• Nenhum resultado encontrado

Literatura infantil (re)signiificando o espaço escolar.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Literatura infantil (re)signiificando o espaço escolar."

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

LUCICLEIDE ALVES DA SILVA

LITERATURA INFANTIL

(RE)SIGNIFICANDO O ESPAÇO ESCOLAR

CAJAZEIRAS - PB

2009

(2)

LITERATURA INFANTIL

(RE)SIGNIFICANDO O ESPAÇO ESCOLAR

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura em Plena em Pedagogia do

Centro de Formação de Professores da

Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciada em

Pedagogia.

Orientadora: Professora Ma. Maria Janete de Lima.

CAJAZEIRAS - PB

2009

(3)
(4)

LITEPvATURA INFANTIL: (RE) SIGNIFICANDO O ESPACO ESCOLAR.

MONOGRAFIA APROVADA EM / /

Prof. Ms. Maria Janete de Lima (Orientadora)

CAJAZEIRAS-PB

(5)

Aos professores do Curso da Graduacao que me incentivaram

Aos colegas de curso,

Parceiros dos medos e coragem da educacao

Aos professores e alunos do Centro Educacional Maciel Batista Pereira - Cajazeiras - PB, pela colaboracao incondicional na conducao desta pesquisa:

(6)

O presente trabalho resulta de uma pesquisa qualitativa registrada atraves de uma monogrark-A pesquisa surgiu efetivamente para atender a um dos maiores desafios, posto a nos educadores, evitar que a pratica de sala de aula se reduza a um somatorio de exercicios isolados e repetitivos. Objetivando ressignifiear o processo de ensino aprendizagem em sala e que buscamos atraves desta pesquisa analisar em que medida a Literatura Infantil, pode contribuir para a ressignificacao das praticas doeentes. Intencionamos tambem envolver os alunos na escolha de temas, desencadeando tecnicas participativas com vistas a promover uma aprendizagem significativa. Por fim, discutir um novo desenho para a escola com vistas a melhoria da qualidade do ensino. O trabalho tern como tema, "Literatura Infantil: (RE) significando o espaco escolar". Aplicamos em sala de aula um estagio, visando desenvolver habilidades e competencias dos discentes a partir de situaeoes propostas pela pratica. Almejamos que este trabalho seja um referencial e que se torne um subsidio para que novas praticas possam ser estabelecidas na perspectivas de tornar o ensino um processo democratico e, sobretudo transformar.

PALAVRAS - CHAVE:

Literatura Infantil; ressignificacao; praticas doeentes.

DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE FORMAQAO DE PROftSSuvIS

BIBUOTECA SETORIAL

(7)

Introducao 6

1. Capftuloi

1.1 Literatura Infantil: Oque e? 8 1.2 Literatura Infantil: Contexto Historico 11

1.3 Literatura no Brasil 13 1.4 Literatura na Escola 16

2. C a p i t u l o l l

2.1 Metodologia 28 2.2Caracterizacao da Escola Colaboradora 29

2.3Resultado e Analise da Pesquisa 30 2.4A experiencia Desenvolvida 34

3. Conclusao 40 4. Referencias - 42 5. Anexos 4 3 DE CAMPiNA GRANDE 6ENTR0 0E FORMAQAO OE PR0F£3S0,\ZS B18U0TECA SETQRIAL

(8)

O presente trabalho resulta de uma pesquisa qualitativa que sera registrada atraves da presente monografia, que e uma exigencia para a conclusao do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. A pesquisa surgiu efetivamente para atender a um dos maiores desafios, posto a nos educadores: evitar que a pratica de sala de aula se reduza a um somatorio de exercicios isolados e repetitivos. O trabalho foi desenvolvido no Centro Educational Maciel Batista Pereira, na cidade de Cajazeiras, na turma de 2a ano.

Objetivando ressignificar o processo de ensino aprendizagem em sala e que buscamos atraves desta pesquisa analisar em que medida a Literatura Infantil pode contribuir para ressignificar praticas doeentes. Intencionamos tambem, envolver os alunos na escolha de temas, desencadeando tecnicas participativas com vistas a promover uma aprendizagem significativa, bem como desenvolver habilidades e competencias dos doeentes e discentes a partir de situacoes oriundas da pratica, onde se buscou questiona-las e amplia-las a luz da teoria e retornar a pratica, a fim de intervir na realidade, transformando-a. Por fim, discutir um novo desenho para a escola com vistas a melhoria da qualidade do ensino.

Optamos por desenvolver uma pesquisa de carater exploratorio, numa perspectiva qualitativa, alem de registrar dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situacao estudada. Pesquisaremos e analisaremos varias bibliografias de autores que abordam o tema Literatura Infantil, com vistas a da um suporte teorico as nossas inquietaeoes e hipoteses. Em seguida, faremos uma pesquisa participante, uma vez que havera envolvimento e identificacao do pesquisador com as pessoas pesquisadas. Assim, o pesquisador passa a ser sujeito ativo do processo agindo de forma efetiva para transforma-la.

Se perguntarmos aos doeentes quais os seus objetivos em relacao ao ensino, sobre o tipo de aluno que gostaria de ajudar a formar, provavelmente serao unanimes em responder, alunos autonomos, conscientes, reflexivos, participativos, entre outras caracteristicas similares. Nao aparece nesse discurso caracteristicas tais como passividade, submissao ou alienafao. No entanto, se olharmos atraves das "lentes" do cotidiano escolar, esse discurso nao se legitima em uma pratica. Os depoimentos de alunos revelam um cotidiano em que os discentes se colocam como sujeitos passivos, sempre a merce das ordens do professor,

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMAQAO DE PROF£SS0«2S B1L10TECASETORIAL

(9)

Porem, o contexto social e politico vigente, no qual estamos inseridos, nos remete a uma serie de exigeneias. Esta, por sua vez, nos faz ir a busca do conhecimento e para tal, e preciso romper as fronteiras que nos separa do mesmo, e necessario que haja uma supera9&o do conhecimento fragmentado. Essa superacao podera, ocorrer em parte, atraves da Pedagogia de Projetos, uma vez que trabalhando com projetos, articulamos e interconectamos as diferentes areas de conhecimentos, abrindo assim, maiores espacos e dialogo entre as disciplinas. Dai, nosso interesse em realizar um estudo sobre o tema Pedagogia de Projetos, porque sabemos que a acao educativa nao e algo pronto e acabado, pelo contrario processual e dinamico.

Diante dessa problematiza9ao, lan9amos os seguintes questionamentos. O que e preciso fazer realmente, para que a sala de aula seja um espa90 replete de sentidos, voltado para a forma9ao de sujeitos criticos e ativos? O que devemos fazer para acabar com a fragmenta9ao de conteudos e desenvolver um trabalho interdisciplinar em sala? E o mais desafiador. O que fazer para resgatar o estimulo dos alunos em rela9ao as aulas?

Convictos da complexidade que envolve a questao da educa9ao e que dedicamos esfor90s em realizar este estudo que buscar descobrir particularidades acerca da tematica em debate, como tambem, redesenhar o espa90 escolar com seus tempos, rituais, rotinas e processos, de modo que ele possa efetivamente esta voltado para a forma9ao de sujeitos ativos, cidadaos atuantes e participativos, como desejam os profissionais comprometidos com a educa9&o.

Esse trabalho contribuira no cntendimento do problema em questao e ajudara aos professores na sua forma9ao, no que diz respeito a renova9ao da pratica docente. Possibilitara ainda, fortalecer o debate e promover uma socializa9ao dos conhecimentos obtidos na investiga9&o. Os interessados que trabalham nessa area poderao vir a utiliza-lo como fonte de consulta e inspira9ao, ajudando a construir um espa9o escolar de significa9ao e de ensino de qualidade, efetivado por profissionais que tern compromisso com a educa9ao.

UN^'E^SiD^OE Fc riERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMAQAC DE PROfESSOn'S 8IBLI0TECA SETORIAL

(10)

1.1 Literatura Infantil: o que e ?

A designacao infantil faz com que esta modalidade literaria seja considerada "menor" por alguns, infelizmente.

Principalmente os educadores vivenciam de perto a evolucao do maravilhoso ser que e a crian9a. O contato com textos recheados de encantamento faz-nos perceber quao importante e cheia de responsabilidade e toda forma de literatura.

A palavra literatura e intransitiva e, independente do adjetivo que receba, e arte e deleite. Sendo assim, o termo infantil associado a literatura nao significa que ela tenha sido feita necessariamente para crian9a. Na verdade, a literatura infantil acaba sendo aquela que corresponde, de alguma forma, aos anseios do leitor e que se identifica com ele.

A autentica literatura infantil nao deve ser feita essencialmente com inten9ao pedagogica, didatica ou para incentivar habito de leitura. Este tipo de texto deve ser produzido pela crian9a que ha em cada um de nos. Assim o poder de cativar esse publico tao exigente e importante aparece.

Vulgarmente, a expressao "literatura infantil" sugere de imediato a ideia de belos livros coloridos destinados a distra9ao e ao prazer das crian9as em le-los, folhea-los ou ouvir suas historias contadas por alguem. Devido a essa fturyjao basica, ate bem pouco tempo, a literatura infantil foi minimizada como cria9ao literaria e tratada pela cultura oficial como um genero menor.

Ligada desde a origem a diversao ou ao aprendizado das crian9as, obviamente sua materia deveria ser adequada a compreensao e ao interesse desse peculiar destinatario. E como a crian9a era vista como um "adulto em miniatura", os primeiros textos infantis resultaram da adapta9ao (ou da minimiza9ao) de textos escritos para adultos. Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressoes ou reflexoes que estariam acima da compreensao infantil; retiradas as situa9oes ou os conflitos nao-exemplares e real9ando principalmente as

(11)

C o m p r e e n d e - s e , pois, q u e a t e b e m p o u c o , e m n o s s o s e c u l o , a literatura infantil f o s s e e n c a r a d a pela crftica c o m o u m g e n e r a s e c u n d a r i o , e f o s s e vista pelo adulto c o m o a l g o pueril (nivelada a o b r i n q u e d o ) o u util (nivelada a a p r e n d i z a g e m o u m e i o p a r a m a n t e r a crianca entretida e quieta).

