: acesso ao conteúdo (síntese)  citações

(reprodução fiel das ideias dos autores)

 Organização do resultado da leitura (“fichamento”) mini-biblioteca pessoal:

Fichas – cabeçalho (referência e assunto) / Identif. CDU Citações (corpo da ficha): formais e, ou, conceituais Verso: conjecturas pessoais

softwares: EndNote, Reference Manager, etc.

(cursos PPGA-UFG: Sinnara G. de Godoy sinnaragodoy@gmail.com)

(16)

DIRETRIZES PARA BONS APONTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS:

 Lembre-se que, passado algum tempo, pode-se não mais reconhecer o sentido de um apontamento (anotações com precisão)

 Tomar todos os dados para permitir retornar à fonte

original (dados de referência + de biblioteca) – ex. pág. livros extensos

 Apontar admitindo que o material será incorporado ao seu trabalho

 Distinguir o essencial do acessório (evitar o acúmulo de

material excessivo)

 Não se tome nota antes de realizar a leitura reflexiva e crítica completa

 Utilizar frases e palavras próprias, cuidando-se para

reproduzir com fidelidade o significado do conteúdo

 Anotar somente informações ligadas ao problema formulado

 Utilizar “fichas” (mesmo que virtuais): cadernos são

pouco funcionais (softwares: mais usado - EndNote)

“Aquele que tiver suficiente paciência para realizar estas tarefas ... terá a grande satisfação ... ante a facilidade com que poderá proceder a redação de seus trabalhos”(Cervo & Bervian, p. 86)

(17)

REVISÕES SISTEMÁTICAS

Revisões jornalísticas: perambula-se pela biblioteca, buscando textos que parecem relevantes (“o que não se encaixa na teoria proposta é deixado de fora”)

(Greenhalgh, 2005)1

Revisões sistemáticas: busca bibliográfica em que se explicitam: objetivos da revisão; critérios de elegibilidade (justificativa independente da inclusão e exclusão de estudos*); reunião do conjunto mais completo de dados; tabulação objetiva das características de cada estudo, inclusive da qualidade

metodológica; análise estatística dos resultados buscando-se uma síntese (meta-análise**), se possível; resumo crítico da revisão, relatando objetivos, material e métodos (revisão reprodutível) e resultados evidenciados.

*- Não se despreza um estudo porque todos os outros mostraram algo diferente; descarta-se porque, independentemente dos resultados mostrados, os objetivos e métodos não atenderam aos seus critérios de inclusão.

**- meta-análise: síntese estatística dos resultados numéricos de diversos estudos que avaliaram a mesma questão.

_____________

1- Greenhalgh, Trisha. Como ler artigos científicos: fundamentos

da medicina baseada em evidências. Trad. Ane Rose Bolner. Porto Alegre: Artmed. 228 p.

(18)

Figura 1. Gráfico típico resultante de uma meta-análise (forest plot – Biostat v.3) aplicada a dados contínuos, para dez estudos avaliando a diferença entre dois grupos ou tratamentos (intervalos de confiança da diferença obtida em cada estudo – linhas horizontais – e o intervalo de confiança combinado, chamado “diamante” – losango, que demonstra efeito estatisticamente não é nulo) (Ayres et al., 2004).

----

(19)

2) Planejamento de pesquisa

(20)

Ética em pesquisa

:

 Controle formal seres humanos ou animais como sujeitos da pesquisa (incluindo uso de animais em ensino).

 Seres humanos  análise e aprovação do projeto em Comitê de

Ética em Pesquisa (CEP)/CONEP  exigências de periódicos (submissão de artigos para publicação / tendência Capes (teses e dissertações)

 Animais (filo Chordata, subfilo Vertebrata, exceto o homem)  submissão

do projeto a uma Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA)/ CONCEA  periódicos (submissão de artigos) / recomendação Capes (abr./2015) para teses e dissertações nacionais.

(21)

3) Execução da pesquisa

Verificação empírica da(s) hipótese(s)

formulada(s): geração ou coleta de dados para a tomada de decisão científica.

