Lição 11
Texto do dia
"Porque
sabemos
que
toda a criação geme e
está juntamente com
dores de parto até
agora" (Rm 8.22).
Síntese
A responsabilidade
ambiental dos servos
de Jesus decorre do
princípio bíblico da
mordomia cristã.
Agenda de leitura
Segunda-1Co10.26 Toda a terra pertence ao Senhor
Terça
- Gn 1.28,29 O cuidador da terra
Quarta
-1 Co 4.2 A fidelidade do mordomo
Quinta
- Gn 8.17 Preservando os animais
Sexta
- Lv 25.1-7 Descanso para a terra
Sábado
-Dt 22.6,7 Proibindo a crueldade
SABER
o significado da mordomia do
homem em relação à Criação
CONCIENTIZAR
da responsabilidade
ambiental do cristão
COMPREENDER
a necessidade da
proteção ao meio ambiente
Texto Bíblico
Gênesis 1.26-28
26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre
toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a
terra.
27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus
o criou; macho e fêmea os criou.
28. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
todo o animal que se move sobre a terra.
Introdução
O planeta Terra tem sofrido com a atuação
devastadora do homem. A poluição e a
degradação estão a afetar drasticamente o
habitat em que vivemos e colocado em risco a
própria vida humana. Nesta lição, veremos que
a
responsabilidade
ambiental
à
luz
das
Escrituras Sagradas está contida no encargo
que Deus entregou ao homem após o advento da
Criação.
1. O Criador da natureza.
A Bíblia é muita clara ao registrar que a natureza faz parte da criação de Deus. No capítulo 1 de Gênesis temos o relato completo do princípio do universo e da vida. Todos os elementos da natureza, como o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e aves, foram criados pelo Senhor. E tudo era bom. Essa é a razão pela qual a natureza é tão bela, e os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1). À luz das Escrituras e da doutrina da criação, portanto, entendemos que o universo não é fruto da evolução e do acaso, mas de um desígnio perfeito. Concluímos, também, que o Criador não se confunde com a sua criação, diferentemente do que afirmam as religiões panteístas - que entendem que Deus é tudo e tudo é Deus.2. O homem e a mordomia.
Após ter criado todas as
coisas, Deus formou o homem e deu-lhe autoridade para
dominar sobre tudo que criara (Gn 1.26). Dessa passagem
bíblica, extraímos o conceito de mordomia. Isto é, a terra
pertence ao Senhor (Sl 24.1), mas o homem é o mordomo,
aquele que administra os bens de Deus aqui, o que implica
responsabilidade, fidelidade (1 Co 4.2) e zelo pela criação,
pois o administrador deve prestar contas daquilo que não
lhe pertence (Mt 25. 14-22). A responsabilidade humana
pelo cuidado com a natureza fica mais evidente quando Deus
põe Adão no jardim do Éden para o lavrar (servir) e o
guardar (cuidar) (Gn 2.15). O Jardim foi plantado (heb.
nãta) por Deus (Gn 2.8), para que o homem pudesse cuidar
e cultivá-lo. Aqui está o mandato cultural. Deus forma, mas
o homem possui a responsabilidade de ser o mordomo do
jardim. Nenhuma outra criatura recebeu esse encargo.
3. Cuidando da Criação.
Ainda no Antigo Testamento, vemos
o esmero de Deus com os animais e com a terra. O plano do
Altíssimo para a nova civilização após o Dilúvio envolvia a
preservação da espécie animal (Gn 8.17). O Senhor
estabeleceu para a nação de Israel a guarda do sétimo ano
para descanso da terra (Lv 25.1-7), com o objetivo de
evitar a deterioração do solo pelo uso abusivo e egoísta.
Proibiu, também, o tratamento cruel contra animais e aves
(Dt 22.6,7; 25.4). Logo, usar com sabedoria e prudência os
recursos naturais disponíveis é uma recomendação bíblica
aos servos de Jesus.
Pense!
Cuidar da terra e da natureza não é uma opção. É
um mandato outorgado pelo Criador.
Ponto Importante
A terra pertence ao Senhor (Sl 24.1), mas o homem
é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus
aqui na terra.