O c a m i n h o p a r a a r e d e s c o b e r t a d a literatura infantil, no s e c u l o X X , foi aberto pela psicologia e x p e r i m e n t a l , q u e , r e v e l a n d o a inteligencia c o m o e l e m e n t o e s t r u t u r a d o r d o universo q u e c a d a indivfduo constroi d e n t r o d e s i , c h a m a a a t e n c a o para o s diferentes estagios d e s e u d e s e n v o l v i m e n t o (da infancia a a d o l e s c e n c i a ) e s u a importancia f u n d a m e n t a l para a e v o l u g a o e f o r m a c a o d a p e r s o n a l i d a d e d o futuro adulto. R e v e l o u , a i n d a , q u e c a d a e s t a g i o c o r r e s p o n d e a u m a certa f a s e d e idade. A s u c e s s a o d a s f a s e s evolutivas d a inteligencia ( o u estruturas m e n t a l s ) e c o n s t a n t e e igual p a r a t o d o s . A s i d a d e s c o r r e s p o n d e n t e s a c a d a u m a d e l a s p o d e m mudar, d e p e n d e n d o d a c r i a n c a o u d o m e i o e m q u e e l a vive. A partir d e s s e c o n h e c i m e n t o d o ser h u m a n o , a n o c a o d e "crianca" m u d a e n e s s e sentido t o m a - s e decisivo para a literatura/juvenil a d e q u a r - s e o u c o n s e g u i r falar, c o m autenticidade, a o s s e u s p o s s i v e i s destinatarios.

Portanto, a valorizagao d a literatura infantil, c o m o f e n o m e n o significativo e d e a m p l o a l c a n c e n a f o r m a c a o d a s m e n t e s infantis e j u v e n i s , b e m c o m o d e n t r o d a v i d a cultural d a s s o c i e d a d e s , e conquista recente. Dentro d a s m u i t a s definicoes e controversias q u a n t a a v e r d a d e i r a o u p o s s i v e l natureza d e s s a literatura e s u a provavel f u n g a o e m n o s s a e p o c a , a d o t a m o s a p o s i c a o d e M a r c S o r i a n o , n a linha s e m i o l o g i c a d e R o m a n J a k o b s o n , q u a n d o d e f i n e a l i n g u a g e m :

A literatura infantil e u m a c o m u n i c a c a o historica (localizada no tempo

e no e s p a c o ) entre um locutor ou um escritor-adulto (emissor) e um destinatario-crianea (receptor) que, por definicao, a o longo do periodo considerado, n a o dispoe s e n a o d e modo parcial d a experiencia d e real e d a s estruturas linguistieas, intelectuais, afetivas e outras q u e caracterizam a idade adulta. (SORIANO, 1975).

E m b o r a n a o a b r a n j a a t o t a l i d a d e d o f e n o m e n o e m c a u s a , e s s a definicao t o c a e m s e u s e l e m e n t o s e s s e n c i a i s : o livro infantil e e n t e n d i d o c o m o u m a " m e n s a g e m " ( c o m u n i c a c a o ) e n t r e u m autor-adulto (o q u e p o s s u i a e x p e r i e n c i a d o real) e u m

UN^^RIOaDE FcnERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FGRMAQAO OE PROFESSORS 8IBU0TECASET0RIAL

(12)

leitor-crianca (o q u e d e v e adquirir tal e x p e r i e n c i a ) . N e s s a situacao, o ato d e ler (ou d e ouvir), p e l o q u a l s e c o m p l e t a o f e n o m e n o literario, s e t r a n s f o r m a e m u m ato d e a p r e n d i z a g e m . E isso q u e r e s p o n d e por u m a d a s peculiaridades d a literatura infantil.

E S o r i a n o c o n c l u i u :

Ela pode nao querer ensinar, mas se dirige, apesar de tudo, a uma idade que e a da aprendizagem e mais especialmente da aprendizagem linguistics. O livro em questao, por mais simplificado e gratuito que seja, aparece sempre ao jovem leitor como uma mensagem codificada que ele deve decodificar se quiser atingir o prazer (afetivo, estetico ou outro) que se deixa entrever e assimilar ao mesmo tempo as informaeoes concernentes ao real que estao contidas na obra. [...] Se a infancia e um periodo de aprendizagem, [...] toda mensagem que se destina a ela, ao longo desse periodo, tern necessariamente uma vocacao pedagogica, no sentido amplo do termo, e assim permanece, mesmo no caso em que ela se define como literatura de puro entretenimento, pois a mensagem que ela transmite entao e a de que nao ha mensagem, e que e mais

importante o divertir-se do que preencher falhas (de conhecimento). (SORIANO, 1975).

1

.2 Literatura Infantil: contexto historico

A literatura infantil tern c o m o p a r a m e t r o c o n t o s c o n s a g r a d o s p e l o publico m i r i m d e diferentes e p o c a s q u e , por t e r e m v e n c i d o t a n t o s t e s t e s d e r e c e p c a o , f o r n e c e m a o s p o s t e r o s referencias a respeito d a constituicao d a t o n i c a literaria d o texto d e s t i n a d o a c r i a n c a . N o s e c u l o X V I I , o f r a n c e s C h a r l e s Perrault (Cinderela, C h a p e u z i n h o V e r m e l h o ) coleta c o n t o s e l e n d a s d a Idade M e d i a e a d a p t a - o s , constituindo o s c h a m a d o s c o n t o s d e f a d a s , por tanto t e m p o p a r a d i g m a d o g e n e r a infantil.

N o s e c u l o X I X , outra coleta d e c o n t o s p o p u l a r e s e realizado, na A l e m a n h a , pelos i r m a o s G r i m m ( J o a o e M a r i a , R a p u n z e l ) , a l a r g a n d o a antologia d o s c o n t o s d e f a d a s . A t r a v e s d e s o l u c o e s narrativas d i v e r s a s , o d i n a m a r q u e s Christian A n d e r s e n (O p a t i n h o feio, O s trajes d o i m p e r a d o r ) , o italiano Collodi ( P i n o q u i o ) , o ingles L e w i s Carrol (Alice no p a i s d a s m a r a v i l h a s ) , o a m e r i c a n o F r a n k B a u m (O m a g i c o d e O z ) , o e s c o c e s J a m e s Barrie (Peter P a n ) c o n s t i t u e m - s e e m p a d r o e s d e literatura infantil.

U N ' ^ B I W E FEDERAL D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORWARD DE PROFESSOR'S

BIBUOTECA SECTORIAL CAJAZEIRAS •• PARAlBA

(13)

Q u e s t o e s relativas a o b r a d e C h a r l e s Perrault, f r e q u e n t e m e n t e a p o n t a d o c o m o o iniciador d a literatura infantil, v i n c u l a m - s e a p o n t o s b a s i c o s d a q u e s t a o d a natureza d a literatura infantil c o m o , por e x e m p l o , a p r e o c u p a g a o c o m o didatico e a relacao c o m o popular.

A colegao d o s t e x t o s d e Perrault constitui-se e m u m d o s t e x t o s m a i s c e l e b r e s d a literatura f r a n c e s a e, t a m b e m , u m d o s t e x t o s m a i s referidos e m e n o s c o m e n t a d o s pela critica literaria, q u e r na s u a d i m e n s a o d e arte, q u e r c o m o d o c u m e n t o . Na v e r d a d e , a analise d o s c o n t o s d e Perrault requer u m e n f o q u e interdisciplinar, s e n d o q u e os p r o b l e m a s q u e suscita n a o s e restringem a teoria d a literatura, a sociologia, a psicanalise o u a o folclore, m a s r e c l a m a m u m a uniao d e s s e s e n f o q u e s q u e relacione o s d i v e r s o s e l e m e n t o s q u e i n t e g r a m o texto e resolva a s i n u m e r a s c o n t r a d i c o e s c o m q u e o analista s e defronta.

C h a r l e s Perrault, coletor d e c o n t o s p o p u l a r e s , realiza s e u trabalho a p o s a F r o n d e , m o v i m e n t o p o p u l a r contra o g o v e r n o absolutista n o r e i n a d o d e L u i s X I V , cuja r e p r e s s a o d e i x o u m a r c a s d e terror na F r a n c a . O s c o n t o s c h e g a m a f a m i l i a Perrault a t r a v e s d e c o n t a d o r e s q u e , na e p o c a , s e i n t e g r a v a m a vida d o m e s t i c a c o m o s e r v o s . C o n s i d e r e - s e q u e se trata d e u m m o m e n t o historico d e g r a n d e t e n s a o entre a s c l a s s e s . O b u r g u e s Perrault d e s p r e z a o p o v o e a s supersttcoes p o p u l a r e s e, c o m o h o m e m culto, as ironiza. S e u s c o n t o s , e m a l g u n s m o m e n t o s , c a r a c t e r i z a m - s e p o r u m certo s a r c a s m o e m relacao a o popular. A o m e s m o t e m p o , s a o m a r c a d o s pela p r e o c u p a c a o d e f a z e r u m a arte m o r a l i z a n t e atraves d e u m a literatura p e d a g o g i c a .

O t r a b a l h o d e Perrault e o d e u m adaptador. Parte d e u m t e m a popular, t r a b a l h a s o b r e ele e a c r e s c e - o d e d e t a l h e s q u e r e s p o n d e m a o g o s t o d a c l a s s e a q u a l p r e t e n d e e n d e r e c a r s e u s c o n t o s : a b u r g u e s i a . A l e m d o s propositos m o r a l i z a n t e s , q u e n a o tern a ver c o m a c a m a d a p o p u l a r q u e g e r o u o s c o n t o s , m a s c o m o s interesses p e d a g o g i c o s b u r g u e s e s , o b s e r v a m - s e o s s e g u i n t e s a s p e c t o s q u e n a o p o d e r i a m provir d o p o v o : referencias a vida na corte, c o m o e m A beta a d o r m e c i d a .