- Pesq. experimental: Controle de causas (a priori) para medir efeitos (intervenção deliberada sobre a realidade)  maior precisão; porém, menor alcance (só aqui há os chamados “experimentos de laboratório”) 

Experimentação

- Pesq. de obs. natural: Controle de causas “a posteriori” (menor controle dos fatores de variação) menor

precisão; porém, maior alcance (maior risco de interpretações equivocadas).

1) Pesq. de obs. Naturalista:

* delimitação clara da pop. de referência (recortes espaço-temporal)

- plano de levantamento: * unidade de observação - total: censo; ou

- amostral  tamanho (n) e tipo de

amostragem

+ detalhes operacionais 2) Pesq. experimental:

* delimitação clara da pop. de referência (recortes espaço-temporal)

- plano experimental:

- delineamento experimental (fatores de

tratamentos e seus níveis; parcela; número de repetições + detalhes operacionais

(22)
(23)
(24)

Sabbatini & Cardoso (2000)

3) Execução da pesquisa

Rigor (ambas): instalação, condução e coleta de dados

-- população objetivo (alvo) = população amostrada -- “a análise nunca pode ser melhor do que a amostra” -- “se queres que as coisas prosperem, visite-as

constantemente e cuidem delas você mesmo”

(Ramalho et al. 2000)

-- não adianta sonhar com artigo publicado em periódico

de alto impacto (ex. Qualis A1, A2), sem dados de qualidade.

(25)

4) Análise em pesquisa

Interpretação dos dados coletados à luz das hipóteses que nortearam a experimentação e/ou o levantamento de dados, e à luz da literatura específica tomada de decisão.

Estatística: papel de destaque na ciência(razão histórica)

- avalia probabilisticamente se os dados se ajustam ou não à(s) hipótese(s) formulada(s) tese (teoria) ou não! - quantifica as evidências a favor ou contra tais hipóteses.

“To call in the statistician after the experiment is done may be no more than asking him to perform a post-mortem examination: he may be able to say what the experiment died of “ (R.A. Fisher)

Modelos teóricos:síntese (conclusão análise) previsões. (não são“verdades”, mas “verossimilhanças” corroboradas e,

portanto, empiricamente adequadas à realidade)! ”All models are wrong, but some are usefull” (G.E.P. Box) ”Models are to be used but not to be believed” (H. Theil)

(26)

IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA

“Ciência pura e aplicada, que trata da criação,

desenvolvimento e aplicação de técnicas, de tal forma

que a dúvida e a incerteza de qualquer inferência

indutiva possa ser avaliada”

(Steel & Torrie, 1980)

“Metalinguagem: paira sobre todas as ciências”

“Extrair ‘certezas’ de incertezas”

(Souza, 1988)

Dados históricos: uso de quantificação

em pesquisa científica

SO KAL, R .R.; RO HLF, F .J . 2000. B iometry: The p rincip les of s tatistics in biological research. 3.ed. N ew Y ork: F reeman.

(27)

Funções gerais:

- Planejamento (antes)

- Descritiva (fase de análise) - Indutiva (fase de análise)

Funções específicas:

Na fase de PLANEJAMENTO:

- Planos de amostragem e delineamentos de experimentos

- Dimensionamento de amostras e técnicas de amostragem Na fase de ANÁLISE:

- Formulação de objetiva de hipóteses (matematicamente

testáveis)

- Provê critérios objetivos para a verificação e teste das hipóteses

- Resumo, organização e apresentação de dados (tabelas e

gráficos)

- Estimação de modelos teóricos (leis de causa e efeito), quando a variabilidade dos dados obscurece a sua pronta visualização.

(28)

Limitações da Estatística:

1)“A estatística não prova nada, apenas fornece a

probabilidade de um evento ocorrer acima de qualquer

dúvida razoável”.