1. Agenda ambiental equilibrada.
Se as Escrituras enfatizam a importância do cuidado com a criação divina, por que poucos crentes estão conscientes dessa responsabilidade ambiental? Raramente, ouvimos, no meio evangélico, ensino a respeito do meio ambiente (dentro de uma perspectiva cristã), prevalecendo a ideia de que toda postura pró-preservação está vinculada ao panteísmo, às religiões orientais e ao sectarismo. Embora esse equívoco ocorra, com a existência de grupos que defendem, de modo radical, o meio ambiente e os animais, os cristãos não podem se omitir no dever de cuidado da natureza pelos motivos corretos, abalizados na doutrina da mordomia cristã. Silas Daniel, na obra A Sedução das Novas Teologias, escreve a esse respeito: "Cristãos devem ter em sua agenda o discurso pró-preservação da natureza. Nada mais lógico. Repito: é bíblico. Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião nem ser hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambientalistas de plantão. Em tudo, deve prevalecer o equilíbrio e a coerência."2. A volta de Jesus.
Outra justificativa equivocada que muitos
crentes utilizam para a falta de responsabilidade ambiental é o
discurso escatológico - "Jesus está voltando, por que eu deveria me
preocupar com o meio ambiente?", indagam tais pessoas. Entretanto,
a iminência da vinda de Cristo não deve servir de desculpa para uma
vida cristã descompromissada e apática com as questões sociais,
culturais e, até mesmo, ecológicas. Ainda que as tragédias naturais
sirvam como sinal dos últimos tempos (Lc 21.11), os servos de Jesus
não podem fazer parte do grupo que provoca tais sinais, interferindo
no equilíbrio da natureza estabelecido pelo Senhor desde a criação.
Uma vez que a desordem da natureza foi ocasionada pela Queda,
pela qual toda a criação geme e está juntamente com dores de parto
até agora (Rm 8.22), é papel do crente agraciado pela redenção em
Cristo Jesus, lutar contra os efeitos do pecado no mundo e vencer o
mal com o bem (Rm 12.21).
Pense!
"Cristãos devem ter em sua agenda o discurso
pró-preservação da natureza. Porém, não devem fazer
desse discurso algo parecido com uma religião, nem
ser hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos
ambientalistas de plantão" (Silas Daniel).
Ponto Importante
Uma das justificativas equivocadas que muitos
crentes utilizam para a falta de responsabilidade
ambiental é o discurso escatológico.
1. O que é meio ambiente.
O meio ambiente,
habitualmente chamado apenas de ambiente, "é o
conjunto
de
condições,
leis,
influências
e
infraestrutura de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas". Com efeito, a proteção do ambiente é,
também, uma forma de proteção da própria vida
humana, pois envolve todos os recursos naturais do
globo, inclusive o ar, a água, a terra, a flora e a
fauna.
2. Direito de todos.
No Brasil, o meio ambiente
ecologicamente equilibrado é um direito previsto na
Constituição Federal, que assim estabelece em seu
art. 225: "Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações". Como cidadão responsável e
consciente, o cristão também possui o dever legal de
defender e preservar os recursos naturais, tanto
para a presente quanto para as futuras gerações.
Que tipo de terra deixaremos para os nossos filhos?
3. Sustentabilidade e ética ambiental.
A
proteção ecológica envolve um conjunto de
medidas que podem ser adotadas pelos servos
de Jesus. É preciso encontrar o ponto de
equilíbrio
entre
o
desenvolvimento
e
a
preservação dos recursos naturais, o chamado
desenvolvimento sustentável.
Pense!
A proteção do ambiente é, também, uma
forma de proteção da própria vida humana.
Ponto Importante
Desenvolvimento
sustentável
significa
encontrar
o
ponto
de
equilíbrio
entre
o
desenvolvimento e a preservação dos recursos
naturais.
Como discípulos e servos de Jesus, possuímos boas
razões para zelar pela natureza. Porque a terra é do
Senhor e toda a sua plenitude (1 Co 10.26), e nós
somos mordomos, cuidadores da sua criação. Desse
modo, a responsabilidade ambiental do cristão não
está amparada em conceitos panteístas e na onda
"verde" do tempo atual, e, sim, nas Escrituras
Sagradas. Devemos, por isso, usar os recursos
naturais de forma consciente e sábia, preservando-a
para uma boa qualidade de vida, tanto para a
presente quanto para as futuras gerações, enquanto
o Senhor não voltar.
1. De qual passagem bíblica extraímos o conceito de mordomia?
2. O que envolvia o plano do Altíssimo para a civilização após o
Dilúvio?
3. Qual justificativa equivocada os crentes utilizam para a falta de
responsabilidade ambiental?
4. O que é meio ambiente?
5. O que você tem feito para preservar o meio ambiente?
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015. Ilustração: Ev. Enio Braun Rodrigues