U N< v t ^! ( ? a pc F« = nE R A L

D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORES

BI3U0TECA SETORIAL CAJAZE1RAS - PARAlBA

(14)

S e g u n d o S o s a ( 1 9 7 8 , p.22):

"Nao h a d i s s o c i a c a o entre a literatura oral e a v e r s a o culta, o s elementos coexistem, p r o c e s s a n d o - s e um alargamento do dominio d a cultura grafica, que p a s s a a manter r e l a c o e s de integracao com o a popular".

A v o c a g a o p e d a g o g i c a d e Perrault e s e c u n d a r i a e c o n f u s a . Delineia-se c o m m a i s p r o p r i e d a d e s u a relacao c o m o popular, a p e s a r d e esta ser, t a m b e m , contraditoria. M e s m o s e m total a d e s a o o q u e , d e f a t o , n a o poderia ocorrer, pois a c l a s s e a q u e Perrault pertencia vivia u m a inconsciencia e m relacao a o q u e era r e a l m e n t e p o p u l a r - ele realizou o q u e s e p o d e c h a m a r d e u m a r e c u p e r a c a o d a cultura popular, p r o c u r a n d o reconstituir os p r o c e d i m e n t o s narrativos d a m a n e i r a m a i s fiel p o s s i v e l .

T a l v e z n e s s e m o m e n t o t e n h a sido i n a u g u r a d a a c o n f u s a o q u e f o r t a l e c e u os l a c o s e n t r e literatura p o p u l a r e literatura infantil e q u e tern por b a s e a a p r o x i m a g a o d e d u a s ignorancias: a d o p o v o , d e v i d o a c o n d i c a o social, e a d a infancia, d e v i d o a idade. E s s a a p r o x i m a g a o tera u m a solugao d e c o n t i n u i d a d e , p o d e n d o s e r e n c o n t r a d a na o r i g e m d a coleta d o s G r i m m , p e r m a n e c e n d o a l g u m a s s e q i i e l a s a t e n o s s o s d i a s . Por o u t r o lado, e e s s e fator q u e tern permitido atribuir-se a Perrault a iniciagao d a literatura infantil.

N a c o n v e r s a o d a literatura popular e m infantil, Perrault revela o m o d e l o e d u c a t i v o i m p o s t o a ele e a s u a e p o c a . O c o n t o G r i s e l d a , por e x e m p l o , a p r e s e n t a faltas, c e n s u r a s , conceito d e p u d o r e f e m i n i l i d a d e q u e c a r a c t e r i z a m a m e n t a l i d a d e d a e p o c a .

1

.3 Literatura no Brasil

N o Brasil so s e p o d e falar e m u m a literatura e s p e c i f i c a m e n t e infantil por volta d o final d o s e c u l o X I X e inicio d o s e c u l o X X ; m u i t o e m b o r a d e s d e a i m p l a n t a g a o d a I m p r e n s a Regia, e m 1808, t e n h a m surgido a s primeiras publicagoes d e s t i n a d a s a s c r i a n c a s . P o r e m , e s o m e n t e n o s f i n s d o S e c . X I X q u e s u r g e m o s primeiros "Livros d e Leitura" escritos p o r e d u c a d o r e s brasileiros, c o m p o s t o s por t r a d u g o e s e a d a p t a g o e s

U f f ^ B S W E Fc r)ERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMACAO DE PROFESSORS

SIBUOTECA SETORIAL CAJAZEIRAS • PARAlBA

(15)

d a Literatura e u r o p e i a a f i m d e s e r e m d i s s e m i n a d o s nas e s c o l a s .

Z i l b e r m a n ( 1 9 8 7 , p.81) d e s t a c a :

A Literatura Infantil brasileira surge no periodo de transicao entre a Monarquia e a Republica, com a ascensao da burguesia, cujos primeiros textos dirigidos ao leitor-crianca apresentam intencionalidades pedagogicas e funcionalidades sociais. As primeiras produgoes nacionais desenvolvem-se em torno de tematicas pertinentes a exemplaridade crista, ao moralismo patriotico-civico e ao didatismo escolar.

N o e n t r e - s e c u l o s d e s t a c a m - s e , na Literatura Infantil brasileira, c o n t e u d o s a s s o c i a d o s a s ideologias e a s Utopias c r i a d a s e m t o r n o d a civilizagao e m o d e r n i z a g a o d a realidade n a c i o n a l ; s e r v i n d o c o m o i n s t r u m e n t o d e legitimagao a o s interesses d a elite b u r g u e s a e cultural.

O c o n j u n t o d a s o b r a s d o s pioneiros d o livro infantil revela a q u a l i d a d e da f o r m a c a o e d u c a c i o n a l r e c e b i d a pelos brasileiros n o final d o s e c u l o XIX: u m a e d u c a g a o orientada para c o n s o l i d a g a o d o s v a l o r e s d o s i s t e m a h e r d a d o q u e reune u m a m e s c l a d e f e u d a l i s m o , aristocratismo, e s c r a v a g i s m o , liberalismo e positivismo, d e s t a c a n d o - s e v a l o r e s ideologicos d e a p a r e l h a m e n t o Estatal, d e n t r e o s q u a i s ( C O E L H O , 2 0 0 0 , p.12).

• N a c i o n a l i s m o : e n f a s e a l i n g u a p o r t u g u e s a f a l a d a no Brasil; p r e o c u p a g a o e m e n t u s i a s m a r o s n o v o s e s p i r i t o s a d e d i c a g a o p a r a a patria; o culto a s o r i g e n s e o a m o r pela terra, c o m m a i o r d e s t a q u e para a idealizagao d a vida n o c a m p o e m o p o s i g a o a vida u r b a n a ;

• Intelectualismo: valorizagao d o e s t u d o e d o livro, c o m o m e i o s d e a s c e n s a o e realizagao s o c i a l , inclusive e c o n o m i c a ;

• T r a d i c i o n a l i s m o cultural: valorizagao d o s g r a n d e s a u t o r e s e d a s g r a n d e s o b r a s d o p a s s a d o c o m o m o d e l o s culturais a s e r e m a s s i m i l a d o s e imitados; • M o r a l i s m o e religiosidade: e x i g e n c i a a b s o l u t a d e retidao d e carater,

h o n e s t i d a d e , s o l i d a r i e d a d e , f r a t e r n i d a d e , p u r e z a d o c o r p o e d a a l m a , d e n t r o

d o s preceitos c n s t a o s . UN'^'^^SIDAD111 Fc r)ERAL

06 CAMPINA GR/'.NDE

CENTRO OE F0RMAQA0 DE PR0FE8S0S3 BiBLIOTECA SETORIAL

(16)

D e s d e o s primordios, a literatura infantil v e m s e n d o tratada c u l t u r a l m e n t e c o m o g e n e r o literario m e n o r , r e d u z i d o a ideia d e belos livros c o l o r i d o s d e s t i n a d o s a a p r e n d i z a g e m p u r a m e n t e sistematica o u a t e c o n s i d e r a d o s m e i o s para m a n t e r a crianca entretida, o objetivo a q u i , seria doutrinar o j o v e m leitor nivelando-o a o s v a l o r e s v i g e n t e s n o c o n t e x t o s o c i a l .

A s primeiras o b r a s infantis, c a r r e g a d a s pela intengao d e transmitir d e t e r m i n a d o s v a l o r e s o u p a d r o e s c o m p o r t a m e n t a i s a s e r e m i n c o r p o r a d o s e respeitados pelos individuos, t r a t a v a m - s e d e a d a p t a c d e s d e t e x t o s escritos para a d u l t o s , reforcando, a s s i m , a ideia d e q u e a crianga era u m adulto e m miniatura.

N o final d o s a n o s s e t e n t a , e m m e i o a o s i n u m e r o s d e b a t e s e m t o r n o d a leitura d e s t i n a d a a s criangas, a literatura infantil c o m e g o u a s e r p e n s a d a c o m o a g e n t e d e f o r m a g a o d a s m e n t e s infantis e j u v e n i s , d e m o d o a contribuir t a n t o para o d e s e n v o l v i m e n t o d e s u a s p o t e n c i a l i d a d e s naturais, q u a n t a a o s e u a m a d u r e c i m e n t o na transigao d a infancia p a r a a f a s e adulta.

D i a n t e d a s muitas definigoes e c o n t r o v e r s i a s q u e m a r g e i a m a n a t u r e z a e f u n g a o d e s s a literatura, a p r o b l e m a t i c a d o c o n t e x t o atual a i n d a s e e n v i e s a na d u v i d a

referente a o m o d o c o m o o texto infantil d e v a s e r e n c a r a d o : c o m o pretexto d e u m a pratica p e d a g o g i c a o u c o m o arte literaria?

C o m p r e e n d e - s e , pois q u e e s s a dialetica tern p r o v o c a d o e q u i v o c o s no q u e diz respeito a p r o d u g a o d e o b r a s literarias m a i s a d e q u a d a s para a infancia, u m a v e z q u e s u a maioria revela a p r e d o m i n a n c i a ora d e livros f r a g m e n t a d o s s e m sentido, ora d a q u e l e s q u e m e s m o c a r r e g a d o s d e i n f o r m a g o e s c o r r e t a s d e s p r o v e e m d e f a n t a s i a e i m a g i n a g a o .

(...) Como objeto que provoca emogoes, da prazer ou diverte e, acima de tudo, modifica a consciencia de mundo de seu leitor, a literatura infantil e arte. Sobre outro aspecto, como instrumento manipulado por uma intencao educativa, ela se inscreve na area da pedagogia (COELHO, 2000, p.46).