2)“Nenhum método estatístico de análise, por mais

sofisticado que seja, corrige a qualidade deficiente de

um conjunto de dados”

Atenção:

população objetivo (alvo) x população amostrada

(29)

(Volpato & Barreto, 2014)

5) Disseminação / Comunicação científica

Requisitos para um trabalho de alto nível:



Novidade nas conclusões



Robustez metodológica



Resultados evidentes



Apresentação impecável

5) Disseminação / Comunicação científica

A construção da ciência é uma tarefa de cooperação, fruto do registro permanente da sua história em busca da verdade; assim, os cientistas devem escrever para que suas descobertas sejam difundidas (Barras, 1986) ⇒Escrever para que suas ideias sejam submetidas à crítica: “mostre as armas – a comunidade científica decidirá” (Volpato, 2007) ⇒A linguagem é muito poderosa; ela não apenas descreve a realidade, mas cria a realidade que descreve.” (Desmond Tutu)

“Publish or perish” →→→→“Publish and perish”(?)

Tipos de documentos: Tipos de documentos: Tipos de documentos: Tipos de documentos: - Vários níveis e públicosVários níveis e públicosVários níveis e públicosVários níveis e públicos - Relatórios técnicosRelatórios técnicosRelatórios técnicosRelatórios técnicos - Monografias (dissertações, Monografias (dissertações, Monografias (dissertações, Monografias (dissertações,

teses, TCCs etc.) teses, TCCs etc.)teses, TCCs etc.) teses, TCCs etc.) - Artigos científicosArtigos científicosArtigos científicosArtigos científicos - Resumos Resumos Resumos Resumos - PostersPostersPostersPosters

Abertura à padronização e normas; ao estilo da linguagem; ao processo editorial; às estatísticas adequadas; à adequação do idioma; à definição honesta da autoria; aos direitos autorais e de propriedade intelectual...

(30)

REDAÇÃO CIENTÍFICA  Normas Técnicas  padronização

  

 (Linguagem e estilo) + (Normalização)

- Citações bibliográficas  Normas  ex. NBR 10520 (ABNT, 2002), entre muitas outras.

- Referências  Normas  ex. NBR 6023 (ABNT, 2002), entre

muitas outras.

Normas internacionais (algumas): padronização de publicações científicas

NORMA TÍTULO ANO

ISO 215:1986 Documentation: presentation to periodical and other serials 1986 ISO 8:1977 Documentation: presentation of periodicals 1977 ISO 9707 Information and documentation: statistics on the production and distribution of books, newspaper, periodicals and electronic

publications

1991 ISO/TR 20983 Information and documentation: performance indicators for electronic services 2003 ISO/DIS 2709 Information e documentation: international library 2003 BS 2509 Specification for the presentation of serial publications, incluing periodicals 1970 UNE 50101 Documentación: presentación de las publicaciones periódicas 1990 UNE 50133 Documentación: presentación de artículos en publicaciones Periódicas y em serie 1994

Z41-001 Présentations des publications périodiques 1970

Z41-003 Presentation des articles de périodiques 1974

Vancouver Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: writing and editing form biomedical publication <www.icmje.org/urm_full.pdf >

2010 APA Publication manual of the American Psychological Association <www.apastyle.org> 2009

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas): Normas Brasileiras de Documentação

Exemplos:

NBR 6022 (artigo científico); NBR 6023 (referências);

NBR 6024 (numeração progressiva de seções);

NBR 6027 (sumário); NBR 6028 (resumo);

NBR 6032 (abreviação de títulos de periódicos);

NBR 10520 (citações); NBR 10719 (relatório);

NBR 14724 (trabalho acadêmico);

NBR 15287 (projeto de pesquisa)

(31)

ABNT / DOCUMENTAÇÃO - LISTA COMPLETA:

NBR 5892 Indicação de datas

NBR 6021 Apresentação de periódicos

NBR 6022 Apresentação de artigos em publicações periódicas NBR 6023 Informação e documentação – Referências – Elaboração NBR 6024 Numeração progressiva das seções de um documento NBR 6025 Revisão de originais e provas

NBR 6026 Legenda bibliográfica NBR 6027 Sumário

NBR 6028 Resumos

NBR 6029 Apresentação de livros

NBR 6030 Apresentação de ofício ou carta formato A-4

NBR 6032 Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas NBR 6033 Ordem alfabética

NBR 6034 Preparação de índice de publicações NBR 9577 Emprego de numeração de semanas

NBR 10520 Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação NBR 10521 Numeração Internacional para Livros – ISBN

NBR 10522 Abreviação na descrição bibliográfica

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