U l f V5?fJII?ADE Fc r>ERAL

DE CAMP1NA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSOR -S BSSLIOTECA SETORIAL

(17)

Partindo e s p e c i f i c a m e n t e d a literatura c o m o arte, q u e tern por objetivo primordial h u m a n i z a r s e u s leitores e construir u m a n o v a c o n s c i e n c i a d e m u n d o , critica e s e m a imposigao d e v a l o r e s d e c u n h o m o r a l e ideologico, a literatura infantil utilizando t e x t o s d e valor artfstico, p r o p o r c i o n a a c a d a leitura, por m e i o d a f u s a o d o imaginario e d o real, d o s ideais e s u a possfvel e i m p o s s i v e l realizagao, u m rico e p o d e r o s o i n s t r u m e n t o d o d e s p e r t a r d o s e n s o critico, e e m c o n s e q u e n c i a disso d i s t a n c i a - s e d e s u a o r i g e m f o r t e m e n t e c o m p r o m e t i d a c o m a p e d a g o g i a .

E j u s t a m e n t e por e x p l o r a r o q u e a i n d a n a o e, m a i s poderia vir a ser, u s a n d o a l i n g u a g e m d e m o d o a i m p r e s s i o n a r o o u v i d o e a i m a g i n a g a o d o leitor, q u e a literatura g a r a n t e o prazer d a leitura e u m c o n h e c i m e n t o n a o s o d o m u n d o - q u e p e r t e n c e a s ciencias - m a s d o s m o d o s c o m o o h o m e m p o d e agir e m relacao a o m u n d o e a o s outros h o m e n s .

1.4 Literatura na Escola

F o c a l i z a n d o o ato d a leitura n o a m b i t o escolar, e d e s u m a importancia q u e o c o n t a t o d a crianga c o m o livro seja e s t a b e l e c i d o d e s d e os primeiros m o m e n t o s e s c o l a r e s , u m a v e z r e c o n h e c i d o o efeito e n r i q u e c e d o r q u e d e s e n c a d e i a . A s s i m , a o p r o f e s s o r c a b e r i a proporcionar a o s s e u s a l u n o s , situagoes d e leitura q u e o b j e t i v a s s e m e m m e n o r g r a u a s atividades d e analise, f i c h a s d e leitura o u q u a l q u e r outra f o r m a d e controle, d a n d o e n f a s e a s atividades livres d e e n r i q u e c i m e n t o cultural.

A s s i m c o m o explica C u n h a ( 1 9 9 5 , p.47)

(...) a leitura e uma forma altamente ativa de lazer. Em vez de propiciar, sobretudo repouso e alienagao (dai, a massificagao), como ocorre com formas passivas de lazer, a leitura exige um grau maior de consciencia e atengao, uma participagao efetiva do recebedor - leitor. Seria, pois, muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno formas ativas de lazer - aquelas que tornam o individuo crftico e criativo, mais consciente e produtivo. A literatura teria papel relevante nesse aspecto.

U N ' ^ S l O f i D E Fcr>ERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMACAO DE PROFESSOR'S 8IBLI0TECA SETORIAL

(18)

N o e n t a n t o , o professor d e v e t e r o c u i d a d o d e n a o abrir m a o t o t a l m e n t e d e u m a c o m p a n h a m e n t o s i s t e m a t i c o , pois o leitor p o d e s e r a f e t a d o positiva o u n e g a t i v a m e n t e pelo livro, isso d e p e n d e r a principalmente d e s u a m a t u r i d a d e leitora. D e s s e m o d o , e i m p o r t a n t e q u e a o lado d e atividades livres, o s m e s t r e s s e p r e o c u p e m e m t r a n s f o r m a r a habilidade leitora e m a p r e n d i z a g e m significativa, c r i a n d o s i t u a c o e s e m e t o d o s q u e possibilitem identificar o s d i v e r s o s p r o b l e m a s individuals d e c o m p r e e n s a o d e t e x t o s , n o intuito d e d e s e n v o l v e r n o a l u n o praticas d e leitura q u e p r o p i c i e m o habito d e reflexao e crltica s o b r e a realidade q u e a o b r a Ihe o f e r e c e e a interpretacao d e s s a realidade imprimida pelo autor, o q u e significa dizer q u e , o leitor d e v e , d e a c o r d o c o m e s t a g i o d e d e s e n v o l v i m e n t o e m q u e s e e n c o n t r a , s e r c a p a z d e ter u m a visao d o s p r o s e contras d a p r o d u c a o q u e c o n s o m e . Havera, e n t a o , n o s e d u c a n d o s a s e n s a c a o d o a m a d u r e c i m e n t o , d a c o n s c i e n c i a viva a partir d a c o n c e p c a o d a leitura e d a p e r c e p c a o d a s multifaces d e s s e p r o c e s s o .

N a e s c o l a , m e s m o a literatura d e r e c o n h e c i d o valor artfstico p e r d e s e u p o d e r d e e n c a n t a m e n t o e d e t r a n s p o r t e a vivencias imaginarias alternativas, q u a n d o e m p r e g a d a c o m o v e i c u l a d o r a d e n o r m a s d e o b e d i e n c i a e b o m c o m p o r t a m e n t o o u pretexto para a p r e n d e r g r a m a t i c a , redigir melhor, para revisar a Historia, a Sociologia e a P e d a g o g i a . A s s i m , t o r n a n d o - s e materia para a d o r n a r outras ci§ncias, o texto literario s e descaracteriza e a f a s t a d e si o leitor.

O e d u c a d o r , e m c o n s e q u e n c i a t a m b e m d e u m a f o r m a c a o universitaria lacunar no q u e s e refere a v i s a o d a v e r d a d e i r a f u n c a o d a literatura na e d u c a c a o , a p o i a a s justificativas d e s u a d e s m o t i v a g a o p a r a "criar t e m p o " d e s t i n a d o s a insercao d o t r a b a l h o c o m a literatura, n o e x c e s s o d e aulas s e m a n a i s e atividades p e d a g o g i c a s , b e m c o m o n a s dificuldades q u e e s b a r r a m n o a c e s s o a o a c e r v o literario. Diante disso e c o m o s u g e r e C u n h a ( 1 9 9 5 , p.18):

Pensamos caber a Universidade, atraves das Faculdades de Letras, de Educacao e de Biblioteconomia, e aos Cursos de Preparacao para o Magisterio de 1° Grau (series iniciais) a tarefa de dar a seus estudantes - os futures educadores - a possibilidade de indagar, pesquisar criar, recriar, de maneira que a literatura venha a ter uma funcao atual, verdadeiramente recreativa e estetica - e por isso social e renovadora -, entre as atividades da crianca e do adolescente. Isso ocorrera com facilidade quando a literatura for um valor para o proprio estudante.

UN'^'^SICADF. F^HERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMACAO DE PROFESSORES BlBUQTcCA SETORIAL

(19)

A o c o n d i c i o n a m e n t o interior a e s c o l a s o m a - s e , p a r a agravar a situagao, o d e s p r e s t i g i o q u e a literatura sofre j u n t o a s c a m a d a s p o p u l a r e s . S a o m u i t a s e diferentes a s r a z o e s q u e tern c o m o c o n s e q u e n c i a o c r e s c e n t e d e s i n t e r e s s e o u u m a p r e m a t u r a privagao d e c o n t a t o c o m a s letras e c o m os m u n d o s fantasticos q u e elas p o d e m conter, m a n t e n d o o imaginario infantil e juvenil p r e s o as s u p e r s t i c o e s d o m e i o o u a s idolatrias induzidas h a b i l m e n t e pelos m e i o s d e c o m u n i c a c a o d e m a s s a s , d e p o u c o o u n e n h u m efeito e m a n c i p a t o r i o . D a i p o d e - s e dizer q u e o p o d e r d e s e d u c S o d a literatura, q u e poderia contribuir para a f o r m a g a o d o leitor geral, e s v a z i a s e p e l a s distorgoes e s c o l a r e s e d e c r e t a u m futuro d e n a o leitores.

E notavel t a m b e m q u e a d e s m o t i v a g a o d a maioria d o s e s t u d a n t e s pela leitura literaria esta ligada a a u s e n c i a d e s t a n o contexto familiar e nos m a i s v a r i a d o s g r u p o s sociais, pois s e o s pais e o s a m i g o s n a o l e e m , n a o ha p o r q u e a c r i a n c a o u o a d o l e s c e n t e valorizar a leitura. E por m a i s q u e a escola e m p r e g u e m e i o s p e r s u a s i v o s ou impositivos p a r a modificar a indiferenga q u a n t o a o s livros o u a o s a b e r e a arte, a p r e n d e - s e m a i s c o m e x e m p l o s p r o x i m o s d o q u e por i n t e r m e d i o d e s e r m o e s . Pela carencia o u inercia d o a m b i e n t e familiar q u a n t o a leitura, d e c l i n a m o n u m e r o d e leitores d e g e r a c a o a g e r a g a o . S e g u n d o C u n h a , "a atitude prosaica e d e s e n c a n t a d o r a d o adulto e q u e vai a o s p o u c o s m i n a n d o a ligagao e n t r e crianca e o livro" ( 1 9 9 5 , p.50).

S a o e s s e s f a t o s q u e t o r n a m p r o b l e m a t i c o o retrato relativo a o habito d a leitura brasileira, situagao q u e m e l h o r a r a q u a n d o a p o s t u r a d o adulto e m r e l a g i o a o livro e s u a f u n g a o e d u c a c i o n a l f o r m o d i f i c a d a , c o m o c o n s e q u e n c i a d e u m m e l h o r c o n h e c i m e n t o d o f e n o m e n o literario e d o leitor infantil. D e s s a f o r m a , revela-se indispensavel e e s s e n c i a l u m r e d i m e n s i o n a m e n t o d e tais relagoes, d e m o d o a converte-las o c a s i o n a l m e n t e no p o n t o d e p a l l i d a para u m dialogo atraente e significativo e n t r e o livro e s e u j o v e m leitor, significa dizer q u e :

O fato de a Literatura Infantil nao ser subsidiaria da escola e do ensino nao quer dizer que, como medida de precaugao ela deva ser afastada da sala de aula. Sendo agente de conhecimento porque propicia questionamento dos valores em circulacao na sociedade, seu emprego em aula ou em qualquer outro cenario desencadeia o

U l f VIPOICADF. Fc r€ R A t

DE CAMPINA GRANDE

CENTRA DE FORMACAO DE PROFESSORES

BI3LI0TECASET0RIAL CAJAZEIRAS • PARAlBA

(20)

alargamento dos horizontes cognitivos do leitor, o que justifica e demanda seu consumo escolar (ZILBERMAN, 1987, p. 10).

N e s s e e s p a g o teorico, e r e c o n h e c i d a a interferencia d e s s a dialetica na f o r m a g a o d a crianga t a n t o c o m s u a relagao c o n s i g o q u a n t o no c o n v i v i o social. D e s s e m o d o , p a r a q u e a e s c o l a c u m p r a c o m a finalidade d o saber, f a z - s e n e c e s s a r i o q u e ela a p r e s e n t e o b r a s q u e e n s i n e m m o d o s n o v o s d e ver o m u n d o atual, a c o m p a n h a d a s d e e m o g a o , prazer, c a p a z e s d e agugar a i m a g i n a g a o d o s e u j o v e m leitor.

B r u n o Bettelheim e m A psicanalise dos contos de fadas (1980, p.49) fala s o b r e e s s a relacao:

Para que uma estoria realmente prenda a atencao da crianga, deve entretela e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginagao: ajuda-la a desenvolver seu intelecto e tornar claras suas emogoes; estar harmonizada com suas ansiedades e aspiragoes; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir solugoes para os problemas que a perturbam. Resumindo, deve de uma so vez relacionar-se com todos os aspectos de sua personalidade - e isso sem nunca menosprezar a crianca, buscando dar inteiro credito a seus predicamentos e, simultaneamente, promovendo a confianga nela mesma e no seu future

Diante d o q u e f o i e x p o s t o , a p r o p o s t a veiculadora n a o c o n c e r n e e m e s t a b e l e c e r se a f o r m a g a o d e u m b o m leitor e s t a a c a r g o d a P e d a g o g i a o u seria e s s a u m a c o m p e t e n c i a espeeffica d a Literatura, n e m t a o p o u c o valorizar s o m e n t e a a p r o x i m a g a o entre elas, m a s principalmente e m refletir s o b r e a n e c e s s i d a d e d e s e r e c o n h e c e r q u e , a o unir a r e s p o n s a b i l i d a d e p e l a concretizagao e e x p a n s a o d o d o m i n i o e d e c i f r a m e n t o d o s c o d i g o s , a c o m p r e e n s a o e l e v a n t a m e n t o d e t e m a s neles a f l o r a d o s por intermedio d o trabalho c o m a a r t e literaria, o e s p a g o e s c o l a r v a i a l e m d e s u a s limitagoes para propiciar a o e d u c a n d o o d e s e n v o l v i m e n t o d a c a p a c i d a d e d e c o m p r e e n d e r o m u n d o e a p r e n d e r a p e n s a r por si m e s m o , fator e s t e q u e contribui p a r a s u a gradativa e m a n c i p a g a o s o c i a l . " A l e m disto, e n q u a n t o instituigoes, a e s c o l a e a literatura p o d e m p r o v a r s u a utilidade q u a n d o s e t o r n a r e m o e s p a g o p a r a criangas refletir s o b r e s u a condigao p e s s o a l " c o m o ressalta Z i l b e r m a n ( 1 9 9 3 , p.21).

(21)

D e s t a c a - s e q u e a t u a l m e n t e p a r e c e q u e n o s s a s o c i e d a d e v e m s e e s q u e c e n d o d a s c r i a n c a s e d e s u a ludicidade, pois o q u e m a i s e n c o n t r a - s e n a s e s c o l a s para c r i a n c a s s a o p r o f e s s o r e s q u e r e n d o alfabetiza-las d e s d e o s primordios d a E d u c a ? § o Infantil. V a r i o s e s t u d o s m o s t r a m a importancia d e s e d e s e n v o l v e r a criatividade a ludicidade d a crianca atraves d a leitura. M a s a s e s c o l a s n a o c o n s e g u e m realizar u m p l a n e j a m e n t o escolar q u e n a o seja a p e n a s p e d a g o g i c o . A s s i m , a s c r i a n c a s e s t i o c a d a d i a s e n d o m a i s vitimas d a s f a l h a s d o s a d u l t o s q u e e s t a o a r r a n c a n d o a s u a liberdade d e brincar, imaginar, fantasiar, e n t r e outros. A escola n a s u a f u n c a o alfabetizadora esta v a l o r i z a n d o s o m e n t e "a escrita", d e tal m a n e i r a q u e m e n o s p r e z a a f u n c a o ludica d a Literatura Infantil q u e e tSo importante para a f o r m a c a o d e s e r e s p e n s a n t e s , pois a leitura e s t i m u l a a i m a g i n a c a o .

Z i l b e r m a n ( 1 9 9 3 , p.32) m o s t r a :

"Que em muitas escolas o processo de alfabetizagao ainda e feito de forma mecanica e estatica, fazendo com que a crianca se afaste dos livros, seja por ter sido alfabetizada de maneira inadequada, seja por desejar esquecer experiencias didaticas desprazerosas".

Diante d e s s e contexto, a literatura p o d e r a ser u m instrumento p o d e r o s i s s i m o para a f o r m a g a o psicologica d o s e d u c a n d o s , pois e l a f o r m a p o r q u e e n s i n a . E s a b i d o q u e p a f s e s civilizados s e m p r e b a s e a r a m s u a s instrucoes n a s letras. D e s s e m o d o , acredita-se q u e a literatura v a i a l e m d a s o b r a s e p o d e s e r definida c o m o a l g o q u e e x p r i m e o h o m e m , e n t a o , atribuir a literatura u m a f u n c a o psicologica e perfeitamente aceitavel, pois i n d e p e n d e n t e d a i d a d e o u d a c o n d i c a o s o c i a l , a fruicao d a literatura baseia-se n a n e c e s s i d a d e d e fantasia q u e o s e r h u m a n o p o s s u i . S e g u n d o C a n d i d o : ( 1 9 7 2 . p,20):

A fantasia, na maioria das vezes, esta relacionada a uma realidade e, como base nesse vinculo fantasia e realidade, e possivel pensar em literatura com determinada fungao na formagao do homem, embora esta nao tenha que cumprir tal papel. Assim, pode-se dizer que a personalidade de qualquer ser humano, sobretudo a da crianca, pode sofrer forte influencia da literatura, uma vez que esta atua de forma que nao se pode avaliar.

UN'YEq >SIDADE Fc r>ERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE

FCRMAQAO

DE PROFESSORES 8IBL10TECA SETORWL

(22)

S e g u n d o Z i l b e r m a n ( 1 9 8 7 , p. 12) "o ler relaciona-se a o d e s e n v o l v i m e n t o linguistieo d a crianga, c o m a f o r m a g a o d a c o m p r e e n s a o d o fictfcio, c o m f u n c a o e s p e c l f i c a d a fantasia infantil, c o m c r e d u l i d a d e n a historia e a aquisigao d o saber".

N e s s e sentido a literatura infantil o f e r e c e a parte contraria a o carater p e d a g o g i c o , c o m p r e e n s i v e l a partir d o e x a m e d a perspectiva d a crianca e d o significado q u e o g e n e r o p o d e t e r para e l a . S u a a t u a c i o d a - s e d e n t r o d a faixa d e c o n h e c i m e n t o , p o r q u e p o d e c o n c e d e r a o leitor a possibilidade d e d e s d o b r a m e n t o d e s u a s c a p a c i d a d e s intelectuais, o s a b e r adquirido d a - s e p o r m e i o d o d o m i n i o d a realidade e m p i r i c a , isto e, a u m e n t a a d i m e n s a o d e c o m p r e e n s a o , aquisigao d e l i n g u a g e m p r o d u t o s r e c e p c a o historica pela audigao o u leitura e d a d e c o d i f i c a c a o d a m e s m a .

N o p r o c e s s o inicial d a leitura, o c o r r e o q u e s e c h a m a d e d e c o d i f i c a c a o , o u seja, a inteligencia o p e r a c o m a d i s c r i m i n a c a o visual d o s s i m b o l o s i m p r e s s o s e a a s s o c i a c a o e n t r e a palavra i m p r e s s a e o s o m . A v i s a o , o tato, a audigao, o olfato e o p a l a d a r t a m b e m e s t a o e n v o l v i d o s n e s s e p r o c e s s o c o m o referenciais e l e m e n t a r e s na aquisigao d o s s f m b o l o s g r a f i c o s , j a e s s a "leitura s e n s o r i a l " c o m e g a m u i t o c e d o e m n o s s a vida.

E i m p o r t a n t e t a m b e m d e s t a c a r a "leitura e m o c i o n a l " q u e o s s e n t i m e n t o s , a s e m o g o e s m o s t r a m a t e i n c o n s c i e n t e m e n t e . Bettelheim ( 2 0 0 2 , p. 185), relata q u e a leitura d e u m a estoria para a c r i a n c a d e v e r a s e r realizada c o m t o d o u m e n v o l v i m e n t o e m o c i o n a l n a estoria e n a crianga, c o m e m p a t i a pelo q u e a estoria p o d e significar a e l a . A b r a m o v i c h ( 1 9 9 3 , p. 14) reforga e s s e a r g u m e n t o relatando q u e :

Ler historias para criancas sempre e poder sorrir, rir, gargalhar com as situacoes vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um ator, e entao, pode ser um pouco cumplice desse momento de humor, de brincadeira, de desenvolvimento. E tambem suscitar o imaginario, e ter curiosidade respondida em relacao a tantas perguntas, e encontrar outras ideias para solucionar questoes.

UN'VE^SIC^DE Fc r€ R A t

DE CAMPiNA GRANDE

CENTRO DE

FORMAQAC

DE PR0FESS0RES

BIBUOTECASETORIAL

(23)

A s estorias q u e e n c a n t a m a s criancas s a o c e r t a m e n t e e n c a n t a d o r a s t a m b e m p a r a o s a d u l t o s q u e s e p e r m i t e m e d e i x a m levar pela leitura. P o d e m s e r estorias e n g r a g a d a s , p r o f u n d a s , s e n t i m e n t a i s o u s i m p l e s m e n t e belas; p o d e m s e r curtas o u e x t e n s a s , c o m m u i t a s o u p o u c a s ilustracdes, m a s d e v e m s e m s o m b r a d e d u v i d a p r o v o c a r e m o c o e s .

A s estorias e x i s t e m para s e r e m c o n t a d a s e n a o t r a d u z i d a s o u interpretadas, m e n o s a i n d a para s e r e m q u e s t i o n a d a s c o m o tarefa escolar neste m o m e n t o e m q u e s e b u s c a d e s p e r t a r o prazer pela leitura. A s s i m , e preciso, resgatar u r g e n t e m e n t e e m n o s s a s escolas, principalmente n a s d e E n s i n o F u n d a m e n t a l e d e E d u c a c i o Infantil a pratica d e leitura p o r prazer, s e m c o b r a n c a d e e n t e n d i m e n t o d o s t e x t o s por m e i o d e p r o v a s c a n s a t i v a s e a c a d e m i c a s . T o d a a e s c o l a deveria, p e l o m e n o s u m a v e z p o r s e m a n a , propiciar a s c r i a n c a s o m a n u s e i o d e livros e m sala d e aula p a r a d e s e n v o l v e r o g o s t o pela leitura e m s e u s a s p e c t o s sensoriais, e m o c i o n a i s e intelectuais, d e u m a f o r m a racional e d i n a m i c a .

A crianga a p r e n d e a ler lendo, e n a o p a s s i v a m e n t e , c o p i a n d o i n u m e r a s v e z e s u m a palavra o u f r a s e , e m u i t o m e n o s p o r m e i o d e c o p i a s l o n g a s e e x a u s t i v a s . V e j a m o s o q u e d i z Z i l b e r m a n ( 1 9 8 7 , p.12) " o ler relaciona-se a o d e s e n v o l v i m e n t o linguistieo d a crianga, c o m a f o r m a g a o d a c o m p r e e n s a o d o ficticio, c o m f u n g a o e s p e c i f i c a d a fantasia infantil, c o m c r e d u l i d a d e n a historia e a aquisigao d o saber". N e s s e s e n t i d o a literatura infantil o f e r e c e a p a r t e contraria a o carater p e d a g o g i c o , c o m p r e e n s i v e l a partir d o e x a m e d a perspectiva d a crianga e d o significado q u e o g e n e r a p o d e t e r para ela. S u a a t u a g a o d a - s e d e n t r o d a faixa d e c o n h e c i m e n t o , p o r q u e p o d e c o n c e d e r a o leitor a possibilidade d e d e s d o b r a m e n t o d e s u a s c a p a c i d a d e s intelectuais, o s a b e r a d q u i r i d o d a - s e por m e i o d o d o m i n i o d a realidade e m p i r i c a , isto e, a u m e n t a a d i m e n s a o d e c o m p r e e n s a o , aquisigao d e l i n g u a g e m p r o d u t o s recepgao historica p e l a a u d i g a o o u leitura e d a d e c o d i f i c a c a o d a m e s m a .

D e s t a c a - s e q u e nao h a c o m o s a b e r e m q u e idade u m c o n t o e s p e c i f i c o sera m a i s importante p a r a u m a crianca e s p e c i f i c a , n a o p o d e m o s decidir q u a l d o s varios c o n t o s e l a deveria e s c u t a r n u m d a d o p e r i o d o o u p o r q u i . Isto s 6 a crianga p o d e d e t e r m i n a r e revelar pela forga c o m q u e reage e m o c i o n a l m e n t e aquilo q u e u m c o n t o e v o c a n a s u a m e n t e c o n s c i e n t e e inconsciente. N a t u r a l m e n t e , u m p a i c o m e g a r a a

y j f VCQSspftfv: Fc r>ERAL

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO

DE

FORMAQAO

DE PROFESSORS

(24)

c o n t a r o u ler para s e u filho a s estorias q u e e l e ouvia q u a n d o crianca. Se a crianga n a o interessar pela estoria e sinal q u e n a o e significativa p a r a e l a , isto e, o s t e m a s a p r e s e n t a d o s n a o d e s p e r t a r a m significancia para s u a vida. D a i , e m e l h o r partir para outra estoria, e a s s i m ir& v e r i f i c a n d o o q u e m a i s c h a m a a a t e n g a o d a crianga atraves d e s e u e n t u s i a s m o a o ouvir a q u e l a estoria, c e r t a m e n t e ela ira pedir q u e c o n t e a estoria repetidas v e z e s . A s s i m e n e c e s s a r i o q u e a o contar u m a estoria para a crianga e n e c e s s a r i o s e m p r e seguir a orientagao d a m e s m a . Bettelheim ( 1 9 8 0 , p.26)) e x p l i c a :

"mesmo que o pai saiba a razao que levou o filho a ficar envolvido emocionalmente pela estoria, e conveniente que nao demonstre pois e sempre invasor interpretar os pensamentos inconscientes de uma pessoa, tornar consciente o que ela deseja manter pre-consciente, e isto e especialmente verdade no caso da crianca... Se o pai indica que ja os conhece-a, crianga fica impedida de fazer o presente mais precioso a seu pai, o de compartilhar com ele o que ate entao era secreto e privado para ela".

D e s s e m o d o , e x p l i c a n d o para a crianga p o r q u e o c o n t o d e f a d a e importante para ela, destroi o e n c a n t a m e n t o d a estoria, q u e d e p e n d e e m g r a u c o n s i d e r a v e l , d a crianga n a o s a b e r a b s o l u t a m e n t e por q u e esta m a r a v i l h a d a . E a o lado d o confisco d e s t e p o d e r d e e n c a n t a r vai t a m b e m u m a p e r d a d o potencial d a estoria e m ajudar a crianga a lutar por si s o e d o m i n a r e x c l u s i v a m e n t e por si s o o p r o b l e m a q u e f e z a estoria significativa para e l a . Entretanto, nos c r e s c e m o s , e e n c o n t r a m o s s e g u r a n g a e m nos m e s m o s por t e r m o s resolvido p r o b l e m a s p e s s o a i s por n o s s a c o n t a , e nao por eles t e r e m s i d o s e x p l i c a d o s por outros. A s s i m p o d e - s e afirmar q u e , a s estorias q u e e n c a n t a m a s criangas p o d e m ser estorias e n g r a g a d a s , p r o f u n d a s , s e n t i m e n t a i s o u s i m p l e s m e n t e belas; p o d e m s e r curtas o u e x t e n s a s , c o m m u i t a s o u p o u c a s ilustragoes m a s d e v e m p r o v o c a r e m o g o e s pois, a s estorias por si d a o f o r m a e sentido a s inquietagoes d a s criangas e c o n d u z e m - n a s a u m a solugao. "a crianca e a t r a i d a particularmente pelas estorias b e m h u m o r a d a s e m q u e a astucia d o fraco v e n c e o M a i " . Bettelheim ( 1 9 8 0 p.22) reforga e s s e a r g u m e n t o :

"As escolhas das criangas sao baseadas nao tanto sobre o certo versus o errado, mas sobre quern desperta sua simpatia e quern desperta sua antipatia. Quanto mais simples e direto e um bom

' U N ' ^ f J l D A D E FCHERAL D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO OE FORMAQAO DE PROFESSORS BIBUOTECA SETORIAL

(25)

personagem, tanto mais facil para a crianga identificar-se com ele e rejeitar o outro mal. A crianga se identifica com o bom heroi nao por causa de sua bondade, mas porque a condigao do heroi Ihe traz um profundo apelo positive A questao para a crianga nao e "Sera que quero ser bom?" mas "Com quern quero parecer?". A crianga decide isto na base de se projetar calorosamente num personagem. Se esta figura e uma pessoa muito boa, entao a crianga decide que quer ser boa tambem"

D e s s e m o d o , r e s g a t a n d o o g o s t o pela leitura e s t a r e m o s contribuindo p a r a q u e a s criangas s e j a m p e s s o a s m a i s b e m - r e s o l v i d a s n o f u t u r e Q u a n d o os e d u c a d o r e s s e c o n s c i e n t i z a r e m d e s s e p a p e l , o c o r r e r a a g r a n d e e e s p e r a d a t r a n s f o r m a g a o na e d u c a g a o . A s s i m s e n d o , n a d a m a i s o p o r t u n o q u e iniciar e s s a atividade d e s d e a E d u c a g a o Infantil, pois se c o n s e g u i r m o s f a z e r c o m q u e a crianga d e s d e as primeiras serie t e n h a m contato c o m c o n t o s e p o e s i a s , c o n q u i s t a r e m o s significativo a v a n g o intelectual e a s s i m p o d e r - s e - a inferir u m a q u e b r a d o p a r a d i g m a q u e criangas m e n o s f a v o r e c i d a s s o c i o e c o n o m i c o e culturalmente n a o a p r e n d e m a ler e e s c r e v e r p o r q u e n a o t i v e r a m contato c o m materials a p r o p r i a d o s d e s d e p e q u e n a s .

D e s s e m o d o , p r e t e n d e - s e inferir a o s e d u c a d o r e s q u e t r a b a l h a m c o m criangas, a u m a conscientizagao d e q u e a sala d e a u l a e u m e s p a g o privilegiado para o d e s e n v o l v i m e n t o e g o s t o pela leitura. A s s i m p o d e r - s e - a verificar o p a p e l d a literatura infantil para o d e s e n v o l v i m e n t o d o g o s t o para a leitura; a c o n q u i s t a d a l i n g u a g e m oral e escrita e o q u e c o n s i d e r a m o s primordial na e d u c a g a o a t u a l m e n t e - a f o r m a g a o integral d o individuo c o m o c i d a d a o .

D e s t a c a - s e q u e ha n e c e s s i d a d e d e c o n h e c e r o s v e r d a d e i r o s classicos d a Literatura Infantil: O s i r m a o s G r i m m ; H a n s Christian A n d e r s e n ; C h a r l e s Perrault e A n d e r s e n . Na Literatura Brasileira, t a m b e m t e m o s a l g u n s a u t o r e s q u e d e d i c a r a m a Literatura Infantil: M o n t e i r o Lobato; quern n a o c o n h e c e u m a b o n e c a d e p a n o c h a m a d a Emilia, o s m e n i n o s Narizinho e P e d r i n h o , a tia A n a s t a c i a , o V i s c o n d e d e S a b u g o s a e a D o n a B e n t a ? Q u a n d o l e m o s u m livro d e Lobato p a r e c e q u e e s t a m o s d e n t r o d a q u e l e sftio m a g i c o e participando d e t o d a s a q u e l a s a v e n t u r a s . M a r i a Clara M a c h a d o , autora d e Pluft, o f a n t a s m i n h a , u m texto para o teatro infantil q u e foi e n c e n a d o pela primeira v e z e m 1955 e q u e a t e hoje e lido e a d o r a d o pelas criangas. O u t r o s atores f a m o s o s c o m o C e c i l i a Meireles e V i n i c i u s d e M o r a e s t a m b e m

(26)

d e d i c a r a m u m t e m p i n h o para e s c r e v e r p o e m a s feitos e s p e c i a l m e n t e para a s criangas. T e m - s e t a m b e m A n a Maria M a c h a d o e Ruth R o c h a , q u e s a o p r e m i a d a s c o m varios livros infantis.

Hoje, q u a n d o s e fala e m crianga, p o d e - s e p e r c e b e r q u e a literatura infantil e indispensavel t a n t o n a e s c o l a , c o m o e m outros m e i o s institucionais q u e t r a b a l h a m para o d e s e n v o l v i m e n t o intelectual e e m o c i o n a l d a crianga. M a s , p o d e - s e salientar m e d i a n t e n o s s o s e s t u d o s , q u e a literatura infantil n a o f e z parte d a s v i v e n c i a s e a p r e n d i z a g e n s d a s criangas d e a l g u n s s e c u l o s anteriores. S o m e n t e n o final d o s e c u l o 17 e d u r a n t e o seeulo 18, f o r a m produzidos o s primeiros livros para a s criangas. A n t e s disto, n a o s e e s c r e v i a para e l a s , pois n a o existia a "infancia". Esta faixa etaria n a o e r a percebida c o m o u m t e m p o diferente, n e m o m u n d o d a crianga c o m o u m e s p a g o s e p a r a d o . P e q u e n o s e g r a n d e s c o m p a r t i l h a v a m d o s m e s m o s e v e n t o s , p o r e m n e n h u m lago a m o r o s o especial o s a p r o x i m a v a .

S o m e n t e n a Idade M o d e r n a e q u e e m p r e g o u - s e a infancia u m a c o n c e p g a o diferenciada d a f a s e adulta, c o m interesses proprios e n e c e s s i t a n d o d e u m a f o r m a c a o e s p e c i f i c a . Isso a c o n t e c e u d e v i d o a u m a n o v a nogSo d e f a m i l i a , c e n t r a d a n a o n a s relagoes d e p a r e n t e s c o , m a s n u m n u c l e o unicelular q u e s e p r e o c u p a v a e m m a n t e r a privacidade e estimular o afeto entre o s m e m b r o s d a f a m i l i a . A valorizagao d a f a m i l i a g e r o u u m controle n o d e s e n v o l v i m e n t o intelectual d a crianga e a m a n i p u l a g a o d a s s u a s e m o g o e s . A e s c o l a e a literatura infantil f o r a m e n c a r r e g a d a s d e c u m p r i r esta m i s s a o , c o m o afirma Z i l b e r m a n : (1985, p.30).

"Sendo assim, houve uma aproximacao entre ambas. E as conseqiiencias foram que os primeiros textos infantis foram escritos pelos proprios professores. O s textos eram voltados aos valores familiares, a dominacao social e o intuito era de preparar a crianga para se o adulto ideal do future E ate hoje, a escola marcada pela educagao burguesa muitas vezes manipula a crianca, conduzindo-a ao acatamento da norma vigente da classe dominante".

D e s t a f o r m a , c a b e a o professor, rever a literatura utilizada n a s u a e s c o l a , a f a s t a n d o d a sua pratica a literatura d e c u n h o p e d a g o g i c o , pois ela tern a finalidade d e e n s i n a r m e d i a n t e n o r m a s c o n t i d a s e m s u a s historias, t e n d o s e m p r e u m final m o r a l i z a n t e . E s s a s historias f a z e m o a l u n o p e r c e b e r q u e d e v e m o s trabalhar, ficar

U N ' Y E ^ I C A D E FcH E R A t

DE CAMPfNA GRANDE

CENTRO DE F0RMA(JA0

DE PROFESSORES

(27)

c o n t e n t e s c o m o q u e p o s s u i m o s , ajudar, ser b o n z i n h o s c o n t r i b u i n d o para f o r m a r criangas p a s s i v a s , s e g u i d o r a s d e m o d e l o s e d e n o r m a s , u m a f o r m a g a o i n a d e q u a d a p a r a n o s s a e p o c a . Entao, se f a z necessario, q u e o professor introduza na s u a pratica p e d a g o g i c a a literatura d e c u n h o f o r m a t i v o , q u e contribui para o c r e s c i m e n t o e a identificagao p e s s o a l d a crianga, propiciando a o aluno, a p e r c e p g a o d e diferentes resolugoes d e p r o b l e m a s , d e s p e r t a n d o a criatividade, a a u t o n o m i a , a criticidade, q u e s a o e l e m e n t o s n e c e s s a r i o s n a f o r m a g a o d a crianga d e n o s s a s o c i e d a d e a t u a l . E n e c e s s a r i o q u e o professor faga a selegao d e livros d e literatura q u e t e n h a m b o a estetica, t e x t o a p r o p r i a d o , u m a ilustragao m o t i v a d o r a , etc. E atraves d a literatura infantil q u e s e p o d e f o r n e c e r c o n d i g o e s d a crianga ter " c o n h e c i m e n t o d o m u n d o e d o ser" por intermedio d a realidade criada pela fantasia d o escritor. M a s , n a o basta colocar a crianga e m c o n t a t o c o m o livro, na e s c o l a , p a r a s e c o n s e g u i r f o r m a r u m leitor. E preciso atentar p a r a alguns detalhes e x t r e m a m e n t e importantes.

P o d e - s e dizer q u e a e s c o l a p r o m o v e o intercambio e n t r e a crianga e a literatura, e ela tern a o p o r t u n i d a d e d e estimular o g o s t o e o habito pela leitura. Por e s s e m o t i v o , o p r o f e s s o r d e v e introduzir na s u a pratica p e d a g o g i c a , m e t o d o s o u e s t r a t e g i a s criativos q u e e s t i m u l e m a e m a n c i p a g a o p e s s o a l e o d e s e n v o l v i m e n t o integral d a crianca.

S a b e - s e q u e a literatura p o d e proporcionar fruigao, alegria e e n c a n t o q u a n d o t r a b a l h a d a d e f o r m a significativa p e l o a l u n o . A l e m d i s s o , ela p o d e d e s e n v o l v e r a

imaginagao, os s e n t i m e n t o s , a e m o g a o , a e x p r e s s a o e o m o v i m e n t o atraves d e u m a a p r e n d i z a g e m p r a z e r o s a . A literatura infantil e a n t e s d e t u d o , literatura: o u melhor, e arte: f e n o m e n o d e criatividade q u e r e p r e s e n t a o m u n d o , o h o m e m , a vida, atraves d a palavra. F u n d e o s s o n h o s e a vida pratica, o imaginario e o real.

D e v i d o a t o d o s e s s e s a s p e c t o s , n a o d a para distanciar a literatura d e c u n h o f o r m a t i v o d a a p r e n d i z a g e m escolar. Literatura e e s c o l a c a m i n h a m e m diregao a f o r m a g a o d a crianca, m a s d e v e m o s atentar p a r a n§o c o n f u n d i r a literatura f o r m a t i v a d a q u e l a d e c u n h o p e d a g o g i c o .

P o d e - s e salientar q u e e d e f u n d a m e n t a l importancia a f o r m a g a o d e leitores. M a s s a b e m o s q u e n a o e t a o s i m p l e s a s s i m , d e v i d o a o s p r o b l e m a s sociais. Isso s o

(28)

s e r a p o s s i v e l q u a n d o a leitura fizer parte d o a m b i e n t e cultural d o p o v o , q u a n d o existirem livros c o m o s a n s e i o s e g o s t o s d a s d i v e r s a s f a i x a s etarias d e u m a p o p u l a g a o . C o m o salientou W e r n e r Zotz, e m entrevista, so a s s i m p o d e - s e afirmar q u e t o d o s g o z a m o m e s m o direito d e ler, p a r a c o n s e q u e n t e m e n t e f o r m a r m o s v e r d a d e i r o s leitores.

S a b e - s e q u e a leitura e u m p r o c e s s o d e c o n t i n u o a p r e n d i z a d o . A l g u e m a c o s t u m a d o a ler b u s c a r e s p o s t a s para s u a s d u v i d a s e atualiza-se s e m p r e q u e n e c e s s a r i o . E hoje v i v e m o s n u m a e p o c a , q u e valoriza-se o c o n h e c i m e n t o e o talento t e c n i c o , e m d e t r i m e n t o a o raciocinio. E a leitura ajuda a f o r m a r s e r e s p e n s a n t e s , p r e p a r a d o s p a r a a v i d a . Ela d e s e n v o l v e a reflexao e o espirito critico. E f o n t e inesgotavel d e a s s u n t o s p a r a m e l h o r c o m p r e e n d e r a si e a o m u n d o .

P e r c e b e - s e q u e a literatura t a m b e m e lazer, q u a n d o feita c o m fruigao. U m b o m livro e c a p a z d e n o s levar a o u t r o s m u n d o s , d e d a r vida a o s n o s s o s s o n h o s , d e n o s fazer chorar. M a s , m u i t a s v e z e s na e s c o l a , o a l u n o a o inves d e criar o habito d e ler, p a s s a a a c h a r a leitura a coisa m a i s c h a t a d o m u n d o . Q u a n d o o professor utiliza o livro d e literatura, na e s c o l a , c o m o intuito d e e n s i n a r t e o r i a s , fazer analise sintatica, a t e n d e n d o a estruturalismos d e f o r m a i m p o s t a , c o m certeza a leitura sera frustrante para o a l u n o .

A leitura d e v e s e r s i n o n i m o d e e s p o n t a n e i d a d e , liberdade e prazer. P a r a isso, o p r o f e s s o r d e v e deixar o a l u n o e s c o l h e r o livro d e s e u interesse o u pelo m e n o s palpitar, n a o n e g a n d o , a o a l u n o , a liberdade d e divergir. Feita a leitura, para avaliar o a l u n o p o d e - s e utilizar atividades ludicas c o m o : d e b a t e s , d r a m a t i z a c a o , t r a b a l h o s e m g r u p o s etc. P o r q u e o importante nao e o resultado, e o p r o c e s s o

G e r a l m e n t e utiliza-se na e s c o l a m u i t o s classicos infantis, m a s f a z e n d o a analise d e s t e s livros n o t a - s e , q u e eles a b o r d a m a s s u n t o s m u i t o distantes d a realidade d a crianga e a l i n g u a g e m n a o e m u i t o significativa. M a s n o Brasil, a t u a l m e n t e , surgiu u m a n o v a literatura infanto-juvenil, r e v e l a n d o 6 t i m o s escritores. Estes escritores r e s p e i t a m o s s e n t i m e n t o s e a inteligencia d a s criangas e j o v e n s , atraves d e a s s u n t o s atuais o u m e d i a n t e a r e d e s c o b e r t a d e f o r m a s literarias d o p a s s a d o , q u e s a o recriadas pelo n o v o e s p i r i t o d o s t e m p o s . P o d e - s e citar a l g u m a s

U N, V'C I 7S I C>A PIE Pci E R f t t

DE CAMPINA'GRANDE

(29)

o b r a s e r e s p e c t i v a m e n t e s e u s a u t o r e s : A c a s a a m o r o s a d e Ines Mafra, M a r i a v a i -c o m - a s - o u t r a s d e Sylvia Orthof, A s flores d a p r i m a v e r a e P e - L e g r i n o P e - T r o n i o d e Ziraldo, U m belo sorriso e O pote d e m e l a d o d e M a r y F r a n c a e Eliardo Franca e m u i t o s o u t r o s .

P e r c e b e - s e e n t a o , q u e ler p o d e tornar-se prazer e habito s e introduzido na e s c o l a d e m a n e i r a significativa. Desta f o r m a , e importante levar para os a l u n o s d i v e r s o s livros d e historias d e c u n h o formativo, pois o s livros d a e s c o l a s a o m u i t o limitados. Noto q u e o s a l u n o s a d o r a m ler, principalmente s e p o d e m e s c o l h e r o livro q u e v a o f a z e r a leitura. V e j o q u e na e s c o l h a p r o c u r a m t e m a s d e s u a realidade e a d o r a m b e l a s ilustracoes.

E preciso f a z e r a leitura d e historias e m sala d e a u l a e p e r c e b o q u e m e u s a l u n o s a o ouvi-las f i c a m e n c a n t a d o s , s e t r a n s p o r t a m p a r a o m u n d o d a fantasia, i m a g i n a n d o - s e c o m o p e r s o n a g e n s . A o professor c a b e o d e t o n a r d a s multiplas v i s o e s q u e c a d a criacao literaria s u g e r e , e n f a t i z a n d o a s v a r i a d a s interpretacoes, p o r q u e e s t a s d e c o r r e m d a c o m p r e e n s a o q u e o leitor a l c a n c o u d o objeto artistico, e m razao d e s u a p e r c e p c a o singular d o universo r e p r e s e n t a d o . E a partir d a i q u e s e p o d e f o r m a r leitores criticos. F a z e n d o florar a literatura infantil c o m finalidade f o r m a t i v a .

S e n d o a s s i m , p o d e - s e afirmar q u e a literatura infantil e indispensavel na e s c o l a , pois atraves d a fruicao, proporciona o d e s e n v o l v i m e n t o e a a p r e n d i z a g e m d a crianga.

2.1 Metodologia

N e s t e t r a b a l h o o p t a m o s por d e s e n v o l v e r u m a p e s q u i s a d e carater exploratorio, n u m a perspectiva qualitativa, a l e m d e registrar d a d o s descritivos, o b t i d o s n o contato direto d o p e s q u i s a d o r c o m a s i t u a c a o e s t u d a d a . P e s q u i s a r e m o s e a n a l i s a r e m o s varias bibliografias d e a u t o r e s q u e a b o r d a m o t e m a Literatura Infantil, c o m vistas a d a u m s u p o r t e t e o r i c o a s n o s s a s i n q u i e t a c o e s e hipoteses. E m s e g u i d a , f a r e m o s u m a p e s q u i s a participante, u m a v e z q u e h a v e r a e n v o l v i m e n t o e

identificacao d o p e s q u i s a d o r c o m a s p e s s o a s p e s q u i s a d a s . A s s i m , o p e s q u i s a d o r p a s s a a ser sujeito ativo d o p r o c e s s o a g i n d o d e f o r m a efetiva para t r a n s f o r m a - l a .

(30)

O universo d a p e s q u i s a f o i c o m p o s t a pelos p r o f e s s o r e s d o C e n t r a E d u c a c i o n a l Maciel Batista Pereira, na c i d a d e d e Cajazeiras, na t u r m a d e 2 ° a n o .

O e s t u d o d e c a s o e utilizado " a o s e l e c i o n a r m o s a p e n a s u m objeto d e p e s q u i s a d e s t i n a d o a g r a n d e q u a n t i d a d e d e i n f o r m a c a o s o b r e o c a s o e s c o l h i d o e , c o n s e q u e n t e m e n t e , a p r o f u n d a n d o s e u s a s p e c t o s " ( a p u d . M A T O S , 2 0 0 1 , p.45-46).

P a r a realizagao d e s s a p e s q u i s a s e r a a p l i c a d o u m questionario "essa t e c n i c a d e investigagao consiste e m q u e , s e m a presenea d o p e s q u i s a d o r o investigador r e s p o n d e p o r escrito, a o f o r m u l a r i o ( c o m q u e s t o e s ) e n t r e g u e p e s s o a l m e n t e o u e n v i a d o por correio" ( M A T O S , 2 0 0 1 , p. 6 0 ) . E s s e questionario s e r a aplicado a o s professores.

2.2 Caracterizacao da escola colaboradora

O C e n t r a E d u c a c i o n a l Maciel Batista Pereira ( S E S C - L E R ) , localiza-se n a rua Vitoria Bezerra, no Bairro d e C a p o e i r a s .

O S E S C e u m a e n t i d a d e d e prestagao d e servicos d e carater s o c i o e d u c a t i v o s , cuja a t u a c a o s e d a n o a m b i t o d o b e m - e s t a r social, n a s a r e a s d e s a u d e , cultura, e d u c a g a o e lazer. S e u objetivo e contribuir para a melhoria d a s condigoes d e v i d a d a p o p u l a g a o e facilitar m e i o s d e a p r i m o r a m e n t o cultural e profissional. C r i a d o , m a n t i d o e a d m i n i s t r a d o pelo e m p r e s a r i a d o d o c o m e r c i o , o S E S C cultiva c o m o valor maior q u e orienta sua agao o e s t i m u l o a o e x e r c i c i o d a c i d a d a n i a e a d e m o c r a c i a , principais c a m i n h o s n a b u s c a d o b e m - e s t a r individual e coletivo.

L e v a n d o e m c o n t a s u a o r i g e m , s u a historia, s e u s principios e a s caracteristicas d o m e i o e m q u e atua, o S E S C reafirma a s finalidades q u e Ihe d e r a m o r i g e m contribuindo para a m e l h o r i a d a q u a l i d a d e d e vida d o s t r a b a l h a d o r e s e para o d e s e n v o l v i m e n t o e c o n o m i c o e social d e t o d o s . Por m e i o d e u m a a g a o educativa, propositiva e t r a n s f o r m a d o r a , o S E S C visa p r i n c i p a l m e n t e a o f o r t a l e c i m e n t o d a c a p a c i d a d e d e o s i n d i v i d u o s b u s c a r e m , eles m e s m o s , a melhoria d e s u a q u a l i d a d e d e vida, b e m c o m o a o e n r i q u e c i m e n t o e a difusao d a p r o d u g a o cultural. e n r i q u e c i m e n t o e a difusao d a p r o d u g a o

nc f A M P I N A G R A N D E

BIBUOTECASETOWAL

Referências

Documentos relacionados

state about diversity associated with rhodolith beds in southwestern Atlantic.. We

Diante desta realidade o trabalho demonstra a aplicação do método de processo padrão inter-indústrias para mineração de dados (CRISP-DM), utilizando a técnica de Bayes por

Para calcular o Índice de Rendimento Operacional Global de Linha (L-IROG) da linha de produtos contínua de banho de níquel 5323, se faz necessário primeiramente calcular

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Como já destacado anteriormente, o campus Viamão (campus da última fase de expansão da instituição), possui o mesmo número de grupos de pesquisa que alguns dos campi